A revolução liberal portuguesa de 1820 ocorreu devido a fatores como o Bloqueio Continental, as invasões napoleônicas e a fuga da família real para o Brasil. A revolução levou à criação de uma junta governamental provisória e à convocação de cortes constituintes para elaborar uma constituição.
A revolução liberal portuguesa de 1820 ocorreu devido a fatores como o Bloqueio Continental, as invasões napoleônicas e a fuga da família real para o Brasil. A revolução levou à criação de uma junta governamental provisória e à convocação de cortes constituintes para elaborar uma constituição.
A revolução liberal portuguesa de 1820 ocorreu devido a fatores como o Bloqueio Continental, as invasões napoleônicas e a fuga da família real para o Brasil. A revolução levou à criação de uma junta governamental provisória e à convocação de cortes constituintes para elaborar uma constituição.
A revolução liberal portuguesa de 1820 ocorreu devido a fatores como o Bloqueio Continental, as invasões napoleônicas e a fuga da família real para o Brasil. A revolução levou à criação de uma junta governamental provisória e à convocação de cortes constituintes para elaborar uma constituição.
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Revolução liberal portuguesa (1820)
Quais os fatores que estiveram na origem da revolução portuguesa?
• O Bloqueio Continental -Foi uma ordem decretada por Napoleão Bonaparte em 1806, que determinava que todas nações europeias deveriam fechar os portos as ilhas Britânicas. • As três invasões napoleónicas- As Invasões napoleónicas ao nosso país aconteceram devido ao facto de Portugal se ter recusado a aderir ao bloqueio continental e tal situação provocou três invasões ao nosso país por parte dos franceses. • A “Fuga da Corte para o Brasil -Na sequência das invasões francesas a família real portuguesa fugiu para o Brasil, elevando praticamente este território à categoria de reino. O Marechal Beresford -(Portugal ficou no seu domínio com a ausência do rei D. João VI) Militar britânico, que participou em várias campanhas contra os franceses. Foi responsável pela reestruturação do exército de Portugal e organizou a defesa do reino contra os franceses, tornou-se comandante chefe das tropas portuguesas, nas quais os britânicos ocupavam as mais altas patentes. Os seus poderes chegaram a sobrepor-se aos da Regência. A repressão de Beresford atingiu particular crueldade em 1817, quando o general Gomes Freire de Andrade e mais 11 oficiais do exército foram executados, por suspeita de envolvimento numa conspiração. A situação económica do país - A situação económica do nosso país era grave., pois as despesas eram superiores as receitas. A agricultura, o comércio e a indústria estavam arruinadas, os impostos eram altíssimos o que provocava o descontentamento da população. Abertura dos portos do Brasil - Provocou a perda da exclusividade comercial de Portugal em relação à sua colónia, que abastecia a metrópole de alimentos e matérias-primas e que constituía um mercado garantido de escoamento para os produtos manufaturados nacionais. Tratado de comércio com a Grã-Bretanha (1810) -Foi uma espécie de tratado de Methuen, pois permitiu a entrada com grandes facilidades das mercadorias britânicas em Portugal (como consequência a burguesia, sofreu imensos prejuízos). 1815/1816 -Em 1815/1816 o Brasil foi elevado a categoria de reino, passando a designar-se o reino português a designar-se Reino Unido de Portugal, brasil e dos Algarves. Em 1816, d. João VI deixa de ser Príncipe e passa a ser rei. A rebelião em marcha – o papel da burguesia.- A Burguesia do Norte (notável cento de atividade mercantil). Sinédrio/maçonaria (recuperar conceito). - Associação secreta fundada por Manuel Fernandes Tomás, em 1817. Os membros do Sinédrio estavam associados à Maçonaria (de modo genérico, a maçonaria é uma sociedade semissecreta e que se caracteriza por seguir os princípios da fraternidade, da liberdade, da igualdade, do humanismo, e que, sendo progressista, tem como objetivo a construção de uma sociedade livre e justa). A importância da revolução liberal espanhola. - Em janeiro de 1820, na vizinha Espanha, uma revolução liberal restaurou a Constituição de 1812 (suspensa de 1814, após reação absolutista). A Espanha tornou-se, então, centro de uma grande agitação política e Portugal passou a receber muita propaganda liberal, que compreendia panfletos e edições traduzidas da constituição espanhola. Perante esta sucessão de acontecimentos, o pânico começou a fazer-se sentir entre os membros da regência, admitindo que os ventos liberais podiam também soprar em Portugal. A viagem do Marechal Beresford ao Brasil.-Receosos com os acontecimentos em Espanha e com a difusão das ideias liberais, em março, Beresford embarcou para o Rio de Janeiro, a fim de solicitar ao rei dinheiro para pagamento de despesas militares, além de mais amplos poderes para reprimir a crescente onda de agitação. A eclosão da revolução – Data/Local/ Motivações. - A eclosão deu-se do dia 24 de agosto de 1820 – no campo 24 de agosto- no Porto. A união de militares (António da Silveira) e burgueses (Manuel Fernandes Tomás) prejudicados pelos seus interesses pela presença britânica: os primeiros, por se verem preteridos pelos ingleses nas promoções; os segundos, por se sentirem afetados pela concorrência inglesa, nomeadamente no comércio com o Brasil. Junta Provisional do Governo Supremo do Reino (membros e objetivos). Funções executivas: Substituir a regência de D. João VI. Membros: António da Silveira, Sepúlveda, Cabreira, Manuel Fernandes Tomás, José Ferreira Borges e José da Silva Carvalho. Manifesto aos Portugueses (razões e objetivos). Dar a conhecer os objetivos da revolução: - convocar as cortes; - elaborar uma constituição; -governação justa que recuperasse o país; -Reafirmação da submissão à fé católica. 15 de setembro de 1820.- Pronunciamento militar em Lisboa. 27 de setembro de 1820. - Os governos de Porto e Lisboa, fundiram-se em Alcobaça, formando duas novas juntas nacionais. A junta Provisional do Governo Supremo do Reino, de carácter executivo e a Junta Provisional Preparatória das Cortes (procedimentos necessários à convocação e funcionamento das cortes). 11 de novembro de 1820 - A Martinhada. Foi um golpe político-militar desencadeado a 11 de Novembro de 1820, dia de São Martinho (daí o nome), por um grupo de chefias militares, ditos os exaltados, mas com o apoio de uma vasta coligação informal de grupos políticos e sociais, contra a governação da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino. Dezembro de 1820. - Eleições para as cortes constituintes (os deputados eram militares, magistrados, professores universitários, membros das profissões liberais). 24 de janeiro de 1821- Sessão preparatória das cortes constituintes. 26 de janeiro de 1821- sessão inaugural. 3 de julho de 1821.-Chegada de D. João VI a Portugal, jurando a constituição. A Constituição de 1822 (doc. 17)- 240 artigos baseada na constituição espanhola e nas constituições francesas de 1791, 1793 e 1795. Vintismo- O vitismo foi instituída na sequência da Revolução de 1820 e consagrada na constituição de 1822. Caracteriza-se pelo radicalismo das suas posições, ao proclamar o principio da soberania popular, ao limitar as prerrogativas reais e ao não reconhecer qualquer situação de privilégios à nobreza e clero. Em suma, defende a: - Igualdade perante a lei; - Soberania da nação, - Separação de poderes. A atuação das Cortes – política antibrasileira.- A política antibrasileira das cortes constituintes de Portugal, acabou por acelerar o processo de Independência deste território. Foram criadas medidas no sentido de anular os benefícios comerciais atribuídos ao Brasil durante a permanência da corte nesse território, medidas essas que visavam subordinar administrativa, judicial e militarmente a Lisboa, assim como a exigência do regresso do rei a Portugal. 7 de setembro de 1822 -Dá-se a Independência do Brasil, tendo sido declarada por D. Pedro (“Independência ou morte”) junto do rio Ipiranga, tendo sido reconhecida por Portugal em 1825. A oposição absolutista. · Vilafrancada Foi um golpe de estado (contrarrevolução) levado a efeito entre 27 de maio e 3 de junho de 1823, tendo com palco o território de Vila Franca de Xira. Este golpe pôs fim à primeira tentativa de imposição liberal em Portugal e resultou na dissolução das cortes. · Abrilada Foi uma revolta político-militar, de caráter absolutista, que teve lugar em Abril de 1824. Sucedeu a Vilafrancada (1823) e prenunciou a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834). Foi encabeçada pelo Infante D. Miguel e visava o afastamento do rei, da família real e do reino do liberalismo. A posição de D. Carlota Joaquina face ao liberalismo.- Em novembro de 1822, a rainha D. Carlota Joaquina, que era profundamente avessa ao liberalismo, negou-se a jurar a Constituição, tendo-lhe o Governo retirado, em consequência, «todos os direitos civis e políticos, inerentes tanto à qualidade de cidadão como à dignidade de rainha». Foi ainda condenada a abandonar de imediato o território português, mas acabou apenas por lhe ser fixada residência na Quinta do Ramalhão, em Sintra. Circunstâncias que estão na base da Carta outorgada por D. Pedro a Portugal (Carta Constitucional de 1826).- O falecimento de D. João VI, em 1826, agravou as tensões que marcavam a cena política. D. Pedro considerou-se o legitimo herdeiro da Coroa Portuguesa e, a 26 de abril, confirmou a regência provisória da sua irmã, a infanta D. Isabel Maria. No dia 29, assinou um novo diploma constitucional, mais moderado e conservador - a Carta Constitucional (documento regulador da vida política de um Estado, cuja iniciativa pertence aos governantes, que a outorgam à nação).
O Conservadorismo da Carta Constitucional de 1826.
- As cortes passaram a funcionar num sistema bicamaral - uma Câmara dos Deputados eleita através de sufrágio indireto e censitário; uma Câmara dos Pares constituída pela alta nobreza, o clero, o príncipe real e os infantes, nomeados a título definitivo e hereditário; - o reforço do poder régio- através do poder moderador, o rei podia nomear os Pares, convocar as Cortes e dissolver a Câmara de Deputados, nomear e demitir o governo e até vetar a titulo definitivo as resoluções das Cortes; - Os direitos do indivíduo foram relegados para o fim do diploma. Comparar a Constituição de 1822 com a Carta Constitucional de 1826- A Constituição de 1822 revelou-se um documento progressista, radical para o seu tempo. O rei tinha pouca margem de atuação e o poder legislativo era unicameral. As Cortes faziam leis e controlavam o poder executivo. A Constituição de 1822, jurada e promulgada por D. João VI a 1 de outubro de 1822, foi a primeira Constituição portuguesa. É um diploma arrojado, composto por 240 artigos que, no seu conjunto, procuraram institucionalizar na vida portuguesa os princípios do liberalismo progressista dos revolucionários de 1820 – o vintismo. Acusada de radical pelos sectores mais conservadores da sociedade de então (a maior parte da nobreza e do alto clero), a Constituição de 1822 ficou, no entanto, aquém do prometido pelo idealismo dos deputados vintistas e não soube resolver o problema do povo rural (deixando incompleta a reforma dos forais, suas rendas e pensões) nem da burguesia urbana, comercial e industrial, ainda minoritária no país devido ao atraso da sua economia. A Carta Constitucional de 1826 era mais conservadora. O rei tinha uma ampla capacidade de atuação. O poder legislativo era composto por duas câmaras: a dos deputados e dos pares, estes nomeados pelo rei. A Carta Constitucional de 1826, ao contrário da Constituição de 1822, é um documento de tipo moderado, resultante de um ato de favor régio – duma concessão ou graça real -, e não da vontade expressa da Nação. A Carta foi outorgada por D. Pedro, após a morte do pai, D. João VI, em 1826. É um documento de 145 artigos, inspirado na Constituição brasileira de 1823, igualmente outorgada por D. Pedro ao Império do Brasil, e mantém como referências importantes a Constituição de 1822, a Carta Constitucional francesa de 1814 (outorgada por Luís XVIII). A Guerra Civil 1832-1834 (protagonistas/forças em confronto e principais acontecimentos). D. Miguel regressou a Portugal em fevereiro de 1928 e ainda prestou juramento à Carta Constitucional, parecendo honrar o compromisso assumido com o seu irmão. Todavia, esta adesão ao Liberalismo foi efémera, porque logo em julho se fez aclamar rei absoluto por umas cortes convocadas à maneira, tradicional, isto é, por ordens. Milhares de liberais, temendo perseguições, partiram para o exilio em França e em Inglaterra, onde organizaram a resistência. Os que ficaram sujeitaram-se a uma repressão sem limites, período conhecido por terror miguelista. Em 1831, D. Pedro abdicou do trono brasileiro e veio lutar pela restituição à filha do trono português. Mobilizando influências diplomáticas nas cortes europeias, conseguiu os recursos necessários à constituição de um pequeno exército. Em fevereiro de 1832, cerca de 7500 homens partiram da ilha da Terceira, bastião da resistência liberal, desembarcando, em julho no Mindelo. Seguiu-se a ocupação da cidade do Porto, contrariando as expectativas do exército miguelista, concentrado nas proximidades de Lisboa. Na cidade do Norte, cercada pouco depois pelas forças absolutistas, viveu-se o episódio mais dramático do confronto entre liberais e absolutistas- o Cerco do Porto. Dá-se o nome de Cerco do Porto ao período, que durou mais de um ano — de Julho de 1832 a Agosto de 1833 —, no qual as tropas liberais de D. Pedro estiveram cercadas pelas forças absolutistas fiéis a D. Miguel. A essa heroica resistência da cidade do Porto e das tropas de D. Pedro se deveu a vitória da causa liberal em Portugal. Entre outros, combateram no Cerco do Porto do lado dos liberais Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Joaquim António de Aguiar. A guerra civil, durou, ainda, dois longos anos, no decorrer dos quais os exércitos de D. Pedro organizaram uma expedição ao Algarve e tomaram Lisboa. As batalhas de Almoster e Asseiceira confirmaram a derrota de D. Miguel, que depôs as armas, assinou a Convenção de Évora Monte e partiu definitivamente, para o exílio. Definitivamente, também, o liberalismo instalou-se em Portugal. Cartismo Projeto político do liberalismo moderado defensor da legalidade da Carta Constitucional, outorgada por D. Pedro IV em 1826. Ao contrário do projeto radical vintista, valorizava a autoridade régia e reconhecia alguns privilégios à nobreza e ao clero. Os períodos de vigência do cartismo decorreram de 1826 a 1828, de 1834 a 1836 e de 1842 a 1851.
Mouzinho da Silveira: principais medidas
Mouzinho da Silveira pretendeu assegurar a liberdade económica, libertando o país dos elevados impostos do Antigo Regime, liberalizar a economia para compensar a perda do comércio brasileiro, reativar a atividade agrícola através da livre troca de propriedades e dotar o país de uma administração pública e judicial moderna, Ou seja, as leis de Mouzinho da Silveira puseram fim às estruturas económicas e sociais do Antigo Regime e consolidaram o liberalismo em Portugal. Principais medidas: - Propriedade- aboliram-se de vez os pequenos morgadios, os forais e os dízimos (para eliminar as situações de privilégio na organização das atividades económicas) e extinguiram-se os bens da Coroa e respetivas doações; - Comércio – aboliram-se as portagens e os demais encargos sobre a circulação interna de mercadorias e, no que respeita ao comércio externo, diminuíram-se os direitos de exportação; - Administração- desenhou-se uma nova organização administrativa, de índole mais centralizadora. O País ficou dividido em províncias, comarcas e concelhos, tendo à sua frente funcionários de nomeação régia; - Finanças- substituiu-se o secular sistema de tributação local, através do qual grande parte dos impostos revertia a favor da nobreza e do clero, por um sistema de tributação nacional centralizado no tribunal do Tesouro Público; - Justiça- introduziu-se o princípio do júri nos tribunais e dividiu-se o território em círculos judiciais. Ferreira Borges Nasceu a 6 de junho de 1786, no Porto. Formado pela Universidade de Coimbra, que entre outras funções, foi secretário da Companhia dos Vinhos do Alto Douro, membro da Junta Provisional do Governo Supremo do Reino de 1820, advogado na cidade do Porto e deputado às Cortes Constituintes de 1821. Pertenceu ao Sinédrio do Porto. Foi o principal autor do primeiro código comercial português, o Código Comercial Português de 1833, que ficou justamente conhecido pelo Código Ferreira Borges, a vigência do qual se prolongou por sessenta anos. Exerceu também o cargo de juiz do Tribunal de Comércio de Lisboa. Foi autor de numerosas obras sobre temas económico-financeiros e políticos, entre as quais Princípios de Sintetologia (1831), Instituições de Economia Política (1834), Instituições de Direito Cambial (1844) e Do Banco de Lisboa (1827). Esteve emigrado em Londres de 1823 a 1827 e foi membro ativo da maçonaria. Morreu a 14 de setembro de 1838, tendo sido sepultado no cemitério da Lapa, no Porto. Joaquim António de Aguiar Foi um político português do tempo da Monarquia Constitucional e importante líder dos cartistas e mais tarde do Partido Regenerador. Foi por três vezes presidente do Conselho de Ministros de Portugal (1841–1842, 1860 e 1865–1868, neste último período chefiando o Governo da Fusão, um executivo de coligação dos regeneradores com os progressistas). Ao longo da sua carreira política assumiu ainda várias pastas ministeriais, designadamente a de Ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça durante a regência de D. Pedro nos Açores em nome da sua filha D. Maria da Glória. Foi no exercício dessa função que promulgou a célebre lei de 30 de Maio de 1834, pela qual declarava extintos "todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e quaisquer outras casas das ordens religiosas regulares", sendo seus bens secularizados e incorporados na Fazenda Nacional. Essa lei, por seu espírito antieclesiástico, valeu-lhe a alcunha de o Mata-Frades. Setembrismo- Fação radical do liberalismo português, defensora dos princípios do vintismo, como o da soberania nacional ser a fonte de toda a autoridade. Opositor da Carta Constitucional, o setembrismo vigorou de 1836 a 1842. Revolução de setembro: protagonistas e principais, principais acontecimentos. Entre as causas para a Revolução de Setembro encontram-se: a miséria de boa parte do povo operário; a dependência em relação à Inglaterra; a concentração do poder político e económico numa burguesia limitada, predominantemente rural; o cariz fortemente antidemocrático do cartismo e da Carta Constitucional; e a revolução em Espanha de 1836. O movimento teve origem em Lisboa, onde em outubro de 1836 desembarcavam os deputados eleitos no Norte. Por essa altura já tinham sido publicados vários folhetos e jornais a pregar a revolução e a atacar o governo cartista, pelo que a população lisboeta, em geral, já tinha tomado conhecimento do que estava prestes a acontecer e acolheu o movimento de braços abertos. Quando os deputados desembarcaram, uma enorme multidão foi ao seu encontro. Pouco depois, gritava-se pela Revolução, pela Rainha e pela Constituição de 1822 e contra o Governo. Isto ocorreu a 9 de setembro. A Rainha e o Governo, sem meios para combater a revolução (já que a Guarda Nacional apoiava também ela própria o movimento), entregou o poder aos representantes do Setembrismo. Eram eles Vitório de Sousa Coutinho, conde de Linhares, Sá da Bandeira e Passos Manuel. Nenhum deles tinha participado na revolução propriamente dita, mas afiguravam-se como os mais brilhantes e populares defensores das ideias setembristas. A Revolução de 9 de setembro foi uma das poucas revoluções na História de Portugal que começou como um movimento estritamente civil e popular, e que só depois recebeu adesão militar, por parte da Guarda Nacional. A Constituição de 1838. A Constituição de 1838, manteve a separação de poderes, mas o monarca perdeu o poder moderador; voltou a vigorar o sufrágio direto, mantendo-se, porém, o sufrágio censitário; embora o rei pudesse sancionar e vetar em definitivo as leis saídas das Cortes, a instituição da Câmara dos Senadores, com carácter eletivo e temporário, limitou o poder régio. Política económica setembrista. Procurou responder aos propósitos do desenvolvimento nacional da pequena e da média burguesia, através das seguintes medidas: - Proteção da indústria Nacional, através de uma pauta alfandegária protecionista: todos os produtos que entrassem no país ficavam obrigados ao pagamento de direitos, especialmente aqueles que faziam concorrência às produções portuguesas; - Valorização dos territórios africanos, como forma de compensar a perda do mercado brasileiro: a fim de atrair o investimento de capitais para outras áreas que não o comércio de escravos, proibiu-se este tráfico nos territórios portugueses a sul do equador; - Reforma do ensino primário, secundário e superior: preocupados com a formação de elites qualificadas e com a instrução de amplas camadas da população, os setembristas criaram Escolas Médico-Cirúrgicas, Escolas Politécnicas e Academias de Belas-Artes no Porto e em Lisboa, reformaram a Universidade e inauguram o ensino liceal. Conceito Cabralismo. Período de vigência do liberalismo português (1842-1846 e 1849-1851) que se identifica com a governação de Costa Cabral. Caracterizado por um exercício autoritário do poder, repôs a Carta Constitucional, fomentou as obras públicas e reformou o aparelho administrativo e fiscal. Foi um período do liberalismo português caraterizado pela vigência da Carta Constitucional sob o governo centralizador e autoritário de Costa Cabral. 1842 – Golpe de Estado. Em janeiro de 1842, num golpe de estado pacífico, foi o próprio ministro da Justiça, António Bernardo da Costa Cabral, quem, finalmente, pôs fim à Constituição de 1838. Áreas de ação governativa do Cabralismo. - Fomento industrial: difundiu-se a energia a vapor; - Reforma administrativa e fiscal: promulgou-se um Código Administrativo (1842) de cariz centralizador e criou-se o Tribunal de Contas (1849) para fiscalizar todas as receitas e despesas do Estado; - Obras públicas: procedeu-se à construção e reparação de estradas e levantam-se algumas pontes: - Reforma da Saúde: proibiram-se os enterramentos nas igrejas. Abril e maio de 1846 – Maria da Fonte. Foi uma revolta popular ocorrida na primavera de 1846 contra o governo cartista presidido por António Bernardo da Costa Cabral. A revolta resultou das tensões sociais remanescentes das guerras liberais, exacerbadas pelo grande descontentamento popular gerado por algumas leis: a Lei das Estradas, que obrigava os camponeses a trabalharem gratuitamente para o Estado quatro dias por ano na abertura e arranjo de caminhos; Leis da Saúde, nomeadamente a que proibia os enterramentos nas igrejas. Outubro de 1846 a junho de 1847- Patuleia. Patuleia ou Guerra da Patuleia, foi a guerra civil entre adeptos do cabralismo e uma ampla frente dos setembristas, cartistas puros e até miguelistas na sequência da Revolução da Maria da Fonte, aconteceu entre 6 de Outubro de 1846 e 30 de Junho de 1847. O pretexto foi a demissão de ministros anticabralistas, ordenada por D. Maria II. Iniciou-se no Porto, alastrou-se ao resto do país, chegando-se a colocar a hipótese da deposição da rainha e da instauração de uma república. Convenção de Gramido. A Convenção de Gramido, foi um acordo assinada a 29 de Junho de 1847, na Casa Branca do lugar de Gramido, em Valbom, Gondomar, com o objetivo de pôr fim à insurreição da Patuleia. A Convenção foi assinada entre os comandantes das forças militares espanholas e britânicas que tinham entrado em Portugal ao abrigo da Quádrupla Aliança e os representantes da Junta do Porto e selou a derrota dos setembristas frente aos cartistas na guerra civil que tinha assolado Portugal em 1846-1847. Na prática, a rainha e os cartistas saíram vitoriosos, enquanto a força política do setembrismo estava definitiva liquidada.