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Programa de Saúde Na Escola

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PROGRAMA DE SAÚDE NA ESCOLA

(PSE)

Como se deu o processo de instauração do programa?


O PSE foi instituído pelo presidente da República, por meio do Decreto nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007
(BRASIL, 2007b), no âmbito dos Ministérios da Educação e da Saúde, com a finalidade de contribuir para a formação
integral dos estudantes da rede pública de Educação Básica por meio de ações de prevenção, promoção e atenção à
saúde. Caracteriza-se como uma política intersetorial que objetiva contribuir positivamente para a formação de
estudantes e profissionais de saúde e educação O PSE possibilita, ainda, espaço para a realização de ações de
promoção, prevenção e atenção à saúde, frente as vulnerabilidades em torno de crianças e adolescentes que podem
causar interferências no desenvolvimento adequado deles (DINIZ et al., 2020). Dessa forma, Brito et al. (2019)
complementam que esse programa contribui para a ascensão da saúde no contexto da integralidade
Cinco componentes estruturam a política do PSE:

1. avaliação clínica e psicossocial dos estudantes


2. promoção e prevenção à saúde
3. formação das equipes de educação e da saúde que atuam no PSE
4. monitoramento e avaliação da saúde dos estudantes
5. monitoramento e avaliação do programa

Quais os objetivos desse programa?


Os principais objetivos deste Programa são:

 I – Promover a saúde e a cultura de paz, reforçando a prevenção de agravos à saúde;


 II – Articular as ações da rede pública de saúde com as ações da rede pública de Educação Básica, de forma a
ampliar o alcance e o impacto de suas ações relativas aos estudantes e suas famílias, otimizando a utilização
dos espaços, equipamentos e recursos disponíveis;
 III – Contribuir para a constituição de condições para a formação integral de educandos;
 IV – Contribuir para a construção de sistema de atenção social, com foco na promoção da cidadania e nos
direitos humanos;
 V – Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da saúde, que possam comprometer o pleno
desenvolvimento escolar;
 VI – Promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde, assegurando a troca de informações sobre as
condições de saúde dos estudantes;
 VII – Fortalecer a participação comunitária nas políticas de Educação Básica e saúde, nos três níveis de
governo

Por que trabalhar saúde com crianças?


Os cuidados de saúde em relação às crianças têm como objetivo prevenir doenças e promover a saúde, e ainda ser
espaço de ensino-aprendizagem, interação, estímulo e exercício de autonomia da criança. A música, o teatro, os
filmes, as histórias infantis, os desenhos e outros recursos podem ser utilizados nas atividades pedagógicas para
trabalhar questões relativas à higiene das mãos, a escovação de dentes, a utilização correta das instalações sanitárias, a
alimentação, o conhecimento do corpo, entre outros. Com relação à alimentação, é bom salientar que o
comportamento alimentar tem, normalmente, suas bases fixadas na infância e transmitidas pela família/escola, sendo
sustentadas pela tradição, crenças, valores e tabus, os quais passam através das gerações. Entre dois e seis anos de
idade as crianças estão criando hábitos alimentares que os acompanharão pelo resto da vida. É imprescindível o papel
do adulto nesta fase, incentivando-as à ingestão de alimentos variados, oferecidos de diversas formas, fomentando na
criança o interesse pelo alimento.
A instituição de educação infantil, por agrupar crianças pequenas que ainda não percebem os perigos, deve cuidar
especialmente da prevenção de acidentes. Isto não significa eliminar todas as possibilidades, fragilizar ou
superproteger as crianças, mas sim, reduzir riscos e paralelamente orientar as crianças.
Como ocorrem as ações de promoção à saúde escolar?
Os projetos de promoção da saúde exigem planejamento de curto, médio e longo prazo e devem ser sucintos,
exequíveis, incluir participação ativa de todos os atores em todas as etapas do seu desenvolvimento (desde o
levantamento das principais necessidades e identificação das prioridades, até a elaboração e execução de estratégias),
ser avaliados ao final de cada ano letivo e incluir sempre a gestão da sua qualidade.
No contexto da promoção da saúde escolar, os projetos deverão ser dirigidos para:

 Conscientização da comunidade para a vulnerabilidade dos estudantes face aos riscos ambientais que
constituem as principais ameaças à sua saúde, em geral, poluição atmosférica, saneamento inadequado, ruído,
substâncias químicas, radiações, entre outros, e as formas de reduzi-los;
 Envolvimento dos estudantes nos projetos de educação para o ambiente e saúde; c
 Promoção da segurança e contribuição para a prevenção de acidentes: rodoviários, domésticos e de lazer ou
trabalho, quer eles ocorram na escola, no espaço periescolar, quer no espaço de jogo e recreio;
 Monitoramento dos acidentes ocorridos na escola e no espaço periescolar;
 Avaliação das condições de segurança, higiene e saúde nos estabelecimentos de educação e ensino, incluindo
cantinas, bares e espaços de jogos e recreio;
 Intervenção em áreas prioritárias para a promoção de estilos de vida saudáveis: saúde mental, saúde bucal,
alimentação saudável, atividade física, ambiente e saúde, promoção da segurança e prevenção de acidentes,
saúde sexual e reprodutiva, educação para o consumo;
 Criação de mecanismos e estratégias de enfrentamento das violências, em todas as suas dimensões, bem como
a difusão e a promoção da cultura de paz nas escolas brasileiras.
Uma estratégia fundamental para garantir a institucionalização e sustentabilidade das ações e projetos é o trabalho
participativo com a direção e o corpo de professores, além de estimular a inserção da promoção da saúde no projeto
político pedagógico da escola. Isso exige uma relação próxima entre os profissionais de saúde e da educação, para
reflexão conceitual da proposta e otimização de ações no cotidiano programado pela instituição. Como medida
facilitadora, deve-se estimular o desenvolvimento de práticas metodológicas e atividades com estudantes, pais e
familiares em parceria com o corpo de professores da escola. Durante o processo de formulação do projeto de ação
local, devem ser identificados potenciais agentes multiplicadores, que podem ser professores, alunos, pais ou
lideranças comunitárias. Eles deverão se responsabilizar, como membros de referência, pela promoção da saúde e,
portanto, estimular o desenvolvimento e a manutenção das ações na escola

O que cada profissional da saúde faz no PSE?


No artigo 4º, estão citadas as ações de saúde previstas no âmbito do PSE e que devem considerar atividades de
promoção, prevenção e assistência em saúde, podendo compreender, entre outras:

 I – Avaliação clínica;
 II – Avaliação nutricional;
 III – Promoção da alimentação saudável;
 IV – Avaliação oftalmológica;
 V – Avaliação da saúde e higiene bucal;
 VI – Avaliação auditiva;
 VII – Avaliação psicossocial;
 VIII – Atualização e controle do calendário vacinal;
 IX – Redução da morbimortalidade por acidentes e violências;
 X – Prevenção e redução do consumo do álcool;
 XI – Prevenção do uso de drogas;
 XII – Promoção da saúde sexual e da saúde reprodutiva;
 XIII – Controle do tabagismo e outros fatores de risco de câncer;
 XIV – Educação permanente em saúde;
 XV – Atividade física e saúde;
 XVI – Promoção da cultura da prevenção no âmbito escolar;
 XVII – Inclusão de temáticas de educação em saúde no projeto político pedagógico das escolas.
ATRIBUIÇÕES DO AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE

 Acompanhar os demais profissionais da equipe de Saúde da Família nas atividades e ações direcionadas aos
escolares;
 Ser articulador da comunidade junto às instâncias de atenção à saúde e também de controle social da saúde e
da educação, visando a sensibilizar a comunidade na busca de respostas aos problemas mais frequentes
apresentados pela população escolar;
 Contribuir em atividades de mobilização social e participar de censos escolares quando necessário;
 Exercer as atribuições que lhes são conferidas na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB).
ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR/TÉCNICO DE ENFERMAGEM

 Realizar aferição da pressão arterial dos escolares conforme preconizado neste Caderno e encaminhar ao
médico da equipe quando o exame estiver alterado;
 Realizar aplicação da dose vacinal conforme esquema estabelecido neste Caderno;
 Aferir dados antropométricos de peso e altura dos escolares e repassar essas informações para o planejamento
da equipe;
 Exercer as atribuições que lhes são conferidas na PNAB.
ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO

 Realizar avaliação clínica e psicossocial conforme preconizado neste Caderno;


 Realizar aferição da pressão arterial dos escolares conforme preconizado neste Caderno e encaminhar ao
médico da equipe quando o exame estiver alterado;
 Monitorar, notificar e orientar escolares, pais e professores diante de efeitos adversos vacinais;
 Aferir dados antropométricos de peso e altura, avaliar o IMC de alunos, professores, funcionários;
 Exercer as atribuições que lhes são conferidas na PNAB.
ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO

 Realizar avaliação clínica e psicossocial conforme preconizado neste Caderno e indicar exames
complementares quando necessário;
 Encaminhar para o médico oftalmologista os escolares com alterações da acuidade visual detectadas em
avaliação médica pessoal ou nas realizadas pelos demais profissionais da equipe e pelos professores, nesse
último caso, conforme preconizado no Projeto Olhar Brasil;
 Realizar aferição da pressão arterial dos escolares conforme preconizado neste Caderno, iniciar investigação
de hipertensão arterial secundária e encaminhar para o serviço de referência, quando necessário;
 Monitorar e orientar diante de efeitos adversos vacinais;
 Indicar os imunobiológicos especiais para situações específicas;
 Realizar avaliação da acuidade auditiva dos escolares e, quando necessário, solicitar exames complementares;
 Encaminhar os escolares com alterações na acuidade auditiva para serviço de referência, para continuidade da
investigação diagnóstica e/ou serviço de reabilitação;
 Exercer as atribuições que lhes são conferidas na PNAB.
ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR DE CONSULTÓRIO DENTÁRIO/ TÉCNICO EM HIGIENE DENTAL

 Identificar as necessidades dos escolares em saúde bucal, bem como o tratamento e monitoramento das
condições que exijam intervenção, sob supervisão do cirurgião-dentista;
 Exercer as atribuições que lhes são conferidas na PNAB.

ATRIBUIÇÕES DO CIRURGIÃO-DENTISTA

 Identificar as necessidades dos escolares em saúde bucal, bem como o tratamento e monitoramento das
condições que exijam intervenção, conforme preconizado neste Caderno e no Caderno de Atenção Básica de
Saúde Bucal;
 Exercer as atribuições que lhes são conferidas na PNAB.
ATRIBUIÇÕES DOS PROFISSIONAIS DO NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA

 Apoiar os profissionais das equipes de Saúde da Família a exercerem a coordenação do cuidado do escolar em
todas as ações previstas para o PSE;
 Participar da construção de planos e abordagens terapêuticas em comum com os profissionais das equipes de
Saúde da Família, de acordo com as necessidades evidenciadas pelas equipes;
 Realizar com as equipes de Saúde da Família discussões e condutas terapêuticas integrativas e
complementares;
 Estimular e acompanhar as ações de controle social em conjunto com as equipes de saúde;
 Identificar e articular juntamente com as equipes de Saúde da Família e professores uma rede de proteção
social com foco nos escolares;
 Discutir e refletir permanentemente com as equipes de Saúde da Família a realidade social e as formas de
organização dos territórios, desenvolvendo estratégias de como lidar com as adversidades e potencialidades;
 Exercer as atribuições que lhes são conferidas na Portaria/GM nº 154, que cria os NASF.

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