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Argiladispersa

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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Embrapa Solos
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Manual de Métodos de
Análise de Solo
3ª edição revista e ampliada
Paulo César Teixeira
Guilherme Kangussu Donagemma
Ademir Fontana
Wenceslau Geraldes Teixeira
Editores Técnicos

Embrapa
Brasília, DF
2017
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:
Embrapa Solos
Endereço: Rua Jardim Botânico, 1024. Jardim Botânico
CEP: 22460-000 - Rio de Janeiro, RJ
Fone: + 55 (21) 2179-4500
Fax: + 55 (21) 2179-5291
https://www.embrapa.br
https://www.embrapa.br/fale-conosco/sac/
Unidade responsável pelo conteúdo e edição
Embrapa Solos
Comitê de Publicações da Embrapa Solos
Presidente: José Carlos Polidoro
Secretário-Executivo: Jacqueline Silva Rezende Mattos
Membros: Ademar Barros da Silva, Adriana Vieira de C. de Moraes,
Alba Leonor da Silva Martins, Enyomara Lourenço Silva, Evaldo de
Paiva Lima, Joyce Maria Guimarães Monteiro, Luciana Sampaio de
Araujo, Maria Regina Laforet, Maurício Rizzato Coelho, Moema de
Almeida Batista, Wenceslau Geraldes Teixeira

Supervisão editorial: Jacqueline Silva Rezende Mattos


/PSNBMJ[B¾PCJCMJPHS¼æDBLuciana Sampaio de Araujo
Editoração eletrônica: Jacqueline Silva Rezende Mattos
Capa: Eduardo Guedes de Godoy
Revisão de texto: André Luiz da Silva Lopes e
Marcos Antônio Nakayama
3a edição
Publicação digitalizada (2017)
Todos os direitos reservados.
A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte,
constitui violação dos direitos autorais (Lei no 9.610).
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Embrapa Solos

Manual de métodos de análise de solo / Paulo César Teixeira ... [et al.], editores
técnicos. – 3. ed. rev. e ampl. – Brasília, DF : Embrapa, 2017.
573 p. : il. color.

ISBN 978-85-7035-771-7

1. Análise do solo. 2. Física do solo. 3. Química do solo. 4. Matéria orgânica.


5. Mineralogia. I. Teixeira, Paulo César. II. Donagemma, Guilherme Kangussu. III.
Fontana, Ademir. IV. Teixeira, Wenceslau Geraldes. V. Embrapa Solos.
CDD 631.40202

© Embrapa, 2017
Parte I - Análises Físicas 117

— Capítulo 11 —

ARGILA DISPERSA EM ÁGUA E GRAU


DE FLOCULAÇÃO

Guilherme Kangussu Donagemma


João Herbert Moreira Viana

11.1 Introdução

A avaliação da argila dispersa em água (ADA) é utilizada


comumente para estudos relacionados à agregação e à erosão,
e mais recentemente como indicador de qualidade de solo. Por
meio da argila dispersa em água, pode-se calcular o grau de
floculação (GF). A argila dispersa em água varia com alguns
fatores como a mineralogia da fração argila, a textura do solo
e o uso e manejo do solo.

11.2 Princípio

Dispersão mecânica lenta em água, seguida da separação da


fração argila por sedimentação do silte. Medição da fração
argila por meio de pesagem e secagem em estufa (método
padrão), ou da densidade da suspensão.
118 Manual de Métodos de Análise de Solo

11.3 Material e Equipamentos

• Pipeta graduada de 25 mL.


• Balde de plástico de 25 L.
• Espátula.
• Béquer de plástico de 250 mL.
• Béquer de 500 mL.
• Béquer de 50 mL.
• Lata de alumínio com tampa com capacidade de 200 mL.
• Proveta de 250 mL, 100 mL e 50 mL.
• Bastão de vidro.
• Pisseta.
• Bastão para agitação com uma tampa de borracha
contendo vários furos e de diâmetro um pouco menor do
que o cilindro ou proveta.
• Funil.
• Suporte para funil.
• Cilindro de sedimentação de 1.000 mL (Koettgen ou
similar).
• Termômetro.
• Agitador rotativo tipo Wagner ou agitador reciprocante.
• Agitador magnético.
• Balança com precisão de 0,001 g.
• Estufa com circulação forçada.
• Peneira com diâmetro de 20 cm, malha de 2,0 mm.
• Peneira com diâmetro de 20 cm, malha de 0,053 mm.
• Fundo para Jogo de peneiras diâmetro de 20 cm.
Parte I - Análises Físicas 119

• Quarteador.
• Dessecador de vidro com sílica gel anidra.
• Densímetro ASTM n° 1 Tipo 152H - com escala
Bouyoucos em g L-1.

11.4 Reagentes e Soluções

• Água deionizada.
• Fenolftaleína.

11.5 Argila dispersa em água

11.5.1 Procedimento

11.5.1.1 Dispersão das amostras

• Proceder à medição da umidade residual do solo, para cálculo da


correção de umidade (fator f), conforme item 3.5.
• Pesar 20,000 g de amostra de solo (TFSA) em um béquer
de 50 mL, em balança analítica com incremento e
repetitibilidade de 0,001 g. Obs.: pode-se trabalhar com
10,000 g de solo em proveta de 500 mL, mantida a relação
solo:solução (1:50), para adequada dispersão.
• Transferir a amostra para a garrafa do agitador, por meio
de funil.
• Adicionar 300 mL de água deionizada, lavando-se o funil
usado para a transferência da amostra. Obs.: no caso de
solos salinos ou solos sódicos, utilizar água com
condutividade elétrica semelhante à do extrato da pasta de
saturação desses solos.
120 Manual de Métodos de Análise de Solo

• Montar a(s) garrafa(s) no agitador tipo Wagner, após


tampá-la(s) com a rolha de borracha. Apertar, acionar o
agitador e proceder à agitação por 16 horas a 50 rpm.
Alternativamente, montar o(s) frascos(s) no agitador
horizontal reciprocante, tampá-los com tampa de alumínio e
agitar por 16 horas, a 150 ciclos por minuto. Os frascos de
vidro para o agitador reciprocante devem ter as seguintes
dimensões: 13,5 cm de comprimento e 7,5 cm de
diâmetro.
• Decorrido o tempo, desligar o agitador e retirar as garrafas
ou frascos de vidro.

11.5.1.2 Determinação

11.5.1.2.1 Método da Pipeta

• Agitar a suspensão de cada amostra nos cilindros de


sedimentação, inclusive da prova em branco, utilizando-se
do bastão com a tampa de borracha, ou o agitador
magnético. Lavá-lo ao trocar de amostra. Recomenda-se
uma agitação vigorosa por 1 minuto, sendo recomendável
o uso de agitação mecânica, se disponível.
• Aguardar o tempo de sedimentação, conforme Tabela 1
(item 10.5.1.6) ou o resultado do cálculo pela equação de
Stokes com o valor medido de densidade de partícula
(Figura 1 – item 10.5.1.6), após a agitação da primeira
amostra.
• Pipetar 25 mL da suspensão de argila, transferir para um
béquer seco de 50 mL, limpo e previamente tarado e
identificado. Levá-lo para secagem na estufa a 105 °C, por
24 horas.
• Retirar as amostras da estufa, deixar esfriar em dessecador
e pesar em balança analítica.
Parte I - Análises Físicas 121

11.5.1.2.2 Método do Densímetro

Os procedimentos de preparo e dispersão são idênticos ao


método da pipeta (item 11.5.2.1), com a diferença de se
utilizar 50 g de solo.
• Preparar a prova em branco (todos os reagentes exceto o
solo). Colocar água deionizada até a marca de 1 L.
• Agitar a suspensão de cada amostra, inclusive da prova em
branco, utilizando-se do bastão com a tampa de borracha,
ou o agitador magnético. Lavá-lo ao trocar de amostra.
Recomenda-se agitação vigorosa por 1 minuto.
• Após uma hora e meia de sedimentação, transferir o
volume de suspensão coletada a 5 cm de profundidade
(após o traço de aferição) para copo plástico de 300 mL.
Isso pode ser feito por sifonamento, pela torneira do
cilindro de sedimentação ou pelo tubo plástico do cilindro
de sedimentação.
• Passar o material sifonado para proveta de 250 mL e
agitar. Introduzir o densímetro e efetuar a leitura com
aproximação de 0,25. Se houver dificuldade de leitura do
densímetro, colocar de duas a três gotas de fenolftaleína
junto à haste deste.
• Proceder à leitura do branco e anotar.
• Para temperaturas diferentes de 22 °C, deve-se fazer a
correção nos cálculos conforme Tabela 2 (item 10.5.1.6).
Obs.: esse procedimento foi padronizado para solos de
granulometria média a argilosa. Os solos muito argilosos ou
arenosos devem ser analisados pelo método da pipeta.
122 Manual de Métodos de Análise de Solo

11.5.2 Cálculos

11.5.2.1 Método da Pipeta

 (m − m b ) * f *1.000 
Targ =  ar 
 mi * R v 
Em que:
Targ – concentração de argila dispersa em água, em g kg-1.
mi – massa inicial da amostra, em g.
mar – massa de argila, seca em estufa, em g.
mb – massa da prova em branco, seca em estufa, em g.
Rv – razão do volume pipetado para o volume total da proveta
descontado o volume retirado na primeira pipetagem.
f – fator de correção de umidade para a massa inicial (item
3.5).

11.5.2.2 Método do densímetro

Targ = ((Ld(a) − Ld(b) ) + CT ) * f


Em que:
Targ – concentração de argila dispersa em água, em g kg-1.
Ld(a) – leitura do densímetro na suspensão de argila, em g L-1.
Ld(b) – leitura do densímetro na suspensão do branco, em g L-1.
CT – correção da temperatura (vide Tabela 2 - item 10.5.1.6).
f – fator de correção de umidade para a massa inicial (item
3.5).
Parte I - Análises Físicas 123

11.5.3 Observações

O laudo deve conter o dispersante utilizado, o tempo e tipo de


agitador usado e o método de quantificação das frações finas. Os
resultados podem ser expressos em g g-1, g kg-1 ou dag kg-1 (%).
No entanto, a expressão em dag kg-1 é mais adequada, pois o
método apresenta precisão e reprodutibilidade reportada na
faixa de 5% em peso.

11.6 Grau de floculação

11.6.1 Princípio

Relação entre a argila naturalmente dispersa e a argila total,


obtida após dispersão. Indica a proporção da fração argila que
se encontra floculada, informando sobre o grau de estabilidade
dos agregados.

11.6.2 Cálculo

G Flo =
(a − b ) *100
a
Em que:
Gflo – grau de floculação, em dag kg-1 (%).
a – concentração de argila total, em g kg-1 (item 10.5.1.5).
b – concentração de argila dispersa em água, em g kg-1 (item
11.5).
124 Manual de Métodos de Análise de Solo

11.7 Literatura recomendada

ALMEIDA, B. G. de; DONAGEMMA, G. K.; RUIZ, H. A.; BRAIDA,


J. A.; VIANA, J. H. M.; REICHERT, J. M. M.; OLIVEIRA, L. B.;
CEDDIA, M. B.; WADT, P. S.; FERNANDES, R. B. A.; PASSOS,
R. R.; DECHEN, S. C. F.; KLEIN, V. A.; TEIXEIRA, W.G.
Padronização de métodos para análise granulométrica no Brasil.
Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2012. 11 p. (Embrapa Solos.
Comunicado técnico, 66).
BOYOUCOS, G. J. The hydrometer as a new method for the
mechanical analysis of soils. Soil Science, v. 23, n. 5, p. 343-
354, 1927.
CAMARGO, O. A.; MONIZ, A. C.; JORGE, J. A.; VALADARES,
J. M. A. S. Métodos de análise química, mineralógica e física de
solos do Instituto Agronômico de Campinas. Campinas: Instituto
Agronômico de Campinas, 2009. 77 p. (IAC. Boletim técnico,
106).
CURI, N.; LARACH, J. O. I.; KÄMPF, N.; MONIZ, A. C.; FONTES,
L. E. F. Vocabulário de ciência do solo. Campinas: Sociedade
Brasileira de Ciência do Solo, 1993. 89 p.
FREITAS, R. de C. A. de. Argila dispersa em água determinada
por agitação rápida, lenta e ultrasom. 2011. 63 f. Dissertação
(Mestrado em Solos e Nutrição de Plantas) - Universidade Federal
de Viçosa, Viçosa, MG.
PAES, J. L. A.; RUIZ, H. A.; FERNANDES, R. B. A.; FREIRE, M.
B. G. S.; BARROS, M. F. C.; ROCHA, G. C. Dispersão de argilas
em solos afetados por sais. Revista Brasileira de Engenharia
Agrícola e Ambiental, v. 17, n. 11, p. 1135-1142, 2013.
VETTORI, L.; PIERANTONI, H. Análise granulométrica: novo
método para determinar a fração de argila. Rio de Janeiro:
Ministério da Agricultura-EPFS, 1968. 8 p. (Brasil. Ministério da
Agricultura-EPFS. Boletim técnico, 3).

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