Direito Do Consumidor
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Autores:
Equipe Igor Maciel, Igor Maciel
Aula 00
27 de Junho de 2020
Sumário
Apresentação do Professor e do Curso .............................................................................................................. 4
2.4 - Produto................................................................................................................................................. 22
2.5 - Serviços................................................................................................................................................. 23
6.1 – Como este ponto pode ser cobrado em eventual prova discursiva? ................................................... 56
8 - Bibliografia .................................................................................................................................................. 70
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Esta Aula Inicial possui grande importância, visto que a definição de consumidor para o STJ em cada
uma das situações aqui estudadas é tema de grande incidência em provas e de conhecimento obrigatório
para os candidatos.
Meu nome é Igor Maciel, sou Procurador do Município de Porto Alegre, Advogado e Professor do
Estratégia Carreiras Jurídicas. Sou graduado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, com
extensão na Universidade de Coimbra/Portugal.
Possuo LLM em Direito Corporativo pelo IBMEC/RJ e sou Mestre em Direito pelo UNICEUB/DF.
Atualmente, sou Doutorando em Direito.
Grande abraço,
Igor Maciel
contato@profigormaciel.com.br
@ProfIgorMaciel
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Contudo, a origem da preocupação do direito do consumidor tal qual conhecemos hoje atribui-se ao
discurso do Presidente John Kennedy no Congresso dos Estados Unidos no ano de 1962 que (MIRAGEM,
2014, pg. 38):
Após evolução do debate e da discussão acerca dos direitos dos consumidores, a Organização das
Nações Unidas, em 16 de abril de 1985, estabeleceu a Resolução 39/248.
Esta não apenas regulou a necessidade de proteção dos consumidores em face do flagrante
desequilíbrio das relações para com os fornecedores, como também regulou expressamente a matéria para
garantir diversos direitos, a exemplo da proteção do consumidor aos riscos à saúde e à segurança, bem como
o direito a uma informação adequada por parte dos consumidores (MIRAGEM, 2014, pg. 39).
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Uma vez que civil a relação analisada, consumidores e fornecedores eram tratados de forma similar,
como se estivessem no mesmo patamar negocial.
Contudo, o Constituinte Originário de 1988 positivou a necessidade de se proteger, até mesmo como
um princípio da ordem econômica nacional, a defesa dos interesses do consumidor. De acordo com os artigos
5º, inciso XXXII e 170, inciso V, da CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios:
V - defesa do consumidor;
Exatamente por isto, nos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT, previstos na Carta
Magna, o artigo 48 estabeleceu que:
Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da Constituição,
elaborará código de defesa do consumidor.
A preocupação do constituinte deu origem à lei 8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor, norma
de ordem pública e interesse social e que deve ser aplicada a todas as relações que envolvem consumidores
e fornecedores, conforme o artigo 1º, do dispositivo legal:
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É que não se pode considerar na prática que consumidores e fornecedores estão no mesmo patamar
de conhecimento quando iniciam uma determinada contratação.
Imaginemos o exemplo de um consumidor (uma senhora de 80 anos) que irá adquirir uma
televisão com as tecnologias SMARTV, FULLHD e LED.
Por maior que seja o conhecimento jurídico, o conhecimento técnico e o conhecimento científico
desta consumidora, o volume de informações à disposição do fabricante acerca daquele
determinado produto sempre será muito superior ao do cliente.
Isto porque a fabricante de televisões tem à sua disposição engenheiros, advogados, contadores,
técnicos em informática, programadores, enfim, todo um aparato de conhecimento técnico,
científico e jurídico que o colocam em uma posição privilegiada quando da celebração do negócio
de compra e venda do produto.
Este exemplo serve para nos mostrar exatamente o fundamento do Direito do Consumidor: o
visível desequilíbrio na relação de consumo entre fornecedor e consumidor.
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Ante a vulnerabilidade técnica, fática e jurídica nesta relação, o Direito do Consumidor surge para
tentar equilibrar as negociações comerciais dando um tratamento privilegiado aos que estão em situação
jurídica desigual.
Privilegiando a parte mais frágil, este novo ramo do direito procura equilibrar os pratos da balança,
oferecendo proteção jurídica ao consumidor ante as contratações com fornecedores. Para Nelson Nery Jr,
inclusive, o CDC deve ser considerado norma de principiológica, com eficácia supralegal, da qual irradiam
diversas orientações para a produção de outras leis que protejam os interesses dos Consumidores
(TARTUCE, 2016, pg. 11).
(CESPE – DP/DF - Defensor – 2013) No que se refere às normas do CDC e à Política Nacional das
Relações de Consumo, julgue o item seguinte.
Parte da doutrina considera o CDC norma de ordem pública e principiológica, o que significa que ele
prevalece sobre as normas gerais e especiais anteriores.
Comentários
Gabarito: CERTO.
Conforme doutrina de Nelson Nery Jr, o item foi considerado verdadeiro pela banca. o CDC é norma
de ordem pública (como expressa o próprio art. 1º da Lei nº 8.078/90) e de interesse social. Isso
significa, por exemplo, que seus dispositivos poderão ser aplicados ex officio pelo magistrado, no caso
em concreto, ainda que as partes não requeiram isso. Além disso, o Código consubstancia-se numa
norma especial e principiológica e, como tal, deve prevalecer quando colidir com outras normas gerais
e especiais anteriores.
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e) estabelece normas de interesse coletivo geral, de ordem pública e interesse social, sem vinculação
com normas constitucionais.
Comentários
Gabarito: letra B.
Está de acordo com o art. 1°, CDC : O presente código estabelece normas de proteção e defesa do
consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da
Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
(FCC - DP (DPE AP)/DPE AP/2018) Lei municipal que proíbe a cobrança de consumação mínima em
bares da cidade é, segundo a jurisprudência do STF,
a) constitucional, pois o Município tem competência concorrente à União para legislar sobre direito do
consumidor.
b) inconstitucional, pois cabe à União e ao Estado, de forma subsidiária, legislar sobre direito do
consumidor.
c) constitucional, pois o Município tem competência concorrente ao Estado para legislar sobre direito
do consumidor.
d) inconstitucional, pois cabe à União e ao Estado legislar sobre direito do consumidor de forma
concorrente.
e) ilegal, pois o Código de Defesa do Consumir prevê que cabe ao estabelecimento comercial decidir
pela cobrança, respeitados os limites legais.
Comentários
Gabarito: letra D.
A lei é inconstitucional, pois os Municípios não podem legislar sobre consumo, visto que não estão no
rol do art. 24, CF.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
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V - produção e consumo;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário.
Em verdade, meus amigos, o Código de Defesa do Consumidor é uma norma de ordem pública e
interesse social. Trata-se de norma cogente e, portanto, irrenunciável.
Se prevista em contrato cláusula onde o consumidor renuncia às proteções do CDC, tal previsão será
nula, ante a cogência do CDC que deve ser aplicado independente da vontade das partes. Verificada no caso
concreto uma relação jurídica de consumo, a esta deve ser aplicada o Código de Defesa do Consumidor.
2.1 - CONSUMIDOR
De acordo com o artigo 2º, do CDC:
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Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
i. Aspecto subjetivo – Poderá ser considerado consumidor tanto a pessoa física quanto a pessoa
jurídica, independente se brasileiro ou estrangeiro, eis que o dispositivo legal não faz qualquer
restrição;
ii. Aspecto objetivo – O consumidor é aquele que adquire ou utiliza um produto ou serviço;
iii. Aspecto teleológico – Necessário que a aquisição do produto ou utilização do serviço seja na
qualidade de destinatário final;
A destinação final nada mais é que a aquisição do produto ou utilização do serviço sem o intuito de
recolocação no mercado ou incremento no processo produtivo. A grosso modo, tem-se uma aquisição de
um produto sem a intenção de com ele obter lucro.
Para definir o que seria o destinatário final da mercadoria, surgiram duas teorias: a interpretação
finalista e a interpretação maximalista.
Para a Flávio Tartuce (2016, pg. 88), o artigo 2º, do CDC, adotou expressamente a teoria finalista ou
subjetiva para a qualificação do consumidor. O consumidor deve ser, então, o destinatário final fático e
econômico do produto ou serviço, em razão da expressão destinatário final constante no dispositivo.
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1º. Destinação final fática – o consumidor é o último da cadeia de consumo, ou seja, depois dele,
não há ninguém na transmissão do produto ou do serviço.
2º. Destinação final econômica – o consumidor não utiliza o produto ou serviço para o lucro,
repasse ou transmissão onerosa.
Assim, uma loja de roupas (pessoa jurídica) que adquire 20 (vinte) blusas de uma fábrica para
revender não pode ser considerada consumidora desta mercadoria, eis que não a adquiriu como destinatária
final. A aquisição das peças de roupas fora feita com o intuito de recolocá-las no mercado por um preço
superior e, naturalmente, obter um lucro com a operação.
Por outro lado, acaso esta mesma loja de roupas adquira uma televisão, é possível considerá-la
consumidora nesta operação, eis que não há interesse da empresa em revender o equipamento, mas em
utilizá-lo na qualidade de destinatário final.
Trata-se, pois, da aplicação prática da destinação final fática e econômica do produto ou serviço
adquirido. Para Leandro Lages (2014, pg. 19), não basta ser o consumidor:
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atividade econômica, ou seja, que retira de circulação do mercado o bem ou o serviço para
consumi-lo, suprindo uma necessidade ou satisfação própria, não havendo, portanto, a
reutilização ou o reingresso dele no processo produtivo. Logo, a relação de consumo
(consumidor final) não pode ser confundida com relação de insumo (consumidor
intermediário). Inaplicabilidade das regras protetivas do Código de Defesa do Consumidor. (...)
(REsp 1321614/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, Rel. p/ Acórdão Ministro
RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 03/03/2015)
Já para a interpretação maximalista, o consumidor será tão somente o destinatário final fático do
produto ou serviço, independentemente de dar ao produto uma destinação produtiva ou doméstica. Para
esta teoria, aplica-se a interpretação mais extensa possível, independente do fim dado ao produto ou serviço
adquirido.
Exemplo desta interpretação seria o reconhecimento da relação de consumo entre uma indústria de
confecção que adquire produtos de limpeza para aplicar nas peças que fabrica.
O Superior Tribunal de Justiça, tendo em vista a possível injustiça cometida coma a aplicação cega da
teoria finalista, vem reconhecendo em determinadas hipóteses onde presente a vulnerabilidade (item
estudado mais adiante) do adquirente do produto, a aplicabilidade do CDC:
Assim, podemos concluir que o Superior Tribunal de Justiça reconhece na sua jurisprudência a
aplicação da teoria finalista mitigada.
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Comentários
Gabarito: CERTO.
A banca considerou este item como verdadeiro, em decorrência da aplicação da Teoria Finalista
Mitigada, o STJ tem autorizado a incidência do CDC nas hipóteses em que o contratante (pessoa física
ou jurídica), embora não seja propriamente destinatário final do produto ou serviço, apresenta-se em
situação de vulnerabilidade ou submetido à prática abusiva.
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Alguns autores também costumam denominar esta teoria de finalista mitigada, atenuada ou
aprofundada. Um exemplo prático, já abordado pelo STJ, é o da compra de avião pela sociedade empresária
para facilitar o deslocamento de seus administradores:
(CESPE – DP/DF – Defensor Público – 2013) No que concerne às relações de consumo, aos direitos
básicos do consumidor e à decadência, julgue o item subsequente.
Prevalece no STJ entendimento no sentido de que é considerado consumidor apenas a pessoa física ou
a pessoa jurídica que adquire os bens de consumo para uso privado, mesmo que não relacionados a
sua atividade profissional.
Comentários
Gabarito: ERRADO.
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Estas pessoas são denominadas de consumidores por equiparação, também conhecidos por
consumidores “bystanders”.
Artigo 2º. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que
indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as
pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
A primeira conclusão que se chega ao analisar os dispositivos acima transcritos é que o Código de
Defesa do Consumidor aplica-se também às relações jurídicas extracontratuais. Isto porque não apenas os
consumidores individuais estão abrangidos pela proteção do CDC, mas também aqueles considerados
consumidores por equiparação, ainda que não tenham participado da relação jurídica original.
Correta a assertiva segundo a qual o CDC aplica-se tanto a relações jurídicas contratuais como
extracontratuais.
(CESPE DP/AL 2017) A necessidade de proteção dos destinatários finais dos produtos e serviços
ofertados no mercado de consumo abarca as pessoas humana e jurídica, com o objetivo de tutelar a
vulnerabilidade e a hipossuficiência dos consumidores. A partir dessa informação, assinale a opção
correta, a respeito dos integrantes e do objeto da relação de consumo.
a) Aplica-se o CDC para a relação entre condômino e condomínio no que diz respeito à cobrança de
taxas, em decorrência da vulnerabilidade do condômino em relação ao condomínio.
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b) Em circunstâncias específicas, pessoas que não firmaram qualquer contrato de consumo podem ser
equiparadas a consumidores, para fins de proteção.
c) O conceito de fornecedor não abarca as pessoas jurídicas que atuam sem fins lucrativos, com caráter
beneficente ou filantrópico, ainda que elas desenvolvam, mediante remuneração, atividades no
mercado de consumo.
d) Com base na teoria finalista, a condição de destinatário final do produto não é requisito essencial
para a classificação da pessoa física ou jurídica como consumidora.
e) A teoria maximalista amplia sobremaneira o alcance da relação de consumo, mas não abarca as
pessoas jurídicas, devido ao fato de considerar que estas jamais se encontrarão em situação de
vulnerabilidade frente ao fornecedor.
Comentários
Gabarito: letra B.
Item em conformidade com o art. 2º, parágrafo único, CDC. São os chamados “bystanders”.
LETRA A- Não se aplica o CDC para a relação entre condômino e condomínio, segundo o STJ.
LETRA D- Para a Teoria Finalista, é fundamental o consumidor ser o destinatário final do produto ou
serviço.
LETRA E- Para a Teoria Maximalista, destinatário final é o destinatário fático do produto ou serviço,
isso é, basta a retirada do produto do mercado de consumo, pouco importando sua ulterior destinação
ou utilização econômica.
De acordo com o parágrafo único do artigo 2º, do CDC, equipara-se ao consumidor a coletividade de
pessoas ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. Neste ponto procura a lei
proteger a coletividade de pessoas, ainda que não se possa determinar individualmente cada consumidor.
Exemplo disto são as normas relativas à segurança e saúde dos consumidores, destinadas a toda a
coletividade, independente de se conseguir identificar individualmente quem irá adquirir aquele
determinado produto.
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Já o artigo 17 do CDC equipara aos consumidores todas as vítimas de acidente de consumo. Assim,
mesmo quando não estiver diretamente vinculado à relação de consumo, a vítima de um vazamento de
petróleo, de um vazamento de pesticida, por exemplo, receberá a proteção do CDC por se equiparar ao
consumidor.
O STJ já considerou consumidor equiparado o proprietário de uma casa sobre a qual caiu um avião.
Assim, mesmo não estando diretamente envolvido na relação consumidor x companhia aérea, o proprietário
do imóvel atingido por acidente aéreo será equiparado ao consumidor:
Por fim, também serão equiparados aos consumidores, todas as pessoas expostas às práticas
comerciais previstas nos artigos 30 a 54 do CDC.
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte, equiparam-se aos consumidores todas as
pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
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Assim, pessoas expostas a práticas comerciais abusivas, a publicidades enganosas, dentre outras,
serão equiparados aos consumidores quando da análise da proteção dada pelo CDC. Recente julgado do STJ
ressaltou um ponto muito importante: a condição de consumidor é personalíssima, assim, um cessionário
que não preenche as condições de consumidor não pode alegar para si direitos cabíveis exclusivamente ao
próprio consumidor.
O STJ também já reconheceu como consumidor equiparado (“bystander”) o comerciante que sofre
dano no momento em que está guardando garrafas em um freezer, em razão da explosão de uma das
garrafas:
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a) produto é qualquer bem, desde que material, podendo ser móvel ou imóvel.
b) serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, com ou sem remuneração, inclusive
as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária.
d) pode-se falar em consumidor por equiparação à coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis,
que haja intervindo nas relações de consumo.
e) fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, neste caso privada, somente, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviço.
Comentários
Gabarito: letra D.
Em conformidade com o disposto no art. 2º, parágrafo único: Equipara-se a consumidor a coletividade
de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
LETRA A- Art. 3º, § 1º. Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
LETRA B- Art. 3º, § 2º. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante
remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e secretária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.
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LETRA C- Art. 1º. O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem
pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e
art. 48 de suas Disposições Transitórias.
LETRA E - Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
2.3 - FORNECEDOR
A definição de fornecedor no CDC está prevista no artigo 3º:
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem,
criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de
produtos ou prestação de serviços.
Percebam que não há exceções para quem poderá ser classificado ou não como fornecedor. Assim,
aquele que exerça atividade com intuito de lucro poderá ser considerado fornecedor, independentemente
de estar com sua situação regularizada ou não.
A grande e a pequena indústria; a grande e a pequena loja; a grande fábrica de doces e a doceira que
trabalha em casa, todos são considerados fornecedores pelo CDC, acaso trabalhem com o intuito de lucro.
O CDC, inclusive enquadrou como fornecedores aqueles entes sem personalidade jurídica, a exemplo
do espólio e da massa falida.
(CESPE - Juiz Federal (TRF 2ª Região)/2009/XII) Assinale a opção correta com relação às disposições
do CDC.
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e) O contrato de mútuo entre o agente financeiro do SFH e o mutuário não é abrangido pelo CDC.
Comentários
Gabarito: letra C.
Conforme art. 3º, CDC: Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
LETRA A- Contratos de locação regem-se pela Lei Federal n° 8.245/1991 não sendo considerada relação
de consumo.
LETRA B- Art. 3º §1º, CDC: Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
LETRA D e E – Segundo art. 3º §2º, CDC: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
2.4 - PRODUTO
O conceito de produto está expresso no CDC no parágrafo 1º, do artigo 3º:
Percebe-se que a definição legal é bastante genérica e inclui no conceito qualquer bem ainda que
imaterial.
Ocorre que para aplicação das normas protetivas do CDC na relação, é necessário que haja o intuito
de lucro do fornecedor e, exatamente por isto, o produto deve revestir-se de onerosidade. Os bens recebidos
a título gratuito não devem enquadrar-se, a princípio, na definição do CDC.
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Contudo, ao tratar especificamente dos produtos, o código não faz qualquer distinção quanto à sua
onerosidade. Assim, a melhor interpretação dos dispositivos é a que abrange no conceito de produto as
amostras grátis, os brindes e demais artifícios utilizados pelos fornecedores com o intuito de fidelizar ou
ampliar sua clientela, independente da contraprestação paga pelos consumidores. Para Leandro Lages (2014,
pg. 29):
A definição mostra-se ampla e esgota qualquer gênero de bens, envolvendo todas as categorias,
pois qualquer bem será móvel ou imóvel, material ou imaterial. Abrange, inclusive, as amostras
grátis, pois o artigo não trata de remuneração.
2.5 - SERVIÇOS
Por fim, os serviços são definidos pelo CDC no parágrafo 2º, do artigo 3º:
Aqui o dispositivo fala que apenas os serviços fornecidos mediante remuneração estariam abarcados
na definição de serviço. Contudo, a doutrina definiu que o termo remuneração previsto no dispositivo legal
deve ser entendido no sentido genérico. Assim, ainda que o serviço seja prestado gratuitamente, mas com
o preço embutido em outro serviço ou produto, deve este ser considerado para efeitos de incidência do
Código de Defesa do Consumidor.
Tais hipóteses enquadram-se em relação de consumo, ainda que o serviço seja fornecido
gratuitamente. Isto porque os serviços nada mais são que o reforço embutido na venda de outros produtos.
Neste sentido:
Súmula 130 – STJ - A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de
veículo ocorridos em seu estacionamento.
Além disso, o dispositivo legal incluiu uma ampla gama de serviços ao âmbito de aplicação do CDC,
inclusive os serviços bancários, financeiros e de natureza securitária.
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No estacionamento
gratuito oferecido por
lojas e centros
comerciais;
Na instalação gratuita
quando da aquisição de
determinados produtos;
Aplica-se o CDC
Nos serviços de
manobrista, ainda que
gratuitos;
Nos programas de
milhagem oferecidos por
cartões de crédito;
Como visto, o tema não é tão simples de ser compreendido, sendo necessário que analisemos a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça para compreender em que situações se reconheceu ou não a
aplicabilidade do CDC.
Isto porque as questões de concurso cobrarão as hipóteses em que o STJ reconheceu ou não a relação
consumerista.
(CESPE - Juiz Estadual (TJ BA)/2012) A respeito dos integrantes e do objeto da relação de consumo,
assinale a opção correta.
b) Considera-se serviço qualquer atividade — salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista
— fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, o que inclui as atividades de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária.
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d) Segundo a corrente finalista ou subjetiva, o destinatário final é o destinatário fático, não importando
a destinação econômica dada ao bem nem se aquele que adquire o produto ou o serviço tem, ou não,
finalidade de lucro.
Comentários
Gabarito: Letra B.
Conforme art. 3º, § 2°, CDC: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária,
salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
LETRA C- A corrente maximalista ou objetiva considera consumidor todo aquele que retira o
produto ou serviço do mercado, e não apenas o consumidor o “não profissional".
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Exatamente por isto que, antecipando assunto a ser visto em momento posterior, o STJ entende que
a responsabilidade dos bancos é objetiva por infortúnios ocorridos no interior da agência:
Neste sentido:
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Súmula 608 - - STJ - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de
saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.
Qual a diferença entre o plano de saúde “normal” e o plano de saúde organizado por
entidade de autogestão?
A primeira delas, relação tipicamente consumerista nos termos da Súmula 608 do STJ (anteriormente
tratada na cancelada Súmula 469), corresponde a uma determinada empresa que organiza e gerencia os
contratos com hospitais, médicos e segurados com o intuito de obter lucro.
Assim, quanto mais caro este plano cobrar de seus usuários e mais barato pagar para os profissionais
que para ele trabalham, mais lucrativo e eficiente será o negócio.
Por outro lado, há hipóteses onde um grupo de pessoas se reúne para organizar um plano de saúde
onde todos contribuem mensalmente em uma espécie de rateio de despesas.
O plano não está estruturado para obter lucro, mas para diminuir os custos com despesas médicas
daquele determinado grupo que obtém diversos descontos por fechar contratos mais vultuosos com
hospitais e médicos.
Este plano não costuma ser oferecido no mercado de consumo a quem pretender adquiri-lo, mas
apenas para os titulares daquele determinado grupo, sendo a condição de associado / sindicalizado pré-
requisito para a sua adesão ao plano.
Em casos de planos de autogestão, pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de não ser aplicável
à relação entre segurado e plano de saúde as regras do Código de Defesa do Consumidor.
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Súmula 321 – STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a
entidade de previdência privada e seus participantes. (ENUNCIADO CANCELADO)
Ocorre que, conforme discussão acerca dos planos de saúde de autogestão, é necessário
diferenciarmos os planos de previdência privada de regime aberto daqueles planos de regime fechado.
Enquanto as entidades de previdência complementar de regime aberto são empresas que atuam no
mercado buscando lucrar com os planos de previdência, as entidades fechadas são aquelas geralmente
organizadas por associações ou empresas para oferecer planos a seus empregados.
Assim, enquanto no regime aberto, há a intenção de lucrar com os planos de previdência e estes são
oferecidos no mercado, no regime fechado, a intenção é oferecer um benefício aos empregados ou a um
determinado grupo, não sendo tais planos comercializados no mercado.
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Revendo seu entendimento, o STJ revogou a Súmula 321 e editou a Súmula 563 segundo a qual o CDC
aplica-se apenas às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos
previdenciários celebrados com entidades fechadas.
Aplica-se, portanto, o CDC aos planos de previdência privada de regime aberto, mas não se aplica aos
planos de previdência privada de regime fechado, exatamente por inexistir a finalidade lucrativa.
Neste sentido:
a) indenização do condômino pelo condomínio, em razão de furto de bem móvel ocorrido dentro da
garagem de prédio de apartamentos.
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b) ressarcimento do valor pago ao advogado que, constituído em processo criminal, tenha deixado de
recorrer de sentença de pronúncia.
d) cobrança indevida relativa a crédito educativo custeado pelo Estado em benefício de aluno.
Comentários
Gabarito: letra E.
De acordo com a Súmula 563 do STJ (que substitui a súmula 321): O Código de Defesa do Consumidor
é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos
previdenciários celebrados com entidades fechadas.
LETRA B- A jurisprudência do STJ firmou no sentido de que o Código de Defesa do Consumidor não se
aplica às relações decorrentes de contrato de prestação de serviços advocatícios.
LETRA C- A jurisprudência do STJ é sólida no sentido de não se aplicar o CDC a contratos de locação,
que são regidos pela Lei n. 8.245/1991.
LETRA D- Os contratos de crédito educativo têm por objetivo subsidiar a educação superior e, portanto,
estão fora da relação de consumo, descabendo cogitar a aplicação das normas do CDC.
As contratações entre clientes e advogados são regidas por legislação própria (Lei 9.806/94), razão
pela qual não se aplica o Código de Defesa do Consumidor a tais relações contratuais, conforme decidido
pelo STJ:
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1. Hipótese em que o Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública a fim de impedir que
os Municípios de Imbé e Tramandaí e a Companhia Estadual de Energia Elétrica - CEEE exigissem
o pagamento da tarifa de energia elétrica em conjunto com a contribuição de custeio do serviço
de iluminação pública.
2. O Tribunal de origem prestou jurisdição completa e reconheceu na relação jurídica em
discussão natureza consumerista, entendendo que não se pode efetuar a cobrança, em um
mesmo código de barras, dos valores referentes ao consumo mensal de energia elétrica e aquele
devido a título de contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública, sem que tenha
havido prévia e expressa autorização dos consumidores.
3. A questão acerca da natureza jurídica da contribuição para o custeio do serviço de iluminação
pública, sob a ótica do art. 3º do CTN, por si só, não tem valência para infirmar a fundamentação
do acórdão recorrido.
4. A Primeira Turma do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do REsp nº 1.010.130/MG,
Relator Ministro Luiz Fux, DJe 24.11.2010, afastou a índole tributária da pretensão e reconheceu
na discussão em debate a natureza consumerista, a justificar a legitimidade do Ministério Público
para a propositura de ação civil pública, amparada nos arts. 81 e 82 do Código de Defesa do
Consumidor.
5. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça reconhece ser aplicável o Código de Defesa do
Consumidor às relações entre concessionária de serviço público e o usuário final, para o
fornecimento de serviços públicos essenciais, tais como energia elétrica. Nesse sentido: AgRg no
AREsp nº 468.064/RS, Relator Ministro Og Fernandes, DJe 07/04/2014 e AgRg no AREsp nº
354.991/RJ, Relator Ministro Mauro Campbell Marques, DJe 11/09/2013.
6. Agravo regimental desprovido.
(AgRg no REsp 1421766/RS, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO
DO TRF 1ª REGIÃO), PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/12/2015, DJe 04/02/2016)
Tanto é verdade que o STJ possui importantes súmulas aplicáveis às concessionárias de serviços
públicos, que serão aprofundadas oportunamente, acaso haja previsão expressa e específica no edital do seu
concurso. Vejamos:
Súmula 356 – STJ - É legítima a cobrança da tarifa básica pelo uso dos serviços de telefonia fixa.
Súmula 407 – STJ - É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de
usuários e as faixas de consumo.
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Súmula 412 – STJ - A ação de repetição de indébito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao prazo
prescricional estabelecido no Código Civil.
(FAUEL - Proc Mun (Paranavaí)/Pref Paranavaí/2018) Assinale a alternativa correta de acordo com o
Código de Defesa do Consumidor e a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça:
a) Para os fins de proteção consumerista define-se produto como qualquer bem, móvel ou imóvel,
desde que material.
b) Considera-se consumidor toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final, não podendo um condomínio de adquirentes de edifício em construção
equiparar-se a consumidor.
d) Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto
aos essenciais, contínuos.
Comentários
Gabarito: letra D.
A alternativa aborda a redação do art. 22, CDC: Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo,
serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista
neste código.
LETRA A- Conforme art. 3º, § 1°, CDC: produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
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LETRA B- Segundo o STJ, aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas
hipóteses em que atua na defesa dos interesses dos seus condôminos frente à
construtora/incorporadora.
LETRA C- Segundo as lições de Flávio Tartuce, todo consumidor é vulnerável, mas nem todo é
hipossuficiente.
LETRA E- Segundo STJ, não se aplicam as normas do CDC às relações jurídicas estabelecidas entre
condomínio e condôminos. Até no contrato de construção sob o regime de administração ou preço de
custo, não há relação de consumo a ser tutelada pelo CDC, devendo a relação jurídica ser regida pela
Lei de Condomínio e Incorporações Imobiliárias – Lei 4591/64.
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a) o exame dos contratos de cartão de crédito, submetidos apenas às resoluções específicas do Banco
Central.
Comentários
Gabarito: letra B.
LETRA C- SÚMULA 321 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre
a entidade de previdência privada e seus participantes. (súmula cancelada em 24/02/2016, porém,
quando da aplicação do concurso, 2013, a súmula estava em vigor).
SÚMULA 563 do STJ (que substitui a súmula 321): O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às
entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários
celebrados com entidades fechadas.
LETRA D- SÚMULA 563 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de
previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades
fechadas.
LETRA E- SÚMULA 469 do STJ: “Aplica-se o código de defesa do consumidor aos contratos de plano de
saúde"
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Art. 58. Nas incorporações em que a construção for contratada pelo regime de administração,
também chamado "a preço de custo", será de responsabilidade dos proprietários ou adquirentes
o pagamento do custo integral de obra, observadas as seguintes disposições:
I - todas as faturas, duplicatas, recibos e quaisquer documentos referentes às transações ou
aquisições para construção, serão emitidos em nome do condomínio dos contratantes da
construção;
II - todas as contribuições dos condôminos para qualquer fim relacionado com a construção serão
depositadas em contas abertas em nome do condomínio dos contratantes em estabelecimentos
bancários, as quais, serão movimentadas pela forma que for fixada no contrato.
Neste tipo de obra os adquirentes reúnem-se em torno de um condomínio ou associação que irá
adquirir todo o material necessário para construção da obra e, ao mesmo tempo, realizar a contratação de
uma construtora para construir o empreendimento.
Assim, os compradores depositam mensalmente um valor na conta do condomínio que irá tanto
realizar as compras de material (cimento, tijolos, cerâmicas, dentre outros insumos) como acompanhar a
construção e realizar o pagamento da construtora (responsável pelos empregados e pela questão técnica).
Nesta hipótese, os custos da construção serão consideravelmente reduzidos, a tal ponto de a Lei
4.591/64 denominá-la de obra a “preço de custo”. Em tais casos, entendeu o Superior Tribunal de Justiça
tratar-se de relação a qual não deve ser aplicada o Código de Defesa do Consumidor:
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Neste caso, o STJ identificou que na relação Condomínio – Construtora deverá o condomínio ser
considerado consumidor por equiparação e a ele se aplicar todas as benesses protetivas do CDC. Aqui não
se fala em obra por administração.
O caso analisado dizia respeito a uma demanda que seria proposta individualmente por cada
condômino, mas que fora proposta pela coletividade. Segundo o STJ, a este caso aplica-se o CDC.
Assim, na hipótese em que vários moradores que adquiriram imóveis no mesmo prédio reúnem-se
para, através do condomínio formado, pleitear junto à Construtora/Incorporadora do edifício a
demonstração de que aplicara a integralidade do produto do financiamento na incorporação, aplica-se ao
caso o Código de Defesa do Consumidor.
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No mesmo sentido, podemos destacar hipótese de cobrança indevida de água ao condomínio, onde
também se aplicou a proteção do CDC:
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As empresas aéreas, contudo, permaneceram discutindo a questão sob a ótica do artigo 178, da
Constituição Federal:
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Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo,
quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União,
atendido o princípio da reciprocidade.
A matéria chegou, então, ao Supremo Tribunal Federal e foi afetada através do Tema de Repercussão
Geral de número 210.
Basicamente, alegavam as empresas aéreas que, conforme disposto no artigo 178, da Constituição
Federal, a ordenação do transporte aéreo internacional deve obedecer aos acordos internacionais firmados
pela União e não às regras do Direito do Consumidor.
Naturalmente, a Convenção de Varsóvia é bem menos protetiva aos direitos do passageiro como o é
o CDC. Apenas para se ter uma ideia, o artigo 22 da referida Convenção estabelece um limite / um teto de
valor indenizatório a ser pago pelas companhias aéreas aos consumidores em razão do serviço prestado.
Trata-se de ideia absolutamente dissociada da lógica adotada pelo Código de Defesa do Consumidor.
Eis a tese fixada e que provavelmente será cobrada em sua prova, inclusive com estas palavras:
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Recurso extraordinário com repercussão geral. 2. Extravio de bagagem. Dano material. Limitação.
Antinomia. Convenção de Varsóvia. Código de Defesa do Consumidor. 3. Julgamento de mérito.
É aplicável o limite indenizatório estabelecido na Convenção de Varsóvia e demais acordos
internacionais subscritos pelo Brasil, em relação às condenações por dano material decorrente
de extravio de bagagem, em voos internacionais. 5. Repercussão geral. Tema 210. Fixação da
tese: "Nos termos do art. 178 da Constituição da República, as normas e os tratados
internacionais limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros,
especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao Código de
Defesa do Consumidor". 6. Caso concreto. Acórdão que aplicou o Código de Defesa do
Consumidor. Indenização superior ao limite previsto no art. 22 da Convenção de Varsóvia, com
as modificações efetuadas pelos acordos internacionais posteriores. Decisão recorrida
reformada, para reduzir o valor da condenação por danos materiais, limitando-o ao patamar
estabelecido na legislação internacional. 7. Recurso a que se dá provimento.
(RE 636331, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 25/05/2017,
PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-257 DIVULG 10-11-2017 PUBLIC 13-
11-2017)
Naturalmente, o STJ reviu o seu posicionamento e alinhou a sua jurisprudência à Corte Suprema:
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O Superior Tribunal de Justiça editou, votou e aprovou a Súmula 602 após repetidas e reiteradas
decisões que reafirmaram a possibilidade de aplicação do Código de Defesa do Consumidor nas relações
contratuais firmadas com empreendimentos habitacionais promovidos por sociedades cooperativas.
Havendo diferentes posicionamentos do STJ sobre a aplicação do CDC nas diversas situações já
apresentadas ao referido Tribunal, percebe-se que cada caso “peculiar” tem a aplicabilidade do CDC
condicionada a julgamento.
Em relação às sociedades cooperativas, regidas pela Lei nº 5.764/71, a ausência do lucro como
objetivo destas supostamente afastaria a relação de fornecedor e, portanto, de consumo. Assim, em diversos
casos foi arguida a inaplicabilidade do CDC nos contratos referidos.
O entendimento já se encontra consolidado no STJ que, devido às repetidas causas editou a súmula
602 também com o objetivo de que esta seja reproduzida pelas instâncias inferiores e, consequentemente,
evite mais recursos sobre o tema já reiteradamente decidido.
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c) crédito educativo custeado pelo Estado ao aluno, relação travada entre condomínio e condôminos
e contrato de franquia.
Comentários
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Gabarito: letra C.
De acordo com a Súmula 563 STJ: O CDC é aplicável às entidades abertas de providência complementar,
não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.
LETRA A- Na linha da jurisprudência do STJ não se aplica o Código de Defesa do Consumidor à relação
contratual entre advogados e clientes, a qual é regida por norma específica - Lei n. 8.906/94.
LETRA B- Súmula 608, STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de
saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.
LETRA D- Conforme reiterada jurisprudência do STJ, não é relação de consumo a que se estabelece
entre os condôminos e o Condomínio, referente às despesas para manutenção e conservação do
prédio e dos seus serviços.
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LETRA E- Segundo o STJ, as normas do CDC não são aplicáveis à aquisição e à importação de aparelho
de raio X por entidade hospitalar, não hipossuficiente nem vulnerável, no intuito de incrementar sua
atividade, ampliar a gama de serviços e aumentar os lucros. Igualmente, não se aplica o referido
diploma ao transporte aéreo internacional de respectivo equipamento, por representar mera etapa do
ato complexo de importar.
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A relação entre o franqueador e o franqueado não é uma relação de consumo, mas sim de fomento
econômico com o objetivo de estimular as atividades empresariais do franqueado, conforme entendimento
do STJ:
A franquia é um contrato empresarial e, em razão de sua natureza, não está sujeito às regras
protetivas previstas no CDC. A relação entre o franqueador e o franqueado não é uma relação de
consumo, mas sim de fomento econômico com o objetivo de estimular as atividades empresariais
do franqueado. O franqueado não é consumidor de produtos ou serviços da franqueadora, mas
sim a pessoa que os comercializa junto a terceiros, estes sim, os destinatários finais.
(STJ. 3ª Turma. REsp 1602076-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016)
A guarda e seguro dos veículos de uma concessionária constituem relação de consumo com a
seguradora, conforme entendimento do STJ:
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oriundo de um fornecedor. Por sua vez, destinatário final, segundo a teoria subjetiva ou finalista,
adotada pela Segunda Seção desta Corte Superior, é aquele que ultima a atividade econômica,
ou seja, que retira de circulação do mercado o bem ou o serviço para consumi-lo, suprindo uma
necessidade ou satisfação própria, não havendo, portanto, a reutilização ou o reingresso dele no
processo produtivo. Logo, a relação de consumo (consumidor final) não pode ser confundida com
relação de insumo (consumidor intermediário).
3. Há relação de consumo no seguro empresarial se a pessoa jurídica o firmar visando a proteção
do próprio patrimônio (destinação pessoal), sem o integrar nos produtos ou serviços que oferece,
mesmo que seja para resguardar insumos utilizados em sua atividade comercial, pois será a
destinatária final dos serviços securitários. Situação diversa seria se o seguro empresarial fosse
contratado para cobrir riscos dos clientes, ocasião em que faria parte dos serviços prestados pela
pessoa jurídica, o que configuraria consumo intermediário, não protegido pelo CDC.
4. A cláusula securitária a qual garante a proteção do patrimônio do segurado apenas contra o
furto qualificado, sem esclarecer o significado e o alcance do termo "qualificado", bem como a
situação concernente ao furto simples, está eivada de abusividade por falha no dever geral de
informação da seguradora e por sonegar ao consumidor o conhecimento suficiente acerca do
objeto contratado. Não pode ser exigido do consumidor o conhecimento de termos técnico-
jurídicos específicos, ainda mais a diferença entre tipos penais de mesmo gênero.
5. Recurso especial provido.
(RECURSO ESPECIAL Nº 1.352.419 – SP. RELATOR : MINISTRO RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA. Data
do Julgamento: 19/08/2014)
3.11.5 - Taxista
Mesmo o taxista, que realiza a compra do veículo para a utilização como meio de trabalho, estará
protegido pelas regras do Código de Defesa do Consumidor, conforme entendimento do STJ:
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Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:
Percebe-se que a preocupação com as necessidades dos consumidores, com a sua dignidade, saúde
e segurança, bem como a melhoria da sua qualidade de vida são o norte que está impregnado no CDC.
Adotando neste curso a classificação utilizada por Flávio Tartuce (2016), identificamos os princípios abaixo.
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Fática – decorrente das circunstâncias de fato que levam o fornecedor a ser superior financeira, social
e culturalmente ao consumidor;
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A hipossuficiência decorre da previsão do artigo 6º, inciso VIII, do CDC e é estabelecida como
instrumento facilitador da defesa do consumidor em juízo, especificamente quanto à inversão do ônus da
prova:
(FCC - Juiz Estadual (TJ SE)/2015) O Código de Defesa do Consumidor se utiliza das expressões
“vulnerabilidade e “hipossuficiência” nos seus artigos. A respeito deste tema, é correto afirmar:
a) O juiz somente pode inverter o ônus da prova no processo civil quando estiverem presentes dois
requisitos: hipossuficiência e verossimilhança da alegação do consumidor.
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b) São expressões sinônimas, uma vez que ambas definem a situação de fraqueza do consumidor
perante o fornecedor.
c) São sinônimas, mas hipossuficiência é a expressão utilizada quando se trata de aplicar o direito
processual civil.
d) A vulnerabilidade deve ser declarada pelo juiz para fins de aplicação das normas mais protetivas do
consumidor.
Comentários
Gabarito: letra E.
Art. 4º.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização
da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico,
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da
Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores
e fornecedores;
Para Flávio Tartuce (2016, pg. 42), a boa-fé objetiva refere-se ao equilíbrio da relação negocial e ao
dever de lealdade na contratação que as partes devem manter durante todos os momentos pelos quais passa
o negócio jurídico de consumo.
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Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº
9.008, de 21.3.1995)
Por outro lado, o artigo 6º, inciso III, estabelece que a informação clara e adequada sobre os produtos
e serviços é direito básico do consumidor:
Percebam que tal princípio é tão forte que necessário que o produto informe inclusive a quantidade,
característica, composição, tributos incidentes e preço, bem como os eventuais riscos que apresentem. Além
disso, o parágrafo único do artigo 6º, do CDC, estabelece que a informação deve ser acessível à pessoa com
deficiência, observadas as regras dispostas em regulamento:
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III do caput deste artigo deve ser acessível à
pessoa com deficiência, observado o disposto em regulamento.
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Assim, em oposição a esta força obrigatória dos contratos, tem-se a Teoria da Imprevisão,
consubstanciada na cláusula rebus sic standibus, segundo a qual é possível se relativizar a força obrigatória
dos contratos na esfera do Direito do Consumidor.
Para Flávio Tartuce (2016, pg. 52), o objetivo principal da função social dos contratos é tentar
equilibrar uma relação onde tradicionalmente o consumidor era vítima das abusividades praticadas pelo
fornecedor na relação de consumo.
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A previsão aqui elencada assegura aos consumidores a reparação de todos os danos suportados,
inclusive morais. Ressalte-se que não apenas a pessoa física pode sofrer dano moral, mas também a pessoa
jurídica, nos termos da Súmula 227 do STJ:
Tratam-se de verdadeiros vetores de interpretação da norma. Assim, o estudo do artigo 4º nada mais
é que o estudo dos princípios já estudados anteriormente, cabendo ao candidato a leitura minuciosa do
dispositivo, procurando destacar sempre:
Coibição e
Reconhecimento Educação e
repressão de Racionalização e
da Informação dos
abusos praticados melhoria dos
Vulnerabilidade Consumidores e
no mercado de serviços públicos;
do Consumidor; Fornecedores;
consumo;
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das
necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e
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harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei nº
9.008, de 21.3.1995)
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança,
durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização
da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico,
de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da
Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores
e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres,
com vistas à melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e
segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de
conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo,
inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas
e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
Destaque-se que o inciso II estabelece ações a serem tomadas pelos governos no sentido de
efetivamente proteger o consumidor, através de iniciativa direta, incentivos à criação e desenvolvimento de
associações representativas, pela presença do Estado no mercado de consumo e pela garantia dos produtos
e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho.
(CESPE – Defensoria pública DF/2013) No que se refere às normas do CDC e à Política Nacional das
Relações de Consumo, julgue o item seguinte.
Por atender indiretamente às necessidades dos consumidores, a racionalização e melhoria dos serviços
públicos não é um dos objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo.
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Comentários
Gabarito: ERRADO.
Segundo o art. 4º, da Lei 8.078/90: A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: VII -
racionalização e melhoria dos serviços públicos.
Além disso o artigo 5º, do CDC estabelece os instrumentos para a execução da Política Nacional das
Relações de Consumo:
Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o poder público
com os seguintes instrumentos, entre outros:
I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente;
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O CDC costuma se preocupar muito com a proteção à vida, saúde e segurança do consumidor e possui
diversas normas protetivas contra os riscos provocados por produtos ou serviços perigosos ou nocivos. Trata-
se, pois, de um direito básico do consumidor a proteção à vida, saúde e segurança.
Em razão do direito básico à proteção da vida, saúde e segurança do consumidor, terá ele o
direito de ser indenizado?
Meus amigos, este ponto é bastante polêmico e possui decisões no seio do próprio STJ nos dois
sentidos.
De um lado, encontramos uma corrente que entende ser a simples exposição da saúde do
consumidor a risco, um fato que exige a reparação por dano moral.
Isto porque as regras protetivas à sua saúde e segurança são princípios básicos da relação
consumerista. Trata-se de posicionamento já exarado pela 3ª turma do STJ, em especial no Informativo 537
e que em 2016 ainda encontramos julgados neste sentido:
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Por outro lado, a posição que parece prevalecer no seio do STJ é a que entende ser este fato um mero
dissabor vivenciado pelo consumidor, conforme Informativo de número 553. É que a ausência de ingestão
do produto afasta eventual pretensão indenizatória.
Para esta corrente, a tecnologia utilizada nas embalagens de refrigerante possui um padrão universal
de higiene e segurança, utilizando-se o mesmo padrão em todo o mundo. Inexistiria, assim, um sistemático
defeito de segurança capaz de colocar em risco a incolumidade da sociedade de consumo, a culminar no
desrespeito à dignidade da pessoa humana, no desprezo à saúde pública e no descaso com a segurança
alimentar.
Trata-se tão somente de uma fala pontual e que não mereceria reparação. Neste sentido, também
em 2016, a 4ª Turma do STJ assim entendeu:
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Ocorre que houve recente julgado do Superior Tribunal de Justiça na Relatoria da Min. Nancy Andrighi
que considerou existir dano moral na exposição de “potencial risco à saúde do consumidor”. Trata-se do
REsp 1.644.405-RS.
A primeira das respostas cabíveis é de que os entendimentos exarados -todos – são de turmas do STJ
que possuem divergentes entendimentos. Ao que parece, ainda não existe uma posição consolidada de uma
das Seções do STJ (em sede de recurso repetitivo).
Porém, deve-se destacar também uma particularidade específica no caso apresentado no REsp
1644405/RS: o corpo estranho estava no recheio entre as abas do biscoito, portanto, perigosamente
escondido. O consumidor apenas poderia ter conhecimento do corpo estranho ao levar o biscoito à boca.
O caso que por vezes foi tido como parâmetro para o mero aborrecimento em relação aos alimentos
traz um caso de verificação do corpo estranho através de vidro ou outro material transparente que guarda
o alimento/bebida.
Essa seria uma boa tese para uma questão subjetiva, sendo aconselhável expor ambas as decisões
exaradas pelo STJ.
Em relação à questão objetiva, observe a qual dos dois casos o enunciado mais se aproxima.
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16/12/2016. 2. O propósito recursal consiste em determinar se, para ocorrer danos morais em
função do encontro de corpo estranho em alimento industrialização, é necessária sua ingestão
ou se o simples fato de levar tal resíduo à boca é suficiente para a configuração do dano moral.
3. A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu interior corpo estranho,
expondo o consumidor à risco concreto de lesão à sua saúde e segurança, ainda que não ocorra
a ingestão de seu conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao direito
fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana.
4. Hipótese em que se caracteriza defeito do produto (art. 12, CDC), o qual expõe o consumidor
à risco concreto de dano à sua saúde e segurança, em clara infringência ao dever legal dirigido
ao fornecedor, previsto no art. 8º do CDC. 5. Na hipótese dos autos, o simples "levar à boca"
do corpo estranho possui as mesmas consequências negativas à saúde e à integridade física do
consumidor que sua ingestão propriamente dita. 6. Recurso especial provido.
(STJ - REsp: 1644405 RS 2016/0327418-5, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de
Julgamento: 09/11/2017, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 17/11/2017)
Interessante ainda ressaltar que a terceira turma reforçou a tese da Ministra Nancy Andrighi em um
caso onde foi encontrado um preservativo dentro da lata do molho de tomate e reconheceu o dano ao
consumidor:
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III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação
correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem
como sobre os riscos que apresentem;
Este direito básico foi visto quando tratamos do Princípio da transparência ou confiança.
O CDC protege, ainda, o consumidor contra a publicidade enganosa e abusiva, bem como contra as
práticas e cláusulas abusivas insertas nos contratos ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.
Iremos estudar com profundidade este tema quando falarmos especificamente das práticas abusivas.
A ocorrência ou não de fato posterior à celebração do contrato como requisito para revisão das
cláusulas contratuais é tema sempre cobrado bastante em provas. Visto quando tratamos da função social
do contrato, este direito básico relativiza a força obrigatória dos contratos (pacta sunt servanda), em
benefício do consumidor.
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Existem claras diferenças entre essa revisão contratual e a consagrada pelo Código Civil de 2002.
Isso porque a codificação privada exige o fator imprevisibilidade para a revisão contratual por
fato superveniente, tendo consagrado, segundo o entendimento majoritário, a teoria da
imprevisão, com origem na antiga cláusula rebus sic standibus.
Percebam que o artigo 317 do Código Civil estabelece que a modificação contratual apenas ocorrerá
por motivos imprevisíveis:
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da
prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte,
de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
É que tradicionalmente o Direito Civil prega a ideia da força obrigatória dos contratos (pacta sunt
servanda). Contudo, no Direito do Consumidor, há que se analisar a função social do contrato, não podendo
se aceitar cláusulas draconianas e prejudiciais aos consumidores, naturalmente vulneráveis ante os
fornecedores.
Assim, em oposição a esta força obrigatória dos contratos, tem-se a Teoria da Imprevisão,
consubstanciada na cláusula rebus sic standibus, segundo a qual é possível se relativizar a força obrigatória
dos contratos na esfera do Direito do Consumidor.
Em decisão recente, o STJ analisou hipótese onde o Autor pleiteou a revisão do contrato em razão
da maxidesvalorização do real.
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Casos como este ocorreram em grande quantidade na década de 1990, quando muitos empresários
adquiriam produtos do exterior de forma parcelada e em dólar. Contudo, a maxidesvalorização do Real
ocorrida em um curto espaço de tempo aumentou demasiadamente o preço das prestações mensais a que
os compradores comprometeram-se.
a) Se a relação configurar-se como consumerista, cabe a revisão do contrato, uma vez que se aplica
o disposto no artigo 6º, inciso V, do CDC;
Neste sentido:
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(FGV – ALERJ – PROCURADOR – 2017) Tício, costureiro renomado, celebra, em dezembro de 1998,
contrato de compra e venda para a aquisição de equipamento importado, de alta tecnologia, destinado
à confecção. O valor avençado com o vendedor do equipamento foi de US$ 50.000,00 (cinquenta mil
dólares americanos), parcelado em 5 (cinco) prestações de US$ 10.000,00 (dez mil dólares americanos)
cada uma. A primeira, com vencimento 2 (dois) meses após a assinatura do contrato, e a última, a 10
(dez) meses desta. Diante da maxidesvalorização do real em face do dólar, ocorrida a partir de janeiro
de 1999, Tício paga apenas a primeira parcela, ingressando em seguida com ação judicial pleiteando a
revisão do contrato mediante a aplicação da teoria da imprevisão, para a alteração das cláusulas de
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modo a converter as parcelas para moeda nacional, com observância do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor - INPC. Seguindo a orientação consolidada no Superior Tribunal de Justiça, quanto à
pretensão de Tício, é correto afirmar que:
a) deve ser negado o pedido revisional, considerando que a possibilidade de revisão dos contratos
assume, no direito brasileiro, caráter excepcional, por representar restrição ao princípio da autonomia
da vontade, o qual deve orientar axiologicamente a interpretação do Código Civil;
b) deve ser privilegiado o conteúdo originalmente ajustado, negando-se a revisão contratual, já que,
não obstante o fato imprevisível que alterou a base do contrato de compra e venda, a função social do
contrato impõe a manutenção dos contratos firmados em moeda estrangeira, privilegiando o interesse
coletivo de garantir eficiência máxima às trocas econômicas;
c) deve ser aplicado o princípio do equilíbrio contratual, de modo que a superveniência de fato,
imprevisível ou não, que determine desequilíbrio na relação contratual diferida ou continuada, afigura-
se suficiente para que se reconheça a possibilidade de revisão do contrato;
d) embora inaplicável o Código de Defesa do Consumidor, deve ser aplicada a teoria da imprevisão,
conforme previsto no artigo 317 do Código Civil, tendo em vista a ocorrência de mudança
superveniente das circunstâncias iniciais vigentes à época da realização do negócio, oriunda de evento
imprevisível, que comprometeu o valor da prestação;
e) a teoria da imprevisão não deve ser aplicada ao caso, já que a variação cambial integra, nos contratos
firmados com base na cotação da moeda norte-americana, o risco objetivo da contratação,
especialmente ao se considerar o histórico inflacionário do país na década de 1990.
Comentários
Gabarito: letra E.
A questão deixa claro que Tício adquire as mercadorias para integrar o seu processo produtivo, razão
pela qual não teríamos na hipótese uma relação consumerista.
A maxidesvalorização do real em face do dólar americano ocorrida a partir de janeiro de 1999 não
autoriza a aplicação da teoria da imprevisão ou da teoria da onerosidade excessiva, com intuito de
promover a revisão de cláusula de indexação ao dólar americano.
Trata-se de direito básico visto quando da análise do Princípio da Reparação Integral do Dano.
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VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de
danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica,
administrativa e técnica aos necessitados;
Decorre este direito do próprio acesso à justiça e da instalação das Defensorias Públicas com
assistência jurídica gratuita, instrumentos da execução da Política Nacional das Relações de Consumo.
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu
favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
O CDC estabeleceu como direito básico do consumidor a eficaz e adequada prestação e serviços
públicos em geral (serviços de água, esgoto, energia, gás, transporte público, etc). Por fim, o artigo 7º, do
CDC, estabelece que os direitos previstos no Código não são exaustivos e não excluem outros decorrentes
de tratados ou convenções internacionais, bem como outros diplomas normativos.
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou
convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de
regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que
derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.
E, o parágrafo único do artigo 7º, estabelece a responsabilidade solidária de todos os autores das
ofensas contra os consumidores:
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Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela
reparação dos danos previstos nas normas de consumo.
A inversão do ônus da prova trata-se, pois, de direito previsto no artigo 6º, inciso VIII, do CDC e se
estabelece como instrumento facilitador da defesa do consumidor em juízo. Contudo, a inversão do ônus
da prova a favor do consumidor não deve ser feita cegamente. Não se trata de um direito que deve ser
aplicado em todas as hipóteses de relações consumeristas.
O juiz é que deverá, caso a caso, analisar a verossimilhança das alegações do consumidor ou a sua
hipossuficiência para reconhecer o direito à inversão do ônus da prova. Conforme pacificado pelo STJ
(Informativo 489):
A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, não ocorre ope legis, mas ope
iudicis, vale dizer, é o juiz que, de forma prudente e fundamentada, aprecia os aspectos de
verossimilhança das alegações do consumidor ou de sua hipossuficiência.
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O art. 6º, VIII, do CDC, com vistas a garantir o pleno exercício do direito de defesa do consumidor,
autoriza a inversão do ônus da prova quando sua alegação for verossímil ou quando constatada sua
hipossuficiência. Assim, necessário que o juiz, analisando o caso concreto, defira a inversão do ônus da prova
ao consumidor, acaso verifique a verossimilhança de suas alegações ou a hipossuficiência do autor.
Neste sentido:
(FCC – MPE/CE - Promotor – 2011) A inversão do ônus da prova para facilitação da defesa dos direitos
do consumidor no processo civil é
a) obrigatória quando o pedido se fundar em norma de ordem pública, porque o interesse privado do
fornecedor neste caso deverá ser sempre afastado.
b) obrigatória, sempre que o Ministério Público for o autor da ação e, nos casos em que, intervindo
como fiscal da lei, requerer aquele benefício.
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c) inadmissível quando o objeto do processo revestir interesse exclusivamente privado, para não ferir
o princípio da isonomia.
d) admissível, a critério do juiz, desde que a parte o requeira, mediante declaração de pobreza firmada
de próprio punho, porque ela firma presunção relativa de sua hipossuficiência.
e) admissível quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência.
Comentários
Gabarito: letra E.
Percebam que a inversão do ônus da prova pode ser deferida pelo juiz, independente de requerimento
da parte.
Ressalte-se que utilizando o fundamento do artigo 6º, inciso VIII, do CDC, o Superior Tribunal de
Justiça já determinou a inversão do ônus da prova em demandas que versem quanto a questões de consumo,
mesmo quando o Ministério Público é o autor da ação:
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da inversão do ônus da prova demanda o reexame de matéria fática, o que é vedado em Recurso
Especial, nos termos da Súmula 7/STJ. (...) VIII. Agravo Regimental improvido.
(AgRg no REsp 1318862/BA, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA TURMA, julgado em
18/02/2016, DJe 01/03/2016)
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8 - BIBLIOGRAFIA
MIRAGEM, Bruno. CURSO DE DIREITO DO CONSUMIDOR. 5ª. Edição. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2014.
LAGES, Leandro Cardoso. Direito do consumidor: a lei, a jurisprudência e o cotidiano. Rio de Janeiro: Editora
Lumen Juris, 2014.
TARTUCE, Flávio. Manual de direito do consumidor: direito material e processual. Flávio Tartuce, Daniel
Amorim, Assumpção Neves. 5ª Edição. Rio de Janeiro: Forense. São Paulo: Método, 2016.
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9 – RESUMO DA AULA
1. A origem da preocupação do direito do consumidor tal qual conhecemos hoje atribui-se ao discurso
do Presidente John Kennedy no Congresso dos Estados Unidos no ano de 1962 que enunciou a
necessidade de proteção do consumidor, referiu como direitos básicos o direito à segurança, o direito
à informação, o direito de escolha e o direito a ser ouvido.
2. Após evolução do debate e da discussão acerca dos direitos dos consumidores, a Organização das
Nações Unidas, em 16 de abril de 1985, estabeleceu a Resolução 39/248 que regulou a necessidade
de proteção dos consumidores.
4. Não se pode considerar na prática que consumidores e fornecedores estão no mesmo patamar de
conhecimento quando iniciam uma determinada contratação.
5. Ante a vulnerabilidade técnica, fática e jurídica nesta relação, o Direito do Consumidor surge para
tentar equilibrar as negociações comerciais dando um tratamento privilegiado aos que estão em
situação jurídica desigual.
7. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final. Extrai-se, pois, os seguintes aspectos do dispositivo:
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i. Aspecto subjetivo – Poderá ser considerado consumidor tanto a pessoa física quanto a
pessoa jurídica, independente se brasileiro ou estrangeiro, eis que o dispositivo legal não
faz qualquer restrição;
9. Equipara-se ao consumidor a coletividade de pessoas ainda que indetermináveis, que haja intervindo
nas relações de consumo.
10. Equipara-se, ainda, a consumidor todas as vítimas de acidente de consumo e as pessoas expostas às
práticas comerciais previstas nos artigos 30 a 54 do CDC.
11. Não há exceções para quem poderá ser classificado ou não como fornecedor. Assim, aquele que
exerça atividade com intuito de lucro poderá ser considerado fornecedor, independente de estar com
sua situação regularizada ou não.
13. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as
de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
14. Ainda que o serviço seja prestado gratuitamente, mas com o preço embutido em outro serviço ou
produto, deve este ser considerado para efeitos de incidência do Código de Defesa do Consumidor.
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17. Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor ao contrato de plano de saúde administrado por
entidade de autogestão, por inexistência de relação de consumo.
19. O CDC não é aplicável às relações contratuais entre clientes e advogados, as quais são regidas pelo
Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB, aprovado pela Lei n. 8.906/94.
20. Os contratos de locação são regidos pela Lei 8.245/91 e segundo pacificado pelo STJ não estão
sujeitos à incidência do CDC.
21. Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor às relações entre concessionária de serviço público e o
usuário final, para o fornecimento de serviços públicos essenciais, tais como energia elétrica.
22. Não se aplicam as normas do Código de Defesa do Consumidor às relações jurídicas estabelecidas
entre condomínio e condôminos.
23. No contrato de construção sob o regime de administração ou preço de custo, não há relação de
consumo a ser tutelada pelo Código de Defesa do Consumidor, devendo a relação jurídica ser regida
pela Lei de Condomínio e Incorporações Imobiliárias - Lei 4.591/64.
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24. Aplica-se o CDC ao condomínio de adquirentes de edifício em construção, nas hipóteses em que atua
na defesa dos interesses dos seus condôminos frente a construtora/incorporadora.
25. O Condomínio utiliza a água fornecida para consumo das pessoas que nele residem, e não como
produto de comercialização, nesse sentido, é destinatário final da água, está inserido no conceito de
consumidor e submetido à relação de consumo, devendo, portanto, ser observados os ditames do
Código de Defesa do Consumidor
26. Para o STJ, às relações entre passageiros e companhias aéreas deve ser aplicado o Código de Defesa
do Consumidor e não a Convenção de Varsóvia, ainda que em relação ao transporte internacional de
passageiros. Contudo, o Supremo Tribunal Federal, através do Tema de Repercussão Geral de número
210 definiu a seguinte tese:
27. O artigo 4º do CDC institui a Política Nacional das Relações de Consumo, onde é possível identificamos
a preocupação do legislador em orientar os princípios e o direcionamento que devem conduzir a
relação consumerista.
28.2 – Princípio da Vulnerabilidade do consumidor, sendo certo que três são os tipos de
vulnerabilidade:
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c) Fática – decorrente das circunstâncias de fato que levam o fornecedor a ser superior
financeira, social e culturalmente;
Em oposição à regra da força obrigatória dos contratos (pacta sunt servandae), tem-se a Teoria
da Base Objetiva do Negócio Jurídico, consubstanciada na cláusula rebus sic standibus, segundo
a qual é possível se relativizar a força obrigatória dos contratos na esfera do Direito do
Consumidor, para lhe conferir uma maior proteção.
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Tal regramento assegura aos consumidores as efetivas prevenção e reparação de todos os danos
suportados, sejam eles materiais ou morais, individuais, coletivos ou difusos.
29. A inversão do ônus da prova trata-se de direito previsto no artigo 6º, inciso VIII, do CDC e se
estabelece como instrumento facilitador da defesa do consumidor em juízo.
30. Contudo, a inversão do ônus da prova a favor do consumidor não deve ser feita cegamente. Não se
trata de um direito que deve ser aplicado em todas as hipóteses de relações consumeristas.
31. Assim, necessário que o juiz, analisando o caso concreto, defira a inversão do ônus da prova ao
consumidor, acaso verifique a verossimilhança de suas alegações ou a hipossuficiência do autor.
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10 – QUESTÕES OBJETIVAS
10.1 – QUESTÕES
c) Entes despersonalizados que realizem prestação de serviços não podem ser considerados
fornecedor.
e) Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
a) não se aplica a legislação consumerista, tendo em vista se tratar de um serviço de natureza universal
e não singular.
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b) mesmo se tratando de serviço essencial, a empresa poderia ter suspendido o serviço, pois o caso é
de força maior.
c) pode ser promovida ação civil pública para discutir tais prejuízos, pela afronta a um direito
exclusivamente individual homogêneo.
d) a legislação consumerista se aplica ao caso pois serviços públicos podem ser objeto da relação de
consumo.
e) somente os munícipes diretamente afetados pela falha no sistema de abastecimento de água são
considerados consumidores, mesmo que tal problema afete municípios vizinhos e cidadãos de outras
localidades.
Incluem-se entre os objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo estabelecidos no Código
de Defesa do Consumidor:
Nos termos do Código de Defesa do Consumidor, a Política Nacional das Relações de Consumo se rege
pelo seguinte princípio, dentre outros:
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c) coibição e repressão da utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas, que
possam causar prejuízos aos consumidores e fornecedores.
c) os direitos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia e costumes, mas não os que
derivem por equidade.
d) a responsabilização solidária para reparação dos danos previstos nas normas de consumo apenas
nos casos de práticas abusivas de consumo.
e) a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais, mas não a
sua revisão em razão de fatos supervenientes.
Assinale a alternativa que revela uma situação contrária a um dos direitos básicos do consumidor
estampados na Lei no 8.078/90.
c) Conjunto de facas exposto à venda, com a embalagem que protege o corte e ainda com advertência
clara de que se trata de um produto perigoso.
d) Fogos de artifícios expostos à venda em local devidamente vistoriado pelo corpo de bombeiros,
estocados de maneira adequada, cuja embalagem deixa claro se tratar de um produto perigoso.
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e) Produto perecível que é armazenado em geladeira vistoriada pelos órgãos competentes e que
ostenta o prazo de validade correto, sendo retirado da prateleira antes que tal prazo expire.
O Código de Defesa do Consumidor trata da disciplina das relações de consumo, adotando estrutura
de microssistema normativo, prevendo
c) a inversão do ônus da prova no processo civil em favor do consumidor, face à sua vulnerabilidade.
d) que serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, com remuneração por parte
do consumidor, ou ainda aquelas prestadas de forma gratuita ou voluntária; salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.
e) a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos, como direito básico do consumidor.
A respeito de relações de consumo, de contrato de locação e de registro de imóveis, julgue o item que
se segue.
De acordo com o STJ, as instituições bancárias se submetem às regras e aos princípios que regulam as
relações consumeristas.
No que diz respeito às relações de consumo, considerando também as Súmulas dos tribunais
superiores, é correto afirmar que o Código de Defesa do Consumidor
c) não incide nos contratos de previdência complementar celebrados com entidades fechadas.
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A respeito de relações de consumo, de contrato de locação e de registro de imóveis, julgue o item que
se segue.
De acordo com o STJ, as instituições bancárias se submetem às regras e aos princípios que regulam as
relações consumeristas.
Com base no que dispõe o Código de Defesa do Consumidor, julgue o item seguinte.
As pessoas jurídicas de direito público podem ser consideradas consumidores, desde que presente a
vulnerabilidade na relação jurídica.
a) A jurisprudência do STJ tem mitigado a teoria finalista para autorizar a incidência do Código de
Defesa do Consumidor nas hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), embora não seja
tecnicamente a destinatária final do produto ou serviço, se apresenta em situação de vulnerabilidade
ou hipossuficiência.
b) A relação entre paciente e hospital público, financiado por receitas tributárias e sem remuneração
direta do serviço de saúde prestado pelo hospital, é considerada relação de consumo.
c) A relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes não é considerada
relação de consumo, pois a ela se aplica marco normativo específico sobre seguridade social.
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d) Basta que instituição financeira figure em um dos polos da relação jurídica como fornecedora de
empréstimos financeiros para que essa relação seja caracterizada como relação de consumo.
e) A relação entre concessionária de serviço público e usuário final, para o fornecimento de serviços
públicos essenciais, tais como energia elétrica, água e esgoto, não pode ser considerada relação de
consumo, pois se trata de uma concessão de serviço público, regida por normas específicas de direito
administrativo.
A respeito do direito das relações de consumo e da responsabilidade civil, julgue o item subsequente.
Os moradores de casas atingidas pela queda de aeronave pertencente a pessoa jurídica nacional de
direito privado prestadora de serviço de transporte aéreo devem lastrear seus pedidos de
ressarcimento de danos sofridos somente nos dispositivos do Código Civil, e não no Código de Defesa
do Consumidor, uma vez que, não tendo utilizado os serviços da empresa aérea como destinatários
finais, eles não se caracterizam como consumidores.
a) Para os fins de proteção consumerista define-se produto como qualquer bem, móvel ou imóvel,
desde que material.
b) Considera-se consumidor toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final, não podendo um condomínio de adquirentes de edifício em construção
equiparar-se a consumidor.
d) Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto
aos essenciais, contínuos.
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Tício, costureiro renomado, celebra, em dezembro de 1998, contrato de compra e venda para a
aquisição de equipamento importado, de alta tecnologia, destinado à confecção. O valor avençado
com o vendedor do equipamento foi de US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares americanos), parcelado
em 5 (cinco) prestações de US$ 10.000,00 (dez mil dólares americanos) cada uma. A primeira, com
vencimento 2 (dois) meses após a assinatura do contrato, e a última, a 10 (dez) meses desta. Diante da
maxidesvalorização do real em face do dólar, ocorrida a partir de janeiro de 1999, Tício paga apenas a
primeira parcela, ingressando em seguida com ação judicial pleiteando a revisão do contrato mediante
a aplicação da teoria da imprevisão, para a alteração das cláusulas de modo a converter as parcelas
para moeda nacional, com observância do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC. Seguindo
a orientação consolidada no Superior Tribunal de Justiça, quanto à pretensão de Tício, é correto afirmar
que:
a) deve ser negado o pedido revisional, considerando que a possibilidade de revisão dos contratos
assume, no direito brasileiro, caráter excepcional, por representar restrição ao princípio da autonomia
da vontade, o qual deve orientar axiologicamente a interpretação do Código Civil;
b) deve ser privilegiado o conteúdo originalmente ajustado, negando-se a revisão contratual, já que,
não obstante o fato imprevisível que alterou a base do contrato de compra e venda, a função social do
contrato impõe a manutenção dos contratos firmados em moeda estrangeira, privilegiando o interesse
coletivo de garantir eficiência máxima às trocas econômicas;
c) deve ser aplicado o princípio do equilíbrio contratual, de modo que a superveniência de fato,
imprevisível ou não, que determine desequilíbrio na relação contratual diferida ou continuada, afigura-
se suficiente para que se reconheça a possibilidade de revisão do contrato;
d) embora inaplicável o Código de Defesa do Consumidor, deve ser aplicada a teoria da imprevisão,
conforme previsto no artigo 317 do Código Civil, tendo em vista a ocorrência de mudança
superveniente das circunstâncias iniciais vigentes à época da realização do negócio, oriunda de evento
imprevisível, que comprometeu o valor da prestação;
e) a teoria da imprevisão não deve ser aplicada ao caso, já que a variação cambial integra, nos contratos
firmados com base na cotação da moeda norte-americana, o risco objetivo da contratação,
especialmente ao se considerar o histórico inflacionário do país na década de 1990.
A inversão do ônus da prova, no processo civil, quando a matéria estiver incluída no âmbito do Código
de Defesa do Consumidor, é cabível
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a) a favor do consumidor, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.
b) a favor do consumidor, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou for ele vulnerável,
segundo as regras ordinárias de experiência.
c) sempre a favor do consumidor, mas também a favor do fornecedor, se o juiz entender que o
consumidor é litigante de má-fé.
Segundo o inteiro e exato teor das súmulas vigentes editadas pelo Superior Tribunal de Justiça acerca
das relações de consumo, é correto afirmar que
e) é vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os salários, vencimentos e/ou proventos
de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído, ainda que haja cláusula contratual
autorizativa.
A Política Nacional das Relações de Consumo é regida pelo seguinte princípio, dentre outros:
a) coibição e repressão de abusos praticados no mercado de consumo que possam causar prejuízo aos
consumidores e fornecedores.
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b) educação e informação de consumidores e fornecedores quanto aos seus direitos e deveres, com
vistas à melhoria do mercado de consumo.
c) É considerada abusiva a cláusula contratual de plano que saúde que preveja algum prazo de carência
para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou urgência.
e) É possível ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas nos contratos bancários.
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d) Embora seja abusiva cláusula contratual que preveja a interrupção de tratamento psicoterápico por
esgotamento do número de consultas anuais asseguradas pela Agência Nacional de Saúde
Complementar, o plano de saúde poderá cobrar coparticipação nas consultas excedentes.
No que se refere à relação entre seguradoras e consumidores, assinale a opção correta à luz do Código
de Defesa do Consumidor e do entendimento do STJ.
b) A seguradora poderá se recusar a contratar seguro se a pessoa proponente tiver restrição financeira
em órgãos de proteção ao crédito, mesmo que essa pessoa se disponha a pronto pagamento do
prêmio.
c) Inexiste relação de consumo entre pessoa jurídica e seguradora em contrato de seguro que vise à
proteção do patrimônio dessa pessoa jurídica, em razão de tal contrato configurar consumo
intermediário.
d) O contrato de seguro de vida pode vedar a cobertura de sinistro decorrente de acidente de ato
praticado pelo segurado em estado de embriaguez, mesmo quando ocorrido após os dois primeiros
anos do contrato.
Com base na jurisprudência do STJ, julgue os itens a seguir, a respeito de relações consumeristas.
II Nos contratos de assistência à saúde, é abusiva cláusula contratual que estipule qualquer prazo de
carência para cobertura de casos de urgência e emergência.
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III As regras do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos contratos de empreendimentos
habitacionais celebrados por sociedades cooperativas.
e) estabelece normas de interesse coletivo geral, de ordem pública e interesse social, sem vinculação
com normas constitucionais.
a) produto é qualquer bem, desde que material, podendo ser móvel ou imóvel.
b) serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, com ou sem remuneração, inclusive
as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária.
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d) pode-se falar em consumidor por equiparação à coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis,
que haja intervindo nas relações de consumo.
e) fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, neste caso privada, somente, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviço.
b) somente entes personalizados (isto é, pessoas físicas ou jurídicas) podem ser considerados
fornecedores.
d) é considerada consumidora a pessoa que adquire o produto como destinatária final, mas não a que
meramente o utiliza nessa condição.
e) equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo
nas relações de consumo.
b) Considera-se serviço qualquer atividade — salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista
— fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, o que inclui as atividades de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária.
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d) Segundo a corrente finalista ou subjetiva, o destinatário final é o destinatário fático, não importando
a destinação econômica dada ao bem nem se aquele que adquire o produto ou o serviço tem, ou não,
finalidade de lucro.
São relações jurídicas que se definem como de consumo, e assim se enquadram legalmente,
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Chegando ao shopping center, João deixa seu veículo no estacionamento que o estabelecimento
disponibiliza para comodidade dos seus clientes, com vigilância terceirizada. Sem nada adquirir, João
decide ir embora. Chegando ao estacionamento, descobre que seu veículo foi furtado. Inconformado
com o ocorrido, João ingressa com ação judicial imputando responsabilidade civil ao shopping center.
Segundo a posição do STJ sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
a) João não se enquadra no conceito de consumidor, na forma do Art. 2º do CDC, pois não houve
aquisição de qualquer produto ou serviço como destinatário final, durante o período em que esteve
no shopping.
b) O shopping não pode ser responsabilizado se houver prévia e expressa comunicação ao proprietário
do veículo, no comprovante de estacionamento entregue no momento do ingresso, de cláusula de
==10b022==
d) Embora haja relação de consumo, a responsabilidade civil não pode ser atribuída ao shopping, mas
sim à empresa de vigilância terceirizada.
e) A questão da aquisição de bens ou serviços por João, para efeito da responsabilidade civil, é
irrelevante, isso porque o shopping, ao oferecer local presumivelmente seguro para estacionamento,
assume obrigação de guarda e vigilância, o que o torna civilmente responsável por furto de veículo ali
ocorrido.
a) o exame dos contratos de cartão de crédito, submetidos apenas às resoluções específicas do Banco
Central.
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a) O juiz somente pode inverter o ônus da prova no processo civil quando estiverem presentes dois
requisitos: hipossuficiência e verossimilhança da alegação do consumidor.
b) São expressões sinônimas, uma vez que ambas definem a situação de fraqueza do consumidor
perante o fornecedor.
c) São sinônimas, mas hipossuficiência é a expressão utilizada quando se trata de aplicar o direito
processual civil.
d) A vulnerabilidade deve ser declarada pelo juiz para fins de aplicação das normas mais protetivas do
consumidor.
b) o acesso ao Poder Judiciário é sempre gratuito aos consumidores, para facilitação da defesa de seus
interesses.
d) as cláusulas de eleição de foro são tidas por inexistentes em qualquer hipótese, não gerando efeitos
jurídicos.
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Nas ações em que o consumidor for parte, o juiz inverterá o ônus da prova em seu favor quando,
É a aquisição ou utilização de produtos ou serviços para satisfação de suas necessidades pessoais, sem
interesse em repassá-los a terceiros nem empregá-los na geração de outros bens ou serviços, que
qualifica uma pessoa jurídica como consumidora.
a) A teoria maximalista amplia o conceito de consumidor, ao considerar como tal todo aquele que
exaure a função econômica do bem ou serviço como destinatário final, excluindo-o do mercado de
consumo.
b) O STJ, tomando por base uma análise sistemática do texto CDC, tem evoluído para uma aplicação
temperada da teoria maximalista frente às pessoas jurídicas.
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c) Por meio de um processo que vem sendo denominado pela doutrina e jurisprudência de "finalismo
aprofundado", em determinadas hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de um produto ou serviço
pode ser equiparada ao consumidor, por apresentar, frente ao fornecedor, alguma vulnerabilidade.
d) Para que se qualifique uma relação jurídica de consumo necessário que se constate a presença de
uma pessoa jurídica de um lado (fornecedor) e uma pessoa fisica de um lado (consumidor), o qual
apresenta uma situação de vulnerabilidade em relação àquela.
e) O CDC equipara ao consumidor outras pessoas que não propriamente as adquirentes ou usuárias de
produtos ou serviços, como por exemplo, a coletividade de pessoas, desde que indetermináveis, e que
haja intervindo nas relações de consumo.
a) Para os efeitos do CDC, não se considera fornecedor a pessoa jurídica pública que desenvolva
atividade de produção e comercialização de produtos ou prestação de serviços.
c) Qualquer pessoa prejudicada por publicidade enganosa pode, em princípio, buscar indenização,
mesmo não tendo contratado nenhum serviço.
e) Pessoa física que alugue imóvel particular, por meio de contrato, é considerada fornecedora, para
efeitos legais.
Acerca dos sujeitos integrantes da relação de consumo nos moldes do que é descrito no CDC, assinale
a opção correta com base na jurisprudência do STJ.
a) Será considerado consumidor pelo CDC o sujeito que for submetido a publicidade enganosa, desde
que ele tenha realizado contrato com fornecedor de produto ou serviço objeto da referida publicidade.
b) As vítimas de um acidente de consumo, mesmo que não tenham adquirido o produto como
destinatários finais, são consideradas consumidores pelo CDC.
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c) Empresa de transporte de pessoas ou cargas pode ser considerada consumidora em sua relação
com a empresa concessionária de rodovia.
d) O condomínio que utiliza a água para o consumo das pessoas que nele residem não deve ser
considerado consumidor em sua relação com a empresa concessionária de água.
e) O contrato de mútuo entre o agente financeiro do SFH e o mutuário não é abrangido pelo CDC.
a) O serviço, como elemento objetivo da relação de consumo, deve ser prestado pelo fornecedor
mediante remuneração direta.
c) Para que haja a responsabilização civil por fato do produto e do serviço, é necessário que a vítima
do evento danoso tenha prévia vinculação contratual com o fornecedor do produto ou do serviço.
e) O consumidor potencial é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou que utiliza o produto como
destinatário final.
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a) O serviço, como elemento objetivo da relação de consumo, deve ser prestado pelo fornecedor
mediante remuneração direta.
c) Para que haja a responsabilização civil por fato do produto e do serviço, é necessário que a vítima
do evento danoso tenha prévia vinculação contratual com o fornecedor do produto ou do serviço.
e) O consumidor potencial é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou que utiliza o produto como
destinatário final.
Sob a ótica do ordenamento jurídico brasileiro acerca de contrato, julgue o item que se segue.
Por serem as relações jurídicas de consumo regidas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), não
é possível, em face do princípio da especialidade, a aplicação simultânea do Código Civil a essas
relações. Ademais, os dois sistemas são excludentes, o que impede que qualquer dos contratantes, na
interpretação do contrato, escolha a legislação que mais lhe beneficie.
II. Em consonância com a Constituição Federal de 1988, a defesa do consumidor constitui um direito
fundamental de proteção à pessoa em situação de vulnerabilidade.
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III. Consoante teoria do diálogo das fontes e o próprio Código de Defesa do Consumidor, admite-se a
aplicação da norma mais favorável ao consumidor, mesmo que esta se encontre externamente ao
microssistema consumerista.
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
A respeito da publicidade, das sanções criminais e das práticas contratuais abusivas em relações de
consumo, julgue o item a seguir, tendo como referência a legislação pertinente e o entendimento dos
tribunais superiores.
Segundo entendimento da 2.ª Seção do STJ nos contratos bancários em geral, o consumidor não pode
ser compelido a contratar seguro com a instituição financeira ou com seguradora por ela indicada,
porque tal prática configura venda casada.
Em cada uma das opções a seguir é apresentada uma situação hipotética a respeito de práticas
comerciais e contratos regidos pelo CDC, seguida de uma assertiva a ser julgada de acordo com a
jurisprudência do STJ.
b) Carlos deseja ajuizar ação de prestação de contas em face de instituição financeira para obter
esclarecimentos sobre cobrança de tarifas e encargos bancários. Nesse caso, o ajuizamento da
demanda deve observar o prazo decadencial previsto no CDC para a hipótese de vício do serviço.
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d) O contrato de determinado plano de saúde possui cláusula contratual que limita o período de
internação do segurado. Nessa situação, no caso de eventual internação, se o consumidor tiver sido
previamente informado, a cláusula é considerada legítima.
e) Para quitar despesas pessoais, Rafael realizou contrato de mútuo com o banco X no valor de R$ 30
mil. Nessa situação, a cobrança, pela instituição financeira, de juros capitalizados será válida apenas se
houver disposição contratual expressa nesse sentido.
I. O STJ admite a mitigação da teoria finalista para autorizar a incidência do Código de Defesa do
Consumidor − CDC nas hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), apesar de não ser
destinatária final do produto ou serviço, apresenta-se em situação de vulnerabilidade.
II. A devolução em dobro dos valores pagos pelo consumidor, prevista no art. 42, parágrafo único, do
CDC, pressupõe tão-somente a existência de pagamento indevido, não se exigindo a má-fé do credor.
III. A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, não ocorre ope judicis, mas ope
legis, vale dizer, é o juiz que, de forma prudente e fundamentada, aprecia os aspectos de
verossimilhança das alegações do consumidor ou de sua hipossuficiência.
IV. O início da contagem do prazo de decadência para a reclamação de vícios do produto (art. 26 do
CDC) se dá após o encerramento da garantia contratual.
b) I e IV, apenas.
c) I e II, apenas.
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No que se refere às normas do CDC e à Política Nacional das Relações de Consumo, julgue o item
seguinte.
Parte da doutrina considera o CDC norma de ordem pública e principiológica, o que significa que ele
prevalece sobre as normas gerais e especiais anteriores.
Lei municipal que proíbe a cobrança de consumação mínima em bares da cidade é, segundo a
jurisprudência do STF,
a) constitucional, pois o Município tem competência concorrente à União para legislar sobre direito do
consumidor.
b) inconstitucional, pois cabe à União e ao Estado, de forma subsidiária, legislar sobre direito do
consumidor.
c) constitucional, pois o Município tem competência concorrente ao Estado para legislar sobre direito
do consumidor.
d) inconstitucional, pois cabe à União e ao Estado legislar sobre direito do consumidor de forma
concorrente.
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e) ilegal, pois o Código de Defesa do Consumir prevê que cabe ao estabelecimento comercial decidir
pela cobrança, respeitados os limites legais.
No que concerne às relações de consumo, aos direitos básicos do consumidor e à decadência, julgue o
item subsequente.
Prevalece no STJ entendimento no sentido de que é considerado consumidor apenas a pessoa física ou
a pessoa jurídica que adquire os bens de consumo para uso privado, mesmo que não relacionados a
sua atividade profissional.
A necessidade de proteção dos destinatários finais dos produtos e serviços ofertados no mercado de
consumo abarca as pessoas humana e jurídica, com o objetivo de tutelar a vulnerabilidade e a
hipossuficiência dos consumidores. A partir dessa informação, assinale a opção correta, a respeito dos
integrantes e do objeto da relação de consumo.
a) Aplica-se o CDC para a relação entre condômino e condomínio no que diz respeito à cobrança de
taxas, em decorrência da vulnerabilidade do condômino em relação ao condomínio.
b) Em circunstâncias específicas, pessoas que não firmaram qualquer contrato de consumo podem ser
equiparadas a consumidores, para fins de proteção.
c) O conceito de fornecedor não abarca as pessoas jurídicas que atuam sem fins lucrativos, com caráter
beneficente ou filantrópico, ainda que elas desenvolvam, mediante remuneração, atividades no
mercado de consumo.
d) Com base na teoria finalista, a condição de destinatário final do produto não é requisito essencial
para a classificação da pessoa física ou jurídica como consumidora.
e) A teoria maximalista amplia sobremaneira o alcance da relação de consumo, mas não abarca as
pessoas jurídicas, devido ao fato de considerar que estas jamais se encontrarão em situação de
vulnerabilidade frente ao fornecedor.
O CDC é aplicável a
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a) indenização do condômino pelo condomínio, em razão de furto de bem móvel ocorrido dentro da
garagem de prédio de apartamentos.
b) ressarcimento do valor pago ao advogado que, constituído em processo criminal, tenha deixado de
recorrer de sentença de pronúncia.
d) cobrança indevida relativa a crédito educativo custeado pelo Estado em benefício de aluno.
a) O princípio da equivalência negocial, embora seja um critério limitativo da liberdade contratual, não
impede que o fornecedor redija condição geral contratual que determine a utilização compulsória de
arbitragem.
b) A falta de clareza na elaboração de uma condição geral contratual não enseja a sua invalidade, já
que, nesse caso, deve ser aplicado o princípio da conservação dos pactos contratuais, a fim de tutelar
as expectativas das partes.
d) A inversão do ônus da prova, considerada um direito básico do consumidor, exige dois critérios para
a sua aplicação: alegação verossímil e hipossuficiência do consumidor.
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No que se refere às normas do CDC e à Política Nacional das Relações de Consumo, julgue o item
seguinte.
Por atender indiretamente às necessidades dos consumidores, a racionalização e melhoria dos serviços
públicos não é um dos objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo.
Atenção: Para responder à questão assinale a alternativa que contém a afirmação correta em relação
ao assunto indicado.
b) A cláusula abusiva será nula quando afetar o equilíbrio das prestações do contrato, porém pode ser
convalidada quando se trate de vício de informação, desde que haja concordância das partes com a
redução do proveito do fornecedor.
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c) A revisão dos contratos de consumo pode se dar em face da alteração de circunstâncias, com a
finalidade de proteção do consumidor, não se exigindo que tal situação seja necessariamente
desconhecida das partes.
d) Cláusula abusiva celebrada em contrato individual de consumo não pode ter sua nulidade
pronunciada em ação coletiva, sem a anuência do consumidor que é parte da contratação.
a) Pelo princípio da especialidade, a regra geral é a adoção do Código de Defesa do Consumidor − CDC,
aplicando-se subsidiariamente o Código Civil ou outra legislação específica apenas quando omisso o
CDC e no que com ele não conflitar.
b) Pelo princípio da especialidade, nas ações coletivas que têm por objeto relações de consumo, aplica-
se preferencialmente o Código de Defesa do Consumidor e, apenas em caso de omissão,
subsidiariamente deve ser aplicado o Código de Processo Civil e a Lei de Ação Civil Pública.
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d) Ante o exaustivo regime contratual estabelecido pelo Código de Defesa do Consumidor, entende-se
que não se aplicam às relações de consumo os defeitos do negócio jurídico previstos no Código Civil.
e) Pela teoria do diálogo das fontes, deve-se buscar a aplicação, tanto quanto possível, de todas as
normas que tratam do tema, gerais ou especiais, de modo a garantir a tutela mais efetiva ao grupo
vulnerável protegido pela lei, o que pode levar, por exemplo, à aplicação do Código Civil em detrimento
do Código de Defesa do Consumidor quando o primeiro for mais favorável.
O Art 2º, caput, do Código de Defesa do Consumidor dispõe que “Consumidor é toda pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”.
Ainda acerca da figura do Consumidor, e também segundo o disposto na Lei n. 8.078/90, assinale a
alternativa correta:
a) Segundo a Lei n. 8.078/90 em sede de Responsabilidade Civil pelo Fato do Produto e do Serviço as
vítimas do evento danoso não são equiparadas aos consumidores.
b) Equipara-se a consumidor todas as vítimas do evento que implique Responsabilidade Civil por vício
do Produto e do Serviço.
d) Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo
nas relações de consumo.
II. A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta
de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre
os riscos que apresentem.
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c) As assertivas I, II e III.
b) hipossuficiência do consumidor.
c) boa-fé objetiva.
d) equivalência negocial.
e) vulnerabilidade do consumidor.
São direitos básicos do consumidor a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos.
a) As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno
relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
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b) Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.
c) Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação
do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.
d) É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas
de consumo.
c) crédito educativo custeado pelo Estado ao aluno, relação travada entre condomínio e condôminos
e contrato de franquia.
c) A pessoa jurídica que adquire produtos no mercado de consumo não pode alegar vulnerabilidade
técnica;
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d) Nem todo consumidor é hipossuficiente, mas sempre será vulnerável. A hipossuficiência é auferida
casuisticamente e gera consequências processuais, já a vulnerabilidade é presumida e produz
consequências de direito material.
A inversão do ônus da prova para facilitação da defesa dos direitos do consumidor no processo civil é
a) obrigatória quando o pedido se fundar em norma de ordem pública, porque o interesse privado do
fornecedor neste caso deverá ser sempre afastado.
b) obrigatória, sempre que o Ministério Público for o autor da ação e, nos casos em que, intervindo
como fiscal da lei, requerer aquele benefício.
c) inadmissível quando o objeto do processo revestir interesse exclusivamente privado, para não ferir
o princípio da isonomia.
d) admissível, a critério do juiz, desde que a parte o requeira, mediante declaração de pobreza firmada
de próprio punho, porque ela firma presunção relativa de sua hipossuficiência.
e) admissível quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência.
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10.2 – GABARITOS
1-E 9-C
2-D 10 - Certo
3-A 11 - Certo
4-A 12 - A
5-B 13 - Errado
6-A 14 - D
7-E 15 - E
8 - Certo 16 - A
1-C 10 - B
2-B 11 - D
3-D 12 - B
4-D 13 - E
5-A 14 - B
6-C 15 - E
7-B 16 - E
8-D 17 - A
9-E
1 - Certo 5-C
2-C 6-D
3-C 7 - Errado
4-B
107
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1-D 9-B
2 - Certo 10 - E
3-E 11 - E
4-B 12 - B
5-C 13 - Errado
6 - Certo 14 - C
7-D 15 - A
8 - Errado 16 - E
1-D
2-C
1-D
2 - Certo
3-E
4-B
5-D
6-E
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10.3 – COMENTÁRIOS
c) Entes despersonalizados que realizem prestação de serviços não podem ser considerados
fornecedor.
e) Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
Comentários
Letra A. Incorreta: Art. 2º, Parágrafo único. CDC. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas,
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Letra B. Incorreta: Art. 3º. §2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Letra C. Incorreta: Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Letra D. Incorreta: Art. 3º. §2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo
as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Letra E. Correta: Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
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a) não se aplica a legislação consumerista, tendo em vista se tratar de um serviço de natureza universal
e não singular.
b) mesmo se tratando de serviço essencial, a empresa poderia ter suspendido o serviço, pois o caso é
de força maior.
c) pode ser promovida ação civil pública para discutir tais prejuízos, pela afronta a um direito
exclusivamente individual homogêneo.
d) a legislação consumerista se aplica ao caso pois serviços públicos podem ser objeto da relação de
consumo.
e) somente os munícipes diretamente afetados pela falha no sistema de abastecimento de água são
considerados consumidores, mesmo que tal problema afete municípios vizinhos e cidadãos de outras
localidades.
Comentários
Letra A. Incorreta: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL
PÚBLICA. COBRANÇA EM CONJUNTO DA CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA COM A TARIFA DE
ENERGIA ELÉTRICA EM ÚNICO CÓDIGO DE BARRAS. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR. NECESSIDADE DE PRÉVIA E EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DOS
CONSUMIDORES. (AgRg no REsp 1421766/RS, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR
CONVOCADO DO TRF 1ª REGIÃO), PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/12/2015, DJe 04/02/2016)
Letra B. Incorreta: Não existe força maior, visto que existiu culpa exclusiva da concessionária: "[...] por
falta de manutenção."
Letra D. Correta:
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COBRANÇA
EM CONJUNTO DA CONTRIBUIÇÃO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA COM A TARIFA DE ENERGIA ELÉTRICA EM
ÚNICO CÓDIGO DE BARRAS. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR. NECESSIDADE DE PRÉVIA E EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DOS CONSUMIDORES.
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(AgRg no REsp 1421766/RS, Rel. Ministro OLINDO MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF
1ª REGIÃO), PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/12/2015, DJe 04/02/2016)
Incluem-se entre os objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo estabelecidos no Código
de Defesa do Consumidor:
Comentários
Letra A. Correta: Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento
das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e
harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação dada pela Lei
nº 9.008, de 21.3.1995)
Letra B. Incorreta: Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o
atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a
proteção de seus interesses econômicos [objetivo], a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: (Redação
dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
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Letra C. Incorreta: Art. 4º. III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo
e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e
tecnológico [princípio], de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art.
170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores
e fornecedores;
Letra D. Incorreta: Art. 4º. V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle
de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução
de conflitos de consumo. [princípio]
Letra E. Incorreta: Art. 4º - VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos [princípio].
Nos termos do Código de Defesa do Consumidor, a Política Nacional das Relações de Consumo se rege
pelo seguinte princípio, dentre outros:
c) coibição e repressão da utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas, que
possam causar prejuízos aos consumidores e fornecedores.
Comentários
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Letra E. Incorreto: Art. 4º - VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
c) os direitos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia e costumes, mas não os que
derivem por equidade.
d) a responsabilização solidária para reparação dos danos previstos nas normas de consumo apenas
nos casos de práticas abusivas de consumo.
e) a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais, mas não a
sua revisão em razão de fatos supervenientes.
Comentários
Letra A. Incorreta: Art. 6º- VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz [não é de forma automática],
for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências.
Letra B. Correta: Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados
ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de
regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem
dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade.
Letra C. Incorreta: Art. 7º Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de
tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária,
de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que
derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e equidade.
Letra D. Incorreta: Não está disposto no Capítulo III do CDC que trata dos Diretos Básicos do
Consumidor.
Letra E. Incorreta: Art. 6º - V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações
desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente
onerosas;
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Assinale a alternativa que revela uma situação contrária a um dos direitos básicos do consumidor
estampados na Lei no 8.078/90.
c) Conjunto de facas exposto à venda, com a embalagem que protege o corte e ainda com advertência
clara de que se trata de um produto perigoso.
d) Fogos de artifícios expostos à venda em local devidamente vistoriado pelo corpo de bombeiros,
estocados de maneira adequada, cuja embalagem deixa claro se tratar de um produto perigoso.
e) Produto perecível que é armazenado em geladeira vistoriada pelos órgãos competentes e que
ostenta o prazo de validade correto, sendo retirado da prateleira antes que tal prazo expire.
Comentários
Letra A. Incorreta: Art. 6º. III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,
com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes
e preços, bem como sobre os riscos que apresentem.
Letra C. Correta: Cumpre a norma especificada no art. 6º, III - a informação adequada e clara sobre os
diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição,
qualidade, tributos incidentes e preços, bem como sobre os riscos que apresentem.
Letra E. Correta: Art.31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações
corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidade,
quantidades, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem
como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.
114
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O Código de Defesa do Consumidor trata da disciplina das relações de consumo, adotando estrutura
de microssistema normativo, prevendo
c) a inversão do ônus da prova no processo civil em favor do consumidor, face à sua vulnerabilidade.
d) que serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, com remuneração por parte
do consumidor, ou ainda aquelas prestadas de forma gratuita ou voluntária; salvo as decorrentes das
relações de caráter trabalhista.
e) a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos, como direito básico do consumidor.
Comentários
Letra B. Incorreta: Art. 5º Para a execução da Política Nacional das Relações de Consumo, contará o
poder público com os seguintes instrumentos, entre outros:
Letra C. Incorreta: Art. 6º- VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do
ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz [não é de forma automática],
for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências.
Letra D. Incorreta: Art. 3º - §2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Letra E. Correta: Art. 6º - X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
A respeito de relações de consumo, de contrato de locação e de registro de imóveis, julgue o item que
se segue.
115
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De acordo com o STJ, as instituições bancárias se submetem às regras e aos princípios que regulam as
relações consumeristas.
Comentários:
Certo. Súmula 297 – STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.
No que diz respeito às relações de consumo, considerando também as Súmulas dos tribunais
superiores, é correto afirmar que o Código de Defesa do Consumidor
c) não incide nos contratos de previdência complementar celebrados com entidades fechadas.
Comentários
Letra A. Incorreta: SÚMULA N. 602 – STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos
empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas. Segunda Seção,
aprovada em 22/2/2018, DJe 26/2/2018.
Letra B. Incorreta: Súmula 563 – STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades
abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com
entidades fechadas.
Letra C. Correta: Súmula 563 – STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas
de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades
fechadas.
Letra D. Incorreta: Súmula 608 - - STJ - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.
Letra E. Incorreta: O STJ entende que apenas se aplica a serviços públicos desde que uti singuli e
remunerado por tarifa.
116
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A respeito de relações de consumo, de contrato de locação e de registro de imóveis, julgue o item que
se segue.
De acordo com o STJ, as instituições bancárias se submetem às regras e aos princípios que regulam as
relações consumeristas.
Comentários
Certo. Súmula 297 – STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.
Com base no que dispõe o Código de Defesa do Consumidor, julgue o item seguinte.
As pessoas jurídicas de direito público podem ser consideradas consumidores, desde que presente a
vulnerabilidade na relação jurídica.
Certo. A banca considerou este item como verdadeiro, em decorrência da aplicação da Teoria Finalista
Mitigada, o STJ tem autorizado a incidência do CDC nas hipóteses em que o contratante (pessoa física
ou jurídica), embora não seja propriamente destinatário final do produto ou serviço, apresenta-se em
situação de vulnerabilidade ou submetido à prática abusiva.
a) A jurisprudência do STJ tem mitigado a teoria finalista para autorizar a incidência do Código de
Defesa do Consumidor nas hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), embora não seja
tecnicamente a destinatária final do produto ou serviço, se apresenta em situação de vulnerabilidade
ou hipossuficiência.
b) A relação entre paciente e hospital público, financiado por receitas tributárias e sem remuneração
direta do serviço de saúde prestado pelo hospital, é considerada relação de consumo.
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c) A relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes não é considerada
relação de consumo, pois a ela se aplica marco normativo específico sobre seguridade social.
d) Basta que instituição financeira figure em um dos polos da relação jurídica como fornecedora de
empréstimos financeiros para que essa relação seja caracterizada como relação de consumo.
e) A relação entre concessionária de serviço público e usuário final, para o fornecimento de serviços
públicos essenciais, tais como energia elétrica, água e esgoto, não pode ser considerada relação de
consumo, pois se trata de uma concessão de serviço público, regida por normas específicas de direito
administrativo.
Letra A. Correta.: A alternativa traz a redação de importando julgado do STJ. “A jurisprudência desta
Corte tem mitigado a teoria finalista para autorizar a incidência do Código de Defesa do Consumidor
nas hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), embora não seja tecnicamente a destinatária
final do produto ou serviço, se apresenta em situação de vulnerabilidade.”
Letra B. Incorreta: As Turmas de Direito Público que integram o STJ, já se manifestaram no sentido de
inexiste qualquer tipo de remuneração direta no serviço de saúde prestado por hospital público,
posto que seu custeio ocorre por meio de receitas tributárias, de modo que não há falar em relação
consumerista ou aplicação das regras do Código de Defesa do Consumidor.
Letra C. Incorreta: SÚMULA 563, STJ: “O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades
abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com
entidades fechadas"
Letra D. Incorreta: Segundo entendimento do STJ, não basta que instituição financeira figure em um
dos polos da relação jurídica como fornecedora de empréstimos financeiros para que essa relação seja
caracterizada como relação de consumo.
Letra E. Incorreta: Conforme o art. 22, CDC: Os órgãos públicos, por si ou suas empresas,
concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a
fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Essa relação é
uma relação de consumo.
A respeito do direito das relações de consumo e da responsabilidade civil, julgue o item subsequente.
Os moradores de casas atingidas pela queda de aeronave pertencente a pessoa jurídica nacional de
direito privado prestadora de serviço de transporte aéreo devem lastrear seus pedidos de
ressarcimento de danos sofridos somente nos dispositivos do Código Civil, e não no Código de Defesa
do Consumidor, uma vez que, não tendo utilizado os serviços da empresa aérea como destinatários
finais, eles não se caracterizam como consumidores.
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Comentários
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
a) Para os fins de proteção consumerista define-se produto como qualquer bem, móvel ou imóvel,
desde que material.
b) Considera-se consumidor toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final, não podendo um condomínio de adquirentes de edifício em construção
equiparar-se a consumidor.
d) Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra
forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto
aos essenciais, contínuos.
Comentários
Letra A. Incorreta: Conforme art. 3º, § 1°, CDC: produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou
imaterial.
Letra C. Incorreta: Segundo as lições de Flávio Tartuce, todo consumidor é vulnerável, mas nem todo
é hipossuficiente.
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Letra D. Correta: A alternativa aborda a redação do art. 22, CDC: Os órgãos públicos, por si ou suas
empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são
obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo,
serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista
neste código.
Letra E. Incorreta: Segundo STJ, não se aplicam as normas do CDC às relações jurídicas estabelecidas
entre condomínio e condôminos. Até no contrato de construção sob o regime de administração ou
preço de custo, não há relação de consumo a ser tutelada pelo CDC, devendo a relação jurídica ser
regida pela Lei de Condomínio e Incorporações Imobiliárias – Lei 4591/64.
Tício, costureiro renomado, celebra, em dezembro de 1998, contrato de compra e venda para a
aquisição de equipamento importado, de alta tecnologia, destinado à confecção. O valor avençado
com o vendedor do equipamento foi de US$ 50.000,00 (cinquenta mil dólares americanos), parcelado
em 5 (cinco) prestações de US$ 10.000,00 (dez mil dólares americanos) cada uma. A primeira, com
vencimento 2 (dois) meses após a assinatura do contrato, e a última, a 10 (dez) meses desta. Diante da
maxidesvalorização do real em face do dólar, ocorrida a partir de janeiro de 1999, Tício paga apenas a
primeira parcela, ingressando em seguida com ação judicial pleiteando a revisão do contrato mediante
a aplicação da teoria da imprevisão, para a alteração das cláusulas de modo a converter as parcelas
para moeda nacional, com observância do Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC. Seguindo
a orientação consolidada no Superior Tribunal de Justiça, quanto à pretensão de Tício, é correto afirmar
que:
a) deve ser negado o pedido revisional, considerando que a possibilidade de revisão dos contratos
assume, no direito brasileiro, caráter excepcional, por representar restrição ao princípio da autonomia
da vontade, o qual deve orientar axiologicamente a interpretação do Código Civil;
b) deve ser privilegiado o conteúdo originalmente ajustado, negando-se a revisão contratual, já que,
não obstante o fato imprevisível que alterou a base do contrato de compra e venda, a função social do
contrato impõe a manutenção dos contratos firmados em moeda estrangeira, privilegiando o interesse
coletivo de garantir eficiência máxima às trocas econômicas;
c) deve ser aplicado o princípio do equilíbrio contratual, de modo que a superveniência de fato,
imprevisível ou não, que determine desequilíbrio na relação contratual diferida ou continuada, afigura-
se suficiente para que se reconheça a possibilidade de revisão do contrato;
d) embora inaplicável o Código de Defesa do Consumidor, deve ser aplicada a teoria da imprevisão,
conforme previsto no artigo 317 do Código Civil, tendo em vista a ocorrência de mudança
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superveniente das circunstâncias iniciais vigentes à época da realização do negócio, oriunda de evento
imprevisível, que comprometeu o valor da prestação;
e) a teoria da imprevisão não deve ser aplicada ao caso, já que a variação cambial integra, nos contratos
firmados com base na cotação da moeda norte-americana, o risco objetivo da contratação,
especialmente ao se considerar o histórico inflacionário do país na década de 1990.
Comentários
Letra E. Correta: A questão deixa claro que Tício adquire as mercadorias para integrar o seu processo
produtivo, razão pela qual não teríamos na hipótese uma relação consumerista.
A maxidesvalorização do real em face do dólar americano ocorrida a partir de janeiro de 1999 não
autoriza a aplicação da teoria da imprevisão ou da teoria da onerosidade excessiva, com intuito de
promover a revisão de cláusula de indexação ao dólar americano.
A inversão do ônus da prova, no processo civil, quando a matéria estiver incluída no âmbito do Código
de Defesa do Consumidor, é cabível
a) a favor do consumidor, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência.
b) a favor do consumidor, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou for ele vulnerável,
segundo as regras ordinárias de experiência.
c) sempre a favor do consumidor, mas também a favor do fornecedor, se o juiz entender que o
consumidor é litigante de má-fé.
Comentários
Letra A. Correta: Conforme art. 6º, VIII, CDC: São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da
defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil,
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências.
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Segundo o inteiro e exato teor das súmulas vigentes editadas pelo Superior Tribunal de Justiça acerca
das relações de consumo, é correto afirmar que
e) é vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os salários, vencimentos e/ou proventos
de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído, ainda que haja cláusula contratual
autorizativa.
Comentários
Letra A. Incorreta: Súmula 608 - - STJ - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.
Letra C. Correta: Súmula 602 - O código de defesa do consumidor é aplicável aos empreendimentos
habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.
Letra D. Incorreta: Súmula 563 - O código de defesa do consumidor é aplicável às entidades abertas
de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades
fechadas.
A Política Nacional das Relações de Consumo é regida pelo seguinte princípio, dentre outros:
122
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a) coibição e repressão de abusos praticados no mercado de consumo que possam causar prejuízo aos
consumidores e fornecedores.
b) educação e informação de consumidores e fornecedores quanto aos seus direitos e deveres, com
vistas à melhoria do mercado de consumo.
Comentários
Letra C. Incorreta: Art. 4º - VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos. [sem menção aos
privados]
Letra D. Incorreta: Art. 4º - III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo
e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e
tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170 da CF),
sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores.
c) É considerada abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que preveja algum prazo de carência
para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou urgência.
e) É possível ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas nos contratos bancários.
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Comentários
Letra A. Incorreta: Súmula 563 - STJ - O código de defesa do consumidor é aplicável às entidades
abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com
entidades fechadas.
Letra B. Incorreta: Súmula 608 - STJ - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.
Letra C. Incorreta: Súmula 597 - STJ - A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para
utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é considerada
abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 25 horas contado da data da contratação.
Letra D. Correta: Súmula 602 -STJ - O código de defesa do consumidor é aplicável aos
empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.
Letra E. Incorreta: Súmula 381 - STJ - Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de
ofício, da abusividade das cláusulas.
d) Embora seja abusiva cláusula contratual que preveja a interrupção de tratamento psicoterápico por
esgotamento do número de consultas anuais asseguradas pela Agência Nacional de Saúde
Complementar, o plano de saúde poderá cobrar coparticipação nas consultas excedentes.
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Comentários
Letra A. Incorreta: Informativo do STJ nº 638 - As operadoras de plano de saúde não estão obrigadas
a fornecer medicamento não registrado pela ANVISA.
Letra B. Incorreta: 1. A segunda Seção desta Corte de Justiça firmou orientação no sentido de que o
reajuste de mensalidade de plano de saúde em razão da mudança de faixa etária não pode, por si só,
ser considerado ilegal ou abusivo, devendo ser examinado em cada caso concreto se houve a devida
previsão contratual da alteração, se foram aplicados percentuais razoáveis, que não visem, ao final,
a impossibilitar a permanência da filiação do idoso, se houve observância do princípio da boa-fé
objetiva, assim como se foram preenchidos os requisitos estabelecidos na Lei 9.656/1998.
Letra E. Incorreta: 1. A jurisprudência desta Corte Superior entende que nos casos em que há previsão
de cobertura para a doença do consumidor, consequentemente haverá cobertura para procedimento
ou medicamento necessário para assegurar o tratamento de doenças previstas no referido plano,
inclusive quando se tratar de medicamento domiciliar.
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No que se refere à relação entre seguradoras e consumidores, assinale a opção correta à luz do Código
de Defesa do Consumidor e do entendimento do STJ.
b) A seguradora poderá se recusar a contratar seguro se a pessoa proponente tiver restrição financeira
em órgãos de proteção ao crédito, mesmo que essa pessoa se disponha a pronto pagamento do
prêmio.
c) Inexiste relação de consumo entre pessoa jurídica e seguradora em contrato de seguro que vise à
proteção do patrimônio dessa pessoa jurídica, em razão de tal contrato configurar consumo
intermediário.
d) O contrato de seguro de vida pode vedar a cobertura de sinistro decorrente de acidente de ato
praticado pelo segurado em estado de embriaguez, mesmo quando ocorrido após os dois primeiros
anos do contrato.
Comentários
Letra A. Correta: Informativo nº 640 do STJ: É abusiva a exclusão do seguro de acidentes pessoais em
contrato de adesão para as hipóteses de: I) gravidez, parto ou aborto e suas consequências; II)
perturbações e intoxicações alimentares de qualquer espécie; e III) todas as intercorrências ou
complicações consequentes da realização de exames, tratamentos clínicos ou cirúrgicos.
Letra B. Incorreta: Informativo nº 640 do STJ: A seguradora não pode recusar a contratação de seguro
a quem se disponha a pronto pagamento se a justificativa se basear unicamente na restrição financeira
do consumidor junto a órgãos de proteção ao crédito.
Letra C. Incorreta: "É considerada consumidora, a teor do art. 2º da Lei n. 8.078/1990 (Código de
Defesa do Consumidor), a pessoa jurídica que contratou um seguro contra eventuais danos que venha
a sofrer, dentre os quais roubo e furto de seu patrimônio. Na espécie, o contrato de seguro objetiva a
proteção do seu próprio patrimônio e não dos clientes para os quais presta serviço. A proteção objeto
do seguro não integra, de forma alguma, os serviços prestados por ela. Precedentes citados: REsp
193.327-MT, DJ 10/5/1999, e REsp 541.867-BA, DJ 16/5/2005."
Letra D. Incorreta: Súmula 620 do STJ - A embriaguez do segurado não exime a seguradora do
pagamento da indenização prevista em contrato de seguro de vida.
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Com base na jurisprudência do STJ, julgue os itens a seguir, a respeito de relações consumeristas.
II Nos contratos de assistência à saúde, é abusiva cláusula contratual que estipule qualquer prazo de
carência para cobertura de casos de urgência e emergência.
III As regras do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos contratos de empreendimentos
habitacionais celebrados por sociedades cooperativas.
Comentários
Item I - Correto: Súmula 609 do STJ - A recusa de cobertura securitária, sob alegação de doença
preexistente, é ilícita se não houve a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a
demonstração de má-fé do segurado.
Item II - Incorreto: Súmula 597 do STJ - A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência
para utilização dos serviços de assistência médica nas situações de emergência ou de urgência é
considerada abusiva se ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação.
Item III - Correto: Súmula 602 do STJ - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos
empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.
Gabarito: Letra C.
127
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e) estabelece normas de interesse coletivo geral, de ordem pública e interesse social, sem vinculação
com normas constitucionais.
Comentários
Letra B. Correto: Está de acordo com o art. 1°, CDC : O presente código estabelece normas de proteção
e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170,
inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
a) produto é qualquer bem, desde que material, podendo ser móvel ou imóvel.
b) serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, com ou sem remuneração, inclusive
as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária.
d) pode-se falar em consumidor por equiparação à coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis,
que haja intervindo nas relações de consumo.
e) fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, neste caso privada, somente, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviço.
Comentários
Letra A. Incorreta: Art. 3º, § 1º. Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
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Letra B. Incorreta: Art. 3º, § 2º. Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e secretária, salvo as
decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Letra C. Incorreta: Art. 1º. O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor,
de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5º, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição
Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
Letra D. Correta. Em conformidade com o disposto no art. 2º, parágrafo único: Equipara-se a
consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de
consumo.
Letra E. Incorreta: Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
b) somente entes personalizados (isto é, pessoas físicas ou jurídicas) podem ser considerados
fornecedores.
d) é considerada consumidora a pessoa que adquire o produto como destinatária final, mas não a que
meramente o utiliza nessa condição.
e) equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo
nas relações de consumo.
Comentários
Art. 2°, CDC : Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço
como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que
haja intervindo nas relações de consumo.
129
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Art. 3°, CDC: Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,
bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação,
construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou
prestação de serviços.
b) Considera-se serviço qualquer atividade — salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista
— fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, o que inclui as atividades de natureza
bancária, financeira, de crédito e securitária.
d) Segundo a corrente finalista ou subjetiva, o destinatário final é o destinatário fático, não importando
a destinação econômica dada ao bem nem se aquele que adquire o produto ou o serviço tem, ou não,
finalidade de lucro.
Comentários
Letra B. Correta: Conforme art. 3º, § 2°, CDC: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de
consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
Letra C. Incorreta: A corrente maximalista ou objetiva considera consumidor todo aquele que retira o
produto ou serviço do mercado, e não apenas o consumidor o “não profissional".
130
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Letra D. Incorreta: Segundo a corrente finalista ou subjetiva, o destinatário final é o destinatário fático,
é o destinatário econômico do bem, não adquirindo o bem para revenda ou para uso profissional.
Assim o consumidor segundo essa corrente é aquele que adquire e utiliza um bem para uso próprio e
de sua família.
São relações jurídicas que se definem como de consumo, e assim se enquadram legalmente,
Comentários
Letra A. Incorreta: Nos contratos de locação não se aplicam as normas do Código de Defesa do
Consumidor por faltar-lhes as características que delineiam as relações de consumo, segundo STJ.
Letra B. Incorreta: As relações condominiais não são enquadradas como relações de consumo,
conforme entendimento do STJ.
Letra C. Incorreta: A jurisprudência do STJ é no sentido de que o CDC não incide nos contratos de
prestação de serviços advocatícios.
Letra D. Correta: A alternativa está consonante com a redação do art. 3º, § 2°, CDC, § 2° Serviço é
qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de
natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.
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Letra E. Incorreta: A atividade que envolva a entrega de produtos ou serviços em caráter trabalhista
não são consideradas como relações de consumo.
Comentários
Letra B. Correta: Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou
estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,
montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Chegando ao shopping center, João deixa seu veículo no estacionamento que o estabelecimento
disponibiliza para comodidade dos seus clientes, com vigilância terceirizada. Sem nada adquirir, João
decide ir embora. Chegando ao estacionamento, descobre que seu veículo foi furtado. Inconformado
com o ocorrido, João ingressa com ação judicial imputando responsabilidade civil ao shopping center.
Segundo a posição do STJ sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
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a) João não se enquadra no conceito de consumidor, na forma do Art. 2º do CDC, pois não houve
aquisição de qualquer produto ou serviço como destinatário final, durante o período em que esteve
no shopping.
b) O shopping não pode ser responsabilizado se houver prévia e expressa comunicação ao proprietário
do veículo, no comprovante de estacionamento entregue no momento do ingresso, de cláusula de
exoneração de responsabilidade por quaisquer danos ao veículo.
d) Embora haja relação de consumo, a responsabilidade civil não pode ser atribuída ao shopping, mas
sim à empresa de vigilância terceirizada.
e) A questão da aquisição de bens ou serviços por João, para efeito da responsabilidade civil, é
irrelevante, isso porque o shopping, ao oferecer local presumivelmente seguro para estacionamento,
assume obrigação de guarda e vigilância, o que o torna civilmente responsável por furto de veículo ali
ocorrido.
Comentários
Letra E. Correta: Súmula 130 do STJ dispõe: A empresa responde, perante o cliente, pela reparação de
dano ou furto de veículo ocorrido em seu estacionamento.
Esta Súmula do STJ possui fundamento na Teoria do Risco do Empreendimento, ou seja, o manifesto
interesse econômico do estabelecimento comercial, identificado com o aumento de sua lucratividade
e incremento da clientela decorrente da comodidade que o estacionamento oferta ao cliente,
presume-se o dever de guarda.
a) o exame dos contratos de cartão de crédito, submetidos apenas às resoluções específicas do Banco
Central.
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Comentários
Letra A. Incorreta: SÚMULA 297 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições
financeiras.
Letra B.Correta: Segundo entendimento consolidado do STJ, não se aplicam as normas do Código de
Defesa do Consumidor às relações jurídicas estabelecidas entre condomínio e condôminos.
Letra C. Incorreta: SÚMULA 321 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação
jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes. (súmula cancelada em
24/02/2016, porém, quando da aplicação do concurso, 2013, a súmula estava em vigor).
SÚMULA 563 do STJ (que substitui a súmula 321): O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às
entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários
celebrados com entidades fechadas.
Letra D. Incorreta: SÚMULA 563 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades
abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com
entidades fechadas.
Letra E. Incorreta: SÚMULA 469 do STJ: “Aplica-se o código de defesa do consumidor aos contratos de
plano de saúde"
a) O juiz somente pode inverter o ônus da prova no processo civil quando estiverem presentes dois
requisitos: hipossuficiência e verossimilhança da alegação do consumidor.
b) São expressões sinônimas, uma vez que ambas definem a situação de fraqueza do consumidor
perante o fornecedor.
c) São sinônimas, mas hipossuficiência é a expressão utilizada quando se trata de aplicar o direito
processual civil.
d) A vulnerabilidade deve ser declarada pelo juiz para fins de aplicação das normas mais protetivas do
consumidor.
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Comentários
b) o acesso ao Poder Judiciário é sempre gratuito aos consumidores, para facilitação da defesa de seus
interesses.
d) as cláusulas de eleição de foro são tidas por inexistentes em qualquer hipótese, não gerando efeitos
jurídicos.
Comentários
Letra C. Incorreta: Somente quando for verossímil a alegação ou quando for hipossuficiente o
consumidor, a critério do Juiz.
Letra D. Incorreta: Clausula de eleição de foro será abusiva quando dificultar a realização do direito do
consumidor, ou será nula (relativamente) quando o contrato for de adesão.
Letra E. Correta: Segundo o Art. 6º, V, CDC: São direitos básicos do consumidor: V - a modificação das
cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
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Nas ações em que o consumidor for parte, o juiz inverterá o ônus da prova em seu favor quando,
Comentários
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências;
É a aquisição ou utilização de produtos ou serviços para satisfação de suas necessidades pessoais, sem
interesse em repassá-los a terceiros nem empregá-los na geração de outros bens ou serviços, que
qualifica uma pessoa jurídica como consumidora.
Comentários
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Certo. O item está de acordo com o entendimento pacificado do Superior Tribunal de Justiça.
a) A teoria maximalista amplia o conceito de consumidor, ao considerar como tal todo aquele que
exaure a função econômica do bem ou serviço como destinatário final, excluindo-o do mercado de
consumo.
b) O STJ, tomando por base uma análise sistemática do texto CDC, tem evoluído para uma aplicação
temperada da teoria maximalista frente às pessoas jurídicas.
c) Por meio de um processo que vem sendo denominado pela doutrina e jurisprudência de "finalismo
aprofundado", em determinadas hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de um produto ou serviço
pode ser equiparada ao consumidor, por apresentar, frente ao fornecedor, alguma vulnerabilidade.
d) Para que se qualifique uma relação jurídica de consumo necessário que se constate a presença de
uma pessoa jurídica de um lado (fornecedor) e uma pessoa fisica de um lado (consumidor), o qual
apresenta uma situação de vulnerabilidade em relação àquela.
e) O CDC equipara ao consumidor outras pessoas que não propriamente as adquirentes ou usuárias de
produtos ou serviços, como por exemplo, a coletividade de pessoas, desde que indetermináveis, e que
haja intervindo nas relações de consumo.
Comentários
Letra C. Correta: Ao aplicar o art. 29 do CDC, o STJ tem adotado a teoria do finalismo aprofundado, na
qual se admite, conforme cada caso concreto, que a pessoa jurídica adquirente de um produto ou
serviço possa ser equiparada a consumidor, quando demonstrada a sua vulnerabilidade frente ao
fornecedor ou vendedor, ainda que não destinatária final do serviço.
Letra D. Incorreta: De acordo com o CDC, tanto o consumidor, como o fornecedor podem ser pessoas
físicas ou jurídicas.
Letra E. Incorreta: Não há necessidade de ser uma coletividade de pessoas indetermináveis, segundo
art. 2º, parágrafo único, CDC.
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a) Para os efeitos do CDC, não se considera fornecedor a pessoa jurídica pública que desenvolva
atividade de produção e comercialização de produtos ou prestação de serviços.
c) Qualquer pessoa prejudicada por publicidade enganosa pode, em princípio, buscar indenização,
mesmo não tendo contratado nenhum serviço.
e) Pessoa física que alugue imóvel particular, por meio de contrato, é considerada fornecedora, para
efeitos legais.
Comentários
Letra A. Incorreta: Para os efeitos do CDC, considera-se fornecedor a pessoa jurídica pública que
desenvolva atividade de produção e comercialização de produtos ou prestação de serviços, de acordo
com art. 3º, CDC.
Letra C. Correta: Segundo art. 29, CDC, no que se refere à práticas abusivas, equiparam-se aos
consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas.
Letra D. Incorreta: Pessoa jurídica que compre bens para revende-lo é considerada fornecedora,
segundo art. 3º, CDC.
Letra E. Incorreta: Pessoa física que alugue imóvel particular, por meio de contrato, não é considerada
fornecedora, pois como já visto, não se aplica o CDC aos contratos de locações.
Acerca dos sujeitos integrantes da relação de consumo nos moldes do que é descrito no CDC, assinale
a opção correta com base na jurisprudência do STJ.
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a) Será considerado consumidor pelo CDC o sujeito que for submetido a publicidade enganosa, desde
que ele tenha realizado contrato com fornecedor de produto ou serviço objeto da referida publicidade.
b) As vítimas de um acidente de consumo, mesmo que não tenham adquirido o produto como
destinatários finais, são consideradas consumidores pelo CDC.
c) Empresa de transporte de pessoas ou cargas pode ser considerada consumidora em sua relação
com a empresa concessionária de rodovia.
d) O condomínio que utiliza a água para o consumo das pessoas que nele residem não deve ser
considerado consumidor em sua relação com a empresa concessionária de água.
Comentários
Letra A. Incorreta: Art. 29, CDC: Equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou
não, expostas às práticas comerciais abusivas.
Letra B. Correta: Art. 17, CDC: Equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
Letra E. Incorreta: O STJ adota, em regra, a teoria finalista, mas, em casos em que reste evidente a
vulnerabilidade do adquirente do produto ou serviço, adota a teoria maximalista, preferindo alguns
autores denominá-la, nesses casos, de teoria finalista mitigada, atenuada ou aprofundada.
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e) O contrato de mútuo entre o agente financeiro do SFH e o mutuário não é abrangido pelo CDC.
Comentários
Letra A. Incorreta: Contratos de locação regem-se pela Lei Federal n° 8.245/1991 não sendo
considerada relação de consumo.
Letra B. Incorreta: Art. 3º §1º, CDC: Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
Letra C. Correta: Conforme art. 3º, CDC: Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada,
nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de
produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Letra D e E. Incorreta: Segundo art. 3º §2º, CDC: Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e
securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
a) O serviço, como elemento objetivo da relação de consumo, deve ser prestado pelo fornecedor
mediante remuneração direta.
c) Para que haja a responsabilização civil por fato do produto e do serviço, é necessário que a vítima
do evento danoso tenha prévia vinculação contratual com o fornecedor do produto ou do serviço.
e) O consumidor potencial é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou que utiliza o produto como
destinatário final.
Comentários
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Letra D.Correta: O Superior Tribunal de Justiça conferiu interpretação extensiva à lei para considerar
fornecedor de serviços não somente aquele que presta serviços diretamente ao consumidor, mas
também quem participa de qualquer fase da cadeia de fornecimento, inclusive de bancos de dados.
Sob a ótica do ordenamento jurídico brasileiro acerca de contrato, julgue o item que se segue.
Por serem as relações jurídicas de consumo regidas pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), não
é possível, em face do princípio da especialidade, a aplicação simultânea do Código Civil a essas
relações. Ademais, os dois sistemas são excludentes, o que impede que qualquer dos contratantes, na
interpretação do contrato, escolha a legislação que mais lhe beneficie.
Comentários
Errado. É aplicável a Teoria do Diálogo das Fontes, permitindo que diversos diplomas convivam no
ordenamento jurídico, sem que um exclua a aplicação do outro.
II. Em consonância com a Constituição Federal de 1988, a defesa do consumidor constitui um direito
fundamental de proteção à pessoa em situação de vulnerabilidade.
III. Consoante teoria do diálogo das fontes e o próprio Código de Defesa do Consumidor, admite-se a
aplicação da norma mais favorável ao consumidor, mesmo que esta se encontre externamente ao
microssistema consumerista.
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a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
Comentários
Item I - Correto: é a tendência do direito, estabelecer cláusulas abertas e gerais para poder proteger o
consumidor de uma maneira mais ampla.
Item II - Correto: art. 5º - XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
Item III - Correto: de fato, o diálogo das fontes exige que na aplicação das normas os diversos sistemas
se comuniquem e protejam o consumidor da melhor maneira possível.
Gabarito, Letra D.
A respeito da publicidade, das sanções criminais e das práticas contratuais abusivas em relações de
consumo, julgue o item a seguir, tendo como referência a legislação pertinente e o entendimento dos
tribunais superiores.
Segundo entendimento da 2.ª Seção do STJ nos contratos bancários em geral, o consumidor não pode
ser compelido a contratar seguro com a instituição financeira ou com seguradora por ela indicada,
porque tal prática configura venda casada.
Comentários
Certo. Tema 972 pela 2ª Seção do STJ. 2.2 - Nos contratos bancários em geral, o consumidor não pode
ser compelido a contratar seguro com a instituição financeira ou com seguradora por ela indicada."
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Em cada uma das opções a seguir é apresentada uma situação hipotética a respeito de práticas
comerciais e contratos regidos pelo CDC, seguida de uma assertiva a ser julgada de acordo com a
jurisprudência do STJ.
b) Carlos deseja ajuizar ação de prestação de contas em face de instituição financeira para obter
esclarecimentos sobre cobrança de tarifas e encargos bancários. Nesse caso, o ajuizamento da
demanda deve observar o prazo decadencial previsto no CDC para a hipótese de vício do serviço.
d) O contrato de determinado plano de saúde possui cláusula contratual que limita o período de
internação do segurado. Nessa situação, no caso de eventual internação, se o consumidor tiver sido
previamente informado, a cláusula é considerada legítima.
e) Para quitar despesas pessoais, Rafael realizou contrato de mútuo com o banco X no valor de R$ 30
mil. Nessa situação, a cobrança, pela instituição financeira, de juros capitalizados será válida apenas se
houver disposição contratual expressa nesse sentido.
Comentários
Letra A. Incorreto: Súmula 543 do STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra
e venda de imóvel submetido ao Código de Defesa do Consumidor, deve ocorrer a imediata restituição
das parcelas pagas pelo promitente comprador - integralmente, em caso de culpa exclusiva do
promitente vendedor/construtor, ou parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao
desfazimento.
Letra B. Incorreto: Súmula 477 - A decadência do artigo 26 do CDC não é aplicável à prestação de
contas para obter esclarecimentos sobre cobrança de taxas, tarifas e encargos bancários.
Letra C. Incorreto: Súmula 532 - Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem
prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à
aplicação de multa administrativa.
Letra D. Incorreto: Súmula 302 - É abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo
a internação hospitalar do segurado.
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Letra E. Correto: Súmula 539 - É permitida a capitalização de juros com periodicidade inferior à
anual em contratos celebrados com instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de
31/3/2000 (MP 1.963-17/00, reeditada como MP 2.170-36/01), desde que expressamente pactuada.
I. O STJ admite a mitigação da teoria finalista para autorizar a incidência do Código de Defesa do
Consumidor − CDC nas hipóteses em que a parte (pessoa física ou jurídica), apesar de não ser
destinatária final do produto ou serviço, apresenta-se em situação de vulnerabilidade.
II. A devolução em dobro dos valores pagos pelo consumidor, prevista no art. 42, parágrafo único, do
CDC, pressupõe tão-somente a existência de pagamento indevido, não se exigindo a má-fé do credor.
III. A inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, não ocorre ope judicis, mas ope
legis, vale dizer, é o juiz que, de forma prudente e fundamentada, aprecia os aspectos de
verossimilhança das alegações do consumidor ou de sua hipossuficiência.
IV. O início da contagem do prazo de decadência para a reclamação de vícios do produto (art. 26 do
CDC) se dá após o encerramento da garantia contratual.
b) I e IV, apenas.
c) I e II, apenas.
Item I - Correto: 2. A jurisprudência desta Corte Superior tem mitigado os rigores da teoria finalista, de
modo a estender a incidência das regras consumeristas para a parte que, embora sem deter a condição
de destinatária final, apresente-se em situação de vulnerabilidade. Recurso Especial 1694313/SP
Item II - Incorreto: 1. A repetição do indébito prevista no art. 42, parágrafo único, do CDC somente é
devida quando comprovada a má-fé do fornecedor; em não comprovada a má-fé, é devida a
restituição simples. Recurso Especial 1316734/RS
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Item III - Incorreto: A inversão do ônus da prova prevista no CDC ocorre por duas maneiras: a) OPE
IUDICIS: é a prevista no art. 6º, VIII do CDC. É facultativa, e pode se dar quando a situação fática for
verossímil, a parte lesada seja hipossuficiente e deve se dar segundo as regras ordinárias de
experiência. b) OPE LEGIS: é a regra prevista no art. 12, do CDC quando se está diante de produtos; do
art. 14, § 3º, do CDC quando se trata de serviços e do art. 38 do CDC quando se trata de publicidade.
A primeira hipótese de inversão do ônus da prova (ope iudicis) depende, além da ocorrência dos
elementos exigidos na própria norma legal, que o juiz DECLARE/DETERMINE tal inversão durante a
instrução do feito. Já a segunda hipótese de inversão do ônus da prova (ope legis) independe de
pedido, declaração ou determinação judicial. Basta a alegação que deverá o consumidor ser atendido
em qualquer momento e em qualquer grau de jurisdição, pois não haverá surpresa à parte demandada.
Está previsto na lei que será assim, ao contrário da regra do art. 6º do CDC que diz que poderá ser
assim. Agravo em Recurso Especial 1166380/RS
Item IV - Correto: O início da contagem do prazo de decadência para a reclamação de vícios do produto
(art. 26 do CDC) se dá após o encerramento da garantia contratual. Recurso Especial 1021261/RS
Gabarito, Letra B.
Comentários
Letra A. Incorreta: Na linha da jurisprudência do STJ não se aplica o Código de Defesa do Consumidor
à relação contratual entre advogados e clientes, a qual é regida por norma específica - Lei n. 8.906/94.
Letra B. Incorreta: Súmula 608, STJ: Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de
plano de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.
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Letra C. Correta: De acordo com a Súmula 563 STJ: O CDC é aplicável às entidades abertas de
providência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades
fechadas.
Letra D. Incorreta: Conforme reiterada jurisprudência do STJ, não é relação de consumo a que se
estabelece entre os condôminos e o Condomínio, referente às despesas para manutenção e
conservação do prédio e dos seus serviços.
Letra E. Incorreta: Segundo o STJ, as normas do CDC não são aplicáveis à aquisição e à importação de
aparelho de raio X por entidade hospitalar, não hipossuficiente nem vulnerável, no intuito de
incrementar sua atividade, ampliar a gama de serviços e aumentar os lucros. Igualmente, não se aplica
o referido diploma ao transporte aéreo internacional de respectivo equipamento, por representar
mera etapa do ato complexo de importar.
No que se refere às normas do CDC e à Política Nacional das Relações de Consumo, julgue o item
seguinte.
Parte da doutrina considera o CDC norma de ordem pública e principiológica, o que significa que ele
prevalece sobre as normas gerais e especiais anteriores.
Comentários
Certo. Conforme doutrina de Nelson Nery Jr, o item foi considerado verdadeiro pela banca. o CDC é
norma de ordem pública (como expressa o próprio art. 1º da Lei nº 8.078/90) e de interesse social. Isso
significa, por exemplo, que seus dispositivos poderão ser aplicados ex officio pelo magistrado, no caso
em concreto, ainda que as partes não requeiram isso. Além disso, o Código consubstancia-se numa
norma especial e principiológica e, como tal, deve prevalecer quando colidir com outras normas gerais
e especiais anteriores.
Lei municipal que proíbe a cobrança de consumação mínima em bares da cidade é, segundo a
jurisprudência do STF,
a) constitucional, pois o Município tem competência concorrente à União para legislar sobre direito do
consumidor.
b) inconstitucional, pois cabe à União e ao Estado, de forma subsidiária, legislar sobre direito do
consumidor.
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c) constitucional, pois o Município tem competência concorrente ao Estado para legislar sobre direito
do consumidor.
d) inconstitucional, pois cabe à União e ao Estado legislar sobre direito do consumidor de forma
concorrente.
e) ilegal, pois o Código de Defesa do Consumir prevê que cabe ao estabelecimento comercial decidir
pela cobrança, respeitados os limites legais.
Comentários
Letra D.Correta: A lei é inconstitucional, pois os Municípios não podem legislar sobre consumo, visto
que não estão no rol do art. 24, CF.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
V - produção e consumo;
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico;
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar
dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena,
para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe
for contrário
No que concerne às relações de consumo, aos direitos básicos do consumidor e à decadência, julgue o
item subsequente.
Prevalece no STJ entendimento no sentido de que é considerado consumidor apenas a pessoa física ou
a pessoa jurídica que adquire os bens de consumo para uso privado, mesmo que não relacionados a
sua atividade profissional.
Comentários
147
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A necessidade de proteção dos destinatários finais dos produtos e serviços ofertados no mercado de
consumo abarca as pessoas humana e jurídica, com o objetivo de tutelar a vulnerabilidade e a
hipossuficiência dos consumidores. A partir dessa informação, assinale a opção correta, a respeito dos
integrantes e do objeto da relação de consumo.
a) Aplica-se o CDC para a relação entre condômino e condomínio no que diz respeito à cobrança de
taxas, em decorrência da vulnerabilidade do condômino em relação ao condomínio.
b) Em circunstâncias específicas, pessoas que não firmaram qualquer contrato de consumo podem ser
equiparadas a consumidores, para fins de proteção.
c) O conceito de fornecedor não abarca as pessoas jurídicas que atuam sem fins lucrativos, com caráter
beneficente ou filantrópico, ainda que elas desenvolvam, mediante remuneração, atividades no
mercado de consumo.
d) Com base na teoria finalista, a condição de destinatário final do produto não é requisito essencial
para a classificação da pessoa física ou jurídica como consumidora.
e) A teoria maximalista amplia sobremaneira o alcance da relação de consumo, mas não abarca as
pessoas jurídicas, devido ao fato de considerar que estas jamais se encontrarão em situação de
vulnerabilidade frente ao fornecedor.
Comentários
Letra A. Incorreta: Não se aplica o CDC para a relação entre condômino e condomínio, segundo o STJ.
Letra B. Correta: Item em conformidade com o art. 2º, parágrafo único, CDC. São os chamados
“bystanders”.
Letra D. Incorreta: Para a Teoria Finalista, é fundamental o consumidor ser o destinatário final do
produto ou serviço.
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Letra E. Incorreta: Para a Teoria Maximalista, destinatário final é o destinatário fático do produto ou
serviço, isso é, basta a retirada do produto do mercado de consumo, pouco importando sua ulterior
destinação ou utilização econômica.
O CDC é aplicável a
a) indenização do condômino pelo condomínio, em razão de furto de bem móvel ocorrido dentro da
garagem de prédio de apartamentos.
b) ressarcimento do valor pago ao advogado que, constituído em processo criminal, tenha deixado de
recorrer de sentença de pronúncia.
d) cobrança indevida relativa a crédito educativo custeado pelo Estado em benefício de aluno.
Comentários
Letra A. Incorreta: Não se aplicam as normas do Código de Defesa do Consumidor às relações jurídicas
estabelecidas entre condomínio e condôminos.
Letra B. Incorreta: A jurisprudência do STJ firmou no sentido de que o Código de Defesa do Consumidor
não se aplica às relações decorrentes de contrato de prestação de serviços advocatícios.
Letra C. Incorreta: A jurisprudência do STJ é sólida no sentido de não se aplicar o CDC a contratos de
locação, que são regidos pela Lei n. 8.245/1991.
Letra D. Incorreta: Os contratos de crédito educativo têm por objetivo subsidiar a educação superior
e, portanto, estão fora da relação de consumo, descabendo cogitar a aplicação das normas do CDC.
Letra E. Correta: De acordo com a Súmula 563 do STJ (que substitui a súmula 321): O Código de Defesa
do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos
contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.
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a) O princípio da equivalência negocial, embora seja um critério limitativo da liberdade contratual, não
impede que o fornecedor redija condição geral contratual que determine a utilização compulsória de
arbitragem.
b) A falta de clareza na elaboração de uma condição geral contratual não enseja a sua invalidade, já
que, nesse caso, deve ser aplicado o princípio da conservação dos pactos contratuais, a fim de tutelar
as expectativas das partes.
d) A inversão do ônus da prova, considerada um direito básico do consumidor, exige dois critérios para
a sua aplicação: alegação verossímil e hipossuficiência do consumidor.
Comentários
Letra A. Incorreta: A condição geral contratual redigida pelo fornecedor que determina a utilização
compulsória de arbitragem é cláusula nula de pleno direito, sendo abusiva e vedada pelo Código de
Defesa do Consumidor, conforme art. 51, VII.
Letra B. Incorreta: Conforme art. 6º, III, CDC: São direitos básicos do consumidor: III - a informação
adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade,
características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que
apresentem.
Letra D. Incorreta: Conforme art. 6º, VIII, CDC: Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII - a
facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiências. A inversão do ônus da prova, considerada um direito
básico do consumidor, exige um ou outro critério para a sua aplicação: ou alegação verossímil ou
hipossuficiência do consumidor.
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Letra E. Correta: A Hipossuficiência é um fenômeno de índole processual que deverá ser analisado
casuisticamente.
Comentários
Letra B. Correta: Nos contratos regidos pelo Sistema Financeiro da Habitação há de se reconhecer a
sua vinculação, de modo especial, alem dos gerais, os seguintes princípios específicos: a) o da
transparência, segundo o qual a informação clara e correta e a lealdade sobre as clausulas contratuais
ajustadas deve imperar na formação do negocio jurídico; b) o de que as regras impostas pelo SFH para
a formação dos contratos, além de serem obrigatórias, devem ser interpretadas com o objetivo
expresso de atendimento às necessidades do mutuário, garantindo-lhe o seu direito de habitação, sem
afetar a sua segurança jurídica, saúde e dignidade; c) o que há de ser considerada a vulnerabilidade
do mutuário, não só decorrente da sua fragilidade financeira, mas, também, pela ânsia e necessidade
de adquirir a casa própria e se submeter ao império da parte financiadora, econômica e
financeiramente muitas vezes mais forte. (STJ, REsp 157.841-SP, j. 12.03.1998, Min José Delgado, DJ
27.04.1998).
Letra D. Incorreta: A Hipossuficiência tem natureza processual e deve ser analisada casuisticamente, a
vulnerabilidade tem natureza material e é presumida quanto ao consumidor pessoa física.
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No que se refere às normas do CDC e à Política Nacional das Relações de Consumo, julgue o item
seguinte.
Por atender indiretamente às necessidades dos consumidores, a racionalização e melhoria dos serviços
públicos não é um dos objetivos da Política Nacional das Relações de Consumo.
Comentários
Errado. Segundo o art. 4º, da Lei 8.078/90: A Política Nacional das Relações de Consumo tem por
objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e
segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como
a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: VII -
racionalização e melhoria dos serviços públicos.
Atenção: Para responder à questão assinale a alternativa que contém a afirmação correta em relação
ao assunto indicado.
b) A cláusula abusiva será nula quando afetar o equilíbrio das prestações do contrato, porém pode ser
convalidada quando se trate de vício de informação, desde que haja concordância das partes com a
redução do proveito do fornecedor.
c) A revisão dos contratos de consumo pode se dar em face da alteração de circunstâncias, com a
finalidade de proteção do consumidor, não se exigindo que tal situação seja necessariamente
desconhecida das partes.
d) Cláusula abusiva celebrada em contrato individual de consumo não pode ter sua nulidade
pronunciada em ação coletiva, sem a anuência do consumidor que é parte da contratação.
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Comentários
Letra A. Incorreta: o CDC prevê cláusulas abusivas no artigo 50, que não se aplicam fora do âmbito
consumerista.
Letra C. Correta: Conforme art. 6º, V, o CDC adota a Teoria da Equivalência da Base Objetiva, e não a
Teoria da Imprevisão, não há necessidade de fato imprevisível ou inevitável para que haja a revisão de
cláusulas que se tornam excessivamente onerosas.
Letra E. Incorreta: Conforme art. 46, CDC: Os contratos que regulam as relações de consumo não
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu
conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de
seu sentido e alcance
Comentários
Letra A. Correta: O CDC exige apenas que os fatos sejam supervenientes, mas não que sejam
imprevisíveis.
Letra B. Incorreta: Artigo 46, CDC: Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os
consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo,
ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido
e alcance.
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Letra C. Incorreta: Artigo 47, CDC: As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais
favorável ao consumidor.
Letra E. Incorreta: A redação dos contratos consumeristas deve ser clara e objetiva.
a) Pelo princípio da especialidade, a regra geral é a adoção do Código de Defesa do Consumidor − CDC,
aplicando-se subsidiariamente o Código Civil ou outra legislação específica apenas quando omisso o
CDC e no que com ele não conflitar.
b) Pelo princípio da especialidade, nas ações coletivas que têm por objeto relações de consumo, aplica-
se preferencialmente o Código de Defesa do Consumidor e, apenas em caso de omissão,
subsidiariamente deve ser aplicado o Código de Processo Civil e a Lei de Ação Civil Pública.
d) Ante o exaustivo regime contratual estabelecido pelo Código de Defesa do Consumidor, entende-se
que não se aplicam às relações de consumo os defeitos do negócio jurídico previstos no Código Civil.
e) Pela teoria do diálogo das fontes, deve-se buscar a aplicação, tanto quanto possível, de todas as
normas que tratam do tema, gerais ou especiais, de modo a garantir a tutela mais efetiva ao grupo
vulnerável protegido pela lei, o que pode levar, por exemplo, à aplicação do Código Civil em detrimento
do Código de Defesa do Consumidor quando o primeiro for mais favorável.
Comentários
Letra A. Incorreta: Deve-se observar qual das formas dos diálogos serão aplicados, pois há uma
interação entre o CDC e o CC/02, tendo por fundamento legal o artigo 7º do CDC, que adota o modelo
de interação legislativa, de diálogo entre as diversas legislações.
Letra B. Incorreta: Não há uma preferência especifica, é possível que a norma mais favorável ao
consumidor esteja fora da própria Lei Consumerista, podendo o intérprete fazer a opção por esse
preceito específico.
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Letra E.Correta: Segundo Claudia Lima Marques, há um diálogo diante de influências recíprocas, com
a possibilidade de aplicação concomitante das duas normas ao mesmo tempo e ao mesmo caso, de
forma complementar ou subsidiária. Há, assim, uma solução que é flexível e aberta, de interpenetração
ou de busca, no sistema, da norma que seja mais favorável ao vulnerável.
O Art 2º, caput, do Código de Defesa do Consumidor dispõe que “Consumidor é toda pessoa física ou
jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”.
Ainda acerca da figura do Consumidor, e também segundo o disposto na Lei n. 8.078/90, assinale a
alternativa correta:
a) Segundo a Lei n. 8.078/90 em sede de Responsabilidade Civil pelo Fato do Produto e do Serviço as
vítimas do evento danoso não são equiparadas aos consumidores.
b) Equipara-se a consumidor todas as vítimas do evento que implique Responsabilidade Civil por vício
do Produto e do Serviço.
d) Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo
nas relações de consumo.
Comentários
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.
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Letra C. Incorreta: Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto
ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que
haja intervindo nas relações de consumo.
Letra D. Correta: Art. 2º Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que
haja intervindo nas relações de consumo.
II. A informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta
de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre
os riscos que apresentem.
c) As assertivas I, II e III.
Comentários
Item I - Correto: Art. 6º - II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e
serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
Item II - Correto: Art. 6º - III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços,
com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes
e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
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Item III - Correto: Art. 6º - X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.
Gabarito, Letra C.
b) hipossuficiência do consumidor.
c) boa-fé objetiva.
d) equivalência negocial.
e) vulnerabilidade do consumidor.
Comentários
Letra D. Correta: Segundo Flávio Tartuce e Daniel Amorim Assumpção Neves: (2017) Pelo princípio da
equivalência negocial, é garantida a igualdade de condições no momento da contratação ou de
aperfeiçoamento da relação jurídica patrimonial. De acordo com a norma do inciso II, art. 6º, do CDC,
fica estabelecido o compromisso de tratamento igual a todos os consumidores, consagrada a igualdade
nas contratações.
São direitos básicos do consumidor a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos.
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Comentários
a) As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno
relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
b) Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusividade das cláusulas.
c) Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem prévia e expressa solicitação
do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à aplicação de multa administrativa.
d) É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas
de consumo.
Comentários
Letra A. Correto: Súmula 479 - AS instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos
gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de
operações bancárias.
Letra B. Correto: Súmula 381 - Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de oficio, da
abusividade das cláusulas.
Letra C. Correto: Súmula 532 - Constitui prática comercial abusiva o envio de cartão de crédito sem
prévia e expressa solicitação do consumidor, configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à
aplicação de multa administrativa.
Letra D. Correto: Súmula 407 - É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as
categorias de usuários e as faixas de consumo.
Letra E. Incorreto: Súmula 563 - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas
de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades
fechadas.
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c) crédito educativo custeado pelo Estado ao aluno, relação travada entre condomínio e condôminos
e contrato de franquia.
Comentários
Letra B. Correta: Está conforme pacificado pelo STJ na Súmula 602. O Código de Defesa do Consumidor
é aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas sociedades cooperativas.
c) A pessoa jurídica que adquire produtos no mercado de consumo não pode alegar vulnerabilidade
técnica;
d) Nem todo consumidor é hipossuficiente, mas sempre será vulnerável. A hipossuficiência é auferida
casuisticamente e gera consequências processuais, já a vulnerabilidade é presumida e produz
consequências de direito material.
Comentários
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Letra A. Incorreta: Apenas o consumidor é sempre vulnerável. A vulnerabilidade não pode ser
empregada ao fornecedor.
Letra C. Incorreta: Segundo entendimento do STJ, o consumidor intermediário, ou seja, aquele que
adquiriu o produto ou o serviço para utilizá-lo em sua atividade empresarial, poderá ser beneficiado
com a aplicação do CDC quando demonstrada sua vulnerabilidade técnica, jurídica ou econômica
frente à outra parte.
A inversão do ônus da prova para facilitação da defesa dos direitos do consumidor no processo civil é
a) obrigatória quando o pedido se fundar em norma de ordem pública, porque o interesse privado do
fornecedor neste caso deverá ser sempre afastado.
b) obrigatória, sempre que o Ministério Público for o autor da ação e, nos casos em que, intervindo
como fiscal da lei, requerer aquele benefício.
c) inadmissível quando o objeto do processo revestir interesse exclusivamente privado, para não ferir
o princípio da isonomia.
d) admissível, a critério do juiz, desde que a parte o requeira, mediante declaração de pobreza firmada
de próprio punho, porque ela firma presunção relativa de sua hipossuficiência.
e) admissível quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente,
segundo as regras ordinárias de experiência.
Comentários
Percebam que a inversão do ônus da prova pode ser deferida pelo juiz, independente de requerimento
da parte.
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11 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final de nossa Aula Inaugural! Espero que vocês tenham gostado! Quaisquer dúvidas,
estou às ordens nos canais do curso e nos seguintes contatos:
Igor Maciel
profigormaciel@gmail.com
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