Biogas o Combustivel Do Futuro Por Alcimar Nunes de Paula
Biogas o Combustivel Do Futuro Por Alcimar Nunes de Paula
Biogas o Combustivel Do Futuro Por Alcimar Nunes de Paula
Orientador
Prof. Vitor Hugo Teixeira
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2006
1
ALCIMAR NUNES DE PAULA
Prof. _________________________
Prof. _________________________
Prof. ___________________
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2006
2
AGRADECIMENTOS
Ao Professor _________ por sua competência, firme e sábia orientação que nos
permeou durante todo o processo.
3
RESUMO
ABSTRACT
4
SUMÁRIO
RESUMO..............................................................................................................4
LISTA DE FIGURAS...........................................................................................7
LISTA DE TABELAS..........................................................................................8
1- INTRODUÇÃO................................................................................................9
2- BIOGÁS .........................................................................................................11
2.1 - O que é? .................................................................................................11
2.2 - A Utilização do Biogás ..........................................................................15
3 – CHINA: PIONEIRA NA PRODUÇÃO DE BIOGÁS .................................18
3.1 – Uma pequena fazenda rural na China usando o biogás. ........................20
3.2 – Os progressos alcançados na cidade de Mianyang ................................21
3.3 - Algumas mudanças com a produção de biogás......................................22
4 – OS BIODIGESTORES .................................................................................24
4.1 – A utilização do biodigestor....................................................................26
4.2 - Problemas enfrentados com biodigestores .............................................26
4.3 - O biofertilizante .....................................................................................28
5 – EXEMPLO DE BONS RESULTADOS DO BIOGÁS NO BRASIL ..........31
5.1 – Biodigestor rural no Rio Grande do Norte ............................................31
5.2 – As vantagens econômicas......................................................................31
5.3 – O Projeto e a Ativação do Biodigestor ..................................................33
5.4 – A manutenção e a integração do biodigestor na fazenda.......................35
6 – POTENCIAL DE ENERGIA VINDA DO LIXO ........................................36
6.1 – Biogás produzido com lixo urbano gera energia elétrica no Brasil.......38
6.2 - O Mercado de Carbono ..........................................................................41
5
7 - BIOGÁS EM SUBSTITUIÇÃO A DERIVADOS DE PETRÓLEO............45
7.1 – A segurança do Biogás como combustível automotivo.........................46
7.2 – O fator poluição.....................................................................................48
8 – O FUTURO DO BIOGÁS A PARTIR DA CENTRAL DE RESÍDUOS DO
VALE DO AÇO .................................................................................................50
8.1 - Central de Resíduos recebe lixo e material inservível ...........................50
8.2 – Projeto sobre aterro sanitário, prevê o uso do biogás. ...........................53
8.3 – Descrição do projeto..............................................................................53
8.4 - Considerações sobre o biogás gerado em aterros sanitários...................54
9 – LEGISLAÇÃO SOBRE ENERGIAS RENOVÁVEIS NÃO RESPEITA
PROTOCOLO DE QUIOTO..............................................................................57
10 – CONCLUSÃO ............................................................................................60
11 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................61
6
LISTA DE FIGURAS
7
LISTA DE TABELAS
8
1- INTRODUÇÃO
9
OBJETIVOS
10
2- BIOGÁS
2.1 - O que é?
Metano (CH4) 50 a 75 %
11
Azoto (N2) 0.5 a 2.5 %
Metano 8500
Propano 22000
Butano 28000
Biometano 5500
12
O biogás é um gás leve e de fraca densidade. Mais leve do que o ar,
contrariamente ao butano e ao propano, ele suscita menores riscos de explosão
na medida em que a sua acumulação se torna mais difícil. A sua fraca densidade
implica, em contrapartida, que ele ocupe um volume significativo e que a sua
liquefação seja mais difícil, o que lhe confere algumas desvantagens em termos
de transporte e utilização.
O biogás, em condições normais de produção, devido ao seu baixo teor
de monóxido de carbono (inferior a 0.1 %) não é tóxico, contrariamente, por
exemplo ao gás de cidade, cujo teor neste gás, próximo dos 20 %, é mortal. Por
outro lado, devido às impurezas que contém, o biometano é muito corrosivo.
O gás mais corrosivo desta mistura é o sulfureto de hidrogênio que
ataca, além de outros materiais, o cobre, o latão, e o aço, desde que a sua
concentração seja considerável. Quando o teor deste gás é fraco, é sobretudo o
cobre que se torna mais sensível. Para teores elevados, da ordem de 1%
(excepcionais nas condições normais de produção do biogás) torna-se tóxico e
mortal. A presença do sulfureto de hidrogênio, pode constituir um problema a
partir do momento em que haja uma combustão do gás e que sejam inalados os
produtos desta combustão, dado que a formação do dióxido de enxofre (SO2) é
extremamente nocivo, causando, nomeadamente, perturbações a nível pulmonar.
O amoníaco, sempre em concentrações muito fracas, pode ser corrosivo
para o cobre, sendo os óxidos de azoto libertados durante a sua combustão,
igualmente tóxicos.
Os outros gases contidos no biogás, não suscitam problemas em termos
de toxicidade ou nocividade. O gás carbônico, em proporção significativa (35
%), ocupa um volume perfeitamente dispensável e obriga, quando não
suprimido, a um aumento das capacidades de armazenamento. O vapor de água
pode ser corrosivo para as canalizações, depois de condensado.
13
Tabela 3 - Equivalências Energéticas
1,7 m3 de Metano
0,8 L de Gasolina
1,3 L de Álcool
2 Kg de Carboneto de Cálcio
0,7 L de Gasóleo
7 Kw h de Eletricidade
2,7 Kg de Madeira
0,2 m3 de Butano
0,3 m3 de Propano
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O biogás, por ser extremamente inflamável, pode ser simplesmente
queimado para reduzir o efeito estufa (o metano apresenta um poder estufa cerca
de 20 vezes maior que o CO2 ) ou utilizado para uso em fogão doméstico,
motores de combustão interna, geladeiras, secadores de grãos, sistemas de
aquecimento de aviário e geração de energia elétrica.
A presença de vapor d’água, CO2 e gases corrosivos no biogás in natura,
constitui-se o principal problema na viabilização de seu armazenamento e na
produção de energia. Equipamentos mais sofisticados, a exemplo de motores à
combustão, geradores, bombas e compressores têm vida útil extremamente
reduzida. A remoção de água, H2S e outros elementos através de filtros e
dispositivos de resfriamento, condensação e lavagem é imprescindível para a
viabilidade de uso a longo prazo. O esforço desenvolvido pela indústria
brasileira na adaptação e desenvolvimento de equipamentos para o uso do biogás
é ainda muito pequeno sendo preciso avançar nesta questão, colocando a
disposição dos produtores serviços, materiais e equipamentos mais adequados e
confiáveis.
15
25 kg de esterco fresco de vaca ou
5 kg de esterco seco de galinha ou
12 kg de esterco de porco ou
25 kg de plantas ou casca de cereais ou 20 kg de lixo
16
No artigo “Mianyang e Biogás em Szechuan”, do autor Rewi Alley,
podemos verificar a geração de gás de cozinha a partir do estrume bovino ou
suíno, onde ele faz uma visita aos vários tipos de biodigestores instalados em
Szechuan, na China:
17
3 – CHINA: PIONEIRA NA PRODUÇÃO DE BIOGÁS
18
ma redonda prestam-se melhor para o tipo de 8 a 12 metros cúbicos. Esse tipo
de biodigestor deve ser pequeno, de pouca profundidade, e ligado às latrinas, aos
chiqueiros e estábulos de gado, etc.
Uma mistura adequada para a alimentação do biodigestor, deverá conter
30% de matéria orgânica (esterco, etc.), 20% de colmos picados e folhagem da
soja, do milho, da cana e outras biomassas, 10% de capim, e 40% de água. Os
biodigestores devem ser bem selados para evitar a perda de gás, e a carga deve
durar de 4 a 6 meses. Caso se disponha do material necessário, será melhor
instalar dois biodigestores ao mesmo tempo, de modo que, quando for esvaziado
um dos digestores para limpeza, o outro continue operando. Existindo apenas
um único biodigestor, haverá um intervalo de uns 3 dias para o reinício da
geração de gás. Durante esse espaço de tempo, a família terá que recorrer aos
antigos métodos para obter luz e combustível.
O biogás pode igualmente ser aproveitado para a geração de
eletricidade. O biogás é também de grande utilidade na secagem de colheitas:
folhas de fumo, grãos, etc. Por sua vez, o resíduo obtido dos biodigestores é um
fertilizante do mais alto valor, e a sua aplicação já tem reduzido em mais de
30% o uso de fertilizantes químicos, em vários lugares. Tendo sido esterilizados
pelo calor gerado no biodigestor, esse adubo não tem cheiro e, ao mesmo tempo,
o seu uso vem reduzindo a incidência de parasitos intestinais como a
"esquistossomose".
A manutenção técnica é indispensável, motivo pelo qual muitos
empregam um técnico em biogás que visita os vários biodigestores, prestando
auxílio na solução de quaisquer problemas.
As pequenas indústrias começam também a utilizar o processo, para
geração de eletricidade, instalando biodigestores e usando seus próprios
resíduos.
19
Os pequenos biodigestores domésticos aproveitam as folhas das árvores,
as varreduras, o lixo, água usada, embora seja recomendável limitar o uso de
água. O uso do biogás juntamente com o óleo diesel nos motores pode resultar
numa economia de 70% em óleo diesel.
Espera-se que, considerando o crescente problema energético que afeta
o mundo inteiro, um grande progresso venha a ser feito na utilização do biogás.
20
inverno chinês. Em duas horas, esse calor pode fazer subir a temperatura do
biodigestor em 1 grau. Quanto mais quentes, melhor funcionam os
biodigestores.
21
Com a passagem dos anos, os biodigestores foram dando resultados
cada vez melhores ao serem consertados os seus defeitos e eliminadas as suas
falhas. Depois, verificou-se que várias famílias trabalhando em conjunto obtêm
resultados mais positivos na produção do biogás do que por esforços
individuais.
Antes, nos países desenvolvidos, a remoção do material de esgotos e
lixo era um grande e custoso problema. O uso científico do biogás aproveita
uma grande fonte negligenciada até agora. Apesar do progresso alcançado em
Mianyang, existem, no entanto, muitas áreas na China onde o processo poderá
ser também desenvolvido. Deste modo, as latrinas abertas, com um cheiro
desagradável e penetrante, poderiam ser inteiramente eliminadas, fornecendo ao
mesmo tempo um fertilizante valioso, reduzindo o uso de adubos químicos,
além de promover uma melhoria na saúde de todos. Vale ressaltar ainda que
muitos lavradores que residem próximos a fábricas que utilizam os
biodigestores, fornecem a palha em troca do resíduo-fertilizante retirado
periodicamente dos biodigestores, que será aplicado como adubo em suas
plantações.
Outro aspecto a ser destacado ainda é o uso do biodigestor por várias
famílias, que dispõem de gás suficiente para cozinhar 3 refeições por dia, além
da iluminação utilizada por todos. As mulheres, sobretudo, estão satisfeitas e
orgulhosas de suas cozinhas, pois finalmente estão livres das cozinhas cheias de
fumaça tão comuns na China rural.
22
instalarem os seus biodigestores. Antigamente, a ração de combustível durava
sete meses, depois cinco meses, logo em seguida, eram obrigados a procurá-lo
onde o encontrassem - o que absorvia mais da metade dos seus ganhos. Ao
instalarem os biodigestores, nunca mais olharam para trás, resumindo-se os seus
problemas apenas em desenvolver uma manutenção adequada, obtida através da
experiência.
O uso do biogás veio trazer também grandes mudanças no nível de vida.
Assim, a saúde geral melhorou consideravelmente. Com adubo melhor, obtido
dos biodigestores, subiu também a produção, restando mais mão-de-obra para
trabalhar as lavouras. Então, os porcos mantidos coletivamente, junto com o
refugo humano, produzem toda a matéria-prima necessária para os biodi-
gestores.
Um dos maiores benefícios obtidos do biogás tem sido a luz elétrica, tão
melhor do que o velho lampião a querosene. A usina elétrica dispõe de dois
grandes biodigestores para a geração de luz, com uma capacidade total de 130
metros cúbicos. A sua manutenção está a cargo de dois membros de uma
comuna.
23
4 – OS BIODIGESTORES
24
de aquisição, transporte e distribuição elevados; 4) a falta de equipamentos
desenvolvidos exclusivamente para o uso do Biogás e a baixa durabilidade dos
equipamentos adaptados para a conversão do biogás em energia (queimadores,
aquecedores e motores) 5) a ausência de condensadores para água e de filtros
para os gases corrosivos gerados no processo de biodigestão; 6) a
disponibilidade e o baixo custo da energia elétrica e do GLP e, 7) a não
resolução da questão ambiental, pois biodigestores, por si só, não são
considerados como um sistema completo de tratamento.
Os biodigestores, após longos anos passados, ressurgem como
alternativa ao produtor, graças à disponibilidade de novos materiais para a
construção dos biodigestores e, é claro, da maior dependência de energia das
propriedades em função do aumento da escala de produção, da matriz energética
(demanda da automação) e do aumento dos custos da energia tradicional
(elétrica, lenha e petróleo). O emprego de mantas plásticas na construção de
biodigestores, com certeza, é um material de alta versatilidade e de baixo custo,
e por isso, é o fator responsável pelo barateamento dos investimentos de
implantação e da sua evolução no país. Porém, embora se conheçam os avanços
obtidos no conhecimento do processo de digestão anaeróbia, na tecnologia de
construção e de operação de biodigestores, da redução dos custos de
investimentos e de manutenção, continua-se a praticar os mesmos erros do
passado, o que poderão inviabilizar novamente o uso da tecnologia. Se o
interesse dos suinocultores é de aumentar a rentabilidade econômica da atividade
e adequação à legislação ambiental num país que dispõem de condições
climáticas favoráveis (temperaturas agradáveis e boa distribuição de chuvas)
para produzir energia e biofertilizante, derivados dos dejetos. Então se
questiona: por que isso não está acontecendo?
25
4.1 – A utilização do biodigestor
26
estão sendo devidamente considerados, e ainda, não existe um planejamento
adequado para a produção, uso e disposição dos subprodutos derivados.
Os produtores não dispõem de assistência técnica treinada e com
conhecimento nos processos produtivos do biogás, sendo muitas vezes, levados
pela pressão a ajustar a atividade à legislação ambiental e pela oferta dos
fornecedores de materiais e equipamentos, acabam por implantar processos mal
dimensionados, com problemas operacionais e baixa eficiência de produção e
uso do biogás, bem como a utilização do biofertilizante, inviabilizando o sistema
do ponto de vista técnico e econômico.
Primeiramente, a dificuldade se refere ao desconhecimento de que a
fermentação anaeróbia é um processo muito sensível e que a decomposição
biológica da matéria orgânica compreende quatro fases (hidrólise, acidogênese,
acetogênese e metanogênese). O sucesso da digestão depende do balanceamento
entre as bactérias que produzem gás metano a partir dos ácidos orgânicos e este,
é dado pela carga diária (sólidos voláteis), alcalinidade, pH, temperatura e
qualidade do material orgânico, ou seja, da sua operação. Qualquer variação
entre eles, pode comprometer o processo. A entrada de antibióticos, inseticidas e
desinfetantes no biodigestor também pode inibir a atividade biológica
diminuindo sensivelmente a capacidade do sistema em produzir biogás.
Logo em seguida, nota-se que, grandes volumes de biodigestores
produzem altas quantidades de biogás, nem sempre é verdadeira, contudo, o
dimensionamento do biodigestor deverá ser compatível com o tempo de
residência hidráulica deste (aconselhável TRH maiores que 35 dias) e as
demandas de biogás na propriedade. Biodigestores com grandes gasômetros
representam um risco a segurança dos produtores, em face da ação mecânica dos
ventos aumentando o risco de vazamentos de gás e sua combustão incontrolável
pela formação de qualquer centelha. Grande parte dos dejetos são extremamente
liquefeitos, com baixa concentração de sólidos voláteis fruto de um grande
27
aporte de água pelo desperdício em bebedores, entrada de água de chuva e
lavagem excessiva das baias o que resulta em sistemas com baixa eficiência.
E ainda pode-se dizer que a formação de zonas de curto circuito, busca
de caminhos preferências pelo dejeto, dentro do biodigestor e o isolamento das
bactérias do contato com a mistura em biodigestão, durante a fase de
metanogênese, também são fatores que diminuem a eficiência do sistema e
contribuem para o assoreamento precoce do biodigestor e redução de sua vida
útil. A agitação da biomassa no biodigestor pode mitigar estes problemas.
E por último, sabe-se da sensibilidade dos microorganismos produtores
de metano, em relação a variações de temperatura, sendo preciso assegurar a sua
estabilidade, seja através do aquecimento interno ou de melhor isolamento
térmico da câmara de digestão durante os meses de inverno, principalmente nos
estados do Sul do Brasil. Este ponto é bastante crítico, pois nos meses de
inverno é que se apresenta uma maior demanda por energia térmica e uma
tendência dos biodigestores em produzirem volumes menores de biogás
causados pelas baixas temperaturas.
4.3 - O biofertilizante
28
Nestas condições, quanto maior for à concentração de nutriente por volume
transportado e distribuído, melhor a relação custo/benefício. Porém, a realidade
nos mostra um quadro inverso, os produtores geralmente não possuem um dejeto
suficientemente concentrado que possa viabilizar os custos com transporte e
distribuição deste.
Existe também um problema em relação ao uso de dejetos animais na
forma de biofertilizante, pois, verifica-se a situação de descapitalização dos
pequenos e médios produtores, a topografia ondulada, o pequeno tamanho das
propriedades e a escassez de áreas agrícolas próprias para a mecanização.
Como um adubo orgânico diferente, o biofertilizante é o afluente dos
biogestores, e resulta da fermentação anaeróbica da matéria orgânica ao produzir
biogás. Pode ser sólido ou líquido:
29
em pesquisas realizadas em vários países, que o biofertilizante possui efeitos,
tais como fito hormonal, fungistático, bacteriostático, de repelencias contra
insetos, nematecida e acaricida. Agindo, portando, como um protetor natural das
plantas cultivadas, contra doenças e pragas. E o mais importante: com menos
danos à ecologia e sem perigo para a saúde humana.
30
5 – EXEMPLO DE BONS RESULTADOS DO BIOGÁS NO BRASIL
31
13 kg por semana que se tinha anteriormente, representando uma economia de
aproximadamente três mil reais mensais. A alimentação é feita com esterco de
150 fezes bovinas criadas em regime de confinamento para corte. O uso do
biofertilizante na lavoura também foi contabilizado como benefício nos cálculos
de viabilidade econômica e atualmente é fator consorciado de retorno do
investimento. A produção é utilizada integralmente na própria fazenda. Carneiro
afirma que seu uso tem demonstrado resultados melhores que o esterco cru,
como era utilizado antes do biodigestor. A higienização é outra vantagem da
implantação do biodigestor, evitando odores e proliferação de parasitas.
Segundo o proprietário, o biodigestor rural é viável, desde que haja
demanda para utilização global de seus produtos, biogás e biofertilizante. As
considerações de aspectos locais no projeto devem ser minuciosas.
Disponibilidade de água, regime de criação em confinamento, proximidade entre
o curral e o biodigestor são fatores essenciais. O retorno do investimento vai
depender muito dessas condições, que, para ele, se não forem favoráveis,
inviabilizam o empreendimento, principalmente pelo custo da mão de obra
necessária. Disse ainda que seu biodigestor deve se pagar após três anos de uso.
Mas, acrescentou que se a demanda energética fosse maior, esse tempo poderia
ter sido de dois anos aproximadamente. Quanto ao custo de implantação, calcula
que a preços de hoje deve ficar em torno de oitenta mil reais.
32
Proporção de mistura Um litro de água para cada Kg de esterco
Sistema de agitação Insuflação do biogás pressurizado a 120 libras
Campânula Em vinil com selo d’água sobre as bordas
Utilização atual Aproximadamente 50% da capacidade de
produção
Produção energética atual O equivalente a 325 Kg de GLP por semana
Mão de obra para Um funcionário
operação
Início da ativação Janeiro de 2002
Retorno do investimento Previsto para três anos
33
formada por eucaliptos, para evitar ataque de ventos. Posteriormente, uma outra
foi providenciada para complementar esta proteção.
Em relação ao modelo do biodigestor (figura 1), trata-se de um modelo
horizontal (a altura não é a maior medida) de formato retangular, com
campânula de vinil vedada por selo d'água, funcionamento em ciclo contínuo. O
sistema de agitação, indispensável em modelos com esta capacidade, funciona
com insuflação do próprio biogás pressurizado a 120 libras. A injeção é feita por
tubos de PVC para alta pressão distribuídos no fundo da câmara de fermentação.
Além do compressor e cilindro de armazenamento o sistema conta com filtros
para eliminar traços de gases indesejáveis resultantes da fermentação. A
condução do biogás produzido até o local de consumo é feita por tubos de PVC
comuns, para isso foi utilizado um redutor de pressão alimentado por uma
derivação do mesmo sistema de pressurização utilizado na agitação. O redutor
permite uma pressão de trabalho no circuito de distribuição de 40 libras.
34
5.4 – A manutenção e a integração do biodigestor na fazenda
35
6 – POTENCIAL DE ENERGIA VINDA DO LIXO
36
Citemos as de Pateaux, Arnon-ville-les-Mantes, Fretin, Bouvry e Barlin. O
objetivo era aperfeiçoar a produção de metano nos aterros, sem se opor aos
métodos clássicos de exploração. Em outras palavras, trata-se de aumentar o
rendimento global em metano dos detritos, controlar o ritmo de produção e
diminuir o custo das obras.
Porém, fica aí uma indagação: Como esse biogás é gerado? Por
fermentação anaeróbica, que se produz num espaço de tempo que varia de
alguns meses a dois anos. Quando o processo se inicia, o aterro pode produzir
gás durante um período que oscila entre 10 e 20 anos.
Na época foram analisadas as utilizações possíveis em relação ao uso do
biogás:
37
Avançadas e Tecnologia (AIST), do Japão, que no ano de 2004, inauguram a
primeira usina de biogás do mundo capaz de gerar hidrogênio e metano a partir
de lixo doméstico.
A pequena usina, em escala piloto, utiliza um processo de fermentação
em duas etapas para transformar lixo orgânico doméstico em gases que poderão
ser utilizados de diversas formas, seja para a geração direta de calor, produção
de energia elétrica ou, no futuro, até mesmo para abastecer veículos movidos a
células de combustível a hidrogênio.
Os dois estágios do processamento - solubilização e fermentação do
hidrogênio e fermentação do metano - conseguiram reduzir o tempo total de
processamento de 25 para apenas 15 dias, com uma recuperação de energia de
até 55%.
A solubilização e fermentação do hidrogênio utiliza uma complexa
microflora isolada pelos pesquisadores como um estágio preliminar à
fermentação do metano, derivando hidrogênio e metano de lixo orgânico sólido
que contenha um alto teor de água.
6.1 – Biogás produzido com lixo urbano gera energia elétrica no Brasil
38
Ao se decompor, a matéria orgânica presente no lixo gera o biogás, que
é constituído basicamente por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2). A
proporção de cada gás na mistura depende, entre outros parâmetros, do tipo de
material degradado. No caso do Aterro Delta, a proporção encontrada foi a
seguinte: 55% de CH4, 44% de CO e 1% de “outros” gases. É justamente o
metano, combustível nobre obtido após um processo de separação das demais
substâncias, que pode ser empregado para movimentar motores automotivos ou
geradores de energia elétrica, para citar as aplicações mais conhecidas. Até hoje,
porém, o biogás produzido pelo aterro campineiro tem sido desperdiçado. É
queimado em “poços de monitoramento”, como medida de segurança. O aterro
recebe diariamente cerca de 800 toneladas de dejetos, a grande maioria de
origem domiciliar.
Segundo o projeto, o ideal teria sido dar uma destinação econômica ao
biogás desde o primeiro ano de operação do Delta. Como isso não foi feito, resta
aproveitar a capacidade de produção futura do aterro. Pelos cálculos do
pesquisador, o pico de geração de biogás deverá ocorrer em 2007, um ano
depois da suspensão das atividades. Depois, a tendência é que o volume de
combustível vá sendo reduzido gradativamente. Por isso, é preciso ter um
projeto que leve em conta essa característica. Para cada momento, o combustível
deverá ter uma indicação, de modo que o investimento seja economicamente
viável.
Deste modo, confirmadas as projeções, o Delta estará produzindo biogás
suficiente para gerar 4 MW de energia elétrica entre os anos de 2007 e 2009.
Depois, esse volume cairá para 3MW (2010 a 2016), 2MW (2017 a 2027) e 1
MW (2018 a 20045). Projetos bem-sucedidos de aproveitamento do biogás,
implementados sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, levam essa energia
através de redes de transmissão até indústrias localizadas nas proximidades dos
aterros, que pagam por ela. Mais do que lançar de uma fonte energética
39
alternativa e barata, o aproveitamento do biogás também traz importantes
ganhos ambientais.
A queima pura e simples do combustível, como vem sendo feita
atualmente, contribui para o aumento da poluição atmosférica e,
conseqüentemente, para a ampliação do efeito estufa, fenômeno responsável
pelo aquecimento gradual do planeta. Existem empresas estrangeiras que estão
muito interessadas no biogás brasileiro. Elas sabem que, por meio do Protocolo
de Quioto, podem obter recursos para desenvolver projetos que transformam o
metano, um gás que concorre para o efeito estufa, em dióxido de carbono.
Apenas para se ter uma idéia do potencial da energia vinda do lixo, basta saber
que os Estados Unidos têm atualmente algo como 500 projetos de
aproveitamento de biogás gerado por aterros sanitários, administrados tanto pelo
poder público como pela iniciativa privada. No Brasil, felizmente, estamos
despertando para essa importante alternativa.
Outro exemplo de geração de energia a partir dos Aterros Sanitários está
no rio Grande do Sul. Consolidou-se uma cooperação entre o presidente da
Eletrobrás e o presidente da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica
(CGTEE), para se estudar a viabilidade técnica, financeira e ambiental para a
produção de biogás com os resíduos sólidos urbanos da capital gaúcha para a
geração de energia elétrica na Usina Nutepa, da CGTEE, localizada na entrada
da cidade de Porto Alegre.
A iniciativa está inserida no Projeto Nacional de Bioeletricidade do
Grupo Eletrobrás, que busca fontes alternativas de geração de energia que
resultem em menor impacto ambiental, como já ocorre com projetos de
aproveitamento da mamona e da soja na produção de biodiesel para geração de
energia elétrica em outras regiões do país. De acordo com o presidente da
Eletrobrás, a geração de energia por fontes limpas é um investimento que trará
retorno social, econômico e político ao país.
40
O termo de cooperação foi uma das medidas para a revitalização da
usina da CGTEE, aproveitando sua localização estratégica para distribuição e a
abundante fonte energética que do ponto de vista ambientalmente adequado
pode se viabilizar pelo uso do biogás como fonte geradora de energia.
Atualmente a Usina Nutepa tem capacidade instalada para gerar 24MW a partir
da queima do óleo combustível, e opera na condição de “reserva fria”, sendo
ativada somente em casos emergenciais, como ocorreu em 2001, por ocasião do
risco de “apagão” no RS.
Em Porto Alegre são produzidas 600 toneladas/dia de lixo orgânico, que
são tratadas em aterros sanitários. Calcula-se que a transformação deste volume
de resíduo orgânico em biogás pode resultar na produção de 6.000
quilowats/hora de energia elétrica, suficiente para abastecer quase 20 mil
domicílios. Os resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil são estimados em 45
milhões de toneladas/ano (IBGE-2000) e se 30% destes resíduos forem próprios
e aproveitados na reciclagem, o restante seria capaz de gerar 100 MW de energia
elétrica – cerca de 30% do consumo nacional
41
já é uma oportunidade para mitigar as emissões do inventário nacional de
emissões. Acrescente-se a este cenário a oportunidade de geração de energia
renovável junto aos grandes centros consumidores de eletricidade.
Alguns dos pressupostos feitos para o cálculo dos créditos de carbono:
1- Os créditos de carbono serão elegíveis em um cenário de 10 anos.
2- Os Aterros sanitários possuem drenos de gás por demanda de
segurança e não por controle ambiental.
3- A Capacidade de captação de gás varia de 50% para um lixão, 60%
para um aterro controlado e 70% para um aterro sanitário.
4- São Considerados os créditos de carbono referentes a queima do
metano mas não aqueles referentes a geração de energia elétrica.
O método mais adequado para determinar o volume de biogás gerado
nos diversos locais de disposição de lixo seria através da instalação de um
programa de monitoramento em drenos representativos, verificando vazão,
pressão e análise química por determinado período de tempo. Na ausência de
análises nos diversos locais de disposição de lixo - e considerado como base
neste trabalho - o método usual é a aplicação da equação desenvolvida pela
Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA), ajustada á realidade
brasileira:
• Considera-se a tempo de queima do gás, como 100% (via motores a
combustão e, na ausência destes, através de flare).
• Considera-se o percentual de matéria orgânica com composição fixa nas
diversas regiões metropolitanas.
Por conta de tendência apontada pelo Business As Usual (Cenário de
Referência) ser tão diferente da mistura de tecnologia de geração atual e dada a
aceleração da introdução da geração térmica, a expectativa é de que os FECs
(Fatores de Emissão de Carbono) utilizados nesse cenário de referência devem
ser baseados nos futuros aumentos da capacidade marginal.
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Os dados usados para a estimativa foram extraídos do Plano Decenal de
Expansão 2000/ 2009, do Ministério de Minas e Energia, e da OCDE. Outras
hipóteses consideradas são de que a eletricidade é fornecida basicamente para a
Rede Interconectada e o fator de carga da usina para tecnologias de rede é
considerado 70%, refletindo o fator de carga médio do sistema de rede elétrica
brasileira.
Projetos de energia a partir do biogás satisfazem a adicionalidade de
programas, pois asseguram que o manejo do aterro sanitário das regiões
metropolitanas seja executado segundo os mais recentes padrões ambientais,
visando à coleta da mais alta quantidade de gases de aterro sanitário. Um dos
objetivos deste trabalho é demonstrar que o manejo adequado dos aterros
sanitários, coleta e utilização de gases, pode proporcionar retornos financeiros
suficientes para justificar o investimento necessário, ajudando a demonstrar um
novo paradigma do manejo e utilização de lixo.
O valor adicional potencial pela venda de créditos de carbono pode ser
suficiente para aumentar os retornos financeiros do projeto além do limiar
mínimo para justificar os riscos inerentes, associados às decisões de
investimento de longo prazo e à alocação de capital para sistemas de coleta de
gás de aterro sanitário e equipamentos para geração de eletricidade. Além do
mais, a atividade serve de reserva no caso de problemas, atrasos, flutuações de
preços, possivelmente associados à venda de eletricidade em um mercado semi-
descentralizado. Este papel principal que os créditos de carbono podem
desempenhar na decisão de investimento e na viabilidade financeira do projeto
indica que este investimento levará a reduções de emissão em relação à
referência de cenário de investimento.
O estudo considerou um total de 107 municípios, que totalizam 58,6
milhões de habitantes (34% da população nacional) e que utilizam 52 aterros.
Desse total 91 efetivamente responderam ao questionário e/ou foram visitados
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para o levantamento de dados. Estes tiveram seus potenciais energéticos
calculados, abrangendo 46,4 milhões de habitantes em 37 aterros (projetos).
O potencial de geração de metano e energia nos lixões já fechados é
bastante limitado, pois esses depósitos, via de regra, foram operados sem
qualquer preocupação com a drenagem e aproveitamento de biogás, ne-
cessitando de grandes ajustes técnicos (investimentos que não são desprezíveis)
antes do desenvolvimento do sistema de captação de biogás e geração de
energia.
Se o lixão tiver mais de cinco anos, por mais que o depósito seja grande,
se não houver possibilidade de ampliação da área para futuros depósitos de
resíduos sólidos urbanos de forma adequada para gerar futuras emissões de
metano, possivelmente não oferecerá viabilidade econômica, pois a curva de
biogás de mais 15 anos será insuficiente. A única forma de viabilizar esses
antigos aterros é por meio de incentivos maiores e da criação rápida de um
mercado (com incentivos). Dessa forma o período de 15 anos não seria um
problema para o investidor; os motores usados teriam mercado e poderiam ser
comercializados em outros empreendimentos o que não ocorre nos cálculos de
viabilização no presente momento.
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7 - BIOGÁS EM SUBSTITUIÇÃO A DERIVADOS DE PETRÓLEO
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condições de desempenhar expressivo papel na substituição do petróleo e seus
derivados.
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acima mencionadas, uma mistura de metano com ar não explode em espaços não
confinados, o que não é o caso dos combustíveis líquidos.
Além disso, os fatos de ser não tóxico e de conter em odorizante para
facilitar sua detecção em caso de vazamentos, contribuem para diminuir os
riscos para os usuários.
Do ponto de vista da conversão dos veículos para uso do gás metano, a
tecnologia desenvolvida no país para os motores ciclo Otto é satisfatórias, sendo
que para os motores ciclo Diesel (transporte de passageiros e de carga) o
CENPES/Petrobrás desenvolveu um sistema de combustão com uma mistura de
70% de CH4 e 30% de óleo diesel (composição volumétrica). Estes dois ciclos já
foram amplamente testados e estão em fase operacional normal nas regiões
próximas aos postos de abastecimento.
O Kit de carburação usado na frota da CEMIG possui em sistema de
segurança automático, que garante a proteção do usuário na operação normal, ou
em caso de acidente onde exista um eventual rompimento na linha de pressão do
gás. Neste caso todo o sistema é desarmado automaticamente, fechando
totalmente a saída do gás dos cilindros.
Veículos convertidos para gás natural tem rodado os Estados Unidos
desde 1900. A taxa de incidência de prejuízos por milha rodada pelo veículo
para a frota nos EUA a gás natural é 84% menor que a média nacional para
todos os veículos registrados. Nenhum acidente com vítimas foi registrado nos
434,1 milhões de milhas rodadas pela frota norte-americana a gás natural.
Os cilindros para armazenar gás metano são mais resistentes do que os
tanques de gasolina, e tem passado por uma larga variedade de testes de uso,
incluindo fogo de artilharia, aquecimento excessivo, fogo, colisões e até
dinamite.
A tabela demonstra o alto grau de segurança na utilização de gás natural
em cilindros para alta pressão dos veículos italianos:
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Tabela 5 – Grau de segurança na utilização de gás natural
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poluentes e não tóxicos. O uso deste energético no setor de transporte de
passageiros, e de carga, além de contribuir sensivelmente na redução dos
poluentes emitidos para a atmosfera, irá substituir o óleo diesel nos veículos, o
que implica numa economia de divisas, pois este combustível é em grande parte
importado.
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8 – O FUTURO DO BIOGÁS A PARTIR DA CENTRAL DE
RESÍDUOS DO VALE DO AÇO
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Os caminhões coletores que chegam à Central de Resíduos são pesados
em uma balança apropriada para que seja feito o controle de espécie e
quantidade do lixo que chega (lixo domiciliar, hospitalar, galhos, terra). Após a
pesagem os caminhões descarregam no local apropriado para cada tipo de lixo.
O lixo domiciliar segue para uma área cujo terreno foi preparado para
proteger o lençol freático do líquido resultante da decomposição do material
orgânico, o chorume. A proteção baseia-se em uma camada de argila, uma
manta de polietileno e uma camada de terra. O chorume é escoado através de
três canaletas que caem em duas caixas com capacidade para 10.000 litros cada
uma e segue para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da COPASA, onde
recebe tratamento para aí então, ser lançado no rio.
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Figura 6 – Área da Central de Resíduos do Vale do Aço.
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8.2 – Projeto sobre aterro sanitário, prevê o uso do biogás.
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Assim, as curvas de captação e aproveitamento do biogás, apresentam a
quantidade estimada de eletricidade que o sistema poderá produzir. Apresentam,
ainda, a quantidade de biogás que deverá ser queimado sob condições
controladas, permitindo o ganho ambiental comentado.
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Na quarta fase a produção de CH4, CO2 e N2 torna-se quase estável.
A duração das fases e o tempo de geração do gás variam com as condições do
aterro (composição do resíduo, material de cobertura, projeto e estado
anaeróbio) e pode variar ainda com as condições climáticas como taxa de
precipitação, umidade e temperatura.
O Brasil possui uma população estimada em 169.590.693 habitantes,
sendo que 81,2% dessa população habitam em áreas urbanizadas, produzindo
diariamente cerca de 60 mil toneladas de resíduos sólidos (IBGE, 2000). Tais
resíduos, por apresentarem elevados teores de matéria orgânica e devido ao
clima tropical e subtropical típico do país, oferecem condições favoráveis à
produção de metano e, portanto, à potenciais iniciativas de recuperação
energética, além do ganho ambiental que se verifica com a redução das emissões
desse gás de efeito estufa.
Segundo o Inventário Nacional de Emissões de Metano Gerado pelos
Resíduos no Brasil (CETESB, 1998), cerca de 805 mil toneladas de metano
foram geradas em 1994, com 84% desse total sendo resultante dos resíduos
sólidos municipais.
A redução da porcentagem do metano emitido à atmosfera pelos
resíduos e o aproveitamento otimizado dessa fonte de energia será verificado na
Central de Resíduos do Vale do Aço, que serão providos de sistemas capazes de
confinar, captar e aproveitar o gás metano produzido pelos resíduos, reduzindo
sensivelmente impactos ambientais ocasionados pela disposição efetuada sem
critérios técnicos.
O biogás coletado servirá para a geração de eletricidade, através da
implantação de uma usina termelétrica. O biogás excedente será queimado em
flares de forma controlada, evitando a emissão de gases de efeito estufa para a
atmosfera.
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Portanto, espera-se que em um futuro próximo, esse projeto sobre o
reaproveitamento do gás metano gerado na Central de Resíduos do Vale do Aço,
se concretize, produzindo o biogás, e servindo como gás alternativo e até mesmo
como combustível.
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9 – LEGISLAÇÃO SOBRE ENERGIAS RENOVÁVEIS NÃO
RESPEITA PROTOCOLO DE QUIOTO
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Por outro lado, ao penalizar fortemente a digestão anaeróbia, esta
legislação torna mais difícil a devida aplicação deste processo para o tratamento
de grandes volumes de resíduos, tais como a fração orgânica dos resíduos
urbanos, as lamas de ETAR, os efluentes de suinoculturas, os resíduos da
indústria agro - alimentar e muitos resíduos agrícolas.
A título de exemplo, a ERB - Estratégia Nacional para a Redução de
Resíduos Urbanos Biodegradáveis destinados a Aterros (no âmbito da
transposição da Diretiva Aterros) prevê a instalação de diversas unidades de
digestão anaeróbia de forma a reciclar os resíduos orgânicos, reduzindo a sua
colocação em aterro, dando assim cumprimento à diretiva comunitária sobre
aterros.
Com esse objetivo em mente, diversos sistemas de gestão de resíduos
urbanos apresentaram projetos para tratamento dos resíduos orgânicos através da
digestão anaeróbia.
Curiosamente, o biogás proveniente da matéria orgânica colocado nos
aterros é premiado com uma tarifa de 0,105 euros por kWh, ou seja cerca do
dobro do valor atribuído ao biogás proveniente da reciclagem da matéria
orgânica. Estamos assim a fomentar claramente o incumprimento da Diretiva
Aterro!
A Quercus considera urgente que o novo Governo reveja rapidamente
esta situação, de forma a que o tarifário sobre energias renováveis reflita de fato
uma aposta nas fontes energéticas que não contribuem para as alterações
climáticas e que entre os processos de tratamento dos resíduos seja dada
prioridade à reciclagem, como a digestão anaeróbia, e preteridos processos mais
poluentes e de fim de linha como a incineração e o aterro.
A Quercus não vê assim que haja qualquer impedimento para que o
biogás proveniente da reciclagem dos resíduos orgânicos não seja pago a um
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valor igual ou superior ao biogás proveniente da colocação desse tipo de
resíduos em aterro.
Também em relação à incineração de resíduos sólidos urbanos (na
VALORSUL, LIPOR e Madeira), a Quercus não consegue encontrar qualquer
tipo de suporte legal para se considerar que a queima de plástico - produto
proveniente do petróleo - seja uma forma de energia renovável .
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10 – CONCLUSÃO
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11 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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O BIOGÁS. Disponível em http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/
Acesso em 26 de fev. de 2006.
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