Ende
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A influência da tecnologia através das vacinas nas principais doenças desde o século
XIII.
1347 (século XIV) - Ao adentrar a Europa, a peste negra, também conhecida como peste
bubônica, tornou-se uma devastadora pandemia, causando um grande impacto na sociedade,
estabelecendo pânico geral e medo da doença, causando rompimento das relações sociais. A
Peste Bubônica resultou na morte de 75 a 200 milhões de pessoas. Na época, o combate à
peste foi limitado e ineficaz devido ao desconhecimento sobre sua causa e transmissão. Por
conta disso, foram adotadas erroneamente diversas medidas, como queimar ervas aromáticas
ou usar amuletos para afastar a doença. Em vez de ajudar a conter a doença, essas medidas
contribuíam para o pânico e a desinformação, dificultando o controle da mesma. No entanto,
em 1894, o cientista franco-suíço Yersin e o japonês Kitasato identificaram o bacilo da doença.
Dois anos depois, o russo Waldemar Haffkine criou uma vacina contra a peste, e, em 1898,
Yersin usou os primeiros soros antipestosos em seres vivos.
1918 (século XX) - A Gripe Espanhola foi uma pandemia que matou cerca de 50 milhões de
pessoas. Sem vacinas ou antivirais, as medidas de tratamento foram limitadas a cuidados de
suporte, como isolamento, quarentena, uso de máscaras, fechamento de escolas e proibição
de reuniões públicas. A melhora nas práticas de higiene e saúde pública também ajudou a
controlar a propagação da doença. A pandemia terminou principalmente devido ao
desenvolvimento de imunidade na população e à mutação do vírus para formas menos letais.
2 2019 (século XXI) - Os efeitos da pandemia variam amplamente e incluem desde impactos
diretos na economia, como nos empregos, até efeitos na aprendizagem de crianças e
adolescentes que tiveram que se adaptar ao ensino online. Com um número de
aproximadamente 6.919.573 milhões de óbitos, a pandemia de COVID-19 foi controlada por
meio de um esforço global que incluiu o desenvolvimento rápido de vacinas eficazes,
conhecidas como: Pfizer-BioNTech, Moderna, Oxford-AstraZeneca, Johnson & Johnson,
Sinovac e Sinopharm. Houve implementação de medidas de saúde pública, como
distanciamento social, uso de máscaras e lockdowns. O tratamento da doença melhorou com
novos medicamentos e terapias, e a colaboração internacional foi crucial para a distribuição de
vacinas e recursos. Com a vacinação em massa e a adoção contínua de medidas preventivas,
a disseminação do vírus foi reduzida significativamente, levando a um controle mais eficaz da
pandemia.
O O processo de produção de uma vacina e o caminho que ela percorre até chegar aos
postos de saúde de todo o Brasil começam na produção do ingrediente farmacêutico ativo
(IFA), que nada mais é do que a matéria-prima da vacina, normalmente composto por vírus e
células, que dão origem ao concentrado vacinal. No caso da vacina da Covid-19, esse
concentrado vacinal é composto por um vetor viral não replicante, o adenovírus. Oriundo de
chimpanzés, o adenovírus foi geneticamente modificado para gerar anticorpos no organismo
humano sem qualquer tipo de risco. Como o processo de transferência tecnológica é previsto
em duas etapas, no primeiro momento, esse IFA será enviado pela AstraZeneca, possibilitando
que as primeiras 100 milhões de doses sejam distribuídas ao PNI ao longo do primeiro
semestre de 2021. Posteriormente, no segundo semestre do mesmo ano, com a incorporação
tecnológica concluída, Bio-Manguinhos poderá produzir o IFA de maneira independente, dando
início à nacionalização da vacina. Ao incorporar esta plataforma ao conjunto de tecnologias já
dominadas por Bio-Manguinhos, a Fundação poderá explorar novas alternativas para o
desenvolvimento de futuras vacinas.
A A tuberculose (TB), é uma das doenças mais antigas conhecidas pela humanidade.
Evidências sugerem que a tuberculose afetou humanos há mais de 4.000 anos, com lesões
típicas encontradas em múmias egípcias. A TB atingiu proporções epidêmicas na Europa e na
América do Norte durante a Revolução Industrial, as condições de vida insalubres,
superlotação e má nutrição da época contribuíram para a disseminação da doença. No início
do século XX, sanatórios foram estabelecidos como centros de tratamento, onde os pacientes
eram isolados e submetidos a tratamentos de repouso e nutrição. Em 1921, a vacina BCG
(Bacilo de Calmette-Guérin) foi desenvolvida na França, proporcionando uma medida
preventiva importante, especialmente para crianças. Após a Segunda Guerra Mundial, a
introdução de antibióticos como a estreptomicina revolucionou o tratamento da TB,
transformando uma doença muitas vezes fatal em uma condição tratável.
A A varíola, uma doença infecciosa, teve uma história longa e devastadora, afetando milhões
de pessoas ao longo dos séculos. Conhecida por suas epidemias mortais desde a antiguidade,
a varíola causava febre alta e erupções cutâneas severas, resultando em cicatrizes
permanentes e uma alta taxa de mortalidade. Estima-se que, no século XX sozinho, a varíola
tenha matado cerca de 300 milhões de pessoas. A descoberta da vacina por Edward Jenner
em 1796, utilizando o vírus da varíola bovina, revolucionou a prevenção da doença. A
vacinação em massa e as campanhas globais de erradicação lideradas pela Organização
Mundial da Saúde culminaram na erradicação completa da varíola em 1980. Este sucesso
destacou a importância das vacinas, inspirando esforços semelhantes para combater outras
doenças infecciosas.
M Malária, causadora de diversas endemias, é uma doença parasitária transmitida pela
picada de mosquitos infectados, tem uma história antiga e amplamente disseminada, afetando
principalmente regiões tropicais e subtropicais em todo o mundo, sendo uma das principais
causas de morbidade e mortalidade em muitas comunidades ao longo da história. Estima-se
que a malária tenha sido responsável por centenas de milhões de casos e milhões de mortes
ao longo dos séculos, especialmente em regiões da África, onde a transmissão é mais intensa.
No entanto, a malária não é apenas uma questão de saúde, mas também tem impactos
socioeconômicos significativos, contribuindo para o ciclo de pobreza em comunidades
afetadas, devido ao absenteísmo no trabalho, despesas com tratamento médico e perda de
produtividade. A importância da vacinação na erradicação da malária é inegável, embora
atualmente não exista uma vacina totalmente eficaz disponível em larga escala. Porém,
esforços contínuos estão em andamento para desenvolver e implementar vacinas contra a
malária, visando reduzir a incidência da doença e mitigar seu impacto devastador na
sociedade.
F Febre amarela, doença viral transmitida por mosquitos, tem uma história antiga que
remonta aos registros coloniais na América do Sul e na África. Durante séculos, surtos de febre
amarela assolaram comunidades inteiras, causando surtos endêmicos e elevadas taxas de
mortalidade. Estima-se que, durante os surtos mais graves, milhões de pessoas tenham
morrido de febre amarela ao longo dos anos. A introdução da vacina contra a febre amarela no
século XX foi um marco crucial na prevenção e controle da doença. A vacinação em massa,
especialmente em áreas endêmicas, ajudou a reduzir significativamente a incidência da febre
amarela e a prevenir surtos epidêmicos. Além disso, medidas de controle de vetores, como o
combate aos mosquitos transmissores, desempenharam um papel fundamental na erradicação
da doença em muitas regiões. A vacinação contra a febre amarela não apenas salvou
inúmeras vidas, mas também teve um impacto positivo na sociedade, promovendo a saúde
pública, permitindo o desenvolvimento econômico em áreas anteriormente afetadas pela
doença e protegendo comunidades vulneráveis contra uma das doenças mais letais
conhecidas pela humanidade.
U Um evento importantíssimo para a sociedade foi a Revolta da Vacina foi um evento
marcante na história do Brasil, ocorrido em novembro de 1904, no Rio de Janeiro. Motivada
pela implementação de uma campanha de vacinação obrigatória contra a varíola pelo governo,
a revolta refletiu uma série de questões sociais, políticas e culturais da época. A população,
especialmente os mais pobres, viu na vacinação obrigatória uma violação de seus direitos
individuais e uma imposição autoritária do governo. Além disso, havia uma profunda
desconfiança em relação às práticas médicas da época, alimentada por um histórico de abusos
e negligência por parte das autoridades de saúde. O contexto de urbanização acelerada, com
condições de vida precárias e falta de saneamento básico, também contribuiu para o
descontentamento popular. A Revolta da Vacina revelou as tensões sociais e políticas
existentes na sociedade brasileira da época, além de evidenciar a necessidade de uma
abordagem mais inclusiva e transparente na implementação de políticas de saúde pública.
S Sendo esse apenas um exemplo do movimento antivacina, tendo em pauta inúmeros
outros como o Movimento Antivacinação nos EUA (século XX) (Surgiu nos Estados Unidos,
com grupos que questionavam a segurança e eficácia das vacinas, especialmente a vacina
tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola). Este movimento ganhou força com a disseminação
de informações falsas sobre supostos efeitos colaterais das vacinas, A Controvérsia da vacina
contra a poliomielite na Nigéria, boatos de que a vacina contra a poliomielite era uma
conspiração para esterilizar muçulmanos levaram a um boicote à vacinação em algumas
regiões da Nigéria, o que resultou no ressurgimento da doença em áreas onde estava quase
erradicada. Esses eventos relacionam-se a resistência ou oposição à vacinação, mostrando
que nem toda a sociedade é a favor desse método medicinal, todavia nota-se que quanto maior
a falta de vacinação, indiferente do motivo afeta diretamente e negativamente os impactos
dessas doenças na população em uma escala mundial.
A A vacina contra a varíola desenvolvida por Oswaldo Cruz no início do século XX foi
baseada nos métodos de vacinação introduzidos por Edward Jenner no final do século XVIII,
utilizando o vírus da vaccínia para induzir imunidade contra a varíola humana. Naquela época,
a produção da vacina envolvia processos manuais e rudimentares, como a inoculação em
bovinos e a extração do material vacinal de lesões cutâneas. Em contraste, os métodos
modernos de desenvolvimento de vacinas, como os utilizados para a COVID-19, incorporam
avanços tecnológicos significativos, incluindo engenharia genética, plataformas de mRNA, e
técnicas de biotecnologia de alta precisão. Hoje, a produção de vacinas é altamente
automatizada e padronizada, garantindo maior segurança, eficácia e rapidez. A tecnologia atual
permite uma análise detalhada do patógeno e uma resposta ágil a surtos emergentes,
evidenciando a importância do progresso tecnológico na evolução das práticas de saúde
pública. O
Representação desenhada
inspirada na revolta da vacina. Representacão de médicos tratando um
p paciente diagnosticado com peste negra.