RCL 41229 2022 05 17
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229 - DF (2020/0332390-0)
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam
os Ministros da Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, julgar
procedente a reclamação a fim de cassar a decisão do Desembargador Presidente do
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios que, no Processo n.
0722342-31.2019.8.07.0000, não conheceu do agravo em recurso especial interposto por
Vanessa de Almeida Álvares da Silva, e determinar, em consequência, a remessa do feito ao
Superior Tribunal de Justiça para o julgamento desse agravo, oportunamente, nos termos do
voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, Nancy Andrighi, Raul Araújo, Paulo de Tarso
Sanseverino, Maria Isabel Gallotti, Ricardo Villas Bôas Cueva e Marco Buzzi votaram com o
Sr. Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luis Felipe Salomão.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Antonio Carlos Ferreira.
Brasília, 11 de maio de 2022 (data do julgamento).
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RECLAMAÇÃO Nº 41.229 - DF (2020/0332390-0)
RELATÓRIO
O pedido liminar foi deferido por esta relatoria (e-STJ, fls. 677-682),
determinando "a suspensão da decisão que inadmitiu o processamento do agravo em
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recurso especial interposto pela ora reclamante, nos autos de n.
0722342-31.2019.8.07.0000, até a decisão final de mérito da presente reclamação".
É o relatório.
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RECLAMAÇÃO Nº 41.229 - DF (2020/0332390-0)
VOTO
Do exaurimento de instância
Tal não ocorre, porém, com o agravo interposto com o propósito exclusivo
de ascensão do correlato recurso especial a esta Corte Superior, pois, segundo assenta o
art. 1.042, § 4º, do CPC/2015, "após o prazo de resposta, não havendo retratação, o
agravo será remetido ao tribunal superior competente".
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Adotando a mesma perspectiva, lecionam Fredie Didier Jr. e Leonardo
Carneiro da Cunha:
A propósito:
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incabíveis, permitindo aos tribunais que não encaminhem à Corte
Maior recursos inegavelmente errôneos, sem que isso importe em
usurpação de sua competência.
2 A interposição de recurso ordinário contra acórdão que nega
provimento a recurso ordinário em habeas corpus não se enquadra
em nenhuma das hipóteses taxativamente previstas no art. 102, inciso
II, alínea "a", da Constituição Federal, a evidenciar a ocorrência de
erro grosseiro, o que impede a aplicação do princípio da fungibilidade
recursal e possibilita seja negado trânsito ao recurso pelo Superior
Tribunal de Justiça.
3. Agravo interno não provido.
(AgRg no RO no RHC 115.240/PR, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, CORTE ESPECIAL, julgado em 04/03/2020, DJe
09/03/2020)
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A esse respeito, citem-se, ilustrativamente, os seguintes julgados: AgInt nos
EDcl no AREsp 1.950.180/MS, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado
em 13/12/2021, DJe 15/12/2021; AgInt no AREsp 1.891.701/RJ, Rel. Ministro Francisco
Falcão, Segunda Turma, julgado em 7/12/2021, DJe 10/12/2021; AgInt no AREsp
1.953.324/CE, Rel. Ministro Manoel Erhardt (Desembargador convocado do TRF da 5ª
Região), Primeira Turma, julgado em 29/11/2021, DJe 1º/12/2021; e AgInt no AREsp
1.477.958/RS, Rel. Ministro Moura Ribeiro, Terceira Turma, julgado em 19/8/2019, DJe
21/8/2019.
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Também não subsiste a apontada contrariedade ao princípio da unicidade
recursal (unirrecorribilidade), porquanto defronte, no presente caso, de uma exceção a tal
preceito, a qual, segundo leciona Humberto Theodoro Júnior, "dá-se contra a decisão
dúbia, contraditória ou lacunosa, porque além do recurso comum caberá também o de
embargos de declaração (art. 1.022, caput), cuja interposição interromperá o prazo do
primeiro (art. 1.026). Na realidade, porém, os dois recursos não são simultâneos, e, sim
sucessivos, tendo cada um deles objetivos diversos" (Curso de direito processual civil,
volume 3: execução forçada... 54ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2021, p. 814).
Conclusão
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honorários sucumbenciais aos advogados da parte reclamante, os quais fixo em 10%
sobre o valor atribuído à causa, nos termos do art. 85, § 2º, do CPC/2015.
É o voto.
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
SEGUNDA SEÇÃO
Relator
Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA
Subprocurador-Geral da República
Exmo. Sr. Dr. JOSÉ BONIFÁCIO BORGES DE ANDRADA
Secretária
Bela. ANA ELISA DE ALMEIDA KIRJNER
AUTUAÇÃO
RECLAMANTE : VANESSA DE ALMEIDA ALVARES DA SILVA
ADVOGADOS : MARCO ANTONIO DE ALMEIDA ALVARES DA SILVA - DF031209
DENISE DE ALMEIDA ANDRADE - DF036229
RECLAMADO : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITORIOS
INTERES. : BANCORBRÁS ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS S.A
ADVOGADO : CARLOS LUIZ KUTIANSKI - DF006850
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia SEGUNDA SEÇÃO, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Segunda Seção, por unanimidade, julgou procedente a reclamação a fim de cassar a
decisão do Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
que, no Processo n. 0722342-31.2019.8.07.0000, não conheceu do agravo em recurso especial
interposto por Vanessa de Almeida Álvares da Silva, e determinar, em consequência, a remessa do
feito ao Superior Tribunal de Justiça para o julgamento desse agravo, oportunamente, nos termos
do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, Nancy Andrighi, Raul Araújo, Paulo de Tarso
Sanseverino, Maria Isabel Gallotti, Ricardo Villas Bôas Cueva e Marco Buzzi votaram com o Sr.
Ministro Relator.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Luis Felipe Salomão.
Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Antonio Carlos Ferreira.
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