Segurança Privada Livro Fundamentos de Marketing - Unidade I
Segurança Privada Livro Fundamentos de Marketing - Unidade I
Segurança Privada Livro Fundamentos de Marketing - Unidade I
Solimar Garcia, natural de São Paulo (SP), é jornalista e publicitária pela Fundação Cásper Líbero, mestre em
Comunicação pela Universidade Paulista (UNIP) e possui MBA em Comunicação e Marketing pela ESPM. É pós-
graduada em Didática do Ensino Superior e especialista em educação a distância.
Com mais de vinte e cinco anos de experiência em comunicação, atuou em diversos veículos de mídia impressa
de diferentes segmentos, como o jornal O Estado de S. Paulo e revistas especializadas, desenvolvendo atividades na
área de comunicação empresarial, em projetos, informativos, jornais, revistas etc. Como jornalista, foi assessora de
imprensa, repórter, editora-chefe, editora-assistente, jornalista responsável e revisora. Há mais de vinte anos também
atua como empresária da área de comunicação com atividades jornalísticas, publicações, assessorias de imprensa e de
marketing, projetos culturais e sociais, além de desenvolver e revisar materiais para cursos de extensão.
Experiência de quase dez anos como docente universitária na UNIP, entre outras universidades, no curso de
Gestão Empresarial com a disciplina Comunicação Empresarial e outras da área de marketing (Marketing Estratégico,
Marketing de Eventos, Marketing Esportivo e Cultural, Mercadologia, Composto de Comunicação, Plano de Negócios).
É professora na área de educação a distância da UNIP Interativa (Comunicação Empresarial e Plano de Negócios) e
orientadora de trabalhos multidisciplinares nos cursos de Gestão, presencial e a distância. É também orientadora e
avaliadora de monografias da pós-graduação em educação a distância na UNIP Interativa. Desenvolve ainda materiais
didáticos (livros-textos, apresentações, questionários etc.) para essa área.
U507.93 – 20
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Elaine Fares
Amanda Casale
Sumário
Fundamentos de Marketing
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................9
Unidade I
1 CICLO MERCADOLÓGICO...............................................................................................................................11
1.1 Definições de marketing......................................................................................................................11
1.2 Elementos básicos de marketing.................................................................................................... 13
1.3 Ambiente de marketing...................................................................................................................... 14
1.3.1 Macroambiente......................................................................................................................................... 15
1.3.2 Microambiente.......................................................................................................................................... 20
1.4 Segmentação de mercado/clientes................................................................................................ 23
1.4.1 Marketing de segmento........................................................................................................................ 25
1.4.2 Marketing de nicho................................................................................................................................. 26
1.4.3 Marketing individual.............................................................................................................................. 28
1.4.4 Marketing local......................................................................................................................................... 30
1.5 Segmentação de mercados organizacionais.............................................................................. 31
1.6 Segmentação de mercados consumidores................................................................................. 31
1.7 Posicionamento de mercado............................................................................................................ 37
1.8 Tipos de mercados................................................................................................................................. 40
1.8.1 Mercado organizacional........................................................................................................................ 41
1.8.2 Mercado consumidor............................................................................................................................. 43
1.8.3 Comportamento do consumidor....................................................................................................... 43
1.9 O novo gestor de marketing............................................................................................................. 45
2 MARKETING E VALOR PARA O CLIENTE................................................................................................... 47
2.1 Proposta de valor.................................................................................................................................. 47
2.2 Marketing de relacionamento.......................................................................................................... 48
2.2.1 Formas de construir relacionamentos com os clientes............................................................ 52
2.3 Sistema de informações de marketing......................................................................................... 53
Unidade II
3 MARKETING X ESTRATÉGIAS....................................................................................................................... 59
3.1 Orientações das empresas................................................................................................................. 59
3.1.1 Marketing integrado............................................................................................................................... 61
3.1.2 Marketing interno................................................................................................................................... 62
3.1.3 Marketing socialmente responsável................................................................................................. 62
3.2 Análise da concorrência..................................................................................................................... 64
3.2.1 Análise da indústria de Porter............................................................................................................ 66
3.3 Análise SWOT.......................................................................................................................................... 67
3.4 Matriz BCG............................................................................................................................................... 69
3.5 Ciclo de vida do produto.................................................................................................................... 70
4 PLANO DE MARKETING.................................................................................................................................. 72
4.1 Elaboração do plano de marketing................................................................................................ 74
4.2 Informações necessárias em um plano de marketing........................................................... 75
4.3 Modelo de plano de marketing....................................................................................................... 76
Unidade III
5 PRODUTO............................................................................................................................................................. 89
5.1 Níveis do produto.................................................................................................................................. 90
5.2 Classificação de produto.................................................................................................................... 91
5.3 Elementos de diferenciação do produto...................................................................................... 94
5.3.1 Características (atributos).................................................................................................................... 94
5.3.2 Diferenciação de serviços..................................................................................................................... 96
5.3.3 Rótulo e embalagem.............................................................................................................................. 97
5.3.4 Marcas........................................................................................................................................................100
5.4 Hierarquia de produtos.....................................................................................................................103
5.5 Mix de produtos...................................................................................................................................104
6 PLANEJAMENTO DE NOVOS PRODUTOS...............................................................................................106
6.1 Estratégias para o desenvolvimento de novos produtos.................................................... 110
6.2 Etapas do processo de desenvolvimento de novos produtos............................................111
6.2.1 Geração de ideias................................................................................................................................... 112
6.2.2 Seleção de ideias....................................................................................................................................114
6.2.3 Desenvolvimento e teste do conceito...........................................................................................115
6.2.4 Estratégia de marketing...................................................................................................................... 117
6.2.5 Análise do negócio................................................................................................................................118
6.2.6 Desenvolvimento do produto........................................................................................................... 119
6.2.7 Teste com consumidores..................................................................................................................... 119
6.2.8 Teste de mercado.................................................................................................................................. 120
6.2.9 Comercialização.....................................................................................................................................121
Unidade IV
7 PREÇO E PRAÇA..............................................................................................................................................126
7.1 Preço.........................................................................................................................................................126
7.1.1 Como as empresas determinam preços....................................................................................... 128
7.1.2 Estabelecimento de preços............................................................................................................... 129
7.1.3 Preço geográfico................................................................................................................................... 139
7.1.4 Descontos e concessões de preços................................................................................................ 139
7.1.5 Preço promocional............................................................................................................................... 140
7.1.6 Preço discriminatório ou diferenciado..........................................................................................141
7.1.7 Estratégias de preços........................................................................................................................... 142
7.1.8 Mudanças de preços............................................................................................................................ 143
7.2 Praça (distribuição).............................................................................................................................144
7.2.1 Distribuição física e gerenciamento da logística..................................................................... 147
7.2.2 Intermediários - canais de distribuição....................................................................................... 148
7.2.3 Estratégias de distribuição................................................................................................................ 152
7.2.4 Distribuição no comércio eletrônico............................................................................................. 159
8 COMUNICAÇÃO...............................................................................................................................................160
8.1 O desenvolvimento de uma comunicação eficaz...................................................................163
8.2 Propaganda............................................................................................................................................167
8.3 Promoção de vendas..........................................................................................................................168
8.4 Relações públicas e assessoria de imprensa.............................................................................168
8.5 Vendas pessoais....................................................................................................................................169
8.6 Marketing direto..................................................................................................................................170
8.7 Experiências...........................................................................................................................................170
8.8 Eventos....................................................................................................................................................171
8.9 Patrocínio................................................................................................................................................171
8.10 Merchandising....................................................................................................................................172
8.11 Marketing digital...............................................................................................................................172
8.12 Trade marketing................................................................................................................................172
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem como objetivo geral introduzir você no mundo corporativo, explicando seus
conceitos básicos e sua interface com as outras matérias estudadas. O conteúdo é essencial para a
realização de todo o curso, e tudo o que verá aqui servirá como trampolim para seus novos conhecimentos
na área.
Ao final da disciplina, espera-se que você: conheça a estrutura básica do marketing, composta pelos
4 Ps – produto, preço, praça e promoção –; compreenda os principais elementos envolvidos na área;
consiga fazer relações entre o planejamento de marketing e o planejamento geral das organizações.
INTRODUÇÃO
Você certamente é uma pessoa interessada no mercado, no mundo dos novos produtos, em
compreender como as pessoas fazem suas compras e como fazer para melhorar a atuação, a performance
e os resultados das empresas que trabalham com esse foco.
Todos os dias nos deparamos com comunicações, produtos e serviços, diferentes formas de consumo,
ou seja, estratégias que passam desapercebidas por nós e que trazem consigo, de alguma forma, ideias
que nos remetem ao trabalho do marketing.
Ao acordarmos, escovamos os dentes com escova e creme dental de determinadas marcas, tomamos
café, leite, iogurte, comemos pãozinho, recebemos o jornal em casa, tomamos banho com sabonete,
xampu e condicionador, colocamos roupa, sapatos e saímos para nossos compromissos.
9
10
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Unidade I
1 CICLO MERCADOLÓGICO
Para que a escova dental chegasse em nossas casas, uma empresa idealizou esse consumo e
criou um produto que satisfizesse nossa necessidade de higiene bucal, mas que também pudesse
ter características que possibilitassem que um grupo de consumidores escolhesse sua marca em
detrimento de outras marcas. Criou uma comunicação que não só informasse esse grupo, mas
que o convencesse de que essa determinada escova era a ideal para atender às suas expectativas.
Administrou seus custos e, após muito estudo, estabeleceu um preço adequado para a compra do
produto; além de tudo, viabilizou a compra, deixando o produto disponível em locais (pontos de
venda) convenientes para os consumidores.
Perceba que em um parágrafo já podemos observar algumas das ações que uma empresa
precisa fazer para atender seus consumidores e, consequentemente, conquistar seus objetivos
empresariais.
Mas é preciso ressaltar que o marketing está presente em diversos setores da sociedade e não só no
setor privado, esse exemplo foi utilizado apenas para ilustrar o nosso contato com essa ciência.
O que é marketing?
Definição social – Por essa definição, as necessidades e os desejos de pessoas e grupos de pessoas
são atendidos por meio da criação de ofertas de valor em produtos e serviços que elas valorizam, por
meio de livre negociação. O propósito do marketing, segundo essa definição, é proporcionar à sociedade
uma qualidade de vida superior.
11
Unidade I
Se refletirmos a partir dessas duas definições, é fácil concluir que o marketing é uma ciência que
estuda o processo de troca, no qual duas ou mais partes oferecem algo de valor uma para outra, com o
objetivo de satisfazer necessidades e desejos.
Lembramos que há muitas definições de marketing, desde o início do estudo dessa ciência. Nos
basearemos em autores clássicos da área para defini-lo da forma mais completa e aceita atualmente.
Por exemplo, marketing é qualquer ação feita para encantar clientes. Um autor clássico da área tem
uma definição de marketing muito utilizada e divulgada, que determina a obtenção e manutenção de
clientes como foco.
Philip Kotler, o chamado pai do marketing por ser dos primeiros autores a sistematizar os
conhecimentos sobre o assunto, ao longo dos anos foi transformando seus conceitos de marketing. Um
deles, fala em ajudar os clientes a se tornarem ainda melhores.
12
FUNDAMENTOS DE MARKETING
O marketing tem o papel de planejar e executar estratégias, para que o processo de troca aconteça
de forma a beneficiar quem procura satisfazer sua necessidade ou desejo e alcançar metas individuais
ou organizacionais de quem oferta. Segundo Kotler (2006), fazem parte da essência do marketing alguns
elementos básicos. Vejamos:
moralidade,
criatividade,
espontaneidade,
solução de problemas,
ausência de preconceito,
Realização pessoal aceitação dos fatos
autoestima, confiança, conquista,
Estima respeito dos outros, respeito aos outros
Amor/relacionamento amizade, família, intimidade sexual
segurança do corpo, do emprego, de recursos, da
Segurança moralidade, da família, da saúde, da propriedade
respiração, comida, água, sexo, sono, homeostase, excreção
Fisiologia
Quando uma necessidade é focada em um único objeto, e somente ele é capaz de satisfazer essa
necessidade, isso se transforma em desejo.
b) desejos: são manifestações de nossa vontade, não são necessidades. Assim, temos o desejo de um
sapato novo, de um televisor maior, de um apartamento novo.
d) troca: obter produtos desejados por meio da oferta de uma empresa ou pessoa física que os
estejam oferecendo em troca de algo, quase sempre dinheiro.
e) transação: é uma troca de valores entre duas ou mais partes. Por exemplo: Fabio entrega uma
televisão a Luiz, que lhe paga R$ 600,00 (seiscentos reais) em dinheiro. Isso é uma transação monetária
clássica. Mas transação não exige que dinheiro seja um dos valores trocados. Uma transação de permuta
envolve a troca de bens ou serviços por outros bens ou serviços, como quando um contador faz a
declaração de imposto de renda para um médico em troca de uma consulta.
13
Unidade I
Uma transação tem várias dimensões: pelo menos dois elementos de valor, acordo no que diz respeito
a condições, momento do acordo e local adequado. Geralmente existe um sistema legal para apoiar e
exigir o cumprimento das obrigações. Sem legislação, a transação poderia ser vista com desconfiança, o
que traria prejuízos a ambas as partes.
f) transferência: quando uma parte dá algo para outra, mas não recebe nada em troca. Presentes,
subsídios e doações a obras de caridade são transferências. O ato de transferência também pode ser
compreendido por meio de conceito de troca, porque quem transfere espera receber algo em troca.
Exemplo: ao doar sangue a alguém, espera-se receber gratidão, o que traz ao doador uma sensação de
bem-estar.
g) satisfação: uma oferta poderá proporcionar satisfação ao consumidor se os seus atributos, o seu
pacote de benefícios (também chamados de valores) o satisfizer, ou seja, atender às suas expectativas.
h) valor: não tem apenas a ver com o valor pago por determinado produto ou serviço, mas com
o que o cliente espera receber. A diferença entre o que ele (cliente) espera e o que recebe é o que
chamamos de valor. O valor pode ser explicado pela seguinte fórmula:
i) mercado: pode ser definido como um conjunto de compradores e vendedores que efetuam
transações relativas a determinado produto ou classe de produto, como mercado imobiliário ou de
cana-de-açúcar, por exemplo (KOTLER, 2006).
j) demanda: é o grupo de pessoas que procura por um determinado tipo de produto e tem o poder
aquisitivo para obtê-lo.
Vamos entender algumas dessas forças, conhecendo o estudo do macro e microambiente no próximo
tópico.
14
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Mercado global
Macroambiente
Microambiente
Os fornecedores, os intermediários, os
concorrentes, as entidades públicas e
privadas, os clientes e a empresa.
1.3.1 Macroambiente
O macroambiente é formado por forças que a empresa não pode controlar, e é de responsabilidade
do gerente de marketing analisar, avaliar e entender o histórico e a evolução dessas forças, bem como
as possíveis tendências de evolução futura, de modo a elaborar cenários que minimizem os riscos das
decisões e ações de marketing.
Quando dizemos que são forças que não se podem controlar, isso significa que a empresa não
pode impedir que alguns fatos aconteçam, mas não significa que ela não possa se prevenir, ou melhor,
antevê-los para se defender.
1. Forças tecnológicas: provavelmente essa seja a força com maior expressão nos últimos tempos,
em função das constantes inovações proporcionadas pela tecnologia que geram oportunidades de
mercado. As inovações tecnológicas podem movimentar o mercado de tal forma a substituir produtos,
criar demanda primária (com lançamento de novos produtos) e até a afetar a outra força, como no caso
da indústria da natalidade: a pílula anticoncepcional está reduzindo o tamanho das famílias, neste caso
influi na força cultural.
Outro exemplo de influência dessa força é a utilidade que damos aos objetos em função da evolução
tecnológica; hoje ocupamos o espaço virtual de tal forma a substituir espaços físicos, como quando ao
invés de nos encontrarmos em uma reunião de amigos resolvemos nos encontrar em salas de bate-papo
15
Unidade I
virtuais. Isso muda de forma significativa a lógica de consumo. Se tivéssemos que nos reunir em espaços
físicos propícios à ocasião, muito provavelmente consumiríamos alimentos, bebidas, transporte, entre
outros, já no computador esse consumo não é necessário.
Lembrete
2. Forças econômicas: além da necessidade de se ter um mercado para que haja a troca, é também
imprescindível que nesse mercado existam pessoas e ainda que elas detenham o poder de compra. Esse
poder de compra está atrelado à distribuição de renda, aos preços, às poupanças, aos empréstimos e à
disponibilidade de crédito. Em suma, é importante avaliar a situação econômica do país em que uma
empresa pretende atuar.
A renda e os padrões de consumo das diversas classes sociais devem ser observados e acompanhados
de perto pela área de marketing de qualquer empresa, uma vez que eles podem alterar o rumo dos
negócios. Essas alterações são diferentes em cada país e envolvem o desenvolvimento interno de cada
um, bem como o desenvolvimento mundial.
Para entendermos melhor essa força, basta nos perguntarmos: será que todas as pessoas que desejam
um produto fazem parte de uma determinada demanda? Muito prontamente podemos responder que
não, uma vez que, em marketing, para fazer parte de uma demanda é preciso ter poder aquisitivo para
adquirir o produto. E a expressão “ter poder aquisitivo” não está relacionada somente a ter dinheiro
no bolso, e sim a ter como conseguir o valor total para pagar, mesmo que esse valor seja diluído em
parcelas. Daí entendemos o poder do crédito, o poder que têm as taxas de juros, o valor da moeda do
país, ou seja, os elementos da economia que interferem diretamente nos resultados de uma empresa.
3. Forças político-legais: trata-se da legislação apontada pelos governos em todos os seus níveis,
sejam leis, regulamentos, tratados, acordos, normas, ou seja, as empresas precisam tratar de seu negócio
a partir de conhecimentos que não firam as normas legais. Por exemplo, podemos citar as leis específicas
que tratam das privatizações. Outras modalidades às quais deve-se estar atento: legislação sindical,
proteção industrial nacional, lei de patentes, impostos e Código de Defesa do Consumidor.
Em alguns casos, oportunidades são geradas em virtude de leis que beneficiam determinados setores,
assim como a Lei Rouanet (lei federal de incentivo à cultura que beneficia o mercado cultural) e a mais
recente Lei da Alcoolemia Zero (Lei n. 11.705), que entrou em vigor em 20 de junho de 2008 (mais
conhecida com a Lei Seca) e beneficiou o mercado de seguro automobilístico no Brasil porque reduziu
o número de acidentes e, consequentemente, os sinistros das seguradoras.
4. Forças naturais: essas forças têm como foco os recursos naturais. É necessário que as empresas
percebam a necessidade de adoção de práticas que protejam o meio ambiente para evitar a escassez
16
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Essas questões alteram o ambiente de negócios, pois qualquer produto natural que venha a faltar
pode colocar em xeque uma empresa que dependa de energia, por exemplo. Nos anos 90 houve uma
falta de energia generalizada no país, por falta de investimentos em infraestrutura, o que resultou em
economia do componente, pois as pessoas aprenderam a economizar e depois ficaram com medo de
voltar ao nível de consumo anterior, que foi chamado de “apagão”.
Outro ponto interessante é que o governo exerce um papel fiscalizador nas questões naturais e
responde com legislações que façam com que empresas e as pessoas em geral cumpram regras para
proteção ambiental.
Fazendo uma contextualização sobre a importância dessa força, podemos observar o caso relatado
a seguir:
Nesse caso, é explícita a transformação da orientação da empresa, quanto a sua atuação no mercado,
de uma forma totalmente ignorante para as questões da natureza para um papel de investidora no meio
ambiente. Podemos perceber que a tendência é que cada vez mais empresas atentem ao poder que têm
as forças naturais e para o fato de que, mesmo que não consigamos controlá-las, é possível redefinir os
negócios para ao menos considerá-las e utilizá-las a seu favor.
Você já parou para pensar no que pode fazer para se adaptar a essa nova realidade? Sua empresa ou
a empresa em que você trabalha considera as forças da natureza para definir as estratégias para seus
negócios?
Saiba mais
5. Forças demográficas: tratam de muitas questões que se referem às pessoas, ao mercado, ou seja,
ao público-alvo. Neste caso, as empresas devem ter como fonte de preocupação o tamanho dos mercados
e a taxa de crescimento populacional, assim como a distribuição etária, o composto étnico, os níveis
educacionais, os padrões de moradia, as características regionais etc. Pelas pesquisas demográficas, é
possível encontrar oportunidades de negócios. Por exemplo, até algum tempo atrás os idosos eram vistos
com desdém devido à sua baixa renda e considerados uma parte da população totalmente esquecida
pelos fabricantes de produtos e fornecedores de serviços. Hoje é uma fatia da população tratada com
todo carinho pelos produtores, pois os idosos formam um quadro de consumidores que têm renda fixa
e que geralmente ainda sustentam grande parte da família, pelo agravamento da crise econômica em
alguns momentos.
Para entendermos melhor essa força, podemos imaginar uma confecção de roupas direcionada
para adolescentes. Suponha que essa empresa pretenda expandir seu mercado e se instalar em
outro estado do país. Nesse caso, é preciso investigar, dentre outros dados, o número de jovens que
habitam aquela região, pois pode ser um local habitado por mais idosos do que jovens, que não
1
Case extraído de KOTLER, P.; KARTAJAYA, H.; SETIAWAN, I. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser
humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
19
Unidade I
fazem parte do seu público-alvo e que também não gerarão filhos que possam vir a fazer, um dia,
parte de seu mercado.
Veja que as forças demográficas não podem ser controladas, mas podem nos dar indicadores para
desenharmos nossos negócios, levando em consideração suas características.
Por isso, as vendas de produtos devem girar em torno dos valores centrais e secundários da sociedade,
para que ressoem na sociedade e sejam representativas de ideias e valores que as pessoas pretendam ver
associados a elas.
De uma forma geral, pode-se dizer que a cultura relaciona-se diretamente com a identidade das
pessoas e influencia em suas preferências, seus valores, sua percepção de mundo e, consequentemente,
de consumo. Daí entende-se por que é preciso, antes de tudo, entender os costumes do país ao
internacionalizar uma marca e não agredir a cultura desse povo, pois o produto pode ter muitos
benefícios, mas, se não se adequar aos costumes da região, não irá conquistar os consumidores.
Um exemplo dessas mudanças culturais e necessidades que as forças culturais e sociais trouxeram
é a ida da mulher ao mercado de trabalho. A partir dos anos 60, o número de mulheres trabalhando
fora aumentou muito e fez com que a indústria começasse a lançar produtos para facilitar o dia a
dia doméstico, a exemplo da máquina de lavar roupas, da lava-louças e, mais recentemente, do forno
micro-ondas etc.
1.3.2 Microambiente
Segundo Cobra (2003), as empresas precisam atrair clientes e retê-los por meio da construção de um
relacionamento estruturado, baseado na entrega de valor e satisfação. Para tal, é necessário administrar
diversas variáveis no seu microambiente, que é formado por forças que a empresa pode controlar. São
elas:
1. Empresa: é considerada como uma força do microambiente porque interfere diretamente nos
resultados do negócio e, nesse caso, é preciso avaliar todos os recursos utilizados em sua atuação, incluindo
as pessoas que, a propósito, são um dos recursos mais importantes para o seu bom desempenho. Os
gestores devem construir uma administração que conscientize cada colaborador sobre sua importância
em todo o processo de atendimento ao cliente. Todos têm o seu valor, ou seja, todos representam um
papel fundamental para a existência da empresa, por essa razão, devem estar integrados para alcançar
um só objetivo, trabalhar em conjunto para isso.
20
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Além dos colaboradores, a empresa é composta por equipamentos, processos, planejamento, entre
outros recursos que devem ser controlados constantemente, ou seja, todos os departamentos e áreas
precisam ter “em mãos” informações precisas sobre sua atuação e participação no negócio. O controle
dessa força interna determina a forma de administração da empresa, ajuda a entender seus valores, sua
visão e sua missão.
2. Clientes: conhecer e entender os clientes, saber onde eles estão, como pensam, o que querem, o
que esperam de um produto e tudo mais que for importante para a empresa.
3. Mercados: o princípio da segmentação indica que os mercados são divididos por suas características
diferentes. Essa divisão resulta em cinco possíveis tipos de mercado: consumidor, industrial, revendedor,
governamental e internacional.
O mercado industrial é composto por empresas que adquirem produtos para transformá-los em
outros e assim gerar novos negócios, a exemplo de fabricantes que compram tomates para transformá-
los em outros produtos, como molho.
O mercado revendedor é composto por empresas que têm a finalidade de intermediar a venda de
produtos prontos, ou seja, revendê-los. Um exemplo cotidiano é o supermercado, que compra diversos
produtos do fabricante para revender ao consumidor final.
O mercado governamental é composto por prestadores de serviços públicos, ou seja, pelo estado,
que precisa adquirir produtos para garantir o bem-estar da população e a manutenção da máquina
pública (o poder político).
E, por fim, o mercado internacional é composto pela demanda de mercados estrangeiros que
importam produtos de determinado país.
Lembrete
É preciso entender, ainda, que os clientes fazem parte do microambiente porque são forças
controláveis, ou seja, eu não posso controlar a decisão de compra de um cliente, mas posso persuadi-lo
21
Unidade I
a escolher determinado produto em detrimento de outros. Basta que eu o conheça e crie soluções que
tenham valor agregado percebido por ele, que não só o satisfaça, mas que o encante.
4. Concorrentes: basta olharmos em volta para percebemos que as empresas não estão sós, ou
melhor, que estão rodeadas de empresas que oferecem produtos e/ou serviços muito semelhantes. Essas
empresas são concorrentes entre si e muitas vezes dividem exatamente a mesma fatia do mercado.
Por essa razão, é possível afirmar que os concorrentes exercem forte influência na lucratividade, na
participação de mercado (market share) e até mesmo no posicionamento da empresa.
Monitorar a concorrência é parte importante de controle do ambiente de marketing. Por esta prática
é possível saber que áreas e segmentos exploram, prever como crescerão etc.
Em suma, controlar essa força é acompanhar o desempenho da concorrência para antever suas
estratégias, preparar-se para possíveis ameaças, aprimorar as ações da empresa e, acima de tudo, crescer
mantendo a ética profissional.
Nesse sentido, é preciso entender que os clientes estão cada vez mais exigentes e amparados para
reivindicar seus direitos. E considerar a existência das entidades formadoras de opinião auxilia a empresa
a manter uma imagem institucional positiva perante a sociedade.
Os fornecedores influenciam diretamente no negócio de uma empresa. Se eles não entregam uma
matéria-prima no prazo, por exemplo, a empresa corre o risco de atrasar a produção de um produto que,
em última instância, pode ficar fora das prateleiras. Nesse caso, o consumidor perceberá imediatamente
um problema com aquele produto e, a partir daí, para controlar a opinião pública sobre essa ausência
do produto pode ser mais difícil.
Para uma empresa que pretende expandir seus mercados, a utilização de intermediários é
imprescindível, pois estar em diversos locais para atender a diferentes mercados pode se tornar um
meio muito caro. Uma solução para isso é a utilização de intermediários, ou seja, agentes que estão no
caminho entre a saída do produto de seu produtor até achegada nas mãos do cliente final.
No caso de produtos de consumo, como açúcar, por exemplo, quem terá contato direto com o
consumidor final de uma determinada marca, na maioria dos casos, serão os funcionários dos
supermercados, que normalmente obedecem a administrações distintas, as quais nem sempre têm
a mesma estratégia mercadológica que a marca. Por isso, não há garantia de que o cliente terá o
atendimento indicado pelo fabricante.
Daí então percebemos claramente a necessidade dos gestores não só reconhecerem a força dos
intermediários, mas de controlá-la com precisão. Na Unidade III estudaremos com mais detalhes os
intermediários e veremos como são organizados os canais de distribuição que os envolve.
Antes de entendermos o que é segmentação de mercado, vamos relembrar o que vimos nos elementos
básicos do marketing e complementar as definições sobre mercado:
Refletindo sobre essa citação, podemos observar que o mercado, apesar de ter diversas definições,
representa um grupo de pessoas que tenham características semelhantes e que se tornam alvo de uma
empresa, ou seja, é a esse grupo que a empresa pretende ofertar seus produtos e/ou serviços.
23
Unidade I
Mas será que é possível encontrar um grupo tão homogêneo? Será que é possível atender todas as
pessoas de um mercado com apenas um tipo de produto, uma forma de comunicação, um preço ou um
composto mercadológico?
É para responder a essas perguntas que vamos iniciar, agora, discussões sobre segmentação.
Segundo Kotler (2006), o início de qualquer debate sobre segmentação é o marketing de massa. No
marketing de massa, a empresa se empenha na produção, distribuição e comunicação de um produto
para todos os seus clientes. Assim, a empresa pretende atender todos os seus clientes sem distinção, ou
melhor, com um único composto mercadológico. Um exemplo de empresa que utilizava essa abordagem
é a Coca-Cola, no período em que ela vendia apenas os refrigerantes de 200 ml.
As empresas que usam essa abordagem têm como argumento que o marketing de massa cria um
mercado potencial maior e com menor custo. Entretanto, é preciso observar que o mercado está se
fragmentando cada vez mais, em função dos diferentes canais de comunicação e de distribuição.
Figura 5 - As pessoas mudam com o passar do tempo, e assim acontece com a sociedade.
Para refletir sobre essa questão, você seria capaz de identificar suas preferências que podem
ser caracterizadas como as preferências da massa? Ou você procura soluções que atendam às suas
24
FUNDAMENTOS DE MARKETING
necessidades e a desejos específicos? Você se identifica com todas as pessoas de seu entorno ou pertence
a um grupo que tem características e expectativas distintas?
Independente de suas respostas, observe à sua volta. Hoje as empresas estão buscando atender a
desejos individuais ou coletivos? Daí podemos começar a entender a necessidade ou não de segmentar
nosso mercado.
“Um segmento de mercado consiste em um grande grupo de consumidores que possuem as mesmas
preferências” (KOTLER, 2006, p. 237). A segmentação, então, consiste na divisão do mercado em grupos
de pessoas (clientes potenciais) com características, percepções de valores, comportamento de compra
e expectativas semelhantes.
Ao segmentar um mercado, a empresa decide atender um grupo de clientes que constituem uma
sociedade com uma determinada organização política, econômica e cultural e que obtêm experiências
ao longo da vida; têm perfil, personalidades, percepções e motivações diferentes, mas todos buscam
sempre satisfazer às suas necessidades e aos seus desejos.
Vamos entender como o marketing atua com uma abordagem de segmentação de mercado.
As empresas devem identificar e decidir em quais segmentos vão se concentrar, para daí então
planejar, definir preços, divulgar e fornecer o produto ou serviço para melhor satisfazer o mercado-alvo,
que é o segmento específico de mercado que uma organização seleciona para servir. Atente para a
definição para não confundir um segmento com um setor. Vamos entender melhor:
Enquanto o segmento pode ser entendido como uma fatia do mercado resultante do processo de
segmentação, um setor é uma subcategoria dentro de um segmento.
As empresas não criam segmentos, elas apenas os identificam para adaptar seu negócio para atender
as expectativas desse grupo de clientes. Os segmentos de mercado podem ser identificados de diversas
maneiras, uma delas, segundo Kotler (2006), é a partir de segmentos por preferências.
Vejamos: nesse processo serão investigadas quais são as preferências, mediante as características
de determinado produto, para verificar se as inclinações são as mesmas entre os clientes ou se são
distintas. Seria como perguntar a consumidores de sorvete se eles valorizam mais a doçura ou a
cremosidade.
25
Unidade I
2. Preferências difusas: nesse caso, as preferências são dispersas, o que indica que os clientes têm
preferências variadas, e as marcas que pretendem atuar nesse grupo precisam se adaptar ao maior
grupo possível, mas não será de forma homogênea.
Observação
Para compreendermos essa abordagem, é preciso saber o que é um nicho para o marketing: “um
nicho é um grupo definido mais estritamente que procura por um mix de benefícios distintos” (KOTLER,
26
FUNDAMENTOS DE MARKETING
2006, p. 238). Em geral, esse grupo é representado por pessoas que têm preferências específicas e são
identificadas quando as empresas fazem a segmentação de um segmento, encontrando, então, um
subsegmento.
2. Os clientes se predispõem a pagar um preço mais alto para adquirir um produto ou serviço que
melhor atenda a suas necessidades e desejos: atender a nichos de mercado requer uma adequação de
produtos que acarreta aumento nos custos. É preciso investigar, ao identificar um nicho, se esses clientes
estão dispostos a pagar um preço mais alto pelo produto que atende às suas expectativas específicas ou
a empresa pode fazer um investimento em que não haverá retorno.
3. Os nichos não costumam atrair outros concorrentes: como as empresas precisam se adequar
a expectativas muito específicas dos clientes, dificilmente um concorrente entrará nessa briga para
atender um grupo que costuma ser pequeno.
4. O nicho gera retorno financeiro para a empresa por meio da especialização: não será possível
atender um nicho se a empresa não adaptar o seu produto, assim obviamente ocorrerá uma especialização
para encantar o cliente que, por consequência, será conquistado pela empresa, o que desencadeará um
aumento das vendas.
5. O nicho tem potencial para crescer e gerar lucros maiores: um nicho, apesar de representar um
grupo menor de compradores se comparado a um segmento, normalmente com o tempo atrai novos
clientes que procuram soluções para suas necessidades e desejos específicos. Isso porque o mercado
acaba conhecendo esses produtos especializados e eles despertam a curiosidade e o interesse de outras
pessoas.
Observação
Atualmente os clientes sabem claramente o que pretendem comprar. Eles acessam a internet,
discutem com pessoas que já compraram o produto, comparam produtos similares, avaliam formas de
pagamento e até desenham o tipo de produto que mais lhes agradam.
O acesso à informação, que facilitou essa realidade, dá sinais aos fabricantes sobre as novas
tendências de compra que, consequentemente, influenciam no surgimento de outras formas de venda
e produção por encomenda. Parece até um retrocesso se comparado ao tempo em que as pessoas
iam a uma costureira encomendar uma roupa única, a um carpinteiro encomendar um móvel, quando
os clientes eram tratados pelos nomes nos ambientes comerciais e até trocavam experiências como
grandes conhecidos.
Observe que não se trata de um retrocesso, e sim de uma evolução. A partir do aprendizado, o
ambiente mudou, mas os valores e costumes ainda são preservados; por essa razão, as empresas estão
refletindo sobre a importância de ouvir o cliente e saber o que ele quer exatamente, para atendê-lo de
forma individual.
Essa tendência leva a uma abordagem reconhecida como marketing individual ou marketing
customizado.
No passado, esse tipo de marketing era difícil de ser praticado, mas com o avanço da tecnologia
ele começou a se tornar uma estratégia viável. Computadores, banco de dados, produção robotizada
e e-mails permitem reunir e recuperar informações sobre os desejos e as necessidades individuais e as
compras de muitos clientes potenciais ou de épocas anteriores.
28
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Embora essa abordagem nem sempre seja útil, as constantes inovações tecnológicas a estão tornando
cada vez mais atraente. O profissional de marketing continuará a influenciar no processo, mas de novas
maneiras.
Porém, como nem tudo é feito só de vantagens, a empresa precisa avaliar seu negócio e o perfil
de seu mercado-alvo para decidir se é mais compensador criar ofertas para segmentos ou clientes
individuais. As empresas favoráveis à segmentação a percebem como um processo mais eficiente, que
requer menos informações do cliente e possibilita maior padronização das ofertas de mercado. Já as
empresas seguidoras do marketing individual acreditam que os segmentos não são precisos e, por isso,
não são tão confiáveis, porque são formados de pessoas diferentes entre si, e que as empresas podem
atingir a precisão e a eficiência atendendo às necessidades individuais.
1. Não são todas as empresas que têm a possibilidade de atuar com essa abordagem: é preciso
analisar com detalhes o negócio da empresa, pois aquela que tiver produtos muito complexos pode não
conseguir adaptar a sua produção a cada encomenda, por exemplo.
2. É preciso identificar se o cliente está disposto a pagar um preço maior pelo produto: em
consequência da personalização, o custo do processo de produção pode se tornar muito maior,
acarretando um aumento no preço do produto maior do que o cliente está disposto a pagar. É preciso
saber se o cliente conseguirá entender que a relação entre os benefícios e o custo é vantajosa antes de
dar início a esse processo.
3. A indecisão do cliente pode dificultar o processo de compra: nem sempre o cliente sabe o que quer
comprar até ver o produto e isso é uma barreira para as empresas que pretendem atuar dessa forma.
Imagine um carro desenhado nessa modalidade de compra: rosa, de bolinhas roxas com os pneus
amarelos e com as iniciais do comprador nas portas. Será que outras pessoas se interessariam por esse
produto, caso o cliente desistisse da compra?
5. O conserto do produto pode se tornar difícil: dependendo da especificidade pode ser tornar difícil
encontrar peças e ferramentas para a manutenção do produto.
6. O valor de revenda pode se tornar baixo: o produto pode ser desvalorizado pelo mercado em
função do preço de revenda, porque, como ele atendeu a expectativas específicas, será muito difícil
encontrar outras pessoas que se interessem pela compra.
29
Unidade I
Figura 7 - A customização prevê que o produto seja tão especial quanto uma obra de arte.
Essa abordagem busca uma adaptação em seu composto mercadológico para atender a
necessidades e desejos de uma determinada região, seja uma área comercial, os próprios bairros ou
algumas lojas. Assim, as empresas adaptam seus produtos para atender clientes dessas localidades,
de forma que tenham especificidades suficientes para serem consideradas como um diferencial
para eles.
Se observarmos com detalhes, há regiões que detêm um mercado com um público que tem
necessidades específicas baseadas na região, e as ações de marketing local buscam ficar tanto quanto
possível próximas e se tornar pessoalmente relevantes para cada cliente. Pode-se considerar um exemplo
de atividade de marketing local o patrocínio de times escolares locais. Também são exemplos as lojas
do McDonald´s que vendem produtos adaptados às regiões onde se instalam. Por exemplo, a salada é
oferecida em lojas dessa rede apenas na cidade de São Paulo.
Grande parte do marketing local constitui-se do marketing experimental, que promove um produto
e/ou serviço não só comunicando seus atributos como também relacionando-o com experiências
específicas e interessantes. Kotler (2006) define o marketing experimental assim: “A ideia não é vender
algo, mas demonstrar como a marca pode enriquecer a vida do cliente”.
30
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Agora vamos observar, ainda conforme o autor, algumas bases de segmentação adicionais comumente
utilizadas em mercados business to business (entre empresas):
c) Setor de atividade – um setor específico pode usar um volume maior de determinado produto.
Nele podem aparecer nichos com necessidades ainda mais específicas. Por isso, diversos fornecedores
de bens e serviços determinam como público-alvo alguns setores e subsetores. Perceba o exemplo de
equipamentos de tecnologia da informação (TI). A Fujitsu ICL delimitou como alvo as necessidades
específicas do segmento varejista, enquanto a NCR buscou atender o segmento bancário.
Para segmentar mercados consumidores é preciso conhecer critérios que façam a distinção das
pessoas para uni-las em grupos que tenham expectativas comuns. A forma mais comum de dividir ou
segmentar o mercado consumidor é por meio da observação de características geográficas, demográficas,
psicográficas e comportamentais. Vejamos:
Segmentação geográfica – divisão por zonas ou regiões para encontrar o público-alvo. As unidades
geográficas escolhidas para explorar podem ser nações, estados, regiões, cidades, bairros ou ainda zona
de clima e densidade. A decisão da empresa pode recair em uma região geográfica ou várias. O ideal é
ter atenção às muitas possíveis variações locais.
Você pode se perguntar: mas para que eu preciso fazer uma divisão de mercado a partir do clima, por
exemplo? A resposta é simples: em alguns casos, o clima interfere diretamente na decisão de compra do
produto, como a instalação de uma loja especializada em casacos de lã no meio do Nordeste brasileiro,
31
Unidade I
que tem como característica um clima mais tropical, com altas temperaturas. Você acredita que essa
região seja a mais adequada para a instalação desse tipo de empresa?
Observação
Saiba mais
32
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Segundo Kotler (2006), nessa segmentação é preciso observar criteriosamente alguns fatores, tais
como: papéis de decisão, variáveis comportamentais e modelo de conversão. Conforme define o autor,
existem cinco papéis de decisão que podem ser assumidos:
1. Iniciador: quem percebe um estado de privação ou limitação, ou seja, quem identifica a necessidade
e/ou desejo.
3. Decisor: aquele que tem o poder de decisão sobre a compra, é quem realmente define se a compra
será feita e qual será o produto comprado.
4. Comprador: aquele que busca o produto e/ou serviço, faz orçamento e realiza a operação da
compra propriamente dita, não necessariamente é quem decidiu pela compra.
Um casal sai para fazer compras em um supermercado com sua filha de cinco anos de idade. Em
certo momento, a criança avista um pacote de bolachas recheadas com uma embalagem supercolorida
e pede à mãe para comprá-lo. Sua mãe diz que não irá comprar porque a criança já havia escolhido
outros produtos e é preciso ter limites. O pai, nesse momento, não emite opinião alguma, e a criança,
emburrada, coloca as bolachas no carrinho de compras, escondida de seus pais.
33
Unidade I
Após algum tempo dentro do estabelecimento, os pais se dirigem ao caixa. A mãe, que já estava
muito cansada após um dia inteiro de trabalho, confere se todos os itens da lista estão no carrinho e
decide esperar no carro enquanto o pai realmente efetua a compra.
Nesse momento, a mãe percebe a presença das bolachas no carrinho e, muito brava, pergunta quem
deixara ali, uma vez que ela não havia permitido a compra do produto. A criança começa a chorar e
insistir para que a mãe deixe o pai comprá-lo. Após muita insistência, a criança vence pelo cansaço,
quando sua mãe diz ao pai que pode comprar as bolachas enquanto as duas esperam no carro.
A mãe foi quem realmente decidiu a compra, por essa razão, ela é a decisora. Foi o pai quem fez
a compra, pois passou no caixa, empacotou o produto e pagou. A criança assumiu dois papéis, foi ela
quem influenciou na decisão de compra e será a usuária do produto, ou seja, ela é quem irá consumir
a bolacha.
É importante que o gestor reconheça esses papéis para criar ações que afetem cada um deles, com
o intuito de estimular a compra.
Nesse sentido, entendemos por “ocasião” a hora, o dia, a semana, o mês e o ano, e outros aspectos
temporais que influenciam na decisão de compra. Por essa variável é que percebemos se o cliente
compra suco de laranja para tomar no café da manhã ou em qualquer outro horário do dia, por exemplo.
Ou ainda identificamos se há um período do ano em que há um aumento de vendas, como o Dia das
Mães ou a Páscoa.
Essa variável vai auxiliar o gestor a entender como expandir seus negócios, associando-os a ocasiões
especiais, ou até mesmo estimulando a valorização de outras datas especiais, como, por exemplo, usar
o “dia do beijo” para vender mais batons.
O status dos usuários permite que a empresa reconheça seus clientes como ex-usuários, usuários
potenciais, não usuários, usuários iniciais, usuários regulares. Desse modo é possível criar uma estratégia
de marketing específica para atender cada um desses tipos de cliente.
O índice de utilização é considerado uma variável comportamental porque vai indicar o percentual
de utilização de um produto, o que consequentemente trará subsídios para o gestor identificar a melhor
estratégia de acordo com a segmentação encontrada.
34
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Ao lançar um produto, por exemplo, o planejamento de marketing será realizado com o intuito
de informar as pessoas sobre sua existência, isso porque não se compra o que não se conhece. Após a
conscientização do público, o programa de marketing será moldado novamente de acordo com o estágio
de prontidão, se já houver uma difusão do produto, o objetivo agora será conquistar a preferência por
ele.
Por fim, com relação às variáveis comportamentais, é preciso entender a atitude do cliente em relação
ao produto, se há predisposição em adquiri-lo. “Cinco grupos de atitudes podem ser encontrados em um
mercado: entusiasta, positiva, indiferente, negativa e hostil” (KOTLER, 2006, p. 252).
Conforme Kotler (2006), para que o processo de segmentação de um mercado seja justificável, o
segmento identificado deve ter algumas características, a saber:
• Ser acessível – é preciso ter certeza de que a empresa tem condições de atender o segmento
encontrado. Por exemplo, se uma empresa encontra um segmento interessado em produtos com
tamanhos menores, é preciso saber se é possível atender a essa expectativa.
• Ser diferenciável – o segmento deve reagir de maneira diferente de acordo com as estratégias
de marketing da empresa. Homens divorciados podem responder de forma similar a homens
casados sobre uma propaganda de camisa, por exemplo. Nesse caso, esses públicos não compõem
segmentos distintos.
• Ser mensurável – O segmento deve ser mensurado, ou seja, deve-se medir seu tamanho, poder
de compra e características. Por exemplo: é possível mensurar o número de mulheres com renda
mensal acima de R$ 1.000,00 da cidade de Vargem Grande Paulista?
• Ser substancial – O segmento deve ter um tamanho que justifique os investimentos da empresa
para atendê-lo. Por exemplo: uma empresa encontrou um segmento que busca por produtos
personalizados, mas para atender a essas expectativas terá que mudar sua linha de produção,
estratégia de venda e distribuição. Entretanto, antes de tudo é preciso verificar se este investimento
será compensado pelos ganhos que terá com este segmento.
• Ser acionável – deve ser possível criar propostas de valor com poder de persuasão para atrair
e atender os segmentos. Por exemplo: uma empresa reconhece que um segmento deseja um
produto com desempenho superior, mas, se ela não conseguir fazer com que esse segmento
35
Unidade I
reconheça o seu produto como de desempenho superior, não terá sucesso no seu esforço para
atendê-lo.
Segmentação de mercado
Critérios para
Modelo de abordagem segmentação de Segmentação efetiva
mercado de consumo
A segmentação é fundamental para as empresas. Vamos observar o que dizem alguns autores sobre
o assunto:
Em suma, o processo de segmentação é crucial para as empresas orientadas pelo marketing, pois
vai permitir a identificação do seu mercado-alvo, o reconhecimento das características e expectativas
36
FUNDAMENTOS DE MARKETING
de seu cliente, para daí então criar seu programa de marketing, estabelecendo o posicionamento de
sua marca. Por falar em posicionamento, vamos compreender essa técnica no próximo item do nosso
livro-texto.
A partir do momento em que o mercado-alvo foi identificado, a empresa deve decidir como irá
posicionar-se nesse segmento, atitude fundamental no delineamento das ações táticas de marketing.
As decisões referentes à criação e ao gerenciamento do produto, a definição de preço e as estratégias
de comunicação e distribuição dependem diretamente do posicionamento que a empresa deseja ter no
mercado.
Para Ries e Trout, não se trata de criar algo novo ou diferente, mas trabalhar
com o que já está na mente do consumidor, realinhando as conexões já
existentes. E qual é a importância disso? Ora, se “a beleza está nos olhos de
quem vê”, como diz o ditado popular, então a única realidade do mercado –
a que conta – é aquela que já está na mente do consumidor. Como na peça
Assim é se lhe parece (1917), de Luigi Pirandello, escritor e prêmio Nobel de
Literatura em 1934, cada ser humano acredita na realidade segundo suas
percepções. Tudo se passa na mente do consumidor (BASTA et al, 2004 apud
RIES & TROUT, 1995).
Vamos refletir um pouco sobre o assunto. Hoje nossos consumidores recebem constantemente um
turbilhão de informações, e o que realmente eles retêm em suas mentes? É difícil imaginar, não é? O que
nos resta é criar diferenciais que sejam percebidos por eles de forma que lhes permitam a construção
de uma imagem distinta das comunicações sobre os produtos concorrentes. E podemos ir mais longe,
diferenciais que permitam a percepção de que esse produto representa a única solução para satisfazer
as suas necessidades e desejos.
É por essa razão que, para se ter um posicionamento eficaz, é preciso se concentrar nas percepções
dos clientes ao divulgar as vantagens de um produto e não perder tempo pensando apenas nele próprio.
Além de definir o posicionamento, é preciso gerenciá-lo para identificar se é preciso e quando é preciso
fazer o reposicionamento do produto no mercado.
Há um caso famoso de reposicionamento de produto, o das sandálias Havaianas. Primeiro, elas não
eram nem chamadas de sandálias, e sim de chinelos. O público tinha a imagem de um produto muito
simples e barato. Quando se deu esse reposicionamento, em 1994, foram lançados chinelos com cores
fortes e campanhas de propaganda com pessoas famosas para anunciar a marca.
Saiba mais
A Polaroid foi fundada nos anos 1940 por Edwin Lard e, desde o início, deu
ênfase a projetos de pesquisa e desenvolvimento. Mas a empresa pendeu
mais para um modelo de negócio orientado para produto do que orientado
para mercado e conduziu muito poucas pesquisas de mercado. Sua ênfase à
excelência técnica fez com que perdesse oportunidades que não estavam à
altura dos padrões Polaroid. Ela enxergou seu mercado-alvo como de pessoas
e empresas que precisavam de fotografias instantâneas de alta qualidade
e para propósitos sérios; por exemplo, fotógrafos profissionais que faziam
uma foto instantânea para avaliar a composição da imagem antes de fazer
a versão definitiva com outra câmera.
38
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Podemos perceber, nesse caso, várias teorias aprendidas nesse início do livro-texto e, claro, as
mais acentuadas foram as teorias sobre segmentação e posicionamento. Se você tivesse que avaliar o
39
Unidade I
que ocorreu com a Polaroid, o que você apontaria como erro crucial? Será que o problema foi querer
atender dois segmentos distintos, como o de fotógrafos profissionais e o de pessoas que fotografam
por diversão?
São muitas as perguntas que podemos nos fazer para entender como uma empresa tão importante
no mercado conseguiu sofrer uma reviravolta tão grande até o seu pedido de falência. Reflita um pouco
sobre o assunto.
Após a reflexão, inicialmente já podemos dizer que, além do erro crucial de fechar os olhos para o
mercado e fugir das tendências, a empresa não conseguiu enxergar seu verdadeiro negócio, ou seja, ela
não conseguiu entender a sua razão de existência, acabou criando uma visão muito restrita do produto
e não aproveitou as novas tecnologias a seu favor.
Outro problema importante foi o distanciamento do seu segmento, porque, ao focar no produto, ela
não investiu em pesquisa de mercado para investigar as expectativas de seu público-alvo.
Ao tentar reerguer a empresa, a Polaroid cometeu outro erro ao não verificar se a segmentação era
efetiva, pois, como podemos perceber, não investigou se o segmento de usuários com menos de 17 anos
de idade era acessível e acionável. Melhor dizendo, não percebeu que não tinha condições ou, ao menos,
que era preciso pensar nos custos dos filmes, pois isso teria influência direta na venda da câmera I-Zone.
Por isso, é preciso sempre averiguar se a empresa tem condições de atender às expectativas do segmento.
Enfim, é claro que não foram apenas os simples erros citados acima que desencadearam a falência
da Polaroid, por isso, sugiro que sua reflexão seja mais profunda, para que seja elencado o maior número
de erros prováveis nesse caso, afinal de contas, sempre devemos aprender com os erros.
Saiba mais
Uma leitura importante sobre posicionamento pode ser feita no seguinte livro:
RIES, A.; TROUT, J. Posicionamento: a batalha por sua mente. São Paulo:
Makron Books, 2004.
O profissional de marketing deve sempre atuar de uma forma otimizada no mercado para alcançar
os objetivos da empresa. Isso requer uma atenção redobrada a todos os indicadores que possam lhe dar
subsídios para uma tomada de decisão cada vez mais precisa.
40
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Comentou-se, no início desse livro-texto, dentre outros assuntos, sobre o que é mercado e a sua
importância no cotidiano da empresa. Vamos agora entender quais são os tipos de mercado e suas
peculiaridades.
Para estudar o mercado, deve-se partir do pressuposto de que as pessoas são diferentes e, portanto,
têm necessidades e desejos diferentes que devem ser satisfeitos pela oferta de produtos ou serviços
específicos para essa demanda. E não se trata de criar necessidades, e sim de identificá-las, pois em
muitos casos elas estão intrínsecas e os consumidores podem não tê-las percebido, por isso devemos
despertar neles essa conscientização.
A segunda premissa é de que as pessoas tenham poder aquisitivo para adquirir o produto e/ou
serviço. Nesse sentido, a forma de pagamento pode ampliar a demanda, pois o cliente pode não ter
o valor total do produto, mas, caso ele tenha condições de arcar com o valor da parcela, poderá ser
considerado parte do público-alvo da empresa.
No entanto, se for identificado que não há em determinado local pessoas com condições de adquirir
o produto, seja pagando o valor total em uma só vez ou, ao menos, pagando em parcelas, não haverá
mercado para uma empresa que queira atuar nessa área. Assim, a empresa deve determinar o mercado
e seu mercado-alvo para criar programas de marketing para atendê-los adequadamente em suas
necessidades.
Para uma atuação adequada no mercado de consumo, a empresa deve conhecer bem seus clientes,
seus hábitos de compra, de consumo e suas motivações de compra. No mercado organizacional, deve
ter o domínio das necessidades das empresas que compram seus produtos: quando compram, por que
compram, o que compram, como compram etc.
Os mercados organizacionais são formados pelas empresas ou organizações que fornecem produtos,
bens e serviços para serem usados na produção de outros produtos e serviços que serão vendidos
ou fornecidos a terceiros, geralmente, o consumidor final do produto original. Os principais setores
que formam o mercado organizacional são: agricultura, pesca, mineração, manufatura, construção,
transporte, comunicação, serviços públicos, setor bancário, financeiro e segurador, distribuição, comércio
e serviços. Para o autor, para atuar em mercados organizacionais é preciso conhecer as especificidades
que os tornam muito diferentes dos mercados consumidores. Acompanhe:
e) grande número de contatos de vendas – são realizados alguns orçamentos com diferentes
fornecedores para uma mesma compra, gerando assim um número maior de contatos.
f) demanda derivada – a demanda por bens organizacionais é oriunda da demanda por bens
de consumo, porque as empresas só comercializam o que tem mercado, ou seja, o que uma pessoa
ou um grupo de pessoas consumiriam. Por essa razão, é preciso acompanhar as tendências de
consumo.
g) demanda inelástica – não se altera com a mudança de preços. Se eu baixar o preço do sal,
por exemplo, ninguém vai consumir mais sal por causa disso. O consumo desse produto é limitado e
ninguém vai consumir mais só porque está barato.
h) demanda oscilante – a demanda por bens e serviços organizacionais tende a ser mais instável
do que a demanda por bens e serviços de consumo, isso porque se ocorrer um determinado aumento
no percentual da demanda de consumo, isso poderá levar a um aumento muito maior na demanda de
instalações, equipamentos e diversas variáveis envolvidas na produção adicional.
i) concentração geográfica dos compradores – para reduzir riscos de venda, alguns setores se
organizam de forma concentrada em determinadas regiões. Essa atitude também ajuda a reduzir custos
de venda. Por exemplo, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo (SP), temos a Rua São Caetano, conhecida
como a rua das noivas. Os lojistas preferem a concorrência por perto, pois isso atrai muitas possíveis
consumidoras para um único lugar.
42
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Nova tarefa – é a compra pela primeira vez, que envolve mais custos e riscos, pois o comprador nem
sabe se o produto terá ou não a qualidade esperada. Também o número de participantes no processo de
decisão de compra e a quantidade de informações colegadas podem fazer com que o tempo gasto com
a decisão final seja maior.
Para se venderem produtos e/ou serviços ao consumidor final é necessário entender a natureza
do seu comportamento: quando, por que, como e onde essas pessoas compram, ou não, os produtos
e serviços ofertados. É importante compreender o comportamento do consumidor para entender as
necessidades do mercado e assim desenvolver programas de marketing que as satisfaçam. As pessoas
frequentemente compram produtos ou serviços não apenas porque têm o intuito de satisfazer suas
necessidades e/ou desejos, mas também porque são influenciadas para tal.
Segundo Kotler (2006), existem fatores que influenciam na forma como o consumidor se comporta
e, em alguns casos, podem determinar sua compra: fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos:
a) Fatores culturais: a cultura é formada pelos valores, hábitos e crenças passados à sociedade
pelas gerações, por meio das instituições, escolas e igrejas. Esses fatores influenciam na forma de ser e
nos hábitos das pessoas. Assim, podemos observar que algumas regiões cultuam o uso de determinados
alimentos, objetos, vestuários, entre outros.
b) Fatores sociais: já vimos no início do livro-texto que as necessidades são inerentes ao seres
humanos, mas sua manifestação é moldada pela sociedade em que eles vivem. Existem muitas pesquisas
que demonstram como as influências sociais funcionam. Podemos identificar algumas:
Assim como explicou muito bem o autor, a sociedade, em muitos casos, dita o que a sua população
precisa consumir, é quase como o que precisamos ter para nos sentirmos pertencentes a determinado
grupo.
c) fatores pessoais – características pessoais como ocupação, idade, estágio do ciclo de vida e
valores também influenciam nas decisões de compra.
Perceba como você mudou a busca por produtos durante sua vida. Quando somos crianças,
parece que toda felicidade se resume em brincadeiras, ao nos tornarmos adolescentes outros desejos
tomam conta de nossas mentes e, com a chegada ao mundo adulto, as mudanças parecem ainda mais
constantes.
E não podemos nos esquecer dos valores, pois pessoas da mesma classe social, da mesma cultura
e até da mesma ocupação podem ter estilos de vida bem distintos. Daí entende-se porque algumas
pessoas optam por trocar de carro todos os anos e outras preferem investir o mesmo dinheiro em
viagens.
d) fatores psicológicos – segundo Kotler (2006), esse fator está relacionado à motivação,
percepção, aprendizagem e memória. Sobre motivação, de uma forma sucinta, estuda-se o que leva
o consumidor a encontrar um motivo para comprar e quais são as razões que influenciam em sua
decisão de compra. É preciso apreender a forma como o consumidor entende e percebe o mundo.
Essa percepção depende diretamente de estímulos físicos, do ambiente e também das condições
internas do consumidor.
44
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Figura 11 - Apesar de parecerem iguais, os consumidores têm hábitos e comportamentos diferentes que devem ser levados em
consideração.
Estratégico porque suas ações não podem ser aleatórias, tudo deve ser calculado, previsto, vislumbrado
com muita precisão. Curioso porque ele deve ter constante atenção às tendências, aos clientes, aos
concorrentes, ou seja, a todo o macro e microambiente. Isso porque ele deve saber transformar dados
em informações. E por que não informações em soluções para ampliar seus negócios? E comprometido
porque essa profissão requer dedicação, aprendizado constante, visão empreendedora e capacidade de
ouvir o outro. O profissional de marketing está 24 horas por dia envolvido em sua profissão, não por
obrigação, mas, sim, por prazer, porque o marketing envolve sua vida como um todo.
E, para ter essa visão, o profissional de marketing deve saber claramente o que é marketing:
45
Unidade I
Devemos observar, ainda, que hoje há necessidade de profissionais comprometidos com a ética e a
responsabilidade social e ambiental. Para Kotler (2010), isso está ocorrendo porque estamos presenciando
o surgimento de uma era em que as empresas estão sentindo a necessidade de se pautar em valores.
Em vez de tratar as pessoas simplesmente como consumidoras, os profissionais de marketing precisam
tratá-las como seres humanos.
No lugar de uma administração centrada apenas em lucros, encontra-se hoje a procura por soluções
que permitam a atuação sustentável das empresas, de forma a alcançar seus objetivos organizacionais,
oferecer soluções para problemas da sociedade e preservar o meio ambiente. Essa necessidade provém
da busca dos consumidores por soluções para satisfazer seu anseio de transformar o mundo globalizado
num mundo melhor.
Diante dessas observações, percebemos que o mercado busca um novo perfil de profissional, com
habilidades, posturas, crenças e visões que vão além daquelas já explicitadas, cada vez mais voltadas
para valores ambientais e sociais. Por isso, a necessidade de ressignificação e aprimoramento de
talentos.
46
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Uma empresa orientada pelo marketing acredita que o cliente seja o centro de seu lucro, por isso
gerencia suas ações para, mais do que satisfazê-lo e encantá-lo, criar soluções que melhorem sua
qualidade de vida.
Além de estarem cada vez mais bem informados, os clientes de hoje têm à disposição meios que
lhes possibilitam verificar os argumentos das empresas e buscar melhores alternativas. Daí surge o
questionamento: o que os fazem decidir por um produto em detrimento de outro? Acredita-se que os
clientes analisem qual oferta lhes proporciona maior valor. E os clientes procuram sempre maximizar o
valor dentro dos limites impostos pelos custos envolvidos na procura, pelas limitações de conhecimento,
mobilidade e renda.
O correto é que o marketing vende pela primeira vez por causa da propaganda. A segunda e a
terceira, nem sempre. Geralmente, o cliente volta porque ficou satisfeito com os produtos adquiridos.
Mas essa nova compra vai depender dos outros Ps de marketing, como o preço, a localização do
ponto de venda, a conveniência e a qualidade do produto. Se forem bons, farão toda a diferença e o
consumidor voltará.
O valor percebido pelo cliente baseia-se na diferença entre sua expectativa e o que ele realmente
adquire. As empresas podem maximizar o valor da oferta para o cliente não só por meio de benefícios
tangíveis e funcionais, mas também de benefícios intangíveis, como vantagens emocionais (status,
conforto e confiança, por exemplo).
Os consumidores possuem níveis diversificados de fidelidade a marcas específicas. Para entender esses
níveis é preciso compreender que um consumidor fiel é aquele que compra e indica constantemente
uma determinada marca, mesmo submetido a influências situacionais e mercadológicas.
Para aumentar o nível de fidelidade, a empresa deve desenvolver uma proposta de valor
competitivamente superior, dirigida a um segmento de mercado predeterminado, com o suporte de um
sistema de entrega de valor superior.
Analisando essas teorias defendidas pelo autor, podemos entender que os clientes têm expectativas
muitas vezes, maiores do que aquilo que eles conseguem expressar e procuram diferenciais que vão além
47
Unidade I
E isso, apesar de parecer, não é tão fácil assim, é preciso compreender que a satisfação é o sentimento
que brota após a compra de determinado produto ou serviço. Infelizmente esse sentimento nem sempre é
satisfatório, porque, dependendo da experiência, ele pode ser uma frustração resultante da comparação
entre o desempenho percebido e suas expectativas.
E, para criar soluções que alcancem a satisfação do cliente, é necessário conhecer como ele forma
suas expectativas, que, geralmente, vêm acompanhadas de ideias e conselhos de amigos, informações
prestadas pelos próprios fornecedores e também baseadas em experiência própria.
E a melhor maneira de entender as expectativas dos clientes é se aproximando deles. Para isso, é
preciso estreitar os relacionamentos, e essa é a orientação da estratégia de marketing de relacionamento.
Vamos saber mais a respeito?
Atualmente percebemos que a compra não termina quando o cliente sai da loja. Muito pelo contrário,
é a partir desse momento que ele cria uma imagem mais concreta da marca, isso porque realmente
experimenta o produto e/ou serviço, e, como já vimos, esse momento desperta um sentimento que pode
ser de satisfação ou de frustração.
Conscientes disso, as empresas têm buscado soluções para estreitar suas relações com os clientes,
assim maximizam seus lucros pela diminuição de rotatividade, reduzem esforços para reconquistá-los e
acabam atraindo outros pelo exemplo, porque as pessoas percebem a satisfação desse grupo e buscam
a mesma vantagem.
O relacionamento comercial não é um conceito novo, porém, hoje o crescente interesse das
organizações em desenvolver relacionamentos mais próximos com seus clientes privados e corporativos
é justificado por dois motivos principais, conforme explica Palmer (2006):
1. Competitividade do mercado: com consumidores cada vez mais exigentes e produtos extremamente
semelhantes, a solução encontrada para criar um diferencial é o relacionamento com o cliente, pois se
a empresa conseguir oferecer relações a longo prazo que tragam benefícios aos clientes, isso os deixará
mais próximos da empresa e da marca.
48
FUNDAMENTOS DE MARKETING
2. Avanço tecnológico: os bancos de dados estão cada vez mais surpreendentes; é possível traçar
perfil de consumidores, alimentar informações diversas, entre outras funções que permitem a criação de
estratégias personalizadas que até pouco tempo eram impensáveis.
Observação
Existem dois conceitos básicos associados à forma como a empresa quer perceber o ato da compra
e seu contato com o cliente e que farão toda a diferença em suas ações diretas com ele no processo de
comercialização de produtos e/ou serviços: a transação e a relação. É preciso saber se a empresa quer
oferecer aos clientes compras com base na transação ou na relação. Observemos abaixo algumas diferenças:
Diante das características apresentadas na figura acima, é possível observar que o autor defende,
ainda, que para implantar uma política de relacionamento com o cliente é preciso criar estratégias de
marketing que considerem fatores importantes como:
1. Características do produto: quanto maior for a complexidade do produto, maior será a necessidade
do cliente se relacionar com o fornecedor, isso porque normalmente produtos complexos geram
incertezas e o fornecedor precisa estar por perto para tranquilizar o cliente. Em serviços, também, há
uma necessidade maior de relacionamento, porque envolvem sempre o fator humano diretamente na
produção e no consumo, uma vez que os dois processos ocorrem simultaneamente. Um exemplo disso
é a prestação de serviço de corte de cabelo. Você precisa ter um contato direto com a cabeleireira no
momento do corte e, quanto melhor e mais estreito for seu relacionamento com ela, mais confiança e
credibilidade ela passará, uma vez que não é possível experimentar o serviço antes de comprá-lo.
49
Unidade I
Há também os clientes práticos que buscam resultados especificamente econômicos, não costumam
se importar com ações personalizadas, mas buscam segurança na relação comercial. Há ainda clientes
que sempre preferem procurar informações e compará-las antes de realizar uma compra. Conhecer
as expectativas do cliente facilita a adoção de ações que realmente as atendam, assim minimizam-se
esforços e traz-se mais eficácia no alcance dos objetivos propostos.
Antes de discutirmos sobre essa política, vamos ver o que os autores dizem sobre o assunto:
Como podemos observar nas citações acima, o marketing de relacionamento é uma política essencial
para atuar em um mercado competitivo, porque visa à conquista da preferência do cliente em meio a
tanta concorrência.
Quando Cobra (2003) comenta sobre os cinco níveis, ele se refere a como a empresa pretende se
portar perante o mercado. No nível básico, compreende-se como uma política que pretende atender
estritamente às necessidades primárias do cliente. Quando a empresa busca atender o mesmo ou
mais do que a concorrência, entendemos que ela atua no nível reativo. O nível responsável assume a
responsabilidade não apenas no ato da compra, mas acompanha o desempenho do produto, a reação do
cliente após o uso. Há casos em que o vendedor, logo após a compra, liga para o cliente, pergunta qual
50
FUNDAMENTOS DE MARKETING
foi a sensação sentida por ele e ainda investiga se há sugestões para a melhoria do produto. No nível
proativo, a empresa trabalha de forma a se antecipar às tendências, está sempre procurando surpreender
os clientes com soluções inesperadas. E, finalmente, no nível parceria, a empresa busca conquistar a
cumplicidade dos clientes, preocupa-se constantemente com sua satisfação e os veem como o centro de
seus negócios. Nesse nível é imprescindível que o produto tenha um pacote de benefícios que agregue
valor percebido pelo cliente.
No nível tático, os relacionamentos são utilizados como ferramentas de promoção de vendas. Ou seja,
a empresa busca uma ação promocional para se aproximar do cliente, como concursos que dão prêmios
para clientes que respondem à determinada pergunta via mensagem de celular, por exemplo. Somada
ao número de código do produto, essa pergunta pode estar no site, onde há diversas informações sobre
o produto. Nesse caso, o cliente aumentará o volume de compras da empresa, terá mais informações
sobre o produto e a empresa e, de certa forma, estará ainda mais próximo a ela. Um problema da
implantação desses programas promocionais é que o cliente pode apenas aproveitar a oportunidade,
se tornar leal à oferta do momento e não criar um vínculo emocional com a empresa e seus produtos.
No nível estratégico, a empresa investe em formas de reter o cliente, utilizando ações de cunho
financeiro, tecnológico e geográfico, entre outros. Um exemplo disso são os contratos feitos pelas
empresas de telefonia celular, com o prazo de doze meses, em que o consumidor é premiado com
um aparelho de celular, fidelizando-o assim por um ano. Um ponto negativo dessa estratégia é que
dificilmente se consegue construir laços emocionais com o cliente, e qualquer problema ocorrido nesse
período pode acarretar uma quebra de contrato ou, assim que ele acabar, o cliente pode se sentir livre
e migrar para o concorrente.
Figura 14 - Antes da internet, o telefone era o meio principal de relacionamento com clientes.
51
Unidade I
O quê e como fazer para que os clientes voltem a comprar do mesmo fornecedor? Quais são os
motivos que levam um consumidor a preferir uma marca em detrimento de outra? Essas perguntas
se repetem constantemente nas empresas. Vamos ver algumas dicas dadas por Palmer (2006),
baseadas em métodos usados por empresas que implantaram o marketing de relacionamento com
sucesso.
1º Satisfaça seu cliente: para conquistar a preferência do cliente, é preciso que ele se sinta satisfeito
ao adquirir o seu produto, porque não adianta ter soluções mirabolantes para comunicação, promoção de
vendas, preços baixos, entre outros, se o cliente não se sentir satisfeito. Um exemplo disso é o dito popular “o
barato saiu caro”, porque se o cliente não sentir satisfação ao usar o produto/serviço, de nada valerá o esforço
de marketing.
Existem raras exceções em que o cliente, mesmo insatisfeito, continua comprando da mesma
empresa, mas isso normalmente acontece por falta de opção. É o caso das companhias telefônicas,
que são campeãs de reclamação nos serviços de atendimento ao cliente e, mesmo assim, os cidadãos
precisam continuar utilizando os seus serviços por falta de concorrentes.
Para atingir altos níveis de satisfação, é preciso que todos os colaboradores tenham o mesmo
objetivo - surpreender o cliente -, pois se essa responsabilidade ficar a cargo apenas do departamento
de marketing, os objetivos de relacionamento dificilmente serão alcançados.
3º Agregue valor ao relacionamento: agregar valor ao produto apenas não é o suficiente. É preciso
que o relacionamento tenha valor percebido pelo cliente, ou seja, ele tem que ver vantagem em se
relacionar com sua empresa; para isso, ofereça privilégios a clientes que se predispõem a se relacionar
com sua empresa. Eles precisam saber, por exemplo, que têm um atendimento diferenciado em relação
a um cliente ocasional.
52
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Observação
4º Dificulte a saída de seu cliente: isso não significa criar um procedimento abusivo de cancelamento
de pedido e/ou contrato, e sim a construção de programas persuasivos para convencer os clientes a
mudarem de ideia no caso de insatisfação e não buscarem a quebra de contrato. Para isso, algumas
empresas fazem premiações para clientes que iam cancelar contratos e desistem, mas é fato que somente
as premiações não resolvem os problemas e é preciso solucioná-los rapidamente.
A competitividade está cada vez mais acirrada e torna-se difícil criar diferenciais. Por meio do
marketing de relacionamento é possível conquistar a preferência do consumidor, conscientizando-o de
que ele também recebe vantagens ao se relacionar com a empresa, tais como:
Observação
— Mercados-alvo
— Canais de marketing
— Concorrentes
— Públicos
— Forças macroambientais
No banco de dados é que se mantêm as informações necessárias à tomada de decisão. Ele pode ser
interno e externo à empresa, como sites de associações e publicações de entidades de classe, de ONGs e
também de órgãos do governo.
Alguns sites possuem aplicativos que reconhecem cada internauta por meio do número único de IP
(Internet Protocol) que cada computador conectado à rede possui. Dessa forma, o menu de navegação
do site é adequado ao perfil e aos interesses de cada cliente. É possível saber até as áreas do site que são
mais visitadas para assim fornecer produtos e serviços de acordo com a necessidade ou desejo de cada
cliente de forma individual. Isso tudo é feito de forma automática.
Para este trabalho, as empresas precisam ter uma mesma base de dados (internos e externos) e
usar várias ferramentas, como o SAC, o 0800, a internet, as pesquisas. Para a tomada de decisão com
qualidade, vários relatórios podem ser disponibilizados para as áreas, conforme a alimentação dessas
informações no database.
Por meio desses documentos e relatórios, pode-se descobrir, por exemplo, que metas não foram
atingidas por equipes de algumas filiais e o motivo do ocorrido. O gerenciamento dessas dificuldades
torna-se mais fácil para os gestores das áreas quando detêm grande número de informações.
54
FUNDAMENTOS DE MARKETING
55
Unidade I
Resumo
Exercícios
Questão 1 (ENADE 2009 – Prova Específica – Tecnologia em Marketing – q uestão 24). No quadro a
seguir, mostra-se como a multinacional XYX posiciona suas marcas de sabão em pó no mercado.
Nuvem Suave 99% puro- Sabão suave e delicado para roupas do bebê.
Onda Lavagem extraforte para a família: ”A Onda entra e a sujeira sai”.
Alegria Trata diferentes temperaturas de água: “Alegria para todas as temperaturas”.
Ganho Fragrância: “Estourando de frescura”.
Ousado Inclui amaciante: “Limpa, amacia e controla estática”.
Rápido Poder concentrado, menos bolhas, evita entupimento da máquina.
Baby Para roupas do bebê, com jojoba, amaciante natural da natureza.
56
FUNDAMENTOS DE MARKETING
Com base nesse quadro e nos seus conhecimentos sobre posicionamento, qual das alternativas
abaixo está incorreta?
A) A empresa procura diferenciar cada uma das suas marcas de sabão em pó por meio dos
posicionamentos desenvolvidos.
B) A XYZ cria o posicionamento para cada uma das marcas tendo em mente o segmento ao qual ela se destina.
C) O posicionamento de uma marca deve levar em consideração como as marcas concorrentes se
posicionam.
D) O posicionamento de uma marca deve levar em consideração o que seus consumidores (potenciais
e atuais) valorizam.
E) O posicionamento de uma marca é igual à imagem produzida na mente do seu consumidor.
A) Alternativa correta.
Justificativa:
A assertiva está correta porque cada marca tem um posicionamento diferente em função das
características e dos atributos desejados por grupos diferentes de consumidores.
B) Alternativa correta.
Justificativa:
A assertiva está correta porque cada marca se apresenta de forma a estabelecer um diferencial e ser
reconhecida pelos seus atributos e características junto aos seus públicos-alvo.
C) Alternativa correta.
Justificativa:
A assertiva está correta porque o esforço de diferenciação das marcas concorrentes ocorre também
em função do posicionamento.
D) Alternativa correta.
Justificativa:
A assertiva está correta porque os atributos referenciados devem pertencer ao conjunto de valores
do público-alvo.
57
Unidade I
E) Alternativa incorreta.
Justificativa:
A assertiva está incorreta porque o esforço de posicionamento parte da identificação das imagens
e valores que o cliente tem em relação ao produto. O cliente pode perceber de forma diferente o que a
empresa pretende transmitir e, neste caso, o posicionamento estaria equivocado.
Questão 2 (ENADE 2009 – Prova Específica – Tecnologia em Marketing – questão 35). Enquanto
faz compras de supermercado, Felipe, pai de dois filhos, se pergunta: “qual é mesmo o nome daquele
biscoito de que as crianças tanto gostam?” Assinale a alternativa que, neste caso, indica qual o papel
das crianças na decisão de compra.
A) Compradores e influenciadores.
B) Compradores e usuários.
C) Influenciadores e usuários.
D) Iniciadores e compradores.
E) Iniciadores e decisores.
58