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Apostila de Higiene e Profilaxia

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ESCOLA DE ENFERMAGEM SÃO VICENTE DE PAULA

Reconhecida pelo C.E.E.e MEC sob a Resolução nº123/16


Av. Pres. Epitácio Pessoa, 704, Torre – Telefone: (83) 3243-7878
CEP: 58040-000 – JOÃO PESSOA-PB
CNPJ 03.461.131/0001-64

CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

APOSTLA DE HIGIENE E PROFILAXIA

Docente: Enfª Júlia Dias


GLOSSÁRIO:
• Agente etiológico: causador de determinada doença, ex: agente patológico da dengue é
o arbovírus, Flavovírus;
• Antissepsia: utilização de produtos em determinados locais contaminados por agentes
infecciosos, com o objetivo de eliminá-los ou diminuir a sua proliferação para outras
áreas;
• Assepsia: prevenção de contaminação de determinado ambiente por agentes
patogênicos em um organismo;
• Biossegurança: pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é “condição de
segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir
ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana,
animal e o meio ambiente”;
• Doença/ Patologia/Enfermidade: alteração biofisiológica do estado de saúde de um ser;
• Epidemiologia: ciência que estuda o processo saúde- doença em coletividades humanas,
analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades;
• Epidemia: A epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões,
podendo se alastrar a nível municipal, estadual e nacional, ex.: epidemia de gripe no
estado do Rio de Janeiro;
• Endemia: evento classificado pela frequência que ocorre em determinada região, mas
sem aumentos significativos, ex.: febre amarela, é uma doença endêmica da região
Norte do Brasil;
• Pandemia: evento em escala de gravidade superior, atingido todos os continentes, ex.:
COVID-19;
• Saneamento básico: um conjunto de ações que têm por objetivo alcançar níveis de
Salubridade Ambiental, por meio de abastecimento de água potável, coleta e disposição
sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária de uso
do solo, drenagem urbana, controle de doenças transmissíveis, com a finalidade de
proteger e melhorar as condições de vida urbana e rural;
• Saúde: bem-estar biopsicossocial;
• Surto: classificado de acordo com o aumento repentino do número de casos de uma
doença em uma região/ comunidade/ estação específica, maior do que o esperado pelas
autoridades. Ex.: em algumas cidades (Itajaí-SC), a dengue é tratada como surto (e não
como epidemia), pois acontece em regiões específicas (ex.: bairro);
• Vetor: meio responsável pela transmissão do agente patológico, ex: vetor da dengue é o
mosquito Aedes Aegypti.
HIGIENE E PROFILAXIA
A palavra higiene pode ser entendida como a limpeza corporal, o asseio. Também se
refere a um dos ramos da medicina que busca preservar a saúde, estabelecendo normas e
recomendações para prevenir as doenças. Vem de hygeinos, que significa, em grego, “o que é
são”, “o que é sadio”. Hoje, utilizamos para designar um conjunto de hábitos que se deve ter para
conseguir o bem-estar e a saúde. Já o termo Profilaxia, derivada também do grego prophylássein,
que significava “manter guarda em frente a determinado local”. Para o viés da saúde, o termo
indica “precaução ou atenuação de danos.”

Higiene e Profilaxia na História


É antiga a relação entre higiene x profilaxia x saúde, sendo desde sempre muito utilizada
por práticas religiosas. Conhecemos os relatos das circuncisões (surgido na África há mais de 5
mil anos) das crianças do sexo masculino na cultura judaica, como constata a Bíblia que aconteceu
com Jesus Cristo.
Os relatos apontam que na época de Abraão já o era praticado e até hoje judeus e
muçulmanos do mundo inteiro são circuncidados. Para ambos, além da simbologia religiosa, a
cultura indicava que a circuncisão se tratava “maior higiene da genital”, logo, prevenindo uma
série de doenças. Para a cultura da época essa prática se vincula diretamente à higiene e profilaxia.
Entretanto, com as mudanças temporais, a cultura adotou novas práticas para promover a higiene
e profilaxia. Hoje, os povos que não praticam a circuncisão não são julgados menos higiênicos
por isso. Assim, o conceito de higiene e profilaxia vem mudando ao longo da história da
humanidade.
No ocidente, as práticas de higiene e profilaxia ganharam outro olhar com o alto escalão
da Sociedade Romana usufruindo de água corrente e banheiros com chuveiros. No século V, com
a queda do Império Romana, a Europa tornou-se um berço de podridão com a destruição do
“projeto sanitário” romano pelos invasores bárbaros.
Na Idade Média, a higiene continua passando por período de precariedade. Havia uma
enorme quantidade de pulgas e piolhos espalhados em alguns feudos na Europa. Em 1347, pulgas
contaminadas chegaram ao Sul da Itália, mais precisamente na Sicília, agarradas nos pelos dos
ratos. Elas se espalharam de tal forma que, em poucas semanas, se estima que 25 por cento da
população local contraiu Peste Bubônica (Peste Negra). A partir daí, por causa das péssimas
condições de higiene, a peste passou rapidamente para o continente e devastou a Europa no século
XIV, sendo a mais notória endemia da história na Europa, depois se tornando um quadro
pandêmico, responsável pela morte de pelo menos 42 milhões de pessoas entre 1347-1353.

Em 1988 foi registrado novos casos de contaminação da Peste Bubônica no Brasil. Para
tentar conter esse aumento, a cidade de Santos – primeiro lugar da contaminação, foi isolada. Os
navios que tinham autorização para desembarcar começaram a ser controlados e foram colocados
postos de desinfecção nas estradas de ferro. Além disso, medidas de isolamento foram adotadas
para os possíveis infectados. Com o aumento dos casos, em 1901, o Instituto Butantan começou
a produzir o soro antipestoso - considerado pelo Instituto Pasteur de Paris a grande arma para
vencer a peste bubônica. Outros grandes exemplos de problemas sanitários foram:

• Pandemia de Yunnan, na China, que se estendeu para Hong Kong em 1894 e de lá se


espalhou para os diversos continentes por meio de transporte marítimo, introduzida no
Brasil em 1899 pelo porto de Santos-SP – primeiros casos ocorreram devidamente
documentados por Vital Brasil e Oswaldo Cruz, disseminando-se pelo país até meados
do ano 1914. A gravidade da situação exigia medidas imediatas e eficazes, o que fez com
que o governo instituísse, a partir de 1903, sob o comando de Oswaldo Cruz, a Campanha
de Combate à Peste Urbana. Em 1936, o Departamento Nacional de Saúde (DNS)
assumiu o controle e obteve bons resultados. A evolução da proposta levou à criação do
Serviço Nacional da Peste (SNP), um marco na história do controle das grandes
endemias;
• Pandemia da Gripe Espanhola, entre 1918-1919, deixando mais de 50 milhões de
mortos, espalhou-se no mundo devido a 1º Guerra Mundial, chegando no Brasil em 1918
deixando aproximadamente 35 mil mortos. Apesar dos avanços da saúde, a Gripe
Espanhola abalou o sistema mundial. Por ser uma doença nova e ser rapidamente
difundida, uma série de medicamentos começaram a ser administrados nos pacientes
como tentativa de combatê-la, mas mostraram-se ineficazes. Os tratamentos dedicaram-
se, dessa forma, a aliviar o sofrimento dos pacientes, e, assim, o papel das enfermeiras
foi essencial, pois elas mantinham os cuidados diários com aqueles que adoeciam. Isso
forçou a tomada de medidas emergenciais, como a improvisação de hospitais e de leitos
para atender as pessoas que adoeciam, e medidas de isolamento.

Não obstante à cronologia de eventos sanitários mundiais, em 2019 deu-se início a maior
pandemia deste século, a COVID-19, que vitimou pelo menos 14 milhões de mortes no mundo
de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas diferente do que ocorreu na Gripe
Espanhola, com os avanços da saúde pode-se atravessar de forma mais consciente a pandemia de
COVID-19 que a primeira citada, devido às medidas de higiene e profilaxia.
A higiene e profilaxia tem objetivo de prevenir doenças, prolongar a vida, promover a
saúde física e promover a saúde mental. O empenho moderno dessa área consiste, especialmente,
na prevenção dos problemas de saúde e a adequação dos serviços de saúde visando à qualidade
no atendimento; e na estratégia do autocuidado (homem como um ser capaz de refletir sobre si
mesmo e seus ambientes, simbolizar aquilo que experimenta, desenvolver e manter a motivação
essencial para cuidar de si mesmo e de seus familiares).

Tipos de Higiene
▪ Pessoal: conjunto de hábitos de higiene e asseio com que cuida da própria saúde, ex.:
tomar banho, escovar os dentes, cortar as unhas;
▪ Coletiva: conjunto de regras de higiene estabelecidas pela sociedade, engloba atitudes
que praticamos para evitar o adoecimento e a transmissão de doenças, ex.: lavar as mãos
antes de entrar na sala de cirurgia;
▪ Ambiental: preservação das condições sanitárias do meio ambiente, consiste na
limpeza dos ambientes e dos produtos que interferem ou vão interferir na qualidade de
vida, ex.: limpeza da sala de cirurgia, dedetização;
▪ Alimentar: a é a proteção contra parasitas, microrganismos e agentes
tóxicos (químicos ou físicos) nos alimentos- vale salientar sua aplicação no aleitamento
materno;
▪ Mental: responsável pela saúde mental, está também deve sofrer uma limpeza, pois
permite que o indivíduo esteja em equilíbrio, ex.: terapia, prática de atividade física.

Teoria das Necessidades Humanas Básicas


É uma teoria, proposta pela enfermeira Wanda Horta, que apresenta as necessidades humanas
básicas universal, que interferem no comportamento dos indivíduos. Estão divididas em
hierarquia da seguinte forma: Necessidades fisiológicas, necessidade de afetivo-social, de
segurança, de autoestima e de autorrealização.
Aplicação de Higiene e Profilaxia na Enfermagem
Todo profissional da saúde precisa ter conhecimento na área de higiene e profilaxia para colocar
em prática esses conceitos na rotina de trabalho afim de promover o seu autocuidado e dos que
estão a sua volta e, também, para transmitir aos pacientes (clientes) noções de autocuidado e sua
importância. Tal conhecimento, serve como auxílio para avaliar cuidados individuais para
cada paciente, evitar infecções individual ou comunitária, e fornecer uma assistência segura.

SANEAMENTO BÁSICO
É um conjunto de ações que têm por objetivo alcançar níveis de Salubridade Ambiental, por meio
de abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e
gasosos, promoção da disciplina sanitária de uso do solo, drenagem urbana, controle de doenças
transmissíveis, com a finalidade de proteger e melhorar as condições de vida urbana e rural.

Origem no Brasil
Enquanto a Europa do século XVI tinha seus costumes, aqui no Brasil a cultura era outra.
Os colonizadores se deparam com índios que tomavam banho frequentemente nos rios e mares e
aos poucos foram aderindo a esse ritual, nada comum em terras europeias. Outra curiosidade é
que, as comunidades indígenas, já buscavam meios de saneamento. Eles armazenavam água em
potes de argila e barro tanta para consumo. Também havia lugar demarcado para realizar as
necessidades fisiológicas.
Durante o Período Colonial (1500-1822), as ações de saneamento se resumiam à
drenagem dos terrenos e à instalação de chafarizes em algumas cidades; o abastecimento de água
era feito através de coleta em bicas e fontes, nos povoados que então se formavam; as
necessidades eram feitas nos fundos das casas e depois de dias os escravos levavam os dejetos
para serem lançados à beira-mar. A situação sanitária ficou tão crítica a ponto de criarem leis para
fiscalizar os portos e evitar a entrada de pessoas doentes. Nos períodos de 1830-1851 foram
registradas 23 epidemias na capital do Império.
No exterior, final do séc. XIX e início do XX, o Brasil era conhecido por ser um local
onde proliferavam epidemias de febre amarela, varíola e peste bubônica. Se começa a se pensar
em saneamento básico para as cidades, isto é, num plano para levar toda água suja por meio de
canos para um lugar onde ela pudesse ser tratada, decorrente insatisfação geral da população,
começa-se a vincular o Saneamento a seus recursos. Em 1903, Oswaldo Cruz (médico
especializado em saúde pública) ocupa o cargo de Diretor de Saúde Pública, período em que
ocorre a Revolta da Vacina. Só em 1930, todas as capitais possuíam sistema de distribuição de
água e coleta de esgotos (que tinha um dos objetivos de secar terras encharcadas onde
proliferavam transmissores de febre amarela). Desde então, o Estado busca ampliar a distribuição
da rede de saneamento básico no Brasil.
Atualmente, a situação geral do saneamento, tanto na zona rural, quanto urbana, continua
precária para as populações de baixa renda, apesar das melhoras realizadas nos últimos 40 anos.
A implantação de obras de saneamento nunca acompanhou o ritmo de crescimento das áreas
urbanas. Ainda hoje, centenas de crianças morrem diariamente no país de desidratação, cólera,
febre amarela, verminoses intestinais, ao ingerir água e alimentos contaminados.

Importância do Saneamento Básico para a Saúde Pública,


Meio Ambiente e Meio Socioeconômico
O saneamento básico é um fator essencial para um país poder ser chamado de país
desenvolvido. Os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da
qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na saúde pública, no meio ambiente e no meio
socioeconômico.

▪ Saúde Pública: redução da mortalidade infantil e geral, redução das endemias,


implantação de hábitos de higiene, diminuição na incidência de doenças relacionadas à
água;
▪ Meio Ambiente: despoluição dos rios, preservação dos recursos hídricos, diminuição
dos alagamentos e zoonoses nas cidades, maior qualidade da água, do ar e da terra;
▪ Socioeconômico: melhorias na educação, diminuição com gastos em consultas e
internações, valorização imobiliária, expansão do turismo.
Nos países mais pobres ou em regiões mais carentes essas parasitoses tendem a ocorrer de
forma endêmica e no Brasil figuram entre os principais problemas de saúde pública. Sendo que
sua falta ou em condições precárias aliada a fatores socioeconômico e cultural são determinantes
para o surgimento de infecções, sendo as crianças o grupo que apresenta maior susceptibilidade
às infecções.
No país, aproximadamente 35 milhões de habitantes não têm acesso à água potável e quase
100 milhões sofrem com a ausência de coleta de esgoto – enquanto apenas 51,2% dos esgotos do
país são tratados, despejadas diariamente na natureza. Segundo dados disponíveis pelo DATASUS
2021, já atualizados no Painel Saneamento, houve quase 130 mil hospitalizações em
decorrência de doenças de veiculação hídrica, o que gerou gastos ao país de cerca de R$ 55
milhões.

Água
Fundamental à sobrevivência humana (corpo formado por 70%-75% por água) e das
outras formas de viva. Encontram-na em abundância em poços, açudes, rios, reservatórios,
mares..., porém é necessário que ela esteja tratada, incolor e inodora para consumo humano.
Etapas do abastecimento de Água
▪ Captação: conjunto de equipamentos e instalações utilizados para a tomada de água do
manancial (fonte de onde se extrai a água);
▪ Adução: transporte da água do manancial para a estação de tratamento (tornar própria
para consumo);
▪ Reservatório: armazenamento da água para atender a diversos propósitos;
▪ Rede de Distribuição: condução da água para os edifícios e pontos de consumo, por
meio de tubulações nas vias públicas.

Formas de Tratamento para o Consumo


▪ Filtração e Purificação: os filtros são os produtos mais simples e funcionam a partir de
uma vela central que retém impurezas, sedo capazes de eliminar a sujeira da água; as
purificadores possuem tecnologias especiais, que permite além de filtrar a água, matar as
bactérias (deve-se verificar a certificação do Inmetro);
▪ Desinfecção: é uma forma de eliminar as bactérias da água e torná-la potável, diminuindo
riscos para a saúde. Através do Hipoclorito de Sódio, Hidrosteril e o Iodo (para ambos
deve-se usar apenas 2 gotas para purificar 1 litro de água, e deixar agir por 15 a 30 minutos
antes de beber). Apesar de úteis, não eliminam certas impurezas, como metais pesados ou
chumbo, e, por isto, devem ser usados apenas quando não houver filtros ou purificadores
disponíveis.
▪ Fervura: para garantir que os micro-organismos foram eliminados, é recomendado ferver
a água por, pelo menos, 5 minutos;
▪ Decantação: deixar a água parada em um recipiente por muitas horas, o que permite que
a sujeira mais pesada se deposite no fundo. Quanto mais tempo parada, maior será a
limpeza.
Lixo e Esgoto
São restos de resíduos materiais originados de uma determinada atividade produtiva,
sendo os mais comuns o doméstico e o hospitalar.

▪ Resíduos Domiciliar: originado nas atividades diárias das residências, constituído por
restos de alimentos, produtos deteriorados, jornais e revistas, embalagens, papel higiênico,
fraldas descartáveis e diversos outros;
▪ Resíduo Agrícola: embalagem de dejetos agrícolas como resto de palhas ou estrume,
animais mortos e produtos veterinários;
▪ Resíduos Comerciais: oriundo de serviços comerciais de serviço, constituído por grande
quantidade de plástico, embalagens diversas e resíduo do asseio;
▪ Resíduo Industrial: diversificado, composto por escoria da fundição de materiais
metálicos, plástico, borracha, papel, resíduo líquido (esgoto);
▪ Entulho: são restos de construção civil, como de madeiras, tijolos, cimento, rebocos,
metais etc;
▪ Resíduo Público: da atividade civil, recolhido nas vias públicas ou eventos públicos,
como folhas, lixo, animais mortos grama;
▪ Resíduo de Atividades Mineradoras e Serviços de Transporte: solo removido, metais
pesados, resto de pedras, lixo trazido de outras regiões;
▪ Resíduo do Serviço de Saúde: gerados nas atividades hospitalares ou instituições de
saúde (ensino, pesquisa e extensão) sendo sépticos (agentes microbiológicos) ou
assépticos (livres de agentes microbiológicos), como pinças, gazes, curativos;

São divididos conforme sua composição química, orgânico ou inorgânico, e seu tipo, reciclável
ou não reciclável. Os resíduos sólidos são coletados visando a sua forma de decomposição e
reutilização (coleta seletiva), ordenando assim os fins possíveis, como reciclagem, compostagem,
aterros sanitários, incineração. O esgoto é coletado de forma individual (casa: fossa) ou coletiva
(cidade: rede coletora).
Classificação dos Resíduos Hospitalares

▪ Grupo A – Resíduos Potencialmente Infectantes: possível presença de agentes


biológicos, que por suas características podem apresentar risco de infecção, ex.: bolsa de
sangue, gazes, luvas, sondas de aspiração, fios de sutura;

▪ Grupo B – Resíduos Químicos: substâncias químicas que podem apresentar risco à


saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade, ex.: medicamentos vencidos,
produtos hormonais;

▪ Grupo C – Resíduos Radioativos: materiais que contenham radioatividade em carga


acima do padrão e que não possam ser reutilizados, ex.: produtos de radioterapia;

▪ Grupo D – Resíduos Comuns: não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à


saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares, ex.:
papel de uso sanitário, fraldas, absorventes higiênicos, resto de alimentos da copa;

▪ Grupo E – Resíduos Perfurocortantes: materiais perfurocortantes, ex.: lâminas de


barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, lâmina de bisturi, lancetas, tubos
capilares, micropipetas, lâminas, espátulas e todos os utensílios de vidro quebrado no
laboratório e etc.
Os resíduos hospitalares sempre constituíram um problema bastante sério para
os administradores hospitalares, pois a atividade hospitalar é por si só uma geradora de resíduos.
O correto gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde é necessário, e tem como
finalidade, minimizar os efeitos adversos causados pelos resíduos de serviço de saúde do ponto
de vista sanitário, ambiental e ocupacional. Com essas medidas de saneamento básico e
gerenciamento de resíduos hospitalares, é possível garantir melhores condições de saúde para as
pessoas, evitando a contaminação e proliferação de doenças. Ao mesmo tempo, garante-se a
preservação do meio ambiente.

INFECÇÕES
Infecções são aqueles eventos de fácil e rápida transmissão, provocadas por agentes
patogênicos, como o vírus da influenza e o bacilo de Koch.

Etiologia das Infecções e Agentes Infecciosos


São considerados agentes infecciosos microrganismos responsáveis por causar doenças
infecciosas com potencial de transmissão para outros seres vivos, da mesma espécie ou não. Para
ocorrer uma doença transmissível é necessário que um agente infeccioso penetre no corpo de um
indivíduo e se desenvolva nos seus tecidos. Popularmente, recebem o nome de micróbios ou
germes. Mas existem também os vermes, que são seres maiores e facilmente reconhecíveis. Os
principais tipos de agentes infecciosos e algumas das doenças que provocam:

▪ Bactérias: são micróbios unicelulares procariontes pertencentes ao Reino Monera,


causam a tuberculose, a difteria, o tétano, a coqueluche, certas diarreias, a sífilis, a
hanseníase, meningite etc.;
▪ Fungos: são organismos heterotróficos, eucarióticos e uni ou multicelulares
pertencentes ao Reino Fungi, causam a impingem, o pano-branco, as micoses, o
sapinho, as “frieiras”, pneumonias, diarreias e etc.;
▪ Metazoários: micróbios eucariotos móveis, multicelulares e heterotróficos pertencentes
ao Reino Animal, causam a esquistossomose (barriga d’água), ascaridíase etc.;
▪ Protozoários: micróbios eucariontes, unicelulares, heterótrofos pertencentes ao reino
protista, causam a malária, a doença de Chagas, a amebíase, o calazar, a giardíase;
▪ Vírus: são organismos acelulares, formados por uma cápsula proteica que envolve seu
material genético (pode ser uma molécula de DNA ou RNA ou ainda os dois juntos),
causam rubéola, sarampo, dengue, febre amarela, mononucleose, gripe, caxumba,
hepatites, AIDS etc.

ATENÇÃO: Os vírus são parasitas obrigatórios, o que quer dizer que só sobrevivem se estiverem
em um organismo, pois se utilizam das organelas das células do hospedeiro para se reproduzir. O
homem no qual penetrou um desses agentes de doença é chamado hospedeiro. Quando o agente
chega ao hospedeiro desenvolve-se e se multiplica em seus tecidos, ocorrendo uma infecção. Por
isso, essas doenças são também denominadas de infecciosas. Grande parte dessas doenças
infecciosas são transmissíveis e conhecidas como doenças contagiosas. Podemos deduzir que
todas as doenças contagiosas são infecciosas, porém nem todas as doenças infecciosas são
contagiosas, como, por exemplo, o tétano. Assim, o hospedeiro é uma pessoa ou animal, inclusive
aves e insetos, em que se aloja e subsiste um agente infeccioso. Quando este agente sai do
hospedeiro e infecta outra pessoa ou animal, este hospedeiro passa a ser uma fonte de infecção.
Tipos de Infeções

▪ Infecção Cruzada: é a transmissão de microrganismo de uma pessoa para pessoa


por meio de uma superfície contaminada ou de instrumentos e outros objetos;
▪ Infecção Oportunista: são infecções causadas por micro-organismos que em
pessoas com imunidade normal, geralmente não chegam nem a causar doenças, mas
em pessoas com imunidade baixa, podem causar infecções geralmente muito graves,
podendo levar a pessoa à morte;
▪ Infecção Comunitária: a infecção que está associada com complicação ou extensão
da infecção já presente na admissão, evidente ou incubada, infecção em recém-
nascido (cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que
se tornou evidente logo após o nascimento, ex.: herpes simples, toxoplasmose,
rubéola, citomegalovírus, sífilis e AIDS), as infecções de recém-nascidos associadas
com bolsa rota superior a 24 (vinte e quatro) horas (Portaria nº 2616/98 do MS);
▪ Infecção Hospitalar: é a infecção adquirida antes (quando puder ser relacionada
com o serviço hospitalar, ex.: injeção) ou 72h após a admissão do paciente na unidade
hospitalar, que pode se manifestar durante a internação, após a alta quando puder ser
relacionada à assistência recebida (Portaria nº 2616/98 do MS);
▪ Infecção Sexualmente Transmitida: Infecção transmitida por contato sexual
vaginal, oral ou anal, causada por bactérias, vírus ou parasitas;

É recomendável o isolamento de rotina em todas as infecções hospitalares e nas infecções


comunitárias graves.

Tipos de Transmissão
▪ Transmissão direta: por contato, microrganismos transmitidos de uma pessoa para
outra, sem que haja a participação de artigos ou superfícies, ex.: aperto de mão,
prestar assistência a um paciente sem higiene de mãos;
▪ Transmissão indireta: pelo ar, por veículo e por vetor, através do contato de uma
pessoa com um artigo ou superfície que teve contato prévio com outra pessoa
colonizada e não sofreu adequada desinfecção, ex.: picada de mosquito ou segurar
em maçaneta contaminada.
▪ Transmissão vertical/ transplacentária: quando a infecção passa da mãe para o
filho, ex.: sífilis congênita;

Profilaxia de Infecções

▪ Lavar as mãos com frequência;


▪ Manter cozinhas e banheiros limpos;
▪ Conservar os alimentos de forma segura;
▪ Atualizar carteira vacinação;
▪ Evitar o compartilhamento de objetos pessoais;
▪ Utilizar preservativos nas relações sexuais;
▪ Reposição hormonal e vitamínica, quando recomendado, para alcançar níveis de
imunidade normais;
▪ Fortalecimento do sistema imunológico por meio de alimentação saudável;
▪ Não fazer uso de medicamentos sem prescrição médica, especialmente os antibióticos.
PROFILAXIA NO HIV:

• A PrEP é a combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina), utilizadas em


duas modalidades, a PrEP diária (consiste na tomada diária dos comprimidos, de forma
contínua, indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade ao HIV) e a PrEP
sob demanda (consiste na tomada da PrEP somente quando a pessoa tiver uma possível
exposição de risco ao HIV. Deve ser utilizada com a tomada de 2 comprimidos de 2 a 24
horas antes da relação sexual, + 1 comprimido 24 horas após a dose inicial de dois
comprimidos + 1 comprimido 24 horas após a segunda dose. A PrEP sob demanda é
indicada para pessoas que tenham habitualmente relação sexual com frequência menor
do que duas vezes por semana E que consigam planejar quando a relação sexual irá
ocorrer. Além disso, as evidências científicas garantem a segurança e eficácia da PrEP
sob demanda somente para algumas populações. São elas: homens cisgêneros
heterossexuais, bissexuais, gays e outros homens cisgêneros que fazem sexo com homens
(HSH), pessoas não binárias designadas como do sexo masculino ao nascer, e travestis e
mulheres transexuais - que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol).

• A PrEP só tem efeito protetor se você tomar o medicamento conforme a orientação


de um profissional de saúde. Caso contrário, pode não haver concentração suficiente
das substâncias ativas em sua corrente sanguínea para bloquear o vírus e você não
estará protegido.

• A PEP é utilizada imediatamente após uma relação sexual desprotegida, ou seja, sem uso
de camisinha, ou no caso de rompimento ou ainda quando houver o escape da camisinha
e exposição ao esperma. A PEP também está indicada nos casos de violência sexual e
acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material
biológico). Na PEP os medicamentos antirretrovirais para HIV devem ser tomados
durante 28 dias, sem interrupção, sob orientação médica após avaliação do risco. O início
desse tratamento deve ser iniciado, preferencialmente, nas primeiras duas horas após a
exposição de risco e no máximo 72 horas. É importante observar que a PEP não serve
como substituta à camisinha.

ATENÇÃO: As infecções são mais prováveis e geralmente mais graves em idosos do que
em pessoas mais jovens por várias razões. O envelhecimento reduz a eficácia do sistema
imunológico aumentando a probabilidade de serem internados em um hospital ou em um
centro de cuidados médicos, onde há maior risco de infecção. Nos hospitais, o uso
disseminado de antibióticos permite que os microrganismos resistentes aos antibióticos
proliferem, e as infecções com esses micro-organismos são muitas vezes mais difíceis de
tratar do que infecções adquiridas em casa ou na comunidade.

ATENÇÃO:
Inflamação x Infecção, apesar de terem nomes parecidos, esses têm mecanismos distintos que ocorrem no
organismo.
A infecção é causada pela invasão e proliferação de um agente infeccioso. Nas feridas a infecção tem como
sinais: secreção amarelada, amarelo-esverdeada ou uma secreção com mau cheiro, piora da dor, inchaço ou
vermelhidão na ferida ou na região em torno dela e alteração na cor ou tamanho da ferida.
A inflamação é uma resposta de proteção do organismo contra uma agressão e tem como principais sintomas a
dor, o calor, o rubor, o edema e em determinadas ocasiões febre e perda de função.
I.R.A.S. e C.C.I.H.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a I.R.A.S. (Infecções Relacionadas à
Assistência em Saúde) são infecções adquiridas durante a prestação de cuidados em saúde no
ambiente hospitalar, denominada como um evento adverso e representam um dos mais
importantes problemas de saúde pública do mundo.

As IRAS são responsáveis pelo aumento do tempo de internação, aumento do consumo


de antibióticos e outros medicamentos, além do aumento da morbidade e mortalidade dos
pacientes, principalmente aqueles imunodeprimidos ou com alguma comorbidade. Elas ocorrem
devido a um desequilíbrio entre as defesas do paciente (sistema imunológico) e germes que
habitam o seu corpo (microrganismos). Ou seja, são infecções oportunistas, causadas por germes
presentes no organismo do paciente, que se associam a múltiplos fatores, tais como procedimentos
hospitalares invasivos e tratamentos médicos aos quais o paciente é submetido, além do seu estado
de saúde (doenças). Primordialmente, ela pode ocorrer por diversos patógenos. Além dos vírus,
as bactérias, fungos, protozoários e outros micro-organismos também podem infectar quem
circula ou permanece nesses locais. Como exemplo de IRAS temos os procedimentos com
cateteres, tubos, drenos, sondas, etc.

As Comissões para Controle de Infecção Hospitalar foram instituídas por lei a partir de
1998 com a Portaria nº 2.616 do Ministério da Saúde, juntamente com a criação do Programa de
Controle de Infecções Hospitalares (PCIH) que consiste em um conjunto de ações
desenvolvidas com vistas a reduzir ao máximo possível a incidência e a gravidade das
infecções hospitalares.

A CCIH é composta por membros consultores (pessoas que fazem elaboram as normas)
e executores (que fazem valer as normas), que são profissionais da área de saúde, de nível
superior, formalmente designados e nomeados pela Direção do Hospital. É obrigatório que todos
os hospitais tenham suas próprias comissões, e essa obrigação é proveniente da portaria n° 2616,
que aborda a obrigatoriedade dos Programas de Controle de Infecção Hospitalares (PCIH), dentre
eles a necessidade das CCIH, definida por “órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição
e de execução das ações de controle de infecção hospitalar”.

Algumas competências da CCIH


Elaborar, implementar e monitorar o Programa de Controle de Infecção Hospitalar;
Sistema de Vigilância Epidemiológica; supervisionar normas e rotinas; promover treinamentos e
capacitações do quadro de profissionais da instituição (Educação Continuada em saúde); elaborar
e divulgar, periodicamente, relatórios dirigidos à autoridade máxima da instituição e às chefias
dos serviços, contendo informações sobre a situação das infecções relacionadas à assistência à
saúde na instituição.

CCIH atua realizando atividades que visam a prevenção e o controle das infecções
relacionadas à assistência à saúde, através de medidas de promoção de melhoria na qualidade da
assistência e de Biossegurança para pacientes e profissionais de saúde.
Medidas de precaução
As medidas de precaução são aquelas que devem ser tomadas para evitar a disseminação
de microrganismos patogênicos, e consequentemente, a contaminação por eles em ambientes de
saúde. Segundo a ANVISA, elas podem ser do tipo: precaução padrão; precaução de contato;
precaução de gotículas ou precaução de aerossóis.

1. Precaução Padrão: devem ser seguidas para todos os pacientes, independente da suspeita ou
não de infecções, conta com ações de higienização das mãos, uso de luvas (apenas quando houver
risco de contato com sangue, secreções ou membranas mucosas) uso de óculos, máscara e/ou
avental (quando houver risco de contato de sangue ou secreções, para proteção da mucosa de
olhos, boca, nariz, roupa e superfícies corporais), descarte em recipientes apropriados, seringas e
agulhas, sem desconectá-las ou reencapá-las (caixa perfurocortante).

2. Precaução de Contato: infecção ou colonização por microrganismo multirresistente, varicela,


infecções de pele e tecidos moles com secreções não contidas no curativo, impetigo, herpes
zoster disseminado ou em imunossuprimido, etc, deve-se: higienizar as mãos, use luvas e
avental durante toda manipulação do paciente (inclusive de materiais hospitalares), quando não
houver disponibilidade de quarto privativo, a distância mínima entre dois leitos deve ser de 1m,
equipamentos como termômetro, esfigmomanômetro e estetoscópio devem ser de uso exclusivo
do paciente.

3. Precauções para Gotículas: para casos de pacientes com meningites bacterianas,


coqueluche, difteria, caxumba, influenza, rubéola, etc. Deve-se higienizar as mãos, máscara
cirúrgica, quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado
com outros infectados pelo mesmo microrganismo (distância mínima de 1m), o transporte do
paciente deve ser evitado, mas, quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica durante toda
sua permanência fora do quarto.

4. Precauções para Aerossóis: Tuberculose, COVID-19. Deve-se: higienizar as mãos, máscara


PFF2 (N-95), mantenha a porta do quarto SEMPRE fechada e coloque a máscara antes de entrar
no quarto, quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado
com outros pacientes com infecção pelo mesmo microrganismo. Pacientes com suspeita de
tuberculose resistente ao tratamento não podem dividir o mesmo quarto com outros
pacientes com tuberculose), transporte do paciente deve ser evitado, mas quando necessário o
paciente deverá usar máscara cirúrgica durante toda sua permanência fora do quarto.

Notificação compulsória

A notificação é o informe detalhado de casos de doenças e agravos de notificação


compulsória aos órgãos de controle de saúde, para gerar dados epidemiológicos. Ela é obrigatória
por lei e deve ser realizada pelos responsáveis por laboratórios, instituições de saúde, bem como
por profissionais da área e pelos Serviços de Controle Epidemiológico e Infecção Hospitalar
(SECIH) de todos os hospitais. Mas, a notificação desses casos também pode ser realizada por
qualquer cidadão.
BIOSSEGURANÇA

Biossegurança: é um conjunto de medidas voltadas para ações de prevenção, minimização ou


eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento
tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais e
do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

Para falarmos melhor de Biossegurança, devemos compreender mais alguns termos


inerentes a este estudo. Vejamos alguns:

▪ Incidente: é uma circunstância acidental passível de ocorrer durante o trabalho, sem danos
imediatos ao trabalhador, porém, com possibilidades de agravos futuros se não houver
medidas urgentes de bloqueio, ex.: corte com ampolas de medicamento;

▪ Acidente: é todo evento anormal no local de trabalho com danos ao patrimônio da


entidade ou empresa, ferimentos leves ou graves em colaboradores e que deve ser
investigado, para evitar que a repetição acarrete outras vítimas, ex.: eletricista sofrer uma
descarga elétrica levando à óbito;

▪ Acidente de trabalho: é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da


empresa, provocando lesão corporal, perturbação funcional, causando morte e perda ou
redução permanente ou temporária da capacidade para o trabalho, ex.: amputar dedo
enquanto trabalha;

▪ Risco Ocupacional: probabilidade de ocorrerem acidentes ou agravos à saúde ou à vida


do trabalhador, decorrentes de condições inadequadas durante suas atividades
trabalhistas;

▪ Riscos Ergonômicos: qualquer fator que possa interferir nas características


psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. Ex.:
postura inadequada, ritmo excessivo de trabalho, levantamento e transporte manual de
peso, estresse, etc;

Por tantos riscos que o profissional está exposto, é necessário que se siga normas de
segurança para os trabalhadores visando a boa qualidade do serviço alinhada com a segurança
durante todo atendimento prestado. Com a Lei n° 6.514/77, algumas obrigações e deveres
passaram a valer sobre os empregadores para garantir a segurança e saúde dos colaboradores no
ambiente de trabalho. Assim, temos as Normas Regulamentadoras (NRs) que dispõem do assunto
citado anteriormente.
As NRs servem para assegurar um ambiente de trabalho sadio e seguro para os
colaboradores. Isso acontece porque é a partir das normas que a empresa define procedimentos
padrões, relacionados à segurança e bem-estar dos funcionários, a fim de evitar acidentes com os
empregados. Com as NRS é possível: prevenir acidentes; promover um ambiente de trabalho
seguro; realizar ações de prevenção a acidentes e saúde mental; corrigir possíveis erros na
execução de tarefas; diminuir as chances de processos trabalhistas; manter a boa imagem da
organização no mercado de trabalho.
▪ NR 6: uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) em todas as áreas do ambiente de
trabalho. Ela tem o objetivo principal de preservar a segurança e saúde dos colaboradores,
prevenindo acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e o consequente afastamento dos
colaboradores. Exemplo: capacete; touca, pró-pé, óculos; protetor auditivo; máscaras
descartáveis e luvas;
▪ NR 7: é a norma que determina a implementação do Programa de Controle Médico de
Saúde Operacional (PCMSO) nas empresas para prevenir doenças ocupacionais e acidentes
de trabalho, independentemente do número de funcionários. O PCMSO deverá ter caráter de
prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionada ao trabalho.
O objetivo é, justamente, assegurar a proteção e preservação da saúde dos empregados diante
de perigos ocupacionais. Por isso, existem os exames médicos ocupacionais como:
admissional, periódico; de retorno ao trabalho em caso de afastamento por motivo de acidente
ou doença; de mudança de função; demissional;
▪ NR 24: prevê os cuidados com a vestimenta de trabalho. Neste caso, é de responsabilidade
do empregador fornecer peças que sejam confeccionadas com material e em tamanho
adequado e substituir as peças sempre que danificadas (a vestimenta de trabalho não substitui
a necessidade do uso de EPIs);
▪ NR 32: Para os trabalhadores da área da saúde, abrangem as problemáticas e riscos
apresentados nos ambientes clínicos e hospitalares. Exemplo: as lesões físicas, incidentes
relacionados a produtos químicos ou substâncias que podem gerar danos biológicos.
_32.2.4.14 Os trabalhadores que utilizarem objetos perfurocortantes devem ser os
responsáveis pelo seu descarte.
_32.2.4.15 São vedados o reencape e a desconexão manual de agulhas.

Equipamento de Proteção Individual

Com o surgimento das indústrias, mineradoras e metalúrgicas, o mundo do trabalho sentiu


a necessidade de inserir itens de proteção para os funcionários, diminuindo o número de incidentes
de trabalho. Assim, surgiu os Equipamentos de Proteção Individual, os EPI’s. Na área da saúde,
os EPI’s são empregados para proteger o pessoal do contato com agentes infecciosos, tóxicos ou
corrosivos, entre outros. Assim temos:

▪ Luvas: devem ser usadas em atividades laboratoriais com riscos químicos, físicos (cortes,
calor, radiações) e biológicos. Fornecem proteção contra dermatites, bem como as
contaminações ocasionadas pela exposição repetida a pequenas concentrações de
numerosos compostos químicos;

▪ Jaleco ou Avental Descartável: fornecem uma barreira de proteção, previne a


contaminação das roupas, protegendo a pele da exposição a sangue e fluidos corpóreos,
salpicos e derramamentos de material infectado (devem ser de mangas longas, mangas
longas e impermeável –de preferência);
▪ Óculos de Proteção: proteção contra respingos de agentes corrosivos, irritações e outras
lesões oculares;

▪ Protetor Facial: proteção de toda a face contra riscos de impactos, substâncias nocivas
e radiações;

▪ Máscaras de Proteção: equipamentos de proteção das vias aéreas (nariz e boca),


confeccionados em tecido ou fibra sintética descartável, utilizadas em situações de risco
de formação de aerossóis e salpicos de material potencialmente contaminado;

▪ Calçado adequado: de material emborrachado, impermeável à água e perfurocortantes.

Equipamento de Proteção Coletiva

Como o próprio nome diz, os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) dizem respeito
ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco.
O EPC hospitalar é adotado para reduzir ou eliminar os riscos ambientais
identificados em um PPRA. Para garantir a proteção coletiva em hospitais e clínicas, são
implantados nesses espaços sistemas de ventilação e exaustão, placas de sinalização, dispositivos
contra ruídos e vibrações, iluminação de emergência, entre outras soluções.
Em estabelecimentos hospitalares e clínicos, tanto o EPI quanto o EPC precisa ser
implementado. Isso porque os equipamentos coletivos não são capazes de eliminar os riscos
ambientais aos quais os colaboradores do ramo da saúde estão sujeitos. Em grande parte dos
procedimentos que exige o contato com o paciente, apenas os EPIs protegem do risco de
acidentes e infecções.

HIGIENE DAS MÃOS E USO DAS LUVAS

Resumidamente, as mãos são infestadas de microrganismos de todos os tipos, esses


microrganismos são divididos em duas classes de bactérias: Residentes e Transitórias. As
Residentes são aquelas de difícil acesso, que ficam nas camadas mais profundas da pele e que
geralmente, quando saudável, não causam prejuízo ao hospedeiro, são de difícil remoção, porém
com baixa virulência. Já as Transitórias colonizam as camadas mais superficiais da pele, de fácil
transmissibilidade, contém fungos, vírus e bactérias geralmente gram-negativas, porém, é
constituída de maior facilidade para remoção mecânica da sujidade pela higienização das mãos
com água e sabão.

“Higiene das mãos” é um termo geral, que se refere a qualquer ação de higienizar as mãos
para prevenir a transmissão de micro-organismos e consequentemente evitar que pacientes e
profissionais de saúde adquiram IRAS. A lavagem das mãos é, isoladamente, a ação mais
importante para a prevenção e controle das infecções hospitalares
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, o termo citado
engloba as seguintes técnicas (a antissepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos não será
vista agora pois é específica de clínica cirúrgica).

▪ Higiene simples das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabonete comum,
sob a forma líquida, dura de 40-60 seg;

▪ Higiene antisséptica das mãos: ato de higienizar as mãos com água e sabonete
associado a agente antisséptico, dura de 40-60 seg;

▪ Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica: aplicação de preparação


alcoólica nas mãos para, sem a necessidade de enxague em água ou secagem com papel
toalha ou outros equipamentos, dura de 20-30 seg;

Quando devemos fazê-la

Recomendações

a) Higienizar as mãos com sabonete líquido e água: quando estiverem visivelmente sujas ou
manchadas de sangue ou outros fluidos corporais ou após uso do banheiro, a exposição a
potenciais patógenos formadores de esporos for fortemente suspeita ou comprovada, em as outras
situações que julgar necessário;

b) Higienizar as mãos com preparação alcoólica: quando as mãos não estiverem visivelmente
sujas, e antes e depois de tocar o paciente e após remover luvas, antes do manuseio de medicação
ou preparação de alimentos.

Obs.: Higienização Simples das Mãos tem por objetivo remover os microrganismos que
colonizam as camadas superficiais da pele, assim como o suor, a oleosidade e as células mortas,
retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de microrganismos. Já a Fricção das
mãos com antissépticos (preparação alcoólicas) visa reduzir a carga microbiana das mãos (não há
remoção de sujidades). Elas não devem ser utilizadas concomitantemente.
Obs.: O uso de luvas não dispensa a lavagem das mãos antes e após contatos que envolvam
mucosas, sangue outros fluidos corpóreos, secreções ou excreções.

Passo a passo da higienização das mãos

Higienização Simples das Mãos:


Higienizar as mãos com preparação alcoólica:

Os seguintes princípios devem ser seguidos

▪ Enxugar abundantemente as mãos para remover resíduos de sabonete líquido e sabonete


antisséptico;
▪ Friccionar as mãos até a completa evaporação da preparação alcoólica;
▪ Secar cuidadosamente as mãos após lavar com sabonete líquido e água;
▪ Manter as unhas naturais, limpas e curtas;
▪ Não usar unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes;
▪ Deixar punhos e dedos livres, sem a presença de adornos com relógio, anéis e pulseiras,
etc.
Uso das Luvas

As luvas devem ser usadas em atividades laboratoriais com riscos químicos, físicos
(cortes, calor, radiações) e biológicos. Fornecem proteção contra dermatites, queimaduras
químicas e térmicas, bem como as contaminações ocasionadas pela exposição repetida a pequenas
concentrações de numerosos compostos químicos. As luvas devem ser resistentes, anatômicas,
flexíveis, pouco permeáveis, oferecer conforto e destreza ao usuário, além de serem compatíveis
com o tipo de trabalho executado. Podem ter cano longo ou curto, com ou sem palma
antiderrapante; o interior pode ser liso ou flocado com algodão.

Obs.: Enquanto estiver de luvas, o trabalhador não pode manusear maçanetas, telefones fixos ou
celulares, puxadores de armários e outros objetos de uso comum; NÃO usar luvas fora da área de
trabalho; LAVAR INSTRUMENTOS e superfícies de trabalho SEMPRE usando luvas; NUNCA
reutilizar as luvas descartáveis, DESCARTÁ-LAS de forma segura.

Tipos de Luvas

▪ Luvas de procedimento: protegem as mãos do usuário do contato de diferentes fluídos


corporais na realização de alguns procedimentos ou atividades (podem ser de vinil ou de
látex);

▪ Luvas cirúrgicas: feitas com materiais semelhantes às luvas de procedimento, as luvas


cirúrgicas obrigatoriamente são esterilizadas, de modo a prevenir o risco de contaminação,
tanto para o usuário como para quem está sendo atendido (no caso de um paciente em
processo operatório, parto vaginal, passagem de sonda, realizar curativo, etc).

Situações em que o uso de luvas é obrigatório

▪ Contato com sangue e outros fluidos corporais: qualquer procedimento que envolva
o contato com sangue, fluidos corporais, secreções e excreções requer o uso de luvas.
Assim, é possível proteger o colaborador de doenças, já que esses equipamentos reduzem
o risco de contaminações. As luvas não estéreis são as recomendadas, nesses casos.
▪ Procedimentos cirúrgicos: as luvas são essenciais durante a realização de cirurgias,
assim como em procedimentos vasculares (linhas centrais), quimioterápicos
e radiológicos invasivos, além de parto vaginal. Essas situações exigem o uso de luvas
cirúrgicas (estéreis), as quais são descartáveis.
▪ Aplicação de vacinas, em casos excepcionais: A priori, o emprego de luvas não é
obrigatório durante a aplicação de vacinas — seja ela qual for, incluindo a vacina contra
a Covid-19. Isso porque a administração por via parenteral (injetável) dispensa o contato
do profissional com os pacientes, sendo preciso manejar apenas a seringa.

Obs.: Contudo, caso o profissional de saúde apresente lesões abertas que coloquem em risco
a higiene das mãos, aí sim, as luvas são indicadas. Como você pode perceber, elas só são
necessárias em situações excepcionais. Nas demais, basta fazer corretamente a higienização
das mãos antes de aplicar a vacina.

Para o uso das luvas, é necessário ter havido a higienização das mãos. Após seu uso
também é importante higienizar a mão. Em ambas as situações, a higienização deve ser realizada
com água e sabão (higienização simples das mãos), caso não seja possível realiza-la assim, pode-
se fazer a higienização com solução alcoólica -APENAS quando não houver a possibilidade de
utilizar água e sabão. As luvas devem ser descartadas em sacos onde estão os resíduos
potencialmente infectados.

IMUNIZAÇÃO

A imunização é o processo pelo qual uma pessoa se torna resistente a uma doença, quer
através do contacto com certas doenças, quer através da administração de uma vacina, soro e
imunoglobulina.
O Sistema Imunológico é composto por um conjunto de órgãos, tecidos e células que
atuam diretamente no combate à patógenos: vírus, bactérias, helmintos e fungos. O esquema
abaixo apresenta os principais órgãos que compõem esse sistema:

Essas estruturas que compõem o sistema imunológico serão afetadas pela ação das
vacinas, que ao introduzir um antígeno no organismo, faz com que as células imunes reconheçam
o patógeno, e estimulem a produção de anticorpos, que vão iniciar a resposta imune mais
adequada.

Quando nosso sistema imunológico faz o reconhecimento de determinado antígeno, nós


passamos a possuir imunidade contra determinado patógeno, fazendo com que não venhamos a
sofrer os sintomas de determinada doença. Na imunologia, esse processo é denominado memória
imune, que é basicamente quando seu organismo "aprende a combater" determinado patógeno, e
é capaz de guardar essa informação para a possibilidade de futuras infecções.

Existem diversas células que compõem o sistema imunológico. Essas células fazem todo
o trabalho de combater corpos estranhos que entram no organismo. Os antígenos inseridos no
organismo por ação das vacinas, atuam diretamente na ativação dessas células, que necessitam
ser sensibilizadas contra cada novo patógeno que entra no organismo, para que que possam
combatê-lo.
Células de Defesa do Sistema Imunológico
▪ Macrófago: são uma das principais células de defesa do nosso organismo. É responsável
por fagocitar corpos estranhos;
▪ Basófilo: vigilância imunológica (como a detecção e destruição de cânceres em estágio
muito inicial) e no reparo de feridas, além de liberar histamina que participam do início
das reações alérgicas;
▪ Eosinófilo: glóbulo branco que participam da imunidade protetora contra certos parasitas,
mas também contribuem para a inflamação que ocorre em distúrbios alérgicos;
▪ Neutrófilo: realizam fagocitose e destruição de leveduras e formas filamentosas de
fungos;
▪ Mastócito: estimulam o processo inflamatório, como a heparina (anticoagulante) e a
histamina (vasodilatador);
▪ Célula Dentrícia: são produzidas na medula óssea, e podem ser encontradas no sangue
ou outros tecidos, responsáveis por identificar o tipo de infecção, e gerar a resposta
imune;
▪ Célula NK: são responsáveis por destruir as células tumorais ou infectadas por vírus,
sem que eles expressem qualquer tipo de antígeno ativador da resposta imune específica;
▪ Linfócitos B: responsáveis pela produção de anticorpos contra determinado patógeno.

Os anticorpos são moléculas que atuam no sistema imune fazendo o reconhecimento dos
antígenos (moléculas da estrutura dos patógenos), e estimulando a resposta imune específica.
Existem cinco classes de anticorpos:

▪ Imunoglobulina A (IgA) confere imunidade passiva da mãe para o filho, através da


amamentação;
▪ Imunoglobulina D (IgD);
▪ Imunoglobulina E (IgE) normalmente está relacionada à defesa contra verminoses e
protozooses, e também, a fenômenos alérgicos e reações anafiláticas;
▪ Imunoglobulina G (IgG), facilita a fagocitose, confere proteção contra bactérias, vírus
e toxinas. Protege o feto ao atravessar a placenta, caso único nas Ig;
▪ Imunoglobulina M (IgM), é o primeiro anticorpo a surgir após a exposição a um
antígeno.

Formas de Imunização

▪ Imunização ativa: a imunidade é decorrente do contato com um antígeno ou agente


infeccioso, seja por uma infecção natural, seja induzida pela vacinação. Ou seja, podemos
ter 2 formas de imunidade ativa, natural (por contato patogênico, mesmo que de forma
assintomática) ou artificial (vacina). Ambas geram imunidade duradoura;
▪ Imunização Passiva: decorre da administração ou transferência de anticorpos contra
antígenos ou agentes infecciosos específicos. É de ação imediata, o corpo recebe a
imunidade pronta. Como o corpo não produz de forma orgânica a resposta imunológica,
o organismo produz imunidade de caráter temporário. Ela é utilizada necessidade de uma
resposta imediata e não se pode aguardar o tempo para a produção de anticorpos em
quantidade adequada, ex.: via transplacentária, aleitamento, imunoglobulinas (anticorpo
do plasma humano) e soros (imunoglobulina do plasma animal) para casos de acidentes
com animais peçonhentos e exposição à toxina tetânica em indivíduo não vacinado ou
com esquema vacinal incompleto;
Obs.: Após o uso do soro, o indivíduo pode produzir anticorpos contra proteínas estranhas, o que
predispõe ao risco de anafilaxia (reação alérgica grave) ou hipersensibilidade. Já as
imunoglobulinas são mais seguras, pois raramente provocam reações de sensibilidade.

Obs.: A imunização passiva pode prejudicar a eficácia da imunização ativa. Entretanto,


em situações de alto risco, indica-se a imunização ativa e passiva simultaneamente, como em
casos de possível infecção pelo vírus da raiva. Nessa situação, durante o atendimento ao indivíduo
que foi exposto à mordedura ou lambedura de pele não íntegra ou mucosa por animal suspeito,
o soro é indicado para retardar a replicação viral e aumentar o tempo de incubação da doença,
proporcionando mais tempo para o desenvolvimento da imunidade ativa induzida pela vacina.

O método de produção de soros é diferente das vacinas, já que neste caso não se
pretende apresentar antígenos ao corpo para estimular a produção de anticorpos: nos soros os
anticorpos já estão produzidos. Entretanto, são necessários a utilização de alguns organismos
para a produção desses anticorpos, e geralmente são utilizados cavalos, que é um animal de
maior porte, e que possui maior resistência que os seres humanos às toxinas liberadas por
animais peçonhentos (obs.: os cavalos possuem maior resistência, mas não são imunes; vários
cuidados são adotados para que o animal não venha a morrer durante o processo).

O processo de produção do soro passa por algumas etapas: (1) O veneno - que foi
extraído diretamente do animal peçonhento - é diluído para diminuir os efeitos, e inoculado no
cavalo -> (2) O animal produz anticorpos contra o veneno -> (3) É feita a coleta do sangue do
cavalo, e retirado o plasma, onde se encontram os anticorpos; do plasma com anticorpos se
produz o soro.

O método de produção das vacinas envolve a produção de antígeno, que é a estrutura do


patógeno que será apresentada ao nosso sistema imunológico, que irá gerar os anticorpos para a
doença.

Existe também, a imunidade de rebanho ou imunidade coletiva é a resistência de um


grupo ou população à introdução e disseminação de um agente infeccioso. Essa resistência é
baseada na elevada proporção de indivíduos imunes entre os membros desse grupo ou população
e no uniforme distribuição desses indivíduos imunes.

As Vacinas no Brasil

Durante a história, a humanidade sempre buscou incansavelmente por medicamentos que


curassem os mais diversos doenças. A forma de se fazer medicamentos surgiu através do uso de
propriedades de determinados vegetais, que até os dias atuais ainda são bastante utilizados.
Porém, com o avanço da ciência, chegou um momento em que o homem não só conseguiu meios
de curar doenças, como também de evitá-las: neste momento surgiram as vacinas.

Em 1796, o inglês Edward Jenner realizou o primeiro teste da vacina contra a


varíola (doença infecciosa do século XVIII, sendo considerada pela Organização Mundial da
Saúde – OMS, como erradicada só em 8 de maio de 1980), o evento é o marco do início da
imunização vacinal na história.
Vacina é uma substância produzida e aplicada ao corpo para que o sistema imunológico
tenha uma resposta de proteção contra um agente patogênico/etiológico que possa vir a agredir o
organismo, como vírus e bactérias. Ela “simula” uma infecção para que o corpo produza uma
resposta imunológica. Não é infecção de fato, mas um estímulo à produção de anticorpos, gerando
uma resposta imunológica específica de preferência duradoura.

No Brasil, a primeira vacina, antivariólica chegou em 1804, trazida pelo Marquês de


Barbacena. Décadas mais tarde, a imunização contra a varíola tornou-se obrigatória para crianças
(1837) e adultos (1846). No início de 1900, foram fundados dois laboratórios muito conhecido
hoje em dia, o Instituto Soroterápico do Rio de Janeiro (futuro Fiocruz) e o Instituto
Seruntherápico (futuro Butantan). A lei que obrigava a vacinação, só passou a ser cumprida no
ano de 1904, com a intervenção do médico sanitarista Oswaldo Cruz, o que não agradou a
população, dando origem à Revolta da Vacina no Rio de Janeiro.

No ano de 1927, se iniciou a vacinação contra a tuberculose no Brasil, com a vacina BCG.
15 anos mais tarde, a febre amarela urbana foi eliminada do país graças à cobertura vacinal.

O Brasil por muito tempo foi considerado um modelo a ser seguido no aspecto vacinação. Isso
porque o nosso país possui um Plano Nacional de Imunização que é vinculado ao Sistema
Único de Saúde (SUS), criado em 1973, que fomenta a aplicação de vacinas essenciais desde
crianças até os idosos, de forma totalmente gratuita. O primeiro calendário básico de vacinação
surgiu em 1977, como reflexo do PNI. Já em 1986, nasceu o Zé Gotinha, simpático personagem
que simboliza as campanhas de vacinação

Doenças como tétano, gripe, difteria, coqueluche, hepatite B, catapora, HPV, entre outras
passaram a ser evitadas ou minimizadas pela ação vacinal. Um fator histórico que nos ajuda na
compreensão da relevância das vacinas para a humanidade, é o estabelecimento da relação entre
as vacinas e a expectativa de vida. Antes a expectativa de vida atingia 40 anos, hoje, ultrapassa
os 70.

Tipos de vacinas de acordo com a sua composição

▪ Vacinas de microrganismos inativados ou mortos: contêm microrganismos, ou


fragmentos desses microrganismos, que não estão vivos, estimulando a resposta do
corpo. Essas vacinas são absolutamente seguras, mas, em geral, precisam de mais de uma
dose para aumentar a capacidade de imunização. Ex.: hepatite e meningocócica.
▪ Vacinas de microrganismos atenuados: o microrganismo responsável pela doença
sofre uma série de procedimentos no laboratório que diminuem a sua atividade. Assim,
quando a vacina é aplicada, é estimulada uma resposta imunológica contra esse
microrganismo, porém não há desenvolvimento da doença, pois o microrganismo está
enfraquecido. São contraindicadas para pessoas imunodeprimidas e também para
gestantes. Para elas, existe o risco de adoecer pelo microrganismo da vacina, porém
acontecendo de forma atenuada. Ex.:BCG e tríplice viral.

Obs.: A principal diferença é que as vacinas que contêm bactérias ou vírus atenuados possuem
agentes infecciosos vivos, mas extremamente enfraquecidos. Já as vacinas de bactérias ou
vírus inativados contêm a bactéria ou o vírus morto, modificado ou apenas partículas deles.

A vacinação é uma estratégia de prevenção para doenças ou para minimizar os efeitos


que uma patologia pode ter no organismo. A partir do momento em que a vacina é administrada,
o sistema imunológico age diretamente sobre o microrganismo, ou os seus fragmentos,
promovendo a produção de anticorpos específicos. Caso futuramente a pessoa entre em contato
com o agente infeccioso, o sistema imunológico já consegue combater e impedir o
desenvolvimento da doença.
As vacinas orais (VIP e VOP) possuem em sua composição substâncias cujo ação é
favorecida pela ingestão oral, enquanto as vacinas injetáveis (BCG, DTP) precisam ser aplicadas
diretamente em algum tecido para que sua ação seja eficaz. É semelhante aos medicamentos:
existem várias apresentações!

DOENÇAS x VACINAS

Varíola: Doença infecciosa causada pelo vírus do gênero Orthopoxvirus, a qual tem sua forma
de transmissão por contato com pessoas infectadas, através de gotículas de saliva e aerossóis.
Seus sintomas são semelhantes aos da gripe, além de irritação e erupções cutâneas que se iniciam
no rosto, se alastrando para os membros e tronco. O vírus da varíola possui uma taxa de letalidade
muito elevada, pois gera no corpo uma resposta inflamatória muito intensa, que provocava a
falência múltipla dos órgãos.

A vacina foi introduzida por Edward Jenner em 1796. Já o último caso natural dessa doença foi
registrado em 1977, e em 1980 a Organização Mundial da Saúde considerou essa doença
erradicada. Até o momento, a varíola é a única doença considerada completamente erradicada
através da ação das vacinas. O fato de a vacina contra a varíola possuir um risco elevado de efeitos
colaterais, somado ao fato de a doença não possuir mais transmissão natural, fez com que a vacina
contra essa doença saísse dos calendários de vacinação. Atualmente a vacina contra a varíola é a
Tríplice Viral, que fornece imunidade contra outras duas doenças: caxumba e rubéola.

Sarampo: Patologia causada pelo vírus Morbilivirus, que provoca febre alta acompanhada de
tosse, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça, irritação nos olhos, coriza e mal-estar intenso.
Sua transmissão acontece com o contato de tosse ou espirro de uma pessoa infectada.
A vacina contra o sarampo está prevista no calendário brasileiro de imunização desde a década
de 1960, e a alta adesão da população fez com que essa doença fosse controlada. Infelizmente, a
falta de adesão à vacinação, provocou recentemente (no ano de 2020) um surto do sarampo no
Brasil.

Tuberculose: A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa causada pela bactéria


Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch, que acomete os pulmões e que pode levar à
morte. Sua forma de transmissão se dá pelo contato com uma pessoa infectada que elimina o vírus
através da tosse, espirro, fala ou respiração. Os sintomas de uma pessoa infectada é a tosse seca
ou produtiva persistente por 3 semanas ou mais, febre vespertina, emagrecimento e sudorese
noturna.

A vacina contra a tuberculose, foi desenvolvida pelos médicos franceses Calmette e Guérin, que
deram à vacina o nome de Bacilo Calmette-Guérin, ou BCG como é mais conhecida. Essa vacina
começou a ser utilizada em 1921, e desde 1976 sua aplicação em crianças no Brasil se tornou
obrigatória, sendo geralmente a primeira vacina aplicada após o nascimento.

Uma característica interessante sobre a BCG é a marca que deixa no local da aplicação, que nada
mais é que a reação imunológica acontecendo no local. A cicatriz é completamente normal, e é
uma confirmação de que a vacina foi aplicada. Porém, nas pessoas que não apresentarem a marca
cicatricial da vacina, não precisam ser revacinadas, pois seu efeito está garantido.

BCG, entretanto, fornece imunidade contra as formas mais graves da tuberculose, podendo ainda
o indivíduo vir a desenvolver essa doença no decorrer da vida. A TB é uma doença de
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA SEMANAL, e sua transmissibilidade será até quando o
paciente iniciar o tratamento.
Poliomielite: A poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral
provocada pelo Polivírus, que acomete crianças não-vacinadas, e que gera consequências severas,
uma vez que a doença não possui cura. Seu contágio ocorre através de contato direto com
secreções eliminadas pela boca ou com fezes de pessoas infectadas.

Na forma paralítica, além dos sintomas de febre, dor de cabeça, dor de garganta, diarreia, vômito
e constipação presente na forma não paralítica mencionados, o infectado apresenta dores
musculares e paralisia dos músculos.

A vacina contra a poliomielite, é uma vacina de aplicação oral, a famosa vacina de "gotinha". Mas
a vacina oral contra a pólio atualmente é somente na dose de reforço, sendo que a primeira dose
é necessariamente injetável. A poliomielite foi declarada como erradicada em território nacional
(no Brasil) em 1994 pela Organização Mundial da Saúde.

Outras doenças
Existem diversas outras doenças que são controladas através da vacinação, além das que ainda
estão em processo de desenvolvimento. Alguns exemplos mais comuns estão citados abaixo:

- Gripe (Inflenza): Vale mencionar que a vacina contra o vírus da Influenza precisa de uma
nova dose todos os anos para os grupos mais vulneráveis (idosos, gestantes, e pessoas com
problemas crônicos de saúde). Isso acontece porque esse vírus possui uma alta taxa de
mutabilidade, o que faz com que todos os anos apareçam novas variantes, tornando a primeira
imunidade insuficiente.

- Tétano e Difteria: A vacina contra essas duas doenças geralmente é aplicada em uma só, e
precisa ser reforçada a cada dez anos, ou quando há uma lesão com o rompimento da pele.

- Caxumba e Rubéola: A imunidade contra essas duas doenças é adquirida da mesma vacina,
a tríplice viral, que também protege contra a varíola.

- Hepatite B: A hepatite B pode ser transmitida através do contato com secreções ou sangue
de uma pessoa infectada. A vacina é administrada através de três doses.

Calendário de Vacinação
Atualmente, as vacinas são oferecidas à população conforme o Calendário Nacional de
Vacinação. São administradas nas salas de vacinas espalhadas pelo país. As atividades realizadas
nesta sala são desenvolvidas pela equipe de enfermagem, sendo ideal a presença de dois
vacinadores para cada turno de trabalho, responsáveis pela administração, gerenciamento e
conservação adequada dos imunobiológicos (todas as vacinas devem ser armazenadas entre +2ºC
e +8ºC, sendo ideal +5ºC).

Vacinas do Calendário de Vacinação: BCG, Hepatite B, Penta (DTP/Hib/Hep B), Vacina


Pneumocócica 10 valente, VIP (Vacina Inativada Poliomielite), VRH (Vacina Rotavírus
Humano), Meningocócica C (conjugada), VOP (Vacina Oral Poliomielite), Febre
amarela,Tríplice viral (Sarampo, rubéola, caxumba), Tetraviral (Sarampo, rubéola, caxumba,
varicela), Hepatite A, DTP (tríplice bacteriana), Varicela, HPV (Papilomavírus Humano).
▪ BCG: Vacina BCG (bacilo de Calmette e Guérin) é indicada para prevenir as formas
graves da tuberculose (miliar e meníngea);
Volume da Dose e Via de Administração (depende do laboratório): 0,1 mL ou 0,05 (em
crianças recém-nascidas até 11 meses e 29 dias e 0,1 mL para pessoas a partir de 1 ano
de idade) por via intradérmica (ID);
Esquema: em dose única, o mais precocemente possível, de preferência nas primeiras 12
horas após o nascimento, ainda na maternidade (disponibilizada para crianças de até 4
anos 11 meses e 29 dias, ainda não vacinadas). É contraindicada para gestantes e pessoas
imunodeprimidas.
Obs.: A comprovação da vacinação com BCG é feita por meio do registro da vacinação no cartão
ou caderneta de vacinação, da identificação da cicatriz vacinal ou da palpação de nódulo no
deltoide direito (ausência de cicatriz). Crianças vacinadas na faixa etária preconizada que não
apresentam cicatriz vacinal não necessitam ser revacinadas. Não se deve cobrir a úlcera ou colocar
qualquer tipo de medicamento.
▪ Hepatite A: contém antígeno do vírus da hepatite;
Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via IM, para o adulto suscetível, a dose é
de 1 ml;
Esquema: 1 dose (15 meses de idade).

▪ Hepatite B: Previne a infecção pelo vírus da hepatite B;


Volume da dose: 0,5 ml até os 19 anos de idade e 1 ml a partir de 20 anos, via
intramuscular (IM);
Esquema: Administrar 1 (uma) dose ao nascer, o mais precocemente possível. A
continuidade do esquema vacinal será com a vacina penta [vacina adsorvida difteria,
tétano, pertussis, hepatite B (recombinante) e Haemophilus influenzae B (conjugada)],
aos 2 (dois), 4 (quatro) e 6 (seis) meses de idade, para gestantes em qualquer faixa etária
independentemente da idade gestacional e indivíduos integrantes dos grupos vulneráveis.

▪ Tríplice Viral (sarampo, rubéola, caxumba): protege contra o sarampo, a caxumba e a


rubéola.
Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via subcutânea (SC);
Esquema: 3 doses (a partir de 12 meses de idade até os 29 anos, e entre 30-59 anos);

▪ Tetra viral (Sarampo, rubéola, caxumba, varicela): protege contra o sarampo,


caxumba, rubéola e varicela;
Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via subcutânea (SC);
Esquema: 1 dose em crianças, > 15 meses, que já tenham a 1º dose do tríplice viral;

▪ Penta (DTP/Hib/HepB): protege contra difteria, tétano, pertússis (Coqueluche),


Haemophilus influenzae B e hepatite B;
Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via IM;
Esquema: É indicada para a vacinação de crianças menores de 5 anos de idade como dose
do esquema básico, devendo ser administradas 3 doses, aos 2, 4 e 6 meses de idade, com
intervalo recomendado de 60 dias entre as doses (mínimo de 30 dias). Os reforços serão
realizados com vacina adsorvida difteria, tétano, pertússis (DTP), o primeiro aos 15 meses
de idade, e o segundo aos 4 anos de idade.

▪ VIP e VOP: utilizadas para prevenir a poliomielite;


Volume da dose e via de administração VIP (inativada): 0,5 ml via IM;
Esquema VIP: 3 doses (2,4,6 meses).
Volume da dose e via de administração VOP (oral e atenuada): duas gotas,
exclusivamente por via oral (VOP);
Esquema VOP: administrar o primeiro reforço aos 15 meses e o segundo aos 4 (quatro)
anos de idade.

O Governo Federal vai substituir gradualmente a Vacina Oral Poliomielite (VOP) pela versão
inativada (VIP) do imunizante a partir de 2024. A recomendação considerou as novas evidências
científicas para proteção contra a doença. A atualização não representa o fim imediato do
imunizante na versão popularmente conhecida como "gotinha", mas um avanço tecnológico para
maior eficácia do esquema vacinal, que será feito após um período de transição.
A recomendação é a utilização da VIP em reforço aos 15 meses, o que é feito atualmente de forma
oral (VOP). A VIP já é aplicada aos 2,4,6 meses de vida, como apresentado no Calendário de
Vacina. Após um período de transição, em 2024, as crianças, aquelas que completarem as 3 doses
da VIP, realizarão o reforço aos 15 meses (não mais aos 4 anos, como é feito atualmente). As 4
doses serão suficientes para proteção contra a pólio, antes tínhamos 3 doses com 2 reforços.
A atualização considerou os critérios epidemiológicos, as evidências relacionadas à vacina e as
recomendações internacionais sobre o tema.

▪ DT (difteria e tétano adulto): prevenção de difteria e tétano adulto;


Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via IM;
Esquema: a partir de 7 anos de idade, quando o paciente apresentar o esquema vacinal
completo (3 doses) administrar 1 (uma) dose a cada 10 anos após a última dose. Na
gestante a vacina dupla adulto (dT) pode ser administrada a partir da comprovação da
gravidez, em qualquer período gestacional.
Completar o esquema vacinal, preferencialmente até 20 dias antes da data provável do
parto.

▪ DTPa (Tríplice bacteriana): protege contra difteria, tétano e pertussis.


Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via IM;
Esquema: 3 doses (2,4,6 meses) com reforço aos 15 meses, aos 4 anos e depois a cada 10
anos; na gravidez: 1 dose a partir das 27 semanas de gestação ou até 20 dias antes do
parto, em cada gestação;

▪ Pneumocócica 10- valente: prevenção às crianças menores de 2 anos de idade, contra


infecções invasivas (sepse, meningite, pneumonia e bacteremia) e otite média aguda
(OMA) causadas pelos sorotipos contidos na vacina;
Volume da dose e via de administração: 0,5 ml por via IM;
Esquema: 2 doses aos 2 e 4 meses e um reforço aos 12 meses.

▪ VORH (Rota Vírus Humano): prevenção de gastroenterites causadas por rotavirus em


crianças menores de 1 ano de idade.
Volume da dose e via de administração: 1,5 ml VO;
Esquema: 3 doses (1,3,5 mês);
É contraindicada em crianças com imunodepressão severa, ou com malformação
congênita não corrigida do trato gastrointestinal.

▪ Meningocócica C: prevenção da doença sistêmica causada pela Neisseria meningitidis


do sorogrupo C em crianças menores de 2 anos;
Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via Ml;
Esquema: 2 doses (3,5 meses), reforço aos 12 meses de idade.
▪ Varicela: proteção contra a varicela.
Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via SC;
Esquema: 1 dose (4 anos, sendo já administrada aos 15 meses com a tetra viral).
Precauções Mulheres em idade fértil devem evitar a gravidez até 1 (um) mês após a
vacinação.
É contraindicada para gestantes, crianças menores de 9 meses de idade e indivíduos
imunodeprimidos ou que apresentaram anafilaxia à dose anterior.

▪ HPV (Papiloma Vírus Humano): prevenção contra o HPV;


Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via IM;
Esquema: 2 doses (9 - 14 anos de idade) para meninas e meninos.

▪ Febre amarela: proteção contra febre amarela;


Volume da dose e via de administração: 0,5 ml via SC;
Esquema: dose única, tomada após 9 meses até 10 dias antes de viajar para regiões
endêmicas.

▪ Influenza: proteger contra o vírus da influenza e contra as complicações da doença,


principalmente as pneumonias bacterianas secundárias.
Volume da dose e via de administração: 0,25 - 0,5 ml via SC ou IM;
Esquema: para crianças acima de 6 meses, variando a dose pela idade, pode ser
administrada em qualquer idade gestacional, porém, só pode ser administrada até 45 dias
de puerpério.
Em 2022 o Ministério da Saúde ampliou a vacina para todas as idades, devido à baixa
cobertura vacinal do grupo prioritário.

O Ministério da Saúde promove duas campanhas anuais de vacinação, junto com


Secretarias de Saúde de estados, municípios e Distrito Federal. São as campanhas da gripe,
realizada no primeiro semestre, antecedendo o período mais frio do ano, e de atualização da
Caderneta de Vacinação. Além disso, a cada quatro anos, todas as crianças menores de cinco são
também alvo da campanha de vacinação contra sarampo.

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