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Pet. Queixa Crime

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ESTÁGIO I - 7º Semestre

Alunas: Amanda Costa, Bianca Moraes, Samara Padilha

AO JUÍZO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE LAGES (SC)

ANDRÉ, brasileiro, solteiro, atleta, inscrito no CPF sob o nº 069.0088.659-06 e


portador do RG nº 7.802.222, residente e domiciliado na Bruno Luersen, 2600, Chapada
na cidade de Lages/SC, CEP 88524-750, vem mediante sua advogada bastante
procuradora, que está subscreve, respeitosamente perante Vossa Excelência, propor
apresente.

QUEIXA CRIME

Em face de MARCELO, Brasileiro, solteiro, atleta, inscrito no CPF sob o nº


022.659.000-85 e RG sob nº 9.215.125, residente e domiciliado na Rua Blumenau,
bairro Petrópolis n°415 na cidade de Lages/SC, CEP 88505-102 com endereço eletrônico
marcelo@gmail.com, contato (49) 9-91511167, pelo motivo de fato e de direito a seguir
expostos.

Em fase de Luiz, brasileiro, solteiro, atleta, inscrito no CPF 125.569.245-89 e


RG 5.526.369, residente e domiciliado na rua Jabuticaba, n 125, bairro Cariba,
Lages/SC, CEP 88102-56 com endereço eletrônico luiz@gmail.com, contato (49) 9-
98256414, pelos motivos de fato e direito a seguir expostos.

Em face de ROGÉRIO, brasileiro, solteiro, atleta, inscrito no CPF sob n°


487.548.125-89 e RG 8-251.258, residente e domiciliado na Rua Carandá n°200 em
Lages/SC, CEP 88505-102, com endereço eletrônico rogerio@gmail.com, contato (49)
9-99239841, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

1. DOS FATOS
Após uma partida de futebol amador, realizada em 03/02/2023, o atleta André
desentendeu-se com jogadores da equipe adversária. Ao final do jogo, dirigiu-se ao
estacionamento e encontrou, em seu carro, um bilhete anônimo, em que constavam
diversas ofensas à sua honra e acusações pela prática de crime. O bilhete dizia:
“Você é um filho da puta vendido. Só pode ter entregado o jogo para o adversário para o
time perder desse jeito. Também só pode ter sido você que sumiu com o celular do
treinador.”
Observação a ser anotada ao caso é que o aparelho celular do treinador, um
Motorola tijolão, foi furtado no jogo em questão.
Passadas algumas semanas, em 17/03/2023, André encontrou um dos jogadores
da equipe adversária, Marcelo, que lhe confessou a autoria do bilhete, ressaltando que
Luiz e Rogério também estavam envolvidos no conteúdo do bilhete.

2. MATERIALIDADE

A condenação criminal é a resultante de uma soma de certezas:


Certeza da materialidade e certeza da autoria do imputado. Pelo que se depreende
das provas produzidas por meio de um bilhete e a confissão perfeitamente demonstrada a
materialidade, culminando na imediata condenação do Réu.

3. CONFIGURAÇÃO DA INJÚRIA

Ocorre quando profere a outra pessoa um xingamento, contendo


algo desonroso ou ofensivo, atingindo a sua dignidade, honra e
moral.
Tal Fato é perfeitamente enquadrado no crime de injúria previsto no Art. 140 do Código
Penal:
Injúria
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
§ 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável,
provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em
outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de
fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se
considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa,
além da pena correspondente à violência.

§ 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos


referentes a religião ou à condição de pessoa idosa ou
com deficiência: (Redação dada pela Lei nº 14.532,
de 2023)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Para esclarecer de maneira mais coesa a honra subjetiva que este dispositivo legal
busca proteger, disserta Aníbal Bruno:
“Injúria é a palavra ou gesto ultrajante com que o agente
ofende o sentimento de dignidade da vítima. O código distingue,
um pouco ociosamente, dignidade e decoro. A diferença entre esses
dois elementos do tipo é tênue e imprecisa, o termo dignidade
podendo compreender o decoro. Entre nós costumava-se definir a
dignidade como o sentimento que o indivíduo tem de seu próprio
valor social e moral; decoro como a sua respeitabilidade.”

Por essa razão pede-se que seja recebida e processada a presente queixa crime
para fins de que referidas condutas sejam devidamente apuradas e punidas.

4. DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Conforme demostrado pelo fatos já narrados, o nexo casual entre o dano


e conduta do querelado fica perfeitamente caracterizado pelo bilhete e confissão
dos xingamentos, gerando o dever de indenizar, conforme preconiza o Código
Civil:

Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,


negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Nesse sen do, é a redação do Código de Processo Penal ao prever a necessária


condenação do acusado quando evidenciado algum prejuízo:

Art. 387.O juiz, ao proferir sentença condenatória: (...)IV- fixará valor mínimo
para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos
sofridos pelo ofendido;

A reparação é plenamente devida, em face da responsabilidade civil inerente


ao presente caso.

Toda e qualquer reparação civil está in mamente ligada à responsabilidade do


causador do dano em face do nexo causal presente no caso concreto, o que
ficou perfeitamente demonstrado nos fatos narrados. Sendo devido, portanto,
a recuperação do patrimônio lesado por meio da indenização, conforme
leciona a doutrina sobre o tema:

Trata-se do dever de reparação ao lesado, com o obje vo de viabilizar o retorno ao status quo
ante à lesão, como pacificamente doutrinado:

"A rigor, a reparação do dano deveria consis r na recons tuição específica do


bem jurídico lesado, ou seja, na recomposição in integrum, para que a ví ma
venha a encontrarse numa situação tal como se o fato danoso não vesse
acontecido." (PEREIRA, Caio Mário da Silva. Ins tuições de Direito Civil. Vol II -
Contratos. 21ª ed. Editora Forense, 2017. Versão ebook, cap. 283)

Mo vos pelos quais devem conduzir à indenização ao dano moral sofrido no valor de R$
5.000,00 (cinco mil reais).
5. DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) O recebimento da presente queixa-crime;
b) Requer seja designada audiência de conciliação, na forma
do art. 520 do Código de Processo Penal, e sendo infrutífera, requer que seja recebida e
processada a presente Queixa Crime, citando a querelada para vir responder à presente
ação penal;
c) A citação da querelada para responder aos termos da presente queixa;
d) A produção de todos os meios de provas em direito admitido;
e) Ao final, seja julgado totalmente procedente o pedido para condenar a querelada
como incurso na pena do artigo 140, Código Penal;
f) Requer ainda a fixação de valor mínimo de indenização pelo dano moral em
valor R$ 5.000,00 (cinco mil reais) sofridos pela querelante, nos termos do artigo 387,
IV, do CPP.
g) A condenação do querelado ao pagamento das custas e
demais despesas processuais.

Nestes Termos,
Pede Deferimento.

Lages, 29 de fevereiro de 2024


ADVOGADO
OAB/SC

ROL DE TESTEMUNHA:

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