TCC Marcos Biogás
TCC Marcos Biogás
TCC Marcos Biogás
CAMPUS SULACAP
Rio de Janeiro
2023
MARCOS ANTONIO DA COSTA SANTANA
Rio de Janeiro
2023
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AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por tudo que fez, faz e irá fazer em minha vida;
Agradeço minha esposa Stefani, minha filha Manuella e meu filho Miguel, por sempre
estarem ao meu lado me apoiando nesse momento bastante desafiador.
Agradeço meus pais e irmãos que acreditam e acreditaram em mim, e hoje sigo
finalizando minha primeira graduação;
RESUMO
Com o grande potencial em geração de energia que o Brasil tem através da biomassa,
foi feito um trabalho de pesquisa identificando a quantidade de Resíduos sólidos urbanos
produzidos em escolas e casas para então através desses resíduos identificar a quantidade de
matéria orgânica para a produção do biogás. Mostrando como é feita a purificação do biogás e
obtendo cerca de 95% de biometano, gerando então energia térmica, mecânica ou elétrica de
uma forma simples. Então verificar a viabilidade da implantação de miniusinas onde o lixo
propriamente dito é produzido, incentivando a preservação do meio ambiente e pensando na
economia já que há diversas aplicações para o uso do biogás.
ABSTRACT
With the great potential for energy generation that Brazil has through biomass, a
research work was carried out identifying the amount of urban solid waste produced in schools
and homes and then using these wastes to identify the amount of organic matter for the
production of biogas. . Showing how the purification of biogas is done and obtaining about 95%
of biomethane, then generating thermal, mechanical or electrical energy in a simple way. Then
check the feasibility of implementing mini plants where the waste itself is produced,
encouraging the preservation of the environment and thinking about the economy since there
are several applications for the use of biogas.
SUMÁRIO
Sumário
1 Introdução................................................................................................................. 1
2 Desenvolvimento .................................................................................................... 13
3 Conclusões ............................................................................................................. 17
4 Referências ............................................................................................................. 19
Apêndice A ................................................................................................................... 21
Apêndice B ...................................................................................................................22
1 Introdução
1.1 Justificativa
1.3.1 Chorume
1.3.2 Biogás
O carbono presente no biogás faz parte do ciclo rápido do carbono, estando presente
em organismos vivos ou mortos, são capturados por meio da fotossíntese por seres
clorofilados (plantas, algas, cianobactérias e algumas bactérias), e depois liberados
novamente por meio da combustão, respiração e decomposição.
1.3.3 Biometano
Como já foi falado anteriormente, há diversas aplicações para o uso do biogás em sua
utilização como combustível, permitindo através de seu poder calorífico se obter uma grande
quantidade de energia térmica que poderá ser transformada em energia mecânica e/ou elétrica.
Em relação a sua temperatura e pressão, a vários tipos de vapores, e ter o controle dele
é fundamental para realizar o movimento das palhetas de uma turbina a vapor.
Gráfico 1.2 - Relação pressão x temperatura da água e vapor:
Fonte:Yanagihara, 201?
Quando a água é aquecida (aquecimento sensível) até o ponto de ebulição é produzido
o vapor saturado (seco) e então é vaporizada com calor mais calor (calor latente), se ele for
aquecido além do ponto de saturação, o vapor é denominado superaquecido (aquecimento
sensível)
Algumas definições:
a) Vapor saturado
Ocorre em pressões e temperaturas onde a taxa de condensação é igual a taxa de
vaporização, ou seja, é o ponto onde a água e o vapor podem coexistir. É um vapor que está a
ponto de condensar. Tem uma grande vantagem em relação a troca de calor, controle de pressão
através da temperatura, e obtido a partir da água. (Çengel, 2013)
b) Vapor superaquecido
Em relação ao vapor saturado, o vapor superaquecido é um vapor seco e que não está
em um estado pronto para condensar, ou seja, mesmo que a temperatura do vapor caia, porém
esteja a cima da temperatura de saturação da água (100º C), o vapor superaquecido não
condensará.
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De uma forma genérica, uma turbina a vapor é uma máquina que converte a energia
térmica e pressão do vapor, em energia cinética. Dependendo do tipo da turbina, o vapor em
alta pressão e alta temperatura passa pelas pás móveis e são redirecionadas para as pás
estacionárias ou vão das pás estacionárias e são redirecionadas para as pás móveis, esses
redirecionamentos do mesmo vapor ocorrem algumas vezes. Essa mudança de direção cria uma
força sobre as pás móveis movimentando o eixo da turbina fazendo como que ele rotacione.
De acordo como a forma em que o vapor é expandido no interior das turbinas elas são
classificadas como turbinas de ação ou reação.
A turbina de Ação é denominada assim pois o vapor acelerado dentro da turbina se choca
com as pás móveis da mesma fazendo com que elas rotacionem o eixo. Somente o contato do
vapor impulsiona as palhetas.
Já a turbina de reação é denominada dessa forma pois o próprio vapor passando pelos
perfis das palhetas fazem a rotação da mesma. O fluxo de vapor passa pelos dois lados da
palheta, gerando uma força de reação no sentido de rotação. (Yanagihara, 201?)
Fonte:Yanagihara, 201?
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Fonte:Yanagihara, 201?
Fonte:Yanagihara (201?)
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Newton talvez seja um dos físicos mais conhecidos quando se fala de energia mecânica,
ele é quem descreveu três leis que são ditas fundamentais, as três leis de Newton. Apesar de
não serem completas por si só, e haverem algumas exceções, sem o conhecimento dela, seria
impossível explicar a interação entre dois corpos no que se diz respeito a força.
Primeira Lei de Newton, ou lei da inércia, uma partícula livre, ou seja, que não está
sujeita a nenhuma interação, ou está em repouso ou em movimento retilíneo com velocidade
constante a não ser que alguma força externa atua sobre ela. (Tipler e Mosca, 2016)
𝑎= 0
Segunda lei de newton, ou lei da superposição de forças, ou também chamada de
princípio fundamental da dinâmica diz que quando uma partícula sofre uma interação, seu
estado de movimento é alterado da seguinte forma,
Onde F é a resultante das forças que atuam sobre a partícula e p é seu momento linear,
cuja definição é
Terceira lei de newton ou lei da ação e reação, diz que quando duas partículas interagem,
a força numa delas possui o mesmo modo, direção e sentido contrário à força que atua na outra.
(Tipler e Mosca, 2016)
Voltando no exemplo anterior onde foi falado de turbinas, descrevemos dois tipos de
turbinas, as de ação e as de reação. Nas turbinas de reação, o vapor se choca com a palheta da
turbina, ou seja, há uma interação entre o vapor e a palheta, essa interação faz com que a palheta
gire o eixo da turbina e também permite que o vapor continue circulando por outros conjuntos
de palhetas agindo da mesma forma que no início até perder velocidade.
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∑ 𝑣𝑚 = 0
𝑚=1
c) Lei de Ampère
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Diz que o sentido do campo magnético é definido pelo sentido da corrente elétrica, ou
seja, se for invertido o sentido da corrente elétrica em um condutor, inverterá o sentido do
campo magnético. (Garik e Whipple, 1981)
Esse sentido é definido pela regra da mão direita para corrente em um condutor, onde a
mão em volta do condutor com o dedo polegar apontando para o sentido da corrente, os outros
dedos em torna do condutor definem se o vetor indução magnética é horário ou anti-horário.
d) Lei de Biot-Savart
‘O campo magnético produzido por um condutor percorrido por uma corrente
pode ser determinado com o auxílio da lei de BiotSavart. De acordo com essa lei, a
contribuição para o campo, dB produzida por um elemento de corrente ids em um ponto
P situado a uma distância r do elemento de corrente, é dada por em que é um vetor
unitário cuja origem está no elemento de corrente e que aponta na direção do ponto P.
dB é definido por;
𝝁𝟎 ∗ 𝒊𝒅𝒔 ∗ ȓ
𝒅𝑩 =
𝟒𝝅 ∗ 𝒓²
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1.4 Metodologia
A metodologia usada nesse projeto tem uma abordagem quantitativa com aplicação na
resolução de um problema comum ao mundo, por meio de um projeto experimental.
Será montado um biodigestor caseiro com o intuito de se obter o biogás, tentarei medir
a quantidade através da pressão e/ou volume de onde o gás se alojará.
Serão coletados dados em relação aos dias para a formação do gás, quantidade de gás,
relação da quantidade de lixo com a quantidade de gás produzido.
Por falta de recursos, terei que buscar informações em relação a geração de energia
mecânica, elétrica e térmica com base na quantidade de gás que consegui produzir, então verei
se é viável essa produção em pequena escala, porém com base nisso, obtendo aproximadamente
a quantidade de RSU produzido em escolas, consigo calcular aproximadamente a quantidade
de gás produzido e repetir os cálculos para média escala.
2 Desenvolvimento
Pesquisando um pouco mais a fundo sobre a produção de gás anaeróbica, descobri que
leva em média entre 25 a 30 dias para começar a aparecer os primeiros vestígios do gás
produzido, ou seja, fiquei com um prazo bastante apertado, então já pensando um pouco mais
adiante, busquei informações sobre algumas empresas que fabricam biodigestores de pequeno
porte para obter dados necessários para a conclusão do projeto.
A Descrição do que foi utilizado no biodigestor que fiz em casa se encontrará no
“Apendice A” junto com as fotos dos mesmos.
Outra informação a se pontuar é o erro cometido na elaboração dos procedimentos, para
facilitar a produção do biogás pelas bactérias é ideal que fosse feito um tratamento nos resíduos
orgânicas a serem despejadas no reservatório, como por exemplo a moagem, diminuindo o
tamanho das partículas em contato com as bactérias.
Foi feito uma busca por dados de geração de biogás por biodigestores de pequeno porte
para a a realização do cruzamento dos dados obtidos para analisar a viabilidade na produção do
biogás no meio urbano. Fazendo uma busca por empresas, órgãos e experimentos acadêmicos
sobre biodigestores consegui algumas informações para servir como base para os cálculos na
geração de energia.
Segundo uma tabela 2 adaptada por Coldebella, Souza, Ferri e Kolling (2009) há um
consumo médio de biogás por aparelho, ela será utilizada como base para nossos cálculos de
viabilidade.
Tabela 2.3 – Horas trabalhadas de um motor a combustão interna utilizando o biogás dos biodigestores
GEF, Homebiogas e Wappler
Biodigestor Capacidade total do Horas trabalhadas pelo
biodigestor (m³) motor a combustão interna
(por HP)
GEF 25 5h e 33min
Homebiogas 0,7 1h e 33min
Wappler 0,05 ~ 7 min
Fonte: Adaptada pelo autor
A aplicação do biogás na geração de energia elétrica tem sido um dos temas mais
estudados nos últimos anos, entrando na mesma questão anterior sobre a inviabilidade na
obtenção de energia mecânica através do biogás torna também inviável a geração do mesmo
através de termoelétrica já que a mesma utiliza a energia mecânica transmitida pelo eixo da
turbina, porém há geradores que são acoplados a motores de combustão interna, na tabela 2 nos
mostra a produção de eletricidade por m³ de biogás, com isso conseguimos realizar relação da
capacidade de biogás com a produção de energia elétrica, e essas informações se encontram na
tabela 4.
Tabela 2.4 – Relação da Produção de energia elétrica com a capacidade dos biodigestores GEF,
Homebiogas e Wappler
Biodigestor Capacidade total do Produção de energia
biodigestor (m³) elétrica (KWh)
GEF 25 40,32
Homebiogas 0,7 1,13
Wappler 0,05 0,08
Fonte: Adaptada pelo autor
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3 Conclusões
Apesar do experimento realizado pelo autor não tenha funcionado por alguns erros
cometidos pelo mesmo, as informações conseguidas através de outros projetos viabilizou a
realização desse projeto.
Segundo o IBGE (2000), cada habitante no Brasil produz em média 0,74Kg/por dia de
RSU, e segundo ABRELPE (2020), 45% é matéria orgânica, ou seja, em uma família com 5
pessoas produz cerca de 3,7 Kg/por dia de RSU, logo 1,7Kg/por dia iria para o biodigestor, um
aumento de 28% em relação a quantidade de lixo que Wappler (2022) colocou em seu
biodigestor, pensando em uma relação direta a produção de energia térmica, mecânica e elétrica
não seria uma produção tão relevante que daria uma vantagem em se ter mais uma pessoa
gerando resíduo orgânico pois se teria gastos proporcionais. E mesmo que se aumentasse a
capacidade do biodigestor, a quantidade de matéria orgânica produzida seria a mesma, logo a
produção diária também, porém teria uma maior capacidade para reservas.
Pensando em média escala utilizando uma escola como exemplo, foi feita uma busca
sobre projetos que demonstrassem a quantidade de lixo produzido em escolas, segue a tabela 5
com alguns dados fornecidos por Souza, R. B. B.; Silva Filho, A. J.; Souza, R. B. (2020).
Tabela 3.1: Comparação dos valores obtidos nos trabalhos sobre Resíduos Sólidos Escolares (RSE).
Produção de Escola Pública Maya et al. Ponta Cabral et al.
resíduos sólidos Estadual Barreiras Porã – MS, 2014 Queimados – PB,
escolares – BA, 2020 (1335 (1475 alunos) 2021 (1535 alunos)
alunos)
Média diária 37,05 Kg 25,47Kg 23,94Kg
Papel 26% 12% 13%
Plástico 4% 7% 17%
Orgânico 56% 61% 23%
Alumínio 4% 5,5% 6%
Outros 10% 14% 41%
Fonte: Adaptada por Souza, R. B. B.; Silva Filho, A. J.; Souza, R. B. (2020)
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Levando em consideração a escola com dados mais recentes, tem média diária de
37,05Kg de RSE e 56% é resíduo orgânico, ou seja, 20,75Kg iria para um biodigestor
diariamente, levando em consideração o biodigestor da GEF (2020), seriam necessários dois
biodigestores, logo, seus dados de produção de energia dobrariam.
Seriam em média 14h de chama de uma boca de fogão por dia, aproximadamente 11h
de funcionamento de um motor a combustão interna de 1HP e aproximadamente 80,64KW de
energia elétrica gerada.
Concluo que os resultados para produção de energia em pequena escala, ou seja,
residenciais sejam inconclusivos, seja necessário um melhor planejamento na construção, uma
melhor seleção dos extratos orgânicos para uma melhor produção de biogás, e mais tempo para
análises.
Pensando na aplicação em média escala, os resultados foram bastante satisfatórios,
viabilizando o uso em escolas, shoppings, restaurantes, hotéis, etc, ou seja, quanto mais pessoas
produzindo resíduos, mais viável é a utilização do biogás.
Porém não se pode descartar a produção do biogás em pequena escala mesmo que o uso
diário do biogás não seja viável, voltando um pouco mais a cima, é falado que não adianta se
ter um biodigestor maior se a produção de resíduo orgânico continua a mesma, porém se ganha
mais espaço para armazenamento de biogás que poderá ser utilizado de forma emergencial,
como por exemplo utilizar quando seu gás GLP acabar, utilizar em motores de combustão
interna para girar um gerador e fornecer energia elétrica quando houver queda de luz, utilizar
em aquecedores de água no inverno, armazenando gás durante o ano todo e utilizando somente
em época de frio.
Considerações finais: Pensando em projetos futuros, além da produção do biogás
utilizando resíduos orgânicos provenientes de nossos lixos, realizar um estudo considerando os
detritos sanitários, utilizando fossas sépticas para armazenar os mesmos e obter mais biogás e
permitindo um uso da energia de forma mais viável.
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4 Referências
Apêndice A
O Intuito era realizar o experimento com custo zero, tudo foi conseguido em “sucatas”
em casa e no trabalho.
Com um galão de 30 litros, foi feito um furo para conectar um cano de 30 e na tampa
do galão foi conectada uma válvula em formato de “L” com uma válvula de rosca para conexão
da mangueira de manifold de refrigeração.
Com uma botija de gás refrigerante R134A velha, foi soldada uma conexão para colocar
um manômetro de refrigeração com o intuito de monitorar as pressões e verificar a existência
de algum gás na garrafa.
Para facilitar o processo de eliminar o oxigênio contido na garrafa e no biodigestor,
utilizei uma bomba de vácuo na garrafa de gás e abri o registro no intuito de facilitar a ida do
gás até a garrafa, realizei esse procedimento durante 3 vezes na semana, uma vez em cada
semana.
Porém mesmo tendo o cuidado de estar deixando o biodigestor no sol, realizando vácuo
no sistema, alimentando todos os dias com restos de comida, não obtive resultados.
Uma solução seria verificar vazamentos tanto no biodigestor, como na garrafa de gás,
realizar a moenda do material orgânico que vai alimentar o biodigestor, selecionar cada
alimento a ser jogado no mesmo, pois matéria orgânica de origem animal com sangue e gordura
prejudica a fabricação do biogás, aumentar o diâmetro da mangueira e a distância da garrafa até
o biodigestor, e deixar um período maior para verificar de uma forma mais adequada a produção
do biogás.
Segue a foto de como sistema do biodigestor foi fabricado:
Figura A: Sistema Caseiro Biodigestor