Ficha 4 - Liberalismo
Ficha 4 - Liberalismo
Ficha 4 - Liberalismo
Senhor: – Um dos primeiros e principais sentimentos que animam os leais corações do povo português é sem dívida o amor
que professam à sagrada pessoa da vossa majestade e à soberania da sua augusta casa.
Se fosse necessário dar a vossa majestade provas desta verdade, fácil nos seria achá-las na história portuguesa [...]. Basta,
porém, trazer à lembrança de vossa majestade as duas notáveis e gloriosas épocas de 1640 e 1808, nas quais esta briosa e leal
nação se vangloria de haver dado ao mundo inteiro os testemunhos mais autênticos e mais solenes da sua nunca desmentida
afeição à augusta Casa de Bragança [...].
Não é aqui lugar, senhor, nem de descrever miudamente os males públicos em que a nação se achava [...] A progressiva e
rápida decadência da nossa agricultura, indústria e comércio; [...] a ruína do tesouro e crédito nacional, [...] e que iam minando,
em todas as classes, a moralidade pública [...]. Para cúmulo dos nossos males, faltava-nos vossa majestade, que ouvisse de perto
as súplicas do seu povo; faltava-nos o seu trono, a cuja sombra os desvalidos e oprimidos se acolhessem e achassem [...] remédio
a seus males.
Lisboa, 6 de outubro de 1820.
1. Explicite duas razões do descontentamento em Portugal nas vésperas da revolução liberal portuguesa.
Fundamente a sua resposta com excertos relevantes do Fonte 1.
2. Nomeie o rei a que se refere a expressão “[...] sagrada pessoa da vossa majestade [...]” (Fonte 1).
5. Apresente dois argumentos que sustentem a afirmação “O horrendo crime de rebelião contra o poder [...] cometido na cidade
do Porto” (Fonte 2).
Fundamente a sua resposta com excertos relevantes da Fonte.
A. Carta da elevação do Brasil a Reino B. Porto do Rio de Janeiro aquando da sua abertura ao comércio estrangeiro
1. Ordene cronologicamente as imagens A, B, C e D (Fonte 1) que se reportam à questão do Brasil no período da implantação do
liberalismo em Portugal.
2. Para além da questão relativa ao Brasil, o “Congresso de Lisboa” (Fonte 3) teve por objetivo elaborar…
(B) a Constituição.
5. Desenvolva o tema O Brasil no quadro do processo revolucionário português, articulando os dois tópicos de orientação
seguintes:
Na sua resposta:
– apresente três elementos para cada tópico de orientação, evidenciando a relação entre os elementos dos dois tópicos;
– integre, pelo menos, uma informação relevante de cada uma das fontes de 1 a 3.
Com grande dor temos sabido, amados filhos, das perturbações [...] a que tendes vivido expostos, e tendes [...] suportado nestes
dias infelizes da geral inquietação do reino. [...]
Uma resolução inesperada encaminhou à pátria o herdeiro legítimo do trono, e com ele tudo o que podiam abranger os mais
largos desejos de um sincero português. Nele vos veio a firmeza do poder soberano, o respeito e a execução das nossas leis, a
boa ordem e a paz interior do Estado, que procedem da discreta e constante observância das leis. A sua vinda, a sua entrada
pacífica, as medidas que tomou para remediar um desconcerto tão geral e para reparar tantas e tamanhas ruínas, o bom sucesso
destas medidas, a felicidade com que em tão pouco tempo e com tão leves sacrifícios venceu [a] oposição e obrigou os seus
cabeças a cobarde fuga.
[...] a revolução que há oito anos pretendeu tirar-nos as leis, os costumes e o ser de portugueses [...] a que por último procurou
meter-vos em dependência estranha e conduzir-nos por este caminho à confusão e total ruína. [...]
Obedecer às autoridades que o são da parte do príncipe é o mesmo que obedecer a Deus. Deus o manda na sua lei; para ser de
nós obedecido o fez Deus imagem na sua terra, e o príncipe não é mais do que um sublime e venerável instrumento de que Deus
se serve para o dirigir, segundo a profunda sabedoria dos seus conselhos, os impérios e reinos do seu mundo.
Nós o temos visto e o temos sentido nas imprudentes tentativas de política mudança, de que temos sido testemunhas no nosso
Portugal e fora dele. Trataram todas, ou como fim ou como meio necessário de afrouxar a obediência civil e todas conseguindo
[...] este seu inconsiderado propósito provaram as ruinosas e fatais consequências da desunião.
Amados filhos: um acontecimento extraordinário, e de que se encontram bem poucos exemplos na história, acaba de suceder no
meio de vós. Por efeitos de uma resolução heroica e firme do digno chefe deste estado em poucos momentos ouvistes ressoar os
augustos nomes de D. Pedro IV e de sua filha, a senhora D. Maria II, e da carta constitucional, que a sábia mente de um rei
legislador ordenou para reger a monarquia portuguesa e firmar a base dos direitos que haviam de gozar os seus súbditos [...]
É um dever da santa religião que professamos reconhecer o legítimo que nos foi dado, e obedecer ao seu poder. Esta verdade
não sofre contradição; ela é uma das mais recomendadas, e que forma o mais firme esteio do pacto social. [...]
Tais são, amados filhos, os motivos que reclamam a vossa obediência à augusta pessoa de D. Pedro IV e às suas soberanas
determinações. A ele jurastes fidelidade, que cumpre não a perder. É a este dever que agora vos chamamos [...]; porém, ao
mesmo tempo não podemos deixar de vos exortar que não deis ouvidos às doutrinas que em contrário se vos tenham anunciado
[...]. Se alguns eclesiásticos, abusando indiscretamente dos deveres do seu sagrado ministério, procuram persuadir-vos contra o
que deveis ao legítimo monarca, quiseram trair-vos e arrastar-vos ao precipício. [...]
Agora [...] empregai a solicitude do vosso ministério em manter os povos na obediência ao nosso monarca o senhor D. Pedro IV e
a sua augusta filha a senhora D. Maria II, que pela abdicação de seu pai é destinada para nossa rainha [...] e sejam estes augustos
nomes um nobre laço que aperte estreitamente todos os corações.
1. Compare as duas perspetivas sobre a legitimidade da sucessão ao trono, em 1828, entre D. Miguel e D. Pedro, expressas nos
documentos 1 e 2, quanto a dois aspetos em que se opõem.
2. A expressão “venceu [a] oposição e obrigou os seus cabeças a cobarde fuga” (Doc. 1, l. 9) refere-se ao exílio forçado dos
liberais na sequência…
(D) da Abrilada.
3. A afirmação “imprudentes tentativas de política mudança, de que temos sido testemunhas no nosso Portugal e fora dele.”
(Fonte 1) refere-se: