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Parte 7

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PARTE 7

PRESCRIÇÕES RELATIVAS ÀS OPERAÇÕES DE


TRANSPORTE

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 1


CAPÍTULO 7.1

PRESCRIÇÕES GERAIS RELATIVAS ÀS OPERAÇÕES DE TRANSPORTE


RODOVIÁRIO

7.1.1 Aplicação, disposições gerais e requisitos para transporte,


carregamento e o descarregamento

7.1.1.1 Este capítulo contém disposições comuns aplicáveis às operações de


transporte de produtos perigosos.

7.1.1.2 As recomendações, a seguir, exceto indicação em contrário, são aplicáveis


ao transporte de produtos de qualquer classe. Elas constituem as precauções mínimas
que devem ser observadas para a prevenção de acidentes, bem como para restringir os
efeitos de acidente ou emergência. Além destas, devem ser consultadas as disposições
particulares aplicáveis a cada classe de produtos (itens 7.1.3 à 7.1.8), e as estabelecidas
pelas respectivas autoridades competentes, em relação a produtos da Classe 1 e da
Classe 7, e as disposições especiais a produtos da Subclasse 6.1 e 6.2 e a resíduos,
quando for o caso.

7.1.1.3 Para fins desta Resolução, consideram-se:

a) veículos para o transporte rodoviário:


i. veículos de carga (simples e combinados);
ii. veículos mistos;
iii. veículos especiais;
iv. veículos-tanque;
v. Unidade Móvel de Bombeamento (UMB); e
vi. automóvel, para o transporte de produtos perigosos da Classe
7.

Nota 1: Quando forem utilizados veículos mistos ou especiais, os


produtos perigosos devem ser transportados em compartimento próprio (de
carga), segregado do condutor e auxiliares.

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b) equipamentos de transporte:
i. contêineres de carga;
ii. contêineres-tanques;
iii. tanques portáteis;
iv. Contentores de Múltiplos Elementos para Gás (MEGCs);
v. Contentores para granéis (BK1, BK2 e BK3); e
vi. contentores offshore.
Nota 2: É proibido o transporte de produto perigoso a granel em
equipamento denominado "flexitanque", que consiste em um tanque
construído de material flexível com a forma de travesseiro e equipado com
válvulas para carregamento e descarregamento, instalado dentro de um
contêiner do tipo "Dry Box" destinado ao transporte de cargas gerais
fracionadas.

c) carga a granel: quando o produto perigoso é transportado sem qualquer


embalagem ou recipiente, sendo contido pelo próprio tanque, vaso,
caçamba, carroceria, contêiner tanque ou contentor para granéis.
d) carga fracionada: quando o produto perigoso é transportado em
embalagens, IBCs, embalagens grandes, tanques portáteis e
Contentores de Múltiplos Elementos para Gás (MEGCs) que não se
enquadrem na definição de contêiner da CSC.

7.1.1.4 Exceto se disposto em contrário nesta Resolução, ninguém pode oferecer


ou aceitar produtos perigosos para transporte a menos que:

a) tais produtos tenham sido adequadamente classificados, embalados,


identificados (marcação, rotulagem e demais símbolos aplicáveis) e
descritos corretamente no documento para o transporte de produto
perigoso;

b) não haja resíduo perigoso dos produtos aderido à parte externa do


volume; e

Nota 1: As manchas secas e permanentes, oriundas do processo de


oxidação ou alteração de cor, presentes nas embalagens (incluindo

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IBC e embalagens grandes) com produtos perigosos não são
consideradas resíduos.

Nota 2: No caso de embalagens ou IBC com válvulas de


respiro/alívio/segurança, pode haver a liberação de ar devido à pressão
interna, porém sem a liberação de produto.

c) os demais documentos e equipamentos exigidos por esta Resolução


tenham sido providenciados.

7.1.1.4.1 As informações relativas aos produtos perigosos devem acompanhá-los até


seu destino. Tais informações devem estar no documento fiscal para transporte de
produtos perigosos, conforme item 5.4.1.2.1, e devem ser repassadas ao destinatário
após a entrega dos produtos perigosos.

Nota: Quando for utilizada documentação eletrônica, esta documentação deve


ser disponibilizada sempre que solicitada, a qualquer tempo até a destinação final,
devendo ser reproduzida sem atrasos.

7.1.1.5 Produtos perigosos não podem ser transportados a menos que os veículos
e os equipamentos de transporte estejam devidamente sinalizados e se encontrem nas
condições de transporte previstas nesta Resolução.

7.1.1.6 Os volumes que contenham produtos perigosos somente devem ser


carregados em veículos e equipamentos de transporte capazes de resistir aos choques
e às cargas que são produzidas normalmente durante o transporte, levando-se em conta
as condições que podem ocorrer durante a viagem. Os veículos e equipamentos de
transporte devem ser projetados de maneira a evitar perdas de conteúdo. Quando for
apropriado, os veículos e equipamentos de transporte devem ser dotados de dispositivos
que facilitem a manipulação e o acondicionamento dos volumes contendo produtos
perigosos.

7.1.1.7 O interior e o exterior dos veículos devem ser inspecionados antes do


carregamento para assegurar que não haja danos que possam afetar a sua integridade
ou a dos volumes que serão acondicionados nessa unidade, atendidas também as
normas estabelecidas por outras autoridades competentes para cada classe de risco.

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7.1.1.8 É proibida a circulação de veículos e equipamentos de transporte
destinados ao transporte rodoviário de produtos perigosos que apresentem
contaminação proveniente de produtos perigosos em seu exterior.

7.1.1.8.1 As operações de limpeza e descontaminação para a realização dos


serviços de inspeção periódica para capacitação, manutenção, reparo, reforma e
verificação metrológica devem ser realizadas por empresas especializadas ou
acreditadas pelo Inmetro, as quais devem fornecer o Certificado de Descontaminação,
conforme Portarias daquele Instituto que regulamentam o assunto. No caso de
contaminação com material radioativo, a descontaminação deve ser feita sob supervisão
de um profissional de proteção radiológica e atendendo-se as prescrições da autoridade
competente, quando aplicável.

7.1.1.8.2 As operações de limpeza e descontaminação não autorizam o


carregamento de produtos para uso ou consumo humano ou animal em embalagens,
IBCs, tanques portáteis e equipamentos destinados ao transporte de produtos perigosos
a granel.

7.1.1.8.3 As manchas secas e permanentes, oriundas do processo de oxidação ou


alteração de cor por eventual derramamento de produtos, presentes nos veículos e
equipamentos de transporte, não são consideradas resíduos.

7.1.1.9 Os veículos ou equipamentos de transporte devem ser carregados de


maneira que produtos perigosos incompatíveis, assim como produtos perigosos com
outro tipo de mercadoria, estejam segregados conforme disposições previstas nesta
Resolução. Devem ser também respeitadas as instruções específicas para estiva, tais
como a direção das setas de orientação, as indicações de "não empilhar" ou "conservar
em seco" ou os requisitos de controle de temperatura. Quando for permitido o
empilhamento e sempre que for possível, as embalagens contendo produtos perigosos
líquidos devem ser estivadas debaixo das embalagens contendo produtos perigosos
sólidos, atendidos os limites de peso para empilhamento.

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7.1.1.10 Os volumes contendo produtos perigosos e artigos perigosos não
embalados devem ser fixados aos veículos ou equipamentos de transporte por meios
capazes de imobilizá-los (tais como correias de fixação, travessas móveis ou braçadeiras
ajustáveis) de maneira que se impeça, durante o transporte, qualquer movimento que
possa modificar a orientação dos volumes ou danificá-los. Quando forem transportados
produtos perigosos juntamente com outros artigos (por exemplo, maquinaria pesada ou
engradados), todos os volumes devem estar amarrados ou fixados no interior dos
veículos e equipamentos de transporte para evitar a liberação de produtos perigosos.
Também se pode impedir o movimento dos volumes enchendo-se os espaços vazios
com material de estiva ou dispositivos de sujeição ou de bloqueio. Quando forem
utilizados dispositivos tais como faixas ou correias de fixação, estas não podem ser
apertadas ao ponto de danificar ou deformar o volume.

7.1.1.11 Todos os volumes do carregamento contendo produtos perigosos devem


ser convenientemente arrumados e escorados entre si ou presos por meios adequados
no veículo ou dentro do cofre de carga, de maneira a evitar qualquer deslocamento, seja
de um volume em relação a outro, seja desses em relação às paredes do veículo ou do
cofre de carga. Os volumes não podem ser empilhados, a menos que tenham sido
projetados para esse fim. Quando diferentes modelos de embalagens projetados para
serem empilhados forem transportados juntos, deve ser levada em conta sua
compatibilidade para empilhamento. Quando necessário, devem ser utilizados
dispositivos de suporte para impedir que os volumes empilhados danifiquem os de baixo.
Os IBC e embalagens grandes devem ser seguramente fixados e acondicionadas nos
veículos ou equipamentos de transporte, de modo que se impeçam deslocamentos
laterais, longitudinais ou impactos no compartimento de carga.

7.1.1.12 Durante as operações de carregamento e descarregamento, as embalagens


que contenham produtos perigosos devem ser protegidas contra danos. Atenção
especial deve ser dada ao manuseio de volumes durante sua preparação para
transporte, ao tipo de veículos ou equipamento de transporte no qual serão transportados
e ao método de carregamento e descarregamento, de modo que não haja dano acidental
decorrente de arrasto ou manuseio incorreto dos volumes. Os volumes que
apresentarem vazamentos ou estiverem danificados, de forma que seu conteúdo possa
vazar, não devem ser aceitos para transporte. Se for constatado que um volume se

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encontra danificado ao ponto de produzir vazamento do conteúdo, este não deve ser
transportado, mas sim transferido para um lugar seguro, em conformidade com as
instruções dadas pela autoridade competente, ou por uma pessoa responsável que
tenha sido designada e que esteja familiarizada com os produtos perigosos, os riscos
envolvidos e com as medidas que devem ser tomadas em caso de emergência.

Nota 1: Exigências adicionais quanto ao transporte de embalagens e de IBCs


encontram-se nas instruções relativas ao uso de embalagens e IBCs (ver Capítulo 4.1).

Nota 2: Orientações adicionais sobre a estiva em veículos e equipamentos de


transporte podem ser encontradas nas Diretrizes OMI/OIT/UNECE sobre Unidades
Fechadas de Transporte de Cargas (CTUs) contidas no suplemento do Código Marítimo
Internacional de Produtos Perigosos. Também se pode consultar os Códigos de Práticas
Modais e Nacionais ou o código de práticas de segurança dos carregamentos em
veículos ("Code of Practice of Loads on Vehicles"), do Departamento de Transporte do
Reino Unido.

7.1.1.13 Contentores para granéis flexíveis devem ser transportados dentro de


veículos ou equipamentos de transporte com laterais rígidas que se estendam pelo
menos até dois terços da altura do contentor, proibido o empilhamento uns sobre os
outros.

7.1.1.13.1 Contentores para granéis flexíveis devem ser fixados aos veículos ou
equipamentos de transporte por meios capazes de imobilizá-los, de maneira que se
impeça, durante o transporte, qualquer movimento que possa modificar a orientação dos
volumes ou danificá-los. Quando forem utilizados dispositivos tais como faixas ou
correias de fixação, estas não podem ser apertadas ao ponto de danificar ou deformar o
contentor para granel flexível.

7.1.1.13.2 Contentores para granéis flexíveis não podem ser empilhados durante o
transporte.

7.1.1.14 Os tanques portáteis somente podem ser transportados sobre veículos


cujos elementos de fixação sejam capazes de suportar, quando os tanques levarem a

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carga máxima permissível, as forças especificadas nos itens 6.7.2.2.12, 6.7.3.2.9 ou
6.7.4.2.12, conforme corresponda.

7.1.1.15 Veículos e equipamentos de transporte descarregados, que contenham


resíduos do conteúdo anterior, por serem considerados potencialmente perigosos, estão
sujeitos às mesmas prescrições aplicáveis a veículos carregados.

7.1.1.16 Se, durante o carregamento e o descarregamento, for derramado qualquer


quantidade de produtos perigosos, o trabalho deve ser interrompido imediatamente e
somente recomeçado depois de adequada limpeza e descontaminação do local. A
limpeza e a descontaminação devem ser realizadas conforme recomendações do
fabricante do produto, em locais e condições que atendam às determinações dos órgãos
de meio ambiente.

7.1.1.17 É proibido fumar próximo a embalagens, a veículos ou a equipamentos,


assim como dentro dos veículos e equipamentos carregados com produtos perigosos.

7.1.1.18 É proibido entrar em veículos e equipamentos destinados ao transporte


rodoviário de produtos perigosos com aparelhos de iluminação a chama. Além disso, não
podem ser utilizados aparelhos e equipamentos capazes de provocar ignição dos
produtos ou de seus gases ou vapores.

7.1.1.19 Se não houver risco de alteração, as bebidas alcoólicas isentas (com até
24% de álcool em volume) podem ser transportadas em tanques que tenham contido
bebidas alcoólicas não-isentas, desde que sejam tomadas medidas para evitar
contaminação das primeiras.

7.1.1.20 Durante as operações de transporte, constituídas por carga, descarga,


transbordo e o próprio transporte, os volumes não podem ficar expostos ao sol e ao calor
por longos períodos de tempo, nem atirados ou submetidos a choques.

7.1.1.21 Nos locais destinados à carga, descarga e transbordo, os produtos


perigosos devem ser mantidos isolados de produtos ou objetos de uso e/ou consumo
humano ou animal.

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7.1.1.22 Nos veículos transportando produtos perigosos é proibido serem instalados
ou mantidos, em qualquer compartimento, aparelho ou equipamento de aquecimento
sujeito à combustão, a gás ou elétrico (fogão, fogareiro ou semelhantes), assim como os
produtos combustíveis necessários ao seu funcionamento, ou quaisquer recipientes ou
dispositivos capazes de produzir ignição dos produtos, seus gases ou vapores, bem
como é proibida a instalação de reservatório extra de combustível, exceto se permitido
pela legislação de trânsito.

7.1.1.23 É proibido o transporte de amostras testemunhas de produtos perigosos


embalados dentro da cabine dos veículos, devendo o produto perigoso ser
acondicionado em compartimento próprio localizado separado da cabine do veículo e
deve estar devidamente embalado com identificação exigidas ao produto, além de estar
estivado para evitar qualquer tipo de vazamento. Nesse compartimento é proibido o
transporte do produto perigoso juntamente com alimentos, medicamentos, ou quaisquer
objetos destinados ao uso e/ou consumo humano ou animal, ou ainda com embalagens
de mercadorias destinadas ao mesmo fim, exceto se forem acondicionados em cofres
de carga.

7.1.1.24 É proibido entrar em carroceria coberta ou fechada, carregado com gases


inflamáveis, portando aparelhos de iluminação a chama. Além disso, não se pode utilizar
aparelhos e equipamentos que possam causar ignição dos produtos.

7.1.1.25 Se, por qualquer motivo, tiverem de ser efetuadas operações de manuseio
em locais públicos, volumes com produtos de naturezas diferentes devem ser separados
segundo os respectivos símbolos de risco. Durante as operações, os volumes devem ser
manuseados com o máximo cuidado e, se possível, sem que sejam virados.

7.1.2 Segregação de produtos perigosos

7.1.2.1 Produtos incompatíveis para fins de transporte devem ser segregados uns
dos outros durante a sua movimentação. Para fins desta Resolução, são considerados
incompatíveis substâncias ou artigos que, quando estivados em conjunto, resultarem em

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riscos indevidos, no caso de vazamento, derramamento ou qualquer outro acidente,
gerando risco de ocorrer explosão, desprendimento de chamas ou calor, formação de
gases, vapores, compostos ou misturas perigosas, devido à alteração das características
físicas ou químicas originais de qualquer um dos produtos, se postos em contato entre
si.

7.1.2.2 As disposições sobre a segregação entre produtos perigosos incompatíveis


podem variar em função da extensão do risco que surge das reações possíveis entre tais
produtos.

7.1.2.3 Os preceitos desta Resolução têm caráter geral. As disposições sobre


segregação relativas ao transporte rodoviário deverão basear-se nos seguintes
princípios e na norma ABNT NBR 14619:

a) os produtos perigosos incompatíveis deverão ser separados uns do


outros a fim de, efetivamente, reduzir-se ao mínimo o risco de
vazamentos ou derramamentos ou qualquer outro acidente;

b) quando produtos perigosos forem transportados juntos, deverão ser


aplicadas as normas de segregação mais severas prescritas para os
produtos em questão;

c) com relação aos volumes nos quais se exige um rótulo de risco


subsidiário, deverão ser aplicadas as normas de segregação
apropriadas para o risco subsidiário se forem mais restritas do que
as prescritas para o risco primário.
7.1.2.4 Não será considerado proibido o transporte conjunto descrito no item
7.1.2.1 desde que os produtos incompatíveis, transportados de forma fracionada e
adequadamente embalados, sejam segregados, nos veículos e equipamentos de
transporte, em cofres de carga que garantam a estanqueidade entre os produtos
transportados, assegurando a impossibilidade de danos a pessoas, mercadorias,
segurança pública e meio ambiente.

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7.1.2.4.1 O expedidor é o responsável por assegurar que o tipo de cofre de carga
selecionado é adequado para garantir a estanqueidade, em função das características
físico-químicas dos produtos perigosos presentes no carregamento.

7.1.2.5 Uma sobreembalagem não pode conter produtos perigosos que reajam
perigosamente entre si.

7.1.2.6 Especificamente para substâncias e artigos da Classe 1, o item 7.1.3


apresenta as exigências de segregação detalhadas.

7.1.2.7 As exigências de segregação para os produtos da Classe 7 são


determinadas pelas resoluções da CNEN.

7.1.3 Disposições especiais aplicáveis ao transporte de explosivos

7.1.3.1 Segregação de produtos da Classe 1 de diferentes grupos de


compatibilidade

Nota: A segurança de substâncias e artigos explosivos seria maior se cada tipo


fosse transportado separadamente, mas considerações de praticidade e economia
descartam esse ideal. Na prática, o equilíbrio adequado entre interesses de segurança
e outros fatores relevantes impõe certo grau de mistura no transporte de diversos tipos
de substâncias e artigos explosivos.
7.1.3.1.1 A "compatibilidade" dos explosivos é que determina até que ponto
produtos da Classe 1 podem ser transportados em conjunto. Produtos da Classe 1 são
considerados “compatíveis” se puderem ser transportados juntos sem aumentar, de
forma significativa, a probabilidade de acidente ou, para uma dada quantidade, a
magnitude dos efeitos de tal acidente.

7.1.3.1.2 Produtos incluídos nos Grupos de Compatibilidade A a K e N podem ser


transportados de acordo com as seguintes disposições:

(a) volumes que exibam a mesma letra de grupo de compatibilidade e o


mesmo número de subclasse podem ser transportados juntos;

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(b) produtos do mesmo grupo de compatibilidade, mas de subclasses
diferentes, podem ser transportados juntos, desde que o conjunto
seja tratado como pertencente à subclasse identificada pelo menor
número. Entretanto, quando produtos da Subclasse 1.5 – Grupo de
Compatibilidade D – forem transportados juntamente com produtos
da Subclasse 1.2 – Grupo de Compatibilidade D – o conjunto deve
ser tratado, para fins de transporte, como se fosse da Subclasse 1.1
– Grupo de Compatibilidade D;

(c) volumes que exibam letras de diferentes grupos de compatibilidade


não podem, em geral, ser transportados em conjunto
(independentemente da subclasse), exceto nos casos dos Grupos de
Compatibilidade C, D, E e S, conforme explicado em 7.1.3.1.3 e
7.1.3.1.4.

7.1.3.1.3 Admitir-se-á o transporte de produtos dos Grupos de Compatibilidade C,


D e E num mesmo veículo ou equipamento de transporte, desde que o código de
classificação do conjunto seja determinado de acordo com os procedimentos de
classificação de 2.1.3. A subclasse apropriada é determinada de acordo com 7.1.3.1.2,
(b). Qualquer combinação de artigos dos Grupos de Compatibilidade C, D e E deverá
ser alocada no Grupo de Compatibilidade E. Qualquer combinação de substâncias dos
Grupos de Compatibilidade C e D deverá ser alocada no grupo de compatibilidade mais
adequado dentre os constantes em 2.1.2.1.1, levando-se em conta as características
predominantes da carga combinada.

7.1.3.1.4 Produtos do Grupo de Compatibilidade S poderão ser transportados com


produtos de quaisquer outros grupos de compatibilidade, exceto A e L.

7.1.3.1.5 Produtos do Grupo de Compatibilidade L não podem ser transportados


com produtos de nenhum outro grupo. Além disso, produtos do Grupo de
Compatibilidade L somente podem ser transportados com o mesmo tipo de produto do
próprio grupo.

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7.1.3.1.6 Produtos do Grupo de Compatibilidade N não podem, em geral (ver o item
7.1.3.1.2 (b)), ser transportados com produtos de nenhum outro grupo de
compatibilidade, com exceção do Grupo S. Entretanto, se vierem a ser transportados
com produtos dos Grupos de Compatibilidade C, D e E, os produtos do Grupo de
Compatibilidade N devem ser tratados como pertencentes ao Grupo de Compatibilidade
D (ver, também, o item 7.1.3.1.3).

7.1.3.2 Transporte misto de produtos da Classe 1 e produtos perigosos de


outras classes em contêineres e veículos

7.1.3.2.1 Exceto quando expressamente previsto nesta Resolução, os produtos da


Classe 1 não podem ser transportados em contêineres e veículos juntamente com
produtos perigosos de outras classes.

7.1.3.2.2 Os produtos da Subclasse 1.4, grupo de compatibilidade S, poderão ser


transportados junto com produtos perigosos de outras classes.

7.1.3.2.3 Os explosivos de demolição (exceto o Nº ONU 0083 explosivos de


demolição, tipo C) poderão ser transportados junto com nitratos de amônio e nitratos
inorgânicos da Classe 5.1 (Números ONU 1942 e 2067), com nitratos de metais
alcalinos (por exemplo, ONU 1486) e com nitratos de metais alcalinos terrosos (por
exemplo, ONU 1454), contanto que o conjunto seja considerado como explosivos de
demolição da Classe 1 para fins de identificação, sinalização, segregação, estiva e
carga máxima permitida.

Nota: Nitratos de metais alcalinos incluem nitrato de césio (ONU 1451), nitrato
de lítio (ONU 2722), nitrato de potássio (ONU 1486), nitrato de rubídio (ONU 1477) e
nitrato de sódio (ONU 1498). Nitratos de metais alcalinos terrosos incluem nitrato de
bário (ONU 1446), nitrato de berílio (ONU 2464), nitrato de cálcio (ONU 1454), nitrato
de magnésio (ONU 1474) e nitrato de estrôncio (ONU 1507).

7.1.3.2.4 Os dispositivos para salvamento (Números ONU 3072 e 2990) que

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contenham produtos da Classe 1 como equipamento poderão ser transportados junto
com os mesmos produtos perigosos que contenham tais dispositivos.

7.1.3.2.5 Os dispositivos infladores de "air-bags", módulos de "air-bags" ou pré-


tensores de cintos de segurança, da Subclasse 1.4, Grupo de Compatibilidade G (Nº
ONU 0503), poderão ser transportados junto com infladores de "air-bags" ou com
módulos de "air-bags" ou com pré-tensores de cintos de segurança da Classe 9 (Nº
ONU 3268).

7.1.3.3 Transporte de explosivos em contêineres e veículos rodoviários

7.1.3.3.1 Para o transporte de substâncias e artigos explosivos da Classe 1 os


veículos rodoviários, contêineres devem se encontrar em bom estado estrutural, sendo
que no caso específico de contêineres, a adequação deve ser comprovada pela
presença da placa de aprovação prevista na Convenção Internacional sobre a
Segurança dos Contêineres (CSC), além de uma inspeção visual detalhada, na forma
seguinte:

(a) antes de carregar explosivos em um contêiner ou veículo rodoviário,


estes devem ser examinados para verificar se não há resíduo algum
de um carregamento anterior, comprovar que se encontram em bom
estado estrutural, e que o fundo ou piso e as paredes interiores não
possuam partes salientes;

(b) bom estado estrutural significa que o contêiner ou o veículo


rodoviário não apresentam defeitos importantes em seus
componentes estruturais, tais como: as vigas superiores e inferiores,
as travessas superiores e inferiores das extremidades, a soleira e o
dintel das portas, as travessas do chão, as colunas dos cantos, e as
cantoneiras no caso dos contêineres. Defeitos importantes
compreendem os afundamentos e curvaturas que excedam 19 mm
de profundidade, qualquer que seja o comprimento, as fendas ou
fissuras nos elementos estruturais; mais de uma emenda, ou uma
emenda incorretamente realizada (por exemplo, parcialmente
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coberta) nas travessas superiores ou inferiores das extremidades ou
nos dintéis das portas, ou mais de duas emendas em qualquer viga
superior ou inferior, ou emenda na soleira de uma porta ou nas
colunas dos cantos; dobradiças de portas ou ferragens que estejam
duras, retorcidas ou quebradas, ou que não funcionem por alguma
outra causa, ou faltando; gaxetas ou vedações que não vedam, ou,
no caso dos contêineres, qualquer deformação na sua configuração
geral que, por seu tamanho, possa impedir a devida colocação do
material de manipulação, a montagem e a fixação sobre um chassis
ou um veículo ou a inserção nas células dos navios;

(c) além disso, não será admitida nenhuma deterioração de qualquer


elemento do contêiner ou do veículo rodoviário, qualquer que seja
seu material de construção, tais como partes enferrujadas de um
lado ou outro das paredes metálicas ou desintegração nos elementos
de fibra de vidro. Porém, admite-se o desgaste normal, inclusive
pequena oxidação (ferrugem), a presença de pequenos
afundamentos e arranhões superficiais e outros danos que não
tornem o equipamento impróprio para o uso e nem prejudiquem a
sua estanqueidade frente às intempéries ou condições normais de
transporte.

7.1.3.3.2 No caso das substâncias em pó muito fluido das Subclasses 1.1C, 1.1D,
1.1G, 1.3C e 1.3G, e fogos de artifício das Subclasses 1.1G, 1.2G e 1.3G, o assoalho
dos contêineres deverá possuir uma superfície ou um revestimento não metálicos.

7.1.3.3.3 Transporte de explosivos em Unidade Móvel de Bombeamento – UMB

7.1.3.3.3.1 Os compartimentos de segurança para explosivos, contendo volumes com


detonadores e/ou conjuntos de detonadores, bem como contendo substâncias e artigos
explosivos do grupo de compatibilidade D, devem ser concebidos para assegurar uma
separação eficaz de forma a impedir qualquer transmissão da detonação dos
detonadores e/ou dos conjuntos de detonadores com substâncias e artigos explosivos
do grupo de compatibilidade D. A separação deve ser assegurada através de
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compartimento construído com blindagem em chapa de aço de espessura suficiente para
orientar a onda de choque para a área superior da carroçaria, no caso de uma explosão,
com revestimento interno de madeira, preferencialmente compensado naval, a fim de
evitar o atrito e ter acesso exclusivo pela lateral da carroçaria, de modo a assegurar uma
separação eficaz entre substâncias e artigos explosivos, impedindo qualquer
transmissão da detonação. O compartimento de segurança para explosivos pode ser
único ou duplo. Em ambos os casos devem ser dotados de fechos.

7.1.3.3.3.2 O Transporte de explosivos em Unidade Móvel de Bombeamento (UMB)


somente será autorizado se forem satisfeitas as seguintes condições:
a) a autoridade competente deve autorizar a operação de transporte no seu
território;
b) os explosivos embalados incompatíveis devem estar segregados em
compartimento de segurança para explosivos duplo ou em compartimentos
de segurança distintos que satisfaçam as prescrições do item 7.1.3.3.3.1,
ou dispostos em caixa(s) de segurança (cofre de carga para explosivo)
distinta(s), que deve(m) estar afixada(s) nas laterais da referida unidade de
transporte em lados opostos.
c) nenhum outro produto perigoso pode ser transportado com explosivos
embalados no mesmo compartimento de segurança para explosivos ou na
caixa de segurança (cofre de carga para explosivo); e
d) os explosivos embalados só devem ser carregados na Unidade Móvel
de Bombeamento (UMB) após o carregamento dos outros produtos
perigosos e imediatamente antes do início do transporte.
7.1.3.3.3.3 As Unidades Móveis de Bombeamento (UMB) carregadas devem ser
vigiadas, ou se isso não for possível, devem ser estacionados em locais ou dependências
que ofereçam todas as garantias de segurança. As Unidades Móveis de Bombeamento
(UMB) vazias e contaminadas e que não tenham explosivos embalados nos
compartimentos para explosivos estão isentos desta prescrição.

7.1.3.3.3.4 A tubulação flexível de descarga da Unidades Móveis de Bombeamento


(UMB), ligadas de forma permanente ou não, bem como a tubulação alimentadora,
devem estar isentas de substâncias explosivas em mistura ou sensibilizadas durante o
transporte.

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 16


7.1.3.3.3.5 O transporte de diferentes produtos e artigos explosivos da Classe 1 deve
ser realizado conforme critérios de grupos de compatibilidade, exceto quando forem
colocados em caixa(s) de segurança (cofre de carga para explosivo) transportada(s) em
veículo com carroçaria aberta ou fechada, ou em veículos dotados de compartimento de
segurança para explosivos.

7.1.3.3.3.6 A caixa de segurança (cofre de carga para explosivo) deve possuir fecho(s)
e ser construída com uma blindagem em chapa de aço AISI 1020, com espessura
mínima de 4,8 mm, bem como deve ter um revestimento térmico com espessura de no
mínimo 10 mm e um revestimento interno em madeira compensada de espessura
mínima de 6 mm. O revestimento térmico deve estar entre a blindagem em chapa de aço
e o revestimento interno de madeira.

7.1.3.3.3.7 Quando for utilizada a caixa de segurança (cofre de carga para explosivo)
no transporte fracionado de substâncias e artigos da Classe 1 (explosivos) em veículos
de carroçaria aberta ou fechada, esta deve ficar posicionada em local de fácil acesso,
próximo à porta ou tampa e afixada de modo a não se deslocar durante o transporte.

7.1.3.3.3.8 A(s) caixa(s) de segurança (cofre de carga para explosivo) e o(s)


compartimento(s) de segurança para explosivos devem estar localizados onde estejam
protegidos contra choques, possíveis danos causados por irregularidades do terreno,
interações perigosas com outros produtos perigosos e fontes de ignição no próprio
veículo, como, por exemplo, gases do escapamento. Não é permitida a colocação de
qualquer material em cima da caixa de segurança (cofre de carga para explosivo) ou do
compartimento de segurança para explosivos.

7.1.3.4 Prescrições gerais de serviço

7.1.3.4.1 Quaisquer veículos e equipamentos de transporte destinados a transportar


produtos da Classe 1 devem, antes do carregamento, ser verificadas pelo expedidor
quanto a defeitos estruturais ou deterioração de qualquer um de seus componentes.

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 17


7.1.3.4.2 Produtos explosivos devem ser transportados em veículos rodoviários do
tipo baú ou carroceria lonada. A lona deve ser impermeável e resistente ao fogo; deve
ser colocada de forma a cobrir totalmente a carga, sem possibilidade de se soltar.

7.1.3.4.3 Veículos rodoviários com produtos explosivos, quando circularem em


comboio, devem manter distância mínima de 80 metros entre si. Se, por qualquer razão,
o comboio for obrigado a parar, deve-se manter distância mínima de 50 metros entre os
veículos estacionados.

7.1.3.4.4 Durante as operações de transporte, carga, descarga ou transbordo, os


volumes não devem ser expostos ao sol e ao calor, nem atirados ou submetidos a
choques.
7.1.3.4.5 Nas operações de carga, descargas e transbordos, os volumes não devem
ser empilhados nas proximidades dos canos de descargas dos veículos.

7.1.3.4.6 Produtos explosivos não podem ser carregados ou descarregados em


locais públicos, em aglomerados populacionais, sem autorização especial das
autoridades competentes, exceto se tais operações forem justificadas por motivos graves
relacionados com segurança. Nesses casos, as autoridades devem ser imediatamente
informadas.

7.1.3.4.7 Se, por qualquer motivo, tiverem de ser efetuadas operações de manuseio
em locais públicos, volumes com produtos de naturezas diferentes devem ser separados
segundo seus respectivos rótulos de risco. Durante as operações, os volumes devem
ser manuseados com o máximo cuidado.

7.1.3.4.8 Durante o transporte de produtos da Classe 1, as paradas por necessidade


de serviço devem, tanto quanto possível, ser efetuadas longe de locais habitados ou de
locais com grande fluxo de pessoas. Se for estritamente necessário fazer parada
prolongada nas imediações de tais locais, as autoridades devem ser notificadas.

7.1.3.4.9 Antes do carregamento de produtos explosivos, devem ser retirados dos


veículos ou equipamentos de transporte todos os resíduos de material facilmente
inflamável, bem como todos os objetos metálicos, não-integrantes dos veículos e

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 18


equipamento de transporte, que possam produzir centelha. Os veículos e equipamento
de transporte deve ser inspecionado para garantir a ausência de resíduo de
carregamento anterior e a inexistência de saliência interna.

7.1.3.4.10 A estopa e outros materiais de fácil combustão, que se façam necessários


no veículo, devem ser levados na quantidade estritamente necessária e, quando
contaminados com graxa, óleo combustível, etc., devem ser descartados imediatamente.

7.1.3.4.11 No caso de empilhamento, a parte inferior das embalagens que estejam


na camada superior não pode ultrapassar a altura da carroceria. Além disso, volumes
com outros produtos, perigosos ou não, podem ser colocados sobre volumes contendo
produtos explosivos. Os volumes devem estar dispostos de forma que possam ser
descarregados no destino, um a um, sem que seja necessário refazer o carregamento.

7.1.4 Disposições especiais aplicáveis ao transporte de gases

7.1.4.1 Os recipientes de aerossóis transportados para fins de reciclagem ou


descarte, de acordo com a Provisão Especial 327, não podem ser transportados em
contêineres de carga fechados, devendo ser movimentados somente em veículos e
equipamentos de transporte bem ventilados.

7.1.4.2 O equipamento elétrico dos veículos rodoviários que transportam gases


inflamáveis deve ser protegido de forma a evitar centelha.

7.1.4.3 Veículos e equipamentos de transporte contendo volumes com gases


comprimidos, liquefeitos ou quimicamente instáveis, devem ter dispositivos de
ventilação adequados.

7.1.4.4 Gases tóxicos não podem ser carregados ou descarregados em locais


públicos, em aglomerados populacionais, sem autorização especial das autoridades
competentes, exceto se tais operações forem justificadas por motivos graves
relacionados com segurança. Nesses casos, as autoridades devem ser imediatamente
informadas.

775

Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 19


7.1.4.5 Durante o transporte de produtos tóxicos da Subclasse 2.3, as paradas por
necessidade de serviço devem, tanto quanto possível, ser efetuadas longe de locais
habitados ou com grande fluxo de pessoas. Se for estritamente necessário fazer parada
prolongada nas imediações de tais locais, as autoridades devem ser notificadas.

7.1.4.6 Os motores, bem como os canos de escapamento, dos veículos rodoviários


que transportem gases da Classe 2, em tanques ou em baterias de recipientes, deverão
ser colocados ou protegidos de forma a evitar qualquer risco para a carga, em
decorrência de aquecimento.

7.1.4.7 Quando do transporte de gases que ofereçam perigo de intoxicação, o


pessoal do veículo rodoviário deve dispor de máscaras de tipo apropriado aos gases
transportados.

7.1.4.8 É proibido entrar em carroceria coberta ou fechada carregada com gases


inflamáveis, portando aparelhos de iluminação a chama. Além disso, não se pode utilizar
aparelhos e equipamentos que possam causar ignição dos produtos.

7.1.4.9 Durante as operações de carga, descarga ou transbordo, os volumes não


podem ser expostos ao calor, nem atirados ou submetidos a choques.

7.1.4.10 Os recipientes devem ser estivados nos veículos de maneira que não
possam deslocar-se, cair ou tombar.

7.1.4.11 Se, por qualquer motivo, tiverem de ser efetuadas operações de manuseio
em locais públicos, volumes com produtos de naturezas diferentes devem ser separados
segundo os respectivos símbolos de risco. Durante as operações, os volumes devem ser
manuseados com o máximo cuidado e, se possível, sem que sejam virados.

7.1.4.12 Os gases quimicamente instáveis só podem ser transportados se tomadas


medidas necessárias para impedir a sua desestabilização durante o transporte.

7.1.5 Disposições especiais aplicáveis ao transporte de substâncias auto-


reagentes da Subclasse 4.1 e de peróxidos orgânicos da Subclasse 5. 2
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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 20


7.1.5.1 Quando se agruparem vários volumes em veículos e equipamentos de
transporte fechados, a quantidade total de substância, o tipo e o número de volumes e a
forma de empilhá-los devem ser de modo que não causem risco de explosão.

7.1.5.2 Todas as substâncias auto-reagentes e os peróxidos orgânicos devem ser


transportados protegidos da incidência direta da luz do sol e de toda fonte de calor, em
local do veículo ou equipamento de transporte adequadamente ventilado/refrigerado.

7.1.5.3 Certas substâncias autoreagentes, conforme estabelecido no item


2.4.2.3.4, e certos peróxidos orgânicos, conforme estabelecido no item 2.5.3.4.1,
somente podem ser transportados nas condições em que haja controle de temperatura.
Além disso, se uma substância auto-reagente ou um peróxido orgânico que normalmente
não requeiram controle de temperatura for transportado em condições em que a
temperatura possa exceder 55 °C, essa substância ou esse peróxido poderá requerer o
controle de temperatura. As prescrições dos itens 7.1.5.3.1 e 7.1.5.3.2 se aplicam ao
transporte de tais substâncias.

7.1.5.3.1 Disposições relativas a controle de temperatura

7.1.5.3.1.1 "Temperatura de controle" é a temperatura máxima na qual a substância


pode ser transportada em segurança. Durante o transporte, a temperatura nas
imediações do volume não pode exceder a 55°C, e caso se atinja esse tal temperatura,
deverá ser por período relativamente curto em cada período de 24 horas (no máximo 30
minutos até 2 vezes nesse período). Na eventualidade de exceder a temperatura de
controle, por um período demasiadamente longo, e a temperatura atingir a temperatura
de emergência, será necessário adotar procedimentos de emergência. A "temperatura
de emergência" é aquela na qual devem ser executados tais procedimentos.

7.1.5.3.1.2 Derivação das temperaturas de controle e de emergência

Tipo de recipiente TDAA a Temperatura de controle Temperatura de emergência

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 21


 20°C 20 °C abaixo da TDAA 10 °C abaixo da TDAA
Embalagens simples
20°C < TDAA  35°C 15 °C abaixo da TDAA 10 °C abaixo da TDAA
e IBCs
 35°C 10 °C abaixo da TDAA 5 °C abaixo da TDAA

Tanques portáteis 10 °C abaixo da TDAA 5 °C abaixo da TDAA


< 50ºC
a Temperatura de decomposição auto-acelerável da substância, tal como embalada para
transporte.

7.1.5.3.1.3 As temperaturas de controle e de emergência são derivadas com a


utilização da tabela do item 7.1.5.3.1.2, a partir da temperatura de decomposição auto-
acelerável (TDAA), que é definida como a mais baixa temperatura em que pode ocorrer
decomposição auto-acelerável, com a substância na embalagem utilizada no
transporte. A TDAA deve ser determinada para se decidir se há necessidade de controle
de temperatura durante o transporte. Disposições sobre a determinação da TDAA são
fornecidas nos itens 2.4.2.3.4 e 2.5.3.4.2 para substâncias auto-reagentes e peróxidos
orgânicos, respectivamente.

7.1.5.3.1.4 As temperaturas de controle e de emergência, quando apropriado, são


fornecidas para substâncias auto-reagentes atualmente classificadas e constam no item
2.4.2.3.2.3, e para formulações de peróxidos orgânicos atualmente classificados
constam no item 2.5.3.2.4. A temperatura real de transporte pode ser inferior à
temperatura de controle, mas deve ser escolhida de modo a evitar perigosa separação
de fases.

7.1.5.3.2 Diretrizes gerais para Transporte sob temperatura controlada

7.1.5.3.2.1 A manutenção das temperaturas prescritas é fator essencial para o


transporte seguro de muitas substâncias auto-reagentes e peróxidos orgânicos. Em
geral, deve haver:

a) exame rigoroso do veículo ou equipamento de transporte antes do


carregamento;

b) instruções detalhadas para o transportador sobre a operação do


sistema de refrigeração;

c) procedimentos a adotar na eventualidade de perda de controle;

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 22


d) monitoramento regular das temperaturas de operação; e

e) disponibilidade de sistema de refrigeração de apoio, ou de peças


sobressalentes.

7.1.5.3.2.2 Controles e sensores de temperatura, no sistema de refrigeração, devem


ser de fácil acesso, e todas as conexões elétricas devem ter proteção contra as
intempéries. A temperatura do ar no interior do veículo ou equipamento de transporte
deve ser medida por dois sensores independentes, e seus valores devem ser
registrados, de modo que as variações de temperatura sejam prontamente detectáveis.
A temperatura deve ser verificada e registrada a cada intervalo de quatro a seis horas.
Quando forem transportadas substâncias com temperatura de controle inferior a +25°C,
o veículo ou equipamento de transporte deve ser equipado com alarmes visuais e
sonoros dispostos no interior da cabine do veículo, com alimentação de energia
independente daquela do sistema de refrigeração e calibrados para disparar à
temperatura de controle ou abaixo dela.

7.1.5.3.2.3 Se, durante o transporte, a temperatura real exceder a temperatura de


controle, deve ser iniciado procedimento de alerta, com reparo do sistema de
refrigeração ou aumento da capacidade de resfriamento (por exemplo, pela adição de
líquido ou sólido refrigerante). Deve haver, também, verificação frequente da
temperatura e preparação para adoção dos procedimentos de emergência. Se a
temperatura de emergência for atingida, devem ser iniciados os procedimentos de
emergência.

7.1.5.3.2.4 A adequação de determinado método de controle de temperatura às


necessidades de transporte depende de alguns fatores, os quais incluem:

a) a(s) temperatura(s) de controle da(s) substância(s) a transportar;

b) a diferença entre a temperatura de controle e a temperatura ambiente


prevista;

c) a eficácia do isolamento térmico;

d) a duração do transporte; e

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 23


e) previsão de margem de segurança para atrasos.

7.1.5.3.2.5 Os procedimentos adequados para evitar que se ultrapasse a temperatura


de controle são, em ordem crescente de eficácia, os seguintes:

a) isolamento térmico adequado, contanto que a temperatura inicial dos


peróxidos orgânicos seja suficientemente inferior à de controle;

b) isolamento térmico com sistema de refrigeração, contanto que:

(i) seja utilizada uma quantidade suficiente de refrigerante (por


exemplo, nitrogênio líquido ou dióxido de carbono sólido), com
uma margem para atraso razoável;

(ii) nem oxigênio líquido nem ar sejam utilizados como


refrigerantes;

(iii) o efeito da refrigeração seja uniforme mesmo no caso em que


a maior parte do refrigerante tenha sido consumida; e

(iv) seja indicado, mediante um aviso bem visível, colocado nas


portas do veículo ou equipamento de transporte, que é
necessário ventilá-la antes de entrar nela;

c) um sistema único de refrigeração mecânica, contanto que, no caso


dos peróxidos orgânicos com um ponto de fulgor inferior à soma da
temperatura de emergência mais 5°C, sejam utilizados dispositivos
elétricos à prova de explosão no compartimento refrigerado, para
evitar que os vapores desprendidos dos peróxidos orgânicos se
inflamem;

d) sistema mecânico de refrigeração combinado com sistema de


refrigeração, contanto que:

(i) os dois sistemas sejam independentes entre si;

(ii) sejam atendidas as prescrições enunciadas nas alíneas “b” e


“c”;

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 24


e) um sistema duplo de refrigeração mecânica, contanto que:

(i) mesmo que compartilhem uma mesma fonte de energia, sejam


os dois sistemas independentes entre si;

(ii) cada um dos sistemas seja capaz, independentemente, de


manter o controle de temperatura adequado; e

(iii) no caso dos peróxidos orgânicos com um ponto de fulgor


inferior à soma da temperatura de emergência mais 5 °C, sejam
utilizados dispositivos elétricos à prova de explosão no
compartimento refrigerado, para evitar que os vapores
desprendidos dos peróxidos orgânicos se inflamem.

7.1.6 Disposições especiais aplicáveis ao transporte de substâncias


estabilizadas mediante controle da temperatura (exceto substâncias auto-
reagentes e peróxidos orgânicos)

7.1.6.1 Estas disposições se aplicam ao transporte de substâncias para as quais:


a) o nome apropriado para embarque contenha a palavra
"ESTABILIZADA"; e

b) a TDAA (ver o item 7.1.5.3.1.3) seja igual ou inferior a 50 ºC, quando


apresentadas para o transporte em um volume, IBC ou tanque.

Quando não for utilizada a inibição química para estabilizar uma


substância reativa que possa gerar quantidades perigosas de calor e gás, ou de vapor,
nas condições normais de transporte, esta substância deve ser transportada em
condições de temperatura controlada. Estas disposições não se aplicam a substâncias
estabilizadas por adição de inibidores químicos de maneira que a TDAA seja superior a
50 ºC.

7.1.6.2 As prescrições contidas nos itens 7.1.5.3.1.1 a 7.1.5.3.1.3 e 7.1.5.3.2


aplicam-se às substâncias que atendem aos critérios das alíneas “a” e “b” do item
7.1.6.1.

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 25


7.1.6.3 A temperatura real em condições de transporte pode ser inferior à
temperatura de controle (ver o item 7.1.5.3.1.1), mas deve ser escolhida de modo a
evitar perigosa separação de fases.

7.1.6.4 Quando estas substâncias forem transportadas em IBC ou em tanques


portáteis, devem ser aplicadas as mesmas disposições utilizadas para "LÍQUIDO
AUTO-REAGENTE TIPO F, TEMPERATURA CONTROLADA". Para o transporte em
IBCs, ver as disposições especiais que constam no item 4.1.7.2, bem como as
"Exigências Adicionais" na Instrução para Embalagem IBC520. Para o transporte em
tanques portáteis, ver as disposições adicionais do item 4.2.1.13.

7.1.6.5 Quando uma substância, cujo nome apropriado para embarque contenha
a palavra "ESTABILIZADA" e cujo transporte não exija, normalmente, controle de
temperatura, for transportada em condições nas quais a temperatura possa exceder
55°C, deve ser utilizado veículo ou equipamento de transporte que possibilite, se
necessário, proceder ao controle de temperatura.

7.1.7 Disposições especiais aplicáveis ao transporte de substâncias


tóxicas da Subclasse 6.1 e infectantes da Subclasse 6.2

7.1.7.1 Subclasse 6.1 - substâncias tóxicas

7.1.7.1.1 Segregação

Substâncias tóxicas (Grupos de Embalagem I, II e III) não podem ser


transportadas, no mesmo veículo ou equipamento de transporte, juntamente com
produtos destinados ao uso ou consumo humano ou animal, salvo, no caso de
substâncias tóxicas dos Grupos de Embalagem II e III, quando houver segregação por
cofres de carga estanques.

7.1.7.1.2 Descontaminação dos veículos e equipamentos de transporte


Veículo ou equipamento de transporte que tenham sido utilizados para
transportar substâncias tóxicas (Grupos de Embalagem I, II ou III) devem ser
inspecionadas quanto à contaminação antes de serem recolocadas em serviço e, no

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 26


caso de contaminação, o veículo ou equipamento de transporte deve ser
descontaminado antes de retornar ao serviço, em local previamente licenciado pelo
órgão de controle ambiental competente e nos termos das Portarias Inmetro que
regulamentam o assunto.

7.1.7.1.3 Prescrições gerais de serviço

7.1.7.1.3.1 Se, por qualquer motivo, tiverem de ser efetuadas operações de manuseio
em locais públicos, volumes com produtos de naturezas distintas deverão ser separados,
segundo os respectivos símbolos de risco.

7.1.7.1.3.2 Produtos tóxicos não podem ser carregados ou descarregados em locais


públicos, em aglomerados populacionais, sem permissão especial das autoridades
competentes, a menos que essas operações sejam justificadas por motivos graves
relacionados com segurança, caso em que as autoridades devem ser imediatamente
informadas.

7.1.7.1.3.3 Durante o transporte de produtos da Subclasse 6.1, as paradas por


necessidade de serviço devem, tanto quanto possível, ser efetuadas longe de locais
habitados ou de locais com grande fluxo de pessoas. Se for necessária uma parada
prolongada nas proximidades de tais lugares, as autoridades locais devem ser
informadas.

7.1.7.2 Subclasse 6.2 - substâncias infectantes

7.1.7.2.1 Responsabilidade do transportador

7.1.7.2.1.1 Os transportadores e seu pessoal devem ter conhecimento da


regulamentação aplicável à embalagem, sua identificação, transporte e documentação
para o transporte de substâncias infectantes. O transportador deve aceitar e agilizar o
transporte de expedições que atenderem às disposições regulamentares vigentes. Se o
transportador encontrar qualquer erro na rotulagem ou na documentação, deve notificar

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 27


imediatamente o expedidor ou o destinatário, para que sejam adotadas as medidas
corretivas adequadas.

7.1.7.2.2 Medidas a serem tomadas em caso de dano ou vazamento no volume

Toda pessoa responsável pelo carregamento de volumes que contenham


substâncias infectantes que observar danos ou vazamento no volume deve:

a) evitar manusear os volumes ou manuseá-los o mínimo possível;

b) inspecionar os volumes adjacentes quanto à contaminação e


separar os que possam ter sido contaminados;

c) informar à autoridade competente sobre o vazamento e a


possibilidade de contaminação de pessoas ao longo da rota; e

d) notificar o ocorrido ao expedidor ou destinatário.

7.1.7.2.3 Descontaminação dos veículos e equipamentos de transporte

Veículos e equipamentos de transporte que tenham sido utilizados para


transportar substâncias infectantes devem ser inspecionadas para determinar se houve
um vazamento dessas substâncias. Em caso afirmativo, os veículos ou equipamentos
de transporte devem ser descontaminados antes de voltar a ser utilizada, em local
previamente licenciado pelo órgão de controle ambiental competente e nos termos das
Portarias Inmetro que regulamentam o assunto, devendo ser realizada por qualquer meio
que neutralize de forma eficaz a substância infectante derramada.

7.1.7.2.4 Prescrições gerais de serviço

7.1.7.2.4.1 Nos locais de carga, descarga e transbordo, os produtos da Subclasse 6.2


devem ser mantidos isolados produtos destinados ao uso ou consumo humano ou
animal.

7.1.7.2.4.2 A remessa de substâncias infectantes requer ação coordenada entre o


expedidor, o transportador e o destinatário, para garantir transporte seguro e entrega
tempestiva e em boas condições.

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 28


7.1.7.2.4.3 Substâncias infectantes só podem ser expedidas, em caso de importação,
após o destinatário haver-se assegurado, junto à autoridade de saúde, de que tais
substâncias podem ser importadas legalmente.

7.1.7.2.4.4 O destinatário deve dispor de local adequado ao recebimento e à abertura


das embalagens. O grau de isolamento deve ser proporcional ao nível de risco das
substâncias.
7.1.7.2.4.5 O transporte de substâncias infectantes somente poderá ser realizado em
veículos com superfície interna lisa e de cantos arredondados que facilitem a
higienização, que não permitam vazamentos de líquidos e quando forem utilizados
contêineres, o veículo deve ser dotado de equipamento hidráulico de basculamento que
atendam normas técnicas vigentes.

7.1.8 Disposições especiais aplicáveis ao transporte de material radioativo

As disposições especiais aplicáveis ao transporte de material radioativo estão


estabelecidas pela regulamentação da CNEN.

7.1.9 Transporte de bagagens e pequenas expedições

7.1.9.1 Em veículos de transporte de passageiros e veículos rodoviários, de


passageiros especificamente, microônibus, ônibus e bonde, bagagens acompanhadas
só poderão conter produtos perigosos de uso pessoal (medicinal, de higiene,
cosméticos), em quantidade nunca superior a um quilograma ou um litro por passageiro.
Está proibido o transporte de qualquer quantidade de substâncias das Classes 1 e 7
nesses veículos.

7.1.9.2 Bagagens desacompanhadas serão consideradas pequenas expedições.

7.1.10 Manutenção das informações de transporte de produtos perigosos

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Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 29


7.1.10.1 O transportador deve manter uma cópia da documentação do transporte do
produto perigoso transportado por um período mínimo de 3 meses e, no caso de
acidente, por 2 anos.

7.1.10.2 No caso de documentação emitida eletronicamente, ou mantida em sistema


computadorizado, o transportador deve ser capaz de reproduzi-la em papel sempre que
solicitado.

786

Anexo Parte 7 (13293601) SEI 50500.017488/2021-84 / pg. 30


CAPÍTULO 7.2

PRESCRIÇÕES ESPECÍFICAS RELATIVAS ÀS OPERAÇÕES DE TRANSPORTE

7.2.1 Aplicação

7.2.1.1 Este Capítulo contém disposições aplicáveis às operações de transporte.


Essas disposições devem ser cumpridas além daquelas prescritas no Capítulo 7.1.

7.2.2 Prescrições aplicáveis a veículos e equipamentos do transporte


rodoviário

7.2.2.1 Tanques e equipamentos destinados ao transporte de produtos perigosos,


bem como todos os seus dispositivos que entrem em contato com o produto (bombas,
válvulas e, inclusive, seus lubrificantes), não podem ser atacados pelo conteúdo nem
formar com estas combinações nocivas ou perigosas.

7.2.2.2 Se, após a descarga de um veículo, contêiner ou equipamento que tenha


recebido carregamento de produtos perigosos, for constatado que houve vazamento do
conteúdo das embalagens, o veículo deve ser limpo e descontaminado antes de qualquer
novo carregamento. Se a limpeza não puder ser efetuada no local da descarga, o veículo,
contêiner ou equipamento de transporte deve ser transportado, com condições de
segurança adequadas, para o local onde a limpeza possa ser efetuada, sendo tomadas
medidas apropriadas para impedir a fuga do produto perigoso que tenham vazado das
embalagens, permanecendo sinalizado até ser limpo e descontaminado.

7.2.2.3 Veículos, contêineres e contêineres-tanque que tenham sido carregados


com produtos perigosos a granel devem, antes de ser carregados novamente, ser
convenientemente limpos e descontaminados, exceto se o contato entre os dois produtos
não acarretar riscos adicionais.
7.2.2.4 Veículos, contêineres e contêineres-tanque descarregados, não limpos,
que contenham resíduos do conteúdo anterior e por isso possam ser considerados
potencialmente perigosos, estão sujeitos às mesmas prescrições aplicáveis a veículos
carregados.

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7.2.2.5 Veículos constituídos por tanques com múltiplos compartimentos,
transportando concomitantemente mais de um dos seguintes produtos de número ONU
1170, 1202, 1203, 1223, 3475 ou combustível de aviação alocado aos números ONU
1268 e 1863; e que não transportem nenhum outro produto perigoso, além do rótulo de
risco referente à Classe, podem portar somente painel de segurança correspondente ao
produto de maior risco, ou seja, o de menor ponto de fulgor.

7.2.2.6 Quando, durante a carga e descarga, for derramado qualquer quantidade


de produtos perigosos, o trabalho deverá ser interrompido e só recomeçado depois de
adequada limpeza do local. A limpeza deve ser realizada conforme orientação de técnico
especializado ou do responsável pelo produto.

7.2.3 Prescrições de serviço aplicáveis ao transporte rodoviário

7.2.3.1 Se o carregamento compreender diversas categorias de mercadorias, os


volumes com produtos perigosos devem ficar, sempre que possível, separados das
demais mercadorias, de modo a facilitar o acesso a eles em casos de emergência.

7.2.3.2 É proibido carregar qualquer produto sobre uma embalagem frágil e não se
podem empregar materiais facilmente inflamáveis na estiva das embalagens.

7.2.3.3 Todas as prescrições relativas à carga, descarga e estiva de embalagens


que contenham produtos perigosos em veículos são aplicáveis à carga, descarga e
estiva dessas embalagens em contêineres e destes sobre os veículos.

7.2.3.4 É proibido fumar, durante o manuseio, perto das embalagens, dos veículos
e dos contêineres parados, ou dentro desses.

7.2.3.5 É proibido o transporte de produtos perigosos incompatíveis entre si, bem


como produtos não perigosos com perigosos em um mesmo veículo, quando houver
possibilidade de risco, direto ou indireto, de danos a pessoas, bens ou ao meio ambiente,
respeitadas as orientações contidas no Capítulo 3.4 desta Resolução, exceto, quando

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produtos perigosos ou não perigosos forem colocados em pequenos cofres de cargas
distintos que assegurem a impossibilidade destes danos.

7.2.3.6 As proibições de carregamento conjunto, num mesmo veículo, são


aplicáveis ao carregamento num mesmo contêiner.

7.2.3.7 Produtos que se polimerizam facilmente só podem ser transportados se


forem tomadas medidas para impedir sua polimerização durante o transporte.

7.2.3.8 Veículos e equipamentos que tenham transportado produtos capazes de


contaminá-los devem ser inspecionados após a descarga para garantir que não haja
resíduos do carregamento. No caso de contaminação, deverão ser cuidadosamente
limpos e descontaminados em locais e condições que atendam às determinações
estabelecidas pela autoridade competente, atendidas as recomendações do fabricante
do produto.

7.2.3.9 Os veículos transportando produtos perigosos devem portar conjuntos de


Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) adequados aos tipos de produtos
transportados, para uso do pessoal envolvido no transporte e, quando necessário em
situações de emergência, como previsto na ABNT NBR 9735 e, nos casos específicos
de transporte de ácido fluorídrico (ONU 1786 e ONU 1790), também o exigido pela ABNT
NBR 10271.

7.2.3.10 Os veículos-tanques destinados ao transporte de produtos em estado


líquido, gases liquefeitos ou gases liquefeitos refrigerados, que não sejam divididos por
divisórias ou quebra-ondas em seções de até 7500 litros cada uma, devem ser cheios a
pelo menos 80% ou, no máximo, a 20% da sua capacidade. Esta prescrição não se
aplica:
- aos líquidos com viscosidade cinemática de pelo menos 2680 mm2/s a 20 °C ;
- às matérias fundidas com viscosidade cinemática de pelo menos 2680 mm2/s à
temperatura de enchimento; e
- aos números ONU 1963 e ONU 1966.

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7.2.4 Prescrições aplicáveis a veículos de transporte rodoviário

7.2.4.1 Observada a Norma ABNT NBR 9735, veículos de transporte rodoviário


carregados com produto perigoso devem portar conjunto de equipamentos para
situações de emergência composto de no mínimo:

a) extintores de incêndio portáteis adequados e com capacidade


suficiente para combater princípio de incêndio:

(i) no motor ou em qualquer outra parte do veículo (conforme


previsto na legislação de trânsito);

(ii) no carregamento, caso o primeiro seja insuficiente ou


inadequado.

Os agentes de extinção não devem liberar gases tóxicos, nem na


cabine de condução, nem sob influência do calor de um incêndio.
Além disso, os extintores destinados a combater fogo no motor, se
utilizados em incêndio na carga, não devem agravá-lo. Da mesma
forma, os extintores destinados a combater incêndio da carga não
devem agravar o incêndio no motor.

Reboque carregado com produto perigoso, deixado em local


público, desatrelado e longe do veículo trator, deve ter, pelo menos,
um extintor adequado ao combate de princípio de incêndio na
carga;

b) um jogo de ferramentas adequado para reparos em situações de


emergência durante a viagem;

c) por veículo, no mínimo dois calços de dimensões apropriadas ao


peso do veículo e ao diâmetro das rodas, e compatíveis com o
material transportado, os quais devem ser colocados de forma a
evitar deslocamento do veículo em qualquer dos sentidos
possíveis; e

d) quatro cones para sinalização da via para uso nas situações de


emergências ou avarias.

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7.2.4.2 Exceto nos casos em que a utilização do motor seja necessária para fazer
funcionar bombas e outros mecanismos de carregamento ou descarregamento, o motor
do veículo deve estar desligado durante essas operações.

7.2.4.3 Veículos rodoviários que transportam produtos perigosos, transportados


pelo sistema piggyback ou road rayller, bem como a sua carga, devem obedecer às
prescrições estipuladas nesta Resolução.

7.2.5 Prescrições de serviço aplicáveis ao transporte rodoviário

7.2.5.1 Os volumes constituídos de materiais sensíveis à umidade devem ser


transportados em veículos do tipo baú ou de carroceria lonada que garantam suas
características.
7.2.5.2 Nas operações de carregamento, descarregamento e transbordo, os
volumes não podem ser empilhados nas proximidades dos canos de escapamento dos
veículos.

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