Aula 07 - Dir Administrativo (071019)
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Aula 07
Olá meus amigos e minhas amigas. Nesta aula, vamos estudar o seguinte tema:
Licitação Pública
Sobre a aula, destaco que este é um assunto bem interessante e que muito provavelmente estará
em sua prova. Então, mais do que nunca, estudem com bastante atenção. Além disso, recomendo
que vocês façam a leitura da Lei 8.666/1993 na íntegra (dá um pouco mais de uma hora de leitura).
Ao longo da aula vamos considerar os valores das modalidades, e suas derivações, instituídos pelo
Decreto 9.412/2018.
Espero que gostem da aula, bons estudos!
1 NOÇÕES INTRODUTÓRIAS
1.1 CONCEITO
Para iniciar nosso estudo vamos primeiro conceituar a licitação. Para Maria Sylvia Zanella Di
Pietro:1
[...] pode-se definir a licitação como o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função
administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a
possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de
contrato.
1.2 LEGISLAÇÃO
O arcabouço jurídico das licitações é amplo. O fundamento principal decorre do inciso XXI do artigo
37 da Constituição Federal de 1988 (CF/88), segundo o qual:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão
contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da
proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
1
Di Pietro, 2013, p. 370.
Desde já, é importante destacar que o dispositivo constitucional permite que a legislação
estabeleça casos em que não se aplica a licitação, ponto que estudaremos mais adiante.
Prosseguindo, o artigo 22, inciso XXVII, da CF/88 estabelece como competência privativa da União
legislar sobre “normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de
economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III”, conforme redação dada pela EC 19/1998. Dessa
forma, à União compete estabelecer as normas gerais, aplicáveis a todos os entes federados,
cabendo aos estados, Distrito Federal e municípios editarem normas específicas. De certa forma, a
União também pode editar normas específicas, mas que, neste caso, não se aplicaria aos demais
entes federados.
Ainda na Constituição, a EC 19/1998, dando nova redação ao artigo 173, § 1º, da CF, fez previsão
para o estatuto jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista, dispondo, entre
outros temas, sobre normas próprias de licitação e contratação para essas entidades. Esse estatuto
foi elaborado, constituindo-se na Lei 13.303/2016, que apresenta um regime licitatório específico
para as empresas estatais.
Partindo para a legislação infraconstitucional, a Lei 8.666/1993, que regulamenta o inciso XXI do
artigo 37 da CF, estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes
a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes
da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Outro documento importante é a Lei 10.520/2002, que institui, no âmbito da União, estados,
Distrito Federal e municípios, a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de
bens e serviços comuns.
A partir de agora, nossa análise tomará por base a Lei 8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos,
LLC, Lei de Licitações, Estatuto geral das licitações ou somente Estatuto). Assim, quando não
houver menção sobre qual lei estamos falando ou sobre qual lei se refere os dispositivos
mencionados, estaremos tratando Lei 8.666/1993.
1.3 DESTINATÁRIOS
Dessa forma, as normas gerais de licitação se aplicam a todos os entes federados (União, estados,
Distrito Federal e municípios), envolvendo os três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário),
incluindo ainda os Tribunais de Contas e o Ministério Público. Aplica-se também aos órgãos
encarregados de gerir os fundos especiais e às autarquias, fundações públicas.
Contudo, sobre a parte final do art. 1º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993, surge um tema que
poderá gerar dúvidas nas próximas provas.
Conforme mencionado acima, a EC 19/1998 permitiu a elaboração de legislação própria para
empresas públicas e sociedades de economia mista. Essa nova legislação é a Lei 13.303/2016, que
apresenta um regime licitatório específico para as empresas públicas, as sociedades de economia
mista e suas subsidiárias, exploradoras de atividade econômica, ainda que a atividade econômica
ou
esteja sujeita ao regime de monopólio da União, ou prestadoras de serviços públicos (Lei
13.303/2016, art. 1º, caput). Ademais, as disposições da Lei 13.303/2016 aplicam-se inclusive às
sociedades, inclusive as de propósito específico, que sejam controladas por empresa pública ou
sociedade de economia mista (Lei 13.303/2016, art. 1º, § 6º).
Assim, desde a edição da Lei 13.303/2016, podemos dizer que houve uma revogação tácita do
trecho final do art. 1º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993, uma vez que esta não se aplica mais às
empresas públicas e às sociedades de economia mista, incluindo ainda às suas subsidiárias e
sociedades por elas controladas.
Salientamos, entretanto, que é preciso tomar cuidado nas questões de concursos. Principalmente
em questões literais, uma vez que o art. 1º, parágrafo único, da Lei 8.666/1993 não foi
expressamente revogado. Se a questão cobrar o âmbito de aplicação da Lei 8.666/1993, o mais
adequado, atualmente, é excluir a aplicação às empresas estatais.
Ressalta-se, por fim, que ao longo desta aula a Lei 13.303/2016 não será estudada, já que o
assunto aqui abordado refere-se às normas gerais de licitações previstas na Lei 8.666/1993.
1.4 FINALIDADE
está descrita
A finalidade ou destinação da licitação encontra-se disciplinada em seu artigo 3º nos seguintes
termos:
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da
proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e
será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao
instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.
Essa redação foi dada pela Lei 12.349/2010, incluindo como terceira finalidade a promoção do
desenvolvimento nacional sustentável. Dessa forma, podemos destacar as finalidades da seguinte
forma:
¥ garantir a observância do princípio constitucional da isonomia: o procedimento deve
proporcionar igualdade entre os participantes no procedimento licitatório. Este princípio
sofreu flexibilização a partir da Lei 12.349/2010, uma vez que essa Lei incluiu possibilidades
de se instituir margem de preferência para os possíveis candidatos;
¥ seleção da proposta mais vantajosa: a proposta mais vantajosa é aquela que atende da
melhor maneira às necessidades da entidade e do interesse público, o que nem sempre será
o menor preço;
1.5 PRINCÍPIOS
2
Comentários com base em Di Pietro, 2013,
O artigo 3º, além de apresentar os princípios expressos, estabelece, ao seu final, que se aplicam
também os princípios que “lhes são correlatos”. Dessa forma, a doutrina menciona diversos outros
princípios. Hely Lopes Meirelles3, por exemplo, apresenta uma relação maior de princípios:
procedimento formal, publicidade, igualdade entre os licitantes, sigilo das propostas, vinculação ao
edital, julgamento objetivo, probidade administrativa e adjudicação compulsória.
Segundo o autor, como procedimento formal, a licitação deve obediência às prescrições legais que
a regem em todos os seus atos e fases, devendo seguir, ainda, os regulamentos e cadernos de
obrigações próprios da entidade, além do edital ou carta-convite.
Por fim, a adjudicação diz respeito ao ato da autoridade competente que atribui ao vencedor do
certame o seu objeto. A adjudicação é o ato unilateral pelo qual a Administração declara que, se
vier a celebrar o contrato referente ao objeto da licitação, obrigatoriamente o fará com o licitante
vencedor4. Dessa forma, a adjudicação compulsória ao vencedor impede que a Administração,
concluído o procedimento licitatório, atribua seu objeto a terceiro que não seja o legítimo
vencedor.
Esse princípio, porém, dá direito apenas a adjudicação, não garantindo a celebração do contrato.
Assim, impede-se que o órgão celebre o contrato com outro ou abra novo procedimento licitatório
para o mesmo objeto enquanto estiver válida a adjudicação. Impede, também, que o órgão protele
a contratação indefinidamente sem apresentar motivo para tal. Todavia, não constitui direito
subjetivo à assinatura do contrato, ou seja, a Administração possui a prerrogativa de, por motivos
supervenientes, deixar de assinar o contrato.
3
Meirelles, 2013, p. 299.
4
Barchet, 2008, p. 427.
1.6 OBJETO
Segundo Hely Lopes Meirelles5, o objeto da licitação “é a obra, o serviço, a compra, a alienação, a
concessão, a permissão e a locação que, afinal, será contratada com o particular”. Dessa forma, o
objeto da licitação confunde-se com o próprio objeto do contrato.
Vejamos algumas definições apresentadas pela própria Lei 8.666/1993 (art. 6º):
¥ obra: toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por
execução direta ou indireta;
¥ serviço: - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a
Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação,
conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade,
seguro ou trabalhos técnico-profissionais;
¥ compra: toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou
parceladamente;
¥ alienação: toda transferência de domínio de bens a terceiros;
A concessão e a permissão são formas de delegação de serviços públicos previstas no artigo 175
da CF/88. Por fim, a locação ocorre quando um proprietário cede determinado bem para utilização
de terceiros.
5
Meirelles, 2013, p. 300.
Gabarito: errado.
1.7 MODALIDADES
Dessa forma, podemos afirmar que a concorrência abrange a tomada de preços e o convite,
enquanto a tomada de preços abrange o convite. A figura a seguir resume tudo isso:
Obras e Serviços
Modalidade Compras e Demais Serviços
de Engenharia
Concorrência
Esses valores, no caso dos consórcios públicos, previstos na Lei 11.107/2005, serão aplicados em
dobro, quando o consórcio for formado por até três entes da federação, e em triplo, quando
formado por um maior número. Exemplificando, se o consórcio for formado por três entes
federados, ele poderá utilizar a modalidade de tomada de preços para obras e serviços de
engenharia até o valor de R$ 6,6 milhões (2x 3,3).
1.7.1 Concorrência
A concorrência é a mais complexa das modalidades comuns, sendo aplicada em licitações de maior
vulto, precedida de ampla publicidade. De acordo com o §1º do artigo 22, a concorrência é a
modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para
execução de seu objeto.
Essa é a mais complexa modalidade de licitação, podendo ser aplicada, em tese, em qualquer
situação quando o critério de escolha for o valor.
Apresenta como características principais a universalidade e a ampla publicidade:
Conforme consta no §4º, art. 21, qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma
forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando,
inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
Voltando para a concorrência, podemos destacar ainda outra característica dessa modalidade, que
é a fase de habilitação preliminar, realizada após a abertura do procedimento (publicação do
resumo do edital).8
A aplicação da concorrência não decorre somente do preço. A LLC estabelece outros casos que
exigem a utilização dessa modalidade, independentemente do valor do objeto. Maria Di Pietro9
resume da seguinte forma os casos em que a concorrência é obrigatória:
a) obras e serviços de engenharia de valor superior a R$ 3.300.000,00 (três milhões e
trezentos mil reais);
b) compras e serviços que não sejam de engenharia, de valor superior a R$ 1.430.000,00 (um
milhão, quatrocentos e trinta reais);
6
Di Pietro. 2013. p. 412.
7
Borges e Bernardes, 2010, p. 81.
8
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 621.
9
Di Pietro, 2013, p. 408-409.
c) compra e alienação de bens imóveis, qualquer que seja o seu valor, ressalvado o disposto
no artigo 19, que admite concorrência ou leilão para alienação de bens adquiridos em
procedimentos judiciais ou mediante dação em pagamento (§3º do artigo 23);
Uma pequena pausa para explicar este item. Para compra ou alienação (venda) de bens imóveis
(construções, terrenos etc.), deve-se utilizar a concorrência. Entretanto, o artigo 19 permite que se
utilize tanto a concorrência quanto o leilão, para a alienação, quando a aquisição do bem decorrer
de procedimento judicial ou dação em pagamento.10
d) concessões de direito real de uso (§3º do art. 23);
e) licitações internacionais. Porém, a Lei admite uma exceção em que se poderá utilizar a
tomada de preços e outra em que se poderá utilizar o convite. De acordo com o §3º do art.
23, a concorrência é obrigatória:
[...] nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada
de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite,
quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.
Cabe ressaltar que, mesmo nas hipóteses apresentadas acima para licitações internacionais, os
limites de valores utilizados para o convite e para tomada de preços devem ser respeitados.
f) alienação de bens móveis de valor superior a R$ 1,43 milhão (art. 17, § 6º, c/c art. 23, II, b);
g) registro de preços (art. 15, §3º, I) ressalvadas as hipóteses de utilização do pregão, conforme
artigos 11 e 12 da Lei 10.520/2002;
h) concessão de serviço público (art. 2º, II, da Lei 8.987/1995);
i) parcerias público-privadas (PPP), conforme art. 10 da Lei 11.079/2004.
10
Segundo a Receita Federal, a dação em pagamento é “a extinção de uma obrigação consistente no pagamento da dívida
mediante a entrega de um objeto diverso daquele convencionado. Nesses termos, o devedor transfere ao credor da obrigação um
bem imóvel que é de sua propriedade”.
A tomada de preços (TP), por sua vez, é a modalidade de licitação entre interessados devidamente
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro
dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (art. 22,
§2º, Lei 8.666/1993).
A TP permite a participação de duas espécies de concorrentes: os cadastrados, que já
comprovaram em momento anterior ao da licitação o preenchimento dos requisitos previstos no
edital para a execução do contrato; e os não cadastrados, que poderão apresentar a
documentação comprobatória até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas.
Ela é utilizada para celebração de contratos relativos a obras, serviços e compras de menor vulto
quando comparada com concorrência. Assim como na concorrência, o julgamento é realizado por
uma comissão composta por três membros.
É a modalidade aplicável nas seguintes situações:
a) obras e serviços de engenharia com valor estimado de até R$ 3.300.000,00 (três milhões e
trezentos mil reais);
b) compras e serviços que não de engenharia até o valor estimado de R$ 1.430.000,00 (um
milhão, quatrocentos e trinta cinquenta mil reais);
c) em licitações internacionais, desde que preenchidas as seguintes condições:
1.7.3 Convite
Por outro lado, quando existirem mais do que três possíveis interessados, a cada novo convite,
realizado para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um
interessado, enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações (art. 22, §6º).
Para fechar, essa é a modalidade aplicável nas seguintes situações:
a) obras e serviços de engenharia com valor estimado em até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta
mil reais);
b) compras e demais serviços com valor estimado em até R$ 176.000,00 (cento e setenta e seis
mil reais);
c) licitações internacionais, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil,
observados os limites de valor apresentados acima.
Obras e serviços de
engenharia - até R$ 330 mil
Convite
Não haja fornecedor do bem
ou serviço no Brasil
Licitações internacionais,
desde que
A contratação respeite os
limites de valor para o
convite
1.7.4 Concurso
1.7.5 Leilão
Nos termos do § 5º do art. 22, o leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados
para a venda, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação, dos seguintes
bens:
a) bens móveis inservíveis para a administração;
b) produtos legalmente apreendidos ou penhorados; ou
c) para a alienação de bens imóveis, em que a aquisição derivou de procedimentos judiciais ou
dação em pagamento, conforme determina os art. 19, III.
Não é em todos os casos, porém, que se pode utilizar o leilão para a alienação de bens móveis. O
Estatuto de Licitações define como limite o valor de R$ 1,43 milhão de reais, acima desse valor
deve-se utilizar a concorrência.
Com efeito, o artigo 53 estabelece que o leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor
designado pela Administração. Além disso, todo bem a ser leiloado será previamente avaliado
pela Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.
Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a
5% (cinco por cento), com exceção dos leilões internacionais, nos quais o pagamento da parcela à
vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas.
Finalizando, o § 5º do artigo 53 estabelece, para fins de atendimento do princípio da publicidade,
que o edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se
realizará.
1.7.6 Consulta
Essa modalidade é aplicada exclusivamente às agências reguladoras. A consulta foi criada pela Lei
Geral de Telecomunicações (Lei 9.472/1997), que também criou a Anatel. Posteriormente, sua
aplicação foi estendida para todas as demais agências através do artigo 37 da Lei 9.986/2000.
Contudo, a consulta é uma modalidade de exceção, pois o artigo 54 da Lei 9.472/1997 estabelece
que a contratação de obras e serviços de engenharia civil está sujeita aos procedimentos
previstos na Lei 8.666/1993. Além disso, o artigo 56 dispõe que os bens e serviços comuns
poderão ser contratados por meio do pregão. Finalmente, o artigo 58 da Lei da Anatel dispõe que
a modalidade de consulta tem por objetivo o fornecimento de bens e serviços não compreendidos
nos artigos 56 e 57, que tratam dos bens ou serviços comuns.
Dessa forma, a consulta não se aplica a:
1.7.7 Pregão
As modalidades licitatórias previstas na Lei 8.666/1993, na maioria das vezes, não conseguiram dar
a celeridade desejável à atividade administrativa de escolha dos futuros contratados11. Para
resolver este problema, a Lei 10.520/200212 instituiu uma nova modalidade licitatória, o pregão,
com disciplina e procedimentos próprios, destinada à aquisição de bens e serviços comuns.
A Lei 10.520/2002 é uma lei nacional, aplicável, portanto, à União, estados, Distrito Federal e
municípios.
O artigo 1º da Lei dispões que,
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão,
que será regida por esta Lei.
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos
padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais no mercado.
A aplicação do pregão não decorre de seu valor, mas do objeto. O pregão é utilizado para a
aquisição de bens e serviços comuns, independentemente do valor estimado para a contratação.
Consideram-se bens e serviços comuns, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais do mercado.
Bem ou serviço comum não quer dizer que seja simples, mas que suas características podem ser
descritas no edital através das especificações de mercado. Dessa forma, o TCU já entendeu
possível até a contratação de serviços de engenharia ou o fornecimento de bens e serviços comuns
de informática e automação.
11
Carvalho Filho, 2013, p. 304.
12
O primeiro diploma legal a dispor sobre o pregão foi a Lei 9.472/1997 – Lei Geral de Telecomunicações.
permitida, também será possível utilizar a concorrência. A tabela abaixo resume os limites
para as modalidades:
Gabarito: correto.
(Cespe – Analista de Licitação/MME/2013) O Poder Público pode se utilizar, exclusivamente,
do procedimento licitatório na modalidade concurso para celebrar contrato de
a) credenciamento.
b) trabalhos artísticos.
c) empréstimo público.
d) serviços de publicidade.
e) convênio.
Comentário: segundo o §4º do artigo 22:
§4° Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico,
científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios
constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.
Dessa forma, quando se deseja celebrar um contrato para trabalhos artísticos, a modalidade
obrigatória será o concurso, com estipulação de prêmio ou remuneração ao vencedor.
Gabarito: alternativa B.
1.8 OBRIGATORIEDADE
Vimos que o artigo 37, inciso XXI, da CF/88 determina que, ressalvados os casos especificados na
legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes.
Regulamentando o mencionado inciso, a Lei 8.666/1993 dispõe, em seu artigo 2º, que as obras,
serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da
Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de
licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.
Percebe-se, dessa forma, que se a Administração desejar contratar com terceiros a realização de
obras, serviços e compras; alienar bens; fazer concessões ou permissões de serviços públicos; ou,
então, realizar locações; deverá utilizar o procedimento licitatório para proporcionar a todos os
interessados iguais oportunidades de concorrência, buscando obter, ainda, a seleção da proposta
mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.
Nesse contexto, Hely Lopes Meirelles ensina que,
A expressão obrigatoriedade de licitação tem um duplo sentido, significando não só a compulsoriedade da licitação em
geral como, também, a da modalidade prevista em lei para a espécie, pois atenta contra os princípios de moralidade e
eficiência da Administração o uso de modalidade mais singela quando se exige a mais complexa, ou o emprego desta,
normalmente mais onerosa, quando o objeto do procedimento não a comporta.
Em que pese as lições do autor, cabe destacar, principalmente para concursos, que nada impede
que se aplique a licitação mais complexa quando se poderia utilizar uma mais simples, como no
caso em que se utiliza a concorrência quando poderia ser aplicada a tomada de preços.
Por fim, vimos que a Constituição e, por conseguinte, a Lei 8.666/1993 permitem ressalvas à
utilização da licitação, são os casos de dispensa e inexigibilidade de licitação, conforme veremos a
seguir.
A primeira observação que devemos fazer é que o rol de situações apresentadas no artigo 25 é
apenas exemplificativo. Isso quer dizer que a inexigibilidade não ocorre apenas nas três situações
apresentadas no artigo. Sempre que existir a inviabilidade de competição, estará presente um caso
de inexigibilidade.
Agora vamos analisar cada um dos casos enumerados no artigo.
13
Meirelles, 2013, p. 309.
Assim, se houver possibilidade de competição, o serviço deve ser contratado por concurso. De
outra forma, caso preenchidos os demais requisitos, deve-se utilizar a inexigibilidade.
A natureza singular decorre de características próprias e específicas do objeto do contrato. Isso
envolve a peculiaridade da situação que motivou o contrato e a existência de certo contratado
que, em função da qualidade e singularidade do serviço, torne-se essencial para a situação. Assim,
trata-se de dupla singularidade: (1) da situação que motivou o contrato; (2) dos serviços prestados
pelo especialista.14
Finalmente, o conceito de profissional de notória especialização é encontrado na própria Lei
(artigo 25, §1º):
§ 1° Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua
especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, organização,
aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o
seu trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
14
Barchet, 2008, p. 460.
15
“Havendo impossibilidade jurídica de competição e não sendo o serviço de natureza singular, de modo a permitir a execução
por mais de um profissional, em respeito ao princípio da igualdade, o administrador deve proceder a pré-qualificação dos
interessados (art. 114) e implantar sistemática objetiva e imparcial na distribuição dos serviços” (Meirelles, 2013, p. 312, a partir
da Decisão 69/93 TCU e Parecer GQ-77/95, da AGU).
de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos,
destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização
fundiária de interesse social; g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da
Lei no 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da
Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; h) alienação gratuita ou
onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens
imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinquenta metros
quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social
desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; e i) alienação e concessão de
direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde
incidam ocupações em áreas não superiores a 2.500 ha (dois mil e quinhentos hectares) para fins
de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais.
Além desses casos, a Lei 11.195/2005 deu nova redação ao § 2º do artigo 17, dispondo sobre casos
em que a Administração poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de
imóveis com licitação dispensada.
Tratando-se de bens móveis, os casos de licitação dispensada são os seguintes: a) doação,
permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade
e conveniência socioeconômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação; b) permuta,
permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública; c) venda de ações,
que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica; d) venda de títulos, na
forma da legislação pertinente; e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou
entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades; f) venda de materiais e
equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização
previsível por quem deles dispõe.
1.10.1.1 Licitação dispensável
As hipóteses de licitação dispensável encontram-se taxativamente previstas no artigo 24 da Lei de
Licitações. Maria Sylvia Zanella Di Pietro divide as hipóteses de licitação dispensável em quatro
grupos, vejamos:
à Em razão do pequeno valor (incisos I e II do artigo 24):
¥ até R$ 33.000,00 (trinta e três mil reais) para obras e serviços de engenharia (10% do valor
previsto no artigo 23, I, a);
¥ até R$ 17.600,00 (dezessete mil e seiscentos reais) para compras e serviços que não sejam
de engenharia (10% do valor previsto no artigo 23, II, a).
Para consórcios públicos, sociedade de economia mista, empresa pública e para as autarquias ou
fundações qualificadas como Agências Executivas, os limites acima são aplicados em dobro (20%).
à Em razão da situação (art. 24):
¥ nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem (inciso III);
¥ nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de
atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente
16
Quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedimentos especiais instituídos em regulamentação específica.
à Em razão da pessoa:
¥ para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno (União, estados, DF,
municípios, autarquias e fundações públicas de direito público), de bens produzidos ou
serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha
sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o
preço contratado seja compatível com o praticado no mercado (inciso VIII);
¥ na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da
pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à
recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação
ético-profissional e não tenha fins lucrativos (inciso XIII);
¥ para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração,
e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a
pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a
Administração Pública, criados para esse fim específico;
¥ na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de
comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a
prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado (inciso XX) – exemplo: Apae17;
¥ na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com
concessionário, permissionário ou autorizado (inciso XXII);
¥ na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas
subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção
de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado
(inciso XXIII);
¥ para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais,
qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no
contrato de gestão (inciso XXIV); e
¥ na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua
administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos
termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação
(inciso XXVI);
¥ na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de
cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção
de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta
regular de água (XXXIII);
¥ para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para
a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente,
tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou
17
Exemplo apresentado na obra de Borges e Bernardes, 2008, p. 156.
Gabarito: errado.
(Cespe – Agente Administrativo/MTE/2014) Se a administração necessita adquirir
equipamentos que só podem ser fornecidos por produtor, empresa ou representante
comercial exclusivo, a licitação é dispensada, pois cabe ao poder público ajuizar a
conveniência e oportunidade da dispensa.
Comentário: mais uma questão em que a banca trocou inexigibilidade e dispensa. No caso
apresentado, assim como para os serviços descritos no art. 13º da Lei; para serviços de
natureza singular; com profissionais ou empresas de notória especialização; e para a
contratação de quaisquer profissionais do setor artístico, é a inexigibilidade que vigora e não
a dispensa.
Gabarito: errado.
(Cespe – Grupo Gestor/MPOG/2013) Defesas de causas judiciais ou administrativas são
consideradas serviços técnicos profissionais especializados.
Comentário: falamos sobre isso ao tratar da inexigibilidade licitatória. Ali, pudemos ver que o
artigo 13º da Lei apresenta como serviços técnicos profissionais especializados diversos itens,
dentre eles o patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas.
Gabarito: correto.
(Cespe – AGPI/INPI/2013) A decisão de não realizar o certame é vinculada nos casos de
inexigibilidade, como é o caso da contratação de profissional, de qualquer setor artístico,
consagrado pela opinião pública.
Comentário: os casos de inexigibilidade ocorrem quando há inviabilidade de competição.
Dessa forma, o administrador não tem outra opção, pois não é possível realizar a licitação. A
lei dá alguns exemplos de situações de inexigibilidade (art. 25):
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor,
empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de
exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se
realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda,
pelas entidades equivalentes;
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com
profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e
divulgação;
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Gabarito: correto.
(Cespe – AA/ANP/2013) De acordo com a Lei n.º 8.666/1993, é inexigível a licitação para
contratar empresa de notória especialização para a realização de curso.
Comentário: essa pergunta exige um pouco de atenção, pois a assertiva quase inteira está
correta. Para a contratação de serviços técnicos profissionais especializados, devem estar
preenchidos três requisitos:
a) serviço técnico especializado, entre os mencionados no artigo 13;
1.11 PROCEDIMENTO
18
Meirelles, 2013, p. 313.
¥ fase externa: inicia-se com a audiência pública (somente para licitações de grande vulto),
depois segue para a publicação do resumo do edital ou convite, recebimento da
documentação, habilitação, julgamento das propostas, homologação e adjudicação.
A Administração deverá efetuar a audiência pública, antes da publicação do edital, sempre que o
valor estimado para a licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for
superior a R$ 330.000.000,00 (trezentos e trinta milhões) – cem vezes o valor previsto no artigo
23, I, “c”.
O objetivo da audiência pública é fornecer informações aos possíveis interessados e permitir que
eles se manifestem sobre o objeto a ser licitado. Ela será concedida pela autoridade responsável
com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edital, e
divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mesmos
meios previstos para a publicidade da licitação.
Audiência pública:
à Realização: 15 dias úteis da publicação do edital;
à Divulgação: 10 dias úteis da sua realização.
1.11.2 Edital
O edital deve conter o objeto da licitação, em descrição sucinta e clara, permitindo que os
interessados entendam o que a Administração deseja contratar.
Deve conter o prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos para
execução do contrato e para entrega do objeto da licitação. Deve dispor também sobre as sanções
para o caso de inadimplemento; condições para participação (habilitação) e apresentação das
propostas; critérios objetivamente estabelecidos para julgamento das propostas; locais, horários e
códigos para obter informações e esclarecimentos; instruções e normas para os recursos; e
condições de recebimento do objeto da licitação.
19
Meirelles, 2013, p. 314.
Além disso, o edital deve dispor sobre o local onde poderá ser examinado o projeto básico20 e se
há projeto executivo21 disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa
ser examinado e adquirido.
Sobre o pagamento, a Lei dispõe que o edital deve prever: condições equivalentes de pagamento
entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais. Deve dispor sobre
o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, permitida a fixação de preços máximos e
vedados a fixação de preços mínimos. Incluirá, também, normas sobre os critérios de reajuste.
Por fim, o inciso XIV regulamenta as condições de pagamento, exigindo que o edital preveja:
XIV - condições de pagamento, prevendo:
a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do período de adimplemento
de cada parcela;
b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos
financeiros;
c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento
de cada parcela até a data do efetivo pagamento;
d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações
de pagamentos;
e) exigência de seguros, quando for o caso;
20
Art. 6° Para os fins desta Lei, considera-se:
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar a obra
ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento, e que
possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes
elementos:
a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos
constitutivos com clareza;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a minimizar a necessidade de reformulação ou
de variantes durante as fases de elaboração do projeto executivo e de realização das obras e montagem;
c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a incorporar à obra, bem como suas
especificações que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, instalações provisórias e condições
organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de
suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente
avaliados;
21
X - Projeto Executivo - o conjunto dos elementos necessários e suficientes à execução completa da obra, de acordo com as
normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
I. o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especificações e outros
complementos;
II. orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;
III. a minuta do contrato a ser firmado entre a Administração e o licitante vencedor;
IV. as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.
Ademais, nos termos dos §§ 4º e 5º do artigo 7º da LLC, são vedadas: (a) a inclusão, no objeto da
licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos
quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou executivo; e (b) a
realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas,
características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou
ainda quando o fornecimento for feito sob o regime de administração contratada, previsto e
discriminado no ato convocatório.
Vimos que, além do edital, há ainda a carta convite, que é o instrumento convocatório utilizado na
modalidade de licitação chamada de convite. É uma forma mais simples de edital, que dispensa a
publicação, devendo, no entanto, ser encaminhado a pelo menos três interessados e afixado em
local adequada para permitir a participação de outros interessados que manifestarem interesse
até 24 horas antes da abertura das propostas. As regras previstas para o edital se aplicam, no que
for cabível, ao convite, resguardada a simplicidade deste último documento.
1.11.3 Habilitação
A habilitação destina-se a aferir se o interessado em firmar o contrato com o Poder Público possui
os requisitos necessários para a adequada execução de seu objeto22. Nesta fase, ocorre a abertura
dos envelopes com a “documentação” de habilitação da empresa, juntamente com a apreciação
desses documentos.
Os documentos de habilitação somente podem referir-se aos previstos no artigo 27 da Lei de
Licitações. Esse talvez seja um dos maiores vícios encontrados em licitações. Por diversas vezes, os
órgãos costumam exigir outros documentos, implicando na restrição indevida à competitividade.
Consequentemente, os editais sofrem diversas impugnações, implicando em longos atrasos no
procedimento.
Dessa forma, o artigo 27 dispõe o seguinte:
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa
a:
I - habilitação jurídica;
II - qualificação técnica;
III - qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista;
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal.
22
Barchet, 2008, p.434.
A habilitação jurídica tem a finalidade de verificar se o licitante possui aptidão para adquirir
direitos e contrair obrigações (identidade, registro comercial, ato constitutivo, etc.).
A qualificação técnica se refere à capacidade ou aptidão de desempenho para cumprir o objeto da
licitação (registro ou inscrição em entidade profissional, comprovantes da existência de
aparelhamento e de pessoal qualificado, provas de atendimento dos requisitos, etc.).
A qualificação econômico financeira tem o objetivo de verificar se o contratado dispõe de
condições de satisfazer os encargos econômicos oriundos da execução do contrato (balanço
patrimonial, certidão negativa de falência ou concordata, etc.).
A regularidade fiscal diz respeito às condições da empresa frente ao fisco (CPF, CNPJ, inscrição no
cadastro de contribuintes, regularidade com as fazendas federal, estadual e municipal,
regularidade com Seguro Social e FGTS).
O inciso V trata da proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de
qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de
quatorze anos.
Assim, os tipos de licitação dizem respeito aos critérios adotados para a seleção da proposta
vencedora. A Lei estabelece quatro tipos de licitação:
¥ menor preço: quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração
determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as
especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço (este é o critério obrigatório
para o pregão);
¥ melhor técnica;
¥ técnica e preço;
¥ maior lance ou oferta: nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.
A “melhor técnica” e a “técnica e preço” destinam-se exclusivamente para os serviços de natureza
predominantemente intelectual, em especial (exemplificativo) na elaboração de projetos,
cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em
particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos. A
licitação de técnica e preço aplica-se, ainda, na aquisição de bens e serviços de informática não
enquadrados como comuns.
Na licitação do tipo “melhor técnica”, ocorre o seguinte:
1. são analisadas as propostas técnicas dos licitantes;
2. em seguida são abertos os envelopes das propostas de preço, dentre aqueles que obtiveram
a valoração mínima (não desclassificados) na etapa anterior;
3. inicia-se a negociação com o licitante que apresentou a melhor proposta técnica. O objetivo é
adequar a proposta de preço do licitante com a melhor proposta técnica ao preço ofertado
pelo candidato que obteve a melhor proposta de preço;
4. caso a negociação com o primeiro colocado não obtenha sucesso, segue-se para a negociação
com o segundo colocado, seguindo dessa forma até que se obtenha sucesso na negociação.
Percebam, dessa forma, que a proposta de preço tem um relevo maior que a proposta técnica.
No tipo de licitação de “técnica e preço” a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a
média ponderada das valorizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos
preestabelecidos no instrumento convocatório. Dessa forma, as propostas de técnica e de preço
são analisadas simultaneamente, consagrando-se vencedor o interessado que obtiver a melhor
média ponderada entre as duas propostas.
É importante salientar que, segundo o artigo 5º da Lei 8.666/93, todos os valores, preços e custos
utilizados nas licitações terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, salvo nos
casos de licitação internacional (quando poderá ser permitida a cotação em moeda estrangeira).
23
Di Pietro, 2013, p. 430.
24
Meirelles, 2013, p. 337.
condições estabelecidas; d) o impedimento de a Administração contratar o objeto licitado com outrem; e) a liberação dos
licitantes vencidos de todos os encargos da licitação e o direito de retirarem os documentos e levantarem as garantias
oferecidas, salvo se obrigados a aguardar a efetivação do contrato por disposição do edital ou legal.
25
Bandeira de Mello, apud Barchet, 2008, p. 440.
Comentário: exatamente! Segundo o art. 7º, § 5º, da Lei 8.666/1993, é “vedada a realização
de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de marcas, características e
especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável”.
Gabarito: correto.
(Cespe – Grupo Gestor/MPOG/2013) Nos processos licitatórios, sejam eles de âmbito
nacional ou internacional, deve ser utilizada, obrigatoriamente, como expressão monetária a
moeda corrente nacional.
Comentário: o artigo 5º da LLC assegura que todas as transações licitatórias deverão ter
como expressão monetária a moeda nacional, exceto o disposto no artigo 42 da referida lei:
Art. 42. Nas concorrências de âmbito internacional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política
monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.
§ 1o Quando for permitido ao licitante estrangeiro cotar preço em moeda estrangeira, igualmente o poderá
fazer o licitante brasileiro.
Gabarito: errado.
(Cespe – AGPI/INPI/2013) Se durante a fase de habilitação nenhum licitante lograr ser
habilitado, deve ser aberto o prazo de oito dias para complementação de documentos.
Comentário: vamos ao conteúdo do §3º do art. 48 da Lei de Licitações:
§ 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a
administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova
documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de
convite, a redução deste prazo para três dias úteis.
O gabarito preliminar dessa questão foi dado como certo, sendo anulada no gabarito
definitivo. Segundo o Cespe: “O item não especifica se o prazo nele contido deveria ser
contado em dias úteis ou dias corridos, fato que prejudicou o julgamento objetivo do item.
Dessa forma, opta-se por anular o item.”
Gabarito: anulado.
(Cespe – TFCE/TCU/2012) Poderá o cidadão, mesmo não sendo licitante, impugnar edital de
licitação pública que não esteja em conformidade com a lei.
Comentário: segundo o art. 41º da LLC:
Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente
vinculada.
§ 1° Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta
Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de
habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo
da faculdade prevista no § 1o do art. 113. [...]
§ 2° Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que
não o fizer até o segundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a
abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de
leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito
de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 3° A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório
até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.
§ 4° A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes.
Assim, correta a questão.
Gabarito: correto.
(Cespe – TFCE/TCU/2012) Dado que o instrumento convocatório da licitação não é imutável,
pode haver modificações no edital, entretanto, de acordo com a referida lei, duas condições
nunca podem ser alteradas: a de que a divulgação ocorra pela mesma forma que se deu o
texto original, e a de que o prazo inicialmente estabelecido seja reaberto.
Comentário: vejamos o conteúdo do art. 21, §4º, da Lei 8.666/1993:
§ 4° Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original,
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido, exceto quando, inqüestionavelmente, a alteração não afetar a
formulação das propostas.
Dessa forma, a regra é a publicação das alterações pela mesma forma que se deu a
divulgação do texto original, reabrindo os prazos previstos inicialmente. Assim, se um edital é
alterado, a Administração terá que divulgar suas alterações da mesma forma que fez com o
texto original, iniciando novamente o prazo para apresentação das propostas.
Todavia, a lei coloca como exceção os casos em que, inquestionavelmente, a
alteração não afetar a formulação das propostas. Por exemplo, um pequeno erro de digitação
sem relação com a descrição do objeto. Nesse caso, não será reaberto o prazo inicial.
Gabarito: errado.
(Cespe - Nível Superior/MC/2013) As minutas dos contratos administrativos podem ser
examinadas pela assessoria jurídica do órgão público, entretanto, deve a administração
pública remeter o processo ao TCU para julgar e aprovar previamente as minutas dos
contratos a serem firmados.
Comentário: as minutas dos contratos administrativos devem ser previamente examinadas e
aprovadas por assessoria jurídica da Administração, ou seja, não devem ser remetidos ao
TCU.
Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente
autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do
recurso próprio para a despesa [...]
Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acordos, convênios ou ajustes
devem ser previamente examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da Administração.
Gabarito: errado.
suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de
terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado.
§ 1° A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar,
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.
§ 2° A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do
art. 59 desta Lei.
§ 3° No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.
§ 4° O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de
inexigibilidade de licitação.
O artigo 59, mencionado nos parágrafos 1º e 2º, determina que a declaração de nulidade do
contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele,
ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos. Contudo, a nulidade não
exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até
a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que
não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.
A anulação da licitação decorre de ilegalidade, operando efeitos retroativos (ex tunc), pois o ato
ilegal não produz consequências jurídicas nem gera direitos ou obrigações entre as partes,
podendo ser declarada pela Administração ou pelo Poder Judiciário. Assim, a anulação do
procedimento licitatório não gera o dever de indenizar. Entretanto, a nulidade do contrato não
exonera a Administração do dever de indenizar o contratado por aquilo que tiver realizado até a
data em que for declarada e por eventuais prejuízos regularmente comprovados, desde que o
contratado não tenha sido o responsável pelo ato ilegal.26
A revogação, por sua vez, ocorre por motivos de conveniência e oportunidade. Dessa forma, só
pode ser declarada exclusivamente pela Administração. São efeitos não retroativos (ex nunc), uma
vez que a revogação opera sobre atos válidos e eficazes, eis o motivo de obrigar o Poder Público a
indenizar o adjudicatário prejudicado.
A Lei restringe os casos em que é possível revogar a licitação, admitindo apenas nas em
decorrência de fatos supervenientes (fatos novos) devidamente comprovados, pertinente e
suficiente para justificar a revogação (art. 49, caput).
Com efeito, tanto a anulação quanto a revogação devem ser devidamente justificadas,
demonstrando a ocorrência do motivo e a lisura do Poder Público.
É importante destacar que a anulação poder ser total ou parcial, enquanto não é possível revogar
um simples ato do procedimento, como o julgamento. Dessa forma, ou se revoga todo o
procedimento licitatório, ou não se revoga nada27. Ademais, uma vez celebrado o contrato, não
será mais possível revogar o procedimento licitatório, mas apenas anulá-lo em caso de ilegalidade.
Por fim, a Lei assegura o contraditório e a ampla defesa no caso de revogação ou anulação. Porém,
para se oportunizar o contraditório e a ampla defesa é imprescindível que haja um direito
26
Barchet, 2008, p. 441; Art. 59, § Único, Lei 8.666/1993.
27
Meirelles, 2013, p. 339.
tutelado, o que só se constitui a partir da homologação e adjudicação. Dessa forma, caso ainda
não se tenha homologado e adjudicado a licitação, não se faz necessário oportunizar o
contraditório e a ampla defesa para anular ou revogar o procedimento.
1.13 SANÇÕES
As sanções administrativas estão disciplinadas nos artigos 86, 87 e 88 da Lei de Licitações. Existem
cinco tipos de sanções que podem ser impostas aos contratados:28
a) advertência;
b) multa de mora, por atraso na execução;
c) multa de ofício, por inexecução total ou parcial, podendo ser aplicada cumulativamente com
a advertência ou com as outras penalidades demonstradas abaixo;
d) suspensão temporária da possibilidade de participar em licitação e impedimento de contratar
com a Administração por até dois anos;
e) declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto
perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que seja promovida a reabilitação
perante a própria autoridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o
contratado ressarcir a Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da
sanção aplicada com base no inciso anterior.
A última penalidade é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou
Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo processo, no prazo de
10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua
aplicação.
28
Barchet, 2008, p. 501.
o empreitada por preço unitário - quando se contrata a execução da obra ou do serviço por
preço certo de unidades determinadas;
o tarefa - quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou
sem fornecimento de materiais;
o empreitada integral - quando se contrata um empreendimento em sua integralidade,
compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob inteira
responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de entrada
em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em condições de
segurança estrutural e operacional e com as características adequadas às finalidades para
que foi contratada;
A execução direta é realizada pelos próprios órgãos ou entidades, utilizando seus próprios
meios (pessoal, material, etc.). A situação descrita na questão corresponde à execução
indireta.
Gabarito: errado.
(Cespe – AJ/TRE MS/2013) Com base na Lei n.º 8.666/1993, que trata de licitações, assinale a
opção correta.
a) O convite é a modalidade de licitação realizada entre interessados previamente
cadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento até o terceiro dia anterior à
data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
b) São princípios fundamentais da licitação, entre outros, a igualdade, a publicidade e o
julgamento subjetivo.
c) A licitação é dispensável em contratações de fornecimento ou suprimento de energia
elétrica com qualquer tipo de empresa.
d) Há inexigibilidade de licitação quando houver inviabilidade de competição, como ocorre na
aquisição de bens singulares, dos quais é exemplo um quadro específico de determinado
pintor.
e) Os estados podem ampliar o rol traçado na referida lei para os casos de dispensa, pois
possuem a capacidade de autoadministração e autolegislação.
Comentário: vamos analisar cada alternativa:
a) a descrição apresentada na alternativa se refere à tomada de preço e não ao convite –
ERRADA;
b) podemos citar como princípios necessários à licitação a legalidade, impessoalidade,
moralidade, igualdade, publicidade, probidade administrativa, vinculação ao instrumento
convocatório, julgamento objetivo e os que lhes são correlatos – ERRADA;
c) o que ocorre nessa situação é a dispensa de licitação em razão da pessoa – ERRADA;
d) é isso ai. Quando não há a possibilidade de competição, ocorre a inexigibilidade licitatória.
Nesse caso em específico, o que acontece é a contratação de um profissional do setor
artístico, o que se enquadra nas situações previstas na Lei – CORRETA;
2 RESUMO
MODALIDADES
Tomada de § Cadastrados
Até 3,3 milhões Até 1,43 milhão
preços § Até 3º anterior para cadastrar
§ Convidados: mínimo 3
Convite Até 330 mil Até 176 mil
§ Fixação cópia: outros (24h)
§ Alienação de bens
Leilão § Móveis (regra): inservíveis, apreendidos, penhorados
§ Imóveis (exceção): origem dação em pagamento ou proc. Judicial
§ Lei 10.520/2002
§ Bens e serviços comuns
Pregão
§ Não importa valor
§ Lances
TIPOS DE LICITAÇÃO
CONTRATAÇÃO DIRETA
§ Inviabilidade de competição
Inexigibilidade § Rol exemplificativo
§ Exemplos (art. 25)
§ Exclusividade de fornecedor
§ Serviços técnicos (art. 13), natureza singular, notória especialização (não pode
publicidade e divulgação)
§ Artista consagrado
2. (Cespe – Administrador/IFF/2018)
De acordo com a Lei n.º 8.666/1993 — Lei de Licitações e Contratos —, é dispensável a
licitação
a) nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem.
b) para aquisição, por empresas públicas e autarquias, de bens produzidos por órgãos
públicos.
c) para contratação de profissional de qualquer setor artístico, desde que consagrado pela
crítica especializada.
d) para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por
produtor exclusivo.
e) se, na modalidade convite, não for alcançado o número mínimo legalmente exigido de
empresas qualificadas no certame.
Comentário:
a) corretíssimo! A assertiva é reprodução do art. 24, III, da Lei 8.666/93 – CORRETA;
b) a licitação será dispensada para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de
bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública
e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência da Lei de Licitações,
desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. Logo, a situação não
se aplica às empresas públicas (art. 24, VIII) – ERRADA;
c) essa é uma hipótese na qual caberá a inexigibilidade de licitação e não a dispensa (art. 25, III) –
ERRADA;
d) da mesma forma, essa é uma das hipóteses em que a licitação será inexigível (art. 25, I) –
ERRADA;
e) quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a
obtenção do número mínimo de licitantes exigidos para a modalidade convite, essas circunstâncias
deverão ser devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite, ou seja: (i) se
houver justificativa, o convite é realizado com menor número de licitantes; (ii) se não houver
justificativa, tem que repetir o certa (art. 22,§ 7º). Assim, este não é um caso de dispensa –
ERRADA.
Gabarito: alternativa A.
3. (Cespe – Administrador/IFF/2018)
A licitação de obra de construção de determinado edifício público pode ser realizada sem a
apresentação
a) do projeto básico.
b) de orçamento detalhado por custo unitário.
c) do projeto executivo.
d) de recursos orçamentários suficientes.
e) da inclusão do projeto no plano plurianual.
Comentário: essa questão diz respeito ao art. 7º da Lei. Se não, vejamos:
Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em
particular, à seguinte seqüência:
I - projeto básico
II - projeto executivo;
III - execução das obras e serviços.
§ 1º A execução de cada etapa será obrigatoriamente precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente,
dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido
concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.
§ 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar
do processo licitatório;
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou
serviços a serem executadas no exercício financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da
Constituição Federal, quando for o caso.
c) e e) as expressões mais adotadas são licitação deserta (quando não comparece ninguém) e
fracassada (quando comparecem licitantes, mas todos são inabilitados ou desclassificados). A
expressão “frustração” não é adotada com tanta frequência como as outras duas, sendo que
alguns autores a utilização como sinônimo de deserta e outros como sinônimo de fracassada. Logo,
não é um termo tão preciso para fins de prova. De qualquer forma, quando a licitação for
fracassada, haverá a possibilidade de conceder prazo para os licitantes apresentaram nova
documentação ou nova proposta (art. 48, § 3º). Por outro lado, quando for deserta e não houver
possibilidade de repetir o certame, haverá a possibilidade de dispensar, desde que mantidas as
mesmas condições da licitação anterior. Portanto, não existe disposição sobre alterar as condições
para atrair novos interessados. Da mesma forma, não haveria uma “imposição” em contratar
diretamente – ERRADAS;
d) como vimos, nesse caso, seria possível dispensar a licitação – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
d) a administração poderá cobrar do licitante qualquer qualificação, ainda que não inserida
no edital, desde que a exigência tenha nexo relacional com o objeto da contratação.
e) o julgamento do certame deve realizar-se segundo razões de conveniência e oportunidade
do gestor.
Comentário:
a) o edital deverá indicar critérios para julgamentos com disposições claras e parâmetros objetivos
(art. 40, VIII) – ERRADA;
b) trata-se do princípio da adjudicação compulsória e não o princípio do julgamento objetivo.
princípio da adjudicação compulsória prevê que a Administração deva atribuir o objeto da licitação
ao licitante vencedor. É o que diz o artigo 50 da Lei – ERRADA;
c) o julgamento das propostas será objetivo, devendo a comissão de licitação ou o responsável
pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de
maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle (art. 45) – CORRETA;
d) e e) o edital é a lei entre as partes, vinculando tanto a administração quanto os interessados.
Assim, não cabem interpretações ou decisões discricionárias, sob pena de ferir os objetivos da
licitação, listado no art. 3º da Lei – ERRADAS.
Gabarito: alternativa C.
d) dispensada.
e) inviável.
Comentário: para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de
autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade,
a licitação será dispensável, na forma do art. 24, XV, da Lei 8.666/93.
Gabarito: alternativa A.
c) rever o edital, já que a planilha com serviços e quantidades também deve ser mantida em
sigilo até a homologação da licitação.
d) rever o edital, já que é obrigatória a divulgação completa do orçamento de referência.
e) manter o edital, já que cabe à comissão de licitação definir se o orçamento da licitação
deve ser sigiloso ou não.
Comentário: o projeto básico faz uma avaliação do custo da obra, definição dos métodos
construtivos e prazo de execução. Além disso, a lei prevê que as obras e os serviços somente
poderão ser licitados quando houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o
pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício
financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma. Assim, a autoridade competente
está autorizada a rever o edital, como afirmado na alternativa D.
Gabarito: alternativa D.
Gabarito: alternativa E.
Os critérios de desempate são aplicados sucessivamente, ou seja, primeiro será dada preferência
aos bens e serviços produzidos no País (inciso I) e, caso nenhuma empresa atenda a esse critério, aí
sim passe-se a dar preferência aos produzidos ou prestados por empresas brasileiras (inciso II), e
assim sucessivamente, até o inciso V.
Se nenhum desses critérios for satisfeito, o desempate será feito por sorteio (art. 45, §2º).
Gabarito: alternativa C.
Comentário: o prazo mínimo até o recebimento das propostas será de quarenta e cinco dias para a
concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou
quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço” (art. 21, ‘b’).
Gabarito: alternativa D.
hipótese, a norma que estabelece dispensa de licitação obriga que a municipalidade contrate
o referido ente.
Comentário: na situação trazida pelo enunciado, o objeto pode ser contratado mediante a
realização de procedimento licitatório ou mediante dispensa licitação, desde que a contratação se
enquadre em alguma das hipóteses previstas no art. 24 da Lei, que traz as situações em que a
licitação é “dispensável”, ou seja, em que a Administração, por decisão discricionária, pode
escolher fazer a licitação ou fazer a contratação direta.
Dentre essas situações, está a do inciso VIII, pelo qual, para a aquisição, por pessoa jurídica de
direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que
integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à
vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.
Assim, para a contratação do objeto mencionado na questão, a licitação poderia ser realizada ou
dispensada.
Gabarito: alternativa D.
c) é vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução,
ressalvados os empreendimentos sob regime de concessão, nos termos da legislação específica
(art. 7º, §3º, Lei 8.666/93) – ERRADA;
d) as obras e serviços somente poderão ser licitados quando houver previsão de recursos
orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a
serem executadas no exercício financeiro em curso (art. 7º, §2º, III, Lei 8.666/93) – ERRADA;
e) a previsão legal é de que não poderá participar, direta ou indiretamente, da licitação ou da
execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles necessários o autor do projeto,
básico ou executivo (art. 9º, I, Lei 8.666/93) – CERTA.
Gabarito: alternativa E.
III - apresenta•‹o dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada
consorciado, admitindo-se, para efeito de qualifica•‹o tŽcnica, o somat—rio dos quantitativos
de cada consorciado, e, para efeito de qualifica•‹o econ™mico-financeira, o somat—rio dos
valores de cada consorciado, na propor•‹o de sua respectiva participa•‹o, podendo a
Administra•‹o estabelecer, para o cons—rcio, um acrŽscimo de atŽ 30% (trinta por cento) dos
valores exigidos para licitante individual, inexig’vel este acrŽscimo para os cons—rcios
compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;
Podemos ver no inciso V que a responsabilidade dos consórcios é do tipo solidária, conforme
alternativa A.
Gabarito: alternativa A.
IV. Nos processos de licitação poderá ser estabelecida margem de preferência – as margens de
preferência podem ser concedidas como critério de desempate, em igualdade de condições, a bens
produzidos no país, por exemplo (art. 3º, §2º) – CORRETA;
V. Cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de
bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, deve obedecer, para cada fonte
diferenciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo
quando presentes relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa da
autoridade competente, devidamente publicada – em regra, todos os valores, preços e custos
utilizados nas licitações terão como expressão monetária a moeda corrente nacional, devendo
cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens,
locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferenciada de
recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes
relevantes razões de interesse público e mediante prévia justificativa da autoridade competente,
devidamente publicada (art. 5º) – CORRETA.
As afirmativas I, III, IV e V estão, portanto, corretas, como consta da alternativa E.
Gabarito: alternativa E.
Leil‹o
Preg‹o (10.520/02)
d) a indicação de marca é admissível para fins de padronização, nos casos em que for tecnicamente
justificável (ver art. 7º, §5º e art. 15, I) – ERRADA;
e) não há que se falar em estabelecimento de restrições para maior eficiência e nem em não
aplicação de vedações previstas na lei – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.
Gabarito: alternativa D.
d) pode contratar terceiro diretamente, tendo em vista que é inexigível a licitação quando o
certame original foi deserto e desde que mantidas as condições de mercado, por
inviabilidade de competição.
e) deve realizar nova licitação, podendo adotar modalidade simplificada, desde que mantidas
as mesmas condições da licitação originária que resultou deserta.
Comentário: quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não
puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições
preestabelecidas, a licitação será dispensável, na forma do art. 24, V. Essa hipótese é chamada de
licitação deserta, caracterizada quando não comparecem interessados. Se a licitação não puder ser
repetida sem prejuízo para a Administração, a Administração poderá contratar diretamente uma
empresa, desde que nas mesmas condições estabelecidas no edital da licitação.
Gabarito: alternativa C.
Gabarito: alternativa A.
característica que seria prejudicada com a apresentação das propostas antes do julgamento, já que
os licitantes desclassificados teriam direito de recorrer; (ii) pela onerosidade excessiva dessa
medida em relação aos licitantes que sequer seriam contratados futuramente.
Gabarito: alternativa A.
VIII - (Vetado).
A contratação de auditorias financeiras, então, se enquadra nessa hipótese, podendo ser efetivada
via inexigibilidade de licitação.
Gabarito: alternativa B.
d) deverá anular a licitação, por razões de interesse público e instaurar outro certame do qual
não poderá participar o referido consórcio.
e) somente poderá desclassificar o consórcio e firmar o contrato com o segundo colocado se
tiver sido aplicada sanção administrativa de inidoneidade ou proibição de contratar com a
Administração.
Comentário: nesse caso, a empresa não poderia ser desclassificada apenas com base em
informações veiculadas pelo noticiário nacional, quanto ao seu envolvimento em escândalos de
corrupção com possíveis fraudes em licitações. No momento da celebração do contrato, ela não
estava com sanção proferida pela administração de "declaração de inidoneidade ou proibição de
contratar com a Administração", prevista no art. 87, IV da lei 8666.
O entendimento do STJ, sobre o tema, é de que a declaração de inidoneidade apenas obstará as
participações nas licitações quando elas forem anteriores ao procedimento licitatório e, ainda
assim, a suspensão e inidoneidade não tem efeito vinculante para os contratos já firmados (STJ MS
13.101 DF). Sua aplicação incide sobre os contratos futuros, não possuindo efeitos retroativos.
Por isso, diante da situação narrada, a administração somente poderia desclassificar o consórcio
caso a sanção já tivesse sido aplicada.
Gabarito: alternativa E.
53. (FCC – Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador/TRT - 24ª Região (MS/2017)
Considere a seguinte situação hipotética: determinada licitação, na modalidade tomada de
preços, fixou o dia 20 do mês de julho do ano de 2017 (uma sexta-feira) como a data final
para o recebimento das propostas. A empresa XYZ pretende participar do certame, porém
não está previamente cadastrada para tanto. Nos termos da Lei n° 8.666/1993, a empresa
XYZ
a) poderá participar da licitação se atender a todas as condições exigidas para cadastramento
até o dia 18 de julho de 2017, observada a necessária qualificação.
b) não poderá participar do certame, vez que só participam os que estão previamente
cadastrados.
c) poderá participar da licitação se atender a todas as condições exigidas para cadastramento
até o dia 20 de julho de 2017, observada a necessária qualificação.
d) poderá participar da licitação se atender a todas as condições exigidas para cadastramento
até o dia 15 de julho de 2017, não sendo necessária a qualificação nessa etapa do certame.
e) poderá participar da licitação se atender a todas as condições exigidas para cadastramento
até o dia 17 de julho de 2017, observada a necessária qualificação.
Comentário: a tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente
cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro
dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
Se o prazo final era dia 20 de julho, então 3 dias antes seria dia 17 de julho, conforme alternativa E.
Gabarito: alternativa E.
penhorados, ou para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior lance, igual ou
superior ao valor da avaliação;
e) pregão é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,
cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório.
Comentário: vamos trazer o conceito de cada modalidade, para melhor fixação da matéria:
¥ Tomada de preços: modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a
todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das
propostas, observada a necessária qualificação.
¥ Concorrência: modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação
preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu
objeto.
¥ Convite: modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não,
escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa.
¥ Concurso: modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou
artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores.
¥ Pregão: é a modalidade utilizada para aquisição de bens e serviços comuns, conforme previsão da lei
10.520/02.
Logo de cara encontramos, na alternativa A, a resposta correta, que se amolda perfeitamente no
conceito apresentado acima.
Gabarito: alternativa A.
fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos
órgãos de controle. Constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração
determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital
ou convite e ofertar o menor preço;
II - a de melhor técnica;
III - a de técnica e preço;
IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.
A alternativa que somente contem tipos de licitação é a E. As demais misturam tipos com
modalidades, como convite, leilão, concorrência etc.
Gabarito: alternativa E.
b) R$ 9.600,00;
c) R$ 6.000,00;
d) R$ 4.800,00;
e) R$ 3.600,00.
Comentário: a Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços,
poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital mínimo ou de
patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no §1º do art. 56 da Lei 8.666/93,
como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para
efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. O capital mínimo
ou o valor do patrimônio líquido mencionado não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor
estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação
da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.
Dessa forma, como o valor estimado da obra é de R$ 120.000,00, 10% desse valor corresponde a
R$ 12.000,00, conforme alternativa A.
Gabarito: alternativa A.
d) leilão;
e) concessão.
Comentário: as modalidades de licitação previstas na Lei 8.666/93 serão determinadas em função
de alguns limites, tendo em vista o valor estimado da contratação. Para obras e serviços de
engenharia, temos os seguintes valores:
¥ convite - até R$ 330.000,00 (trezentos e trinta mil reais);
¥ tomada de preços - até R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais);
¥ concorrência: acima de R$ 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais).
Dessa forma, tendo em vista o valor da contratação mencionado no enunciado ser de um milhão e
setecentos mil reais, a modalidade adequada é a tomada de preços, conforme alternativa B.
Gabarito: alternativa B.
Concluímos por hoje. Em nossa próxima aula, vamos falar sobre os contratos administrativos.
Espero por vocês!
Bons estudos.
HERBERT ALMEIDA.
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A licitação para a contratação do serviço de pintura do prédio poderá ser dispensada, devido
ao valor estimado para esse serviço.
13. (Cespe – Analista Judiciário/TRE BA/2017)
De acordo com a Lei de Licitações e Contratos, o prazo para interposição de
a) recurso e representação será de dez dias úteis.
b) representação e pedido de reconsideração será de cinco dias úteis.
c) representação e pedido de reconsideração será de dez dias úteis.
d) recurso e representação será de cinco dias úteis.
e) recurso e pedido de reconsideração será de cinco dias úteis.
14. (Cespe – AJAA/TRE BA/2017)
Empresa vencedora de processo licitatório, na modalidade concorrência, para a reforma de
um imóvel pertencente à administração pública deixou de realizar 30% da obra licitada, parte
equivalente ao valor de R$ 250.000, em decorrência de graves problemas financeiros. Por
esse motivo, o contrato foi rescindido. Conforme previsto pela Lei n.º 8.666/1993 — Lei de
Licitações e Contratos —, nessa situação hipotética, novo processo licitatório para a
contratação de empresa que finalize a obra remanescente será
a) inexigível, por se tratar da conclusão de obra remanescente.
b) dispensável, devendo a nova contratada obedecer à ordem de classificação e aos mesmos
termos oferecidos à licitante vencedora.
c) dispensável, devendo a nova contratada estabelecer o preço dos serviços que serão
realizados.
d) aberto obrigatoriamente na modalidade concorrência.
e) aberto preferencialmente na modalidade convite.
15. (Cespe – TJAA/TRE BA/2017)
Se o diretor de um museu público tiver de contratar a restauração de um objeto histórico, de
autenticidade certificada, com o objetivo de aprimorar o acervo da instituição, a licitação
para a restauração desse objeto, nos termos da legislação pertinente, será considerada
a) dispensável.
b) recusável.
c) inexigível.
d) dispensada.
e) inviável.
16. (Cespe – Analista Judiciário/TRE BA/2017)
No processo licitatório para a contratação de uma empresa para construir um prédio público,
cujo preço de referência foi orçado em trinta milhões de reais, estabeleceu-se o prazo de
cinquenta dias corridos para a divulgação do edital; adotou-se a modalidade concorrência; e
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determinou-se que o tipo de licitação seria técnica e preço. Ademais, definiu-se que deveriam
ser desclassificadas as propostas que apresentassem preços superiores ao de referência bem
como aquelas que apresentassem preços inexequíveis. Nessa situação hipotética, a licitação
está em desacordo com o disposto na Lei n.º 8.666/1993 devido à adoção
a) do critério preço superior ao de referência para a desclassificação de propostas.
b) da modalidade concorrência.
c) do critério preço inexequível para a desclassificação de propostas.
d) do tipo de licitação técnica e preço.
e) do prazo insuficiente para a divulgação do edital.
17. (Cespe – Analista Judiciário/TRE BA/2017)
Durante o processo licitatório de uma obra pública, regido pela Lei n.º 8.666/1993,
determinado licitante, em data oportuna, questionou à comissão de licitação a ausência de
preços na planilha de orçamento de referência do edital, a qual apresentava apenas os
serviços e suas quantidades. Nessa situação hipotética, caberá à comissão de licitação
a) manter o edital, já que, na fase de divulgação do edital, questionamentos relacionados ao
conteúdo do projeto básico só podem ser feitos pelos órgãos de controle.
b) manter o edital, já que, até a homologação da licitação, somente a planilha com serviços e
quantidades do orçamento de referência deve ser pública.
c) rever o edital, já que a planilha com serviços e quantidades também deve ser mantida em
sigilo até a homologação da licitação.
d) rever o edital, já que é obrigatória a divulgação completa do orçamento de referência.
e) manter o edital, já que cabe à comissão de licitação definir se o orçamento da licitação
deve ser sigiloso ou não.
18. (Cespe – Analista Judiciário/TRE BA/2017)
Durante a execução de uma obra pública, a auditoria constatou que havia uma exigência
ilegal no edital de licitações, o que, na época de divulgação do referido edital, tornaria a
licitação nula. Nessa situação, como o contrato está assinado e a obra está em fase de
execução, é necessário
a) paralisar o contrato até que o vício processual seja sanado e até que a contratada
apresente uma compensação financeira para a manutenção contratual.
b) paralisar a obra, solicitar novas propostas aos licitantes e, se surgir proposta mais
vantajosa que a da contratada, realizar a cessão contratual em favor da de menor valor.
c) anular o contrato e, caso não seja imputado à contratada a causa da nulidade, indenizá-la
tanto pelos serviços executados quanto por prejuízos regularmente comprovados.
d) manter o contrato vigente, desde que a empresa contratada tenha executado mais de 50
% da obra.
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Enquanto determinado órgão municipal promovia uma licitação com base na Lei n° 8.666/93
para contratação de serviços de desenvolvimento, operação e manutenção de softwares, no
âmbito de uma autarquia estadual, tramitava um processo administrativo para contratação
com o mesmo objeto, reconhecida, contudo, hipótese de dispensa de licitação. Essa
dualidade de situações, idêntico objeto ora contratado por meio de licitação, ora mediante
dispensa de licitação,
a) é incompatível com a Lei n° 8.666/93, tendo em vista que as hipóteses de dispensa de
licitação não permitem juízo discricionário por parte do administrador, de forma que, caso se
tipifique uma delas, é inócua a realização de certame, cujo resultado já se conhece
antecipadamente, sob pena de oneração desnecessária do erário público.
b) poderia ser compatível com a Lei n° 8.666/93 caso a dispensa de licitação fosse
reconhecida na esfera municipal, em razão da menor disponibilidade de empresas potenciais
competidoras no certame na circunscrição territorial, o que não ocorre no âmbito estadual,
sendo de rigor a observância do princípio da máxima competição.
c) é compatível com a Lei n° 8.666/93 se for considerado o valor da contratação, posto que o
número de empresas com capacidade de atendimento do vulto e complexidade do objeto de
contratação pretendido pela autarquia estadual é menor que aquelas capazes de atender a
Municipalidade, sendo plenamente factível a hipótese de inviabilidade de competição
narrada.
d) pode ser compatível caso, por exemplo, a autarquia estadual esteja contratando uma
empresa estatal também integrante da administração indireta estadual, que tenha sido
criada antes da entrada em vigor da Lei n° 8.666/93 e cujo objeto social contemple a
prestação dos serviços de informática em questão, em valores compatíveis com o mercado.
e) não será compatível com a Lei n° 8.666/93 se o município fizer parte do Estado em cuja
estrutura estiver empresa estatal prestadora dos serviços em questão, posto que, nesta
hipótese, a norma que estabelece dispensa de licitação obriga que a municipalidade contrate
o referido ente.
29. (FCC – Técnico Judiciário - Área Administrativa/TRF - 5ª REGIÃO/2017)
Uma Prefeitura realizou concurso, regido pela Lei n° 8.666/1993, para escolha do projeto do
novo viaduto que pretende construir e integrar ao sistema viário local, como parte do
programa de ampliação e modernização. Declarado o vencedor e concluída a licitação, de
posse do novo projeto a Municipalidade pretende agora dar início à licitação, também regida
pela Lei n° 8.666/1993, para contratação das obras, para as quais
a) será dispensada apresentação de orçamento com a composição de custos unitários, em
razão desse aspecto já ter sido objeto da licitação anterior.
b) caberá ao novo licitante vencedor a apresentação dos projetos básico e executivo
necessários à construção do viaduto.
c) será necessário obtenção pelo vencedor de financiamento no mercado para custear as
obras, cabendo ao poder público o pagamento dos serviços quando da conclusão e entrega
da mesma.
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e) I, III, IV e V.
34. (FCC – Analista – Administrador/DPE-RS/2017)
Considere os seguintes grupos:
I. compra, alienação e obras.
II. alienação de bens, investidura e permuta.
III. execução direta, execução indireta e empreitada por preço global.
IV. concorrência, concurso e leilão.
V. menor preço, melhor técnica e técnica e preço.
Nos termos da Lei n° 8.666/1993, os grupos que representam, respectivamente, modalidades
e tipos de licitação são APENAS
a) I e II.
b) IV e V.
c) I e IV.
d) II e III.
e) III e V.
35. (FCC – Técnico Judiciário - Área Administrativa/DPE-RS/2017)
A aplicação do princípio da igualdade nas licitações dá-se nas diversas fases e incide sob
diferentes aspectos em relação aos envolvidos no certame, em razão do que
a) não se admite restrição de interessados ou a imposição de condições à participação nos
procedimentos de licitação, que devem concorrer em igualdade de condições para
apresentação de propostas.
b) o princípio da competividade deve ser compatibilizado com a finalidade do certame, sendo
admitido estabelecer condições de habilitação técnica que guardem pertinência com o objeto
a ser contratado.
c) é vedado estabelecer qualquer distinção ou discriminação em razão da natureza, porte ou
tipo de empresa habilitada a participar da licitação, seja para escolha do vencedor, seja como
critério de desempate.
d) é vedado estabelecer qualquer especificação de produtos, seja ela em razão de marca ou
origem de produção, ou ainda em razão de alguma condição relativa aos licitantes.
e) sua aplicação pode ser sistemática, em conjunto com os demais princípios que informam a
licitação, de forma que em sendo necessário que sejam estabelecidas restrições para maior
eficiência, o administrador pode justificar a não aplicação de algumas das vedações legais.
36. (FCC – Técnico Judiciário - Área Administrativa/DPE-RS/2017)
A Administração pública licitou a aquisição de determinados medicamentos para entrega a
pacientes inscritos em programa de fornecimento gratuito regular. O certame estava
regularmente instruído com pesquisa de preços, a fim de apurar o preço máximo que a
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a) pode promover a contratação direta de construtora para realização das obras dentro do
período desejado, atestando que se tratou de licitação deserta ou fracassada, desde que não
se trate de empresa que tenha sofrido sanção de impedimento de contratar com órgãos e
entes públicos da mesma esfera de governo da ora contratante.
b) deve realizar nova licitação com majoração das estimativas de custo previstas no
orçamento, com fundamento na ausência anterior de interessados, para aumentar a
atratividade da contratação, reduzindo o prazo para execução das obras, a fim de viabilizar a
conclusão dentro do período de férias escolares.
c) pode, desde que demonstrado que uma nova licitação traria prejuízos para a
Administração e mantidas as mesmas condições da licitação, realizar contratação direta para
as obras de reforma pretendidas.
d) pode contratar terceiro diretamente, tendo em vista que é inexigível a licitação quando o
certame original foi deserto e desde que mantidas as condições de mercado, por
inviabilidade de competição.
e) deve realizar nova licitação, podendo adotar modalidade simplificada, desde que mantidas
as mesmas condições da licitação originária que resultou deserta.
39. (FCC – Técnico Judiciário - Área Administrativa/TRE-PR/2017)
Diante da pretensão de um órgão público consistente em unidade de despesa, de alienar
bens imóveis que não mais servem aos fins da Administração pública e, portanto, não mais se
prestam ao atendimento do interesse público, bem como bem móveis que não se mostram
mais aproveitáveis, pode
a) licitar a alienação dos referidos bens, utilizando-se para tanto, respectivamente, das
modalidades concorrência e leilão.
b) realizar pregão presencial para alienação de todos os bens, desde que os lances possam
ser individuais, ou seja, por item.
c) realizar leilão presencial ou eletrônico para alienação de todos os bens,
independentemente da origem da aquisição, uma vez que se mostram inservíveis,
observando a necessidade de que os lances sejam feitos por lotes e cada lote corresponda a
um bem.
d) licitar a alienação de todos os bens sob a modalidade de concorrência, reduzindo, no
entanto, os prazos legalmente previstos, para simplificação do procedimento, para os bens
que forem comprovadamente inservíveis e não apresentem liquidez de mercado.
e) alienar todos os bens para outros entes públicos, sem a realização de licitação,
prescindindo, nesse caso, em razão do notório interesse público e da gratuidade do ato, de
procedimento de dispensa de licitação.
40. (FCC – Analista Judiciário - Análise de Sistemas/TRE-PR/2017)
Um município, em razão das fortes chuvas sofridas, em volume muito superior ao previsto,
sofreu com inundações extremamente fortes, que ocasionaram danos não só às habitações
dos moradores das regiões mais carentes, mas também causaram estragos na rede de água,
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b) poderá declarar o consórcio vencedor, desde que o mesmo substitua, antes da assinatura
do contrato, a empresa acusada de práticas ilícitas.
c) poderá inabilitar o consórcio, eis que constatada circunstância superveniente que
demonstra a perda das condições de idoneidade de um de seus membros.
d) deverá anular a licitação, por razões de interesse público e instaurar outro certame do qual
não poderá participar o referido consórcio.
e) somente poderá desclassificar o consórcio e firmar o contrato com o segundo colocado se
tiver sido aplicada sanção administrativa de inidoneidade ou proibição de contratar com a
Administração.
50. (FCC – Agente de Fiscalização/ARTESP/2017)
O Estado de São Paulo pretende realizar licitação na modalidade concorrência, para a
construção de vultosa obra pública, e será permitida, na mencionada concorrência, a
participação de empresas em consórcio. A propósito do tema e, conforme prescreve a Lei n°
8.666/1993,
a) exige-se a comprovação do compromisso, obrigatoriamente público, de constituição de
consórcio, subscrito pelos consorciados.
b) é possível a participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de
um consórcio, exceto isoladamente.
c) no consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras, a liderança poderá ser atribuída tanto
à empresa brasileira, quanto à estrangeira, cabendo tal decisão ao órgão licitante.
d) o licitante vencedor ficará obrigado a promover, após a celebração do contrato, a
constituição e o registro do consórcio.
e) as empresas integrantes do consórcio respondem solidariamente pelos atos praticados em
consórcio, tanto na fase da licitação quanto na fase de execução contratual.
51. (FCC – Agente de Fiscalização/ARTESP/2017)
O Estado de São Paulo promoverá licitação, na modalidade leilão, objetivando a venda de
alguns de seus bens móveis inservíveis. Jair pretende participar do mencionado certame
licitatório. Nos termos da Lei n° 8.666/1993, Jair
a) poderá participar da licitação, independentemente de ser cadastrado ou não, aplicando-se
ao certame todas as regras aplicáveis à licitação na modalidade pregão.
b) apenas poderá participar do certame se for interessado devidamente cadastrado.
c) não poderá participar do certame, pois o leilão não tem por objeto bens móveis inservíveis,
destinando-se tão somente à venda produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou
para a alienação de determinados bens imóveis, prevista na citada Lei.
d) poderá participar do certame e, para que consagre-se vencedor, deverá oferecer o maior
lance que será necessariamente superior ao valor da avaliação.
e) poderá participar do certame e, para que consagre-se vencedor, deverá oferecer o maior
lance que será igual ou superior ao valor da avaliação.
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A Lei nº 8.666/93 dispõe que o julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão
de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de
licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os
fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e
pelos órgãos de controle. Nesse sentido, o mesmo diploma legal estabelece que constituem
tipos de licitação:
a) convite; concessão; permissão; melhor preço para outorga de serviço público;
b) pregão; melhor técnica; desapropriação para atender a interesse público; concessão de
serviço público;
c) técnica mais eficaz; melhor preço; concorrência; tomada de preços;
d) leilão; convite; concessão de serviços públicos; autorização para alienação de bens
públicos;
e) menor preço; melhor técnica; técnica e preço; maior lance ou oferta.
60. (FGV – Engenheiro/ALERJ/2017)
De acordo com o objeto a ser solicitado, a Administração Pública faz uso de diferentes
modalidades de licitação. Em uma licitação do tipo menor preço de uma obra de engenharia
com valor estimado de R$ 850.000,00, o prazo mínimo para uma empresa entregar a
proposta de preço é de:
a) 5 dias;
b) 15 dias;
c) 30 dias;
d) 35 dias;
e) 45 dias.
61. (FGV – Engenheiro/ALERJ/2017)
O edital de um processo de licitação pode exigir das empresas participantes um capital
mínimo ou patrimônio líquido mínimo. Em uma obra com valor estimado de R$ 120.000,00. O
valor máximo que poderá ser exigido como capital mínimo ou patrimônio líquido mínimo é:
a) R$ 12.000,00;
b) R$ 9.600,00;
c) R$ 6.000,00;
d) R$ 4.800,00;
e) R$ 3.600,00.
62. (FGV – Engenheiro/ALERJ/2017)
A Administração Pública é responsável por convocar a empresa vencedora do processo de
licitação para assinatura do contrato. Caso a convocação não seja feita em determinado
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prazo, os licitantes ficam liberados dos compromissos assumidos. A partir da data de entrega
da proposta da licitante, esse prazo é de:
a) 15 dias;
b) 30 dias;
c) 45 dias;
d) 60 dias;
e) 75 dias.
63. (FGV – Engenheiro/ALERJ/2017)
Diante da atual crise financeira por que passa o Estado do Rio de Janeiro, visando a atender
ao interesse público e preenchidos os requisitos legais, o Governador do Estado decidiu
alienar determinado bem imóvel para viabilizar aumento no caixa. De acordo com a Lei nº
8.666/93, tal alienação dependerá de:
a) autorização do Poder Executivo, de avaliação prévia e de licitação na modalidade de
tomada de preços;
b) ratificação prévia do Tribunal de Contas do Estado e de licitação na modalidade de
concorrência;
c) decisão do Poder Judiciário, de avaliação prévia e de licitação na modalidade de leilão;
d) autorização legislativa, de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência;
e) autorização do Poder Executivo, de avaliação do Tribunal de Contas e de licitação na
modalidade de leilão.
64. (FGV – Engenheiro/ALERJ/2017)
A Lei nº 8.666/93 dispõe que, para a habilitação nas licitações, exigir-se-á dos interessados
documentação relativa à:
a) habilitação jurídica, e será imprescindível a apresentação do ato constitutivo, estatuto ou
contrato social em vigor, devidamente registrado, acompanhado de documentos de eleição
de seus administradores, em se tratando de pessoas naturais;
b) qualificação técnica, e será sempre admitida a comprovação de aptidão através de
certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e
operacional equivalente ou superior;
c) qualificação técnica, e nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de
aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos exclusivamente por
pessoa jurídica de direito público;
d) qualificação econômico-financeira, e os documentos necessários à habilitação deverão ser
apresentados somente em original, vedada a utilização de qualquer processo de cópia, ainda
que autenticada por cartório competente ou por servidor da administração;
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e) a execução da obra seja programada parcialmente, com a previsão dos custos definida na
medida da execução do cronograma físico-financeiro.
68. (FGV – Procurador/ALERJ/2017)
Autoridade superior, quando do momento da homologação de licitação pública realizada na
modalidade concorrência para contratação de serviços de informática, identifica que não
houve o exame jurídico prévio das minutas de edital e contrato, conforme determina o artigo
38, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93. Diante de tal circunstância, a medida mais adequada
a ser tomada pelo gestor é:
a) anulação do processo licitatório, porquanto a ausência de parecer jurídico é um vício
insanável que macula todo o procedimento;
b) revogação do processo licitatório, com direito à prévia e ampla defesa de todos os
participantes;
c) homologação da licitação, caso ele constate, após examinar todo o processo, que não
haverá prejuízos financeiros relevantes;
d) homologação da licitação, no caso de os licitantes, após intimados, não identificarem vício
na minuta de edital ou contrato;
e) homologação da licitação, no caso de a Assessoria Jurídica, ainda que a posteriori,
constatar que não havia nenhum vício na minuta de edital ou contrato.
5 GABARITO
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6 REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro: Método,
2011.
ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014.
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014.
MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo:
Malheiros Editores, 2013.
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