Nota Técnica Oficial Etilenoglicol
Nota Técnica Oficial Etilenoglicol
Nota Técnica Oficial Etilenoglicol
Introdução
O etilenoglicol é uma substância utilizada principalmente na formulação de anticongelantes,
quando ingerida pode causar danos graves e muitas vezes irreversíveis como: insuficiência renal
aguda e acometimento de demais sistemas como sistema nervoso central, cardiovascular e hepático.
A dose letal do etilenoglicol não diluído é de 6,6ml/kg no cão e 1,5ml/kg no gato (1).
Manifestações clínicas
A intoxicação pode ser segmentada em 3 diferentes estágios, responsáveis por manifestações
clínicas que podem diferir de acordo com o momento da apresentação, de acordo com o Quadro 1.
1
Pacientes que tenham histórico de ingestão de petiscos contendo propilenoglicol ou
suspeita da intoxicação, recomendada abordagem precoce e direcionada:
Tratamento
-- Manejo emergencial inicial dos pacientes deve respeitar o ABC:
Não recomendada indução de êmese, uso do carvão ativado e lavagem gástrica. Os pacientes deverão
permanecer em internamento para monitorização e terapia individualizada, de acordo com os próximos
tópicos:
• Pacientes com evolução em estágio de IRA (aumento de creatinina), mesmo que estágio 1
para 2, não responsivo à reposição volêmica: Recomendada terapia de substituição renal,
com base na difusão (diálise).
• Pacientes com débito urinário <1mL/kg/h, por 6 horas, não responsivo à reposição volêmica,
sobrecarga de volume: Recomendamos terapia de substituição renal, com base na
ultrafiltração (hemofiltração).
2
-- Acidemia, acidose metabólica com ânion gap aumentado:
-- Fluidoterapia:
-- Cuidado adjunto:
- Nutrição:
-- Monitoramento contínuo:
Peso
Débito urinário
Balanço hídrico
Pressão arterial
Temperatura
3
Referências
1- Thrall MA, Connally HE, Disque SM, Grauer GF:Avanços na terapia para envenenamento por
anticongelante. Califórnia. Vet. 1998; 52: 18–22
2- Grauer G. F., Thrall M. A., Henre B. A., Hjelle J. J.: Comparison of the effects of ethanol and 4-
methylpyrazole on the pharmacokinetics and toxicity of ethylene glycol in the dog. Toxicol. Lett.
1987, 35: 307–314.
3- Gaynor A. R., Dhupa N.: Acute ethylene glycol intoxication. Part II. Diagnosis, treatment,
prognosis, and prevention. Compend. Contin. Educ. Pract. Vet. 1999b, 21: 1124–1133
4- Francey T, Schweighauser A. Ethylene glycol poisoning in three dogs: Importance of early
diagnosis and role of hemodialysis as a treatment option. Band 158;2. 2016, 109–114
5- Khan S. A., Schell M. M., Trammel H. L., Hansen S. R., Knight M. W.: Ethylene glycol exposures
managed by the ASPCA National Animal Poison Control Center from July 1995 to December
1997. Vet. Hum. Toxicol. 1999, 41: 403–406.
6- Doty R. L., Dziewit J. A., Marshall D. A.: Antifreeze ingestion by dogs and rats: influence of
stimulus concentration. Can. Vet. J. 2006, 47: 363–365
7- Rietjens S. J., de Lange D. W., Meuenbelt J.: Ethylene glycol or methanol intoxication: which
antidote should be used, fomepizole or ethanol? Neth. J. Med. 2014, 72: 73–79
Dr Luis Bolfer