Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Puericultura

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 20

Exame Físico Pediátrico-

O exame físico pediátrico é caracterizado Classificação do Neonato-


pelo primeiro contato mais íntimo com a cri-
ança. Logo, a maneira pela qual se examina  Pré termo: Nascimentos ocorridos an-
uma criança é fundamental, sendo importan- tes de 37 semanas.
te demonstrar carinho, delicadeza e muita  A termo: Nascimentos ocorridos entre
paciência. 37 a 42 semanas.
 Pós termo: Nascimentos ocorridos
Sempre deve ser levado em conta que a cri- após 42 semanas.
ança apresenta-se em evolução contínua,
quem a examina precisa estar familiarizado Puericultura-
com os padrões normais e anormais de cres- O termo puer, pueris é um termo originário
cimento e desenvolvimento.
do latim, que significa criança.
 Fases ou períodos evolutivos da Crian- A Puericultura é a área da pediatria que
ça- acompanha o crescimento, o desenvolvimen-
1. Neonato- O período neonatal cor- to físico e motor, a linguagem, a afetividade e
responde ao intervalo de tempo a aprendizagem cognitiva da criança.
entre o nascimento e os 28 dias de
A puericultura, é voltada principalmente para
vida.
os aspectos de prevenção e de promoção
2. Lactente- Lactente é o bebê que
da saúde, atua no sentido de manter a
está sendo amamentado. O Minis-
criança saudável para garantir seu pleno
tério da Saúde recomenda a manu-
desenvolvimento, de modo que atinja a
tenção do aleitamento materno
vida adulta sem influências desfavoráveis e
até os 2 anos de idade ou mais.
problemas trazidos da infância.
Portanto, o bebê ou criança é con-
siderado um lactente desde que
Objetivos básicos:
ainda esteja mamando, indepen-
Contempla a promoção da saúde infantil,
dente da idade.
prevenção de doenças e educação da criança
Obs: Lactante significa mulher que amamen- e de seus familiares, por meio de orientações
ta. antecipatórias aos riscos de agravos à saúde
podendo oferecer medidas preventivas mais
3. Pré-escolar- 02 a 6 anos eficazes.
4. Período escolar- 06 a 10 anos
5. Período Adolescente- 10 a 20 anos
Devem-se desenvolver ações de promoção à
saúde e prevenção de doenças recorrentes
Histórico:
desse período de vida da criança:
 Estimular o aleitamento materno ex- Os primeiros passos para o atendimento de
clusivo até o sexto mês de vida. um paciente é a busca por informações bási-
 Introdução de alimentos cas que podem ser:
 Garantir a aplicação de vacinas do es-
quema básico de imunização.  Tipo do parto
 Realizar vigilância do crescimento e  Local do parto
desenvolvimento.  Peso ao nascer
 Avaliação Neuropsicomotor.  Idade gestacional
 Indagar sobre hábitos de sono (morte  Índice de Apgar-
súbita) e eliminações.
 Observar o coto umbilical. A escala de APGAR, também conhecida co-
 Perguntar sobre os hábitos de higiene. mo índice ou escore APGAR, é um teste feito
 Se há uso de medicações. no recém-nascido logo após o nascimento
 Suplementação entre outros. que avalia seu estado geral e vitalidade, aju-
dando a identificar se é necessário qualquer
tipo de tratamento ou cuidado médico extra
Frequência de Consultas de Puericultura:
após o nascimento.
O Ministério da Saúde recomenda sete con-
Esta avaliação é feita no primeiro minuto de
sultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ª
nascimento e é repetida novamente 5 minu-
semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês,
tos após o parto, tendo em consideração ca-
9º mês e 12º mês), além de duas consultas no
racterísticas do bebê como frequência cárdi-
2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, a par-
ca, esforço respiratório, tônus muscular, cor e
tir do 2º ano de vida, consultas anuais, pró-
irritabilidade reflexa.
ximas ao mês do aniversário.

Etapas da Consulta de Puericultura-

 Histórico de Enfermagem ou Coleta de


Dados
 Exame Físico
 Diagnóstico de Enfermagem
 Plano Terapêutico
 Implementação do plano
 Avaliação da consulta (evolução) Uma pontuação total de 7 a 10 é considerada
“normal”, e um escore Apgar inferior indica
vitalidade deprimida.
 Intercorrências clínicas na gestação e
a0 parto
 Antecedentes familiares
 Observar condições de moradia e há-
bitos de vida.  Para realização do exame físico utili-
 Tratamentos anteriores zam-se técnicas básicas como:
 Inspeção-

Abordagem: Compreende o exame visual do paciente cuja


finalidade é descobrir características físicas
1. Lactente:
significativas. Compreende observações pre-
O exame deve ser feito em um ambiente com cisas e detalhadas, unidas à comparação com
temperatura agradável, com a criança com- os padrões de normalidade, da aparência ge-
pletamente despida. Pode ser iniciado com a ral da área examinada além das característi-
criança no colo da mãe, vestida e dormindo, cas específicas como cor, textura, localiza-
realizando-se primeiro aqueles procedimen- ção, posição, tamanho, tipo e grau de movi-
tos que o choro pode prejudicar mais, tais mento, simetria e comparação com o lado
como a ausculta pulmonar e cardíaca. A se- oposto.
guir, removem-se as roupas gradativamente.
 Palpação-
Os procedimentos desagradáveis ou os mais
temidos em particular por cada criança são É o processo de examinar o corpo, empre-
deixados para o final. Nesta faixa etária pode gando o sentido do tato com o objetivo de
ser importante a distração do bebê com brin- determinar as características dos órgãos e
quedos ou outros objetos tais como a lanter- dos tecidos. Utiliza-se a capacidade tátil,
na ou o abaixador de língua. É recomendável térmica, vibratória e de pressão das mãos
que as fraldas somente sejam retiradas no para detectar temperatura, movimento, po-
momento em que for examinada a região sição, consistência e forma.
correspondente.
 Percussão-
2. Pré-escolar:
Consiste em golpear a superfície do corpo de
Esta é a faixa etária em que se encontra forma rápida, porém aguda, para produzir
maior resistência à execução do exame. É sons que permitam ao examinador determi-
importante o saber como "quebrar o gelo" nar posição, tamanho, densidade de uma es-
através de uma conversa amigável, uma trutura adjacente.
brincadeira, com o uso de brinquedos ou
 Ausculta-
os próprios objetos de exame. É necessá-
rio avisar sobre todos os procedimentos, Consiste em escutar os sons produzidos pelos
especialmente os desagradáveis e os do- diferentes órgãos do corpo com o objetivo de
lorosos; se possível, demonstrando em si descobrir variações e desvios de suas caracte-
mesmo. rísticas. Pode ser efetuada por método dire-
to, colocando-se o ouvido diretamente na
3. Escolar
pele (pouco eficaz) e indireto, com o auxílio
4. Adolescente-
do estetoscópio.
O exame físico deve ser aproveitado para ori-
entar sobre mudanças corporais típicas da
adolescência, elucidando as dúvidas apresen-
tadas.
 Materiais: 2. Pele e Anexos: avaliar-
 Régua antropométrica
Cor:
 Fita métrica
 Balança  Achado normal: pele corada
 Estetoscópio  Achados anormais: palidez, cianose,
 Esfigmomanômetro icterícia (exceto a icterícia fisiológica
 Abaixador de língua do recém-nascido, que se instala cerca
 Lanterna de vinte e quatro horas após o parto
 Álcool e algodão desaparecendo na segunda semana),
pele acinzentada ou marmórea, au-
 Termômetro
sência de pigmentação (vitiligo) e mi-
 Otoscopia
lium sebáceo.
A cianose é a coloração azulada da pele de-
 Roteiro do Exame Físico- corrente de oxigenação insuficiente do san-
Obs: A sequencia pode ser alterada para gue.
atender as necessidades da criança.

1. Observação da aparência geral-


Registra-se a primeira impressão sobre a
criança a ser examinada. Envolve a obser-
vação da fisionomia (mostra-se alegre ou
triste, calma ou agitada, assustada, irrita-
da), interação com o meio (atividade: hi-
po, normo ou hiperativa; resposta aos es-
Marmórea
tímulos ambientais e interação com as
pessoas: comunicativa, apática, interes-
sada, desinteressada, brincando, retraí-
da), postura (ereta, relaxada, encolhida,
de proteção de uma área do corpo dolori-
da ou incômoda), se exibe traços caracte-
rísticos ou deformidades físicas, estado
nutricional (obesa, emagrecida, caquéti-
ca) e de hidratação (hidratada, desidrata-
da), condições de higiene e vestuário.
Icterícia é uma coloração amarela da pele
e/ou olhos, causada por um aumento da bilir-
rubina na corrente sanguínea.
Textura: Unhas:
 Achados normais: a pele deve ser lisa,  Achados normais: leitos ungueais ro-
macia e flexível. sados, unhas convexas, lisas e duras,
 Achados anormais: pele áspera, seca, mas flexíveis; bordas cobrindo a ex-
rugosa (devido banhos frequentes, ex- tremidade dos dedos.
posição ao frio e falta de vitamina A  Achados anormais: cianose, leitos un-
hipovitaminose ou uso excessivo de gueais escurecidos (porfiria, trauma-
fraldas). tismos), unhas escavadas (onicomico-
se), onicofagia, celoniquia, paroníquia
Observar descamação na planta dos pés, na
(infecção ao redor da unha), unhas em
região perianal e perineal, pois pode ser mi-
garra (característico da hanseníase),
cose. Crianças obesas podem apresentar es-
unhas quebradiças.
trias no abdome e nas coxas.
Turgor: Pelos Corporais:
 Achados normais: presença de la-
É a elasticidade da pele, ou seja, sua habi-
nugem no recém-nascido, surgi-
lidade de se esticar e retomar a força ori-
mento dos pelos secundários com
ginal.
a puberdade. Devem ter distribui-
 Achado normal: pele elástica. ção regular e serem isentos de suji-
 Achado anormal: elasticidade di- dades e infestações (piolhos, lên-
minuída ou aumentada. Na pre- deas, carrapatos, fungos).
sença de edemas registrarem se é  Achados anormais: hisurtismo, hi-
generalizado ou localizado (citar a pertricose, tufos de pelos, pelos
região), se é depressível ou não de- acentuadamente frágeis ou áspe-
pressível. ros, aparecimento precoce ou re-
tardado dos pelos secundários.
Integridade:
Hirsutismo é o aumento da quantidade de
 Achado normal: Pele íntegra isenta de
pelos na mulher em locais comuns ao homem
lesões ou sinais de inflamação.
 Achados anormais: presença de le-
sões, classificadas em primárias: (má-
cula, mancha, pápula, vesícula, bolha,
pústula, nódulo, tumor, cisto, pete-
queia, equimose ou hematoma) ou se-
cundárias (escama, crosta, úlcera, fis-
suras, escoriação, cicatriz, queloide, ou
sinais de inflamação (rubor, calor,
.
edema e dor)
Hipertricose é o aumento excessivo de pelo
no corpo.

Umidade:
 Achados normais: presença de sudore- Classificação quanto ao peso:
se a partir de um mês de vida. 1. Pequeno para idade gestacional (PIG)-
 Achados anormais: sudorese excessiva Abaixo do percentil10.
(que pode ser devido temperatura ele- 2. Adequado para idade gestacional
vada, excesso de agasalho, pelo choro (AIG)- Localiza-se entre o percentil 10.
ou pelo ato de comer) ou ressecamen- 3. Grande para idade gestacional (GIG)-
to de pele. Acima do percentil 90.

3. Avaliação Antropométrica:
Para avaliar o crescimento infantil é preciso
realizar a mensuração das medidas antropo-
métricas da criança como: o peso, a estatura,
perímetro cefálico e torácico.
 Peso- Os recém-nascidos perdem cer-
ca de 10% do seu peso ao nascimento
devido à perda de liquido e de mecô-
nio.
Obs: peso e altura devem ser aferidos em
até dois anos e coloca-lós nos gráficos.

 Altura- No primeiro ano de vida, a cri-


ança cresce cerca de 30 cm e esse pro-
cesso é desacelerado com o passar do
tempo.
o Régua Móvel- até dois anos  Circunferência Craniana- Deve ser
medida regularmente durante os dois
primeiros anos. Usar fita métrica pas-
sando-a sobre glabela e a protuberân-
cia occipital.

o Régua fixa- maiores de dois anos.

Obs É o perímetro cefálico que permite de-


tectar precocemente várias doenças neuro-
lógicas que interferem no crescimento crani-
ano, como a microcefalia e a hidrocefalia.

o Achados normais: medidas de cresci-


mento compatíveis com o estágio de
desenvolvimento.
o Achados anormais: desvios nos pa-
drões normais de desenvolvimento
esperados para a idade.
 Perímetro Torácico: Criança em decú-
bito dorsal, colocar fita métrica em
volta do tórax, passando sobre os
mamilos.

 Perímetro Abdominal- Criança em de-


cúbito dorsal, colocar a fita métrica ao
redor do abdome, passando sobre a
cicatriz umbilical.
 Curva de Crescimento:
É um padrão internacional,, desenvolvido
pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
para acompanhar o crescimento e o estado
nutricional das crianças. As curvas são obti-
das a partir do cálculo entre a idade da crian-
ça e variáveis como o peso, a altura e
o perímetro da cabeça. Os parâmetros pa-
dronizados possibilitam a avaliação de crian-
ças de qualquer país, independente de etnia,
condição socioeconômica e tipo de alimenta-
ção. A única variável é o sexo da criança. Co-
mo meninos e meninas têm padrões diferen-
tes de crescimento, as curvas são distintas. O
objetivo é que problemas como desnutrição,
sobrepeso, obesidade e outras condições as-
sociadas ao crescimento e à nutrição da cri-
ança possam ser detectados e encaminhados
precocemente.
4. Sinais Vitais:  Frequência Cardíaca
 Pressão arterial
A medida da frequência de pulso na criança é
A preparação adequada é essencial: a criança feita por um dos seguintes métodos: (a) Pal-
precisa ser avisada do procedimento e estar pação dos pulsos periféricos (femoral,radial e
tranquila, confortavelmente sentada, com o carotídeo); (b) Ausculta cardíaca direta; (c)
braço direito totalmente exposto e descan- Observação da pulsação das fontanelas.
sando sobre uma superfície de apoio ao nível
do coração. Em lactentes, pode-se medir
com a criança em posição supina. É conveni-
ente, ao registrar o exame físico, descrever o
manguito utilizado e a posição em que foi
mensurada a pressão arterial.
Registrar os percentis correspondentes aos
níveis tensionais sistólicos e diastólicos,  Frequência Respiratória
consultando as tabelas de níveis normais de
pressão arterial para idade e altura. Observar, além da frequência, a amplitude e
a facilidade ou dificuldade dos movimentos
respiratórios.

 Temperatura
 Hipotérmico- menor que 35 C
 Nomotérmico- 36 C a 37 C.
cicatrizes) no couro cabeludo. Cabelos
pegajosos, opacos, ressecados, que-
 Dor
bradiços e despigmentados, calvície
Os instrumentos de mensuração da dor de- ou áreas ralas, alopecia, presença de
vem considerar as fases de crescimento e sujeira, odor desagradável e infesta-
desenvolvimento da criança, bem como as ções.
características da experiência dolorosa.
 Criança fase pré-verbal: Escalas fisio-
lógicas e comportamentais.
 Criança fase verbal: Escalas de faces,
visuais analógicas, entrevistas estrutu-
radas e semiestruturadas, diários da
dor.

 Suturas:
São articulações fibrosas, constituídas por
várias camadas de tecido conjuntivo denso,
que se encontram entre os ossos do crânio,
estabelecendo ligações entre esses ossos. De
fato estas linhas complexas e finas marcam a
aderência entre os ossos e o crescimento e
5. Cabeça: fechamento das fontanelas cranianas.
Crânio:

 Achados normais: proeminências fron-


tais, parietais e occipitais simétricas,
perímetro cefálico compatível com a
idade (normocefalia), suturas e fon-
tanelas compatíveis com a idade. O
couro cabeludo deverá ser brilhante,
sedoso, firme e elástico, limpo e isento
de infestações e lesões. Os cabelos
podem apresentar variações de cor de
acordo com as características genéti-
cas (louros, castanhos, negros, ruivos).
 Achados anormais: macro microcefa-
lia, proeminências ósseas assimétricas, .
suturas abertas após o sexto mês de
O fechamento clínico ocorre entre o 6º e 12º
vida, oclusão precoce ou tardia das
fontanelas, fontanelas deprimidas ou mês de vida e o fechamento anatômico apro-
abauladas; presença de lesões, des- ximadamente aos 30 anos. Se houver solda-
camações, infestações, evidências de dura precoce de uma ou mais suturas (crani-
traumatismos (equimoses, massas ou ossinostose), ocorrerá alteração da forma do
crânio (dolicocefalia ou escafocefalia, braqui- Devem ser palpadas com o RN tranquilamen-
cefalia, plagiocefalia, trigonocefalia, acroce- te sentado. A medida da fontanela deve ser
falia). obtida a partir dos vértices, no sentido sagital
e coronal.
 Fontanelas:
A medida do perímetro cefálico faz parte da
O crânio dos bebes é formado por placas ós-
rotina do pediatra em cada visita do bebê
seas móveis, não soldadas, denominadas
para verificar o desenvolvimento sadio da
fontanelas (popularmente conhecida como
criança, tanto ao nascer como depois, nor-
moleira). As duas fontanelas mais importan-
malmente até os 2 anos de idade.
te são anterior (bregmática) e posterior
(lambdoide). Para se identificar corretamente estas ano-
malias existem tabelas que indicam os valo-
res médios e os desvios padrões no cresci-
mento do crânio.

O não fechamento dos ossos auxilia na pas-


sagem do bebê pelo canal vaginal e permiti o
crescimento e amadurecimento do cérebro
nos primeiros meses de vida, permitindo as-
sim que as crianças se desenvolvam e amadu-
reçam.
 Cílios com pigmentação, quantidade e
distribuição adequadas;
6. Face devo avaliar:
 Lacrimejamento normal; conjuntiva
Fáceis: palpebral rosa e acetinada, conjuntiva
Achados normais: traços fisionômicos nor- bulbar transparente;
mais, proporções características, simetria,  Esclerótica branca, ligeiramente azu-
movimentação e tônus muscular normais. lada (em recém-nascidos), levemente
parda com pontos escuros (em crian-
Olhos: ças de pele escura); córnea clara,
Avaliar presença e aspecto de secreção, la- transparente e brilhante;
crimejamento, fotofobia, nistagmo, anisoco-  Pupilas iguais (isocóricas), redondas,
ria, exoftalmia ou enoftalmia, microftalmia, reagir à luz e à acomodação;
hipertelorismo, cor da esclerótica, estrabis-  Movimentos oculares coordenados
mo ou outras alterações.  Em recém-nascidos avaliar alinhamen-
to dos olhos pelo teste de Hirschberg,
Hipertelorismo ocular caracteriza-se por um
cobertura ou pela desigualdade obser-
afastamento exagerado entre as órbitas
vada no reflexo vermelho.
 Na fase pré-escolar avaliar estrabismo
através dos testes de Hirschberg e co-
bertura. Avaliar a acuidade visual utili-
zando o teste do “E” ou cartaz com fi-
guras.
Ouvidos:
Tamanho desigual de pupila é chama-
do anisocoria. Observar a forma, alterações e implantação
das orelhas. A porção superior do pavilhão
auditivo se implanta ao nível ou acima de
uma linha que cruza os cantos interno e ex-
terno dos olhos (anormalidades podem indi-
car síndromes genéticas).
 Acuidade Auditiva
No lactente, observar pestanejamento dos
olhos, susto ou direcionamento da cabeça em
resposta a um estímulo sonoro. Em crianças
maiores, sussurrar ordens a uma distância
aproximada de 240 cm.
Achados normais:
É importante uma contenção adequada, exi-
 Tamanho e distância proporcional. gindo uma atitude delicada. Geralmente, lac-
 Simetria; pálpebras suficientes para tentes são examinados deitados e crianças
fechar o olho. maiores contidas no colo. É fundamental que
 Ausência de lesões, de infecções e pa- qualquer movimento brusco da cabeça da
rasitos. criança seja neutralizado, o que é mais facil-
mente obtido pelo apoio da mão que segura ções fisiológicas (língua geográfica) ou que
o otoscópio na superfície do crânio. sugiram patologias (língua em morango da
escarlatina). Observar inserção do freio da
língua: não haverá dificuldade na amamenta-
ção ou fala se a língua puder ser projetada até
a crista alveolar.
O abaixador de língua deve ser segurado co-
mo uma caneta, próximo à ponta que vai ser
introduzida, e o dedo mínimo do examinador
deve estar em firme contato com a face da
Nariz: criança de modo a neutralizar os movimentos
Verificar presença e aspecto de secreção (hia- da cabeça.
lina, sero-mucosa, purulenta, sanguinolenta).
Pela inspeção e palpação, pesquisar desvio
de septo nasal ou outras deformidades. A
porção interna anterior do nariz pode ser vi-
sualizada facilmente com iluminação, empur-
rando sua ponta para cima. Para olhar pro-
fundamente, pode-se usar um espéculo com
orifício calibroso preso ao otoscópio. Obser- Achados anormais: quelíte (secura, aspereza
var coloração da mucosa, condições dos cor- e descamação), estomatite angular ou bo-
netos, calibre da via aérea, secreção. queira, mucosa oral descorada, com regiões
Achados anormais: desvio do septo nasal, de placas esbranquiçadas ou ulcerações, san-
assimetria na forma global e diâmetro das gramento, áreas dolorosas, halitose; denti-
narinas, desvia de septo nasal, batimentos de ção precoce, retardada ou ausente, dentes
asas do nariz, edemas, secreções, resseca- quebrados, desgastados, desalinhados, mal
mento, hemorragia, sujeiras, obstrução na- ocluídos, sujos e cariados; macroglossia ou
sal, presença de corpos estranhos. microglossia, fissuras linguais longitudinais,
tremores da língua, freio lingual curto e fibro-
so; fenda palatina, úvula bífida, amígdalas
ausentes, sinais de inflamação e infecção,
placa de secreção recobrindo amígdalas e
cercanias (placa diftérica).

Boca:
Iniciar pela inspeção dos dentes, gengiva,
face interna das bochechas, língua e abóbada
palatina. Nos dentes, avaliar oclusão dentá-
ria, defeitos de alinhamento, presença de
cáries, tártaro e placa bacteriana. Observar o
aspecto da língua, que pode mostrar altera-
8. Tórax:
Caixa Torácica:

 Achados normais: nos lactentes tem


forma circular, mas à medida que a
criança cresce, o tórax aumenta em di-
reção transversa, o que torna o diâme-
tro antero-posteriormenordo menor
do que o lateral; mobilidade da parede
torácica bilateralmente simétrica e
coordenada; perímetro torácico (PT)
compatível com a idade.
7. Pescoço:
 Achados anormais: tórax típico (care-
Avaliar se há cistos, fístulas, torcicolo congê- niforme, em funil, em barril), rosário
nito ou anormalidades da tireoide, devendo- raquítico, perímetro torácico incompa-
se fazer a palpação da glândula de modo sis- tível com a idade da criança ou des-
temático a partir da idade escolar. proporcional ao perímetro cefálico.
 Linfonodos-Inspeção e palpação de
gânglios cervicais, submandibulares e
retro auriculares. Descrever caracterís-
ticas: tamanho, consistência, dor, mo-
bilidade, aderência.
Obs: Os nódulos linfáticos devem ser peque-
nos e muitas das vezes não palpáveis.

 Rigidez da Nuca: Flexionar a cabeça da


criança ou pedir que ela encoste o
queixo ao peito Coluna Vertebral:
 Achado normal: alinhada.
 Achados anormais: desvio lateral (es-
coliose), acentuação da curva lombar
(Iordose), acentuação da curva dorsal
(cifose).
Mamas:
 Achados normais: presença de dois
mamilos com distância menor ou igual
¼ do PT, desenvolvimento compatível
com a idade, ausência de anormalida-
des (massas, nódulos).
 Achados anormais: mamilos extranu-
merários, distância irregular, mamas
assimétricas, presença de fissuras, in-
versões, descamação, nódulos. Nas presença de ruídos adventícios como
adolescentes a realização da palpação estertores e roncos.
das mamas e região axilar é muito im-
portante, pois além de permitir identi-
ficar anormalidades, permite orientar
quanto à prática do autoexame nas
mesmas.
Sistema Respiratório:
 Achados normais: movimentos respi-
ratórios e frequência respiratória com-
patíveis com a idade, ritmo respirató-
rio normal (eupnéia), ausência de si-
nais de desconforto respiratório; ex-
pansibilidade torácica com movimen- Sistema Cardiovascular:
tos simétricos das mãos durante a ve-
 Achados normais: batimentos cardía-
rificação da expansibilidade pulmonar;
cos nítidos e claros nos quatro focos de
frémitos presentes, com variações nas
ausculta (aórtico, pulmonar, tricúspide
diversas zonas do tórax; murmúrios
e mitral), frequência compatível com a
vesiculares audíveis por toda a super-
idade e com o pulso radial, rítmico ou
fície dos pulmões.
regular. Perfusão sanguínea periférica
 Achados anormais: movimentos respi-
presente, boas condições dos vasos
ratórios incompatíveis com a idade,
sanguíneos, ausência de circulação co-
ritmo respiratório irregular (taqui-
lateral.
pnéia, bradpnéia, respiração Cheyne-
stokes, respiração Kussmaul, ritmo de
Biol), apnéia; respiração superficial ou
profunda; sinais de desconforto respi-
ratório (dispnéia, batimentos das asas
do nariz, retrações ou tiragens nas re-
giões intercostais, supraestemal, su-
praclavicular e diafragmática, inquie-
tação, prostração, palidez, cianose, or-
topnéia); dor relacionada com movi-
mentos respiratórios, presença de tos-
se (seca, produtiva) e secreção nas vias
aéreas (mucosa, purulenta), hemopti-
se; movimentos assimétricos na ex-
pansibilidade torácica; frémitos tóra-
co-vocal ausentes, enfraquecidos ou
aumentados, vibrações diferentes em
áreas simétricas do tórax; brônquicos
e bronquiovesiculares fora das áreas  Achados anormais: batimentos cardí-
consideradas normais; murmúrios res- acos abafados, difusos ou distantes,
piratórios diminuídos ou ausentes,
frequência incompatível com a idade e O cólon descendente e parte do cólon sig-
com o pulso radial (taquicardia, bradi- moide.
cardia), arrítmico ou irregular. Perfu-
são sanguínea periférica diminuída ou
ausente, presença de estase jugular,  Técnicas do Exame do Abdômen:
circulação colateral, sinais de infecção Para um exame sistematizado do abdômen
vascular, sinais de desconforto (ado- utilizam-se as técnicas instrumentais, obede-
ção frequente da posição genupeitoral cendo as sequencias:
durante o sono e de cócoras quando
em atividade, hipoatividade, cansaço  Inspeção
aos menores esforços, palidez, ciano-  Ausculta
se, sudorese, edemas, dificuldade res-  Percussão
piratória, retardo no crescimento e de-  Palpação
senvolvimento).  Inspeção: Observar alterações globais
9. Abdômen: de forma e volume (exemplo: abdô-
 Divisão do Abdômen men ascítico, distendido ou obeso),
abaulamentos localizados e hérnias.
Obs:
Avaliar cordão umbilical em RN e limpar pelo
menos 3x ao dia.

QUADRANTE SUPERIOR DIREITO:


Encontra-se o lobo direito do fígado, vesícula
biliar, piloro, o duodeno, a cabeça do pân-
creas, a flexura hepática do colón e partes
dos cólons ascendentes e transversos.  Ausculta: Auscultar os Movimentos
peristálticos (ruídos hidroaéreos: nor-
QUADRANTE SUPERIOR ESQUERDO: mais, hipoativos ou hiperativos).
Está o lobo esquerdo do fígado, o estomago,
o corpo do pâncreas, a flexura esplênica do
cólon e partes dos cólons transversos e des-
cendentes.

QUADRANTE INFERIOR DIREITO:


O ceco, apêndice vermiforme e a parte do
cólon ascendente e descendente.

QUADRANTE INFERIOR ESQUERDO:


– 4 quadrantes.
10. Genitália:
 Feminina
Achados anormais: formação anatômica
anormal, desenvolvimento sexual incompatí-
vel com a idade, aparecimento precoce ou
tardio dos pelos pubianos com distribuição
irregular, sangramentos anormais, sinais de
infecção (presença de secreção purulenta e
fétida, hiperemia, prurido, ardor), sinais de
traumas (hematomas, sangramento, lesões,
dor).
 Percussão:  Masculina
Achados anormais: Hipoplasia peniana (mi-
crofalo) ou hiperplasia (megalopênis), fimo-
se, parafimose, hipospádia, epispádia, crip-
torquidia uni ou bitateral. Ectopia testicular,
testículos aumentados (geralmente por
edema) quando ficam com a pele lisa e bri-
lhante; presença de pelos lanuginosos e ma-
cios na base do pênis, antes da puberdade, os
quais podem se constituir num sinal de matu-
ração sexual precoce.
Obs: Enquadrar a criança em um dos cinco
estágios de desenvolvimento sexual segundo
os critérios de Tanner.

 Palpação:

11. Ânus:
 Achados normais: orifício anal presen-
te, integro, isenta de sinais de parasi-
toses, presença de reflexo esfincteria- Quando se toca levemente na boca do bebê,
no (contração anal). ele a abre e começa a sugar e a chupar, sejam
 Achados anormais: ânus imperfura- os seios da mãe ou os próprios dedos.
dos, com hemorroidas ou varizes peri-
anais, fissuras ou prolapso retal, au-
sência de reflexo esfincteriano, sinais
de parasitoses (prurido, escoriações,
hiperemia ou presença de parasitos na
região anal e perianal).

 Reflexo de Moro-

12. Sistema Neuromuscular: O bebe por meio de um susto joga a cabeça


 Achados normais: criança alerta (res- para trás, estica as pernas e abre os braços. É
posta a estimules do ambiente), ativi- uma resposta biológica a estímulos novos no
dade compatível com o seu padrão ambiente da criança. O reflexo mostra que o
habitual e a fase de desenvolvimento sistema nervoso do bebê está se desenvol-
em que se encontra, orientada no vendo adequadamente.
tempo e no espaço, reconhecendo
pessoas e objetos familiares, reflexos
compatíveis com a idade; músculos
eutrôficos, com tónus e movimentos
voluntários normais.
 Achados anormais: criança sonolenta,
com diminuição do nível de consciên-
cia ou inconsciente, hipoativa, hipera-
tiva, desorientada (não reconhece  Reflexo de Marcha-
pessoas e objetos que lhe são familia-
res), com delírios (vive situação imagi- Este tipo de reflexo ocorre quando o bebê
nária ou falsa), com alucinações (falsas está deitado de barriga para baixo. Quando
percepções sensoriais), reflexos in- lhe tocam na sola do pé, ele imediatamente
compatíveis para a idade; músculos estica as pernas e empurra o corpo para fren-
atrofiados ou hipertrofiados, hipotôni- te.
cos, hipertônicos, movimentos muscu-
lares voluntários diminuídos ou ausen-
tes, presença de tremores ou espas-
mos (involuntários).
Obs: Para a avaliação dos principais reflexos
do recém-nascido e latente é testado os re-
flexos:
 Reflexo de Sucção-
 Reflexo de Babinski
O termo sinal de Babinski refere-se
ao sinal do reflexo plantar patológico, quan-
do há a extensão do hálux (1º dedo do pé). A
presença do reflexo (extensão do hálux) é
uma reação normal em crianças até 1 ano de
idade.

 Reflexo de Galant-
Este tipo de reflexo ocorre com o bebê deita-
do de barriga para baixo. Quando tocamos
em sua barriga e percorremos com as mãos
pelo lado esquerdo, a criança tende a virar-se
para esse lado.

Você também pode gostar