Princípios Da Terapia 4
Princípios Da Terapia 4
Princípios Da Terapia 4
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Introdução
O processo terapêutico em reabilitação pode apresentar inúmeros objetivos, de acordo
com os diagnósticos ou com as clínicas envolvidas.
Esse processo envolve aspectos físicos, emocionais e sociais, além do contexto em que
está inserido. Caberá aos profissionais determinarem o caminho pelo qual o processo
terapêutico do paciente se desenvolverá. Poderão participar diferentes profissionais
desse processo, como fisiatras, neurologistas, fisioterapeutas, terapeutas
ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, enfermeiros, dentre outros, que atuam na
área da saúde e de reabilitação.
Casos de pacientes com alterações neurológicas, por exemplo, poderão ter grandes
Quanto mais cedo o paciente iniciar seu processo terapêutico envolvendo a terapia
prognóstico, como em fase de coma, apraxia ou afasia, evoluem com bons índices de
evolução nos trabalhos com terapia aquática associada.
Crianças que passam por trauma craniano, também mostram boa evolução, e com a
perspectiva de melhor prognóstico.
Facilitar movimentos;
Fortalecimento muscular;
Promover relaxamentos;
Com a imersão do paciente em meio líquido, esses efeitos já estão atuando em seu
corpo, ou seja, só por isso, sem qualquer intervenção, a água já pode ser considerada
terapêutica ao paciente.
O paciente com lesão de SNC, muitas vezes, apresenta déficit sensorial, associado ao
nível cognitivo em que ele se encontra. Esse trabalho na piscina é fundamental para a
reorganização do comportamento motor, onde com os princípios físicos atuando de
forma global, a manipulação e movimentos adequados, pode-se acelerar e adquirir
exigir adaptação.
Quando a cabeça do paciente estiver submersa, pode-se trabalhar um primeiro
momento sem soltar o ar, e, em seguida, adaptá-lo a soltar o ar. Essa pode ser a
introdução ao trabalho respiratório, onde o trabalho da musculatura expiratória torna-
Para a facilitação dos movimentos, pode-se utilizar movimentos puros e livres, nos
quais os princípios da água são empregados para auxílio do movimento, como, por
exemplo, na posição sentada e com imersão do tronco, o indivíduo consegue realizar
flexão de ombro com maior facilidade pela ação do empuxo e agitação da água, sem a
ação da gravidade.
Muitos são os materiais que podem ser empregados aos atendimentos, como bolas,
flutuadores, bases de espuma, dentre outros. Movimentos também poderão ser
conduzidos pelo terapeuta, e assim gerar padrões motores que expressem melhor
A avaliação do paciente será realizada dentro e fora da água, para que seja possível a
mensuração de movimentos e posturas a serem trabalhadas, bem como a manutenção
dos ganhos para a rotina do paciente, que se dará em ambiente natural.
Contraindicações e Cuidados
O ambiente aquático e a piscina como ambiente terapêutico envolvem cuidados que
perpassam pela atenção aos aspectos cognitivos, físicos e funcionais do paciente.
Imergir uma pessoa com sonda nasogástrica ou gastrostomias exige que estejam
devidamente vedadas com material apropriado (ex. Fita tipo tegadermTM, bem como
bolsas de colostomia). Um paciente com traqueostomia não poderá ter sua válvula
imersa.
Introdução
A Equoterapia foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina em 1997, onde o
cavalo é utilizado como meio terapêutico sob manejo de uma equipe multiprofissional,
e envolverá as áreas da Saúde e da Educação, inclusive envolvendo questões
relacionadas à equitação, com o objetivo de reabilitação do paciente.
Com o cavalo, esse importante meio terapêutico, é capaz de promover impactos tanto
físicos como emocionais. E mais especificamente, promove-se o desenvolvimento da
força muscular, relaxamento, percepção sensório-motora, aperfeiçoamento da
coordenação e do equilíbrio, podendo assim colaborar no desenvolvimento da função
motora e marcha do paciente. Autoconfiança e autoestima também são importantes
fatores decorrentes da interação com o animal.
Pacientes com alterações neuro-motoras, percepto-cognitivas, emocionais e sociais
poderão se beneficiar com uma abordagem de Equoterapia. Nesse contexto, a
equoterapia, através do cavalo, proporá reabilitação e prática esportiva.
Essa é uma abordagem que exige critérios importantes a serem observados, que
tempos, onde existe um ou mais membros em contato com o solo (não possui tempo
de suspensão). Em consequência, as reações que ela produz são mais lentas,
resultando em menores reações sobre o cavaleiro, além de mais duradouras,
permitindo a melhor observação e atuação por parte dos terapeutas.
para trás - este movimento é completado com pequena torção da bacia do cavaleiro que
é provocada pelas inflexões laterais do dorso do animal).
O trote e o galope são andaduras saltadas, nos quais são exigidos um maior esforço, e
os movimentos são mais bruscos exigindo mais do praticante, assim, são indicados
para praticantes em estágios mais avançados.
O cavalo que será selecionado deverá ter as três andaduras regulares (passo, trote e
galope).
O cavalo deverá ser equilibrado, para que o praticante fique mais perto do seu centro de
gravidade, e o corpo fique como se estivesse na postura em pé, com os ombros e
tornozelos alinhados.
A altura média do animal para a Equoterapia é de 1,50m, a fim de facilitar o trabalho do
terapeuta, além de proporcionar segurança ao praticante.
O cavalo deve, ainda, possuir espáduas largas e musculosas, a fim de que a menor
contração seja percebida pelo cavaleiro, além de ser mais confortável para a montaria;
o segmento dorso-lombar não deve ser muito saliente (garrote); o flanco deverá ter
uma circunferência discreta (tipo Raça Puro Sangue Inglês), a fim de evitar uma
grande abertura dos membros inferiores do cavaleiro.
Temos ainda que os cavalos com idade superior a sete anos possuem uma
característica mais dócil.
Treinado pelo instrutor de equitação, espera-se que o cavalo perca o medo e permita a
montaria, bem como responda de forma dócil os incômodos dessa montaria e aos
comandos do instrutor que estará conduzindo o atendimento.
O terapeuta poderá compor sua terapia para atingir os objetivos propostos com
movimentos passivos, ativos assistidos ou ativos, além de associar tensores aos
membros inferiores.
Introdução
Entender sobre o desenvolvimento humano e as diferentes frentes que abordam as
questões de saúde diante de quadros de atraso desse desenvolvimento. Isso faz parte
do papel da equipe multiprofissional, buscando meios e recursos válidos e baseados
em evidência científica para garantir que a pessoa tenha todo o seu potencial
desenvolvido, dentro do que é possível atualmente.
A Integração Sensorial (IS) é uma abordagem terapêutica que estimula esta busca ao
nos depararmos com os sintomas dos distúrbios no processamento sensorial que
Bases Neurológicas
O Sistema Sensorial organiza-se por diferentes vias, no intuito de auxiliar na resposta
adequada do ato motor.
No curso da evolução da vida, e mais especificamente do ser humano, o sistema
sensorial sempre teve um caráter protetivo, com o objetivo de detectar eventuais
perigos ou interesses, onde a partir disso seria gerada uma resposta motora de
afastamento ou aproximação de um determinado estímulo da natureza.
da interação desejada.
Histórico
O conceito de Integração Sensorial (IS) teve início nos anos 60 em pesquisas
realizadas pela Dra. Anna Jean Ayres, terapeuta ocupacional, PhD na área de psicologia.
O principal objetivo era entender e atuar nas alterações do processamento sensorial
que as crianças poderiam apresentar.
Coube à Dra. A. Jean Ayres, através de seus estudos, identificar a IS como um processo
cerebral que viabiliza a organização de nossas vias sensoriais ou sentidos (equilíbrio e
movimento, posição do corpo, toque, cheiro, paladar, visão e audição) para significar
As ideias de Ayres partem de seu trabalho realizado na década de 50 com crianças que
apresentavam alterações de ordem neurológica, o que na época trouxe-lhe resultados
limitados.
Em 1979, Ayres, decide pesquisar crianças com lesões cerebrais mínimas, como
dificuldade de aprendizagem ou coordenação motora. A partir daí, sua aplicação passou
a se dar nas mais variadas clínicas, com resultados mais consistentes, como, por
Sensibilidade Tátil
Tanto a pele quanto o sistema nervoso originam-se da mais extensa das três camadas
de células embrionárias, ou seja, a ectoderma, de onde deriva a epiderme, os fâneros
A sensibilidade tátil se refere às respostas Somestésicas (do latim soma, que quer dizer
corpo e aesthesia, que significa sensibilidade), que nos levam a sentir o corpo com
sensações e percepções. A detecção de um estímulo propriamente dito é denominada
sensação e a interpretação do estímulo, que envolve a consciência, é chamada de
percepção.
A pele humana é como uma roupagem contínua e flexível, que nos envolve por
completo. Ao mesmo tempo em que nos protege, ela também é um dos nossos
primeiros meios de comunicação. Por ser um dos órgãos mais sensíveis, é capaz de
receber estímulos e de responder a eles e esta resposta é motora, mesmo sendo uma
piloereção.
A sensibilidade tátil tem uma relação direta com o estado emocional. Cada sensação de
toque está relacionada a experiências anteriores, que lhes dará significado emocional.
Exemplificando, ao tocar alguém com leveza suficiente para que se interprete como
carinho ou ao tocar alguém com força excessiva para que se interprete como agressão,
é a maneira como perceberemos o mundo e as atitudes das pessoas que nos rodeiam. O
tato constitui um meio extraordinário de comunicação, porque se encontra espalhado
por toda a pele. É a fronteira entre o nosso corpo e o mundo à nossa volta, constituindo
um dos alicerces para que se possa desenvolver uma vinculação.
Temperatura, pressão, dor, posturas, movimentos, dentre outros, são processados por
sensores táteis e cinestésicos. Com o tato, o ser humano inicia a exploração do mundo
interno e externo.
Quente ou frio (sensação da temperatura);
A forma como a mãe acaricia, toca e explora tem importância no despertar da vigilância
e da reciprocidade do bebê para a comunicação e para a interação, assumindo um papel
essencial na autoconfiança e autossegurança.
A sensação tátil auxilia em nossa proteção, informando-nos sobre um perigo, para que
Propriocepção
necessária para que ela faça a mudança, sem precisar olhar para verificar a postura e,
automaticamente, faz as mudanças necessárias para criar a nova posição, em outro
equipamento, saindo automaticamente do balanço.
Aparelho Vestibular
O aparelho vestibular é um dos primeiros a se desenvolver no bebê. Responde à força
A criança tem segurança nas atividades mais elaboradas, quando tem competência
para controlar seu próprio corpo. A experiência de competência no espaço é
fundamental para a segurança emocional. Esta fase de busca por experiências e
variedades de estímulos suspensos é mais intensa até os seis anos de vida.
Figura 22 – Escorrega
Fonte: Getty Images
#ParaTodosVerem: a foto mostra uma mulher adulta e uma criança em uma sala
de atividades terapêuticas. A mulher, com cabelo loiro preso em um coque, está
sorrindo e olhando para a criança enquanto ajusta o assento do disco de flexão
no qual a criança está sentada. A criança, tem cabelo loiro e está usando uma
camiseta branca e shorts, está com os pés descalços e também olha e sorri para a
mulher. Ao fundo, vemos bolas de exercício, uma lousa e objetos de exercícios
de várias cores. Fim da descrição.
Figura 26 – Balanço no trapézio
Fonte: Getty Images
Gustação
Pensar em sentido gustativo, nos leva também a pensar no sabor. Há variações
consideráveis na forma de como reagimos aos sabores: doce, azedo, salgado, amargo e
Na prática, isso significa que os receptores responsáveis por captar as ondas sonoras
Olfato
Para grande parte dos animais, o olfato é o mais importante dos sentidos. Para os
humanos, ele não é menos primordial. Sentir o cheiro das coisas é tão importante que
somente nos damos conta disso quando nosso olfato, por alguma razão, desaparece.
Na maioria das vezes, esse processo é lento e a pessoa nem percebe que está perdendo
um sentido tão importante. A capacidade de cheirar, via de regra, não se conecta com
os outros sentidos, antes de atingir os hemisférios cerebrais. Estas vias diretas levam a
Visão
Filogeneticamente, a visão é um telerreceptor unidirecional, descontínuo (os olhos
podem fechar) e simultâneo. É um dos sentidos do corpo humano preparado para lidar
com ângulos, linhas, distâncias, profundidades, diferentes intensidades luminosas,
diferentes perspectivas, posições, orientações e projeções virtuais, e pronto para
analisar e simplificar.
Cabe ainda ressaltar que a visão é o mais completo dos sentidos, o que já foi referido
pelo artista plástico Leonardo da Vinci. Resulta de uma hierarquia composta pelos
seguintes subsistemas de aprendizagem: antigravitacional (postural e vestibular),
corporal (lateralização e direcionalidade), somatognósico (identificação) e,
finalmente, linguístico.
Muitas crianças podem apresentar déficit de percepção visual e/ou dificuldade em
relação ao controle óculo-motor. A visão desempenha um papel primordial no
desenvolvimento motor e linguístico, ao longo da caminhada do Homo sapiens, de
Modulação
Quando falamos de modulação sensorial, relatamos a capacidade que a criança tem na
interpretação de um estímulo, como reage frente a ele, como se recupera de mudanças
bruscas e qual a reação inicial.
Pontualmente, para que a modulação esteja integrada será necessário o que chamamos
de os “4 As”: Alerta; Ação; Atenção e Afeto são o reflexo da Integração Sensorial e da
regulação da criança para viver bem no mundo.
Discriminação Sensorial
É a percepção da interpretação adequada do estímulo sensorial. É o significado do
estímulo recebido.
indivíduo processa.
Práxis
Práxis, no processamento sensorial, significa a função ou capacidade de sequenciar
novos atos motores, organizá-los e executá-los. Palavra de origem grega que significa
conduta ou ação. Este termo é utilizado por vários campos de conhecimento, como a
A praxia envolve três processos: 1. Ideação: o que fazer; 2. Planejamento: como fazer; c.
Execução: a projeção da ação propriamente dita.
Leituras
ACESSE
ACESSE
Vídeos
ASSISTA
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