Null 3
Null 3
Null 3
Supervisor:
Declaro que este trabalho é da minha autoria, e resulta da minha investigação, sob
orientação do meu supervisor. Declaro ainda que esta é a primeira vez que o submeto para
obter um grau académico numa instituição educacional e todas as fontes encontram
devidamente citadas no texto e nas referências no final do trabalho.
_____________________________________
/Albertina Culpa António/
V
Dedicatória
Dedico este trabalho a minha família que de forma afável e incansável sempre torceu
pelos meus estudos e foi a fonte que alicerçou o meu empenho e dedicação.
VI
Agradecimentos
Para a materialização deste trabalho, foram muitos os que deram o seu contributo
inestimável. Portanto, foi um empreendimento que contou com a ajuda de muitos.
Agradeço do fundo do meu coração a minha família que soube interpretar as minhas
recorrentes ausências para as sessões de tutoria e todas as actividades relacionadas. Sem
o seu apoio, teria sido muito difícil colher estes frutos.
Um agradecimento especial vai para o meu Supervisor, por ter aceitado monitorar este
trabalho e pelo acompanhamento sábio e meticuloso que caracterizaram o período de
sua elaboração.
VII
Gráficos
VIII
Resumo
Nos dias que correm, a necessidade de levar a cabo a actividade educativa virada para
resultados está ainda em voga, pois não existe melhor prémio para o professor ver os
seus alunos dominando os conteúdos por si ministrados. Entretanto, quando se fala dos
métodos a serem usados pelo professor na sala de aulas, não raras vezes é citado o
método expositivo, seja por bons ou por maus motivos. Mas o que não deve ficar
despercebido é que este método continua e provavelmente continuará a ser usado pelo
professor, mesmo num tempo em que se defende muito o uso de métodos activos,
centrados no aluno. A presente pesquisa trouxe resultados que de certa forma ajudam a
sustentar esse facto, o do uso continuado do método expositivo, e as motivações são
várias, dentre elas as salas numerosas e a escassez de material didáctico por parte dos
alunos. Portanto, se o método expositivo deve continuar a ser usado, ele deve ser
adequado à realidade dos nossos tempos, ou seja, deve se pautar por uma exposição que
também dê oportunidade ao aluno de dar o seu contributo durante as aulas.
IX
Abstract
Nowadays, the learning process related to good results is still discussed, because there is
not the best prize for a teacher seeing his pupils dominating skilful the contents of a
certain subject. Although, when we talk about teaching methods used in the classroom,
the exposition is mentioned many times, for good and bad reasons. But we must realise
that this method will continue to be used for days to come, even in a time that people
talk about active methods centralised in pupils. The present research produced results
that help to sustained the fact that the exposition continue to be used, and the reasons
are many, such the numerous classrooms and the lack of didactic material for the pupils.
Hence, the exposition must continue to be used in the classrooms, but the teachers must
adapt the method to allow that the pupils contribute during the lessons.
X
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
ensino em todos os níveis, onde o aluno possa desenvolver seu raciocínio e sua capacidade
ensino, como por exemplo, a exposição do conteúdo de forma oral pelo profissional, que é
indispensável. O que o docente deve tomar cuidado no ensino de história é de não cair no
contexto desta perspectiva, desenvolvendo o acto de repetição dos factos, e somente cantá-
los.
Portanto, actualmente os docentes podem contar com uso de vários métodos para despertar
o interesse dos alunos, a motivação como parte essencial para uma aula produtiva, e
11
o desenvolvimento do pensamento crítico reflexivo dos alunos, permitindo através de uma
visão real do mundo, detectar os problemas que o assolam e ao mesmo tempo, dotá-los de
12
1.2. Problemática
No processo de ensino e aprendizagem, o método constitui um dos aspectos mais
importantes. Os métodos e técnicas de ensino constituem partes essenciais da metodologia
didáctica de que se vale o professor, para conduzir o educando a integrar, no seu
comportamento, conhecimentos, técnicas, habilidades, hábitos e atitudes que enriquecem a
sua personalidade.
Os métodos didácticos como procedimentos de ensino que são acções, processos ou
comportamentos planejados pelo professor para colocar o aluno em contacto directo com
coisas, factos ou fenómenos, que possibilitem modificar sua conduta em função dos
objectivos previstos. Para que o método didáctico conduza o aluno a uma aprendizagem
efectiva, é necessário que este seja adequado a sua estrutura psicológica e a estrutura lógica
de um determinado conteúdo programático.
Assim, o método expositivo é uma das formas de organizar a actividade docente de modo
que a aprendizagem do aluno se efective. Sua característica essencial consiste na
comunicação verbal por parte do professor em forma de narração ou de demonstração Este
método, entretanto, não entra em conflito com os princípios da escola activa, como pensou-
se durante algum tempo, pois, como e encarado actualmente, ele envolve também a
participação do aluno, através de perguntas, respostas e colocações.
Portanto, diante do exposto, surge a seguinte questão de partida:
Que impacto tem o método expositivo no processo de ensino e aprendizagem na
disciplina de História?
13
que haja uma informação acumulada e excessiva que representa um inconveniente
para uma pesquisa (p. 77).
Para a presente pesquisa que se concretizou em forma de uma monografia, partiu-se das
seguintes hipóteses:
14
1.6. Justificativa e relevância do tema
Os métodos didácticos por um lado concretizam os objectivos previamente estabelecidos,
por outro lado, permitem ao aluno adquirir conhecimentos e habilidades satisfatórios e
aplicáveis na sua vida. Neste caso, a sua falta durante o processo de ensino e
aprendizagem, não permitirá desenvolver um conhecimento significativo, que facilite uma
compreensão e interpretação dos fenómenos.
Decorre que uma aprendizagem efectiva só pode existir na medida em que contarmos com
o uso dos métodos didácticos apropriados para cada matéria. Estes, quando utilizados
adequadamente pelo professor, aumentam o grau de aquisição de conhecimento durante o
processo de ensino e aprendizagem. Atendendo a todas as consequências que o professor
fornece ao aluno, analisa-se a possibilidade de utilizar métodos didácticos como um
contributo para a melhoria da qualidade de ensino.
O método expositivo, por muitos considerado ultrapassado, continua a dar uma valiosa
contribuição no processo de ensino e aprendizagem, apesar dos vários desafios do ensino
actual e das especificidades dos alunos. Assim, a aula expositiva se torna pertinente
quando o professor se depara com determinados conteúdos, que por vezes são complexos
de ministrar com recurso aos métodos centrados nos alunos.
15
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
Neste capítulo, fez-se com recurso a várias fontes disponíveis e consultadas a revisão da
literatura, trazendo-se à pesquisa as várias contribuições de autores em torno do impacto do
método expositivo e seu contributo para o ensino em geral, e o de História em particular.
Portanto, ao longo do capítulo, foi notória a apresentação de ideias que corroboram com o
cerne da temática, em cuja proposta e desenvolvimento se tornou pertinente, na medida em
que a pesquisa pretende contribuir para o melhor entendimento do que possa se ter em
relação a relevância do uso do método expositivo no processo de ensino e aprendizagem
nos dias que correm.
Na óptica de LAKATOS (2005) “método é um meio usado para alcançar certos objectivos.
Assim podemos falar de método de ensino e aprendizagem como meio de levar o aluno
adquirir os conhecimentos, hábitos, habilidades”. (p. 134)
16
Para LIBÂNEO (1990) “método é o caminho para atingir um objectivo. Assim métodos
são meios adequados para atingir um determinado objectivo nas actividades do ensino”. (p.
150)
17
Este mesmo autor caracteriza a exposição dogmática como a que se apoia no princípio de
que aquilo que o professor diz é verdade, cabendo ao aluno absorvê-lo sem qualquer
questionamento. Por sua vez, a exposição dialogada caracteriza-se pela participação
efectiva dos alunos, que questionam, expõem os seus pontos de vista, exemplificam as
colocações do professor.
NÉRICI (1989) chama a exposição dialogada de “aberta, pois a mensagem do professor é
mais pretexto para desencadear a participação da classe, podendo haver assim contestação,
pesquisa e discussão, sempre que oportuno e necessário”. (p. 64)
18
moderna tecnologia educacional permite ao professor complementar as informações e
manter a atenção do aluno. (p. 78)
19
na matéria, o seu entusiasmo pelo assunto, o seu interesse pela aprendizagem dos alunos,
assim como seus sentimentos em relação aos ouvintes.
Assim, como refere CHERRY (1971):
O falar, como meio de comunicação, não se pode divorciar a rigor, do restante da
actividade comunicativa do Homem. As operações dos órgãos de formação e do ouvido
constituem parte integral do funcionamento de todo o organismo e do cérebro. Quando
ouvimos uma pessoa falar, vemo-la também usualmente e aos seus gestos e expressões
faciais: comunicamo-nos num complexo meio ambiente físico contra um plano de fundo
social e cultural determinado. (p. 136)
20
b) O conteúdo de uma aula não deve ser demasiadamente abstracto, os principiantes
necessitam de uma maneira especial, ilustrações e aplicações que relacionem a
experiências prévias;
c) - Ao seleccionar o conteúdo, o professor deve ter em vista o nível de conhecimento dos
alunos e o seu grau de desenvolvimento mental. As operações mentais, os acontecimentos
e as sequências que o aluno deve acompanhar não devem exigir dele mais mobilidade
mental do que e possível ao seu estágio de desenvolvimento. (p. 29)
23
Se bem que é possível enumerar vantagens e/ou aspectos positivos ao método expositivo,
igualmente é possível elencar críticas e limitações a este método tão utilizado pelos
professores nas suas aulas.
Assim, como refere ANDRADE (2006), “a aula expositiva caracteriza-se pela autoridade
do professor diante do seu aluno, provocando sérios problemas de comunicação”. (p. 99)
Para MARCHETI (2001), “durante a narração de uma aula, uma palavra desconhecida
mencionada, um ritmo de fala maior do que o habitual, muitas ideias expostas ao mesmo
tempo, pode fazer com que a informação a ser transmitida não seja retida”. (p. 29).
Assim, mesmo que a aula expositiva possa ser empregada para se atingir uma gama de
objectivos educacionais, normalmente tem estado mais voltada à transmissão de
conhecimentos. Estas afirmações fazem referência a algumas das críticas frequentemente
apontadas ao método expositivo.
Segundo LEAL (2010), refere que:
Há unanimidade em se considerar que a grande desvantagem da utilização do método
expositivo é a escassa participação dos alunos na aula, em função da comunicação
unilateral (professor-aluno), característica deste método de ensino. Ou seja, os alunos têm
um papel passivo dentro da sala de aula limitando-se quase exclusivamente a ouvir a
matéria transmitida pelo professor, para posteriormente a reproduzir em testes escritos de
modo a garantir o seu sucesso escolar. (p. 39)
Assim, de acordo com a concepção de metodologias tradicionais de ensino, a
aprendizagem é vista como a aquisição de respostas adequadas, graças a um processo
mecânico de reforços positivos ou negativos. Os professores estão convencidos de que a
atitude que pretendem dos alunos (a boa resposta) pode determinar-se externamente,
recorrendo ao uso de prémio ou do castigo, isto é, às notas. Neste sentido, os alunos são
considerados passivos receptores.
24
Os professores frequentemente transmitem conhecimento e geralmente esperam que os
alunos identifiquem e copiem os campos de conhecimentos transmitidos. Questões
propostas pelo aluno e interacções aluno-aluno são atípicas.
O pensamento do estudante é desvalorizado em muitas salas de aula. Quando perguntam
aos estudantes, muitos professores procuram não capacitar ao aluno a pensar através de
complexas saídas, mas a descobrir se o aluno sabe a resposta certa. Consequentemente, os
estudantes rapidamente aprendem a não levantar suas mãos para responder uma pergunta
do professor, a não ser que tenham a certeza de já saber a desejada resposta.
Também SANTOS (2001) analisa a questão da passividade dos alunos na sala de aula
questionando:
O papel do professor é dar aulas, enquanto ele dá a sua aula, o aluno faz o quê? A
expressão “dar aula” é fruto da era do “mundo pronto”. Num contexto de mundo inacabado
e em constante mudança nós não temos nenhuma aula a «dar», mas sim a construir, junto
com aluno. O aluno precisa ser o personagem principal dessa novela chamada
aprendizagem. Já não tem mais sentido continuarmos a escrever, dirigir e actuar nessa
novela unilateral, na qual o personagem principal fica sentado no sofá, estático e passivo,
assistindo, na maioria das vezes, a cenas que ele não entende. (p. 61)
Por seu turno, BROOKS (1997) destaca que:
Outra das desvantagens inerente à utilização do método expositivo diz respeito à
uniformização dos alunos, isto é, considera-se que todos os alunos aprendem da
mesma forma, não tendo em consideração os seus conhecimentos prévios que
podem ajudar ou dificultar o acompanhamento do assunto em estudo.
Assim, quando o professor expõe a matéria fá-lo com um grau de dificuldade
médio para garantir que a maioria dos alunos da turma a compreendam, no entanto
como desconhece os conhecimentos prévios dos alunos acerca do tema, não
considera as suas diferenças individuais, habilidades e experiências. (p. 21)
Este desconhecimento, por parte do professor, pode originar sérios problemas: alguns
alunos podem não acompanhar ou compreender a matéria por considerarem a exposição do
professor muito complexa, enquanto outros podem desmotivar-se ou abstrair-se por
considerarem a exposição demasiado simples ou por já possuírem esses conhecimentos.
Tal como afirma FERRO (1999):
Estando o método expositivo inserido numa pedagogia tradicional de ensino, esta
metodologia de ensino não favorece o desenvolvimento de habilidades e competências
25
intelectuais que levem o educando a pensar sobre o que aprendeu. Portanto, as aulas
expositivas são as ideais para ensinar factos, definições e conceitos, não sendo as mais
indicadas quando se pretende que os alunos analisem, raciocinem, diagnostiquem
problemas e desenvolvam o espirito crítico. (p. 43)
No método expositivo o conteúdo a ser aprendido é apresentado ao aprendiz na sua forma
final e a tarefa da aprendizagem não envolve nenhuma descoberta independente por parte
do aluno. As aulas expositivas afastam-se de situações concretas, bem como não
proporcionam um ensino pela descoberta, já que os conteúdos são fornecidos aos alunos na
sua forma acabada leva a que os alunos esqueçam mais rapidamente os assuntos abordados
em sala de aula.
Finalmente, sendo as aulas expositivas muito dependentes do professor que transmite os
conhecimentos, faz com que este seja um dos principais responsáveis pelo sucesso ou
insucesso escolar dos seus alunos. Ou seja, os alunos estão condicionados pela capacidade
do expositor, pela sua habilidade em falar em público, pela forma como este motiva ou não
os seus alunos para a temática em estudo, pelo seu entusiasmo na leccionação.
26
CAPÍTULO III: METODOLOGIAS
Este capítulo integra a metodologia e descrição dos processos metodológicos utilizados no
decorrer da presente pesquisa. Assim, foi especificada a natureza do estudo e,
posteriormente, os métodos e técnicas de recolha de dados privilegiados para o tratamento
de informação do Relatório Final. Finalmente foi feita a caracterização dos princípios
éticos que guiaram a investigação.
O mesmo é afirmado por CRESWELL (2007), que refere que estudos de natureza mista
são “uma abordagem de investigação que combina ou associa as formas qualitativa e
quantitativa”. Uma vez que se trata de abordagens com perfis opostos, as duas
metodologias juntas complementam-se na apresentação de resultados (p. 27).
27
Esta definição vai ao encontro das ideias de AIRES (2011), que destaca que:
Neste seguimento, foi realizado um questionário aos professores ainda numa fase inicial. A
aplicação de questionários possibilitou recolher conhecimentos e comportamentos – neste
caso, foi fundamental para compreender os hábitos dos professores relativamente à
utilização dos métodos de ensino na sua actividade lectiva diária.
28
De acordo com SOUSA & BAPTISTA (2011)
Aplicar um questionário permite recolher uma amostra de “conhecimentos, valores,
atitudes e comportamentos”. O questionário foi do tipo misto, embora a maioria
das questões fossem de resposta fechada, o questionário também incluiu questões
de resposta aberta. (p. 91).
As notas de campo são um suplemento importante a outros métodos de recolha de dados.
As notas de campo poderão ser um passo para criar um diário de bordo, “que ajuda o
investigador a acompanhar o desenvolvimento do projecto e a visualizar como é que o
plano de investigação foi afectado pelos dados recolhidos”. As notas de campo serão
obtidas através de comentários feitos (oral ou digitalmente) pelos professores.
No que diz respeito à entrevista semiestruturada, esta pode ser definida como uma técnica
de recolha e obtenção de dados através de questões orientadoras: é, no fundo, uma
interacção social entre o entrevistador e o entrevistado. (BOGDAN & BIKLEN, 1994, p.
51)
Este é o tipo de técnica mais importante e mais comum ao estudar e compreender o ser
humano, pois que abarca o desenvolvimento de uma interacção que cria e capta
significados em que “as características pessoais do entrevistador e do entrevistado
influenciam decisivamente o curso da mesma”. A entrevista efectuada ao longo da
investigação foi estruturada num guião de entrevista.
30
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DE DADOS
Neste capítulo são apresentados e analisados os dados recolhidos através das técnicas
mencionadas anteriormente no presente trabalho. Para uma melhor compreensão da
realidade, foi distribuído um questionário aos professores da Escola Secundária Geral
Eduardo Mondlane de Gurúè, sobre o uso do método expositivo nas suas aulas e o impacto
do mesmo sobre os resultados da aprendizagem. O questionário envolveu cerca de 15
(quinze) professores da escola acima referenciada, conforme a amostragem enunciada no
capítulo anterior referente as metodologias. De referir que os professores abrangidos estão
distribuídos em várias classes e disciplinas, ou seja, leccionam várias classes. Assim,
priorizou-se a escolha aleatória dos professores, de modo a produzir resultados que
eventualmente possam ditar alguma variação do uso do método expositivo de acordo com
a classe por cada professor leccionada.
De seguida, são apresentados e analisados os dados colhidos no âmbito da presente
pesquisa.
31
8
7.5
6.5
5.5
4
4.5
3
3.5
2.5
1.5
0.5
Elaboração conjunta Expositivo Vários métodos
Series1 NaN NaN NaN
Series2 NaN NaN NaN
Series3 4 3 8
Diante do exposto no gráfico, nota-se de facto uma variação das respostas dos professores
inquiridos, uma vez que cerca de quatro (4) professores responderam que usam o método
de elaboração conjunta para a mediação das suas aulas, ainda outros três (3) responderam
que preferem o método expositivo para a transmissão dos conteúdos durante as suas aulas,
mas o maior número de inquiridos, cerca de oito (8) responderam que usam vários métodos
durante as aulas. Assim, os dados mostram que a maioria dos professores faz o uso dos
vários métodos na mesma aula, o que nos traz a conclusão de que na maioria dos casos, o
uso de vários métodos numa determinada aula tem relação com o momento ou o rumo que
uma aula pode ter, ou seja, o professor pode planificar usar um determinado método na sua
aula, mas que chegado o momento, percebe que a assimilação da matéria por parte dos
alunos não é positiva, daí que pode ser obrigado a adoptar um outro método que produza
resultados desejados para a sua aula.
32
5
5 4 4
4
3 2
2
1
0
De acordo com os dados do gráfico acima exposto, há que referenciar que a preferência de
um determinado método durante uma aula está ligada a vários aspectos. Assim, dos
inquiridos que preferem a exposição, cerca de dois (2) responderam que este método
facilita a assimilação dos conteúdos por parte dos alunos, ao passo que outros cinco (5)
inquiridos referiram que a escolha do método expositivo pende-se com a facilidade de
transmissão de conteúdos por si planificados. Com relação aos inquiridos que escolheram
os métodos activos, nomeadamente o método de elaboração conjunta e outros métodos,
cerca de quatro (4) responderam que nestes métodos o aluno assume o seu papel de centro
daa aprendizagem e igual número, neste caso outros quatro (4) responderam que nos
métodos activos o professor apenas serve como mediador dos conteúdos. Portanto, é
importante notar que de forma geral, os métodos usados pelo professor numa determinada
aula têm muita relação com o desenrolar da mesma aula, pois é possível que no decurso da
mesma, haja mudança de método consoante o que estiver a acontecer na interacção entre o
professor e os alunos.
33
Gráfico 3: Possibilidade de leccionar com recurso apenas ao método
expositivo
14 13
12
10
4
2
2
0
1
Sim Não
Atinente a questão acima exposta, uma grande parte dos professores inquiridos, neste caso
treze (13) responderam que não é possível mediar os conteúdos usando apenas o método
expositivo, ao passo que apenas dois (2) responderam que é possível adoptar apenas a
exposição numa aula. Esse posicionamento dos inquiridos não foge do entendimento da
autora, pois usar um único método de ensino pode significar a condenação dos alunos a
não percepção de um determinado conteúdo, o que por si constitui um retrocesso do
processo de ensino e aprendizagem, uma vez que o objectivo principal de uma actividade
lectiva é levar os alunos a assimilação e/ou percepção da matéria mediada pelo professor.
Portanto, se partirmos do princípio de que uma aula pode ter vários momentos, é justo
dizer que cada momento pode exigir um determinado método de ensino.
34
8
7
7
6
5
4 4
4
3
2
1
0
1
Assim, de acordo com os dados apresentados no gráfico acima é possível notar que: sete
(7) professores inquiridos responderam que utilizam o método expositivo normalmente
numa aula nova, mas um outro grupo de inquiridos, neste caso cerca de quatro (4)
responderam que usam o método expositivo em aulas de continuação, e ainda outros quatro
(4) referiram que usam a exposição em todas as aulas. A tendência das respostas
normalmente mostra que os professores estão mais propensos ao uso da exposição quando
o assunto é apresentar uma nova lição, esta postura dos professores pode estar ligada ao
facto de que sempre que se introduz um novo tema, muitos dos alunos estão na condição
de autênticos desconhecedores da matéria, sendo que o professor se sente na obrigação
fazer uma breve exposição para contextualizar os seus alunos.
35
8
8
7
6 5
5
4
3 2
2
1
0
1
Portanto, das respostas dos inquiridos foi possível notar que mais da metade, neste caso
oito (8) professores responderam que o método expositivo tem um impacto positivo na
assimilação da matéria por parte dos alunos, ao passo que outros cinco (5) referiram que o
método expositivo tem um impacto negativo no processo de assimilação dos
conhecimentos por parte dos alunos, houve ainda dois (2) inquiridos que responderam que
é difícil prever o impacto na assimilação dos conteúdos pelos alunos. Assim, a autora da
pesquisa entende que apesar do método expositivo ser considerado tradicional, ele continua
a ser usado e a produzir resultados positivos no processo de ensino e aprendizagem, pelo
que o seu uso poderá continuar nos próximos tempos.
36
4.6. Acerca da continuidade do não do uso do método expositivo nas
aulas
Uma última questão prendia-se com a necessidade da continuidade ou não do uso do
método expositivo. Para a questão em destaque, foi possível compilar as respostas dos
inquiridos no gráfico que se segue:
8
8
7
6
5 4
4 3
3
2
1
0
1
Portanto, de acordo com os dados acima expostos, cerca de oito (8) inquiridos
responderam que o método expositivo deve continuar a ser utilizado nas aulas pelo facto de
ser mais prático, particularmente em turmas numerosas, outros quatro (4) afiançaram que o
método expositivo não deve continuar a fazer parte do processo de ensino e aprendizagem
por ser um método passivo e que secundariza o papel do aluno na sala de aulas, ainda
outros três (3) responderam que não sabem se o método deve ou não continuar a ser usado
nas aulas. Assim, o que deve ser vincado é que o método expositivo permanece tão
presente nas aulas, mesmo que hoje a tónica do processo de ensino e aprendizagem tenha-
se movido no sentido de colocar o aluno no centro do processo educativo. Ademais, o
importante é que o professor deve inovar mesmo que esteja a fazer uma exposição, o que
significa que pode haver uma intercalação da exposição com outros métodos, ou mesmo,
se o professor tiver que usar a exposição, que ela seja uma exposição dialogada, em que o
aluno tem a sua vez de intervir na aula.
37
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES
5.1. Conclusões
A presente pesquisa mostrou que na prática educativa de ensinar, o conhecimento e a
metodologia de ensino são um suporte muito importante para a consecução dos objectivos
que aula após aula os professores preparam as suas aulas e tencionam alcançar os
objectivos por si definidos na sua planificação e, nisto, a disciplina de História não fica de
fora.
Assim, os resultados da pesquisa mostraram claramente que os professores têm noção dos
vários métodos de ensino e fazem o uso deles na sua prática lectiva diária. Sucede porém
que a preponderância de um determinado método está muito relacionada com o tipo de
alunos que cada professor encontra na sala de aulas, ou seja, é a resposta dos alunos aos
estímulos do professor que vai determinar o uso de um determinado método de ensino.
Frente a esta realidade a que assistimos, os professores são levados a reflectir acerca dos
métodos apropriados para o tipo de alunos, pois a finalidade do processo de ensino e
aprendizagem é produzir uma mudança de comportamento no aluno.
38
Há claramente uma necessidade de inovar no que ao uso do método expositivo diz
respeito, pois não sendo possível o abandono do mesmo nas aulas, há que torná-lo mais
atractivo para que os alunos não sejam meros receptores das informações transmitidas pelo
professor.
Portanto, o uso do método expositivo continuará a ser utilizado pelos professores, seja de
que disciplina for, o que tem ficar vincado é que é preciso adequar o método tanto ao tipo
de alunos, como a natureza da aula, o número de alunos por turma, bem como a
disponibilidade de recursos didácticos para um determinado tema.
39
5.2 Sugestões
Como não podia deixar de ser, há que avançar com algumas sugestões que podem tornar a
actividade lectiva dos professores da Escola Secundária Geral Eduardo Mondlane ainda
mais significativa. Assim, sugerimos o seguinte:
Mesmo em salas numerosas como as que assistimos um pouco por todas as escolas, as
variantes metodológicas devem privilegiar sempre o aluno como o centro da
aprendizagem, porque no final da actividade é a mudança no cérebro do aluno que se
pretende;
Se pretende-se mudar o cenário de opção dos chamados métodos tradicionais, nos quais o
expositivo encabeça essa lista, é preciso que a escola crie condições de aprendizagem
adequadas, porque não é possível que o professor seja convidado a usar os chamados
métodos activos nas suas aulas, enquanto enfrenta um verdadeiro “batalhão” de alunos na
sala de aulas, para além de que a biblioteca da escola deve estar apetrechada de material
didáctico para que os professores possam optar por exemplo pelo método de trabalho
independente do aluno.
40
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42
ANEXOS
INQUÉRITO SOBRE O IMPACTO DO USO DO MÉTODO
EXPOSITIVO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
No âmbito de uma pesquisa que estou levando a cabo, convido-o a responder este inquérito
atinente ao uso do método expositivo nas suas aulas no dia-a-dia. Importa referenciar que
os seus dados serão confidenciais e as suas respostas serão usadas unicamente para a minha
pesquisa.
Nome do professor:…………………………………………………………………….
Disciplina que lecciona:……………………..………………...; Classe:………………
1. Durante as suas aulas, qual é o seu método de ensino preferido?
Elaboração conjunta Expositivo Outros métodos
5. Qual tem sido o impacto na aquisição do conhecimento por parte dos alunos em
aulas onde o método expositivo é predominante?
6. Numa altura em que a aprendizagem está centrada no aluno, acha que o método
expositivo deve continuar a ser usado na sala de aulas?