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Tramitacao PLP 108 2023

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Apresentação: 09/04/2024 17:28:54.

210 - CCJC
PRL 1 CCJC => PLP 108/2023

PRL n.1
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 108, DE 2023


Apensado: PLP nº 112/2023

Concede aos Estados da Federação


competência para legislar, nos termos do
parágrafo único do art. 22 da Constituição
Federal.

Autora: Deputada CAROLINE DE TONI


Relator: Deputado DELEGADO PAULO
BILYNSKYJ

I - RELATÓRIO

O Projeto de Lei Complementar n o 108, de 2023, de autoria da


Deputada Caroline de Toni, visa conceder aos Estados da Federação
competência para que possam legislar residualmente, conforme disposição
constitucional, sobre temas relacionados a armas de fogo.

Para tanto, o art. 2o da referida proposição mensura que poderá


ser concedida autorização legislativa residual aos Estados para fins de defesa
pessoal, prática esportiva e controle de fauna exótica, mediante atendimento
de condicionantes que declara.

No art. 3o, dispõe que deverá ser editada legislação estadual


por meio da respectiva Assembleia Legislativa para fins de regulamentação da
prerrogativa relacionada a armas de fogo concedida pela proposição.
*CD249720493100*

No art 4o, estabelece-se que as autorizações concedidas pelo


Estado não poderão implicar no acesso a armas e munições que tenham sido
consideradas proibidas pela legislação federal.

Para verificar a assinatura, acesse https://infoleg-autenticidade-assinatura.camara.leg.br/CD249720493100


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Por fim, no art. 5º, a proposição limita que as autorizações
concedidas pelo Estado somente valerão em seu próprio território, não sendo
extensivo no âmbito de outros Estados.

Como Justificativa, a Autora argumenta que:

“No atual cenário deste ano de 2023, no qual o novo Governo


Federal vem impondo fortes limitações a este segmento de
armas de fogo, sinalizando com outras séries de restrições a
serem implementadas, todas as iniciativas para evitar este
retrocesso normativo são bem-vindas, desde que promovidas
pacificamente, e dentro da legalidade. Uma linha de atuação
para se atingir estas finalidades de impedir retrocessos
decorrentes de modificações legislativas no que se refere a
“armas de fogo”, seria tentar obter no Congresso Nacional um
consenso mínimo exigido para esta finalidade, para que seja
aprovada Lei Complementar, autorizando os estados a
legislarem residualmente sobre temas relacionados a armas de
fogo”.

Apresentada em 12 de maio de 2023, a proposição, em 30 de


junho do mesmo ano, foi distribuída à Comissão de Segurança Pública e
Combate ao Crime Organizado (análise de mérito) e à Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania (art. 54, RICD), em regime de tramitação
de prioridade e sujeita à apreciação do Plenário.

Aos 4 de julho de 2023, foi apensado à proposição o Projeto de


Lei Complementar nº 112, de 2023, de autoria do deputado Delegado Caveira
(PL/PA), o qual também visa autorizar os Estados e o Distrito Federal a legislar
residualmente sobre questões relacionadas a armas de fogo.
*CD249720493100*

As proposições tiveram seus méritos aprovados pela Comissão


Pública e Combate ao Crime Organizado na sessão deliberativa extraordinária
de 12 de dezembro de 2023, por intermédio de substitutivo da lavra do dep.
Junio Amaral.

Pela sujeição da matéria à apreciação do Plenário, não foram


apresentadas emendas na Comissão.

Para verificar a assinatura, acesse https://infoleg-autenticidade-assinatura.camara.leg.br/CD249720493100


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É o relatório.

II - VOTO DO RELATOR

Conforme o determinado no art. 32, inciso IV, alíneas “a”, “d” e


“e” em concomitância com o art. 54, inciso I do Regimento Interno da Casa,
cabe a esta comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania manifestar-se
no tocante às questões de constitucionalidade, de juridicidade e de técnica
legislativa das proposições em tela, bem como aos seus respectivos méritos.

Como bem disse o deputado Junio Amaral em seu parecer na


comissão anterior, é indubitável a importância das proposições em análise por
valorizarem o pacto federativo constitucionalmente estabelecido no Brasil ao
possibilitar que os Estados e o Distrito Federal atuem residualmente nos temas
relacionados às armas de fogo.

Efetivamente, em um país de dimensões continentais e


grandes peculiaridades regionais, dadas pela própria natureza, deve ser
tratada de maneira diferenciada a legislação que versa sobre o acesso às
armas de fogo para fins de defesa pessoal e tiro desportivo. Também não
podemos esquecer a caça de espécies exóticas invasoras que sejam nocivas à
fauna regional e também ao desenvolvimento sustentável e econômico de
nossa agricultura e pecuária - tais como a infestação de javalis no centro sul do
Brasil.

Ou seja, as realidades distintas nos vários Estados da


Federação demandam essas análises específicas conforme as localidades, as
quais serão deliberadas com maior eficiência se realizadas nos respectivos
Poderes Legislativos dos Estados e do Distrito Federal.
*CD249720493100*

Da mesma maneira, defendemos os direitos fundamentais


vinculados às liberdades individuais, que norteiam a proposição ao tratar do
tema relacionado às armas de fogo no âmbito civil, em aspectos desportivos,
ambientais, culturais e defensivos.

Para verificar a assinatura, acesse https://infoleg-autenticidade-assinatura.camara.leg.br/CD249720493100


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Destarte, não temos como negar o mérito e oportunidade das
proposições em tela. Sob o ponto de vista da constitucionalidade, não temos
restrições à livre tramitação da matéria.

Em uma dimensão formal, a Constituição Federal conferiu à


União a competência privativa para legislar sobre direito penal (art. 22, I), bem
como sobre material bélico (art. 22, XXI).

Entretanto, da leitura do parágrafo único do art. 22, verifica-se


ser possível que a União delegue competência aos Estados-membros para
legislar sobre questões específicas atinentes às matérias relacionadas no
artigo. Vejamos:

Art. 22. Compete privativamente à União


legislar sobre:

I - direito civil, comercial, penal, processual,


eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do
trabalho;

(...)

XXI - normas gerais de organização, efetivos,


material bélico, garantias, convocação, mobilização,
inatividades e pensões das polícias militares e dos
corpos de bombeiros militares;

(...)

Parágrafo único. Lei complementar poderá


autorizar os Estados a legislar sobre questões
específicas das matérias relacionadas neste artigo.

Desse modo, tendo em vista que o tema material bélico se


insere no bojo do art. 22 da Carta da República, o presente projeto de lei não
viola o princípio do pacto federativo, tampouco as regras do sistema de
repartição de competências.
*CD249720493100*

Ademais, o Congresso Nacional é instância legítima para a


apreciação de temas dessa natureza, conforme disposto no art. 48 da
Constituição Federal.

Por fim, vale destacar que a iniciativa da proposição também


se coaduna com a previsão constitucional do art. 61:

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Art. 61. A iniciativa das leis complementares e
ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao
Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores,
ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na
forma e nos casos previstos nesta Constituição. (...)

No que diz respeito à juridicidade, de igual modo temos que os


PLPs, 108, de 2023 e 112, de 2023, assim como o substitutivo da Comissão de
Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado não afrontam princípio
estabelecido ou observado pelo nosso ordenamento jurídico. Pelo contrário, as
proposições guardam pertinência com os princípios e padrões normativos
consagrados no direito brasileiro.

Quanto à técnica legislativa, não temos maiores restrições, à


vista do que dispõe a Lei Complementar n o 95, de 1998 e suas alterações
posteriores.

Destarte, votamos pela constitucionalidade, juridicidade e


boa técnica legislativa dos PLPs de nos 108, de 2023 e 112, de 2023; assim
como do substitutivo da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime
Organizado.

É como votamos.

Sala da Comissão, em 09 de abril de 2024.

Deputado DELEGADO PAULO BILYNSKYJ


Relator
*CD249720493100*

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