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Live 13 Uberização

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Eixo 3 - 2.5.

2 O proletariado de serviços, as
plataformas digitais, a inteligência artificial e o
ciberproletariado
O que vamos conversar nessa live

- Fazer um panorama mais resumido e amplo


da Uberização no Brasil
→ A partir, sobretudo, da discussão da profa.
Ludmila Abílio (UNICAMP)

- Discutir algumas possibilidades de cobrança


do tema na prova (objetiva/discursiva)

- Levantar termos sociológicos importantes


dentro da temática

- Observar as relações entre a uberização e a


crise sindical e as possibilidades de
organização e luta por direitos desse grupo
Para começo de conversa
Quem usa aplicativo ganha menos

A maioria dos entregadores


trabalha mais de 44 horas por
semana

Os entregadores de apps não


descansam

Motoboys passam fome e sede


durante o trabalho

Mesmo jovens, entregadores têm o


dobro do índice de pressão alta da
população brasileira

A maioria já se acidentou no
trabalho – e vive com medo
Uberização: a era do trabalhador just-in-time?

- tendência global (onde vem com mais força?)


- trabalhador "just-in-time":
disponibilidade x remuneração
- "autogerente subordinado disponível"
- desprovido de garantias e direitos
- empresas/apps: "mediadores"
- realidade: novas formas de
subordinação/controle
- "gerenciamento algorítmico do trabalho"
- "trabalho amador" -> fim do "ofício"
- lógica autônoma/”empreendedor”
- conexões entre raça/classe/gênero
- conexões com escolaridade/qualificação

- Gig Economy
- Crowdwork
- Trabalho on-demand
- Platform labour
Uberização: a era do trabalhador just-in-time?

- extensão e transbordamento do processo de


flexibilização/terceirização/precarização dos
mercados formal/informal

- expansão, para o mundo, das formas de


trabalho que sempre existiram na periferia do
capitalismo

- Monopolização de atividades econômicas


- Na luta pelo monopólio, joga-se pesado
- A expansão da uberização depende/relaciona-
se com um processo de desregulamentação
estatal
- redução do estado / Neoliberalismo
- transferência dos riscos para o trabalhador

- Estratificação dentro das plataformas


a pé / bike / moto / uber

→ Gamificação
Uberização antes dos apps:
Sem maquiagem: o trabalho de um milhão de revendedoras
de cosméticos

Informalidade e Flexibilização: Condições relacionadas ao trabalho de


cuidado/doméstico e a possibilidade de “renda extra”.
Autonomia x Controle: As revendedoras parecem ter autonomia para gerir
seus horários e métodos de trabalho, mas estão sujeitas a estratégias de
controle indireto da empresa.
Trabalho e Consumo: O modelo de negócio das revendedoras confunde-se
com o consumo pessoal, pois muitas vezes elas acabam comprando os
produtos para atingir metas ou para manter seu status ativo na empresa.
Transferência de Riscos: Assumem riscos em muitos casos
“Empoderamento” : Embora o marketing dessas empresas frequentemente
apresente a revenda como uma forma de empoderamento feminino, a
realidade das revendedoras contradiz essa narrativa, e destaca-se a
precariedade e a vulnerabilidade dessas trabalhadoras.
Impacto Social e Econômico: O trabalho afeta significativamente a vida
social e econômica das revendedoras, muitas das quais dependem dessa
atividade como sua principal, e por vezes única, fonte de renda, apesar das
incertezas e da falta de benefícios.
Visibilidade e Reconhecimento: O trabalho dessas revendedoras é muitas
vezes invisibilizado e pouco reconhecido como uma forma legítima de
emprego, tanto social quanto legalmente.
Vamos pensar na uberização para
além do transporte/delivery

- turcos mecânicos
- design
- jornalismo
- tradução
- educação
- manutenção de aparelhos
- limpeza / trab. doméstico
- cabelo/beleza em geral
- trab. de cuidado
Etc.
Movimentos de trabalhadores uberizados: Perspectivas

- Pandemia como momento-chave para


aumento da mobilização (aumento de trabalho
e redução de remuneração)
- Terceirização dos riscos ao trabalhador
- Noção coletiva de degradação do trabalho
dentro da atividade uberizada
- Desenvolvimento de novas formas de
subordinação dentro da uberização
→ Ex.: OL vs “nuvem” (trab. just-in-time)
- Questão do “tempo à disposição” x $
- Debate sobre “liberdade” / “subordinação”
- Autogerenciamento dos trabalhadores
- Dificuldades e possibilidades na organização
- “Despotismo algorítmico”
→ Possibilidade de diálogo com Y. Varoufakis
(technofeudalism)
Movimentos de trabalhadores uberizados: Perspectivas

“Algoritmos não são neutros. A distribuição


algorítmica do trabalho não é uma roleta
aleatória que gira sem mãos. O gerenciamento
algorítmico é a possibilidade de traduzir
modos de vida, relações sociais, trajetórias e
desigualdades em dados administráveis que
produzirão e reproduzirão desigualdades e
mecanismos de exploração do trabalho. É a
possibilidade de designar corridas para a
favela para o motorista negro e para o centro
de São Paulo para o motorista branco. [...]
Inserido em uma relação despótica, o
trabalhador trabalha sem saber como, por que
e quando receberá o trabalho; sem saber
como é definido o valor de seu trabalho. ”
(ABÍLIO, L.: 2020)
Questão 1
(FUNDEPES 2023) Os estudos de Ricardo Antunes enfatizam que “a expansão do trabalho uberizado nos levará à
escravidão digital” (ANTUNES, 2000, p. 32). Dadas as afirmativas sobre a uberização,
I. O fenômeno da uberização tem como base de sustentação o neoliberalismo, a permanente reestruturação
produtiva com a impulsão tecno-informacional-digital e a hegemonia do capital financeiro.
II. Ao tempo em que os trabalhadores vivenciam situações que envolvem complexos níveis de avanço tecno-
informacional-digital, constituem-se parcelas crescentes do exército sobrante de trabalho.
III. O trabalho uberizado combina o autoincremento tecnológico com as formas pretéritas de exploração do trabalho.
V. As corporações plataformizadas disseminam uma pseudoautonomia para os trabalhadores de transportes de
aplicativos.

verifica-se que está/ão correta/s

A) IV, apenas.
B) I e IV, apenas.
C) II e III, apenas.
D) I, II, III, apenas.
E) I, II, III e IV.
Questão 2
(COLÉGIO PEDRO II) Diante da crise contemporânea do capital, uma das principais estratégias para retomada da
valorização é a reestruturação produtiva. O rígido regime de acumulação fordista-keynesiano dá lugar a uma
reestruturação produtiva que tem como imperativo a flexibilização.
Com a expansão das tecnologias de informação e comunicação, ampliam-se as formas de organização do trabalho
mediadas por plataformas digitais. Nesse contexto, surge a discussão sobre o processo de uberização do trabalho, um
neologismo que visa definir uma modalidade de trabalho pautada no trabalho por demanda, na qual os trabalhadores
fazem uso de recursos próprios para oferecer seus serviços, por intermédio de um aplicativo ou plataforma digital.
Antunes e Filgueiras (2020), citam a posição da Uber, segundo a qual “o/as motoristas não são empregados, nem
prestam serviço à empresa, mas sim aos consumidores, de modo que são o/as trabalhadores/as considerados
independentes que contratam os serviços do aplicativo e não o contrário.”

ANTUNES, Ricardo; FILGUEIRAS, Vitor. Plataformas Digitais, Uberização do trabalho e regulação no Capitalismo
contemporâneo. In: ANTUNES, Ricardo (org.). Uberização, trabalho digital e indústria 4.0. São Paulo: Boitempo, 2020.

À luz das análises de Antunes e Filgueiras sobre o processo de uberização do trabalho, é correto afirmar que

A) no discurso empresarial, há uma distorção na relação de trabalho, que converte a força de trabalho em cliente e nega
a condição de assalariamento.
B) essa modalidade elimina as estratégias de controle da força de trabalho, uma vez que o comando passa da empresa
para a neutra tecnologia digital.
C) é a expansão da tecnologia digital que dá origem aos processos de flexibilização e precarização das modalidades de
trabalho em amplitude global.
D) trata-se de uma conquista do trabalho, que garante mais liberdade e flexibilidade, convertendo o
trabalhador/empreendedor em proprietário de si mesmo.
Questão 3
(COLEGIO PEDRO II 2022) Algoritmos não são neutros. A distribuição algorítmica do trabalho não é uma roleta aleatória
que gira sem mãos. O gerenciamento algorítmico é a possibilidade de traduzir modos de vida, relações sociais, trajetórias e
desigualdades em dados administráveis que produzirão e reproduzirão desigualdades e mecanismos de exploração do
trabalho. É a possibilidade de designar corridas para a favela para o motorista negro e para o centro de São Paulo para o
motorista branco. [...] Inserido em uma relação despótica, o trabalhador trabalha sem saber como, por que e quando
receberá o trabalho; sem saber como é definido o valor de seu trabalho. (ABÍLIO, 2020)
Quanto mais aumentam a competitividade e a concorrência inter-capitais, mais nefastas são suas consequências, das quais
duas são particularmente graves: a destruição e/ou precarização, sem paralelos em toda a era moderna, da força humana
que trabalha e a degradação crescente do meio ambiente, na relação metabólica entre homem, tecnologia e natureza,
conduzida pela lógica societal voltada prioritariamente para a produção de mercadorias e para o processo de valorização do
capital. (ANTUNES, 2000, p. 34)
ABÍLIO, L. C. Breque no despotismo algorítmico: uberização, trabalho sob demanda e insubordinação, 2020. Disponível em:
https://blogdaboitempo.com.br. Acesso em: 1 set. 2022. / ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho. São Paulo: Boitempo,
2000.

As condições de trabalho que afetam as classes trabalhadoras fazem parte do processo de respostas às crises de
acumulação capitalista que, desde o século XX, de um ponto de análise crítico, ficaram conhecidas como

A) reestruturação produtiva e do trabalho: reorganização da produção capaz de dotar o capital de instrumentos para repor
os padrões de crescimento anteriores à crise.
B) crise de superprodução: quando a queda acentuada da demanda efetiva por mercadorias leva as empresas à falência e
os trabalhadores, ao trabalho autônomo.
C) empreendedorismo: ação individual que potencializa a identificação de problemas e a implementação de soluções
capazes de produzir valor para a sociedade.
D) processo de inovação: processo cíclico de transformações tecnológicas capazes de aumentar cada vez mais a
produtividade da força de trabalho.
Questão 4
(FCC 2022) A uberização do trabalho define uma tendência em curso que pode ser generalizável pelas relações de
trabalho, que abarca diferentes setores da economia, tipos de ocupação, níveis de qualificação e rendimento, condições
de trabalho, em âmbito global. Derivado do fenômeno social que tomou visibilidade com a entrada da empresa Uber no
mercado, em realidade o termo uberização se refere a processos que não se restringem a essa empresa nem se iniciam
com ela, e que culminam em uma nova forma de controle, gerenciamento e organização do trabalho.
(Adaptado de: ABÍLIO, Ludmila Costhek. “Uberização: a era do trabalhador just-in-time?”. Estudos Avançados, v. 34, n.
98, 2020, p. 111-126)
Considere as seguintes proposições a respeito dessas mudanças mais recentes no mundo do trabalho conhecidas como
“uberização do trabalho”:
I. Trata-se de um processo de informalização do trabalho, que reconfigura o próprio trabalho informal, podendo ser
compreendido como uma nova etapa da flexibilização do trabalho.
II. É uma nova forma de organização dos processos de trabalho, na qual a sindicalização torna-se o meio principal de
fortalecimento das lutas coletivas.
III. Refere-se aos processos de desregulamentação típicos do neoliberalismo e ao papel ativo do Estado na destituição
de direitos, mediações e fiscalização das relações trabalhistas.
IV. Diz respeito aos modelos contemporâneos de gestão do trabalho que transferem custos e riscos aos trabalhadores,
resultando em novos modos de subjetivação.
V. Mostra-se como um novo meio de monopolização das atividades econômicas e de centralização do controle sobre o
trabalho.
Está correto o que se afirma APENAS em:

A) I, III, IV e V.
B) II, IV e V.
C) I, II e III.
D) I, II, III e IV.
E) I, III e IV.
Questão 5

(FGV 2021) Durante a pandemia, a mobilização dos entregadores de aplicativos levantou um debate sobre suas
condições de trabalho em uma economia cada vez mais “uberizada”.
A respeito das novas relações de trabalho difundidas pela popularização das plataformas de entrega, analise as
afirmativas a seguir e assinale (V) para a verdadeira e (F) para a falsa.
( ) Os entregadores mantêm vínculo trabalhista com as empresas e se mobilizam, mediante o sindicato, para obter
cobertura de saúde, em função da periculosidade da função.
( ) As empresas dos aplicativos de entrega possuem grande poder sobre o mercado de trabalho, pois poucas
empresas dominam um setor que emprega milhões.
( ) A sociedade enfrenta os desafios que envolvem o novo modelo de entregas por aplicativos e suas consequências
para a cidade, o meio ambiente e o estado de bem-estar social.
As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,

A) F – V – F.
B) F – V – V.
C) V – F – F.
D) V – V – F.
E) F – F – V.
Questão Discursiva
Questão Discursiva
Referências
Uberização: a era do trabalhador just-in-time?
https://www.scielo.br/j/ea/a/VHXmNyKzQLzMyHbgcGMNNwv/

Uberização do trabalho: subsunção real da viração


https://blogdaboitempo.com.br/2017/02/22/uberizacao-do-trabalho-subsuncao-real-da-viracao/

Ludmila Abílio e a uberização antes do Uber


https://outraspalavras.net/videos/ludmila-abilio-e-a-uberizacao-antes-do-uber/

“O trabalhador inserido na uberização está longe de achar que a moto dele é uma microempresa”. Entrevista com Ludmila
Costhek Abílio
https://www.ihu.unisinos.br/categorias/615125-o-trabalhador-inserido-na-uberizacao-esta-longe-de-achar-que-a-moto-dele-
e-uma-microempresa-entrevista-especial-com-ludmila-costhek-abilio

Em dados, a Uberização da Vida


http://abet-trabalho.org.br/em-dados-a-uberizacao-da-vida/

ENTREGADORES DE APP PASSAM FOME, SEDE E ENFRENTAM JORNADAS DE ATÉ 80 HORAS SEMANAIS,
MOSTRA PESQUISA
https://www.intercept.com.br/2024/04/17/entregadores-passam-fome-em-jornadas-de-ate-80-horas/

Breque no despotismo algorítmico: uberização, trabalho sob demanda e insubordinação


https://blogdaboitempo.com.br/2020/07/30/breque-no-despotismo-algoritmico-uberizacao-trabalho-sob-demanda-e-insubor
dinacao/

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