Eletrocardiograma para Enfermeiros
Eletrocardiograma para Enfermeiros
Eletrocardiograma para Enfermeiros
PARA ENFERMEIROS
2ª edição
ELETROCARDIOGRAMA
PARA ENFERMEIROS
2ª edição
E89
2. ed.
: il. ; 24 cm.
ISBN 978-65-5586-533-2
Carolina Nóvoa
Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de São Paulo (USP). MBA Executivo
em Saúde pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Especialista em Enfermagem em
Cardiologia pelo Programa de Residência da Universidade Federal de São Paulo
– Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM). Graduada em Enfermagem pela
UNIFESP/EPM. Membro da Equipe de Pesquisa da Gastrocirurgia do Hospital do
Rim (HRim). Consultora em Saúde (Cardiologia) da E-update – Cursos, Treinamentos
e Consultoria em Saúde.
Elaine Peixoto
Especialista em Cardiologia pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor/HCFMUSP).
Especialista em Administração Hospitalar pelo Centro Universitário São Camilo.
Graduada em Enfermagem e Obstetrícia pelo Centro Universitário São Camilo.
Experiência Clínica como Enfermeira de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com
ênfase em Enfermagem em Cardiologia e Ambulatorial. Instrutora dos Cursos de
BLS e ACLS (Cursos da American Heart Association, pelo Centro de Treinamento
da Universidade Anhembi Morumbi), em Simulação Clínica, Metodologias Ativas
e Educação em Saúde. Voluntária na Organização Não Governamental Médicos
do Mundo.
As editoras
Sumário
5 Monitorização Eletrocardiográfica, 43
Maria Francilene Silva Souza • Fátima Gil Ferreira
6 Taquiarritmias, 57
Thatiane Facholi Polastri • Vanessa Santos Sallai
7 Bradiarritmias, 77
Vanessa Santos Sallai • Thatiane Facholi Polastri • Carolina Nóvoa
O coração consiste em uma bomba muscular formada por quatro câmaras dis-
tintas: átrios – direito (AD) e esquerdo (AE) e ventrículos – direito (VD) e esquerdo
(VE), ambos separados por duas outras estruturas denominadas septo interatrial
e interventricular. Esta função de bomba propulsora depende da existência de um
impulso capaz de estimular as fibras musculares ou miócitos de todo coração que,
por sua vez, respondem com a contratilidade cardíaca1,2.
A resposta mecânica, ou seja, a contratilidade cardíaca, é dependente da ativi-
dade elétrica. Isso significa que as células cardíacas não se contrairão se não forem
estimuladas por um impulso elétrico iniciado e coordenado por um sistema especia-
lizado do próprio coração responsável pelo rítmo cardíaco. Este sistema é composto
pelo nó sinusal (NS) ou sinoatrial, nó atrioventricular (nó AV), feixe de His e seus
ramos direito e esquerdo e as fibras de Purkinje (Figura 1.1).
Nó AV
Feixe de His
Ramo esquerdo
Divisão posterior
Divisão anterior
Nó Ramo esquerdo
atrioventricular Fascículo póstero-interior
Ramo direito
Fascículo
anterossuperior
Fascículo
Divisão superior anteromedial
-90 mV - - - - - - -
+ + + + + + +
B
Extracelular
K+ = 5 mEq/L
Figura 1.3. Distribuição iônica do meio intra- e extracelular e o potencial trans-
membrana de repouso.
Rápido Lento
1 K+
+30 mV
1 2
2 K+
0 mV
Ca2+ K+
Na+
3 I Ca2+
K+
Na+ I Ca2+
-60 mV If
K—
K+
-90 mV 4
0 Na+
Resumo
O sistema de condução elétrico do coração é responsável por uma contração
sincronizada adequada dos átrios e ventrículos. O impulso elétrico é gerado no NS,
o marca-passo do coração. A condução atrial é facilitada por feixes internodais e
a condução interatrial pelo feixe de Bachmann. Nenhuma condução elétrica passa
pelo sulco coronário porque normalmente nenhum sistema especializado de condu-
ção está presente, sendo assim, toda a condução atrial é filtrada através do nó AV. O
nó AV se encontra abaixo do endocárdio atrial, superior e anterior ao óstio do seio
coronário. Esta estrutura provoca um atraso na condução do estímulo dos átrios
aos ventrículos garantindo o enchimento ventricular completo. A porção distal do
nó AV é conectada ao feixe de His. Do feixe de His emergem os ramos direito e
esquerdo que percorrem pelo septo em direção ao ventrículo direito e esquerdo,
respectivamente, e se ramificam nas fibras de Purkinje que atingem o endocárdio
ventricular. As fibras de Purkinje são responsáveis por entregar o estímulo elétrico
ao miocárdio ventricular para que a contração ventricular seja iniciada.
Anatomia e Fisiologia do Sistema de Condução 9
Referências bibliográficas
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tratamento. São Paulo: Atheneu; 2019, p. 930.
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Atheneu; 2017, p. 440.
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8. Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretrizes Da Sociedade Brasileira De Cardiologia sobre análise
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9. Hernandes V. Noções básicas do ECG. In: Quilici AP, Cardoso LF, Ferreira FG, et al. Enfermagem em
cardiologia. 1. ed. São Paulo: Atheneu; 2009.
10. Hernandes V. Noções básicas do ECG. In: Quilici AP, Cardoso LF, Ferreira FG, et al. Enfermagem em
cardiologia. 2. ed. São Paulo: Atheneu; 2014.