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Aula 6 Memória

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MEMÓRIA Prof. Ms.

Elenice Paulineli
EXERCÍCIO DE MEMORIZAÇÃO
O QUE É MEMÓRIA ??

Memória é a aprendizagem que


persiste através do tempo;

Informações que foram


armazenadas e que podem ser
recuperadas
MEMORIZAR DEPENDE

NIVEL DE CONSCIENCIA ATENÇÃO INTERESSE AFETIVO


Relação entre aprendizagem e memória
•A memória está inerente aos processos de aprendizagem.

•Só a memória nos possibilita reter o que aprendemos, para


responder adequadamente à situação presente e proporcionar a
possibilidade de projetar o futuro.

•A memória é a condição que torna possíveis os processos de


aprendizagem.
Memória

A memória é o processo dinâmico que


consiste:

-codificação, Como
-armazenamento processamos a
informação
-recuperação
(Conteúdos
mnésicos)

Adquirimos e armazenamos informação para a utilizarmos nas mais diversas


situações da vida.
Ex: Sistema de processamento de um computador
Para lembrar de qualquer evento, precisamos conduzir a informação ao cerebro
(CODIFICAÇÃO), reter a informação (ARMAZENAMENTO) e mais tarde,
resgatá-las (RECUPERAÇÃO).
Recuperação
(Recuperação da
informação
armazenada

Codificação (Registro inicial armazenamento


da informação)
Princípios básicos da memória

Codificação
•É a primeira fase do processo de formação de novas memórias;

•Toda a aquisição de informação implica a codificação dos dados informativos,


isto é, a sua transformação de modo a poder ser armazenada na memória,

•Nova informação é introduzida, umas vezes automaticamente e outras mediante


repetição ou elaboração na memória.
Armazenamento

•É o processo mediante o qual mantemos na memória a informação que foi


adquirida.

•A melhor forma de reter informação consiste em analisar o significado da nova


informação relacionando-a com informação já existente na memória (repetição
elaborada).

•Somente a informação registrada de forma elaborada são transferidas para os


armazéns da memória.
Recuperação ou Evocação

•A recuperação implica a recuperação dos conteúdos mnésicos de acordo com o


modo como foram adquiridos e armazenados, ou seja é o processo de resgatar
as informações que estão na memória.

Ex: Os estudantes ao fazerem prova recorrem a


recuperação da informação aprendida.
MEDINDO A RETENÇÃO
A evidência de que a aprendizagem persiste inclui estas três medidas da
retenção:
•Recordação – recuperar informações que não estão atualmente em sua consciência,
mas que foram aprendidas antes. Ex: Uma pergunta de preencher lacunas testa sua
recordação.
•Reconhecimento – identificar itens aprendidos anteriormente. Ex: Uma pergunta
de múltipla escolha testa seu reconhecimento.
•Reaprendizagem – aprender alguma coisa mais rapidamente quando você
aprende uma segunda vez ou em um momento posterior.
EX: quando você aprende um idioma na segunda infância, você vai reaprender
quando adulto o material com mais facilidade do que o fez inicialmente.
MEMÓRIA
Nossa velocidade de reaprendizagem também revela a memória.
O pioneiro pesquisador da memória Hermann Ebbinghaus (1859-1909) mostrou
isso mais de um século atrás, usando sílabas sem sentido.
Ele selecionou uma amostra aleatória de sílabas, praticou com elas e testou a si
mesmo. Para ter uma ideia da experiência, leia rapidamente, em voz alta, oito
vezes ou mais, os itens da lista a seguir (de Baddeley, 1982).

JIH, BAZ, FUB, YOX, SUJ, XIR, DAX, LEQ, VUM, PID, KEL, WAV, TUV, ZOF, GEK,
HIW.
MEMÓRIA
No dia seguinte após ter aprendido a lista, Ebbinghaus conseguia recordar poucas
sílabas. Mas elas não foram inteiramente esquecidas.

Quanto mais frequentemente ele repetisse a lista em voz alta no primeiro dia, de
menos repetições ele precisava para reaprendê-las no segundo dia.

O ensaio adicional (superaprendizagem) da informação verbal aumenta a


retenção, especialmente quando a prática é distribuída pelo tempo. (Dica para os
alunos)
A quantidade recordada depende do tempo dedicado à sua aprendizagem.
MEMÓRIA: MODELOS DE PROCESSAMENTO DE
INFORMAÇÃO

Os psicólogos propuseram diversos modelos de


processamento de informações da memória:

1) Modelo Moderno: O Conexionista –a memória


emerge a partir de conexões neurais interconectadas.
MEMÓRIA: MODELOS DE PROCESSAMENTO DE
INFORMAÇÃO

Nosso cérebro, ágil, processa muitas coisas


ao mesmo tempo (algumas delas
inconscientemente) por meio do
processamento paralelo.
Toda vez que você aprende alguma coisa
nova, as conexões neurais de seu cérebro
mudam, formando e fortalecendo vias que
permitem a você interagir e aprender com
o ambiente em constante mutação.
MODELOS DE PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO
2) Modelo de Atkinson e Shiffrin (1968) – 3 estágios

•1.Primeiro registramos as informações a serem lembradas


como uma memória sensorial passageira.
•2.A partir dela, processamos as informações em um
compartimento de memória de curto prazo, onde ela é
codificada por reiteração(repetição).
•3. Finalmente, as informações passam para a memória
de longo prazo, para serem recuperadas posteriormente.
MEMÓRIA SENSORIAL
Geralmente demora cerca de 0,5 seg. para
armazenar a informação.

Todos os órgãos sensoriais a registam

Não é necessária nenhum foco atencional para


inserir os dados

O material é codificado de forma paralela à


experiência sensorial

Recuperam-se os dados, atentando-se neles antes


que se apaguem; o material é automaticamente
transferido para a memória a curto prazo
MEMÓRIA SENSORIAL: ICÔNICA E ECOICA
MEMÓRIA ICÔNICA memória sensorial
momentânea de estímulos visuais;
memória fotográfica ou pictórica que não
dura mais do que poucos décimos de
segundo.

MEMÓRIA ECOICA memória sensorial


momentânea de um estímulo auditivo; se
a atenção está voltada para outra coisa,
os sons e as palavras ainda podem ser
lembrados por três ou quatro segundos.
Memória a curto prazo

•Sistema temporário de armazenamento


que guarda a informação durante o
tempo que ela é utilizada.

•É a área onde se atualizam e são


utilizados os conteúdos mnésicos
necessários em dados momentos.
CAPACIDADE DA MEMÓRIA DE CURTO PRAZO

Com que velocidade nossas memórias de curto prazo desaparecem?


Para descobrir, Lloyd Peterson e Margaret Peterson (1959) pediram às pessoas para
lembrar três grupos de consoantes, como CHJ.
Para evitar a reiteração, os pesquisadores pediram a elas, por exemplo, para
começar em 100 e contar em voz alta, para trás de três em três.
Após três segundos, as pessoas lembraram as letras somente a metade das vezes;
após 12 segundos, elas raramente lembraram delas.
Sem o processamento ativo que agora sabemos que faz parte da nossa memória
de trabalho, as memórias de curto prazo têm uma vida limitada.
Memória a longo prazo

•Tipo de memória relativamente duradoura na qual a informação


é armazenada para ser utilizada posteriormente.

•A M.L.P. tem a capacidade de armazenar grandes quantidades


de informação durante longos períodos de tempo.

• Inclui as habilidades do conhecimento e as experiência.


MEMÓRIA DE LONGO PRAZO

•Tipo de memória relativamente duradoura na qual a informação é armazenada para ser


utilizada posteriormente.

•A M.L.P. tem a capacidade de armazenar grandes quantidades de informação durante longos


períodos de tempo.

• Inclui as habilidades do conhecimento e as experiência.

As redes cerebrais codificam, armazenam e recuperam a informação que forma nossas


memórias complexas.
TEORIA DOS TRÊS SISTEMAS DA MEMÓRIA

Abordagem dos Três Sistemas da Memória


MEMÓRIA DE TRABALHO OU OPERACIONAL

Alan Baddeley e outros (Baddeley, 2001, 2002; Barrouillet et al., 2011;


Engle, 2002) estenderam a visão de memória de curto prazo de Atkinson e
Shiffrin como um espaço de armazenamento pequeno e breve para
pensamentos e experiências recentes.

Memória de trabalho ou Operacional é uma área de trabalho ativa, em


que seu cérebro processa informações, dando sentido à nova informação e
ligando-a à memória de longo prazo.
MEMÓRIA DE TRABALHO /
MEMÓRIA OPERACIONAL

Capacidade de MANTER e MANIPULAR INFORMAÇÕES na mente;

Age como um “bloco de notas mental” para manter as informações


enquanto completamos tarefas;

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MEMÓRIA DE TRABALHO OU OPERACIONAL

A memória de operacional é um tipo de memória


refere-se a um sistema de capacidade limitada
que armazena e manipula informações
temporariamente e, desta forma, dá sustentação
às atividades diárias (Baddeley, 2003a).
Ela permite:

1) manter transitoriamente as representações na


mente por um período curto de tempo;

2) processar a informação necessária para


realizar uma grande variedade de tarefas
cognitivas, como compreensão da linguagem,
operações matemáticas e raciocínio.
MEMÓRIA DE TRABALHO OU OPERACIONAL

Como não podemos manter o foco sobre todas informações de uma só vez→ selecionamos nossa atenção
sobre certos estímulos.( novos e importantes)

A MEMÓRIA DE TRABALHO É A ÁREA ONDE SE COLOCAM E SÃO UTILIZADOS OS CONTEÚDOS


MNÉSICOS NECESSÁRIOS EM DADOS MOMENTOS.

ESTA É UMA FORMA DE MEMÓRIA CARACTERIZADA POR SER UM ESPAÇO ATIVO DE TRABALHO
ONDE A INFORMAÇÃO ESTÁ ACESSÍVEL PARA USO TEMPORÁRIO.

PROCESSAMENTO ATIVO E CS DAS INFORMAÇÕES RECEBIDAS PELA AUDIÇÃO OU PELA PERCEPÇÃO


VISUOESPACIAL, E DAS INFORMAÇOES RECUPERADAS DA MEMÓRIA DE LONGO PRAZO.
MEMÓRIA DE TRABALHO OU OPERACIONAL
Ex: Quando estamos estudando, usamos nossa memória de trabalho para
ligar a informação que estamos lendo com suas informações previamente
armazenadas

MEMÓRIA DE TRABALHO: um entendimento mais recente da memória de curto prazo,


cujo foco é o processamento ativo e consciente das informações recebidas pela audição
ou pela percepção visual e espacial e das informações recuperadas da memória de
longo prazo.
MEMÓRIA DE TRABALHO OU OPERACIONAL

Memoria Operacional integra as


percepções momentâneas durante um
período de tempo relativamente curto e
as combina com memórias de experiências
passadas.
O que estão lendo entra na memória de trabalho através da visão. Você também
poderia repetir a informação usando a reiteração auditiva. À medida que você
integra essas entradas de memória em sua memória de longo prazo existente, sua
atenção fica concentrada. Baddeley (1998, 2002) sugeriu que um executivo central
lida com esse processamento focado
MEMÓRIA DE LONGO PRAZO
EXPLÍCITA IMPLÍCITA
(Declarativa) (Não-Declarativa)

Procedi-
Episódica Semântica mento
(é motora)
(exige seq. de
movimentos)

(andar de
bicicleta)
SISTEMAS DE MEMÓRIA
(CONTEÚDO DA INFORMAÇÃO) EXPLÍCITA X IMPLÍCITA

1-Declarativa/Explicita: está relacionada a evocação consciente de


estímulos diversos como palavras, cenas, faces, histórias e eventos
(recuperação explícita da informação). Se classifica em:
 1-semântica
 2-episódica

2-Não-declarativa/ Implicita está relacionada as memórias de


capacidades ou habilidades motoras ou sensoriais e o que chamamos
de “hábitos”. São adquiridas de forma implícita, de certa forma
automática e sem que a pessoa perceba claramente que as está
aprendendo.
1- Procedimento
MEMÓRIA EXPLÍCITA X MEMÓRIA IMPLÍCITA

O modelo de Atkinson e Shiffrin se concentrou em como processamos as nossas


memórias explícitas ou declarativas – os fatos e experiências que podemos saber e
declarar conscientemente. Codificamos as memórias explícitas através do
processamento empenhado consciente.

Porém, nossa mente tem uma segunda via inconsciente.


Por trás dos panos, outra informação pula a via de codificação consciente e embarca
diretamente no armazenamento. Esse processamento automático, que acontece
sem nossa consciência, produz memórias implícitas (também chamadas de
memórias não declarativas).
QUE INFORMAÇÕES PROCESSAMOS AUTOMATICAMENTE ?

Nossas memórias implícitas incluem a memória procedural para habilidades automáticas


(como andar de bicicleta) e associações condicionadas classicamente entre os estímulos
Sem esforço consciente, processamos automaticamente informações sobre:
•Espaço. Ao estudar, você pode codificar o local na página do livro em que determinado
material aparece; mais tarde, ao tentar se lembrar da informação, é possível você visualizar
sua localização.
•Tempo. Enquanto seu dia transcorre, você involuntariamente percebe a sequência de
acontecimentos. Mais tarde, quando você se dá conta de que deixou o casaco em algum
lugar, pode recriar a sequência e refazer seus passos.
•Frequência. Sem muito esforço, você acompanha quantas vezes alguma coisa aconteceu, o
que lhe permite perceber que “é a terceira vez que passo por ela hoje”.
ESTRATÉGIAS DE PROCESSAMENTO EMPENHADO
(EFFORTFUL- ESFORÇADO)
Processamento empenhado requer atenção e consciência, acontecendo, por exemplo,
quando trabalhamos duro para aprender novo material na aula ou novas falas para
uma peça.
Várias estratégias de processamento empenhado podem aumentar nossa
capacidade para formar novas memórias. Alguns exemplos:
Agrupamento (chunking): organizar os itens em unidades familiares normalmente
ocorre de maneira automática. Ex: letras, palavras e frases ,conseguimos lembrar
mais facilmente delas. Ex: RG. CPF
Mnemônicos: auxílios para a memória, especialmente aquelas técnicas que usam
imagens vívidas e recursos de organização. Ex: Ler e anotar na forma de
tópicos organização hierárquica- proveitoso, mapa da mente etc
NÍVEIS DE PROCESSAMENTO

Os pesquisadores da memória descobriram que processamos as informações verbais


em níveis diferentes e que a profundidade do processamento afeta nossa retenção
de longo prazo.

O processamento superficial codifica em um nível muito básico, como as letras da


palavra ou, em um nível mais intermediário, como o som da palavra.

O processamento profundo codifica semanticamente, com base no significado das


palavras. Quanto mais profundo o processamento (mais significativo), melhor a
retenção.
RECUPERAÇÃO DA MEMÓRIA

As memórias são armazenadas em uma rede de associações; cada pedaço de


informação é interligado a outro.
Quando você codifica na memória uma informação, como o nome da pessoa sentada
a seu lado na sala de aula, você associa isso a outras pequenas informações sobre o
que há ao seu redor: humor, posição em que a pessoa está sentada, e assim por
diante.
Esses fragmentos podem funcionar como pistas de recuperação, pontos de fixação
usados para acessar a informação principal quando você quiser recuperá-la mais
tarde.
Quanto mais pistas de recuperação você tiver, maiores chances de achar o
caminho até a memória suspensa.
RECUPERAÇÃO DA MEMÓRIA

As melhores pistas de recuperação vêm


das associações que formamos no
momento em que codificamos uma
memória – cheiros, paladares e visões
que podem evocar nossa memória da
pessoa ou evento associado.
Para evocar as pistas visuais ao
tentarmos recuperar alguma informação,
podemos nos colocar mentalmente no
contexto original.
ESQUECIMENTO
Boa parte do que sentimos não registramos, e o que não codificamos jamais será
lembrado

A idade pode afetar a eficiência da codificação.


As áreas do cérebro que entram em ação quando adultos jovens codificam novas
informações são menos responsivas em adultos mais velhos.
A codificação mais lenta ajuda a explicar o declínio da memória relacionado com a idade
(Grady et al., 1995).

Mas não importa se somos jovens ou não; nossa atenção registra seletivamente apenas alguns
poucos sons e visões, entre os milhões de estímulos que nos bombardeiam continuamente.
ESQUECIMENTO
Mesmo após termos codificado algo de modo adequado, isso será esquecido mais
tarde.

O esquecimento muitas vezes não se refere a memórias que foram sendo


deixadas de lado, mas sim a memórias que não puderam ser resgatadas.

Armazenamos na memória de longo prazo o que nos é importante ou o que


reiteramos.
ERROS DE CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA

A memória não é precisa.

Quando “reproduzimos” uma memória, frequentemente substituímos a original por


uma versão ligeiramente modificada (Hardt et al., 2010). (Os pesquisadores da
memória chamam isso de reconsolidação.)
Experimento - Relato de um acidente de carro.
APRIMORANDO A MEMÓRIA

A psicologia da memória pode ajudar nos estudos. A técnica de estudo SQ3R – Survey
(Pesquisar), Question (Perguntar), Read (Ler), Retrieve (Repassar), Review (Revisar) –
incorpora várias dessas estratégias.
1) Estude repetidamente;
2) Torne o material significativo
3) Ative pistas de recuperação
4) Associe dispositivos mnemônicos (associar itens a palavras-chave)
5) Minimize as interferências
6) Durma mais
7) Teste seu conhecimento, para ensaiá-lo e identificar o que ainda você não sabe
REFERÊNCIAS
Myers, David, G. e C. Nathan Dewall. Psicologia, 11ª edição. Disponível em: Minha
Biblioteca, Grupo GEN, 2017. - Cap. 8 - Memória - (p. 265 - 293)

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