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Estudante:
Texto 1
1º) (UPE – 2017) A adequada interpretação do Texto 2 indica que, nele, faz-se uma
crítica:
a) ao conteúdo dos programas infantis.
b) ao equivocado conceito de cultura.
c) à fraca formação escolar das crianças.
d) à programação televisiva em geral.
e) ao baixo nível de leitura das crianças.
Não, dileto leitor, não incorporei o espírito do professor Pasquale; não é o objetivo
da presente coluna proferir uma invectiva contra os que violentam a sintaxe da língua de
Camões com gerundismos ("vamos estar falando de ciência") ou destroçam a harmonia
das orações subordinadas. Quando digo "sintaxe penosa", entenda-me literalmente:
passarinhos cujo canto tem regras semelhantes à nossa tradicional ordem de sujeito
seguido de verbo e objeto (por exemplo) nas frases.
Se essa possibilidade não faz cair o seu queixo, deveria. Como enfatizei na coluna
passada (eu sei, faz duas semanas já, mas quem sabe você recorda), os cientistas têm
mostrado que é cada vez menor a lista das faculdades mentais exclusivamente humanas.
Uma das poucas que sobraram – ou melhor, sobravam – é a linguagem com sintaxe.
Alguns passarinhos japoneses resolveram melar o nosso triunfo, ao que parece. Os
penosos em questão pertencem à espécie Parus minor, ou chapim-japonês. Assim como
uma grande variedade de outros animais, incluindo outras aves, obviamente, mas
também primatas como nós e outras criaturas, o chapim-japonês produz vocalizações
que podem ser comparadas às nossas palavras.
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Esses sons foram criativamente apelidados com as letras A, B, C e D. Seu
significado varia um pouco, mas podemos dizer, de modo geral, que combinações das
três primeiras "palavras" (AC ou BC, por exemplo) denotam a presença de diversos
tipos de predadores, enquanto os sons do tipo D (caracterizados por uma sequência de
sete a dez "notas", como as de uma música) servem para recrutar outros passarinhos –
quando um macho chama sua parceira, por exemplo.
O bacana, porém, é que a "palavra" D pode ser combinada às outras, modificando o
sentido delas. AC-D, digamos, pode ser usado quando um chapim vê um falcão e chama
outras aves para avisá-las sobre o caçador e convocá-las para fazer "mobbing" (quando
vários passarinhos se juntam para intimidar uma ave de rapina).
A pergunta é: será que faz diferença a ordem dos fatores? Afinal, em português, "O
cão mordeu o menino" e "O menino mordeu o cão" são frases com sentido
completamente distinto. Foi o que Toshitaka Suzuki, da Universidade Sokendai, no
Japão, resolveu testar usando gravações das "palavras" típicas das aves.
Resultado: quando ouvem as gravações de ABC, os chapins olham assustados para
os lados esperando um predador; se escutam só D, voam na direção do alto-falante,
procurando o colega que teria chamado por eles. ABCD produz, como esperado, um
misto de olhares assustados para os lados e voo rumo ao som. E quando o som é
DABC? Em geral, nada – os bichos ficam confusos. A sintaxe da "frase" não faz sentido
para eles. Ou seja, é a ordem dos termos dos chamados que importa nesse caso, como na
fala humana. Os dados estão em artigo na revista científica "Nature Communications".
Pode ser que você não esteja lá muito embasbacado com as proezas sintáticas do
chapim-japonês. Está no seu direito, obviamente, mas o que descobertas como essa
reiteram, feito a linha de baixo constante e sólida de um bom rock, é o fato inconteste de
que as nossas capacidades mentais aparentemente inigualáveis derivam, na verdade, de
"tijolinhos" cognitivos que já estavam presentes nos lugares mais improváveis da
Árvore da Vida. Nosso edifício comportamental é mais arrojado, faraônico até – mas
ainda tem as marcas de que um dia foi uma choupana.
LOPES, Reinaldo José. Publicado em 27 mar. 2017. Disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/reinaldojoselopes/2016/03/1754157-sintaxe-penosa.shtml. Acesso
em: 8 jul. 2017. Adaptado.
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a) I e II.
b) I, II e III.
c) I e IV.
d) II, III e IV.
e) III e IV.
Estão corretas:
a) I, II e III, apenas.
b) I, III e IV, apenas. - x
c) II e III, apenas.
d) II, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
4º) (UPE – 2017) Para compreender globalmente o Texto 2, o leitor deve considerar que
o autor tem como propósito principal
a) criar humor, a julgar pela linguagem descontraída como inicia seu texto: “Não,
dileto leitor, não incorporei o espírito do professor Pasquale”.
b) defender a ideia de que a organização sintática da linguagem humana é o que
distingue o homem das outras espécies (2º e 8º parágrafos). - x
c) dialogar prioritariamente com a comunidade científica, o que fica evidente com
o emprego do termo científico “Parus minor” (3º parágrafo). - x
d) instruir o leitor acerca de metodologia científica, apresentando-lhe o passo a
passo do trabalho, sobretudo nos parágrafos 4º, 5º e 7º. - x
e) divulgar trabalho científico a público não especializado, como se observa na
linguagem simples como a pesquisa é exposta nos 4º e 7º parágrafos.
(01) Basta ser homem, estar em sociedade e estar rodeado de pessoas falantes que a
língua – esse sistema de comunicação inigualável – emerge. Ela se instaura e toma
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conta de todos nós, de nossos pensamentos, de nossos desejos e de nossas ações. Falar
faz parte do nosso cotidiano, de nossa vida. A troca por meio das formas linguísticas é a
nossa dádiva maior, nossa característica básica. É por meio de uma língua que o ser
humano se individualiza, em um movimento contínuo de busca de identidade e de
distinção. É isso, enfim, que nos torna humanos e nos diferencia de todos os outros
animais.
(02) Não existe homem sem língua. Mesmo as pessoas com deficiências diversas
adotam um sistema de comunicação. Quem é surdo, por exemplo, usa a língua de sinais.
Sendo assim, não existe razão para que tenhamos preconceito com relação a qualquer
variedade linguística diferente da nossa. Preconceito linguístico é o julgamento
depreciativo, desrespeitoso, jocoso e, consequentemente, humilhante da fala do outro ou
da própria fala. O problema maior é que as variedades mais sujeitas a esse tipo de
preconceito são, normalmente, as com características associadas a grupos de menos
prestígio na escala social ou a comunidades da área rural ou do interior. Historicamente,
isso ocorre pelo sentimento e pelo comportamento de superioridade dos grupos vistos
como mais privilegiados, econômica e socialmente.
(03) Então, há críticas negativas em relação, por exemplo, à falta de concordância
verbal ou nominal (“As coisa tá muito cara”); ao "r" no lugar do "l" (“Eu torço pelo
Framengo”); à presença do gerúndio no lugar do infinitivo (“Eu vô tá verificano”); ao
"r" chamado de caipira, característico da fala de amplas áreas mineiras, paulistas,
goianas, matogrossenses e paranaenses – em franca expansão, embora sua extinção
tenha sido prevista por linguistas. Depreciando-se a língua, deprecia-se o indivíduo, sua
identidade, sua forma de ver o mundo.
(04) O preconceito linguístico – o mais sutil de todos os preconceitos – atinge um dos
mais nobres legados do homem, que é o domínio de uma língua. Exercer isso é retirar o
direito de fala de milhares de pessoas que se exprimem em formas sem prestígio social.
Não quero dizer com isso que não temos o direito de gostar mais, ou menos, do falar de
uma região ou de outra, do falar de um grupo social ou de outro. O que afirmo e até
enfatizo é que ninguém tem o direito de humilhar o outro pela forma de falar. Ninguém
tem o direito de exercer assédio linguístico. Ninguém tem o direito de causar
constrangimento ao seu semelhante pela forma de falar.
(05) A Constituição brasileira estabelece que “ninguém será submetido a tortura nem
a tratamento desumano ou degradante”. Sendo assim, interpreto eu que qualquer pessoa
que for vítima de preconceito linguístico pode buscar a lei maior da nação para se
defender. Até porque, sob essa ótica, o preconceito linguístico se configura como um
tratamento desumano e degradante – uma tortura moral. Se necessário for, poderíamos
até propor uma lei específica contra esse tipo de preconceito, apenas para ficar mais
claro que qualquer pessoa tem o direito de buscar a justiça quando for vítima de
qualquer iniciativa contra o seu modo de se expressar.
(06) Sei que muitos devem achar que isso é bobagem, que todos devem deixar de
falar errado. Mas todo mundo tem direito de se expressar, sem constrangimento, na
forma em que é senhor, em que tem fluência, em que é capaz de expressar seus
sentimentos, de persuadir, de manifestar seus conhecimentos. Enfim, de falar a sua
língua ou a sua variante dela.
Marta Scherre. Disponível em: http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI110515-17774,00-
O+PRECONCEITO+LINGUISTICO+DEVERIA+SER+CRIME.html. Acesso em: 17/07/17. Adaptado.
5º) (UPE – 2017) 'Coesão' e 'coerência' são propriedades que devem estar presentes em
todos os textos, e são conferidas por diversos recursos.
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No que se refere ao Texto 3, analise as afirmações a seguir, acerca de alguns desses
recursos.
I. Ao ler o trecho: “Falar faz parte do nosso cotidiano, de nossa vida.” (1º
parágrafo), o leitor deve compreender que os termos destacados fazem uma referência
genérica, ou seja, se referem a todos os seres humanos, aí incluída a autora. - V
II. No trecho: “É isso, enfim, que nos torna humanos e nos diferencia de todos os
outros animais.” (1º parágrafo), o termo representa sinteticamente as ideias anteriores de
que a atividade linguística é a responsável por nossa identidade e individualidade. - V
III. No trecho: “Mesmo as pessoas com deficiências diversas adotam um sistema de
comunicação. Quem é surdo, por exemplo, usa a língua de sinais.” (2º parágrafo),
observamos que o termo destacado representa uma especificação em relação à
expressão “pessoas com deficiências”. - V
IV. O trecho conclusivo: “Enfim, de falar a sua língua ou a sua variante dela.” (6º
parágrafo), deve ser compreendido como: 'Enfim, todo mundo tem direito de falar a sua
língua ou a sua variante dela.'. - V
Estão CORRETAS:
a) I, II e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas. - x
e) I, II, III e IV.
8º) (UPE – 2017) Com certeza, um texto não é apenas a junção de palavras. Mas a
escolha das palavras é essencial para que o autor consiga expressar os sentidos
pretendidos por ele.
Sobre a seleção das palavras e os efeitos de sentido alcançados por ela no Texto 3,
analise as proposições a seguir.
Estão CORRETAS:
a) I e III, apenas. - X
b) I, II e IV, apenas. - X
c) I, III e IV, apenas.
d) II, III e IV, apenas. - X
e) I, II, III e IV. - X
9º) (UPE – 2017) Os modos de organização das ideias de um texto são fundamentais
para que seu autor alcance os propósitos comunicativos pretendidos.
I. Já no primeiro parágrafo, a autora especifica para o leitor o foco sob o qual vai
abordar o tema geral selecionado. - F
II. No segundo parágrafo, o leitor encontra uma definição, o que o ajuda a
compreender a argumentação desenvolvida pela autora. - V
III. No terceiro parágrafo, a autora opta por listar alguns exemplos, que embasam as
ideias defendidas até então, no texto. - V
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IV. No parágrafo conclusivo, especialmente no trecho: “Sei que muitos devem achar
que isso é bobagem [...]”, a autora dialoga diretamente com seu leitor, o que gera
envolvimento entre autor e leitor(es). - V
a) I e III.
b) I, II e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) II, III e IV.
10º) (UPE – 2017) Como outros textos que circulam em nossa sociedade, também o
Texto 3 foi elaborado para cumprir algum(ns) propósito(s) comunicativo(s).
Sobre esse texto, é CORRETO afirmar que seu principal propósito é o de
Texto 4
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b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.
e) III e IV.
14º) (UPE – 2017) Releia: “Para o psicanalista Eduardo Rozenthal, isso é possível, sim,
porque vivemos numa sociedade contemporânea monista, baseada em apenas um valor,
que é o valor capitalista de mercado. Ela substitui a sociedade moderna, que era
dualista, oscilando entre o bem e o mal.”. (3º parágrafo)
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Para dar maior sustentação a seu ponto de vista, o entrevistado Eduardo Rozenthal
constrói a sua argumentação com base, principalmente:
a) na especificação da atividade profissional de Eduardo Rozenthal, que é
psicanalista.
b) em uma tomada de posição explicitada logo no início do discurso: “isso é
possível
(...).”.
c) no sentido de afirmação, ratificação, presente no advérbio “sim”, colocado de
forma destacada no trecho.
d) no emprego de várias estruturas explicativas, como em: “(...) que é o valor
capitalista de mercado.”.
e) no contraste estabelecido entre uma sociedade contemporânea monista e uma
sociedade moderna dualista.
15º) (UPE – 2017) Com base na leitura do Texto 5, é CORRETO afirmar que o seu
tema global se desenvolve em torno da relação entre:
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