A Abolição Incompleta A Vida Dos Ex-Escravos - 20241007 - 120411 - 0000
A Abolição Incompleta A Vida Dos Ex-Escravos - 20241007 - 120411 - 0000
A Abolição Incompleta A Vida Dos Ex-Escravos - 20241007 - 120411 - 0000
ÉG
UA
COL
ESCOLA: CETI-IRAQUARA
L
PROFESSOR: RÔMULO
SÉRIE: 2H
ALUNOS: RAÍ, CAIO E HIARLEY
CETI - IRAQUARA
A T R A N S I Ç Ã O D O
T R A B A L H O E S C R A V O
P A R A O L I V R E N O
B R A S I L
A ABOLIÇÃO INCOMPLETA: A
VIDA DOS EX-ESCRAVOS
Como ficou a vida dos ex-
escravos após a Lei Áurea?
A abolição da escravatura, que aconteceu no Brasil em 13 de maio de
1888, foi um dos acontecimentos mais importantes de nossa história. Esse
foi um assunto que atravessou o debate político no Brasil durante todo o
século XIX, e a abolição só aconteceu por meio de uma campanha
popular aliada à resistência dos escravos.
de escravos no
Brasil são: 3
Entre 1841 e 1850, 83% dos
africanos enviados para a
América vieram para o Brasil.
CONTEXTO
O primeiro passo para a abolição da escravidão em nosso país deu-se
com a proibição do tráfico por meio da Lei Eusébio de Queirós, em 1850.
Essa lei foi aprovada como forma de evitar um conflito com a Inglaterra —
país que pressionava o Brasil, havia décadas, pelo fim do tráfico negreiro.
1818: 1.930.000
No final da década de 1880, a manutenção da
1864: 1.715.000 escravidão era praticamente inviável, pois, ao mesmo
tempo que afetava a imagem internacional do Brasil (o
1874: 1.540.829 último país da América a ainda utilizar trabalhadores
escravos), afetava a ordem interna do país, já que o
1884: 1.240.806
Império não conseguia mais controlar a situação e as
1887: 723.419
fugas eram frequentes.
CONTEXTO
Com essa lei, os libertos agora estavam livres para buscarem uma vida
melhor. A vida dos escravos pós-abolição não foi fácil, principalmente pelo
fato de que o preconceito na sociedade era evidente e porque não houve
medidas para integrá-los economicamente na sociedade.
O DIA APÓS A ABOLIÇÃO
No dia em que a Lei Áurea estava sendo aprovada, a expectativa popular
nas ruas do Rio de Janeiro era gigantesca e as pessoas reuniram-se ao
redor do Senado e do Paço Imperial. A aglomeração de pessoas contava
com a realização de passeatas dos grupos abolicionistas, conforme
pontuou o historiador Walter Fraga.
A festa citada contou com a adesão dos libertos e foram tão efusivas
como os registros contam porque, como explica o historiador Walter
Fraga, simbolizaram a vitória popular e traziam uma forte expectativa por
dias melhores para os escravos e para todo o país.
Essa preocupação e esse desejo por dias melhores são muito bem
representados por um registro resgatado pela historiadora Wlamyra
Albuquerque. Nesse registro, um grupo de libertos de Paty do Alferes, no
Rio de Janeiro, redigiu uma carta para Rui Barbosa demonstrando a
preocupação com o futuro de seus filhos: “Nossos filhos jazem imersos
em profundas trevas. É preciso esclarecê-los e guiá-los por meio da
instrução”.
A primeira grande reação dos libertos com a Lei Áurea foi, naturalmente,
comemorar. À medida que a notícia espalhava-se, grandes
comemorações eram realizadas e festas aconteceram tanto nas grandes
cidades, como nas zonas rurais do Brasil. Uma vez passada a euforia, a
nova situação levou os libertos a procurarem melhores alternativas para
viver, e Walter Fraga, utilizando o cenário do Recôncavo Baiano, fala que
uma das reações dos libertos foi mudarem-se de lugar.
Assim, muitos escravos acabaram abandonando as fazendas nas quais
foram escravizados e mudaram-se para outras ou então foram para
cidades. Essas migrações de ex-escravos aconteceram por múltiplos
fatores. Os libertos mudavam-se para distanciarem-se dos locais em que
foram escravizados, ou então iam para outros lugares procurar parentes
e estabelecer-se juntos desses ou até mesmo procurar melhores salários,
conforme descreve Walter Fraga.
Essas migrações, na maioria dos casos, eram uma ação mais realizada
pelos homens jovens, por terem melhores possibilidades de
estabelecerem-se em uma terra para cultivá-la. As mulheres que
possuíam filhos e os idosos tinham menos possibilidades de migrar à
procura de melhores condições.
A migração de ex-escravos gerou uma reação de grandes proprietários e
das autoridades daquela época trazendo-lhes muita insatisfação,
sobretudo porque os primeiros não aceitavam mais as condições de
trabalho degradantes que existiam antes de 1888 e porque estavam
sempre em busca de melhores salários. Assim, os grandes proprietários,
sobretudo do interior do país, começaram a pressionar as autoridades
para que elas reprimissem essa movimentação.