Aula 03
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Contexto
1818: 1.930.000
1864: 1.715.000
1874: 1.540.829
1884: 1.240.806
1887: 723.419
No final da década de 1880, a manutenção da escravidão era
praticamente inviável, pois, ao mesmo tempo que afetava a imagem
internacional do Brasil (o último país da América a ainda utilizar o trabalho de
pessoas escravizadas), afetava a ordem interna do país, já que o Império não
conseguia mais controlar a situação e as fugas eram frequentes.
Com essa lei, os libertos agora estavam livres para buscarem uma vida
melhor. A vida destas pessoas pós-abolição continuou não sendo fácil,
principalmente pelo fato de que o preconceito na sociedade era evidente e
porque não houve medidas para integrá-los economicamente na sociedade.
Vejamos abaixo como foi o contexto imediato da vida das pessoas
escravizadas, após a abolição.
Essa preocupação e esse desejo por dias melhores são muito bem
representados por um registro resgatado pela historiadora Wlamyra
Albuquerque. Nesse registro, um grupo de libertos de Paty do Alferes, no Rio
de Janeiro, redigiu uma carta para Rui Barbosa demonstrando a preocupação
com o futuro de seus filhos: “Nossos filhos jazem imersos em profundas trevas.
É preciso esclarecê-los e guiá-los por meio da instrução”.
A primeira grande reação dos libertos com a Lei Áurea foi, naturalmente,
comemorar. À medida que a notícia espalhava-se, grandes comemorações
eram realizadas e festas aconteceram tanto nas grandes cidades, como nas
zonas rurais do Brasil. Uma vez passada a euforia, a nova situação levou os
libertos a procurarem melhores alternativas para viver, e Walter Fraga,
utilizando o cenário do Recôncavo Baiano, fala que uma das reações dos
libertos foi se mudar.
Assim, muitos libertos abandonando as fazendas nas quais foram
escravizados e mudaram-se para outras ou então foram para cidades. Essas
migrações de libertos aconteceram por múltiplos fatores. Mudavam-se para se
distanciar dos locais em que foram escravizados, ou então iam para outros
lugares procurar parentes e se estabelecer juntos desses, ou até mesmo,
procurar melhores salários, conforme descreve Walter Fraga. Essas
migrações, na maioria dos casos, eram uma ação mais realizada pelos homens
jovens, por terem melhores possibilidades de se estabelecer em uma terra para
cultivá-la. As mulheres que possuíam filhos e os idosos tinham menos
possibilidades de migrar à procura de melhores condições.
SILVA, Daniel Neves. “Como ficou a vida dos ex-escravos após a Lei Áurea?”; Brasil Escola.
(Adaptado)
ATIVIDADES
g) ( ) a falta de acesso à educação por parte dos libertos, foi uma questão
fundamental para manter esse grupo marginalizado. Sem acesso ao estudo,
esse grupo permaneceu sem oportunidades para melhorar sua vida.