Aula 04
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Autor:
Herbert Almeida, Equipe Direito
Administrativo
11 de Janeiro de 2023
Índice
1) Licitações Públicas - Lei 14.133/2021 - Parte 1 - Introdução
..............................................................................................................................................................................................3
Observação:
Ao longo do texto da Lei de Licitações, existem várias menções a valores, como os limites para dispensa de
licitação e para contratos verbais. Esses valores, contudo, são atualizados anualmente por decreto,
conforme regra prevista no art. 182 da Lei de Licitações.
Isso gera um “pequeno” problema, pois a Lei de Licitações continua citando os valores “originais”, enquanto
os decretos fazem a atualização “real” (mas sem “mexer” na literalidade da lei). Por exemplo: literalmente,
a Lei de Licitações prevê que os contratos verbais poderão ser de até R$ 10 mil, mas o Decreto 11.317/2022
atualizou este valor para R$ 11.441,66.
Como esses valores mudam frequentemente e nem todo concurso vai cobrar os valores reais (alguns ficam
na literalidade), optamos pela seguinte estratégia: ao longo da aula, vamos citar os valores que constam
expressamente na Lei 14.133/2021; e, agora, vamos colocar uma tabela para consulta com os valores
atualizados.
Essa tabela fará sentido mais adiante. Não se preocupe em decorar o seu conteúdo neste momento. Ela é
uma fonte de consulta para ser utilizada ao longo dos seus estudos!
§ Tabela de Valores: os valores previstos na L14133 foram atualizados pelo Decreto 11.317/2022,
com base em regra prevista no art. 182 da Lei de Licitações.
Situação Valor
§ Grande vulto (art. 6º, XXII) R$ 228.833.309,04
§ Situação especial de melhor técnica e técnica e preço (art. 37, § 2º) R$ 343.249,96
§ Simplificação da documentação de habilitação para produto de R$ 343.249,96
pesquisa e desenvolvimento (art. 70, III)
§ Dispensa de licitação em razão do valor para obras, serviços de R$ 114.416,65
engenharia e serviços de manutenção de veículos automotores (art.
75, I)
§ Dispensa de licitação em razão do valor para compras e demais R$ 57.208,33
serviços (art. 75, II)
§ Limite para dispensa de licitação, de produtos para pesquisa e R$ 343.249,96
desenvolvimento, no caso de obras e serviços de engenharia (art. 75,
IV, “c”)
§ Limite para dispensa das regras de somatório de valores na dispensa R$ 9.153,34
de licitação para manutenção de veículos automotores em razão do
valor (art. 75, § 7º)
§ Limite para contrato verbal (art. 95, § 2º) R$ 11.441,66
LICITAÇÕES PÚBLICAS
INTRODUÇÃO SOBRE AS LICITAÇÕES PÚBLICAS
Conceito
Antes de apresentar o conceito de licitação, eu acho melhor explicar para que ela serve. Imagine o seguinte:
==2e49ca==
a administração pública pode ter diversas necessidades, como, por exemplo, realizar uma pintura de uma
parede de uma escola. Essa pintura poderia ser realizada de forma direta, com os próprios servidores da
administração ou poderia ser contratada com terceiros. Na maioria dos casos, é esta segunda opção que é
utilizada.
Temos, então, uma necessidade da administração, de um lado, e o terceiro, de outro. Essa relação será
regida por um contrato administrativo. É aí que surge a licitação pública! Ela funciona como uma “ponte”,
que vai ligar à administração ao contrato firmado com terceiro.
É lógico que esse conceito serve apenas para fins didáticos, para facilitar a compreensão. Todavia,
precisamos de um conceito formal de licitação para a sua prova.
Nessa linha, Maria Sylvia Zanella Di Pietro define licitação da seguinte forma:1
[...] pode-se definir a licitação como o procedimento administrativo pelo qual um ente
público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se
sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de
1
Di Pietro, 2013, p. 370.
Um procedimento administrativo é um conjunto de atos integrados que são realizados dentro de uma
sequência para alcançar um resultado ou ato final. Por exemplo, a preparação, divulgação do edital,
apresentação das propostas, julgamento, habilitação, etc., são atos ou fases do processo de licitação. Por
isso, diga-se: a licitação é um conjunto de atos integrados para a definição de um resultado final.
Ademais, por intermédio da licitação, a administração abre, a todos os interessados, desde que atendam
aos requisitos do instrumento convocatório, a possibilidade de participarem de procedimento
competitivo em igualdade de condições. O instrumento convocatório, ou seja, o edital, apresenta as
condições básicas para participar da licitação e estabelece as normas a serem observadas no contrato que
se pretende celebrar. Assim, o atendimento da convocação implica na aceitação das condições ali
estabelecidas.
Por fim, ainda no conceito inicial, a licitação garante aos participantes a possibilidade de formularem
propostas dentre as quais a administração selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração
do contrato.
Se você tiver a sua própria empresa, logicamente, será livre para formular contratos nas condições que
desejar, podendo contratar empresas de amigos, familiares, etc. Com a administração é diferente! É
imprescindível, salvo em algumas exceções, que a contratação seja precedida de licitação para, entre
outros fins:
O QUE É LICITAÇÃO?
Legislação
O arcabouço jurídico das licitações é amplo. O fundamento principal decorre do inciso XXI do artigo 37 da
Constituição Federal de 1988 (CF/88), segundo o qual:
Desde já, é importante destacar que o dispositivo constitucional permite que a legislação estabeleça casos
em que não se aplica a licitação, ponto que estudaremos mais adiante. Logo, a regra é a realização de
licitação, mas estudaremos no decorrer da aula algumas exceções.
Prosseguindo, o artigo 22, inciso XXVII, da CF/88 estabelece como competência privativa da União legislar
sobre “normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto
no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°,
III”. Dessa forma, à União compete estabelecer as normas gerais, aplicáveis a todos os entes federados,
cabendo aos estados, Distrito Federal e municípios editarem normas específicas.
Não há uma definição precisa do que seriam normas gerais e normas específicas. Porém, alguns tópicos
podemos adiantar que são normas gerais, como as modalidades, os casos de contratação direta, os critérios
de julgamento, as condições de habilitação e muito mais.
Vou fazer uma explicação agora que só vai fazer sentido se você já estudou, em direito
constitucional, as competências legislativas, previstas especialmente nos arts. 22 e 23 da
Constituição Federal. Caso você ainda não tenha estudado esse assunto, não se preocupe se
você não entender muito bem o que vamos falar agora (até porque não é um tema comum em
provas). No futuro, isso fará sentido para você!
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Inicialmente, cabe explicar que o art. 22 da Constituição Federal versa sobre a competência
privativa da União. Nesse caso, a União poderá delegar aos estados (e ao DF), mediante lei
complementar, a competência para legislar sobre questões específicas. Por exemplo: a União
pode legislar sobre direito civil (CF, art. 22, I), mas também pode delegar a atribuição para
dispor sobre questões específicas de direito civil, aos estados, por meio de lei complementar.
No caso de licitações e contratos, entretanto, essa regra NÃO SE APLICA. Isso porque a União
não dispõe de competência legislativa plena sobre o assunto, mas apenas para legislar sobre
“normas gerais” de licitação e de contratos (CF, art. 22, XXVII). Assim, a competência para
dispor sobre normas específicas, dos estados, do DF e dos municípios, é automática. Quer dizer:
eles podem legislar sobre normas específicas, independentemente de delegação da União.
Assim, temos algumas condições especiais no caso da competência para legislar sobre licitações
e contratos. Primeiro que não é preciso a União delegar a atribuição, por meio de lei
complementar. Segundo, que a competência para dispor sobre normas específicas cabe aos
estados, ao Distrito Federal e aos municípios, enquanto a previsão do art. 22, parágrafo único,
cita apenas os estados (o DF ficaria implícito).
Por fim, dando mais uma “aprofundada”, a União até pode legislar sobre normas específicas.
Porém, se o fizer, a normas específicas serão válidas apenas para a União, não se aplicando aos
estados, DF e municípios.
Ainda na Constituição, a EC 19/1998, dando nova redação ao artigo 173, § 1º, da CF, fez previsão para o
estatuto jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista, dispondo, entre outros temas,
sobre normas próprias de licitação e contratação para essas entidades. Esse estatuto foi elaborado,
constituindo-se na Lei 13.303/2016, que apresenta um regime licitatório específico para as empresas
estatais.
Partindo para a legislação infraconstitucional, a Lei 14.133/2021, que regulamenta o inciso XXI do artigo 37
da CF, estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos, no âmbito das
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais, dos Poderes da União, dos estados, do Distrito
Federal e dos municípios.
Portanto, atualmente, podemos afirmar que existem duas normas gerais de licitações:
Na verdade, a Lei 14.133/2021 não revogou, de imediato, a Lei 8.666/1993 e “normas afins” – Lei
10.520/2002 e RDC (Lei 12.462/2011, arts. 1º ao 47-A). A única parte que foi revogada de imediato
é a que versa sobre as disposições penais da L8666 (arts. 89 a 108). O restante continua em vigor
“por um período”.
Assim, até 30 de dezembro de 2023, a Lei 8.666/1993 e “normas afins” continuarão em vigor.
Trata-se de uma regra de transição, que permitirá que os agentes públicos se familiarizem com a
nova Lei de Licitações.
Neste período, a administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente com a
legislação “nova” ou com a “antiga”, desde que:
Portanto, a vigência vai até 30/12 (não é até “o final do ano”), e o edital ou ato autorizativo de
contratação direta tem que ser publicado pelo menos um dia antes (até 29/12).
Ademais, é vedada a combinação da legislação antiga com a nova (ou usa uma ou a outra).
Com efeito, se a licitação for realizada com base na “legislação antiga”, o contrato respectivo será
regido pelas regras nela previstas durante toda a sua vigência. Por exemplo: um gestor optou por
realizar uma licitação com base na Lei 8.666/1993. Nesse caso, o contrato decorrente desta
licitação será regido pela Lei 8.666/1993 durante toda a sua vigência.
Em resumo:
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Dessa forma, até 30/12/2023, podemos dizer que existem, na verdade, três normas gerais (ou
grupos de normas gerais) sobre licitações:
A partir de agora, nossa análise tomará por base a Lei 14.133/20212. Assim, quando não houver menção
sobre qual lei estamos falando ou sobre qual lei se refere os dispositivos mencionados, estaremos tratando
Lei 14.133/2021.
2
Também adotaremos, ao longo da aula, expressões como: Lei de Licitações e Contratos, LLC, Lei de Licitações, Estatuto geral
das licitações ou somente Estatuto.
LEGISLAÇÃO
Âmbito de aplicação
De forma resumida, podemos dizer que a Lei de Licitações se aplica (art. 1º, caput):
Em relação às fundações públicas, a Lei de Licitações se aplica para as de direito público e de direito
privado. Portanto, uma pegadinha em prova pode dizer que a Lei 14.133/2021 se aplica somente às
entidades de direito público. Isso será falso, pois as fundações públicas de direito privado também seguem
esta Norma.
(i) os órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário da União, dos estados e do Distrito Federal3 e os órgãos
do Poder Legislativo dos Municípios, quando no desempenho de função administrativa;
(ii) os fundos especiais e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela administração
pública.
Bom, o item “i” citado acima acaba sendo redundante, uma vez que os poderes Legislativo e Judiciário
estão inseridos na administração pública direta. Ademais, a realização de licitação pública é típica atividade
da função administrativa. Porém, como muitas questões de prova são literais, é importante lembrar que os
poderes Judiciário e Legislativo realizam licitação: “quando no desempenho de função administrativa”.
Os fundos especiais, por sua vez, são “recursos” definidos em lei para finalidades específicas. Como
exemplo, podemos citar o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica – Fundeb. Nesse
caso, na verdade, quem faz a licitação não é “o fundo”, mas quem estiver gerindo o recurso do fundo. Por
exemplo: uma secretaria municipal de educação deverá promover licitações para as contratações com
recursos do Fundeb. Porém, mais uma vez, vale o que está literalmente no Estatuto: os fundos especiais se
submetem à Lei de Licitações.
Por fim, não há um conceito preciso do que seriam as “demais entidades controladas direta ou
indiretamente pela administração pública”. Por isso, para evitar debates doutrinários desnecessários,
vamos combinar o seguinte: apenas lembre-se que as “demais entidades controladas” devem licitar. Sério,
só guarde isso e siga em frente! "
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$
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Por outro lado, as empresas estatais não se submetem, em regra, à Lei 14.133/2021, pois dispõem de lei
própria para as suas licitações. Contudo, tome um pouco de cuidado. Isso não significa que as empresas
estatais não fazem licitação. Uma afirmação assim estará incorreta. Elas fazem licitação, a priori, mas
seguindo as disposições da Lei 13.303/2016.4 Além disso, as disposições penais instituídas no art. 178 da
3
Não custa lembrar que não existe Poder Judiciário nos municípios.
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Há casos em que as estatais não terão que licitar. Porém, novamente, esses casos estão previstos diretamente na Lei
13.303/2016.
Lei 14.133/2021 continuam se aplicando às empresas estatais, conforme determina o art. 185 da Lei de
Licitações e Contratos.
Antes de fechar o alcance da Lei de Licitações, precisamos colocar algumas observações previstas nos
demais parágrafos do art. 1º do Estatuto. Estas são “exceções”. Logo, normalmente, considere-as somente
naquelas questões que fazem afirmações categóricas como “sempre”, “apenas”, “todos”, etc.
O primeiro caso é que as contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas no exterior
devem apenas observar os “princípios básicos” da Lei de Licitações, mas serão realizadas conforme
regulamentação específica, obedecendo às peculiaridades locais (art. 1º, § 2º). Por exemplo: a Embaixada
do Brasil na China não terá como seguir todas as disposições da Lei de Licitações. Logo, as suas contratações
ocorrerão com base em regulamento específico, conforme as particularidades em que está inserida.
O segundo caso trata das licitações e contratações que envolvam recursos provenientes de empréstimo
ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou de organismo financeiro de que o
Brasil seja parte. Como exemplo podemos citar as obras financiadas com recursos do Banco Interamericano
de Desenvolvimento – BID. Nesses casos, é possível que sejam estabelecidas condições especiais para a
contratação, mas a própria Lei de Licitações coloca algumas formalidades que devem ser observadas (art.
1º, § 3º). Na verdade, não estamos afirmando que as contratações não serão realizadas com base na Lei de
Licitações, mas apenas que elas podem ser realizadas com base em disposições específicas, em virtude de
acordos internacionais ou de condições peculiares definidas pela agência ou organismo de financiamento.
Por fim, a terceira exceção trata das contratações relativas à gestão, direta e indireta, das reservas
internacionais do País, inclusive as de serviços conexos ou acessórios a essa atividade. Essas contratações
serão disciplinadas em ato normativo próprio do Banco Central do Brasil, que deverá observar os
princípios estabelecidos no caput do art. 37 da Constituição Federal. Um exemplo são as reservas cambiais
em dólar. Se o Brasil precisar vender dólar para estabilizar o valor da moeda, não haverá muito sentido em
seguir as regras da Lei de Licitações, não acham?
Vamos esquematizar!
Direta
Administração Autárquica
Fundacional
União
Estados
Todos os entes
Aplica-se DF
Municípios
Legislativo
Função
administrativa
Judiciário
Abrange
também Fundos especiais
Abrangência
da Lei de Entidades controladas
Licitações
Repartições sediadas no Regulamento próprio /
exterior peculiaridades
Já estamos quase fechando essa parte inicial. Porém, precisamos fazer mais uma observação.
Os contratos administrativos podem ser de diversas naturezas. Por exemplo: há contratos de compra, de
alienação (venda), para a realização de obras, etc. Então, sobre a abrangência, além de saber quem faz a
licitação, precisamos saber sobre quais objetos a licitação é realizada. Assim, podemos dizer que a Lei de
Licitações se aplica a (art. 2º):
Ainda é cedo para entender o propósito do legislador em citar esses casos de aplicação. Porém, chama a
atenção o fato de não constar na lista as concessões e permissões de serviços públicos. Esses contratos
são denominados, genericamente, de contratos de delegação de serviços públicos e eles são regidos por
leis especiais.5 No caso, estamos falando da Lei 8.987/1995 (Lei das Concessões) e da Lei 11.079/2004 (Lei
das Parcerias Público-Privadas - PPPs).
Além disso, tem um serviço que até poderíamos considerar como inserido implicitamente na lista acima,
mas que é regido por norma especial. Nesse caso, falamos das licitações e dos contratos de serviços de
publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda, que são regidos pela Lei 12.232/2020.
Nessa linha, as disposições da Lei 14.133/2021 aplicam-se apenas de forma subsidiária às contratações e
licitações regidas pelas leis 8.987/1995, 11.079/2004, e 12.232/2010. Portanto, no primeiro momento, a
administração deverá consultar as leis especiais sobre concessões, PPPs e contratação de agências de
publicidade, aplicando-se a Lei 14.133/2021 apenas nas omissões.
Agora, só uma dica. Não fique decorando caso a caso. Se a pergunta for genérica sobre “contratos
administrativos”, devemos ter em mente que será aplicada a Lei 14.133/2021. Até porque, mesmo nos
casos em que há norma especial, a nossa Lei de Licitações ainda será aplicada, mesmo que de forma
5
Observação: essa nota de rodapé ficou excessivamente grande. Não se preocupe em anotar, decorar, etc. O que vou falar aqui
não cai em prova. No entanto, eu preferi colocar isso para que não haja confusão sobre um tema interessante.
Quando falamos em leis gerais e leis especiais ou específicas, precisamos saber que esses termos podem ter diferentes
significados, a depender do contexto. Vou dar um exemplo: você sabe que a Lei 14.133/2021 institui normas gerais de licitações,
mas que os demais entes podem estabelecer as suas normas específicas. Nesse caso, temos um critério de abrangência, no qual
a Lei 14.133/2021 é “norma geral” (vale para todos os entes), enquanto a lei de outro ente será “norma específica” (vale somente
para um ente específico). Aqui, cada ente da Federação recebeu da Constituição Federal uma competência (a União para dispor
de normas gerais, os demais para as normas específicas). Essa é a forma mais comum de falar da Lei de Licitações. Por isso, se
uma questão de prova te perguntar se a Lei 14.133/2021 é “norma geral”, sem entrar em detalhes quanto ao contexto, diga que
sim!
Porém, há um outro contexto. Esse não pode ser presumido e serve muito mais para você entender o que vamos falar agora. Se
pensarmos em “processo administrativo”, sabemos que existem diversas espécies (disciplinar, tributário, de licitações, etc.).
Agora, pensando no âmbito federal, a Lei 9.784/1999 regula os processos administrativos de diversas espécies, enquanto a Lei
14.133/2021 disciplina apenas o processo administrativo licitatório e a Lei 8.112/1990 trata apenas do processo administrativo
disciplinar. Percebe que, nesse critério de conteúdo, a Lei 9.784/1999 é “norma geral”, enquanto as leis 14.133/2021 e
8.112/1990 são “normas especiais”?
Contudo, esse critério da especialidade sempre será relativo, conforme o contexto que estamos analisando. Veja agora uma
nova comparação: os processos administrativos licitatórios vs. os processos administrativos licitatórios para a concessão de
serviços públicos. Consegue perceber como o que é “geral” e o que é “específico” muda conforme o contexto? Pois bem, nesse
caso, a Lei 14.133/2021 é uma norma “geral” quanto aos processos licitatórios, ao passo que a Lei 8.987/1995 é a norma
específica para as licitações sobre concessões de serviços públicos.
Há ainda mais uma coisa. Esses dois “critérios” não são excludentes, e sempre são analisados conforme o contexto. Vou lhe dar
mais um exemplo: a Lei 12.232/2010 trata sobre “normas gerais para licitação e contratação pela administração pública de
serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda”. O termo “normas gerais”, nesse caso, refere-se
ao alcance dessa Lei, pois ela se aplica a todos os entes da Federação (U, E, DF e M). Porém, se formos comparar o seu conteúdo,
ela prevê regras especiais de licitações, em comparação com a Lei 14.133/2021, que prevê normas gerais sobre esse tema.
subsidiária. Logo, não decore quando você tem que usar a Lei de Licitações, mas se preocupe em lembrar
dos três casos em que haverá uma norma especial, quais sejam:
Por fim, não confunda a concessão e permissão de serviços públicos com a concessão e permissão para
uso de bens públicos, além da concessão de direito real de uso de bens públicos. Esses últimos casos tratam
dos “bens públicos” e não dos “serviços públicos”. Por exemplo: a administração poderá lançar um processo
de licitação para a concessão de uso de um quiosque, instalado no calçadão de uma praia. Esses processos
licitatórios (de uso de bens públicos) são regidos pela Lei de Licitações de forma primária.
Ah, tem outro caso de aplicação subsidiária da Lei de Licitações. O art. 184 dispõe que: “aplicam-se as
disposições desta Lei, no que couber e na ausência de norma específica, aos convênios, acordos, ajustes e
outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração Pública, na forma
estabelecida em regulamento do Poder Executivo federal”. Portanto, para “convênios” e afins, que são
meios de parceria entre pessoas jurídicas, a Lei de Licitações somente se aplica “no que couber” e quanto
não houver outra norma específica (aplicação residual), conforme definido em regulamento do Poder
Executivo federal.
Agora, vamos para a última “regrinha” sobre a aplicação da Lei de Licitações. Segundo o art. 3º, não se
subordinam ao regime da Lei 14.133/2021:
(i) contratos que tenham por objeto operação de crédito, interno ou externo, e gestão de dívida
pública, incluídas as contratações de agente financeiro e a concessão de garantia relacionadas a esses
contratos;
(ii) contratações sujeitas a normas previstas em legislação própria.
O primeiro caso é bem simples de entender. A Lei de Licitações não se aplica, por exemplo, quando a União
desejar realizar um financiamento (operação de crédito), ou quando estiver gerindo a dívida pública (por
exemplo: refinanciar um empréstimo já realizado). No segundo caso, temos situações regidas por normas
próprias. Por exemplo: um contrato de locação em que a administração seja “o inquilino” (quem está
usando o imóvel e pagando o aluguel) é regido pela Lei 8.245/1991.6
6
Os posicionamentos doutrinários e jurisprudenciais ainda serão desenvolvidos nos próximos anos. Porém, a meu ver, mesmo
quando houver legislação própria, a Lei de Licitações deveria ser aplicada de forma subsidiária. Esse entendimento já ocorria
desde a época da Lei 8.666/1993, motivo pelo qual não faz sentido um posicionamento diferente. Porém, por enquanto, vamos
nos preocupar apenas com o texto literal da Lei 14.133/2021. Logo: se houver uma “legislação própria”, não haverá a aplicação
da Lei 14.133/2021.
ÂMBITO DE APLICAÇÃO
§ No que couber
Convênios e
§ Na ausência de norma específica
afins
§ Conforme regulamento do Poder Executivo Federal
(CGM de João Pessoa PB/2018) Embora a Constituição Federal de 1988 preveja que o princípio da
obrigatoriedade de licitação tem alcance amplo, os municípios com população inferior a dez mil
habitantes não estão sujeitos a tal princípio, tendo os prefeitos dessas localidades o poder discricionário
de analisar a conveniência e a oportunidade da realização de certame licitatório.
Comentário:
Não existe essa exceção. A Lei de Licitações é cristalina, observe o seu art. 1º: “Administrações Públicas
diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”.
Dessa forma, os municípios também devem licitar, assim como ocorre com a União, os estados e o DF. Na
verdade, a administração pública, como um todo, tem o dever de licitar, aplicam-se à administração direta,
autárquica e fundacional a Lei 14.133/2021 e às empresas estatais a Lei 13.303/2016.
Podemos observar que não há qualquer ressalva as características informadas pela questão. Logo, o item
está errado.
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) O procedimento previsto na Lei de Licitações deverá ser totalmente
observado nas contratações públicas, mesmo naquelas realizadas em repartições públicas sediadas no
exterior.
Comentário:
Nos termos do § 2º do art. 1º, as contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas no
exterior obedecerão às peculiaridades locais e aos princípios básicos estabelecidos na Lei 14.133/2021, na
forma de regulamentação específica a ser editada por ministro de Estado.
Então, não se pode afirmar que é aplicável todo o procedimento da Lei de Licitações. Nesses casos, deverão
ser observados apenas os “princípios básicos” da Lei de Licitações, que serão realizadas conforme
regulamentação específica, obedecendo às peculiaridades locais. Portanto, a questão está incorreta.
Entenda como princípios as orientações mais gerais que auxiliam na aplicação e interpretação
das normas jurídicas.
O art. 5º da Lei 14.133/2021 trouxe uma longa lista de princípios expressos, vejamos:
Não preciso dizer que é bastante coisa, certo? Algumas questões são meramente literais. Assim, decore
esses princípios, não tem jeito. Mas eu vou te ajudar com um mnemônico.
Alguns desses princípios são gerais, pois o significado acaba sendo aplicado em vários casos e não só nas
licitações. Por exemplo, os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e outros se aplicam
ao direito administrativo como um todo. Porém, há princípios que são específicos das licitações públicas,
como os princípios da vinculação ao edital, do julgamento objetivo, da competitividade e do
desenvolvimento nacional sustentável.
A longa lista do art. 5º deixa pouca margem para falar em princípios implícitos, também conhecidos como
princípios correlatos. Apesar disso, ainda podemos citar alguns, como os princípios da isonomia, do sigilo
das propostas, da licitação sustentável, da adjudicação compulsória, do formalismo moderado, etc.
Por fim, o trecho final remete à Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB. A menção,
nesse caso, seria dispensável, já que a LINDB já é aplicável a qualquer situação no direito brasileiro, pelo
seu próprio objetivo. Porém, provavelmente a menção expressa ocorreu em virtude da edição da Lei
13.655/2018, que instituiu 11 novos artigos na LINDB (arts. 20 a 30), que dispõem sobre a interpretação
de normas de direito público. A análise desses artigos foge ao objetivo desta aula. Por isso, apenas lembre-
se que a aplicação da Lei de Licitações deve observar as disposições da LINDB.
Quando se fala em princípio da legalidade, significa que a administração deverá seguir as regras definidas
em lei. Ao agente público, somente é lícito fazer o que a lei autoriza ou determina. Por exemplo, o agente
público é obrigado a seguir as regras previstas na Lei de Licitações, assim como nos regulamentos e demais
atos normativos aplicáveis.
Com efeito, especificamente em relação às licitações, o princípio da legalidade significa também que a
licitação deverá seguir o devido processo legal, eis que o rito da licitação é definido em lei, devendo ocorrer
segundo a modalidade de licitação prevista para o caso. Ademais, exige também que a administração
apenas dispense o procedimento licitatório nos casos especificados em lei.
A doutrina também se referia ao princípio do procedimento formal, com base em artigo da antiga Lei de
Licitações, que estabelecia que o procedimento licitatório seria um “ato administrativo formal”, sendo
ainda que todos aqueles que participassem da licitação gozariam de “direito público subjetivo” à fiel
observância das regras daquela Norma de Licitações.1 Apesar de a nova Lei de Licitações não possuir
previsão idêntica, logicamente que a licitação continua sendo um processo administrativo e, como tal,
deverá seguir os formalismos essenciais previstos em lei. Todavia, o formalismo não pode ser exagerado,
por isso é comum se falar em formalismo moderado, conforme vamos estudar adiante.
1
Lei 8.666/1993, art. 4º.
Os princípios da moralidade e da probidade administrativa possuem uma relação muito íntima, ao ponto
de alguns autores afirmarem que são sinônimos. Ambos os princípios significam que o comportamento da
administração não deve ser apenas lícito, mas também se basear na moral, nos bons costumes, nas regras
de boa administração, nos princípios da justiça e de equidade, na ideia comum de honestidade.
Com efeito, há uma proximidade muito grande da moralidade e da impessoalidade, uma vez que o agente
público que age de forma pessoal em uma licitação, favorecendo amigos ou parceiros políticos, atentará
tanto contra a impessoalidade como contra a própria moralidade.
É comum se afirmar que a moralidade e a probidade (como condutas corretas) são sinônimas. Por
outro lado, a imoralidade e a improbidade não são sinônimas, pois esta é mais ampla do que
aquela. Esse entendimento decorre da aplicação da Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade
Administrativa), que prevê várias condutas como atos de improbidade, sendo que a ofensa aos
princípios (como a moralidade) seria apenas uma de suas espécies. Para a prova, apenas lembre-
se que moralidade e probidade se equivalem, mas imoralidade e improbidade não.
Além disso, no caso de contratações de grande vulto para obras, serviços e fornecimentos, o edital deverá
prever a obrigatoriedade de implantação de programa de integridade pelo licitante vencedor, no prazo de
seis meses, contado da celebração do contrato (art. 25, § 4º). Como são contratos relevantes, a
implementação de um programa de integridade poderá corroborar para promoção da moralidade na
entidade contratada.
Mas peraí, professor. O que lá é uma “contratação de grande vulto”? A nova Lei de Licitações define as
contratações de obras, locações,3 serviços e fornecimentos de grande vulto como aquelas de valor
estimado superior a R$ 200.000.000,00 (duzentos milhões de reais) (art. 6º, XXII).
2
Di Pietro e Marrara, 2021.
3
Não existe a previsão de instituição do programa de integridade para os contratos de locação de grande vulto, mas somente
para obras, serviços e fornecimentos. Mas o conceito de grande vulto envolve também este tipo de objeto.
Os valores citados ao longo da aula serão os que constam literalmente na Lei 14.133/2021.
Entretanto, o art. 182 da Lei de Licitações define que o Poder Executivo federal atualizará, a cada
dia 1º de janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) ou por
índice que venha a substituí-lo, os valores fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no PNCP.
Optamos, entretanto, por citar os valores literais, pois nem todo concurso adota os valores
atualizados. Além disso, como a atualização é frequente, pode existir alguma “mudança” conforme
as regras e data do edital de cada concurso.
Logo, é mais didático e prático centralizar todos os valores em tabela, conforme observação no
começo desta aula.
Outra disposição relevante sobre a moralidade, probidade e impessoalidade consta no art. 48, parágrafo
único. O dispositivo amplia o alcance da vedação ao nepotismo. Nos contratos de terceirização, durante a
vigência do contrato, o contratado fica proibido de contratar parente (até terceiro grau) de dirigente do
órgão ou entidade contratante ou de agente público que desempenhe função na licitação ou atue na
fiscalização ou na gestão do contrato.
▪ impede contratar quem: cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,
até o terceiro grau;
▪ de quem: de dirigente do órgão ou entidade contratante ou de agente público que desempenhe
função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do contrato.
O princípio da igualdade, que também pode ser chamado de princípio da isonomia, veda o
estabelecimento de discriminações, favorecimentos ou exigências indevidas, uma vez que deve permitir
que os licitantes concorram em igualdade de condições.
Nesse contexto, a Constituição Federal determina que as contratações serão precedidas de processo de
licitação pública “que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes [...], nos termos da lei, o
qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações” (CF, art. 37, XXI).
Portanto, a licitação não se destina exclusivamente à escolha da proposta mais vantajosa. Para isso, bastaria
que o administrador comprasse de uma empresa de seu irmão com o menor preço do mercado. Contudo,
deve ir além disso, garantindo também a igualdade de direitos a todos os interessados em contratar.
Com efeito, há relação direta entre a igualdade e a competitividade. Ao assegurar um processo isonômico,
sem restrições indevidas, a administração também permitirá a participação de um maior número de
concorrentes. Em uma licitação, são estabelecidos critérios de habilitação, considerando aspectos de
qualificação, aspectos econômicos ou outros requisitos. Essas exigências somente serão legítimas quando
imprescindíveis para assegurar a execução do objeto da licitação. Por exemplo, em um contrato de maior
complexidade, seria legítimo exigir alguns comprovantes de participação em outros projetos com
características semelhantes. Por outro lado, exigências sem justificativas, que não tiverem correlação com
o objeto ou que forem demasiadamente exageradas poderão restringir o caráter competitivo, violando o
princípio da competitividade. Tais exigências poderão configurar direcionamento do certame, situação
vedada pela Lei de Licitações.
Existem algumas previsões na Lei de Licitações que buscam assegurar o cumprimento dos princípios da
isonomia e da competividade. Por exemplo, em regra, não se admite a indicação de marca ou de modelo,
exceto em casos excepcionais, devidamente justificados (art. 41, I). Também não se admite, em regra, a
vedação a uma marca ou produto específico, salvo se ficar comprovado, em processo administrativo, que
um produto adquirido anteriormente não atendeu a requisitos indispensáveis para cumprir o contrato.
Vamos analisar alguns casos que dependem de avaliação mais específica, relacionados aos princípios da
isonomia, igualdade e competitividade.
De acordo com a Lei de Licitações é vedado ao agente público designado para atuar na área de licitações e
contratos, ressalvados os casos previstos em lei (art. 9º, caput):
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situações que:
Assim, as restrições acima tratam de situações que os agentes públicos não poderão permitir, estabelecer
ou opor.
Além disso, existe a vedação de participar na licitação ou na execução do contrato. Nessa linha, não poderá
participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da execução do contrato agente público de órgão ou
entidade licitante ou contratante, devendo ser observadas as situações que possam configurar conflito de
interesses no exercício ou após o exercício do cargo ou emprego, nos termos da legislação que disciplina a
matéria (art. 9º, § 1º). Perceba o alcance da vedação: o agente público não pode ser da entidade licitante
nem do órgão contratante. Logo, a vedação se aplica ainda que ele não atue no setor de contratação. Com
efeito, a vedação poderá ocorrer, na forma da legislação de conflito de interesses (por exemplo: a legislação
de conflito de interesses, às vezes, institui um período de “quarentena”, durante o qual o agente público
sofrerá algumas vedações).
Essas vedações estendem-se a terceiro que auxilie a condução da contratação na qualidade de integrante
de equipe de apoio, profissional especializado ou funcionário ou representante de empresa que preste
assessoria técnica (art. 9º, § 2º). Por exemplo: uma empresa prestou assessoria para a administração para
montar um projeto básico. O funcionário desta empresa não poderá participar da licitação ou executar o
contrato decorrente.
▪ Admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situações que:
O agente público
• comprometam, restrinjam ou frustrem o caráter competitivo;
não pode
• estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da
(exceto casos
sede ou do domicílio dos licitantes;
previstos em lei)
• sejam impertinentes ou irrelevantes.
Não pode participar ▪ Agente público de órgão ou entidade licitante ou contratante, devendo
da licitação ou observar as situações que possam configurar conflito de interesses no
contrato exercício ou após o exercício do cargo ou emprego, nos termos da legislação.
Existem algumas pessoas que, naturalmente, não poderão participar da licitação ou do contrato, uma vez
que poderiam ter alguma vantagem sobre os demais, ferindo a isonomia. Há também pessoas que não
poderão participar da licitação em virtude de sanções ou condenações específicas.
Nessa linha, não poderão disputar licitação ou participar da execução de contrato, direta ou
indiretamente (art. 14):
a) autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo, pessoa física ou jurídica, quando a
licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimento de bens a ele relacionados;
b) empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou do
projeto executivo, ou empresa da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, controlador,
acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto, responsável
técnico ou subcontratado, quando a licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimento de bens a
ela necessários;
c) pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da licitação, impossibilitada de participar da
licitação em decorrência de sanção que lhe foi imposta;
d) aquele que mantenha vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista ou
civil com dirigente do órgão ou entidade contratante ou com agente público que desempenhe
função na licitação ou atue na fiscalização ou na gestão do contrato, ou que deles seja cônjuge,
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, devendo essa
proibição constar expressamente do edital de licitação;
e) empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos termos da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro
de 1976, concorrendo entre si;
f) pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores à divulgação do edital, tenha sido
condenada judicialmente, com trânsito em julgado, por exploração de trabalho infantil, por
submissão de trabalhadores a condições análogas às de escravo ou por contratação de adolescentes
nos casos vedados pela legislação trabalhista.
Na verdade, podemos notar que os casos mencionados nas letras “c” (sanção) e “f” (condenação) não
possuem correlação com o princípio da isonomia. Porém, deixamos esses casos aqui para não comprometer
a avaliação do texto legal como um todo.
O impedimento de participar em licitação, em decorrência de sanção (letra “c”) também será aplicado ao
licitante que atue em substituição a outra pessoa, física ou jurídica, com o intuito de burlar a efetividade
da sanção a ela aplicada, inclusive a sua controladora, controlada ou coligada, desde que devidamente
comprovado o ilícito ou a utilização fraudulenta da personalidade jurídica do licitante (art. 14, § 1º). Por
exemplo: a empresa X sofreu uma penalidade e não poderá participar da licitação. Porém, ela cria uma
nova empresa para participar de novas licitações, burlando a aplicação da penalidade. Nesse caso,
comprovada essa “técnica”, a nova empresa também ficará impedida de participar da licitação.
Além disso, equiparam-se aos autores do projeto as empresas integrantes do mesmo grupo econômico.
Por exemplo: um grupo empresarial que forme um conglomerado com várias empreiteiras. Se uma delas
elaborar o projeto básico, as demais não poderão participar da licitação, pois compõem o mesmo grupo
==2e49ca==
econômico.
Existe uma exceção para os casos descritos nas letras “a” e “b”, que tratam dos autores dos projetos. Estes
poderão, a critério da administração e exclusivamente a seu serviço, participar no apoio das atividades
de planejamento da contratação, de execução da licitação ou de gestão do contrato, desde que sob
supervisão exclusiva de agentes públicos do órgão ou entidade (art. 14, § 2º). Por exemplo: a empresa
Macgyver S/A foi encarregada da elaboração do projeto básico. Esta empresa não poderá participar da
licitação ou da contratação, mas poderá auxiliar a administração no planejamento e gestão do contrato.
Veja que isso até é salutar, já que a empresa conhece muito bem o projeto (ela que o elaborou), podendo
auxiliar a administração na fiscalização.
Existem também outras duas exceções que devemos ficar atentos. Primeiro que, na contratação integrada,
que é um regime de execução de obras e serviços de engenharia, o contratado se encarrega da elaboração
de basicamente todas as fases do empreendimento, incluindo a elaboração do projeto básico. Nesse caso,
logicamente, o encargo do projeto básico ficará com o contratado.
A outra exceção trata do projeto executivo. Este poderá ser prévio ou posterior à licitação. Quando for
posterior, ficará sob encargo do próprio contratado (art. 14, § 4º). Logo, nesse caso, não se aplicaria a
vedação.
▪ Aquele que mantenha vínculo: (i) com dirigente do órgão ou entidade; ou (ii)
com agente público que desempenhe função na licitação ou atue na fiscalização
ou na gestão do contrato;
▪ Empresas controladoras, controladas ou coligadas;
▪ PF ou PJ condenada por exploração de trabalho infantil, submissão de
trabalhadores a condições análogas às de escravo ou por contratação de
adolescentes nos casos vedados pela legislação trabalhista (trânsito em
julgado).
Em que pese a igualdade seja a regra, ela será flexibilizada ou excepcionada em casos específicos. Vamos
apresentar uma lista de algumas situações em que isso poderá ocorrer. Porém, vamos deixar algumas
observações. Primeiro que esta lista não é “exaustiva”, mas serve para mencionar alguns casos em que a
própria legislação cria preferências ou restrições à competitividade.
Segundo que, mesmo nesses casos, os princípios não são integralmente afastados. Por isso, seria até mais
adequado dizer que eles são “flexibilizados”. Assim, até vamos usar o termo “exceção”, mas este deverá
ser entendido dentro do contexto que estamos estudando agora.
Assim, vamos chamar de flexibilizações ou exceções aos princípios da isonomia, igualdade e competividade
os seguintes casos:
a) critérios de desempate e de preferência: em caso de empate entre duas ou mais propostas, a Lei de
Licitações estabelece os critérios de desempate, que começam com uma disputa final entre os
empatados; segue para avaliação de desempenho contratual prévio; além de outros critérios
previstos no art. 60.
Caso o empate persista, após a aplicação dos critérios de desempate, serão aplicados os critérios de
preferência. Nesse caso, será dada prioridade à contratação de empresas que tenham sede no estado (ou
DF) do órgão licitante (no caso de licitações realizadas pelos estados, DF e municípios, conforme o caso).
Depois, para empresas brasileiras, empresas que invistam em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia
no país e, por fim, empresas que comprovem prática de mitigação de emissão de gases e consumo de
matéria prima (art. 60, § 1º).
Como esse assunto é muito específico, não se preocupe em entender e memorizar os critérios. Vamos
falar sobre isso em outro momento, nesta aula. Agora, apenas saiba que existem critérios de desempate
e de preferência.
b) margem de preferência: permite que a administração contrate um licitante com oferta um pouco
mais cara do que a proposta de outro licitante, não beneficiado pela margem. Só para você entender
melhor, imagine que você vai comprar um computador e faz orçamento em uma grande rede do
varejo e na loja de um amigo. Imagine que o orçamento da grande loja ficou um pouco mais barato
do que da loja do seu amigo. Bom, mesmo assim, talvez você opte por comprar do seu amigo, certo?
A margem de preferência é algo semelhante, porém não é por causa de amizade que a administração vai
pagar mais caro, mas por causa de desenvolvimento, geração de emprego e renda, etc. A lógica é a
seguinte: às vezes, é melhor pagar um pouco mais caro em um produto fabricado no país do que em um
importado.
De forma resumida, a margem de preferência poderá ser instituída para: (i) bens manufaturados e serviços
nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; (ii) bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis,
conforme regulamento. O limite da margem, em regra, será de até 10%. Ademais, no caso de bens
manufaturados nacionais e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica no
País, o limite da margem de preferência será de até 20%.
Por exemplo, em uma licitação internacional envolvendo grandes valores, para a aquisição de algum
produto de tecnologia, o edital poderá exigir medidas de compensação ao vencedor, como o
compartilhamento de tecnologias.
d) licitação restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País: nas contratações destinadas
à implantação, à manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e
comunicação considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a licitação poderá ser
restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País produzidos de acordo com o processo
produtivo básico.4 Dessa forma, nessas licitações, somente poderão participar os licitantes que
ofertarem bens e serviços com tecnologia desenvolvida no Brasil (art. 26, § 7º);
e) utilização de mão de obra e insumos do local: desde que não sejam produzidos prejuízos à
competitividade do processo licitatório e à eficiência do respectivo contrato, devidamente
demonstrado em estudo técnico preliminar, o edital poderá prever a utilização de mão de obra,
materiais, tecnologias e matérias-primas existentes no local da execução, conservação e operação
do bem, serviço ou obra (art. 25, § 2º);
f) preferências para microempresas – ME e empresas de pequeno porte – EPP: a Lei Complementar
123/2006, que institui o Estatuto das ME e EPP (LC123), prevê tratamento privilegiado e simplificado
para essas empresas, inclusive com preferências em licitações públicas. Não vamos estudar essas
preferências nesta aula, mas vamos apenas mencionar que as preferências da LC123 continuam a ser
aplicadas no âmbito da nova Lei de Licitações (art. 4º e art. 60, § 2º).
4
As regras sobre o processo produtivo básico, nesse caso, constam na Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001.
Insumos do
Utilização de mão de obra e insumos do local
local
Muitas vezes, a publicidade e a transparência são termos adotados como sinônimos. Inclusive, é assim que
recomendamos que você considere na maior parte dos casos. Contudo, em questões um pouco mais
aprofundadas, podemos dar um sentido um pouco diferente. Nesse caso, a publicidade é a qualidade de
tornar o procedimento público, ou seja, é o oposto ao sigilo. Por outro lado, a transparência seria um pouco
mais do que isso. O Estado, além de divulgar a informação, deve divulgá-la em formato compreensível,
claro, de fácil entendimento para a população. Por exemplo: divulgar preços de uma contratação é uma
forma de concretizar a publicidade; mas divulgar essas informações em tabelas comparativas com os preços
de mercado e outras contratações será uma forma de concretizar a transparência. Tirando essa ressalva,
daqui para a frente vamos usar as expressões com o mesmo significado.
A Lei de Licitações dispõe de diversos instrumentos para assegurar a publicidade e a transparência. Anote,
primeiro, que a publicidade não se confunde com a publicação. Esta é apenas um dos seus instrumentos.
Assim, as regras sobre a publicação do instrumento convocatório constam no art. 54 da Lei de Licitações e
serão objeto de estudo em capítulo próprio.
Além da publicação do edital, a Lei de Licitações prevê outros instrumentos, que vamos citar em rol
meramente ilustrativo: (i) os procedimentos da licitação devem ser realizados preferencialmente na forma
eletrônica; (ii) a utilização da forma presencial somente será admitida em casos excepcionais, mas exigirá
que a sessão seja gravada em áudio e vídeo (art. 17, § 2º); (iii) previsão de divulgação do edital do leilão em
sítio eletrônico oficial e em outros meios para assegurar a publicidade e a ampla competitividade (art. 25,
§ 3º); (iv) exigência de se observar o princípio da publicidade nos procedimentos de arbitragem (art. 152);
(v) divulgação das obras paralisadas há mais de um mês em sítio eletrônico e em placa afixada no local da
obra de fácil visualização pelos cidadãos (art. 115, § 6º).
Além disso, todos os elementos do edital, incluídos minuta de contrato, termos de referência, anteprojeto,
projetos e outros anexos, deverão ser divulgados em sítio eletrônico oficial na mesma data de divulgação
do edital, sem necessidade de registro ou de identificação para acesso (art. 25, § 3º).
Por fim, um dos maiores avanços no sentido da publicidade é a instituição do Portal Nacional de
Contratações Pública – PNCP, que será utilizado para (art. 174):
5
Justen Filho, 2013.
Além do PNCP, os entes federativos poderão instituir sítio eletrônico oficial para divulgação complementar
e realização das respectivas contratações (art. 175).
Em que pese a publicidade seja a regra na licitação, esse dever não é absoluto. Nessa linha, a Lei de
Licitações dispõe que os atos praticados no processo licitatório são públicos, ressalvadas as hipóteses de
informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, na forma da lei (art. 13,
caput). No mesmo sentido, o art. 91 da Lei de Licitações e Contratos dispõe que os contratos e seus
aditamentos serão divulgados e mantidos à disposição do público em sítio eletrônico oficial, admitindo-se,
entretanto, a manutenção em sigilo de contratos e de termos aditivos quando imprescindível à segurança
da sociedade e do Estado, nos termos da legislação que regula o acesso à informação.
Essa exceção encontra respaldo diretamente na Constituição Federal, que dispõe que podem ser
classificadas as informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado (CF, art.
5º, XXXIII).
Além desse caso de sigilo, há também as situações em que a publicidade será diferida. Esse termo significa
postergar, adiar, realizar depois. Assim, “traduzindo” a previsão legal, há casos em que a publicidade será
assegurada mais adiante, ao longo do processo de licitação.
O primeiro caso já estava expresso no antigo Estatuto. Trata-se do denominado princípio do sigilo das
propostas. Nesse caso, a administração não pode vazar as propostas antes da data da abertura, na sessão
pública de julgamento das propostas. Por exemplo: uma empresa vai participar de uma licitação na
modalidade concorrência e tem o prazo até o dia “x” para registrar a sua oferta no sistema. Se a
administração “vazar” essa oferta para outra empresa, esta terá vantagem sobre os demais concorrentes.
Por isso, o conteúdo da proposta deverá ser mantido sob sigilo, antes da data de sua abertura. Contudo,
após a abertura, as propostas são tornadas públicas.
Tal medida é tão grave que a Nova Lei de Licitações criou um tipo penal no art. 337-J, considerando crime
a violação ao sigilo da proposta (Código Penal, art. 337-J).6
O segundo caso trata do sigilo do orçamento. Durante a fase preparatória da licitação, uma das etapas
compreende a elaboração do orçamento estimado. Isso serve para a administração se planejar, podendo
identificar o valor aproximado do possível contrato. Entretanto, não confunda o orçamento, que é
procedimento de planejamento, que ocorre na fase preparatória da licitação, com o recebimento das
propostas, que já ocorre nas fases competitivas.
6
Art. 337-J Devassar o sigilo de proposta apresentada em processo licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de 2 (dois) anos a 3 (três) anos, e multa.
Nessa linha, há casos em que divulgar o orçamento aos licitantes não é interessante, já que os participantes
da licitação podem apresentar a sua proposta em valores próximos ao do orçamento, ao invés de
apresentarem valores conforme as suas reais condições.
Por isso, a Nova Lei de Licitações prevê a possibilidade de tornar o orçamento estimado da contratação
sigiloso, desde que haja justificativa. Ainda assim, o sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle
interno e externo (art. 24, caput). Por exemplo: o Tribunal de Contas (controle externo) poderá solicitar os
documentos do orçamento em auditoria.
Há situações, todavia, em que não é possível instituir o sigilo. Primeiro porque, mesmo com o orçamento
em sigilo, a administração terá que divulgar o detalhamento dos quantitativos e das demais informações
necessárias para a elaboração das propostas.
Além disso, se o critério de julgamento for por maior desconto, o preço estimado ou o máximo aceitável
constará do edital da licitação. Aqui é bem lógico: como eu vou ofertar um desconto se eu não souber o
preço de referência? Logo, o valor de referência constará no edital.
(EMAP/2018) Conforme o princípio da publicidade, a licitação não pode ser sigilosa, devendo ser públicos
todos os atos de seu procedimento, em todas as suas fases, incluído o conteúdo das propostas
apresentadas antes da respectiva abertura.
Comentário:
Os atos praticados no processo licitatório são públicos, ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, na forma da lei (art. 13). Além disso, a
publicidade será diferida: (i) quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura; (ii) quanto ao
orçamento da Administração, nos termos da Lei de Licitações.
Logo, o conteúdo das propostas não é “público” “em todas as suas fases”, pois a publicidade será diferida,
até a data de abertura. Por esse motivo, a questão está errada.
Esses são princípios ligados ao desempenho das contratações. A Nova Lei de Licitações prevê
expressamente o princípio da eficiência,7 como forma de assegurar que as contratações públicas tenham
como objetivo gerar resultados positivos à população.
Em termos conceituais, a eficiência diz respeito à relação entre os custos (insumos) e o produto. Assim, a
licitação é eficiente quando realizada em menos tempo, quando gasta menos recursos para a sua
conclusão, quando obtém uma proposta com valores mais baixos, etc.
Podemos falar em eficiência tanto em relação à condução da licitação, como na contratação. Por exemplo:
uma licitação realizada na metade do tempo de outra, com o mesmo objetivo, terá sido mais eficiente,
considerando o fator “tempo” como um recurso relevante. Ao mesmo tempo, um contrato para aquisição
de recursos na metade do valor de outro para o mesmo objeto será mais eficiente (gastarei a metade dos
recursos para o mesmo produto).
A economicidade, por sua vez, diz respeito à minimização de custos, sem o comprometimento dos
padrões de qualidade. Há uma relação bem forte entre eficiência e economicidade, ao ponto de alguns
textos até considerarem os termos como sinônimos. Porém, para fins de prova, entenda que a eficiência
foca na relação custo/benefício ou insumo/produto, enquanto a economicidade foca na minimização dos
custos, mantidos os padrões de qualidade.
Por fim, a eficácia versa sobre o cumprimento dos objetivos da administração. Por exemplo: se o governo
estipular como objetivo firmar três contratos de fornecimento de medicamentos ao longo do ano “X”,
haverá eficácia se todos os contratos forem efetivamente assinados.
Vale acrescentar que um dos objetivos da licitação é assegurar a seleção da proposta apta a gerar o
resultado de contratação mais vantajoso para a administração (art. 11, I). Exige-se, ainda, da alta
7
A antiga Norma não tinha essa previsão.
Logo, a efetividade não é tratada expressamente como princípio, mas constitui um dos deveres da alta
administração dos órgãos e entidades em relação às licitações e aos contratos. Por efetividade entenda os
resultados percebidos, ou seja, os impactos gerados na ação estatal.
Vamos pegar um exemplo clássico! A administração pretende fazer uma licitação para aquisição de vacinas,
tendo em vista uma doença que estava elevando a taxa de mortalidade infantil. Se a licitação for realizada
em um bom prazo e o valor do contrato for bom, teremos uma licitação e uma contratação eficiente
(gastou menos recurso e gerou um bom resultado). Essa minimização dos custos das vacinas também
representará a economicidade. Ademais, supondo que o objetivo fosse adquirir vinte milhões de unidades,
para vacinar a população até o dia “X”, teremos um processo eficaz se esses objetivos forem cumpridos.
Por fim, a diminuição da taxa de mortalidade como consequência do programa de vacinação demonstrará
a efetividade da ação.
A antiga Lei de Licitações preocupava-se, essencialmente, com a fase externa da licitação. Por outro lado,
a nova Lei de Licitações destina diversas regras para tratar da fase interna (aquela que ocorre antes da
divulgação do edital), demonstrando grande preocupação com o planejamento e a governança.
As licitações e contratações deverão ser devidamente planejadas. Isso busca evitar desperdícios e urgências
indevidas. A Lei de Licitações prevê a realização do planejamento da contratação durante a denominada
fase preparatória. Esse plano será operacional, pois terá ênfase na definição do próprio procedimento
licitatório. Além disso, poderá existir um plano de contratações anual, que fará o alinhamento das
contratações com o planejamento da Administração (art. 18, § 1º, II).
Outro importante instrumento de planejamento é o estudo técnico preliminar – ETP, que é definido como
o “documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma contratação” (art. 6º, XX). O ETP
caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor solução, dando base para a elaboração do
anteprojeto, do termo de referência ou do projeto básico a serem elaborados caso se conclua pela
viabilidade da contratação.
Imagine, por exemplo, que o mesmo servidor fosse encarregado de realizar o pedido, elaborar o edital,
conduzir a licitação, firmar o contrato, atestar o recebimento do objeto, realizar o empenho, liquidação e
pagamento e, por fim, realizar o controle sobre todas essas operações. Este servidor teria muitos poderes
concentrados em sua função, podendo cometer diversos ilícitos, que seriam “escondidos” por ele próprio
nas demais fases do ciclo da contratação.
Por esse motivo, a Lei de Licitações dispõe que a autoridade máxima do órgão ou da entidade ou outra com
esta função deverá observar o princípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo
agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a
possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação. Essa vedação
também se aplica aos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno da administração.
Por exemplo: o servidor que faz o pedido não deveria ser encarregado de emitir o parecer jurídico
aprovando a minuta do edital. Ao mesmo tempo, o servidor encarregado de conduzir a licitação não deveria
ser encarregado de fiscalizar o contrato.
A própria homologação é uma forma de segregação de funções. Isso porque a licitação é homologada por
autoridade distinta da comissão ou do agente encarregado de conduzir o certame.
Esse significado da segregação de funções que vimos acima tem um sentido interna corporis, ou seja, tem
aplicação direcionada aos agentes públicos, buscando dispersar as tarefas entre os agentes envolvidos no
processo de licitação e de contratação.
Porém, a segregação também pode um sentido externo, alcançando aqueles que disputam o contrato
administrativo. Por isso, a empresa que elabora o projeto básico não pode participar da licitação ou da
execução do contrato, por exemplo (art. 9º, § 1º). Nesse caso, a aplicação do princípio dependerá de lei,
tendo em vista que será medida tendente a restringir o caráter competitivo, ao vedar a participação de
possíveis concorrentes ao contrato.
Portanto, segregar funções é separar atribuições relevantes, que envolvam riscos, especialmente para
impedir que um mesmo agente possa cometer um ilícito e ocultar a sua prática.
A motivação é a indicação dos pressupostos de fato e de direito que levaram a administração a tomar
determinada decisão. O pressuposto de direito consiste na previsão no ordenamento jurídico que
8
Acórdão nº 5.615/2008-TCU-2ª Câmara
fundamenta a decisão, ao passo que o pressuposto de fato consiste na situação concreta, observada “no
mundo real”.
Por exemplo, se a administração resolver realizar uma licitação para compra de computadores, o
pressuposto de fato será a necessidade demonstrada pelo órgão que precisa do computador, ao passo que
o pressuposto de direito é a previsão legal de realizar o processo de licitação.
A motivação é regra e consiste na justificação das decisões da administração. Esse dever é mencionado em
vários momentos na Lei de Licitações. Porém, é importante notar que a motivação é ainda mais importante
quando se tratar de medidas excepcionais. Vejamos alguns exemplos:
a) em regra, não se indica marca ou modelo, mas isso poderá ocorrer desde que “formalmente
justificado” (art. 41, I);
b) em regra, realiza-se licitação, mas esta regra poderá ser afastada quando se tratar de contratação
direta, devendo o processo ser instruído com parecer que demonstre “o atendimento dos requisitos
exigidos” (art. 72, III);
c) consórcios podem participar de licitação, exceto “vedação devidamente justificada”.
Em resumo, a regra é a motivação dos atos da licitação, devendo-se dar mais ênfase a este dever quando a
decisão tomar medidas consideradas excepcionais.
A vinculação ao edital significa que o processo licitatório deverá ser conduzido conforme as regras
previamente definidas no edital da licitação. Assim, o edital é o documento que torna pública a realização
da licitação, além de definir as regras do certame. Basta você fazer um paralelo aos concursos públicos,
quando o edital é o instrumento de oficialização do concurso e de divulgação de suas regras. Na licitação,
ocorre da mesma forma.
Esse princípio vincula não só a administração pública, como também os próprios licitantes. Assim, caso a
administração deixe de observar as regras definidas no edital, o procedimento ficará passível de anulação.
Por isso é comum se afirmar que o edital é a lei interna da licitação.
Nessa linha, o edital define “as regras do jogo”, estabelecendo as condições não só para a realização da
licitação, mas para a própria execução do contrato. Assim, o edital deverá conter o objeto da licitação e,
além de outros elementos, as regras relativas a (art. 25):
a) convocação;
b) julgamento e habilitação;
c) recursos e penalidades da licitação;
d) fiscalização e gestão do contrato;
e) entrega do objeto; e
f) condições de pagamento.
Além disso, a minuta do contrato (entenda a minuta como uma “prévia”) é um dos anexos do edital. Não
basta isso: o edital contará com índice de reajustamento de preços (para atualizar o valor em virtude da
inflação, por exemplo). Portanto, o edital já define como será conduzido o processo de licitação, mas
também prevê as situações obrigatórias para a execução do contrato. Imagine, por exemplo, que o edital
preveja determinadas condições para a atualização do valor do contrato, mas a administração adote outro
critério, mais favorável ao contratado. Se isso ocorrer, além do descumprimento do contrato, teremos uma
violação ao edital da licitação.
A vinculação ao edital também alcança os próprios licitantes, uma vez que o descumprimento das regras
do edital pode ensejar a desclassificação ou desabilitação na licitação.
Ademais, não há edital somente para as licitações. Nessa linha, o edital também é utilizado como
instrumento convocatório para a pré-qualificação (art. 6º, XLIV), para o chamamento para fins de
credenciamento (art. 79, parágrafo único, I) e para o chamamento público para o procedimento de
manifestação de interesse (art. 81, caput). Ademais, também há o edital para fins de registro de preços
(art. 82, caput), mas nesse caso estamos falando efetivamente de um processo de licitação.
Por fim, no antigo Estatuto de Licitações, o princípio era denominado vinculação ao instrumento
convocatório, uma vez que, além do edital, existia a carta-convite. Esta deixou de existir, em virtude da
extinção da modalidade carta-convite. Portanto, agora, somente existe um instrumento convocatório: o
edital. Ainda assim, fica uma ressalva: não considere a questão incorreta pelo simples fato de constar o
“nome antigo”, já que, agora, podemos dizer que edital e instrumento convocatório são sinônimos.
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) O princípio da vinculação ao edital obriga somente a administração, que
deve ficar adstrita às regras previamente definidas no edital de licitação.
Comentário:
A vinculação ao edital (instrumento convocatório) diz respeito ao fato de que o processo licitatório deve
ser conduzido conforme as regras previamente definidas no edital da licitação, que é considerado a “lei
interna da licitação”.
Esse princípio vincula não só a administração pública, como também os próprios licitantes. Logo, se um
licitante apresentar uma proposta em desconformidade com o edital, ele será desclassificado.
Logo, a questão está errada.
O princípio do julgamento objetivo (ou princípio da objetividade de julgamento) se relaciona com outros
princípios, como a impessoalidade, a legalidade e a vinculação ao edital.
Por esse princípio, a administração deverá analisar a proposta de forma objetiva, por meio de critérios de
julgamento constantes no edital de licitação, restringindo ou eliminando a subjetividade, afastando
preferências ou escolhas meramente pessoais dos responsáveis pelo julgamento das propostas.
Acrescenta-se que os critérios de julgamento são definidos no art. 33 da Lei de Licitações, cabendo ao
edital definir qual deles será adotado e, quando for o caso, estabelecer os detalhes para a aplicação desses
critérios. Por exemplo: um critério de julgamento será a técnica e preço; nesse caso, caberá ao edital definir
os fatores de ponderação entre a proposta de preço e a proposta de conteúdo técnico. Deixaremos para
estudar esses critérios mais adiante.
Uma variação do princípio do julgamento objetivo é o princípio da vedação a oferta de vantagens. Por este
princípio, a administração pública não poderá admitir, na licitação, a apresentação de ofertas e benefícios
não contemplados no edital. Por exemplo: em uma licitação para compra de carro, o licitante não poderia
ofertar benefícios extras, como “tanque cheio”, “tapetes extras”, etc. A oferta deverá guardar correlação
com os critérios do edital.
(PGM Campo Grande - MS/2019) O princípio do julgamento objetivo visa afastar o caráter discricionário
quando da escolha de propostas em processo licitatório, obrigando os julgadores a se ater aos critérios
prefixados pela administração pública, o que reduz e delimita a margem de valoração subjetiva no
certame.
Comentário:
O julgamento objetivo é um dos princípios previstos no art. 5º da Lei nº 14.133/2021. Decorre do princípio
da legalidade e estabelece que o julgamento das propostas há de ser feito de acordo com critérios
objetivos, devidamente fixados no edital. O princípio também impede que sejam utilizados critérios de
julgamento “reservados”, “sigilosos” ou “pessoais”. Isso, de fato, afasta o caráter discricionário na escolha
das propostas, reduzindo e delimitando a margem de subjetividade no procedimento licitatório. O item
está correto, portanto.
No âmbito das licitações, este princípio tem aplicação relevante na fixação de entendimentos. É
importante que os órgãos de controle e de assessoramento jurídico fixem os seus posicionamentos e
emitam orientações buscando pacificar as regras sobre a aplicação da legislação sobre licitações e
contratos. A edição de orientações, regulamentos, edição de súmulas, manifestação em consultas
formuladas aos tribunais de contas, entre outros instrumentos são formas de concretizar este princípio.
Ressalta-se ainda o direito do contrato de ser indenizar por aquilo que já executou, quando não houver
dado causa à nulidade. Nessa situação, aplica-se o aspecto subjetivo da segurança jurídica (proteção à
confiança), de tal forma que o particular não poderá ser prejudicado por uma ilegalidade que não causou.
Com isso, as limitações impostas pela administração devem guardar correlação entre os meios e os fins.
Logo, uma exigência técnica de um licitante, por exemplo, deverá ser razoável, sob o ponto de vista de ser
efetivamente necessária, sem exageros, para o cumprimento do contrato. Na mesma linha, ao aplicar uma
penalidade, a administração deverá seguir uma proporção entre a gravidade da infração e o nível da sanção.
Por fim, tais princípios também podem corroborar na interpretação da Lei de Licitações como um todo.
Por exemplo, às vezes, poderá não ser razoável ou proporcional desclassificar uma empresa por uma falha
que não seja grave em sua proposta. Às vezes, este tipo de desclassificação poderá se mostrar desarrazoada
e forçar a administração a contratar outra empresa por um valor muito maior. Logicamente que essa
medida deverá ser aplicada com muita cautela, sob pena de ofender a vinculação ao instrumento
convocatório.
Outro exemplo diz respeito aos prazos mínimos. Ainda que a Lei de Licitações fixe prazos mínimos para a
apresentação de propostas, a administração poderá fixar prazos mais longos, conforme a complexidade da
proposta a ser elaborada. Haverá, então, proporcionalidade entre o prazo e a complexidade do objeto da
licitação.
O princípio da celeridade significa que a licitação pública deverá ser realizada dentro de prazo razoável,
sem demoras excessivas que possam prejudicar a realização da contratação e o atendimento do interesse
público.
A nova Lei de Licitações prevê alguns instrumentos para aumentar a celeridade na tramitação das licitações
públicas. O melhor exemplo é a “inversão”9 das fases. Na antiga Lei de Licitações, a fase de habilitação era
realizada antes da fase de julgamento. Essa medida, entretanto, mostrava-se ineficiente, já que a
administração era obrigada a analisar a habilitação de todos os licitantes e a conceder uma fase de recurso,
com efeito suspensivo, entre a habilitação e o julgamento (e outra, após o julgamento). Na nova Lei de
Licitações, o julgamento ocorre antes da habilitação. Dessa forma, somente é necessária a realização de
uma fase de recurso, que ocorrerá após a fase de habilitação. Ademais, o procedimento também permite
que a habilitação seja realizada apenas com o licitante vencedor. Isso corrobora para a agilidade do
procedimento.
Outro exemplo ocorre em relação à emissão dos licenciamentos ambientais. A Lei de Licitações dispõe que
os licenciamentos ambientais de obras e serviços de engenharia terão prioridade de tramitação nos órgãos
9
Colocamos o termo “inversão” entre aspas porque, neste momento, estamos falando da “inversão” em relação ao
procedimento da antiga Lei de Licitações. Entretanto, quando começarmos a estudar as fases da licitação, o procedimento
comum será aquele em que o julgamento ocorre antes da habilitação, enquanto a inversão será a realização da habilitação antes
do julgamento.
e entidades integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e deverão ser orientados pelos
princípios da celeridade, da cooperação, da economicidade e da eficiência (art. 25, § 6º).
O princípio do desenvolvimento nacional sustentável significa que as licitações públicas não se destinam
apenas a selecionar propostas pelo aspecto econômico em sentido estrito. Este princípio significa que as
contratações públicas devem buscar resguardar o desenvolvimento nacional sustentável sob as
perspectivas econômicas e ambientais.
Logo, a proposta mais vantajosa não será apenas a de menor preço. Em alguns casos, será justificável
instituir preferências, benefícios ou até mesmo restrições para produtos e licitantes que atendam a critérios
ambientais. Nessa linha, o princípio do desenvolvimento nacional sustentável flexibiliza a aplicação do
princípio da isonomia, na medida em que viabiliza contratações que atendem a outros critérios além do
preço.
Por esse motivo, os anteprojetos de engenharia e os projetos básicos deverão considerar o impacto
ambiental do empreendimento (art. 6º, XXIV, “e”, e XXV). Além disso, o estudo técnico preliminar deverá
considerar a descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras, incluídos
requisitos de baixo consumo de energia e de outros recursos. Ademais, é considerado critério de
preferência a contratação de empresa que adote práticas mitigadoras de emissão de gases e de consumo
de recursos (art. 60, § 1º, IV). Enfim, há várias disposições na Lei de Licitações que favorecem as
denominadas licitações sustentáveis. Inclusive alguns autores chegam a designar o princípio da licitação
sustentável, que significa que as licitações públicas devem adotar e privilegiar boas práticas ambientais.
Além disso, a legislação permite a instituição de margem de preferência, admitindo a contratação por valor
um pouco mais elevado, mas pensando em fatores como geração de emprego e renda no país, por meio
de produção de bens e serviços manufaturados nacionais; utilização de bens reciclados, recicláveis ou
biodegradáveis; e desenvolvimento e inovação tecnológica no País.
(STM/2018) Ao contratar serviços ou obras visando à promoção de baixo impacto sobre recursos
naturais, a administração pública atende ao princípio do desenvolvimento nacional sustentável.
Comentário:
O art. 5º da Lei de Licitações prevê o desenvolvimento nacional sustentável como princípio da licitação. No
mesmo contexto, o art. 11, IV, enumera o desenvolvimento nacional sustentável como objetivo da licitação.
A Nova Lei de Licitações também prevê diversas disposições sobre as licitações “verdes”, ou seja, aquelas
que atendem aos critérios ambientais. Nesse contexto, o art. 18, § 1º, XII, dispõe que o estudo técnico
preliminar da licitação conterá “descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas
mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de energia e de outros recursos, bem como logística
reversa para desfazimento e reciclagem de bens e refugos, quando aplicável. Esta é uma das formas de
aplicação do princípio do desenvolvimento nacional sustentável.
Assim, está correta a questão.
A adjudicação diz respeito ao ato da autoridade superior que atribui ao vencedor do certame o seu objeto.
A adjudicação é o ato unilateral pelo qual a administração declara que, se vier a celebrar o contrato
referente ao objeto da licitação, obrigatoriamente o fará com o licitante vencedor. Dessa forma, a
adjudicação compulsória ao vencedor impede que a administração, concluído o procedimento licitatório,
atribua seu objeto a terceiro que não seja o legítimo vencedor.
Esse princípio, porém, dá direito apenas a adjudicação, não garantindo a celebração do contrato. Assim,
impede-se que o órgão celebre o contrato com outro ou abra novo procedimento licitatório para o mesmo
objeto enquanto estiver válida a adjudicação. Impede, também, que o órgão protele a contratação
indefinidamente sem apresentar motivo para tal. Todavia, não constitui direito subjetivo à assinatura do
contrato, ou seja, a administração possui a prerrogativa de, por motivos supervenientes, deixar de assinar
o contrato.
Já vimos que a licitação pública deverá seguir o devido processo legal, uma vez que se trata de
procedimento definido em lei. Nessa linha, podemos afirmar que a licitação é um procedimento formal,
motivo pelo qual os seus atos deverão seguir o rito definido na Lei de Licitações e, como regra, adotarão
formato escrito e deverão ser devidamente publicados e divulgados.
O art. 12, I, é o melhor exemplo da aplicação do princípio do formalismo, dispondo que os documentos da
licitação serão produzidos por escrito, com data e local de sua realização e assinatura dos responsáveis.
Contudo, o formalismo não é absoluto. Dessa forma, é comum se utilizar um outro termo para designar o
formalismo procedimental, denominado formalismo moderado. Esse princípio significa que a
administração pública não deverá se prender a formalidades exageradas, que não contribuam para o
atendimento do propósito das licitações e contratações públicas.
Dessa forma, no processo licitatório, o desatendimento de exigências meramente formais que não
comprometam a aferição da qualificação do licitante ou a compreensão do conteúdo de sua proposta não
importará seu afastamento da licitação ou a invalidação do processo (art. 12, III).
Imagine, por exemplo, que um licitante numerou errado uma página de sua proposta. Se isso não
comprometer a aferição da qualificação e a compreensão da proposta, a administração não deverá
desclassificá-lo.
No mesmo contexto, somente serão desclassificadas as propostas com vícios insanáveis (art. 59, I). Além
disso, a autoridade superior somente declarará a nulidade dos atos que contiverem vícios insanáveis,
podendo aproveitar os atos que não forem comprometidos pelo ato viciado (art. 71, III e § 1º).
Por fim, a Lei de Licitações também prevê outras regras para flexibilizar o formalismo (art. 12, IV, V e VI):
Dessa forma, assegura-se a formalidade para atender aos fins das licitações públicas, sem que isso
comprometa a eficiência e celeridade do procedimento.
PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO
(JoVeM, SEMPRE LICITE Com Planejamento Pro PaÍS Desenvolver Sustentavelmente)
a) assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a
Administração Pública, inclusive no que se refere ao ciclo de vida do objeto;
b) assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa competição;
c) evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente inexequíveis e
superfaturamento na execução dos contratos;
d) incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
Em relação ao antigo regime licitatório, alguns objetivos mudam sutilmente e outros são incorporados.
Vamos explicar alguns tópicos.
A seleção da proposta passa a ser atrelada ao resultado mais vantajoso. Por exemplo, uma proposta mais
barata pode parecer mais vantajosa inicialmente, mas os seus resultados podem não atender totalmente
ao interesse público. Por isso que, em alguns casos, é possível estabelecer margem de preferência,
pensando na geração de emprego, renda e desenvolvimento. Importa, assim, o resultado mais vantajoso
decorrente da contratação.
O ciclo de vida é um termo utilizado para se referir à utilização do objeto ao longo do tempo. Por exemplo:
quando você compra um carro também deve considerar a manutenção, durabilidade, a desvalorização, o
consumo, etc. Quem nunca comprou um carro dizendo: “esse carro desvaloriza pouco”? Logo, não basta
olhar o preço e a qualidade do produto “no momento”, há a necessidade de olhar para o futuro. Esse é o
ciclo de vida do objeto.
Também é importante ficar atento aos conceitos de sobrepreço e de superfaturamento. Vamos iniciar com
as definições legais (art. 6º):
Assim, a diferença entre o sobrepreço e o superfaturamento é que aquele trata da “orçamentação”. Por
exemplo, em uma fiscalização, nota-se que os preços orçados para computadores de uma qualidade X são
três vezes superiores aos preços praticados no mercado. Isso seria um sobrepreço. Note que, por enquanto,
a administração ainda não sofreu um dano ao erário.
Por outro lado, o superfaturamento ocorre quando há dano ao patrimônio público, podendo se manifestar
por diversas formas. Por exemplo: a administração paga por 500kg de queijo para merenda escolar, mas
na verdade recebe somente 100kg; outro exemplo: a administração paga por um uniforme escolar de
excelente qualidade, mas recebe um produto de qualidade bem inferior. Note também que alterações no
orçamento também podem gerar superfaturamento, como aconteceria em um aditamento que alterasse
o orçamento, sem justificativas, favorecendo a empresa contratada.
Sobrepreço Superfaturamento
Deficiência na execução
Justa competição
Sobrepreço
Objetivos da
licitação
Evitar Preços manifestamente inexequíveis
Superfaturamento
Inovação
Incentivar
Desenvolvimento nacional sustentável
Ademais, a alta administração do órgão ou entidade é responsável pela governança das contratações e
deve implementar processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos, para avaliar,
direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito de (art. 11,
parágrafo único):
Portanto, anote aí: a alta administração é encarregada de instituir um programa de governança para
alcançar todos esses objetivos.
OBJETIVOS DA LICITAÇÃO
▪ Assegurar:
Objetivos • seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais
vantajoso;
• preço orçado;
• valor expressivamente superior aos preços de mercado.
Sobrepreço vs. ▪ Superfaturamento:
superfaturamento • dano ao patrimônio público;
• medições inadequadas;
• deficiência na execução;
• alteração do orçamento com desequilíbrio em favor do contratado; etc.
▪ Promover a governança;
Alta administração ▪ Implementar processos e estruturas, gestão de riscos e controles internos;
▪ Avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os contratos.
Em alguns casos, por exemplo, a proposta vencedora não será necessariamente a de menor preço, como
no caso de licitação de técnica e preço ou ainda nas aplicações das margens de preferência.
Por isso, temos a incorreção da questão.
A nova Lei de Licitações dedica um capítulo específico para tratar dos agentes públicos envolvidos nas
licitações e contratações públicas.
Nessa linha, primeiro vamos entender o conceito de agente público. A própria Lei de Licitações apresenta
este conceito, dispondo que se trata do “indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou
função em pessoa jurídica integrante da Administração Pública” (art. 6º, V).
O conceito apresentado nesta Lei é um pouco mais restrito do que aquele que estamos acostumados. Em
geral, agente público (em outras normas e para a doutrina) é qualquer pessoa física que exerça a função
pública, não importando em qual entidade. Por isso, normalmente, este conceito envolveria até mesmo as
pessoas que atuassem em entidades privadas. Entretanto, no conceito da Lei de Licitações, agente público
é aquele que exerce a função pública em pessoa jurídica integrante da administração pública.1
Apresentado o conceito de agente público, vamos começar a falar dos agentes públicos envolvidos nas
licitações públicas.
Nesse caso, os agentes públicos designados para o desempenho das funções essenciais sobre licitações e
contratos deverão preencher os seguintes requisitos (art. 7º):
1
Adote este conceito apenas em questões sobre a Lei de Licitações e Contratos. Em outros assuntos do direito administrativo, o
agente público poderá ser qualquer pessoa que exerce a função pública, ainda que em entidades privadas.
Qualificação atestada
(escola de governo)
Mas agora vamos falar especificamente do agente de contratação, que é (art. 6º LX; art. 8º):
Na nova Lei de Licitações, o papel de condução da licitação cabe ao agente de contratação. Assim, como
regra, não haverá “comissão de licitação”, como ocorria na antiga Lei de Licitações. Veremos, todavia, que,
em alguns casos, o agente de contratação será substituído por comissão, conforme vamos analisar adiante.
De forma resumida, o agente de contratação é “o cara” das licitações públicas, pois ele é encarregado de
tomar decisões e por conduzir todos os atos, até a homologação.
Esse trecho “até a homologação” não ficou totalmente preciso na Lei de Licitações. Na verdade, o agente
de contratação conduz o processo até a fase de encerramento da licitação. Esta fase, por sua vez, será
conduzida pela autoridade superior, que poderá revogar, anular, adjudicar e homologar ou ainda
determinar o retorno dos autos para a correção de vícios (art. 71). Porém, como o Estatuto de Licitações
afirma que o agente de contratação conduzirá a licitação “até a homologação”, então você deverá
considerar esta afirmação como correta.
O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio. Porém, mesmo assim, ele responderá
individualmente pelos atos que praticar. Isso acontece porque é o agente de contratação que terá o poder
de decisão e, consequentemente, responderá individualmente pelos seus atos. Esta responsabilidade
somente será afastada se ele for induzido a erro pela atuação da equipe (art. 8º, § 1º).
Com efeito, o agente responsável pela condução do certame será designado pregoeiro quando a licitação
for na modalidade pregão (art. 8º, § 5º). Portanto, nas demais modalidades, o termo seria “agente de
contratação”, enquanto no pregão será “pregoeiro”.
Em licitação que envolva bens ou serviços especiais,2 o agente de contratação poderá ser substituído por
comissão de contratação formada por, no mínimo, três membros, que responderão solidariamente por
todos os atos praticados pela comissão. Nesse caso, somente não responderá solidariamente o membro
que expressar posição individual divergente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que
houver sido tomada a decisão (art. 8º, § 2º).
Só para deixar uma observação: a Lei de Licitações adota prioritariamente o nome “comissão de
contratação”, conforme consta na definição no art. 6º, inciso L. Mas não há qualquer problema em chamar
de “comissão de licitação”, até porque a própria Lei adota esta expressão em uma oportunidade (art. 64, §
1º).
Os requisitos dos membros da comissão de contratação são os mesmos que vimos para os agentes públicos
designados para o desempenho das funções essenciais sobre licitações e contratos, conforme consta no
art. 7º da Lei de Licitações. Logo, eles deverão ser preferencialmente servidores efetivos ou empregados
públicos dos quadros permanentes da administração pública; deverão atender aos requisitos de
qualificação; e não poderão ter parentesco (até terceiro grau) ou vínculo com licitantes ou contratados
habituais.
Calma aí. Vamos fazer uma revisão até aqui! A licitação, em regra, é conduzida pelo agente de contratação,
que será auxiliado pela equipe de apoio. No caso de pregão, o agente será denominado pregoeiro. Em
licitações para bens e serviços especiais, o agente de contratação poderá ser substituído por uma comissão
de contratação. Quanto aos requisitos, o agente de contratação ou pregoeiro será servidor efetivo ou
empregado público do quadro permanente, enquanto os membros da comissão de contratação e da equipe
de apoio serão preferencialmente servidores efetivos ou empregados públicos do quadro permanente.
Outra regrinha: em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não seja rotineiramente
contratado pela administração, poderá ser contratado, por prazo determinado, serviço de empresa ou de
2
Mais adiante, vamos explicar melhor o que são os bens e serviços especiais. Por enquanto, apenas considere o seguinte: bens
e serviços comuns são aqueles que podem ser definidos objetivamente (por exemplo: uma caneta esferográfica azul). Por outro
lado, bens e serviços especiais são aqueles que não são bens e serviços comuns (critério residual). Logo, são aqueles que não
podem ser definidos objetivamente, em virtude de sua heterogeneidade ou complexidade.
profissional especializado para assessorar os agentes públicos responsáveis pela condução da licitação
(art. 8º, § 4º). Por exemplo, para a contratação de um projeto arquitetônico específico, um órgão que não
costuma contratar esse tipo de objeto poderia contratar o serviço de algum profissional para prestar
assessoramento.
Casos especiais
Até agora, vimos que os bens e serviços especiais poderão ser licitados por comissão de contratação.
Porém, há um caso em que a Lei de Licitações exige a utilização de comissão.
Eu estou falando da licitação na modalidade diálogo competitivo. Nesta modalidade, a licitação será
conduzida por comissão de contratação composta de pelo menos três servidores efetivos ou empregados
públicos pertencentes aos quadros permanentes da administração, admitida a contratação de
profissionais para assessoramento técnico da comissão (art. 32, § 1º, XI). Nesse caso, a utilização de
comissão é obrigatória e ela deve ser composta por servidores efetivos ou empregados públicos
pertencentes aos quadros permanentes da administração.
Há também a “banca” responsável pela atribuição da nota sobre os quesitos qualitativos da proposta
técnica, quando forem adotados os critérios de julgamento de melhor técnica e da técnica e preço (art. 37,
II). A banca será formada por no mínimo três membros, que poderão ser servidores efetivos ou empregados
públicos, mas também poderão ser profissionais contratados por conhecimento técnico, experiência ou
renome na avaliação dos quesitos especificados no edital. Essa banca, entretanto, não se confunde com a
comissão de contratação. A banca é encarregada apenas de dar a nota para a proposta técnica, ao passo
que a comissão de contrata (ou o agente de contratação) conduz a licitação como um todo.
Por fim, o leilão poderá ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela autoridade
competente da administração (art. 31). Se optar pela realização de leilão por intermédio de leiloeiro oficial,
a administração deverá selecioná-lo mediante credenciamento ou licitação na modalidade pregão. No
caso do servidor, não houve menção expressa aos critérios para a seleção.
Imagine a seguinte situação: João é servidor público e foi designado para conduzir um processo licitatório.
Ele tomou as suas decisões a partir de parecer emitido pela assessoria jurídica. Entretanto, um órgão de
controle não concordou com a decisão e responsabilizou João pela suposta irregularidade. Nesse caso, João
teria que arcar com custos de um processo para se defender. Imagine ainda que, ao final do processo, ele
seja inocentado. Apesar disso, João teve gastos para se defender. É lógico que uma situação dessa não é
muito legal.
Nesse contexto, se as autoridades competentes e os servidores públicos que tiverem participado dos
procedimentos relacionados às licitações e aos contratos precisarem defender-se nas esferas
administrativa, controladora ou judicial em razão de ato praticado com estrita observância de orientação
constante em parecer jurídico elaborado na forma da Lei de Licitações, a advocacia pública promoverá, a
critério do agente público, sua representação judicial ou extrajudicial (art. 10). 3
De forma resumida, a advocacia pública defenderá o agente público, seja em processo na via
administrativa, controladora ou judicial. Por exemplo: se o servidor estiver sofrendo um processo
administrativo disciplinar (via administrativa), um processo perante o Tribunal de Contas (via controladora)
ou uma ação penal ou de improbidade administrativa (via judicial), a advocacia pública poderá fazer a sua
defesa.
Perceba, ainda, que essa defesa é facultativa para o agente público, ou seja, ele poderá pedir a defesa ou
não. Pode ser, por exemplo, que o agente público queira se defender com os seus próprios meios, com
advogado próprio, se for o caso.
Além disso, a defesa somente ocorrerá se o ato for praticado com estrita observância de orientação
constante em parecer jurídico elaborado pelo órgão de assessoramento jurídico da administração, nos
termos do art. 53, § 1º, da Lei de Licitações. Se o agente público, por exemplo, não acatar o parecer, ele
não terá direito à defesa pela advocacia pública.
O direito à defesa por intermédio de advocacia pública aplica-se mesmo quando o agente público não mais
ocupar o cargo, emprego ou função em que foi praticado o ato questionado. Imagine, por exemplo, que o
agente público foi nomeado para outro cargo ou pediu exoneração. Mesmo assim, ele terá direito à sua
defesa (art. 10, § 2º).
Ademais, essa defesa também não se aplica quando provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem
nos autos do processo administrativo ou judicial (art. 10, § 1º).
3
No julgamento das ADIs 7042 e 7043 (julgamento em 31/8/2022), o STF declarou parcialmente inconstitucional regra
semelhante constante na Lei de Improbidade Administrativa (L8429, art. 17, § 20), afastando a “obrigatoriedade” de defesa por
advocacia pública. Na visão do STF, a advocacia “pode” (mas não é obrigada) realizar a defesa, desde que haja previsão em
legislação local. Um dos argumentos para a declaração parcial da inconstitucionalidade também parece se aplicar à Lei de
Licitações: não poderia a União, em sua competência legislativa, criar obrigação para as advocacias estaduais e municipais.
Contudo, até hoje não houve declaração de inconstitucionalidade dessa regra na Lei de Licitações. Para fins de prova, portanto,
não confunda com a Lei de Improbidade e opte por julgar a questão pela literalidade da Lei 14.133/2021.
Autoridades e
servidores Ato praticado seguindo orientação de parecer
jurídico da assessoria jurídica pública
AGENTES DA LICITAÇÃO
Comissão de § Obrigatória;
contratação do § Mínimo três membros;
diálogo § Devem ser servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros
competitivo permanentes.
§ Atribui nota às propostas técnicas na melhor técnica e técnica e preço;
Banca
==2e49ca==
Por fim, os membros da comissão de contratação responderão solidariamente por todos os atos praticados
pela comissão, ressalvado o membro que expressar posição individual divergente fundamentada e
registrada em ata lavrada na reunião em que houver sido tomada a decisão (art. 8º, §2º).
Assim, há alguns erros na assertiva, como a composição da comissão e a suposta obrigatoriedade de sua
adoção.
Logo, a questão está errada.
MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Noções gerais
Fique atento, pois este é um dos dois assuntos mais importantes da Lei de Licitações.
A nova Lei de Licitações abandonou a definição de modalidades pelo valor estimado da contratação. Assim,
a partir de agora, todas as modalidades são definidas pela natureza do objeto. Por exemplo: o leilão é a
modalidade de licitação para alienação de bens, independentemente do valor; o pregão é a modalidade
para aquisição de bens e de serviços comuns, também independentemente do valor; da mesma forma,
adota-se o concurso para escolha de trabalhos técnicos, científicos ou artísticos, e o valor também não
interessa para a escolha dessa modalidade de licitação.
Portanto, anote aí: o que define a modalidade de licitação é a natureza do objeto, não importa o seu valor.1
1
O valor interessa para autorizar a dispensa de licitação, na forma do art. 75, I e II, da Lei de Licitações, mas não para escolher
modalidades.
2
Observação 1: a Nova Lei de Licitações não prevê a tomada de preços e o convite. Além disso, ela também não prevê o Regime
Diferenciado de Contratações. Por outro lado, foi criada uma nova modalidade: o diálogo competitivo. Adicionalmente, o
pregão deixa de constar em uma lei “separada” e passa a constar na mesma lei que as demais modalidades (antes, o pregão
estava na Lei 10520/2002, separado das modalidades da Lei 8.666/1993).
Observação 2: a Lei 9.472/1997 (Lei da Anatel) prevê a modalidade de licitação chamada consulta, válida exclusivamente para
as agências reguladoras federais. Esse dispositivo é objeto de inúmeras críticas, principalmente sobre a sua constitucionalidade,
afinal é uma “modalidade” que não consta em uma lei de normas gerais, mesmo que tenha sido instituída pela União. Mas não
a) pregão;
b) concorrência;
c) concurso;
d) leilão;
e) diálogo competitivo.
Além das modalidades de licitação, o Estatuto também prevê que a administração poderá utilizar os
“procedimentos auxiliares”. Bom, teremos um capítulo específico para tratar disso, por enquanto só quero
que você saiba que os procedimentos auxiliares, como o credenciamento, o sistema de registro de preços,
o registro cadastral e outros, não são modalidades, mas são instrumentos que auxiliam a administração
no procedimento de contratação.
Ademais, o Estatuto de Licitações veda a criação de outras modalidades de licitação ou, ainda, a
combinação das modalidades existentes (art. 28, § 2º).
Quando o Estatuto “veda a criação de outras modalidades”, nós temos que entender dentro do
contexto. A Lei de Licitações não é a “Constituição”, logo ela não pode impedir o legislador de, no
futuro, criar outras modalidades. Inclusive vamos falar logo adiante de uma modalidade “especial”
que foi criada após a publicação da Lei 14.133/2021 em outra lei.
Logo, um agente de contratação não poderá criar uma modalidade nem “misturar” as já
existentes.
No mesmo sentido, um estado da Federação não poderá criar uma modalidade (ou misturar). Isso
porque as “modalidades” tratam das normas gerais de licitação, sendo essa atribuição da União
(CF, art. 22, XXVII).3
Lembre-se, todavia, que as questões de concurso são “literais”. Logo, a expressão genérica “é
vedada a criação ou combinação das modalidades” deve ser julgada como verdadeira, conforme
prevê expressamente o art. 28, § 2º, da Lei de Licitações.
vamos debater esse tema, pois ele é irrelevante para a maioria dos casos. Assim, para fins de prova, apenas saiba que: (i) existe
uma modalidade chamada consulta; (ii) ela somente pode ser utilizada pelas agências reguladoras federais.
3
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...] “XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as
modalidades [...]”.
Eu disse acima que a modalidade define o rito da licitação. Pois bem, a concorrência e o pregão seguem o
rito procedimental comum, que é definido no art. 17. Assim, em capítulo específico, vamos estudar “as
fases da licitação”. Aquelas fases, na verdade, tratam das fases do pregão e da concorrência. As demais
modalidades, por outro lado, vão seguir um procedimento um pouco diferente.4
Esse procedimento do art. 17 será estudado em capítulo próprio sobre as fases da licitação. Mas agora
vamos analisar as peculiaridades de cada uma das modalidades.
A Lei Complementar 182/2021 (LC182), que institui o marco legal das startups e do
empreendedorismo inovador, criou uma “modalidade especial” para a contratação de “pessoas
físicas ou jurídicas, isoladamente ou em consórcio, para o teste de soluções inovadoras por elas
desenvolvidas ou a ser desenvolvidas, com ou sem risco tecnológico” (LC182, art. 13, caput).
Porém, somente considere a existência dessa modalidade especial se o seu concurso exigir a LC182
no conteúdo programático. Porém, em geral, “ignore” a existência dessa “modalidade”, tendo em
vista que as questões de concurso normalmente irão focar somente na Lei 14.133/2021.
Assim, em regra, considere que existem apenas as modalidades da Lei 14.133/2021, exceto
quando houver uma cobrança expressa da LC182.
4
Se a questão de prova mencionar quais são as fases da licitação, de forma genérica, sem questionar qual é a modalidade, você
deve seguir o procedimento “padrão”, que é aquele previsto no art. 17. Logo, ainda que ele seja mais específico para o pregão e
a concorrência, é o procedimento padrão da Lei de Licitações.
Concorrência
A conceituação de bens e serviços especiais é residual, ou seja, são bens e serviços especiais aqueles que
não são comuns (no tópico sobre o pregão vamos definir bens e serviços comuns). Assim, dispõe a Lei de
Licitações que os bens e serviços especiais são “aqueles que, por sua alta heterogeneidade ou
complexidade”, não podem ser descritos como comuns (art. 6º, XIV). Para isso, é imprescindível que a
administração demonstre justificativa prévia da classificação do objeto como especial. Vale dizer: a regra é
considerar o bem ou serviço como comum; logo, para classificá-lo como especial, exigir-se-á a devida
motivação.
Obra, por sua vez, tem um conceito “um pouquinho” mais complicado. Vejamos (art. 6º, XII):
XII – obra: toda atividade estabelecida, por força de lei, como privativa das profissões de
arquiteto e engenheiro que implica intervenção no meio ambiente por meio de um
conjunto harmônico de ações que, agregadas, formam um todo que inova o espaço físico
da natureza ou acarreta alteração substancial das características originais de bem
imóvel [...].
Perceba, então, que obra é algo “grande”, que “inova o espaço físico” (exemplo: a construção de um prédio
em um terreno) ou acarreta alterações substanciais nas características originais de um bem imóvel
(exemplo: um complexo esportivo simples é integralmente reformulado para abrir um complexo esportivo
com características olímpicas).
a) serviço comum de engenharia: todo serviço de engenharia que tem por objeto ações,
objetivamente padronizáveis em termos de desempenho e qualidade, de manutenção,
de adequação e de adaptação de bens móveis e imóveis, com preservação das
características originais dos bens;
Vamos lá! É mais simples do que você imagina. Primeiro o conceito geral. Os serviços de engenharia têm
três características:
(i) são atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou
material;
(ii) são serviços que, por força de lei, são privativos das profissões de arquiteto e engenheiro ou de
técnicos especializados;
Por exemplo: uma reforma interna de uma repartição pública destinada a modernizar o sistema de
climatização será, a priori, um serviço de engenharia. Perceba o seguinte: esse serviço tem características
intelectuais (o planejamento) e5 materiais (a execução). Exige o acompanhamento de profissional
habilitado. Por fim, como se trata de uma atividade que não altera substancialmente as características do
imóvel, mas apenas reforma o sistema de climatização, não será uma “obra”.
Você não precisa saber categoricamente o que é obra e o que é serviço de engenharia. As questões de
prova não vão colocar “situações concretas” para você analisar. Até porque há situações que ficarão em
uma “zona cinzenta”, na qual não será possível definir objetivamente se se trata de obra ou serviço de
engenharia. Por isso, preocupe-se apenas com os conceitos expressos.
Foi preciso analisar todos esses conceitos para deixar uma observação. Os serviços especiais de engenharia
são realizados mediante concorrência, enquanto os serviços comuns de engenharia podem ser licitados
por pregão ou concorrência. Neste último caso, a decisão da administração será discricionária.
5
Apesar de a lei adotar o termo “ou”, não há problema em atender aos critérios intelectuais e materiais.
Bens e serviços
Alta heterogeneidade ou complexidade
especiais
Objetivamente
Comuns
Serviços de Também admite pregão
engenharia
Especiais Não descreve objetivamente
Vamos avançar um pouco mais. A concorrência admite todos os critérios de julgamento, com exceção do
maior lance. Logo, a licitação na modalidade concorrência poderá adotar qualquer um dos seguintes
critérios de julgamento (art. 6º, XXXVIII):
a) menor preço;
b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
c) técnica e preço;
d) maior retorno econômico;
e) maior desconto.
Nesse momento, não vamos explicar os critérios de julgamento, pois teremos um capítulo somente para
isso. Então, vamos para a próxima modalidade: o pregão.
CONCORRÊNCIA
• de obras;
• serviços comuns e especiais de engenharia.
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) Um órgão da administração direta federal pretende realizar
procedimento licitatório para contratação de empresa de engenharia, com o intuito de realizar uma obra
em sua sede. Nessa situação, poderá optar entre as modalidades concorrência e pregão,
independentemente do valor estimado do contrato.
Comentário: o pregão é a modalidade adotada sempre que o objeto possuir padrões de desempenho e
qualidade que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de
mercado. Contudo, a lei expressamente determina que essa modalidade não pode ser utilizada para
contratação de obras (art. 29, parágrafo único).
Então, nesse ponto, a afirmativa está errada. Fora isso, de fato a concorrência poderá ser utilizada para a
obra, independentemente do valor estimado da contratação.
Portanto, a questão está errada.
Pregão
O pregão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo critério
de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto (art. 6º, XLI).
Segundo a Lei de Licitações, o pregão será adotado “sempre que o objeto possuir padrões de desempenho
e qualidade que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de
mercado” (art. 29, caput).
Creio que esse conceito já está bem claro, mas não custa citar o conceito literal de bens e serviços comuns,
conforme consta no art. 6º, XIII, da Lei de Licitações: “bens e serviços comuns: aqueles cujos padrões de
desempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações
usuais de mercado”.
Logo, o pregão serve para aquisição de objetos ou contratação de serviços “comuns”. Por exemplo: se a
administração desejar adquirir um celular, será possível adotar especificações usuais de mercado, como o
tamanho e o brilho da tela, a capacidade da bateria, a velocidade do processador, a quantidade de
memória, etc. Note que essas características são as mesmas que os fabricantes e as lojas utilizam quando
nos oferecem esse produto. Outro exemplo: a administração poderá licitar um serviço de pintura, adotando
como referência “o metro quadrado” de parede pintada, em determinadas condições. Novamente, temos
uma especificação que é usual de mercado.
Por outro lado, o pregão não se destina às contratações de serviços técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual e de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços de engenharia
comuns. Bom, falando de forma mais simples, não é possível utilizar o pregão para (art. 29, parágrafo
único).
Ainda podemos inserir nas hipóteses que não admitem o pregão os bens e serviços especiais, as alienações
e as locações imobiliárias, já que não se enquadram, naturalmente, no conceito de “aquisição” de “bens e
serviços comuns”.6
6
O Decreto 10.024/2019, que regulamenta o pregão na sua forma eletrônica, cita expressamente essas situações como casos
que não admitem o pregão.
Obras
Alienações
Obras
Locações imobiliárias
Alienações
Como se trata de uma “Nova Lei”, ainda teremos muitos temas polêmicos que somente serão
esclarecidos conforme a Norma for colocada em prática. Esse “problema” dos serviços comuns
de engenharia, por exemplo, será um caso que vamos depender dos Tribunais de Contas e
outros órgãos para compreender melhor a sua aplicação.
Por ora, recomendo apenas que você “decore” os termos previstos na Lei de Licitações. Fique
atento também que as afirmações genéricas como “o pregão é obrigatório” devem ser
consideradas como verdadeiras, exceto se o contexto tratar especificamente de um serviço
comum de engenharia.
Por fim, é importante mencionar que o Decreto 10.024/2019, que continua em vigor, considera
o pregão, na sua forma eletrônica, como obrigatório para as contratações de bens e serviços
comuns, incluídos os serviços comuns de engenharia (Decreto 10.024/2019, art. 1º, caput e §
1º). Logo, fique atento com a referência da sua questão.
Outros dois conceitos que são relevantes, dentro da Lei de Licitações, são os de compras e de
serviços, vejamos (art. 6º):
§ X – compra: aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou
parceladamente, considerada imediata aquela com prazo de entrega de até 30 (trinta) dias
da data prevista para apresentação da proposta;
§ XI – serviço: atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade,
intelectual ou material, de interesse da Administração [...].
Como exemplo de compras, podemos citar a aquisição de material de escritório, como resmas
de papel, cartucho de tinta, etc. Como serviços, podemos mencionar os serviços de limpeza, de
pintura, de manutenção de computador e equipamentos, entre outros.
Por fim, o rito do pregão também é aquele “comum”, previsto no art. 17, que será estudado nas fases da
licitação.
Até agora, vimos que a Lei 13.303/2016 aplica-se às empresas estatais. Por outro lado, a Lei
14.133/2021 “apenas” se aplica às empresas estatais quanto às disposições penais.
Porém, há outras exceções. Uma dessas exceções é a modalidade pregão. Nesse caso, o art. 32 da
Lei 13.303/2016 dispõe que as empresas estatais deverão observar a “adoção preferencial da
modalidade de licitação denominada pregão, instituída pela Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002,
para a aquisição de bens e serviços comuns”.
Com efeito, o art. 189 da Lei de Licitações prevê que as suas regras serão aplicáveis “às hipóteses
previstas na legislação que façam referência expressa à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, à Lei
nº 10.520, de 17 de julho de 2002, e aos arts. 1º a 47-A da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011”.
Assim, como a Lei das Estatais menciona a Lei 10.520/2002, quanto ao pregão, tal menção passará
a ser regida pela Lei 14.133/2021.
Logo, podemos concluir que a modalidade de licitação pregão, prevista na Lei 14.133/2021, aplica-
se as licitações para bens e serviços comuns nas empresas estatais, como modalidade
“preferencial” para este tipo de objeto.
PREGÃO
(PGE PE/2019) Um órgão público pretende realizar processo licitatório para a construção de um posto de
saúde comunitário, orçado em R$ 350.000. O prazo de execução da obra será de 13 meses.
Tendo como referência esse caso hipotético, julgue o item a seguir, considerando a legislação aplicável à
contratação de obras e serviços de engenharia.
O processo licitatório para a referida obra poderá ser feito na modalidade pregão presencial.
Comentário:
O pregão é a modalidade cabível para a aquisição de bens e serviços considerados comuns. Não é cabível
para a realização de obras públicas, como é o caso da questão. Por sinal, aproveitando o conteúdo da
questão, vamos reproduzir a redação do Decreto 10.024/2019. Ainda que seja um regulamento específico
para o pregão, na forma eletrônica, e em âmbito federal, o Decreto agrega várias disposições que valem
para o pregão em geral. Nesse caso:
Art. 4º O pregão, na forma eletrônica, não se aplica a:
I - contratações de obras;
II - locações imobiliárias e alienações; e
III - bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia enquadrados no disposto no inciso III do
caput do art. 3º.
Assim, como o próprio enunciado disse que é uma “obra”, então não caberia o pregão (seja o presencial ou
o eletrônico). Ou seja, incorreta a questão.
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) De acordo com a definição trazida pela Lei n° 14.133/21, são
considerados bens e serviços comuns aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser
==2e49ca==
Concurso
O concurso7 é a modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo
critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou
remuneração ao vencedor (art. 6º, XXXIX).
No caso do concurso, o objeto guarda características especiais, exigindo uma análise um pouco subjetiva.
Justamente por isso é comum se dizer que, no concurso, o princípio do julgamento objetivo é flexibilizado,
uma vez que o julgamento poderá ter uma análise com um pouco de subjetividade, porém sem que seja
arbitrária.
Imagine o seguinte exemplo: um órgão público completará seu centenário e, por isso, resolveu lançar um
concurso para elaboração de uma obra de arte que ficará na entrada de sua sede, buscando refletir a sua
relevância e evolução histórica. Para isso, a administração deseja convidar diversos artistas,
comprometendo-se a pagar um prêmio àquele que apresentar o melhor projeto. Bom, certamente algumas
pessoas terão preferência pela obra X, outras pela obra Y. Mas no final, conforme os critérios estabelecidos
pela administração, haverá um vencedor, que perceberá o prêmio em troca da elaboração da obra.
Assim, são três aspectos que você tem que guardar sobre o concurso:
a) escolha de trabalho técnico, científico ou artístico;
b) destina-se à concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor;
7
Se você é “novo por aqui”, já adianto que “concurso” é uma modalidade de licitação e não tem nada a ver com “concurso
público”. Só o nome é parecido, mas a legislação e a finalidade são bem distintas.
Ademais, o concurso observará as regras e condições previstas em edital, que indicará (art. 30):
O prazo mínimo de divulgação do edital do concurso para a apresentação das propostas será de trinta e
cinco dias úteis, tendo em vista que este é o prazo para os critérios de julgamento de melhor técnica ou
conteúdo artístico (art. 55, IV).
No rol de serviços técnicos ou artísticos podemos encontrar a elaboração de projetos. Por exemplo:
contratação de projeto arquitetônico para uma vila planejada. Nesse caso, quando o concurso for destinado
à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à administração pública todos os direitos patrimoniais
relativos ao projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e oportunidade das
autoridades competentes (art. 30, parágrafo único).8 Por exemplo: se a administração pagou um prêmio
ou remuneração pelo projeto, este passa a ser da administração. Logo, aquele que o elaborou não poderá,
no futuro, pleitear “direitos autorais” ou qualquer outra forma de remuneração além do que foi acordado
no concurso.
Técnico
Artístico
Prêmio
"Pagamento"
Concurso
Remuneração
Procedimento especial
8
As regras sobre a cessão dos direitos patrimoniais constam no art. 92 da Lei de Licitações.
CONCURSO
Elaboração de
§ Autor deverá ceder os direitos patrimoniais.
projeto
Leilão
O leilão é modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou
legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance (art. 6º, XL).
Vamos começar pelo essencial, mas depois vamos aprofundar um pouco mais.
O leilão serve para “alienar” bens. E o que isso significa? Alienar é transferir a propriedade de um bem
para terceiro, como ocorre na venda, na doação, na permuta, entre outras formas. Porém, como a principal
forma de alienação é justamente a venda, então entenda que “alienar” é “vender um bem a terceiro”.
Vamos dar um exemplo: imagine que uma unidade do Exército possui veículos Jeep bastante antigos.
Talvez, para as unidades eles não tenham qualquer serventia, mas são valiosos para colecionadores. Nesse
caso, esse bem móvel inservível para a administração poderá ser leiloado.
Outro ponto importante é que o leilão serve para alienar: bens móveis e bens imóveis. Isso é muito
importante, principalmente porque, na antiga Lei de Licitações, o leilão era adotado “apenas” para alienar
bens móveis, sendo que a alienação de imóveis ocorria por concorrência, cabendo o leilão apenas em casos
excepcionais. Essa diferença acaba, por dois motivos: (i) a concorrência NÃO serve mais para alienar bens;
(ii) o leilão passa a ser cabível para TODAS as hipóteses de alienação de bens (móveis e imóveis), quando
necessária a realização de licitação. Também não existe mais limite de valor para a utilização do leilão.
Outro ponto importante é que o leilão é a única modalidade de licitação que admite o critério de
julgamento de maior lance. Logo, entenda que leilão e maior lance formam um casal inseparável e fiel.
a) alienação de bens:
i) imóveis;
ii) móveis inservíveis ou legalmente apreendidos.
b) critério de julgamento: maior lance.
O leilão não segue integralmente o rito do art. 17 da Lei de Licitações, tendo em vista as suas
particularidades. Por isso, a Lei de Licitações determina que “regulamento deverá dispor sobre seus
procedimentos operacionais”.
Existem duas formas de conduzir o leilão: (i) com leiloeiro oficial;9 (ii) com servidor designado pela
autoridade competente da administração. O primeiro caso é denominado pela doutrina de leilão comum.
Por outro lado, o leilão realizado por servidor é conhecido como leilão administrativo.
9
Mas professor, o que é um “leiloeiro oficial”? Os leiloeiros oficiais são pessoas devidamente habilitadas e que são credenciadas
nas juntas comerciais. São particulares, mas que podem colaborar com o poder público, assim como ocorre com os tradutores
públicos, intérpretes comerciais e outros particulares que colaboram com o Estado.
Há um caso bastante curioso sobre a seleção de leiloeiro oficial. Caso a administração opte por realizar o
leilão dessa forma, a seleção do leiloeiro poderá ocorrer por duas formas (art. 31, § 1º):
(i) credenciamento;
(ii) licitação, sendo que nesse caso será adotada a modalidade pregão, com critério de julgamento de
maior desconto para as comissões a serem cobradas, utilizados como parâmetro máximo os
percentuais definidos na lei que regula a referida profissão e observados os valores dos bens a serem
leiloados.
Credencimento
Leiloeiro Pregão
oficial
Quem conduz o Licitação
leilão Maior desconto
sobre a comissão
Servidor designado
A divulgação do leilão segue regras específicas. A Lei de Licitações exige que a divulgação do edital ocorra
em sítio eletrônico oficial e será afixado em local de ampla circulação de pessoas na sede da
administração, podendo, ainda, ser divulgado por outros meios necessários para ampliar a publicidade e
a competitividade da licitação (art. 31, §§ 2º e 3º). Portanto, é obrigatória a divulgação em sítio eletrônico
e em local de ampla circulação, sendo facultativa a adoção de outros meios.
Por sinal, já adiantando, o prazo mínimo de divulgação do edital para a realização do leilão é de quinze dias
úteis, tendo em vista que este é o prazo de divulgação “para licitação em que se adote o critério de
julgamento de maior lance” (art. 55, III).
Assim como as demais modalidades, o leilão deverá ser realizado preferencialmente da forma eletrônica.
Por isso, ao dar publicidade ao leilão, a administração deverá informar o sítio da internet em que ele será
realizado. Por outro lado, a realização na forma presencial somente será admitida quando comprovada
inviabilidade técnica ou desvantagem para a administração em relação ao formato eletrônico. Nesse caso,
a administração indicará, na divulgação, o local, o dia e a hora de sua realização (art. 31, § 2º, IV).
Os detalhes sobre a alienação de bens constam no art. 76 da Lei de Licitações, mas não vamos estudá-los
neste momento.
Conceitualmente, a Nova Lei de Licitações dispõe que o leilão se destina à alienação apenas de
bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior
lance (art. 6º, XL). Logo, analisando apenas o conceito do art. 6º, XL, seria possível entender que,
se houvesse um bem móvel alienado em outras condições, não seria aplicável o leilão.
Essa interpretação, contudo, não tem muito sentido. Primeiro porque o art. 76 prevê a utilização
do leilão para a alienação de bens móveis mediante leilão, sem criar situações especiais. Assim,
pelo artigo 76, II, qualquer alienação de bens móveis deveria ocorrer mediante leilão, exceto os
casos em que a licitação é dispensada. Além disso, a alienação de bens depende do critério de
maior lance, que somente é compatível com o leilão. Por fim, não haveria qualquer sentido de
instituir uma outra modalidade para alienação de bens, quando a NLLC buscou, justamente,
simplificar a escolha das modalidades.
Logo, podemos afirmar que o leilão serve para qualquer tipo de alienação de bens, móveis ou
imóveis. Não obstante, fique ligado com as questões literais sobre o art. 6º, XL, que prevê que o
leilão serve para alienar “bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos”.
LEILÃO
Divulgação § Obrigatória:
• sítio eletrônico oficial;
• afixação em local de ampla circulação na sede da administração.
§ Facultativa: outros meios;
(PGE PE/2019 - adaptada) Para a promoção de atividades de natureza artística, técnica ou científica, a
modalidade licitatória apropriada é o leilão.
Comentário:
Nesses casos, a modalidade adequada é o concurso (art. 6º, XXXIX), que é a utilizado entre quaisquer
interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de
melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor
O leilão, por outro lado, serve para alienação de bens móveis ou imóveis. Assim, a questão está errada.
(EMAP/2018 - adaptada) Leilão é a modalidade de licitação cabível no caso de alienação de bem imóvel
de propriedade da administração pública, independentemente de seu valor.
Comentário:
A alienação de bens da administração pública, subordinada à existência de interesse público devidamente
justificado, será precedida de avaliação, tratando-se de bens imóveis, inclusive os pertencentes às
autarquias e às fundações, exigirá autorização legislativa e dependerá de licitação na modalidade de leilão
(76, I). Por isso, está correta a assertiva.
Diálogo competitivo
O diálogo competitivo é modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em que a
administração pública realiza diálogos com licitantes previamente selecionados mediante critérios
objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de atender às suas
necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos (art. 6º,
XLII).
Aqui, precisamos de uma dupla atenção especial. Primeiro porque essa modalidade é novidade na nova Lei
de Licitações (e as bancas adoram novidades). Segundo, porque se trata da modalidade mais “complicada”,
uma vez que existem inúmeras condições para que possa ser adotada. Mas vamos resolver isso com
bastante tranquilidade e com um sorrisão no rosto "
&! Vamos lá!
%
$
#
O diálogo competitivo é modalidade criada pela nova Lei de Licitações. Essa modalidade não
constava na Lei 8.666/1993 nem nas demais leis que tratavam de regimes de licitação.
Primeiro, temos que entender que o objetivo do diálogo competitivo é desenvolver métodos inovadores
para resolver os problemas da administração. Pense comigo na seguinte situação hipotética (guarde esse
exemplo, pois vamos utilizá-lo novamente adiante): uma região do Brasil está isolada em virtude das
condições do seu relevo, o que inviabiliza o desenvolvimento econômico e social. Vários engenheiros e
especialistas já tentaram analisar medidas para resolver esse problema de logística, mas não houve uma
solução satisfatória no mercado. Eis que a administração resolve fazer uma licitação para tentar encontrar
uma forma para resolver a questão. Mas pense comigo: como a administração vai descrever, no edital, o
que ela quer licitar se ainda não há uma solução? Percebeu a dificuldade? Então, é aqui que entra o diálogo
competitivo.
Primeiro, temos que entender que o diálogo competitivo é uma modalidade que somente poderá ser
adotada em casos muito específicos. Na verdade, trata-se de forma excepcional de licitação. Por isso, a
utilização do diálogo depende de justificativa.
Nesse contexto, a Lei de Licitações apresenta três requisitos para a utilização dessa modalidade. Assim, a
utilização do diálogo competitivo é restrita a contratações em que a administração (art. 32):
Essas três situações reforçam o caráter do diálogo competitivo. Perceba que o objeto exige inovação técnica
ou tecnológica. Além disso, as soluções disponíveis no mercado não atendem à necessidade da
administração, exigindo a realização de adaptações. Por fim, a situação deve ser tão complexa que nem
mesmo a administração é capaz de definir adequadamente as especificações.
Portanto, nesse terceiro requisito, já estamos pensando na solução. Veja que a administração deverá
pensar, com o diálogo competitivo, na solução técnica mais adequada; nos requisitos para concretizar essa
solução e, por fim, nas questões jurídicas e financeiras do contrato.
Então, vamos voltar ao nosso exemplo inicial. Para resolver o problema de acesso à região que está isolada,
a administração não sabe como resolver a situação. Logo, vai precisar do diálogo competitivo, já que as
soluções disponíveis no mercado não atendem à necessidade da administração e sequer é possível definir
as especificações técnicas no edital. Além disso, na mesma linha, a administração percebe que os métodos
de disputa aberto ou fechado não resolvem o problema. Portanto, a concorrência e outras modalidades
também não são aptas para o caso. Oras, sobra então adotar o diálogo competitivo, pensando na solução
técnica que será mais adequada, nos requisitos para concretizar a solução e na estrutura (jurídica e
financeira) do contrato.
Impossibilidade de definir as
Quando pode especificações técnicas adequadamente
usar o diálogo
competitivo A solução técnica mais adequada
Verificar a
necessidade de
Os requisitos técnicos para concretizar a
identificar as
solução
alternativas,
definindo
A estrutura jurídica e financeira do
contrato
Agora que já sabemos quando é possível adotar o diálogo competitivo, vamos pensar em como a
modalidade funciona.
Agora, a administração vai “bater um papo” com os licitantes, buscando identificar soluções para o seu
problema.
Funciona mais ou menos assim (o regulamento da Lei de Licitações e o edital poderão detalhar melhor): a
administração marca a reunião com cada um dos licitantes e debate o problema e as possíveis soluções.
Essa fase poderá ser mantida até que a administração, em decisão fundamentada, identifique a solução
ou as soluções que atendam às suas necessidades. Portanto, não existe um “prazo” para fechar os
diálogos. Por isso, a administração poderá fazer várias reuniões até que consiga uma solução.
Além disso, o edital poderá prever a realização de fases sucessivas, caso em que cada fase poderá
restringir as soluções ou as propostas a serem discutidas. Por exemplo: vamos supor que o projeto
envolverá pelo menos três grandes empreendimentos: (i) a escavação e construção de um túnel; (ii) a
construção de uma grande ponte; (iii) a conclusão de outras obras de apoio. O edital poderia separar os
debates nessas três fases, realizando diálogos para resolver cada uma das situações.
Como essa fase é um pouco mais sensível, a Lei de Licitações apresenta algumas exigências. Primeiro que
as reuniões com os licitantes pré-selecionados serão registradas em ata e gravadas mediante utilização
de recursos tecnológicos de áudio e vídeo.
Além disso, a administração não poderá revelar a outros licitantes as soluções propostas ou as
informações sigilosas comunicadas por um licitante sem o seu consentimento. Imagine, por exemplo, que
um licitante dispõe de soluções decorrentes de pesquisa e que ficam protegidas pelo seu segredo industrial.
Um exemplo, que não guarda correlação exata com o que estamos estudando agora, mas serve para
ilustrar, é a receita da Coca-Cola. Certamente, isso está escondido em algum canto a sete chaves. Bom, nos
diálogos competitivos, não será apresentada a receita da Coca-Cola, mas outros segredos podem ser
disponibilizados. Esses não serão comunicados aos demais licitantes, salvo se houver consentimento do
“dono” da informação.
10
Em momento posterior, outras necessidades podem ser definidas, conforme os diálogos realizados.
Também é vedada a divulgação de informações de modo discriminatório que possa implicar vantagem
para algum licitante. Por exemplo: a administração realizou alguns estudos técnicos e revela os resultados
somente para um licitante. Isso não pode!
Bom, encerrados os debates, a administração vai declarar que o diálogo foi concluído, vai juntar aos autos
do processo licitatório os registros e as gravações da fase de diálogo, e então iniciará a fase competitiva.
Perceba que, até aqui, não há “competição”, não há “proposta” dos licitantes. A administração apenas
estava conversando, debatendo, buscando identificar uma solução. Encerrado o diálogo, a administração
terá condições de publicar um novo edital, agora com foco na fase competitiva.
O prazo para a apresentação das propostas não será inferior a sessenta dias úteis, para todos os licitantes
pré-selecionados apresentarem suas propostas, que deverão conter os elementos necessários para a
realização do projeto.
Nesse caso, a administração definirá a proposta vencedora de acordo com critérios divulgados no início
da fase competitiva, assegurada a contratação mais vantajosa como resultado.
Uma última informação! O foco do diálogo competitivo é encontrar uma solução para a administração.
Assim, a legislação admite que a administração solicite esclarecimentos ou ajustes às propostas
apresentadas, desde que não impliquem discriminação nem distorçam a concorrência entre as propostas.
Seria aquele “último tapinha” na proposta, mas sem que isso gere um benefício para um licitante em
detrimento dos demais.
Com isso, nós acabamos todo o caminho do diálogo competitivo. Então, vamos conversar sobre alguns
assuntos complementares.
Comissão de contratação
O diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação composta de pelo menos três
servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da administração,
admitida a contratação de profissionais para assessoramento técnico da comissão.
Esse é um detalhe relevante, pois, em regra, a Lei de Licitações prevê que as decisões nos processos de
licitação, sobre o julgamento e classificação, serão adotadas pelo agente de contratação. Contudo, no
diálogo competitivo não funciona assim. Tendo em vista as peculiaridades dessa modalidade, será
obrigatória a composição de comissão, que terá pelo menos três serviços efetivos ou empregados públicos.
Com efeito, eles devem pertencer ao quadro permanente da administração, ou seja, são servidores ou
empregados efetivos do respectivo órgão ou entidade.
Ademais, admite-se a contratação de profissionais para assessorar a comissão. Tais profissionais assinarão
termo de confidencialidade e deverão se abster de atividades que possam configurar conflito de interesses
(art. 32, § 2º).
DIÁLOGO COMPETITIVO
Comissão de § Obrigatória;
contratação § Mínimo três membros;
§ Servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros
permanentes;
§ Admite-se a contratação de profissionais para assessoramento técnico da
comissão.
(Inédita – Prof. Herbert Almeida) O diálogo competitivo será realizado por comissão de contratação
composta de, no mínimo, três membros.
Comentário:
O diálogo competitivo será conduzido por comissão de contratação composta de pelo menos três
servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da administração,
admitida a contratação de profissionais para assessoramento técnico da comissão (art. 32, XI).
Assim, temos a correção da questão.
Rito Especial
(TJ BA/2019) Um município deseja realizar obra de construção de uma ponte. Embora pequena, a obra é
complexa, sem especificação usual, dada a peculiaridade do terreno, e está orçada em cerca de R$ 1,6
milhão.
Nessa situação hipotética, o gestor poderá escolher, para a contratação, a licitação na modalidade
a) convite.
b) concorrência.
c) pregão.
d) leilão.
e) concurso.
Comentário:
Nesse caso, pode ser utilizada a concorrência, que é a modalidade de licitação para contratação de bens e
serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia.
A Nova Lei de Licitações extinguiu as modalidades tomadas de preço e convite, o que elimina a alternativa
A. O pregão não pode ser adotado, pois essa modalidade não serve para obras. Além disso, o leilão serve
para alienação de bens e o concurso para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico. Nesse caso,
eliminamos também as letras C, D e E.
Gabarito: alternativa B.
CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
*****
Os critérios de julgamento disciplinam a forma para aferir a proposta mais vantajosa para a
administração.
Duas rápidas analogias para você entender! Caso você queira verificar qual dos seus filhos (se você tiver) é
mais alto, você vai medi-los, provavelmente utilizando uma fita e a unidade métrica. A medida maior vai
indicar o seu filho mais alto. Se, por outro lado, você desejar verificar qual deles tem a maior massa,
provavelmente você usará uma balança, realizando a aferição da massa pela unidade de medida de
quilograma. Nesse caso, o maior número indicará o filho de maior massa. Nas duas situações, você utilizou
critérios para realizar uma comparação. Bom, é isso que os critérios de julgamento realizam. Simples, não?
Nesse contexto, o julgamento das propostas será realizado de acordo com os seguintes critérios (art. 33):
a) menor preço;
b) maior desconto;
c) melhor técnica ou conteúdo artístico;
d) técnica e preço;
e) maior lance, no caso de leilão;
f) maior retorno econômico.
O menor preço e o maior desconto são conhecidos, conjuntamente, como critério do “menor dispêndio”.
Essa expressão significa que, nos dois casos, o resultado será o menor custo para a administração. Assim, a
melhor proposta será aquela que (art. 34):
Alguns alunos questionam: professor, mas como assim “parâmetros mínimos de qualidade”? O que se quer
dizer, nesse caso, é que a proposta tem que atender a um mínimo. Por exemplo: se eu quero comprar um
carro com ar-condicionado e uma empresa apresentar o menor preço, mas para um carro sem ar-
condicionado, esta proposta não será considerada na classificação, pois ela não atende os parâmetros
mínimos. É uma questão bem lógica, certo? E isso não se confunde com a técnica e preço, por exemplo,
pois a “qualidade” não vai gerar “pontos” na proposta. Trata-se apenas de um padrão mínimo! Se a
proposta não atende ao mínimo, ela fica fora. Por outro lado, se ela atende ao mínimo, ela será considerada
na classificação. Por fim, se a proposta atende ao mínimo e “muito mais”, isso não vai gerar “pontos extras”
para a aferição da proposta. Por exemplo: se além de ter ar-condicionado o carro possuir banco de couro,
isso não vai “melhorar a proposta”, pois o banco de couro não era exigência. Em resumo, o que tiver “a
mais” não vai nem ajudar nem atrapalhar na classificação da proposta.
Dessa forma: o menor preço e o maior desconto geram o mesmo resultado: o valor mais baixo para o
objeto da licitação.
Apesar dessa característica comum, são dois critérios distintos. No menor preço, a melhor proposta será
atingida pelo valor nominal apresentado, ou seja, pelo valor expresso, literal. Por exemplo: a empresa A
ofereceu o produto por R$ 100,00, enquanto a empresa B por R$ 110,00. Nesse caso, a proposta da
empresa A tem o menor preço e será a vencedora.
Já no maior desconto, vamos identificar o valor de forma indireta. Vence quem ofertar o maior desconto
sobre um preço de referência. Imagine, por exemplo, a aquisição de medicamentos. A administração
poderia considerar como vencedora a proposta que apresentasse o maior desconto sobre a tabela de
preços de referência de medicamentos. Vamos supor que a tabela coloque como referência o valor de R$
100,00 para o medicamento X. A empresa A apresenta a oferta de 5% de desconto, enquanto a empresa B
apresenta 10%. Nesse caso, vence a empresa B, pois ofertou o maior desconto. E a consequência: a
administração pagará o valor mais baixo (R$ 90,00).
Sobre a questão do menor dispêndio, precisamos fazer uma observação. Em regra, o menor dispêndio é
obtido no menor preço e no maior desconto. Contudo, em casos excepcionais, quando cabível, ele também
será considerado na técnica e preço, vejamos:
Art. 34. O julgamento por menor preço ou maior desconto e, quando couber, por
técnica e preço considerará o menor dispêndio para a Administração, atendidos os
parâmetros mínimos de qualidade definidos no edital de licitação.
Vamos comentar um pouco mais sobre a técnica e preço adiante. Por ora, apenas lembre-se que também
é possível associar o menor dispêndio ao critério de técnica e preço.
Menor preço
Menor dispêndio
Maior desconto
(pagar menos)
Ademais, o menor preço e maior desconto são compatíveis com as seguintes modalidades de licitação:
a) pregão;
b) concorrência.
Vamos com um pouco de calma, pois essa parte é muito importante! Primeiro, perceba que o menor preço
ou o maior desconto não são compatíveis com o concurso, o leilão e o diálogo competitivo. No primeiro
caso porque o concurso é necessariamente licitado por melhor técnica ou conteúdo artístico; no segundo
caso, porque o leilão adota sempre o maior lance; por fim, no caso do diálogo competitivo, porque essa
modalidade é incompatível com a aferição objetiva que esses dois critérios adotam.
Outra informação relevante é que o pregão somente admite esses dois critérios. Assim, no pregão, o
julgamento será realizado ou pelo menor preço ou pelo maior desconto. Já a concorrência admite esses
dois critérios, mas também é compatível com outros, conforme vimos no tópico sobre essa modalidade de
licitação.
Vamos acrescentar mais duas informações. Primeiro que, quando for adotado o maior desconto, a
referência será o preço global fixado no edital de licitação, e o desconto será estendido aos eventuais
termos aditivos (art. 34, § 2º). Por exemplo: a administração fez uma licitação para um serviço de
engenharia, consistindo na reparação de uma parede. Como todos os serviços são padronizáveis, a
administração conseguiu buscar preços de referência e, então, fez a licitação pelo maior desconto. Nesse
caso, o desconto incidirá sobre o serviço como um todo, ou seja, sobre o preço global. Se, no futuro, houver
a necessidade de firmar aditivo, para incluir uma outra parede, dentro dos limites previstos em lei, o
desconto também incidirá sobre o aditivo.
Por fim, na aferição do menor dispêndio, a administração poderá considerar também os custos indiretos,
relacionados com as despesas de manutenção, utilização, reposição, depreciação e impacto ambiental do
objeto licitado, entre outros fatores vinculados ao seu ciclo de vida. Isso será possível quando esses custos
indiretos puderem ser objetivamente mensuráveis, conforme regulamento (art. 34, § 1º). Por exemplo: na
aquisição de um veículo, se for possível aferir objetivamente, a administração poderá considerar no menor
preço ou maior desconto o custo da manutenção preventiva (as revisões periódicas) nos anos de utilização
que pretende ficar com esse veículo.
Pregão
Modalidades
Concorrência
Modalidades § Pregão (somente admite dois critérios – menor preço e maior desconto);
compatíveis § Concorrência (admite outros critérios).
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) No julgamento por maior desconto, deverá ser considerado o menor
dispêndio para a administração, atendidos os parâmetros mínimos de qualidade definidos no edital de
licitação.
Comentário: na forma do art. 34, o julgamento por menor preço ou maior desconto e, quando couber, por
técnica e preço considerará o menor dispêndio para a administração, atendidos os parâmetros mínimos
de qualidade definidos no edital de licitação. Assim, por “menor dispêndio” entenda que haverá o menor
gasto para a administração. Por exemplo: se o licitante apresentar um desconto de 18%, sendo este o
“maior desconto”, isso significará que está será a proposta que terá o “menor dispêndio” para a
administração.
Por esse motivo, podemos assinalar a questão como correta.
O julgamento por melhor técnica ou conteúdo artístico considerará exclusivamente as propostas técnicas
ou artísticas apresentadas pelos licitantes.1 Nesse caso, o edital deverá definir o prêmio ou a
remuneração que será atribuída aos vencedores (art. 35).2
Portanto, no julgamento pela melhor técnica ou conteúdo artístico o licitante não apresenta proposta de
preço. A proposta será exclusivamente de conteúdo técnico. Isso acontece porque o “preço” é estabelecido
pela administração.
Eu gosto de fazer a seguinte comparação. Se você for organizar uma corrida e colocar um prêmio bastante
baixo para o vencedor, poucos profissionais aparecerão, sendo ainda que não serão “de elite”. Agora, se
você colocar um valor bastante alto, certamente a sua corrida terá alguns quenianos, etíopes e ugandeses
1
A melhor técnica ou conteúdo artístico é diferente da “melhor técnica” da Lei 8.666/1993. Primeiro porque não considera o
preço, ao passo que a antiga melhor técnica considerava. Segundo porque pode ser adotada no concurso, enquanto a antiga não
podia.
2
Observação: na maior parte das menções na Lei de Licitações, a “melhor técnica ou conteúdo artístico” é adotada como se
fosse um critério de julgamento só. Cito, por exemplo, a menção do parágrafo único do art. 35, que adota a seguinte redação “o
critério de julgamento de que trata o caput”, ou seja, adota o “critério” no singular, considerando como se fosse único. Todavia,
nem sempre a técnica legislativa é perfeita. Há um problema nos artigos 37 e 38, que mencionam apenas "melhor técnica" (não
mencionam o "conteúdo artístico"). É cedo para afirmar que isso foi proposital, para “separar” em dois critérios, ou se foi apenas
uma falha de redação. Assim, por enquanto, recomendamos apenas que considere, em regra, que é um critério só, mas fique
atento para os casos previstos nos arts. 37 e 38, que mencionam apenas a “melhor técnica”.
(e essa galera corre, viu). Portanto, o prêmio vai influenciar nos participantes. Porém, cabe aos corredores
apenas “correr”, mas eles não poderão mexer no prêmio.
Isso ocorre quando a administração licita pela melhor técnica ou conteúdo artístico. O prêmio ou
remuneração é estabelecido pela administração. Cabe aos profissionais apresentar a proposta técnica ou
artística, mas sem mexer no preço.
Além disso, esse critério de julgamento poderá ser utilizado para a contratação de:
a) projetos; e
b) trabalhos de natureza técnica, científica ou artística.
Por exemplo: se a administração desejar licitar um projeto arquitetônico para a realização de uma obra,
poderá adotar, para a licitação do projeto, o critério de melhor técnica ou conteúdo artístico.
Ademais, pela natureza do objeto, esses critérios são compatíveis com as seguintes modalidades:
a) concurso;
b) concorrência.
Novamente, vamos fazer algumas observações. Eliminamos o pregão e o leilão, pois essas duas
modalidades possuem critérios definidos. O diálogo competitivo, por sua vez, é julgado conforme critérios
definidos em edital.
Outra observação é que o concurso somente admite o julgamento pela melhor técnica ou conteúdo
artístico, ao passo que a concorrência admite outros critérios de julgamento.
Concurso
Modalidades
Concorrência
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) Suponha que determinado Município pretenda contratar um arquiteto
para preparar um projeto para realização de uma obra. Em relação ao projeto, é possível que a
contratação se realize pela modalidade concurso, utilizando os critérios de melhor técnica ou conteúdo
artístico.
Comentário: o julgamento por melhor técnica ou conteúdo artístico poderá ser utilizado para a
contratação de projetos (como é o caso do enunciado) e trabalhos de natureza técnica, científica ou
artística (art. 35, parágrafo único).
Ademais, pela natureza do objeto, esses critérios são compatíveis com a modalidade concurso. Lembrando
que o concurso é a “modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo
critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou
remuneração ao vencedor” (art. 6°, XXXIX).
Logo, está correta a assertiva.
Técnica e preço
O julgamento por técnica e preço considerará a maior pontuação obtida a partir da ponderação, segundo
fatores objetivos previstos no edital, das notas atribuídas aos aspectos de técnica e de preço da proposta
(art. 36).
Para você entender esse critério, vamos explicar por partes. Primeiro, você deve saber que os licitantes
apresentarão duas propostas. Uma será chamada “proposta técnica”, a outra será denominada “proposta
de preço”.
Imagine que você vai se casar e resolve procurar cinco agências de viagens para escolher o destino dos
sonhos para a sua lua de mel. Mas, na verdade, você ainda não sabe qual é esse destino. Então, você pediu
para cada uma das agências dois envelopes: (i) o primeiro envelope somente teria informações sobre a
viagem, a hospedagem, a alimentação, etc. (nada de informação de preço nesse primeiro envelope); (ii) o
segundo envelope teria apenas o preço do pacote.
Você e seu companheiro(a), então, definem critérios para dar notas de 0 a 10 para o “primeiro envelope”
(técnica) e o “segundo envelope” (preço). Vamos supor que o melhor preço seja a “nota 10” (quanto ao
preço), e a viagem dos sonhos seja a nota 10 (quanto à técnica). Atribuídas as notas, basta colocar tudo em
uma tabela, fazer a média, e definir o “vencedor”.
Show de bola, não é? Nós fazemos isso o tempo todo na nossa vida, mas sem um procedimento
formalizado.
Entretanto, a utilização desse critério é excepcional. Em regra, a administração deve adotar os critérios de
menor preço ou maior desconto. Caso tenha a intenção de utilizar a técnica e preço, terá que justificar a
inviabilidade da utilização dos outros critérios.
Assim, o critério de julgamento de técnica e preço será escolhido quando o estudo técnico preliminar
demonstrar que a avaliação e a ponderação da qualidade técnica das propostas que superarem os
requisitos mínimos estabelecidos no edital forem relevantes aos fins pretendidos pela administração.
Explico: você poderia ser feliz ficando em um hostel. Porém, ainda que o hostel atenda ao mínimo que você
precisa, certamente um hotel cinco estrelas, all inclusive, com vista para o mar e outras coisas mais, poderá
fazer a diferença na comparação das propostas. Isso, contudo, terá o seu custo. Assim, as duas atendem ao
mínimo necessário (o hostel e o all inclusive). Porém, além de atender ao mínimo, há algo a mais para
apreciar. Logo, você terá que fazer uma avaliação do custo-benefício. Aqui é que entra a técnica e preço.
De certa forma, é um critério para avaliar o “custo-benefício” das propostas, ponderando as vantagens da
técnica, em relação ao preço.
Bom, mas quando eu posso adotar esse critério? Segundo a Lei de Licitações, o critério de técnica e preço
somente poderá ser adotado para contratação de:
e) objetos que admitam soluções específicas e alternativas e variações de execução, com repercussões
significativas e concretamente mensuráveis sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e
durabilidade, quando essas soluções e variações puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes,
conforme critérios objetivamente definidos no edital de licitação.
Vamos explicar um pouco a situação acima. No caso de serviços técnicos especializados de natureza
predominantemente intelectual, a técnica e preço não é apenas cabível, como será “preferencial”. A
definição de serviço técnico especializado consta no art. 6º, XVIII, tratando de serviços como a emissão de
pareceres, consultorias, defesa de causas judiciais, treinamento de pessoal, etc. São aqueles serviços em
que o “componente humano” faz muita diferença. Logo, se a administração desejar contratar uma empresa
para prestar treinamento, o critério de julgamento “preferencial” será a técnica e preço.3
Nas demais situações, a técnica e preço também é aplicável, mas sem ser o critério preferencial.
Por fim, é importante deixar uma explicação da letra “e”. O dispositivo trata da realização de objetos que
==2e49ca==
admitam diferentes alternativas e variações na execução. Assim, são objetos em que cada licitante poderá
ter “o seu método”. Nesse tipo de situação, a administração também poderá adotar a técnica e preço.
Imagine, por exemplo, a construção de uma pista olímpica de atletismo. Há diferentes empresas, cada uma
com as suas metodologias, mas todas elas vão chegar ao resultado desejado pela administração.
Vamos avançar mais um pouco. Há casos em que a técnica é mais importante do que o preço. Há outros
casos, entretanto, em que o preço é mais importante do que a técnica. Então, a administração poderá
definir uma ponderação, atribuindo uma relevância maior para um ou para outro. No exemplo, da sua lua
de mel, você poderia querer mais luxo (técnica) ou economia (preço). Antes de ser concursado, o preço
será mais relevante. Mas depois você vai querer um pouco mais de luxo "
$. Assim, ao invés de uma média
#
simples, seria melhor atribuir uma média ponderada.
A Lei de Licitações, porém, coloca um limite para a ponderação em favor da técnica. Assim, no julgamento
por técnica e preço, deverão ser avaliadas e ponderadas as propostas técnicas e, em seguida, as propostas
de preço apresentadas pelos licitantes, na proporção máxima de 70% (setenta por cento) de valoração
para a proposta técnica.4
Simplificando, a proporção máxima da ponderação em favor da técnica não poderá superar 70%. Nesse
caso, o máximo ensejaria uma ponderação de 70% para a técnica e 30% para o preço. Entretanto, a Lei de
Licitações não coloca limite para a ponderação em favor do preço. Logo, podemos deduzir que nada impede
uma ponderação, por exemplo, de 80% ou 90% em favor do preço.
3
Vamos ver que há casos em que esses serviços serão contratados diretamente, sem licitação. Mas isso é um assunto para outro
capítulo.
4
Esse limite de 70% já era adotado nas decisões do TCU, na aplicação da Lei 8.666/1993, com o objetivo de evitar a prática
indesejável de colocar uma ponderação elevada para a técnica, ao ponto de tornar o preço um fator quase irrelevante.
Acho pouco provável uma questão de prova te pedir para calcular uma proposta vencedora. Porém, vamos
fazer um cálculo apenas para você compreender bem. Quando “ponderamos” uma média, basta aplicar o
percentual de ponderação às notas atribuídas a cada um dos aspectos (técnica e preço). Por exemplo: se a
ponderação é de 60% em favor da técnica, então vamos multiplicar a nota da proposta técnica por 0,6
(60%) e a nota da proposta de preço por 0,4 (40%).
Vamos citar um exemplo com quatro empresas. Na tabela, teremos a coluna da nota da proposta técnica
e da nota da proposta de preço. Adotaremos a ponderação de 60% em favor da técnica e de 40% em favor
do preço. Vai ficar assim:
Empresa Nota da técnica Nota do preço (60% técnica e 40% preço) Resultado Posição
A 8,0 10,0 (8 x 0,6) + (10 x 0,4) 8,80 2º
B 9,0 8,0 (9 x 0,6) + (8 x 0,4) 8,60 3º
C 7,0 9,0 (7 x 0,6) + (9 x 0,4) 7,80 4º
D 10,0 7,5 (10 x 0,6) + (7,5 x 0,4) 9,00 1º
Note, pela tabela, que uma soma ou média simples (valores iguais para cada proposta) tornaria a empresa
A vencedora. Entretanto, como há o fator de ponderação, então a proposta é superada pela empresa D.
Os valores da coluna do cálculo podem variar, conforme definido em edital. Porém, temos que lembrar da
regra prevista no Estatuto: a ponderação máxima em favor da técnica será de 70%.
Por fim, você deve estar se questionando: mas como essas notas são atribuídas? Isso caberá ao
regulamento da Lei de Licitações e ao edital do concurso definir. Contudo, o Estatuto nos apresenta um
critério que será considerado na atribuição da nota para a técnica. Segundo a Lei, o desempenho pretérito
na execução de contratos com a administração pública deverá ser considerado na pontuação técnica.5
Por fim, cumpre anotar que a Lei de Licitações somente prevê a adoção da técnica e preço quando a
modalidade de licitação for a concorrência.
5
As informações sobre a execução de contratos anteriores constarão no registro cadastral do licitante, na forma do art. 87 da
Lei de Licitações e Contratos.
De técnica
Ponderação das notas atribuídas aos aspectos
De preço
Modalidade Concorrência
TÉCNICA E PREÇO
Outras § Ponderação máxima para a proposta técnica: 70% (não há limite para o preço);
características § Modalidade concorrência;
§ Desempenho pretérito do licitante será considerado na pontuação técnica.
Esse é um tópico de aprofundamento. Acredito que será uma parte de pouca cobrança, mas vamos deixar
os comentários relevantes, sobretudo para o momento em que você desejar aprofundar um pouco no
tópico licitações. Se você estiver “com pouco tempo” avance para o tópico seguinte! Lembrando que no
final deste tópico tem um resuminho próprio. Se ficar aqui, vamos lá!
Existem algumas características que são comuns aos critérios de melhor técnica e da técnica e preço.
Aqui, entretanto, vamos deixar uma ressalva. Na maior parte dos casos, a Lei de Licitações trata a “melhor
técnica ou conteúdo artístico” como se fosse um critério só. Há diversas menções que nos levam a esta
conclusão. Porém, especificamente nos arts. 37 e 38, a Lei de Licitações menciona apenas “melhor técnica”.
Bom, acreditamos que foi só uma falha de redação, sem qualquer significado prático. Todavia, como muitas
questões são bem literais, fica a ressalva sobre a forma como isso é tratado nos arts. 37 e 38.
Tanto na melhor técnica quanto na técnica e preço teremos uma análise do componente técnico da
proposta. A diferença é que, no primeiro critério, só há proposta técnica; no segundo, há proposta técnica
e proposta de preço.
Além disso, haverá uma banca designada para atribuir notas a quesitos de natureza qualitativa. Lembra
da agência de viagem? Você e seu companheiro(a) irão dar notas aos aspectos qualitativos da proposta da
agência (nota para o hotel, nota para as refeições, nota para os passeios). Então, essa banca fará o mesmo,
porém em relação à proposta técnica. As notas serão atribuídas de acordo com orientações e limites
definidos em edital, considerados a demonstração de conhecimento do objeto, a metodologia e o
programa de trabalho, a qualificação das equipes técnicas e a relação dos produtos que serão entregues.
Além das notas aos quesitos técnicos, serão atribuídas notas por desempenho do licitante em
contratações anteriores aferida nos documentos comprobatórios de fiscalizações de contratos anteriores
e também do registro cadastral unificado disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).
Nesse caso, estamos falando da experiência em contratos anteriores com a administração pública. Aqui,
entretanto, a Lei de Licitações não informa se essas notas também serão atribuídas pela “banca”.
A banca responsável pela atribuição das notas sobre os quesitos qualitativos da proposta (item “2”) terá no
mínimo três membros e poderá ser composta de:
Essa banca não se confunde com o agente de contratação nem com a comissão de licitação, quando esta é
admitida. A banca apenas faz um trabalho específico: dá notas aos atributos técnicos da proposta. Porém,
a licitação é conduzida pelo agente de contratação.
Agora, vou te contar mais uma história! Você já viu alguém que foi contratar um fotógrafo ou outro
profissional de renome, fechou o contrato, mas no dia do evento quem fez o serviço foi um “auxiliar”. Quer
dizer: a pessoa pagou caro pelo “cara”, mas ele mandou um ajudante para fazer o serviço. Certamente,
ninguém gosta quando isso acontece, concorda?
A Lei de Licitações prevê um dispositivo que veda essa situação. Nesse caso, no julgamento por melhor
técnica ou por técnica e preço, a obtenção de pontuação devido à capacitação técnico-profissional exigirá
que a execução do respectivo contrato tenha participação direta e pessoal do profissional
correspondente (art. 38). Por exemplo: uma empresa obteve uma pontuação maior porque o seu
profissional é “o cara” no serviço. Então, esse profissional será obrigado a executar o serviço de forma
direta e pessoal.
Primeiro, vamos delimitar uma coisa. Muitas vezes, a utilização da melhor técnica e da técnica e preço serve
para a contratação de serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual. O
conceito desses serviços consta no art. 6º, XVIII, tratando de serviços cujo “componente humano” é
relevante. É o que ocorre na contratação de uma consultoria, por exemplo.
Sem entrar em muitos detalhes sobre esse tema, cabe destacar que, em alguns casos, esses serviços
técnicos especializados serão contratados por inexigibilidade de licitação. Para isso, alguns requisitos terão
que ser observados. Mas deixaremos para falar desse tema em outro momento.
Assim, excluindo os casos de inexigibilidade6, haverá o dever de licitar! E a licitação dos serviços técnicos
especializados de natureza predominantemente intelectual normalmente ocorre pelo critério de técnica
e preço (é o critério “preferencial”, na forma do art. 36, § 1º, I). Também poderíamos pensar em outros
critérios. Por exemplo, um projeto também admite a melhor técnica ou conteúdo artístico (art. 35,
parágrafo único).
Há, portanto, uma margem de liberdade para definir vários fatores da contratação de serviços técnicos
especializados. Porém, há três situações especiais em que a Lei de Licitações dá uma “amarrada” nas
condições de julgamento da proposta. Vejamos:
I – melhor técnica; ou
Vamos começar com uma observação. O valor citado acima é atualizado periodicamente, mas vamos citar,
neste momento, o valor expresso. A atualização do valor consta na tabela do começo desta aula!
Vamos traduzir o que vimos acima! Primeiro, retire os casos de inexigibilidade. Segundo, retire os casos
não enquadrados no dispositivo acima: (i) contratações abaixo de R$ 300.000,00; e (ii) contratações que
não se enquadrem nas três hipóteses (alíneas “a”, “d” e “h”). Nestas, a administração terá uma margem de
liberdade maior.
Agora, analisando os casos indicados acima, teremos regras especiais para a contratação de:
Nesses três casos, quando o contrato for de valor superior a R$ 300.000,00, a administração somente
poderá adotar os critérios abaixo:
a) melhor técnica;
b) técnica e preço, na proporção de 70% (setenta por cento) de valoração da proposta técnica.
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Teoricamente, também poderíamos ter outras hipóteses de contratação direta, como o baixo valor. Mas vamos seguir apenas
o que o texto literal da Lei de Licitações, nesse momento.
Perceba que, se for adotada a técnica e preço, há uma imposição: a proposta SERÁ de 70% de valoração
para a proposta técnica. Não é “até”, é “de 70%”. Logo, necessariamente, no caso de técnica e preço, a
proporção será de 70% para a técnica e 30% para o preço. Decore isso, pois é o único caso em que a Lei de
Licitações “amarra” a proposta dos aspectos de técnica e de preço.
Banca § Para avaliação dos quesitos qualitativos (segundo item da lista acima);
§ Pelo menos três membros;
§ Servidores efetivos ou empregados públicos / profissionais contratados;
§ Não se confunde com “comissão de licitação”.
Caso específico § Valor superior a R$ 300.000,00 (valor expresso na lei, antes da atualização);
§ Tratando-se de serviço técnico especializado de natureza predominantemente
intelectual, sobre:
• estudos técnicos, planejamentos, projetos básicos e projetos executivos;
• fiscalização, supervisão e gerenciamento de obras e serviços; ou
• controles de qualidade e tecnológico, análises, testes e ensaios de campo e
laboratoriais, instrumentação e monitoramento.
§ Não se tratar de inexigibilidade;
§ A licitação será por:
• melhor técnica; ou
• técnica e preço, com (exatos) 70% de ponderação para a técnica.
quando essas soluções e variações puderem ser adotadas à livre escolha dos licitantes, conforme critérios
objetivamente definidos no edital de licitação.
Portanto, o caso da questão não poderia ser licitado por técnica e preço.
Por isso, podemos assinalar a questão como errada.
O julgamento por maior retorno econômico será utilizado exclusivamente para a celebração de contrato
de eficiência. Nesse critério, será considerada a maior economia para a administração, e a remuneração
deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional à economia efetivamente obtida na
execução do contrato (art. 39).
Com isso, você precisa anotar as seguintes características do maior retorno econômico:
Imagine o seguinte: você tem uma empresa e a sua conta de luz está em um valor bastante elevado. Então,
uma consultoria de engenharia diz que poderia fazer algumas obras na sua empresa, alterando as posições
das janelas, modificando o sistema de refrigeração, adequando a iluminação, entre outras medidas.
Segundo esta empresa, ao executar a obra, a sua conta de luz ficaria 30% mais barata. Você gosta da ideia,
mas desconfiado faz a seguinte proposta: que tal definir a remuneração pela execução da obra sobre um
percentual da economia efetivamente gerada na conta de luz? Em termos mais simples, você propõe pagar
à empresa uma “remuneração”, proporcional à economia efetivamente obtida. Isso é denominado
contrato de eficiência!
O conceito formal de contrato de eficiência consta no art. 6º, LIII, da Lei de Licitações, nos seguintes termos:
LIII - contrato de eficiência: contrato cujo objeto é a prestação de serviços, que pode
incluir a realização de obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar
economia ao contratante, na forma de redução de despesas correntes, remunerado o
contratado com base em percentual da economia gerada [...].
Nas licitações que adotarem o critério de julgamento pelo maior retorno econômico, os licitantes
apresentarão:
Portanto, a empresa apresenta duas propostas. Na proposta de trabalho, a licitante diz o que pretende
fazer e qual a economia (geral) que pretende gerar. Na segunda, ela diz qual o percentual dessa economia
que será cobrado como “preço” pela execução do objeto do contrato.
Por exemplo: (i) proposta de trabalho: (a) farei essas obras; (b) vou gerar R$ 200 mil de economia por mês;
(ii) proposta de preço: vou cobrar 30% dessa economia como remuneração (ou seja, R$ 60 mil por mês).
Mas como é definida a proposta vencedora? Nesse caso, para efeito de julgamento da proposta, o retorno
econômico será o resultado da economia que se estima gerar com a execução da proposta de trabalho,
deduzida a proposta de preço (art. 39, 3º). No exemplo acima, a economia para a administração seria de
R$ 140 mil por mês (200 mil – 60 mil). A proposta que gerar a maior economia, dentro desse contexto, será
a vencedora.
Ademais, o edital de licitação deverá prever parâmetros objetivos de mensuração da economia gerada
com a execução do contrato, que servirá de base de cálculo para a remuneração devida ao contratado (art.
39, 2º).
Eu sei que você já está pensando: mas se a economia não se concretizar? Segundo a Lei de Licitações, nos
casos em que não for gerada a economia prevista no contrato de eficiência:
Vamos voltar ao nosso exemplo. A economia prometida foi de R$ 200 mil. Se ela ficar em apenas R$ 170
mil, a administração descontará essa diferença da remuneração do contratado. Assim, ao invés de pagar
R$ 60 mil, a administração vai pagar R$ 30 mil ao contratado. Porém, o edital terá um “limite”. Caso esse
limite seja superado, a contratada sofrerá as sanções cabíveis.
Modalidade Concorrência
Conceito § Critério de julgamento no qual a melhor proposta é aquela que gerar a maior
economia para a administração;
§ Exclusivamente para contratos de eficiência.
Modalidade § Concorrência.
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) Nos contratos de eficiência, cujo objeto é a prestação de serviços, de
forma isolada ou conjuntamente com a realização de obras ou fornecimento de bens, o julgamento das
propostas será necessariamente realizado pelo critério de maior retorno econômico, em que se leva em
consideração a maior economia para a administração.
Comentário: de acordo com a previsão do art. 39, o julgamento por maior retorno econômico, utilizado
exclusivamente para a celebração de contrato de eficiência, considerará a maior economia para a
administração, e a remuneração deverá ser fixada em percentual que incidirá de forma proporcional à
economia efetivamente obtida na execução do contrato.
O contrato de eficiência, por sua vez, é aquele “cujo objeto é a prestação de serviços, que pode incluir a
realização de obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante,
na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contratado com base em percentual da
economia gerada” (art. 6°, LIII).
Ou seja, o gabarito é correto.
Maior lance
O maior lance é o critério de julgamento exclusivo do leilão. Na verdade, o maior lance e o leilão são
casados, fiéis e inseparáveis. Isso porque o leilão somente admite o maior lance; e o maior lance somente
é cabível no leilão.
No dito popular: o leilão é o maior lance formam o segundo maior caso de amor
L ML da história dos concursos públicos!
Mas professor, qual é o maior caso de amor? Oras, jovem concurseiro, é o meu
amor pela minha querida esposa Aline! ❤
A Lei de Licitações não dedica um artigo para explicar o maior lance. Porém, é só a gente analisar como
funciona o leilão. Então, nesse critério de julgamento, o vencedor será aquele que apresentar o maior valor
pelo objeto que está sendo licitado. Por exemplo: em um leilão de um carro inservível para a administração,
quem ofertar o valor mais elevado ficará com o veículo.
(Prof. Herbert Almeida - Inédita) O leilão somente admite o julgamento pelo critério do maior lance.
Comentário: lembrem-se: o leilão somente admite o maior lance; e o maior lance somente admite o leilão.
São como um casal inseparável!
Correta a questão.
CRITÉRIOS DE JULGAMENTO
LICITAÇÕES
1. (Cebraspe – SEE PE/2022) O pregão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens
e serviços comuns.
Comentário: nos termos do art. 6º, XLI, o pregão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de
bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto.
Gabarito: correto.
Comentário:
a) o leilão é modalidade utilizada exclusivamente para alienação de bens (art. 6º, XL) – ERRADA;
b) o pregão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns (como o caso
do veículo mencionado no enunciado) cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de
maior desconto (art. 6º XLI) – CORRETA;
c) o concurso é modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo
critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou
remuneração ao vencedor (art. 6º, XXXIX) – ERRADA;
Gabarito: alternativa B.
Comentário: nos termos da Lei 14.133/21, são modalidades de licitação: pregão; concorrência; concurso;
leilão; diálogo competitivo (art. 28). O credenciamento não é modalidade licitatória, e sim um
procedimento auxiliar da licitação (art. 78, I).
Gabarito: errado.
4. (Cebraspe – TCE RJ/2022) Em regra, as empresas públicas estaduais não se submetem às normas
da Lei n.º 14.133/2021, que estabelece novas disposições acerca de licitações e contratos
administrativos.
§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ressalvado
o disposto no art. 178 desta Lei.
Adicionalmente, a Lei 13.303/2016 dispõe que o seu regime é aplicável a “toda e qualquer empresa pública
e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a
atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços
públicos” (L13303, art. 1º, caput).
Assim, em regra, as empresas estatais não estão sob o alcance da Nova Lei de Licitações, com algumas
exceções, como as disposições penais (L14133, art. 1º, § 1º; c/c art. 178).
Gabarito: correto.
5. (Cebraspe – TCE SC/2022) As contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas
no exterior seguirão obrigatoriamente a instrução processual e os procedimentos estabelecidos na Lei .º
14.133/2021.
Comentário: a Lei n° 14.133/2021 dispõe que as contratações realizadas no âmbito das repartições
públicas sediadas no exterior obedecerão às peculiaridades locais e aos princípios básicos estabelecidos
nesta Lei, na forma de regulamentação específica a ser editada por ministro de Estado (art. 1°, §2°).
Então, não há obrigatoriedade de observância total da Lei de Licitações, mas sim de seus princípios básicos,
respeitadas as peculiaridades locais.
Gabarito: errado.
Comentário: isso mesmo. Nesse período de transição estabelecido pela Lei n° 14.133/2021 (até 30/12/23),
a administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo
com as leis 8.666/93, 10.520/02 e 12.462/11, e a opção escolhida deverá ser indicada expressamente no
edital ou no aviso ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada desta Lei com as
citadas no referido inciso (art. 191). Com efeito, o edital ou ato autorizativo deve ser publicado até 29 de
dezembro de 2023.
Gabarito: correto.
7. (Cebraspe – TCE SC/2022) A administração pública poderá optar pela aplicação combinada da Lei
n.º 14.133/2021 com a Lei n.º 8.666/1993 e(ou) com a Lei n.º 10.520/2002, seja ao licitar, seja ao
contratar diretamente.
Comentário: não. A administração pode optar por utilizar uma ou outra lei, mas fica vedada a aplicação
combinada da Lei n° 14.133/2021 com a Lei n° 8.666/93 ou 10.520/02. Ademais, o regime escolhido para a
licitação (novo ou antigo) será aquele que irá disciplinar o respectivo contrato.
Gabarito: errado.
8. (Cebraspe – DPE RO/2022) Um servidor de uma empresa estatal deu causa à contratação direta
com particular, promovendo licitação para o fornecimento de bens, fora das hipóteses previstas em lei,
instaurando-se, por consequência, a competente ação penal.
Nessa situação hipotética, tratando-se de empresa estatal,
a) são aplicáveis as disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021).
b) são aplicáveis as disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021), todavia
com penas diversas e menos rigorosas.
c) não se aplica nenhuma das disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021).
d) são aplicáveis as disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021) somente
de forma extensiva, quando a lei especial não disciplinar a matéria.
e) não são aplicáveis as disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021), salvo
as penas pecuniárias.
Contudo, nos termos do art. 1° da Lei de Licitações, apesar da previsão de que não são abrangidas pela Lei
“as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303,
de 30 de junho de 2016”, há a ressalva quanto ao disposto no art. 178, que trata das disposições penais -
Código Penal.
Essa ressalva consta da própria Lei 13.303/16, que, em seu art. 41, prevê que às licitações e aos contratos
envolvendo as estatais aplicam-se as normas de direito penal contidas na lei de licitações.
Gabarito: alternativa A.
Comentário: isso mesmo. Ambas as leis estabelecem normas gerais de licitação e contratação para as
Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios (Lei 14.133/21, art. 1°; Lei n° 8.666/93, art. 1°) (obs.: a L8666 também prevê a aplicação no
âmbito das empresas estatais, mas isso foi superado com a edição da L13303/16).
Assim, as duas leis gerais de licitações se aplicam às fundações públicas, no âmbito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios.
Gabarito: correto.
10. (Cebraspe – SEFAZ RR/2021) As normas gerais previstas pela nova Lei de Licitações e Contratos
Administrativos (Lei n.º 14.133/2021) se aplicam obrigatoriamente
a) às contratações de todas as entidades da administração direta e indireta da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
b) aos Poderes Legislativo e Judiciário, quando houver desempenho de atividade de natureza administrativa
nesses poderes.
c) aos contratos de operação de crédito interno, inclusive quanto à concessão de garantia, sendo
dispensada sua aplicação quando a operação for de crédito externo.
d) aos municípios apenas se houver ratificação das regras por regulamentação local, que deve ser aprovada
na respectiva câmara municipal.
e) a qualquer contrato administrativo vigente, porque todas as disposições da Lei n.º 8.666/1993 foram
imediatamente revogadas quando a nova norma entrou em vigor.
Comentário:
a) não são todas as entidades da administração indireta. A L14133 não abrange as empresas públicas, as
sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016,
ressalvadas as disposições penais – ERRADA;
b) os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e do Distrito Federal e os órgãos do
Poder Legislativo dos Municípios, quando no desempenho de função administrativa, realmente se
submetem aos termos da L14133 (art. 1°, I) – CORRETA;
c) não se subordinam ao regime da Lei n° 14.133/21 os contratos que tenham por objeto operação de
crédito, interno ou externo, e gestão de dívida pública, incluídas as contratações de agente financeiro e a
concessão de garantia relacionadas a esses contratos – ERRADA;
e) não, uma vez que a Lei n° 8.666/93 continua em vigor até 30 de dezembro de 2023. Somente as
disposições penais foram imediatamente revogadas – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
11. (Cebraspe – SEFAZ AL/2021) Determinada autoridade administrativa vinculada a uma autarquia
estadual pretende celebrar contrato administrativo e, para tanto, planeja lançar edital de licitação na
modalidade concorrência, em 1.º de janeiro de 2022, mas está em dúvida sobre qual legislação aplicar —
Lei n.º 8.666/1993 ou Lei n.º 14.133/2021.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir
A administração poderá optar por licitar com base em quaisquer das legislações mencionadas, podendo
até mesmo combinar a aplicação daquelas duas leis.
Comentário: de fato, pode haver a opção entre as duas legislações, o que não pode é combinar as duas.
Até 30 de dezembro de 2023, a administração poderá optar por licitar ou contratar diretamente de acordo
com esta Lei ou de acordo com a legislação anterior, e a opção escolhida deverá ser indicada expressamente
no edital ou no aviso ou instrumento de contratação direta, vedada a aplicação combinada das leis novas
e anteriores (art. 191).
Gabarito: errado.
12. (Cebraspe – PGE PB/2021) A vigência da Lei n.º 14.133/2021 (denominada Nova Lei de Licitações
e Contratos)
a) ocorreu com a sua publicação.
b) se dará em 30 de dezembro de 2023.
c) ocorrerá com a revogação da Lei n.º 8.666/1993.
d) depende da regulamentação dos modos de disputa do pregão.
e) depende da regulamentação da atuação da comissão de contratação.
Comentário: nos termos do art. 194 da L14133, a Lei entrou em vigor na data de sua publicação. A
revogação da Lei 8.666/93 ocorrerá em 30 de dezembro de 2023, e nesse meio tempo as duas leis
permanecem vigentes. Logo, o gabarito é a letra A.
As letras B e C estão erradas, uma vez que citado se refere à revogação da L8666, mas a L14133 entrou em
vigor de imediato.
Ademais, o pregão, em âmbito federal, já tem a sua regulamentação (o Decreto 10.024/2019 já foi editado
com base nas disposições do projeto que levou à L14133). Por fim, não há dependência de regulamento de
comissão de contratação para que a NLLC entre em vigor.
Gabarito: alternativa A.
13. (Cebraspe – SEFAZ CE/2021) As normas gerais de licitação e contratação previstas pela Lei n.º
14.133/2021 aplicam-se, em regra, às administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da
União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, bem como às empresas públicas e às sociedades
de economia mista dos respectivos entes.
Comentário: a Lei n° 14.133/21 estabelece normas gerais de licitação e contratação para as Administrações
Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
mas não abrange as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas
pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, ressalvadas as disposições penais (art. 178).
Gabarito: errado.
14. (Cebraspe – SEFAZ CE/2021) É permitida a celebração de contrato regido por normas de licitação
anteriores à Lei n.º 14.133/2021, desde que a opção escolhida conste expressamente no edital ou no
aviso ou instrumento de contratação direta.
Comentário: isso mesmo. Até 30 de dezembro de 2023, a Administração poderá optar por licitar ou
contratar diretamente de acordo com esta Lei ou de acordo com as leis citadas no referido inciso, desde
que: (i) a publicação do edital ou do ato autorizativo da contratação direta ocorra até 29 de dezembro de
2023; e (ii) a opção escolhida seja expressamente indicada no edital ou no ato autorizativo da contratação
direta. Acrescenta-se que é vedada a aplicação combinada das normas (art. 191).
Gabarito: correto.
Determinado órgão público, pretendendo contratar empresa para prestação de serviços de publicidade,
publicou edital de licitação na modalidade leilão prevendo que as interessadas deveriam apresentar
comprovante de funcionamento regular de no mínimo três anos. Não concordando com o edital, a
autoridade competente desconsiderou o procedimento licitatório e realizou a contratação direta por
inexigibilidade de licitação de uma empresa que tinha apenas seis meses de funcionamento, cujo
proprietário era um de seus primos.
Porém, a simples contratação do primo, por si só, não é um problema. Isso porque a L14133 veda a
contratação daquele (art. 14, IV):
Primo, por sua vez, é parente de quarto grau. Portanto, não há violação nesse caso.
Por fim, não há violação do princípio da sustentabilidade, que estaria relacionado às regras ambientais.
Gabarito: errado.
Determinado órgão público, pretendendo contratar empresa para prestação de serviços de publicidade,
publicou edital de licitação na modalidade leilão prevendo que as interessadas deveriam apresentar
comprovante de funcionamento regular de no mínimo três anos. Não concordando com o edital, a
autoridade competente desconsiderou o procedimento licitatório e realizou a contratação direta por
inexigibilidade de licitação de uma empresa que tinha apenas seis meses de funcionamento, cujo
proprietário era um de seus primos.
17. (Cebraspe – PGE PB/2021) A licitação consiste em procedimento complexo que, além de outros
requisitos, deve ser composta por diversos agentes com competências diferentes. Essa definição traduz
o princípio da
a) transparência.
b) eficácia.
c) eficiência.
d) segregação de funções.
e) segurança jurídica.
Comentário: a Lei de Licitações dispõe que a autoridade máxima do órgão ou da entidade ou outra com
esta função deverá observar o princípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo agente
público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de
ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação. Assim, o enunciado descreve o
princípio da segregação de funções, conforme alternativa D.
Gabarito: alternativa D.
18. (Cebraspe – SEFAZ CE/2021) Pelo princípio da segregação de funções, a administração deve buscar
a divisão de funções entre diferentes agentes, a fim de evitar a concentração de responsabilidades e
reduzir riscos.
Comentário: isso mesmo. A L14133 dispõe que a autoridade máxima do órgão ou da entidade ou outra
com esta função deverá observar o princípio da segregação de funções, vedada a designação do mesmo
agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a
possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação (art. 7°, § 1°).
Gabarito: correto.
19. (Cebraspe – TCE SC/2022) A Lei n.º 14.133/2021 estabelece como modalidades de licitação o
pregão, a concorrência, o concurso, o leilão, o diálogo competitivo e a tomada de preços.
I – pregão;
II – concorrência;
III – concurso;
IV – leilão;
V – diálogo competitivo.
Assim, a tomada de preços (que é modalidade licitatória prevista na Lei n° 8.666/1993) não consta no
âmbito da Lei n° 14.133/2021. Lembre-se do seguinte: a tomada de preços, o convite e o RDC não constam
na L14133 e deixarão de existir com a revogação de suas leis de referência.
Gabarito: errado.
20. (Cebraspe – DPE RO/2022) Caso a administração pública vise a contratar objeto em que há
impossibilidade, com precisão suficiente, de definir as especificações técnicas, pode-se utilizar licitação
na modalidade
a) leilão.
b) concurso.
c) concorrência.
d) diálogo competitivo.
e) pregão.
Comentário:
a) o leilão é a modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou
legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance (art. 6°, XL) – ERRADA;
b) o concurso é a modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo
critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou
remuneração ao vencedor (art. 6°, XXXIX) – ERRADA;
e) o pregão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo critério
de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto (art. 6°, XLI) – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
21. (Cebraspe – Telebras/2022) Visando reduzir a burocracia, a nova lei extinguiu algumas
modalidades de licitação e não criou nenhuma nova modalidade.
Comentário: de fato, a L14133 extinguiu as modalidades tomada de preços e convite. Contudo, trouxe a
previsão de uma nova modalidade: o diálogo competitivo.
Gabarito: errado.
22. (Cebraspe – IBAMA/2022) Para a contratação de obras, serviços e compras, o IBAMA pode adotar
a modalidade de licitação denominada diálogo competitivo, realizando, nessa hipótese, diálogos com os
licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou
mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta
final após o encerramento dos diálogos.
Observação: muitos alunos questionam se o diálogo competitivo poderia ser adotado em “todas” as obras,
serviços e compras. Logicamente, que não! Porém, a questão não faz essa afirmação, mas apenas menciona
que a modalidade é aplicável a estes objetivos. Além disso, a questão é quase cópia do conceito legal. Logo,
não há como questionar o gabarito.
Gabarito: correto.
23. (Cebraspe – DPE PI/2022) São modalidades de licitação, conforme a Lei n.º 14.133/2021 (Nova Lei
de Licitações e Contratos),
a) pregão, leilão, concorrência, tomada de preços e concurso.
b) pregão, concorrência, concurso, leilão e diálogo competitivo.
c) pregão, concorrência, leilão, tomada de preços e carta-convite.
d) licitação dispensável, concorrência, leilão e diálogo competitivo.
e) concorrência, convite, concurso, consulta e licitação inexigível.
Comentário: nos termos do art. 28, são modalidades de licitação: I – pregão; II – concorrência; III –
concurso; IV – leilão; V – diálogo competitivo.
As modalidades “tomada de preços” e “convite” não constam na Lei n° 14.133/2021 (somente constavam
na antiga legislação). Licitação dispensável (D) e licitação inexigível (E) não são modalidades licitatórias, mas
formas de contratação direta. Por fim, a consulta (E) é modalidade licitatória prevista em legislação
específica para as agências reguladoras (e, por isso, de constitucionalidade bastante duvidosa), mas não
está prevista na Lei n° 14.133/2021.
Gabarito: alternativa B.
24. (Cebraspe – COREN CE/2021) A Lei n.º 14.133/2021 prevê expressamente como modalidade de
licitação
I o diálogo competitivo.
II o pregão.
III o convite.
IV o concurso.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
Comentário: são modalidades de licitação previstas no art. 28 da Lei: pregão; concorrência; concurso;
leilão; diálogo competitivo. O convite não é mais uma modalidade licitatória, pois foi extinto pela Lei n°
14.133/2021. Então, apenas os itens I, II e IV estão corretos, conforme alternativa D.
Gabarito: alternativa D.
25. (Cebraspe – SEFAZ RR/2021) Em 1.º de abril de 2021, foi promulgada a Lei n.º 14.133/2021, que
estabelece novas normas de licitação e contratação para as administrações públicas diretas, autárquicas
e fundacionais da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Considerando a legislação
vigente para os processos de compras governamentais, assinale a opção correta.
a) A modalidade de licitação concurso foi extinta com a promulgação da Lei n.º 14.133/2021.
b) A Lei n.º 14.133/2021 agregou o diálogo competitivo ao rol de modalidades de licitação, em substituição
à modalidade leilão.
c) A partir de 2024, o comprador público poderá utilizar a tomada de preços como modalidade licitatória.
d) Com a promulgação da Lei n.º 14.133/2021, a Lei n.º 8.666/1993 foi automaticamente revogada.
e) De acordo com a Lei n.º 14.133/2021, é obrigatória a contratação de bens e serviços comuns por pregão.
Comentário:
a) não, o concurso continua previsto no art. 28, III, como modalidade licitatória para trabalhos técnicos,
científicos ou artísticos – ERRADA;
b) a L14133 realmente agregou o diálogo competitivo ao rol de modalidades de licitação, mas não houve
substituição do leilão, que continua sendo modalidade licitatória prevista na legislação – ERRADA;
c) a tomada de preços já é modalidade prevista na L8666. Na verdade, ela deixará de existir em 30 de
dezembro de 2023, com a revogação da antiga Lei de Licitações, pois não está prevista na nova – ERRADA;
d) a lei 8.666/93 vai ser revogada em 30 de dezembro de 2023 – ERRADA;
e) isso mesmo. Na Lei 14.133/21, o pregão é modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e
serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto (art. 6°,
XLI) – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
Comentário:
a) nos termos do art. 17, §2° da Lei n° 14.133/21, as licitações serão realizadas preferencialmente sob a
forma eletrônica, admitida a utilização da forma presencial, desde que motivada, devendo a sessão
pública ser registrada em ata e gravada em áudio e vídeo. Ademais, o Decreto 10.024/2019, que
regulamenta o pregão, na forma eletrônica, determina a utilização do pregão eletrônico nas contratações
com recursos públicos federais transferidos voluntariamente, ainda que realizadas por outros entes da
Federação (D10024, art. 1º, § 3º) – CORRETA;
b) mesmo nesses casos é possível a dispensa do procedimento licitatório. Segundo a Lei de Licitações,
considera-se emergencial a contratação por dispensa com objetivo de manter a continuidade do serviço
público, desde que sejam observados os valores de mercado e adotadas as providências necessárias para
a conclusão do processo licitatório, sem prejuízo de apuração de responsabilidade dos agentes públicos
que deram causa à situação emergencial (art. 75, VIII, § 6º). Essa situação, muitas vezes, é denominada
“emergência fabricada”, que é aquela que decorre de desídia da administração. Porém, mesmo nesse caso,
não se pode deixar a população sem a prestação de serviços. Por isso, admite-se a realização da contratação
direta, sem prejuízo da apuração da responsabilidade de quem deu causa à situação – ERRADA;
c) no pregão, o critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto (art. 6°, XLI)
(perceba que a questão utilizou “menor desconto”) – ERRADA;
d) há diversas formas para a União adquirir bens e repassá-los aos estados. Uma regra consta na própria
L14133, que dispõe que a licitação será dispensada para “doação, permitida exclusivamente para fins e uso
de interesse social, após avaliação de oportunidade e conveniência socioeconômica em relação à escolha
de outra forma de alienação” (art. 76, II, “a”). Portanto, sem prejuízo de outras formas de cooperação, não
haveria impedimento legal de se afetar o bem público para os estados, ainda que adquiridos inicialmente
pela União – ERRADA;
Gabarito: alternativa A.
27. (Cebraspe – MPE AP/2021) Acerca do procedimento de licitação e dos contratos administrativos
conforme a Nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021), assinale a opção correta.
a) A regra de que a fase interna da licitação é inteiramente sigilosa até a abertura das propostas dos
licitantes tem o objetivo de garantir a competitividade do procedimento, porém acaba por mitigar o
princípio da publicidade.
b) O princípio da segregação de funções prevê que cada uma das principais funções dentro do processo de
licitação e execução do contrato seja exercida por diferentes agentes públicos.
c) Mesmo nos contratos de grande vulto, é opcional a instituição de programa de integridade pela
contratada.
d) A elaboração do projeto básico compete ao órgão responsável pela licitação e, em nenhuma hipótese,
pode ser transferida para o contratado.
e) O servidor público que, ao atuar em procedimento licitatório, tenha agido em observância aos pareceres
jurídicos regularmente emitidos tem direito a ser defendido pela advocacia pública na esfera controladora,
mesmo que haja contra ele prova da prática de ilícito doloso.
Comentário:
a) A L14133 estabelece que, quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura, a publicidade
será diferida, ou seja, será realizada “depois” (art. 13, parágrafo único, I). No caso, as propostas serão
tornadas públicas após a abertura das propostas. Isso, entretanto, não significa que a fase interna é
inteiramente sigilosa, pois a regra é a publicidade. Ademais, a apresentação das propostas já ocorre na fase
externa, que se inicia após a divulgação do edital – ERRADA;
b) isso mesmo. O princípio da segregação de funções veda a designação do mesmo agente público para
atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação
de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação (art. 7°, §1°) – CORRETA;
c) na verdade, nas contratações de obras, serviços e fornecimentos de grande vulto, o edital deverá prever
a obrigatoriedade de implantação de programa de integridade pelo licitante vencedor (art. 25, §4°) –
ERRADA;
d) na contratação integrada, o projeto básico não é elaborado pela administração, pois constitui um
encargo do contratado (art. 6º, XXXII) – ERRADA;
e) as autoridades públicas que decidam de acordo com o conteúdo de pareceres jurídicos regularmente
emitidos têm direito, se for o caso, de serem defendidas por advocacia pública, caso algum órgão de
controle queira lhe imputar responsabilidade por suposto ato irregular. Contudo, essa previsão, constante
do art. 10, não se aplica quando houver provas da prática de atos ilícitos dolosos constarem nos autos do
processo administrativo ou judicial (art. 10, § 1°, II) – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
Art. 26. No processo de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:
Ressalvo, todavia, que a banca poderia ter acrescentado o fato de a empresa W seguir as “normas técnicas
brasileiras”. Isso, certamente poderia deixar a questão, no mínimo, duvidosa. Porém, na visão do avaliador,
o item foi considerado como certo.
Logo, as empresas W e Z atendem aos requisitos estabelecidos na legislação, ao passo que a empresa Y não
atende aos requisitos para gozar da margem de preferência.
Gabarito: alternativa C.
29. (Cebraspe – MPC PA/2019 – adaptada) Uma licitação deverá ser processada e julgada em estrita
conformidade com princípios básicos previstos na Lei n.º 14.133/2021 (Lei de Licitações e Contratos),
entre eles o princípio da probidade administrativa, que significa
a) impossibilidade de o gestor incluir cláusulas que restrinjam ou frustrem o caráter competitivo
favorecendo uns em detrimento de outros e que acabem por beneficiar, mesmo que involuntariamente,
determinado participante.
b) obrigatoriedade de o gestor vedar a pessoalização das realizações da administração pública.
c) obrigatoriedade de a atuação do gestor público e a realização da licitação serem processadas na forma
da lei e das normas administrativas.
d) imposição ao agente público de um modo de atuar que produza resultados favoráveis à concepção dos
fins que cabem ao Estado alcançar.
e) procedimento de retidão e honestidade dos funcionários que integram ou realizam a gestão de
repartições públicas, sem objetivo de auferir qualquer tipo de vantagem indevida.
Comentário:
b) é com base na impessoalidade que o gestor não pode pessoalizar as relações no âmbito da administração
– ERRADA;
d) nesse caso, temos uma demonstração do princípio da eficiência, conforme ensinamentos da Profª.
Maria Di Pietro. Tal princípio está diretamente correlacionado com o alcance de bons resultados – ERRADA;
Gabarito: alternativa E.
30. (Cebraspe – MPC PA/2019 – adaptada) Em determinado processo licitatório para a realização de
estudo técnico com vistas a ampliar uma malha viária estadual, o vencedor do certame foi decidido em
função da maior média ponderada que envolvia pontuações atribuídas a preço proposto e técnica a ser
utilizada, com pesos propostos pela administração e publicados em edital.
Nesse caso, foi praticado o critério de julgamento de
a) menor preço.
b) técnica e preço.
c) melhor técnica ou conteúdo artístico.
d) melhor lance.
e) melhor oferta.
Comentário: os critérios de julgamento são os instrumentos utilizados para avaliar as propostas. O critério
que segue a regra da “ponderação” é o de técnica e preço, conforme vamos explicar adiante.
I – menor preço;
II – maior desconto;
IV – técnica e preço;
Portanto, como a contratação da questão trata justamente de “realização de estudo técnico”, que é uma
espécie dos serviços técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual (art. 6º, XVIII,
“a”), admite-se a utilização do critério técnica e preço (art. 36, § 1º, I).
Logo, já podemos deixar de fora o menor preço, que não seria o tipo mais adequado quando o aspecto
intelectual se torna relevante; e também podemos “cortar” o melhor lance, que só se aplica ao leilão, e a
maior oferta, que não consta como tipo de licitação na Nova Lei de Licitações.
Por fim, a melhor técnica ou conteúdo artístico analisa exclusivamente a proposta técnica ou artística. Logo,
não tem “ponderação” entre a técnica e o preço.
Assim, na técnica e preço, a administração estabelece “notas” para as propostas de preço e de técnica e
faz uma “ponderação” entre elas. Sabe na faculdade, quando tem aquele professor que faz uma “nota”
ponderada para cada prova? É a mesma coisa aqui! O edital estabelece uma forma de pontuar a técnica e
pontuar o preço. Depois, as duas “notas” são ponderadas e aquele que obtiver a maior “média ponderada”
vence a licitação.
Gabarito: alternativa B.
31. (Cebraspe – MPC PA/2019 - adaptada) Com base na Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º
14.133/2021), assinale a opção que indica a modalidade de licitação utilizada para a venda de bens
móveis inservíveis para a administração a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
avaliação.
a) leilão
b) diálogo competitivo
c) pregão
d) concorrência
e) concurso
Comentário: o leilão é a modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis
inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance (art. 6º, XL).
Gabarito: alternativa A.
32. (Cebraspe – MPE PI/2019 - adaptada) Determinado ente público pretende celebrar contrato de
prestação de serviços consultivos de engenharia, estimado no valor de R$ 343.249,96.
Nesse caso, a licitação deverá ser realizada na modalidade
a) pregão do tipo técnica e preço.
b) concorrência do tipo técnica e preço
c) concurso do tipo menor preço.
Logo, o caso da questão seria atendido por meio da técnica e preço, eliminando, assim, as letras C, D e E.
Quanto a modalidade de licitação, por se tratar de serviço especial, caberá licitação na modalidade
concorrência, nos termos do artigo 6º, XXXVIII.
Não caberia, no caso, a letra A, pois o serviço não tem características comuns. Ademais, não dá para “casar”
o pregão com a técnica e preço. Além disso, a letra C tem um segundo erro pois o concurso somente admite
como critério de julgamento o de melhor técnica ou conteúdo artístico.
Gabarito: alternativa B.
Comentário:
Gabarito: errado.
34. (Cebraspe – EMAP/2018) A legislação norteadora dos princípios da licitação veda toda e qualquer
cláusula restritiva de participação no procedimento licitatório.
Comentário:
1
A rigor, o pregão não foi criado pela Lei 10.520/02, pois a modalidade foi instituída anteriormente na Lei da Anatel
e, mais para frente, foi disciplinada na MP 2.026/2000. Apenas em 2002 a situação foi “regularizada”, com a
promulgação a Lei 10.520/02. Atualmente, o pregão consta junto com as demais modalidades, na Lei 14.133/2021.
Não há como generalizar tal vedação. A Lei 14.133/2021 comporta algumas cláusulas restritivas de
participação, por exemplo (art. 9º, § 1º):
Além disso, podem ser instituídas limitações, desde que sejam pertinentes, relevantes e devidamente
justificadas, como as condições para fins de habilitação técnica e econômica do licitante. Assim, em regra
há a ampla participação, mas excepcionalmente teremos vedações.
Gabarito: errado.
Gabarito: correto.
36. (Cebraspe – EMAP/2018 - adaptada) Concorrência, diálogo competitivo, pregão, concurso e leilão
são modalidades de licitação, sendo vedada a combinação entre elas ou a criação de outras modalidades.
Comentário:
Como já vimos, essas são as modalidades elencadas no art. 28 da Lei 14.133/2021, sendo vedada a criação
de outras modalidades de licitação ou a combinação daquelas definidas na Lei, conforme expressa previsão
normativa do referido texto legal (art. 28, § 2º).
Gabarito: correto.
Comentário:
Nos concursos destinados à elaboração de projeto, o vencedor deverá ceder à administração pública, todos
os direitos patrimoniais relativos ao projeto e autorizar sua execução conforme juízo de conveniência e
oportunidade das autoridades competentes.
Gabarito: errado.
38. (Cebraspe – STJ/2018) O leilão é a modalidade de licitação para a aquisição de bens e serviços
comuns, independentemente do valor estimado da contratação. Nessa modalidade, a disputa entre os
licitantes é realizada mediante propostas e lances em sessão pública.
Comentário:
A questão caracterizou o pregão. Por outro lado, o leilão é modalidade de licitação para alienação de bens
imóveis ou de bens móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance (art. 6º,
XL).
Gabarito: errado.
39. (Cebraspe – CGM de João Pessoa PB/2018 – adaptada) É permitida a combinação das modalidades
de licitação previstas na Lei n.º 14.133/2021, de modo a propiciar ao gestor maior flexibilidade nas
contratações públicas.
Comentário:
Gabarito: errado.
40. (Cebraspe – TCE PB/2018 - adaptada) Se um órgão da administração pública desejar adquirir
trabalho científico com oferta de prêmio aos vencedores, a modalidade de licitação a ser adotada e a
quantidade mínima de dias de antecedência em relação ao evento para apresentação de propostas
devem ser, respectivamente,
a) diálogo competitivo; trinta dias úteis.
b) pregão; quinze dias úteis.
c) concurso; trinta e cinco dias úteis.
d) leilão; quarenta e cinco dias úteis.
e) concorrência; trinta dias úteis.
Comentário:
O concurso será a nossa modalidade. Isso porque modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para
concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor (art. 6º, XXXIX). Ademais para licitação em que se adote
o critério de julgamento de melhor técnica ou conteúdo artístico, o prazo para apresentação das propostas
é que 35 (trinta e cinco) dias úteis (art. 55, IV). Portanto, o nosso gabarito é a letra ‘c’.
Gabarito: alternativa C.
41. (Cebraspe – TCE PB/2018) Nas licitações públicas, de acordo com o princípio do julgamento
objetivo,
a) comprovado o melhor interesse da administração, os critérios de julgamento poderão incluir fatores
subjetivos.
b) concluído o procedimento, a administração estará impedida de atribuir o objeto da licitação a outrem
que não o licitante vencedor.
c) o julgamento do certame deve nortear-se pelo critério previamente fixado no instrumento convocatório,
observadas todas as normas a seu respeito.
d) a administração poderá cobrar do licitante qualquer qualificação, ainda que não inserida no edital, desde
que a exigência tenha nexo relacional com o objeto da contratação.
e) o julgamento do certame deve realizar-se segundo razões de conveniência e oportunidade do gestor.
Comentário:
c) o julgamento das propostas será objetivo, devendo a comissão de licitação ou o responsável pelo convite
realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato
convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua
aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle (art. 45) – CORRETA;
d) o item está errado, pois a administração não pode exigir qualquer critério de qualificação, pois está
vinculada ao edital – ERRADA;
Gabarito: alternativa C.
Bons estudos.
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1. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A Lei n° 14.133/2021 estabelece normas gerais de licitação e
contratação para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios, e abrange os órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário, no
desempenho de função administrativa.
Comentário: os poderes Legislativo e Judiciário estão inseridos na administração pública direta, e, quando
no exercício de suas funções administrativas, devem licitar (art. 1°, I).
Gabarito: correto.
2. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) As empresas públicas e sociedades de economia mista não são
abrangidas pelo regime da Lei Geral de Licitações e Contratos (Lei n° 14.133/2021), já que todas as
disposições relativas ao tema, no âmbito das empresas estatais, são reguladas por legislação própria, ou
seja, a Lei n° 13.303/2016.
Comentário: devemos tomar cuidado com essa afirmação. De fato, o regime licitatório das empresas
públicas – EP e das sociedades de economia mista – SEM está regulado na Lei n° 13.303/2016. Contudo,
não podemos dizer que não há mais nenhuma previsão aplicável a elas na nova Lei de Licitações.
Isso porque o art. 1º, § 2º, expressamente menciona que “não são abrangidas por esta Lei as empresas
públicas, as sociedades de economia mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303, de 30 de junho
de 2016, ressalvado o disposto no art. 178 desta Lei”.
O art. 178, por sua vez, trata das disposições penais. Além disso, o art. 185 dispõe que “aplicam-se às
licitações e aos contratos regidos pela Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, as disposições do Capítulo II-
B do Título XI da Parte Especial do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal)”.
Por fim, também podemos aplicar as regras sobre os critérios de desempate, previstos no art. 60 da nova
Lei de Licitações. Porém, nesse caso, precisamos fazer uma interpretação mais aprofundada. O art. 55 da
Lei 13.303/2016 prevê a aplicação dos critérios de desempate da Lei 8.666/1993. Contudo, considerando
que o art. 189 da nova Lei de Licitações prevê que esta norma deverá ser aplicada quando a legislação
mencionar a Lei 8.666/1993, logo podemos dizer que os critérios de desempate se aplicam às licitações
realizadas pelas empresas estatais. Ademais, a modalidade pregão também se aplica às empresas estatais,
consoante dispõe o art. 32, IV, da Lei de Estatais.
Gabarito: errado.
3. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) O regime licitatório instituído pela Lei n° 14.133/2021 é aplicável
somente às entidades de direito público integrantes da administração pública.
Comentário: o art. 1° da NLLC diz que ela “estabelece normas gerais de licitação e contratação para as
Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, e abrange [...]”.
O termo “fundacionais” está se referindo às fundações públicas, sejam de direito público ou de direito
privado integrantes da administração pública.
Então, não está correto afirmar que a Lei de Licitações somente se aplica às entidades de direito público, já
que também é aplicável às fundações públicas de direito privado.
Gabarito: errado.
4. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) As concessões e permissões de serviços públicos devem seguir
as disposições da Lei de Licitações, independentemente da existência de normas especiais sobre o tema.
Comentário: o rol do art. 2° da nova Lei de Licitações não incluiu as concessões e permissões de serviços
públicos em seu âmbito de aplicação. Contudo, de acordo com o previsto no art. 186, as disposições da Lei
14.133/2021 são aplicadas subsidiariamente à Lei nº 8.987/1995 (Lei Geral das Concessões). Isso significa
que, em um primeiro momento, a administração deverá consultar as leis especiais sobre concessões,
aplicando-se a nova Lei de Licitações apenas nas omissões.
Gabarito: errado.
5. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Nas licitações, devem ser observados os princípios da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade
administrativa, da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, dentre outros.
Comentário: os princípios da licitação são listados no art. 5° da Lei de Licitações, nos seguintes termos:
Note que a questão não pediu uma lista “completa”. Assim, está correta a assertiva.
Gabarito: correto.
Comentário: na verdade, nos termos do art. 17, § 2º, as licitações serão realizadas preferencialmente sob
a forma eletrônica. Assim, é admitida também a utilização da forma presencial, desde que motivada,
devendo a sessão pública ser registrada em ata e gravada em áudio e vídeo. Logo, em casos excepcionais,
o procedimento presencial poderá ser adotado.
Gabarito: errado.
7. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Os atos praticados no processo licitatório são públicos,
ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado. Além disso, em alguns casos, publicidade será diferida, ou seja, realizada em outro momento,
como ocorre em relação ao conteúdo das propostas.
Comentário: de acordo com a previsão do art. 13, “os atos praticados no processo licitatório são públicos,
ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado, na forma da lei”.
Há, além disso, a possibilidade de “diferir” a publicidade, ou seja, postergar a sua realização para outro
momento, como ocorre quanto ao conteúdo das propostas, cuja divulgação ocorrerá após a respectiva
abertura, e quanto ao orçamento, quando houver justificativa, nas hipóteses previstas na Lei de Licitações
(art. 13, parágrafo único).
Gabarito: correto.
8. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) São modalidades de licitação previstas na Lei n° 14.133/21, entre
outras, o pregão e a tomada de preços.
Comentário: a NLCC trouxe algumas mudanças em relação às modalidades. Entre elas, a inclusão do diálogo
competitivo e a retirada da tomada de preços e do convite. Ademais, o pregão deixa de constar em “lei
separada”, passando a compor a própria Lei de Licitações. Então, atualmente, nos termos do art. 28, são
modalidades de licitação:
I – pregão;
II – concorrência;
III – concurso;
IV – leilão;
V – diálogo competitivo.
Portanto, a questão está errada, já que a tomada de preços não consta na nova Lei de Licitações.
Gabarito: errado.
Comentário: não há mais, na Lei 14.133/2021, a definição das modalidades pelo valor estimado da
contratação. Assim, a partir de agora, todas as modalidades são definidas pela natureza do objeto. Por
exemplo, os bens e serviços comuns seguem o pregão; os bens e serviços especiais, em regra, a
concorrência; os trabalhos artísticos, técnicos ou científicos são licitados pelo concurso, etc.
Gabarito: errado.
10. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Caso pretenda alienar bens imóveis ou móveis inservíveis, a
administração deverá utilizar a modalidade leilão, salvo quando a lei determinar que a licitação será
dispensada.
Comentário: leilão é modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis
ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance (art. 6º, XL).
No regime licitatório atual, a concorrência não serve mais para alienar bens. Assim, o leilão passa a ser
cabível para todas as hipóteses de alienação de bens (móveis e imóveis), quando necessária a realização de
licitação (pois existem casos em que a licitação será dispensada).
Gabarito: correto.
11. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) O diálogo competitivo é uma modalidade licitatória para
contratação de obras, serviços e compras em que a administração pública realiza diálogos com licitantes
previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais
alternativas capazes de atender às suas necessidades.
Comentário: esse é o conceito da nova modalidade introduzida pela Lei n° 14.133/21, em que os licitantes
devem apresentar suas propostas finais após o encerramento dos diálogos (art. 6°, XLII).
Gabarito: correto.
12. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A Secretaria de Saúde de um estado da federação necessita
realizar uma contratação visando incrementar o nível tecnológico de seus aparelhos de diagnóstico, para
as quais não há possibilidade de se utilizar as soluções já disponíveis no mercado. Nesse caso, será cabível
a realização da licitação através da modalidade diálogo competitivo, devendo os interessados manifestar
seu interesse em participar dos diálogos, conforme edital de convocação divulgado com antecedência de
no mínimo vinte e cinco dias úteis.
Comentário: perfeito. Nos termos do art. 32, a modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações
em que a administração vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições: inovação tecnológica
ou técnica; impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de
Ademais, também será cabível quando a administração verifique a necessidade de definir e identificar os
meios e as alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com destaque para os seguintes aspectos:
a solução técnica mais adequada; os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já definida; e a
estrutura jurídica ou financeira do contrato.
Por fim, por ocasião da divulgação do edital em sítio eletrônico oficial, devem ser apresentadas as
necessidades e as exigências já definidas pela administração, sendo estabelecido prazo mínimo de 25 (vinte
e cinco) dias úteis para divulgação do edital de convocação para a manifestação de interesse na participação
da licitação (art. 32, §1°, I).
Gabarito: correto.
13. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Na modalidade diálogo competitivo, com o objetivo de aumentar
a competitividade entre os interessados, a administração poderá revelar as soluções propostas por cada
licitante, impedindo que qualquer informação tenha caráter sigiloso.
Comentário: na verdade, nessa modalidade, a administração não poderá revelar a outros licitantes as
soluções propostas ou as informações sigilosas comunicadas por um licitante sem o seu consentimento
(art. 32, §1°, IV).
Gabarito: errado.
14. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) O diálogo competitivo será conduzido por comissão de
contratação composta de pelo menos três servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos
quadros permanentes da administração, admitida a contratação de profissionais para assessoramento
técnico da comissão.
Comentário: essa é a previsão exata do art. 32, §1°, XI. Vale destacar que, nesse caso, a decisão não será
tomada por um único agente de contratação, mas sim por uma comissão, de no mínimo três membros, que
poderá ser auxiliada por particulares contratados para tanto.
Gabarito: correto.
15. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) As licitações realizadas nas modalidades pregão e concorrência
são compatíveis com os critérios de julgamento de menor preço e maior desconto.
Comentário: isso mesmo. O pregão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e
serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto (art. 6°,
XLI).
Assim, de fato, as duas modalidades admitem os critérios de menor preço e de maior desconto.
Gabarito: correto.
16. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) O critério de julgamento de "técnica e preço" será utilizado
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual.
Comentário: o § 1° do art. 36 diz que o critério de técnica e preço será escolhido quando estudo técnico
preliminar demonstrar que a avaliação e a ponderação da qualidade técnica das propostas que superarem
os requisitos mínimos estabelecidos no edital forem relevantes aos fins pretendidos pela administração nas
licitações para contratação de:
Então, o critério de julgamento "técnica e preço" será utilizado para contratação de serviços de natureza
predominantemente intelectual, mas não de forma exclusiva, podendo também ser utilizado nas demais
hipóteses trazidas pelos incisos acima. Caso você ainda esteja em dúvida, é só pensar que “obra” e “bens
especiais de tecnologia da informação” não são “serviços”, mas admitem o critério de técnica e preço.
Gabarito: errado.
17. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A empresa X está participando de uma licitação e apresentou
proposta de trabalho, indicando que, na prestação dos serviços contratados, geraria economia de R$ 100
mil por mês para a administração. Em sua proposta de preço, indicou que cobraria 10% dessa economia
como forma de remuneração. Nessa situação, o edital deve prever parâmetros objetivos e subjetivos de
mensuração da economia efetivamente gerada.
Comentário: o caso trata de uma licitação em que o critério de julgamento é o de maior retorno econômico.
Nesses casos, o edital de licitação deverá prever parâmetros objetivos de mensuração da economia gerada
com a execução do contrato, que servirá de base de cálculo para a remuneração devida ao contratado (art.
39, § 2°). Portanto, os parâmetros devem ser objetivos, e não subjetivos, como disse a assertiva.
Gabarito: errado.
18. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A empresa X está participando de uma licitação e apresentou
proposta de trabalho, indicando que, na prestação dos serviços contratados, geraria economia de R$ 100
mil por mês para a administração. Em sua proposta de preço, indicou que cobraria 10% dessa economia
como forma de remuneração. Nessa situação, a melhor proposta deverá ser escolhida com base no
resultado da economia que se estima gerar com a execução da proposta de trabalho, deduzida a proposta
de preço.
Comentário: isso mesmo. Nos termos do art. 39, § 3°, para efeito de julgamento da proposta, o retorno
econômico será o resultado da economia que se estima gerar com a execução da proposta de trabalho,
deduzida a proposta de preço. Por exemplo, na proposta mencionada acima, a proposta geraria uma
“economia líquida” de R$ 90 mil para a administração (100 mil – 10 mil).
Gabarito: correto.
19. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A empresa X está participando de uma licitação e apresentou
proposta de trabalho, indicando que, na prestação dos serviços contratados, geraria economia de R$ 100
mil por mês para a administração. Em sua proposta de preço, indicou que cobraria 10% dessa economia
como forma de remuneração. Nessa situação, caso a empresa vencedora não gere a economia
prometida, o contrato deverá ser extinto, não sendo possível a adoção de descontos da remuneração do
contratado.
Comentário: nos contratos de eficiência, é claro que se espera que a empresa contratada gere a economia
pretendida pela administração. Mas, na prática, pode ser que não saia tudo como esperado. Então, para os
casos em que a economia prometida não for alcançada, o Estatuto prevê as seguintes soluções (art. 39,
§4°):
(i) a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida será descontada da remuneração
do contratado;
(ii) se a diferença entre a economia contratada e a efetivamente obtida for superior ao limite máximo
estabelecido no contrato, o contratado sujeitar-se-á, ainda, a outras sanções cabíveis.
Gabarito: errado.
20. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) No novo regime de licitações instituído pela Lei n° 14.133/2021,
o procedimento será realizado preferencialmente sob a forma eletrônica, admitida a utilização da forma
presencial, desde que motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata e gravada em áudio e
vídeo.
Comentário: isso mesmo. As licitações agora são realizadas preferencialmente na forma eletrônica, e a
realização do procedimento de forma presencial é uma exceção, conforme diz a assertiva, que tem por
base o art. 17, § 2°. Esta é uma forma de atender aos princípios da publicidade e da transparência.
Gabarito: correto.
21. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A Lei n° 14.133/2021 estabelece normas gerais de licitação e
contratação, que são aplicáveis:
a) à administração pública direta e indireta da União;
b) aos poderes Legislativo e Judiciário, no exercício de suas funções típicas;
c) aos fundos especiais de às demais entidades controladas apenas diretamente pela administração pública;
d) em sua integralidade, às contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas no exterior;
e) às empresas estatais, no que diz respeito às suas disposições penais.
Comentário:
a) a lei, de fato, se aplica para a administração direta (e não somente da União, mas dos Estados, DF e
Municípios também). Mas no âmbito da administração indireta sua incidência se dá sobre as autarquias e
fundações, mas não sobre as empresas estatais, que seguem legislação própria. Logo, não podemos
mencionar genericamente a administração indireta – ERRADA;
b) a Lei abrange os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e do Distrito Federal
e os órgãos do Poder Legislativo dos Municípios, porém quando no desempenho de função administrativa
(art. 1°, I) – ERRADA;
c) a LLC abrange os fundos especiais e as demais entidades controladas direta ou indiretamente pela
Administração Pública (art. 1°, II) – ERRADA;
d) na verdade, nesses casos, a LLC diz que essas contratações obedecerão às peculiaridades locais e aos
princípios básicos nela estabelecidos, na forma de regulamentação específica a ser editada por ministro de
Estado (art. 1°, §2°) – ERRADA;
e) nos termos do art. 1°, § 2°, não são abrangidas pela Lei as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e as suas subsidiárias, regidas pela Lei nº 13.303/2016, ressalvado o disposto no art. 178, que trata
justamente das disposições penais – CORRETA.
Gabarito: alternativa E.
22. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Acerca da abrangência da Lei n° 14.133/2021, assinale a
alternativa correta:
a) as empresas públicas e sociedades de economia mista devem licitar obedecendo ao regime instituído
por essa Lei;
b) as fundações públicas de direito público e de direito privado devem seguir o regime previsto nessa Lei;
c) a Lei nº 14.133/2021 é integralmente aplicável às licitações e contratações que envolvam recursos
provenientes de empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou de
organismo financeiro de que o Brasil seja parte, vedada a observância de acordos internacionais;
d) as contratações relativas à gestão, direta e indireta, das reservas internacionais do País devem observar
o regime da Lei de Licitações, vedada a edição de regulamento próprio;
e) quando no desempenho de suas funções típicas, o Poder Judiciário deve seguir o procedimento previsto
na Lei n° 14.133/2021.
Comentário:
a) não, as EP e SEM seguem o regime licitatório previsto na Lei n° 13.303/2016. Apenas alguns casos, como
as disposições penais da LLC, aplicam-se às estatais, nos termos do art. 1°, § 2° - ERRADA;
b) isso aí. A LLC é aplicável às “Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios” (art. 1°, caput). Portanto, em relação às fundações públicas,
a Lei de Licitações se aplica para as de direito público e de direito privado – CORRETA;
c) a previsão legal (art. 1°, §3°, I) é de que, nas licitações e contratações que envolvam recursos
provenientes de empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou de
organismo financeiro de que o Brasil seja parte, podem ser admitidas condições decorrentes de acordos
internacionais aprovados pelo Congresso Nacional e ratificados pelo Presidente da República – ERRADA;
d) as contratações relativas à gestão, direta e indireta, das reservas internacionais do País, inclusive as de
serviços conexos ou acessórios a essa atividade, serão disciplinadas em ato normativo próprio do Banco
Central do Brasil, assegurada a observância dos princípios estabelecidos no caput do art. 37 da Constituição
Federal (art. 1°, §5°) – ERRADA;
e) os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e do Distrito Federal e os órgãos do
Poder Legislativo dos Municípios, quando no desempenho de função administrativa (art. 1°, I) – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
23. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Na aplicação da Lei n° 14.133/2021, serão observados alguns
princípios previstos expressamente no art. 5°, exceto:
a) planejamento, transparência, eficácia e segregação de funções;
b) motivação, vinculação ao edital, julgamento objetivo;
c) segurança jurídica, razoabilidade, competitividade;
d) oficialidade, presunção de veracidade e julgamento subjetivo.
e) proporcionalidade, celeridade, economicidade, desenvolvimento nacional sustentável.
Gabarito: alternativa D.
24. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Relaciona-se com os princípios da isonomia, igualdade e
competitividade a vedação à restrição do caráter competitivo da licitação, que impõe ser vedado ao
agente público:
a) admitir situações que não restrinjam o caráter competitivo do processo licitatório;
b) prever situações que não se estabeleçam preferências ou distinções;
c) incluir situações que sejam relevantes para o objeto específico do contrato;
d) praticar os atos que deva adotar de ofício;
e) estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou
qualquer outra entre empresas brasileiras e estrangeiras.
O art. 9° da Lei n° 14.133/2021 prevê uma série de vedações ao agente público, que se relacionam com
esses princípios.
Assim, de acordo com a Lei de Licitações, é vedado ao agente público designado para atuar na área de
licitações e contratos, ressalvados os casos previstos em lei (art. 9º, caput):
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos que praticar, situações que:
Portanto, fica fácil notar que as letras “a”, “b” e “c” estão erradas, pois não são vedações.
A letra “d”, por sua vez, trata do art. 9º, III, que veda aos agentes da licitação: “III - opor resistência
injustificada ao andamento dos processos e, indevidamente, retardar ou deixar de praticar ato de ofício,
ou praticá-lo contra disposição expressa em lei”. Assim, se o agente praticou o ato, isso não será uma
vedação.
Por fim, fica sobrando a alternativa E, que é o nosso gabarito, que tem como base o inciso II do mesmo
artigo:
Gabarito: alternativa E.
25. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) “Pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, que
participa ou manifesta a intenção de participar de processo licitatório, sendo-lhe equiparável, o
fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento à solicitação da Administração, oferece
proposta”. Referida descrição diz respeito ao conceito de:
a) agente público;
b) autoridade;
c) licitante;
d) contratante;
e) contratado.
Comentário: não abordamos os conceitos do art. 6º de forma direta na aula, pois isso seria pouco
produtivo. Porém, é recomendável a leitura seca, na nossa lei esquematizada, para compreender os
conceitos definidos na Lei de Licitações.
As alternativas representam conceitos previstos no art. 6° da Lei n° 14.133/2021, nos incisos V, VI, IX, VII e
VIII, respectivamente. Vamos conhecer cada conceito:
a) agente público: indivíduo que, em virtude de eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer
outra forma de investidura ou vínculo, exerce mandato, cargo, emprego ou função em pessoa jurídica
integrante da Administração Pública – ERRADA;
c) licitante: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, que participa ou manifesta a
intenção de participar de processo licitatório, sendo-lhe equiparável, para os fins desta Lei, o fornecedor
ou o prestador de serviço que, em atendimento à solicitação da Administração, oferece proposta –
CORRETA;
e) contratado: pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, signatária de contrato com a
Administração – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
26. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Sobre os princípios que regem as licitações e contratações
públicas, é correto afirmar que:
a) a publicidade tem como objetivo gerar resultados positivos à população;
b) a eficiência determina a divulgação da informação em formato compreensível, claro, de fácil
entendimento para a população;
c) a segregação de funções consiste na separação de funções de autorização, aprovação, execução, controle
e contabilização das operações, evitando o acúmulo de funções por parte de um mesmo servidor;
d) a vinculação ao edital determina a indicação dos pressupostos de fato e de direito que levaram a
==2e49ca==
Comentário:
c) isso mesmo. A segregação de funções é um princípio contábil, administrativo e de controle interno que
consiste, basicamente, na separação de funções de autorização, aprovação, execução, controle e
contabilização das operações, evitando o acúmulo de funções por parte de um mesmo servidor – CORRETA;
d) é a motivação que consiste na indicação dos pressupostos de fato e de direito que levaram a
administração a tomar determinada decisão – ERRADA;
Gabarito: alternativa C.
Comentário:
a) um dos objetivos previstos no art. 11 da Lei n° 14.133/2021 é o de “assegurar a seleção da proposta apta
a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere
ao ciclo de vida do objeto”. Então, a proposta deve ser apta a gerar uma contratação vantajosa, além de
dever ser analisado o ciclo de vida, o tempo de duração e utilização do objeto (inciso I) – ERRADA;
b) a licitação tem por objetivo assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa
competição (art. 11, II) – ERRADA;
c) pelo contrário, a licitação objetiva evitar contratações com preços manifestamente inexequíveis (art. 11,
III) – ERRADA;
e) esses são três princípios previstos no art. 5° da LLC. Não constam como objetivos, não estando listados
no art. 11 – ERRADA.
Gabarito: alternativa D.
28. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Para alcançar os objetivos previstos na Lei n° 14.133/2021,
incumbe à alta administração do órgão ou entidade:
a) implementar processos e estruturas, exceto de gestão de riscos;
b) implementar processos e estruturas, exceto no que diz respeito a controles internos;
c) avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos;
d) assegurar o alinhamento das contratações, mesmo que contrárias ao planejamento estratégico;
e) assegurar o alinhamento das contratações, mesmo que contrárias às leis orçamentárias.
Comentário: nos termos do art. 11, parágrafo único, “a alta administração do órgão ou entidade é
responsável pela governança das contratações e deve implementar processos e estruturas, inclusive de
gestão de riscos e controles internos [alternativas A e B erradas], para avaliar, direcionar e monitorar os
processos licitatórios e os respectivos contratos [alternativa C correta], com o intuito de alcançar os
objetivos estabelecidos no caput deste artigo, promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o
alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias [alternativas D e E
erradas] e promover eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações”.
Gabarito: alternativa C.
Comentário: o conceito de sobrepreço consta do art. 6°, LVI: “preço orçado para licitação ou contratado
em valor expressivamente superior aos preços referenciais de mercado, seja de apenas 1 (um) item, se a
licitação ou a contratação for por preços unitários de serviço, seja do valor global do objeto, se a licitação
ou a contratação for por tarefa, empreitada por preço global ou empreitada integral, semi-integrada ou
integrada”.
Todas as demais alternativas se referem ao conceito de superfaturamento, nos termos do art. 6°, LVI.
Gabarito: alternativa E.
30. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A respeito da modalidade licitatória denominada concorrência,
é correto afirmar que:
a) poderá utilizar como critério de julgamento o maior lance;
b) pode ser utilizada para contratação de bens e serviços comuns e especiais e de obras somente
consideradas comuns;
c) é a modalidade cabível para obras e serviços de engenharia, mas somente com valor superior a R$ 3,3
milhões;
d) poderá adotar como critérios de julgamento o maior retorno econômico e o maior desconto;
e) é a modalidade cabível para compras e demais serviços acima de R$ 1,43 milhão.
Comentário:
a) o maior lance é critério exclusivo do leilão. A concorrência pode se dar por menor preço; melhor técnica
ou conteúdo artístico; técnica e preço; maior retorno econômico; maior desconto (art. 6°, XXXVIII) –
ERRADA;
b) a concorrência pode ser usada para contratação de bens e serviços especiais e de obras e serviços
comuns e especiais de engenharia – ERRADA;
c e e) a legislação não considera mais os valores da contratação para definição das modalidades licitatórias
– ERRADAS;
d) isso mesmo. Na concorrência, podem ser adotados todos os critérios de julgamento, com exceção do
maior lance, que é aplicado somente na modalidade leilão – CORRETA;
Gabarito: alternativa D.
31. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A concorrência poder ter como objetos bens e serviços especiais,
obras e serviços comuns e especiais de engenharia. A respeito desse tema, marque a opção correta:
a) bens e serviços especiais possuem alta heterogeneidade ou complexidade, cujos padrões de
desempenho e qualidade não podem ser objetivamente definidos pelo edital;
b) os bens e serviços especiais são aqueles que podem ser descritos por meio de especificações usuais do
mercado, com padrões de desempenho descritos de forma objetiva pelo edital;
c) o termo “serviço” representa as aquisições remuneradas de bens para fornecimento de uma só vez ou
parceladamente;
d) obra é a atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou
material, de interesse da Administração;
e) serviços comuns de engenharia são aqueles realizados para a manutenção da atividade administrativa,
decorrentes de necessidades permanentes ou prolongadas.
Comentário:
a) isso mesmo. O art. 5°, XIV da Lei n° 14.133/2021 descreve os bens e serviços especiais como aqueles
que, “por sua alta heterogeneidade ou complexidade, não podem ser descritos na forma do inciso XIII do
caput deste artigo, exigida justificativa prévia do contratante”. Esse inciso XIII fala dos bens e serviços
comuns, que são aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente definidos
pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado – CORRETA;
c) a alternativa traz o conceito de compra. A descrição legal trata o serviço como “atividade ou conjunto de
atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou material, de interesse da
Administração” (art. 6°, XI) – ERRADA;
d) obra, na verdade, é toda atividade estabelecida, por força de lei, como privativa das profissões de
arquiteto e engenheiro que implica intervenção no meio ambiente por meio de um conjunto harmônico de
ações que, agregadas, formam um todo que inova o espaço físico da natureza ou acarreta alteração
substancial das características originais de bem imóvel (art. 6°, XII) – ERRADA;
Gabarito: alternativa A.
32. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A respeito do pregão, marque a alternativa correta:
Comentário:
a) o pregão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns (art. 6°, XLI)
– ERRADA;
d) no pregão, o critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de maior desconto (art. 6°, XLI) –
CORRETA;
Gabarito: alternativa D.
Comentário:
a) os critérios utilizados no pregão são o menor preço ou maior desconto (art. 6°, XLI, Lei n° 14.133/2021)
– ERRADA;
c) quando a administração realiza leilão por intermédio de leiloeiro oficial, este pode ser selecionado por
credenciamento ou licitação na modalidade pregão e adotar o critério de julgamento de maior desconto
para as comissões a serem cobrada (art. 31, § 1°) – CORRETA;
d) na verdade, nesses casos descritos na alternativa, a modalidade adotada é apenas o pregão (art. 29) –
ERRADA;
e) o pregão é utilizado para realização de registro formal de preços relativos a prestação de serviços, a
obras e a aquisição e locação de bens para contratações futuras, no âmbito do SRP (art. 6°, XLV) – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.
34. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Ao realizar licitação na modalidade concurso, é correto afirmar
que o edital deverá indicar:
a) I;
b) II;
c) III;
d) I e III;
e) I, II e III.
Comentário: concurso é a modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico,
cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo artístico, e para concessão de prêmio ou
remuneração ao vencedor (art. 6°, XXXIX, Lei n° 14.133/2021).
Nos termos do art. 30 da Lei, o concurso observará as regras e condições previstas em edital, que indicará:
a qualificação exigida dos participantes; as diretrizes e formas de apresentação do trabalho e as condições
de realização e o prêmio ou remuneração a ser concedida ao vencedor.
Gabarito: alternativa E.
35. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Suponha que a administração pretenda vender alguns de seus
bens móveis e imóveis. Nesse caso, é correto afirmar:
a) que deverá ser utilizada apenas a modalidade leilão, alienando-se o bem àquele que oferecer maior
lance;
b) caso se trate de bens móveis inservíveis, a licitação poderá ser feita por concorrência ou leilão, a
depender do valor da avaliação;
c) o critério de julgamento utilizado poderá ser o maior lance ou o menor desconto;
d) a licitação, na modalidade leilão, somente poderá ser realizada por leiloeiro oficial;
Comentário:
a) leilão é modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis inservíveis ou
legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance (art. 6°, XL, Lei n° 14.133/2021) – CORRETA;
b) as modalidades licitatórias não levam mais em consideração os valores para serem definidas. Ademais,
a única modalidade prevista na Lei para a alienação de bens (móveis ou imóveis) é o leilão – ERRADA;
d) a lei autoriza que servidor designado pela autoridade competente da administração também atue como
leiloeiro (art. 31) – ERRADA;
e) o leiloeiro oficial também pode ser selecionado por licitação na modalidade pregão (art. 31, §1°) –
ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
36. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Em relação à participação do autor de projetos nas licitações,
analise os itens a seguir:
I. autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo, pessoa física ou jurídica, quando a
licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimento de bens a ele relacionados;
II. empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou do projeto
executivo;
III. pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da licitação, impossibilitada de participar da licitação
em decorrência de sanção que lhe foi imposta;
IV. pessoa física ou jurídica que, nos cinco anos anteriores à divulgação do edital, tenha sido condenada
judicialmente, com trânsito em julgado, por exploração de trabalho infantil.
Não poderão disputar licitação ou participar da execução de contrato, direta ou indiretamente, as pessoas
indicadas nos itens:
a) I, somente;
b) I e II, apenas;
c) II e III, somente;
d) IV, apenas
e) I, II, III e IV.
Comentário: todos os itens constam do art. 14 da LLC, que diz que não poderão disputar licitação ou
participar da execução de contrato, direta ou indiretamente:
VI – pessoa física ou jurídica que, nos 5 (cinco) anos anteriores à divulgação do edital,
tenha sido condenada judicialmente, com trânsito em julgado, por exploração de trabalho
infantil, por submissão de trabalhadores a condições análogas às de escravo ou por
contratação de adolescentes nos casos vedados pela legislação trabalhista.
A título de conhecimento, existem mais dois incisos nesse artigo, proibindo também a participação daquele
que mantenha vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira, trabalhista ou civil com
dirigente do órgão ou entidade contratante ou com agente público que desempenhe função na licitação ou
atue na fiscalização ou na gestão do contrato, ou que deles seja cônjuge, companheiro ou parente em linha
reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, devendo essa proibição constar expressamente do
edital de licitação; e de empresas controladoras, controladas ou coligadas, nos termos da Lei nº 6.404/1976,
concorrendo entre si.
Gabarito: alternativa E.
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LISTA DE QUESTÕES
1. (Cebraspe – SEE PE/2022) O pregão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens
e serviços comuns.
2. (Cebraspe – PC RO/2022) Determinado órgão administrativo pretende adquirir, mediante
processo licitatório, veículos comuns para apoio em atividades externas.
Nessa situação hipotética, considerando-se a Lei n.º 14.133/2021, no que diz respeito à modalidade
licitatória adequada e ao critério de julgamento, deverá ser adotada a modalidade
a) do leilão, podendo o critério de julgamento ser o de maior retorno econômico.
b) do pregão, podendo o critério de julgamento ser o de menor preço ou o de maior desconto.
c) de concurso, podendo o critério ser o de maior retorno econômico.
d) da concorrência, podendo o critério de julgamento ser o de menor preço ou o de maior desconto.
e) do diálogo competitivo, devendo o critério ser o de menor preço.
3. (Cebraspe – MPC SC/2022) Pregão, concorrência, concurso, leilão, credenciamento e diálogo
competitivo são modalidades de licitação previstas nas legislações em vigor que regem as licitações e os
contratos no âmbito da administração pública.
4. (Cebraspe – TCE RJ/2022) Em regra, as empresas públicas estaduais não se submetem às normas
da Lei n.º 14.133/2021, que estabelece novas disposições acerca de licitações e contratos
administrativos.
5. (Cebraspe – TCE SC/2022) As contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas
no exterior seguirão obrigatoriamente a instrução processual e os procedimentos estabelecidos na Lei .º
14.133/2021.
6. (Cebraspe – TCE SC/2022 – adaptada) Até 30 de dezembro de 2023, a administração pública
poderá optar por licitar ou realizar contratação direta de acordo com a referida lei ou com as Leis n.º
8.666/1993 e n.º 10.520/2002, devendo a opção escolhida ser indicada expressamente no edital, aviso
ou instrumento de contratação direta e desde que o edital ou ato autorizativo de contratação direta seja
publicado até 29 de dezembro de 2023.
7. (Cebraspe – TCE SC/2022) A administração pública poderá optar pela aplicação combinada da Lei
n.º 14.133/2021 com a Lei n.º 8.666/1993 e(ou) com a Lei n.º 10.520/2002, seja ao licitar, seja ao
contratar diretamente.
8. (Cebraspe – DPE RO/2022) Um servidor de uma empresa estatal deu causa à contratação direta
com particular, promovendo licitação para o fornecimento de bens, fora das hipóteses previstas em lei,
instaurando-se, por consequência, a competente ação penal.
Nessa situação hipotética, tratando-se de empresa estatal,
a) são aplicáveis as disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021).
b) são aplicáveis as disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021), todavia
com penas diversas e menos rigorosas.
c) não se aplica nenhuma das disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021).
d) são aplicáveis as disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021) somente
de forma extensiva, quando a lei especial não disciplinar a matéria.
e) não são aplicáveis as disposições penais da nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021), salvo
as penas pecuniárias.
9. (Cebraspe – TCE RJ/2022) Determinada fundação pública estadual celebrou contrato
administrativo, por dispensa de licitação, com pessoa jurídica de direito privado sem fins lucrativos cujo
objetivo social é a promoção da assistência social, para prestação de serviço no valor de R$ 45 mil.
Considerando a situação hipotética apresentada e aspectos a ela relacionados, julgue os itens a seguir,
com base nas normas de regência.
As regras estabelecidas tanto na Lei n.º 8.666/1993 quanto na Lei n.° 14.133/2021 aplicam-se às
fundações públicas estaduais.
10. (Cebraspe – SEFAZ RR/2021) As normas gerais previstas pela nova Lei de Licitações e Contratos
Administrativos (Lei n.º 14.133/2021) se aplicam obrigatoriamente
a) às contratações de todas as entidades da administração direta e indireta da União, dos estados, do
Distrito Federal e dos municípios.
b) aos Poderes Legislativo e Judiciário, quando houver desempenho de atividade de natureza administrativa
nesses poderes.
c) aos contratos de operação de crédito interno, inclusive quanto à concessão de garantia, sendo
dispensada sua aplicação quando a operação for de crédito externo.
d) aos municípios apenas se houver ratificação das regras por regulamentação local, que deve ser aprovada
na respectiva câmara municipal.
e) a qualquer contrato administrativo vigente, porque todas as disposições da Lei n.º 8.666/1993 foram
imediatamente revogadas quando a nova norma entrou em vigor.
11. (Cebraspe – SEFAZ AL/2021) Determinada autoridade administrativa vinculada a uma autarquia
estadual pretende celebrar contrato administrativo e, para tanto, planeja lançar edital de licitação na
modalidade concorrência, em 1.º de janeiro de 2022, mas está em dúvida sobre qual legislação aplicar —
Lei n.º 8.666/1993 ou Lei n.º 14.133/2021.
Considerando essa situação hipotética, julgue o item a seguir
A administração poderá optar por licitar com base em quaisquer das legislações mencionadas, podendo
até mesmo combinar a aplicação daquelas duas leis.
12. (Cebraspe – PGE PB/2021) A vigência da Lei n.º 14.133/2021 (denominada Nova Lei de Licitações
e Contratos)
14. (Cebraspe – SEFAZ CE/2021) É permitida a celebração de contrato regido por normas de licitação
anteriores à Lei n.º 14.133/2021, desde que a opção escolhida conste expressamente no edital ou no
aviso ou instrumento de contratação direta.
Determinado órgão público, pretendendo contratar empresa para prestação de serviços de publicidade,
publicou edital de licitação na modalidade leilão prevendo que as interessadas deveriam apresentar
comprovante de funcionamento regular de no mínimo três anos. Não concordando com o edital, a
autoridade competente desconsiderou o procedimento licitatório e realizou a contratação direta por
inexigibilidade de licitação de uma empresa que tinha apenas seis meses de funcionamento, cujo
proprietário era um de seus primos.
Determinado órgão público, pretendendo contratar empresa para prestação de serviços de publicidade,
publicou edital de licitação na modalidade leilão prevendo que as interessadas deveriam apresentar
comprovante de funcionamento regular de no mínimo três anos. Não concordando com o edital, a
autoridade competente desconsiderou o procedimento licitatório e realizou a contratação direta por
inexigibilidade de licitação de uma empresa que tinha apenas seis meses de funcionamento, cujo
proprietário era um de seus primos.
b) eficácia.
c) eficiência.
d) segregação de funções.
e) segurança jurídica.
18. (Cebraspe – SEFAZ CE/2021) Pelo princípio da segregação de funções, a administração deve buscar
a divisão de funções entre diferentes agentes, a fim de evitar a concentração de responsabilidades e
reduzir riscos.
19. (Cebraspe – TCE SC/2022) A Lei n.º 14.133/2021 estabelece como modalidades de licitação o
pregão, a concorrência, o concurso, o leilão, o diálogo competitivo e a tomada de preços.
20. (Cebraspe – DPE RO/2022) Caso a administração pública vise a contratar objeto em que há
impossibilidade, com precisão suficiente, de definir as especificações técnicas, pode-se utilizar licitação
na modalidade
a) leilão.
b) concurso.
c) concorrência.
d) diálogo competitivo.
e) pregão.
21. (Cebraspe – Telebras/2022) Visando reduzir a burocracia, a nova lei extinguiu algumas
modalidades de licitação e não criou nenhuma nova modalidade.
22. (Cebraspe – IBAMA/2022) Para a contratação de obras, serviços e compras, o IBAMA pode adotar
a modalidade de licitação denominada diálogo competitivo, realizando, nessa hipótese, diálogos com os
licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou
mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta
final após o encerramento dos diálogos.
23. (Cebraspe – DPE PI/2022) São modalidades de licitação, conforme a Lei n.º 14.133/2021 (Nova Lei
de Licitações e Contratos),
a) pregão, leilão, concorrência, tomada de preços e concurso.
b) pregão, concorrência, concurso, leilão e diálogo competitivo.
c) pregão, concorrência, leilão, tomada de preços e carta-convite.
d) licitação dispensável, concorrência, leilão e diálogo competitivo.
e) concorrência, convite, concurso, consulta e licitação inexigível.
24. (Cebraspe – COREN CE/2021) A Lei n.º 14.133/2021 prevê expressamente como modalidade de
licitação
I o diálogo competitivo.
II o pregão.
III o convite.
IV o concurso.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
25. (Cebraspe – SEFAZ RR/2021) Em 1.º de abril de 2021, foi promulgada a Lei n.º 14.133/2021, que
estabelece novas normas de licitação e contratação para as administrações públicas diretas, autárquicas
e fundacionais da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. Considerando a legislação
vigente para os processos de compras governamentais, assinale a opção correta.
a) A modalidade de licitação concurso foi extinta com a promulgação da Lei n.º 14.133/2021.
b) A Lei n.º 14.133/2021 agregou o diálogo competitivo ao rol de modalidades de licitação, em substituição
à modalidade leilão.
c) A partir de 2024, o comprador público poderá utilizar a tomada de preços como modalidade licitatória.
d) Com a promulgação da Lei n.º 14.133/2021, a Lei n.º 8.666/1993 foi automaticamente revogada.
e) De acordo com a Lei n.º 14.133/2021, é obrigatória a contratação de bens e serviços comuns por pregão.
26. (Cebraspe – PC RJ/2022) Recém-empossado no cargo, ministro de Estado do setor de segurança
pública de estado da Federação, no intuito de demonstrar efetividade no combate ao crime, orientou
que se desenvolvesse política pública de compra de equipamentos novos para delegacias de polícia em
todos os estados. Após estudo preliminar em todos os estados da Federação, verificou-se que algumas
delegacias nem sequer possuíam computadores. Diante disso, o ministro determinou a compra
emergencial, sem licitação, de tais produtos para essas delegacias desguarnecidas. Ao mesmo tempo,
orientou que se promovesse licitação, na modalidade pregão presencial, na forma da Lei federal n.º
10.520/2002, para que todas as demais unidades da polícia civil em questão recebessem computadores
novos com a maior brevidade possível.
Nessa situação hipotética,
a) a escolha da modalidade pregão presencial deve ser justificada, haja vista seu caráter excepcional e
potencialmente mitigador da competitividade. Como regra, o pregão deve ser eletrônico para todas as
compras de bens comuns pela administração pública federal, ainda que se destinem a outros entes
federativos.
b) a compra emergencial é ilícita. Ainda que seja premente a necessidade de aquisição dos bens, a urgência
foi criada pela inação da própria administração pública. Trata-se, assim, de urgência criada, que não admite
a hipótese de contratação direta.
c) o pregão é modalidade de licitação que, conforme a Lei n.º 14.133/2021, implica leilão reverso, de modo
que o critério de julgamento, obrigatoriamente, deverá ser o de menor preço ou menor desconto.
d) a cooperação da União com os estados deve ser estimulada, inclusive para fins de segurança pública e
compra de equipamentos e incremento do patrimônio público, respeitada a legislação de licitações e
contratos. Nada obstante, uma vez que a compra foi feita pela União, os materiais não serão afetados ao
patrimônio do estado, que deveria ter adquirido tais bens urgentes, ainda que sem licitação.
e) a contratação emergencial é hipótese de inexigibilidade de licitação, tal como define a nova lei geral de
licitações e contratos administrativos.
27. (Cebraspe – MPE AP/2021) Acerca do procedimento de licitação e dos contratos administrativos
conforme a Nova Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021), assinale a opção correta.
a) A regra de que a fase interna da licitação é inteiramente sigilosa até a abertura das propostas dos
licitantes tem o objetivo de garantir a competitividade do procedimento, porém acaba por mitigar o
princípio da publicidade.
b) O princípio da segregação de funções prevê que cada uma das principais funções dentro do processo de
licitação e execução do contrato seja exercida por diferentes agentes públicos.
c) Mesmo nos contratos de grande vulto, é opcional a instituição de programa de integridade pela
contratada.
d) A elaboração do projeto básico compete ao órgão responsável pela licitação e, em nenhuma hipótese,
pode ser transferida para o contratado.
e) O servidor público que, ao atuar em procedimento licitatório, tenha agido em observância aos pareceres
jurídicos regularmente emitidos tem direito a ser defendido pela advocacia pública na esfera controladora,
mesmo que haja contra ele prova da prática de ilícito doloso.
28. (Cebraspe – MPC PA/2019 - adaptada) Participam de determinado processo licitatório da
administração pública três empresas: W, Y e Z.
A empresa W é estrangeira, mas fabrica produtos manufaturados dentro do território brasileiro, produtos
esses que resultam de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no Brasil.
A empresa Y é brasileira, produz e exporta matéria-prima para fora do Brasil e faz reserva de cargos para
pessoa com deficiência, conforme determina a legislação.
A empresa Z fabrica produtos manufaturados que atendem às normas técnicas brasileiras e obedece às
previsões legais de acessibilidade e de reserva de cargos para pessoa reabilitada da previdência social.
A Lei de Licitações e Contratos (Lei n.º 14.133/2021) autoriza que, nessa situação, a administração pública
estabeleça margem de preferência somente para
a) as empresas W e Y.
b) as empresas Y e Z.
c) as empresas W e Z.
d) a empresa Z.
e) a empresa W.
29. (Cebraspe – MPC PA/2019 – adaptada) Uma licitação deverá ser processada e julgada em estrita
conformidade com princípios básicos previstos na Lei n.º 14.133/2021 (Lei de Licitações e Contratos),
entre eles o princípio da probidade administrativa, que significa
a) impossibilidade de o gestor incluir cláusulas que restrinjam ou frustrem o caráter competitivo
favorecendo uns em detrimento de outros e que acabem por beneficiar, mesmo que involuntariamente,
determinado participante.
b) obrigatoriedade de o gestor vedar a pessoalização das realizações da administração pública.
c) obrigatoriedade de a atuação do gestor público e a realização da licitação serem processadas na forma
da lei e das normas administrativas.
d) imposição ao agente público de um modo de atuar que produza resultados favoráveis à concepção dos
fins que cabem ao Estado alcançar.
e) procedimento de retidão e honestidade dos funcionários que integram ou realizam a gestão de
==2e49ca==
39. (Cebraspe – CGM de João Pessoa PB/2018 – adaptada) É permitida a combinação das modalidades
de licitação previstas na Lei n.º 14.133/2021, de modo a propiciar ao gestor maior flexibilidade nas
contratações públicas.
40. (Cebraspe – TCE PB/2018 - adaptada) Se um órgão da administração pública desejar adquirir
trabalho científico com oferta de prêmio aos vencedores, a modalidade de licitação a ser adotada e a
quantidade mínima de dias de antecedência em relação ao evento para apresentação de propostas
devem ser, respectivamente,
a) diálogo competitivo; trinta dias úteis.
b) pregão; quinze dias úteis.
c) concurso; trinta e cinco dias úteis.
d) leilão; quarenta e cinco dias úteis.
e) concorrência; trinta dias úteis.
41. (Cebraspe – TCE PB/2018) Nas licitações públicas, de acordo com o princípio do julgamento
objetivo,
GABARITO
REFERÊNCIAS
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; GUIMARÃES, Edgar; et. al. Licitações e contratos administrativos:
Inovações da Lei 14.133/21. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
NOBREGA, Marcos. TORRES, Ronny Charles L. de. A nova lei de licitações, credenciamento e e-marketplace
o turning point da inovação nas compras públicas. 2020. Disponível em <https://www.olicitante.com.br/e-
marketplace-turning-point-inovacao-compras-publicas>, acesso em 27/1/2021.
JUSTEN FILHO, Marçal. A pré-qualificação como procedimento auxiliar das licitações no RDC (Lei
12.462/2011). Informativo Justen, Pereira, Oliveira e Talamini, Curitiba, nº 56, outubro de 2011. Disponível
em: https://www.justen.com.br/pdfs/IE56/IE56-marcal_rdc.pdf, acesso em 27/1/2021.
SILVA, Magno Antônio. O princípio da segregação de funções e sua aplicação no controle processual das
despesas: uma abordagem analítica pela ótica das licitações públicas e das contratações administrativas.
Revista do TCU (n. 128; Setembro a Dezembro de 2013). Disponível em
<https://revista.tcu.gov.br/ojs/index.php/RTCU/article/view/68/71>, acesso em 13/3/2021.
1. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A Lei n° 14.133/2021 estabelece normas gerais de licitação e
contratação para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos estados,
do Distrito Federal e dos municípios, e abrange os órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário, no
desempenho de função administrativa.
2. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) As empresas públicas e sociedades de economia mista não são
abrangidas pelo regime da Lei Geral de Licitações e Contratos (Lei n° 14.133/2021), já que todas as
disposições relativas ao tema, no âmbito das empresas estatais, são reguladas por legislação própria, ou
seja, a Lei n° 13.303/2016.
3. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) O regime licitatório instituído pela Lei n° 14.133/2021 é aplicável
somente às entidades de direito público integrantes da administração pública.
4. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) As concessões e permissões de serviços públicos devem seguir
as disposições da Lei de Licitações, independentemente da existência de normas especiais sobre o tema.
5. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Nas licitações, devem ser observados os princípios da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade
administrativa, da igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, dentre outros.
7. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Os atos praticados no processo licitatório são públicos,
ressalvadas as hipóteses de informações cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado. Além disso, em alguns casos, publicidade será diferida, ou seja, realizada em outro momento,
como ocorre em relação ao conteúdo das propostas.
8. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) São modalidades de licitação previstas na Lei n° 14.133/21, entre
outras, o pregão e a tomada de preços.
10. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Caso pretenda alienar bens imóveis ou móveis inservíveis, a
administração deverá utilizar a modalidade leilão, salvo quando a lei determinar que a licitação será
dispensada.
11. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) O diálogo competitivo é uma modalidade licitatória para
contratação de obras, serviços e compras em que a administração pública realiza diálogos com licitantes
previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais
alternativas capazes de atender às suas necessidades.
12. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A Secretaria de Saúde de um estado da federação necessita
realizar uma contratação visando incrementar o nível tecnológico de seus aparelhos de diagnóstico, para
as quais não há possibilidade de se utilizar as soluções já disponíveis no mercado. Nesse caso, será cabível
a realização da licitação através da modalidade diálogo competitivo, devendo os interessados manifestar
seu interesse em participar dos diálogos, conforme edital de convocação divulgado com antecedência de
no mínimo vinte e cinco dias úteis.
13. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Na modalidade diálogo competitivo, com o objetivo de
aumentar a competitividade entre os interessados, a administração poderá revelar as soluções propostas
por cada licitante, impedindo que qualquer informação tenha caráter sigiloso.
14. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) O diálogo competitivo será conduzido por comissão de
contratação composta de pelo menos três servidores efetivos ou empregados públicos pertencentes aos
quadros permanentes da administração, admitida a contratação de profissionais para assessoramento
técnico da comissão.
15. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) As licitações realizadas nas modalidades pregão e concorrência
são compatíveis com os critérios de julgamento de menor preço e maior desconto.
16. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) O critério de julgamento de "técnica e preço" será utilizado
exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual.
17. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A empresa X está participando de uma licitação e apresentou
proposta de trabalho, indicando que, na prestação dos serviços contratados, geraria economia de R$ 100
mil por mês para a administração. Em sua proposta de preço, indicou que cobraria 10% dessa economia
como forma de remuneração. Nessa situação, o edital deve prever parâmetros objetivos e subjetivos de
mensuração da economia efetivamente gerada.
18. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A empresa X está participando de uma licitação e apresentou
proposta de trabalho, indicando que, na prestação dos serviços contratados, geraria economia de R$ 100
mil por mês para a administração. Em sua proposta de preço, indicou que cobraria 10% dessa economia
como forma de remuneração. Nessa situação, a melhor proposta deverá ser escolhida com base no
resultado da economia que se estima gerar com a execução da proposta de trabalho, deduzida a proposta
de preço.
19. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A empresa X está participando de uma licitação e apresentou
proposta de trabalho, indicando que, na prestação dos serviços contratados, geraria economia de R$ 100
mil por mês para a administração. Em sua proposta de preço, indicou que cobraria 10% dessa economia
como forma de remuneração. Nessa situação, caso a empresa vencedora não gere a economia
prometida, o contrato deverá ser extinto, não sendo possível a adoção de descontos da remuneração do
contratado.
20. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) No novo regime de licitações instituído pela Lei n° 14.133/2021,
o procedimento será realizado preferencialmente sob a forma eletrônica, admitida a utilização da forma
presencial, desde que motivada, devendo a sessão pública ser registrada em ata e gravada em áudio e
vídeo.
21. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A Lei n° 14.133/2021 estabelece normas gerais de licitação e
contratação, que são aplicáveis:
a) à administração pública direta e indireta da União;
b) aos poderes Legislativo e Judiciário, no exercício de suas funções típicas;
c) aos fundos especiais de às demais entidades controladas apenas diretamente pela administração pública;
d) em sua integralidade, às contratações realizadas no âmbito das repartições públicas sediadas no exterior;
e) às empresas estatais, no que diz respeito às suas disposições penais.
22. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Acerca da abrangência da Lei n° 14.133/2021, assinale a
alternativa correta:
a) as empresas públicas e sociedades de economia mista devem licitar obedecendo ao regime instituído
por essa Lei;
b) as fundações públicas de direito público e de direito privado devem seguir o regime previsto nessa Lei;
c) a Lei nº 14.133/2021 é integralmente aplicável às licitações e contratações que envolvam recursos
provenientes de empréstimo ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou de
organismo financeiro de que o Brasil seja parte, vedada a observância de acordos internacionais;
d) as contratações relativas à gestão, direta e indireta, das reservas internacionais do País devem observar
o regime da Lei de Licitações, vedada a edição de regulamento próprio;
e) quando no desempenho de suas funções típicas, o Poder Judiciário deve seguir o procedimento previsto
na Lei n° 14.133/2021.
23. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Na aplicação da Lei n° 14.133/2021, serão observados alguns
princípios previstos expressamente no art. 5°, exceto:
a) planejamento, transparência, eficácia e segregação de funções;
b) motivação, vinculação ao edital, julgamento objetivo;
c) segurança jurídica, razoabilidade, competitividade;
d) oficialidade, presunção de veracidade e julgamento subjetivo.
e) proporcionalidade, celeridade, economicidade, desenvolvimento nacional sustentável.
24. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Relaciona-se com os princípios da isonomia, igualdade e
competitividade a vedação à restrição do caráter competitivo da licitação, que impõe ser vedado ao
agente público:
a) admitir situações que não restrinjam o caráter competitivo do processo licitatório;
b) prever situações que não se estabeleçam preferências ou distinções;
25. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) “Pessoa física ou jurídica, ou consórcio de pessoas jurídicas, que
participa ou manifesta a intenção de participar de processo licitatório, sendo-lhe equiparável, o
fornecedor ou o prestador de serviço que, em atendimento à solicitação da Administração, oferece
proposta”. Referida descrição diz respeito ao conceito de:
a) agente público;
b) autoridade;
c) licitante;
d) contratante;
e) contratado.
26. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Sobre os princípios que regem as licitações e contratações
públicas, é correto afirmar que:
a) a publicidade tem como objetivo gerar resultados positivos à população;
b) a eficiência determina a divulgação da informação em formato compreensível, claro, de fácil
entendimento para a população;
c) a segregação de funções consiste na separação de funções de autorização, aprovação, execução, controle
e contabilização das operações, evitando o acúmulo de funções por parte de um mesmo servidor;
d) a vinculação ao edital determina a indicação dos pressupostos de fato e de direito que levaram a
administração a tomar determinada decisão;
e) o princípio da motivação determina que o processo licitatório deverá ser conduzido conforme as regras
previamente definidas no edital da licitação.
28. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Para alcançar os objetivos previstos na Lei n° 14.133/2021,
incumbe à alta administração do órgão ou entidade:
a) implementar processos e estruturas, exceto de gestão de riscos;
b) implementar processos e estruturas, exceto no que diz respeito a controles internos;
c) avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos contratos;
30. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A respeito da modalidade licitatória denominada concorrência,
é correto afirmar que:
a) poderá utilizar como critério de julgamento o maior lance;
b) pode ser utilizada para contratação de bens e serviços comuns e especiais e de obras somente
consideradas comuns;
c) é a modalidade cabível para obras e serviços de engenharia, mas somente com valor superior a R$ 3,3
milhões;
d) poderá adotar como critérios de julgamento o maior retorno econômico e o maior desconto;
e) é a modalidade cabível para compras e demais serviços acima de R$ 1,43 milhão.
31. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A concorrência poder ter como objetos bens e serviços especiais,
obras e serviços comuns e especiais de engenharia. A respeito desse tema, marque a opção correta:
a) bens e serviços especiais possuem alta heterogeneidade ou complexidade, cujos padrões de
desempenho e qualidade não podem ser objetivamente definidos pelo edital;
b) os bens e serviços especiais são aqueles que podem ser descritos por meio de especificações usuais do
mercado, com padrões de desempenho descritos de forma objetiva pelo edital;
c) o termo “serviço” representa as aquisições remuneradas de bens para fornecimento de uma só vez ou
parceladamente;
d) obra é a atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual ou
material, de interesse da Administração;
e) serviços comuns de engenharia são aqueles realizados para a manutenção da atividade administrativa,
decorrentes de necessidades permanentes ou prolongadas.
32. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) A respeito do pregão, marque a alternativa correta:
a) é modalidade de licitação facultativa para aquisição de bens e serviços comuns;
b) deve ser utilizado para contratação de serviços especiais de engenharia;
c) pode ser utilizado para contratação de obras;
d) utiliza como critérios de julgamento o menor preço ou maior desconto;
e) é aplicável às contratações de serviços técnicos especializados de natureza intelectual.
34. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Ao realizar licitação na modalidade concurso, é correto afirmar
que o edital deverá indicar:
a) I;
b) II;
c) III;
d) I e III;
e) I, II e III.
35. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Suponha que a administração pretenda vender alguns de seus
bens móveis e imóveis. Nesse caso, é correto afirmar:
a) que deverá ser utilizada apenas a modalidade leilão, alienando-se o bem àquele que oferecer maior
lance;
b) caso se trate de bens móveis inservíveis, a licitação poderá ser feita por concorrência ou leilão, a
depender do valor da avaliação;
c) o critério de julgamento utilizado poderá ser o maior lance ou o menor desconto;
d) a licitação, na modalidade leilão, somente poderá ser realizada por leiloeiro oficial;
e) o leiloeiro oficial deve ser necessariamente escolhido após credenciamento.
36. (Prof. Herbert Almeida - Inédita) Em relação à participação do autor de projetos nas licitações,
analise os itens a seguir:
I. autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo, pessoa física ou jurídica, quando a
licitação versar sobre obra, serviços ou fornecimento de bens a ele relacionados;
II. empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou do projeto
executivo;
III. pessoa física ou jurídica que se encontre, ao tempo da licitação, impossibilitada de participar da licitação
==2e49ca==
7. C 17. E 27. D
8. E 18. C 28. C
9. E 19. E 29. E
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; GUIMARÃES, Edgar; et. al. Licitações e contratos administrativos:
Inovações da Lei 14.133/21. Rio de Janeiro: Forense, 2021.
NOBREGA, Marcos. TORRES, Ronny Charles L. de. A nova lei de licitações, credenciamento e e-marketplace
o turning point da inovação nas compras públicas. 2020. Disponível em <https://www.olicitante.com.br/e-
marketplace-turning-point-inovacao-compras-publicas>, acesso em 27/1/2021.
JUSTEN FILHO, Marçal. A pré-qualificação como procedimento auxiliar das licitações no RDC (Lei
12.462/2011). Informativo Justen, Pereira, Oliveira e Talamini, Curitiba, nº 56, outubro de 2011. Disponível
em: https://www.justen.com.br/pdfs/IE56/IE56-marcal_rdc.pdf, acesso em 27/1/2021.
SILVA, Magno Antônio. O princípio da segregação de funções e sua aplicação no controle processual das
despesas: uma abordagem analítica pela ótica das licitações públicas e das contratações administrativas.
Revista do TCU (n. 128; Setembro a Dezembro de 2013). Disponível em
<https://revista.tcu.gov.br/ojs/index.php/RTCU/article/view/68/71>, acesso em 13/3/2021.