Baixe no formato PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 1
TEMA - A persistência dos casos de dengue em debate no Brasil
Em 2024, o Ministério da Saúde decretou uma epidemia de uma das
doenças endêmicas mais cruéis da história: a dengue, cujas consequências podem ser fatais. Apesar disso, ainda persiste a indiferença aos alertas emitidos pelo órgão controlador do SUS, o que resulta na negligência em relação à transmissão pelo mosquito Aedes aegypti. Para conter a expansão do problema, é essencial reduzir não apenas as desigualdades sociais que dificultam o combate, mas também a omissão estatal que impede o controle epidemiológico.
Diante desse cenário, as disparidades sociais potencializam os casos da
dengue. Sobre isso, desde o Período Colonial, as populações carentes ficavam restritas a guetos e a cortiços sem acesso a condições dignas de moradia e não dispunham de infraestrutura. Ocorre que a segregação socioespacial iniciada no século XVI aumenta com o crescimento desordenado das cidades e fomenta a dengue, haja vista que a falta de coleta de lixo acarreta o acúmulo de água. Inclusive, inexistem centros de tratamento da água da chuva em locais carentes e, com isso, formam-se criadouros do mosquito que intensificam a endemia.
Ademais, Norberto Bobbio, em sua obra “Dicionário de Política”,
entendia que as autoridades públicas detêm a responsabilidade de não apenas garantir o conteúdo da lei, mas fazer com que a população dele usufrua na prática. Ocorre que, ao contrário do que propõe Bobbio, o Estado brasileiro garante a saúde no texto legal, mas se mostra insuficiente no controle da dengue, na medida em que faltam centros de tratamento médico especializado, bem como não há disponibilidade de vacinas para toda a população. Logo, a inoperância estatal impede o efetivo combate à doença.
Para combater, portanto, os impactos sociais e sanitários causados pela
dengue, o Ministério da Saúde e as escolas devem desenvolver iniciativas que orientem a população sobre a prevenção da doença, por meio de campanhas educativas e ações de mobilização social, como a realização de mutirões para eliminar criadouros de mosquitos. Essa estratégia terá como objetivo envolver o governo em ações coordenadas para implementar programas de reurbanização com saneamento básico, além de aumentar a cobertura vacinal nas áreas mais vulneráveis. Assim, os casos de dengue serão substancialmente reduzidos, de modo que a população experimente, na prática, o direito à saúde.