Materiais de Construção Civil e Os Sistemas Construtivos
Materiais de Construção Civil e Os Sistemas Construtivos
Materiais de Construção Civil e Os Sistemas Construtivos
O conhecimento dos materiais de construção civil aplicados aos sistemas construtivos como
forma de garantir um bom desempenho e qualidade final das edificações.
PROPÓSITO
Conhecer os corretos materiais de construção aplicados aos diversos sistemas construtivos
como subsídio para especificação adequada de serviços, bem como o acompanhamento e
fiscalização dos trabalhos de execução desses processos construtivos no canteiro de obras.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora
científica, ou use a calculadora de seu smartphone/computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 3
Identificar os tipos de lajes moldadas in loco: maciças e steel deck; nervuradas e bubbledeck e
lajes pré-moldadas
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Atualmente, na construção civil, existe uma variada gama de sistemas construtivos para a
execução de uma infinidade de tipos diferentes de edificações.
Um sistema construtivo é uma tecnologia e/ou um método pelo qual uma edificação é erigida.
Para a escolha de um sistema construtivo de determinada edificação, é imprescindível que
realizemos um estudo minucioso a fim de reconhecer o método construtivo mais adequado
para cada situação e para os diferentes tipos de obras.
Dada a grandes diferenças regionais — muitas vezes, internas entre elas —, é importante
também que verifiquemos a disponibilidade dos produtos e serviços antes da adoção final do
sistema construtivo. Além disso, devemos levar em consideração — antes da tomada de
decisão por determinado processo — o planejamento da obra, o tempo de execução possível,
a verba disponível, a tipologia da edificação e sobretudo as questões ambientais, uma vez que
o sistema construtivo adotado pode interferir no custo da construção, no tempo de obra e nas
questões de qualidade estética.
MÓDULO 1
INTRODUÇÃO
Nosso método construtivo mais empregado é, sem dúvida alguma, a alvenaria convencional,
porém novas tecnologias mais racionalizadas e econômicas estão surgindo e sendo utilizadas.
Entre os vários sistemas construtivos, os que mais predominam são: alvenaria convencional,
alvenaria estrutural, fechamentos com placas pré-moldadas e steel frame.
Após a execução das alvenarias de suporte ou de fechamento de uma edificação, os
revestimentos são a continuidade natural do processo construtivo convencional. Para tanto,
fazemos uso de argamassas e, posteriormente, como proteção final e acabamento, são
executadas as pinturas.
Assista ao vídeo no qual o professor fala sobre paredes de vedação internas e externas:
As alvenarias como método construtivo podem ser portantes ou apenas para vedação. Além
disso, podem realizar fechamentos externos, que devem apresentar proteção contra as
intempéries, resistência à umidade e à pressão do vento. Trataremos inicialmente das
alvenarias de fechamento, ou seja, aquelas que não tem função estrutural.
PORTANTES
VEDAÇÃO
Fechamento entre cômodos contíguos, não sendo dimensionada para suportar outras cargas
além do peso próprio.
Em sua grande maioria, esses fechamentos são realizados com uma infinidade de materiais
construtivos, como: tijolos maciços, blocos cerâmicos, blocos de concreto, blocos de adobe,
tijolos de solo-cimento, tijolos sílico-calcáreos, blocos celulares (leve), blocos de gesso, placas
pré-moldadas, entre tantos outros.
BLOCOS DE ADOBE
O bloco de adobe é um dos tijolos mais antigos utilizados na construção. Ele é composto de
terra crua, água, palha e fibras naturais, como esterco de gado, por exemplo.
ATENÇÃO
Muitas vezes, ele é utilizado para a execução de fundações, o que é desaconselhável, tendo
em vista que a umidade proveniente do solo possa deteriorar o material.
Relativamente à aparência dos tijolos, a Norma NBR 7170 recomenda que os tijolos não
apresentem defeitos sistemáticos, como por exemplo: arestas vivas e cantos resistentes,
quebras e fissuras, deformações, superfícies irregulares e desuniformidade de cor.
Exceto pela moldagem que é feita através do processo de extrusão, os blocos cerâmicos são
produzidos a partir de argilas como os tijolos maciços (secagem e queima).
PROCESSO DE EXTRUSÃO
A extrusão permite que os blocos sejam fabricados com furos ao longo do seu comprimento,
que facilitam o ajuste de dimensões, bem como a possibilidade de rasgos para instalações
elétricas e hidráulicas, sem a destruição do material.
SAIBA MAIS
Embora os blocos de concreto para alvenaria sejam normatizados pela ABNT através das
Normas: NBR 12.118/2007— Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria / Métodos
de Ensaio e NBR 6.136/2008 — Requisitos para Blocos de Concreto; existem uma infinidade
de fábricas espalhadas pelo Brasil que produzem esse material das mais diversas formas,
muitas vezes sem critérios técnicos mínimos. Assim, nos cabe verificar a procedência desses
insumos de maneira que não tenhamos nenhum comprometimento técnico ou estético que
desqualifique uma edificação.
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Dada a precisão da sua forma prismática, favorece o assentamento, por conta da redução da
quantidade de argamassa e a planicidade das paredes, permitindo a aplicação de argamassa,
revestimento cerâmico ou gesso diretamente sobre ele.
Devido ao seu processo de fabricação, os blocos de concreto possuem maior resistência
mecânica, diminuindo riscos de quebra no transporte e o desperdício de material nos canteiros
de obra.
Os furos verticais facilitam a implantação das tubulações elétricas e hidráulicas que podem
percorrer seu interior, evitando recortes na alvenaria que, por sua vez, diminui a quantidade de
entulho e evita o retrabalho de recuperação da alvenaria para posterior revestimento.
O BLOCO DE CONCRETO E A
SUSTENTABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL
Atualmente, as questões voltadas para a sustentabilidade estão entre os assuntos que mais
produzem pesquisa no campo da Construção Civil. Muitas dessas investigações frutificaram de
tal maneira que já se encontram produtos sustentáveis sendo comercializados no mercado.
ATENÇÃO
A fim de uma mudança da base produtiva na Construção Civil — que se utiliza intensivamente
da força de trabalho — para um modelo mais moderno, como a pré-fabricação, seria
necessária a aplicação de princípios da filosofia industrial (que necessitaria, por sua vez, de
estudos aprofundados em relação às questões sociais, dado ao enorme contingente de mão de
obra empregada na construção civil), função de todo o processo construtivo que deve ser
iniciado pelo projeto da construção.
SAIBA MAIS
Quando falamos da qualidade das placas pré-moldadas, significa dizer que o objetivo final é de
que os produtos e serviços correspondam as expectativas do empreendedor e do usuário. Isso
se inicia desde o estudo preliminar do projeto na prancheta do arquiteto, continuando com a
produção de componentes nas fábricas e em observância ao cronograma de entrega e de
montagem do sistema construtivo pré-fabricado com os operários da obra.
As características das argamassas variam a depender da utilização para a qual elas são
preparadas: seja para assentamento ou seja para revestimento, ambas com suas várias
possibilidades aplicativas. Elas têm a função de propiciar proteção aos vários elementos
construtivos, além das questões estéticas. Assim, as argamassas possuem parcela significativa
de responsabilidade sobre a durabilidade das edificações.
Uma boa argamassa deve atender minimamente a algumas condições, como por exemplo:
COMPACIDADE
IMPERMEABILIDADE
Característica fundamental, visto que impedirá a infiltração de água, uma das patologias que
mais deterioram uma edificação.
ADERÊNCIA
Qualidade que propicia a boa união entre as diversas unidades por ela coladas, assim como,
para o caso das argamassas de revestimento, cria a ancoragem no material a ser revestido.
ARGAMASSA ARTESANAL
A quantidade de água varia de acordo com a plasticidade que se deseja em função do destino
para o qual está sendo preparada. A água deve ser adicionada um pouco antes da aplicação da
argamassa, sendo fundamental que esteja limpa.
ARGAMASSA INDUSTRIALIZADA
As instruções de uso indicadas na embalagem pelo fabricante precisam ser seguidas à risca,
como forma de garantir a qualidade da aplicabilidade do produto.
É fundamental a utilização da correta argamassa para cada tipo de aplicação, tanto por
questões funcionais, quanto pela qualidade da obra. São encontradas no mercado diferentes
tipos de argamassa, pronta de acordo com a necessidade de cada tipo de aplicação, como por
exemplo:
AC-1
AC-2
AC-3
AC-3 E
É indicada para utilização em interiores, para assentamentos de cerâmica, exceto para
aplicação em saunas e estufas (locais quentes e úmidos).
É a mais resistente, atuando como colante e revestimento. Tem ótimo desempenho para
colocação de cerâmica e porcelanato, mármores e granitos, revestimentos de fachadas,
piscinas, saunas, estufas e em locais que não recebam insolação diretamente.
Trata-se de uma variação da AC-3 utilizada em locais que recebem insolação direta, e além
das características das demais argamassas possui maior tempo de cura.
TINTAS PARA CONSTRUÇÃO CIVIL
Entendemos por tinta o material que se destina a proteger, cobrir, colorir superfícies (para o
caso da Construção Civil) ou objetos (genericamente). Empregada em estado líquido, a tinta
enrijece por meio de reações químicas, tornando-se uma película resistente, porém flexível (na
grande maioria das vezes), e aderente à superfície onde foi aplicada.
Nas edificações, as tintas se aplicam como proteção, decoração e/ou sinalização a depender
do local a ser pintado:
PROTEÇÃO
Como necessidade técnica contra as intempéries e agentes biológicos (fungos).
DECORAÇÃO
Por necessidade arquitetônica para proporcionar qualidade estética.
SINALIZAÇÃO
Para destaque da distinção de canalizações expostas através de cores.
No mercado nacional, encontramos diversos tipos de tintas e padrões de cores. Na sua grande
maioria, exceto as pinturas à base de cal (que é um produto natural), são materiais poliméricos
(derivados de petróleo) que agridem o meio ambiente, portanto, devem ser usadas de maneira
racionalizada, sem desperdícios.
O processo de pintura de uma superfície envolve basicamente três procedimentos: limpeza da
superfície (lixamento); aplicação de massas (para pequenas correções da argamassa de
revestimento, por exemplo); fundos preparadores ou seladores; e a aplicação da tinta de
acabamento.
Preparar uma superfície para a pintura é deixá-la em condições para o recebimento da tinta de
acabamento (ou proteção), de modo que tenha qualidade e durabilidade. Nenhuma tinta, por
melhor que seja, trará bons resultados se a superfície a ser pintada não for preparada
adequadamente.
As superfícies que serão pintadas deverão estar limpas; secas, sem poeira e livres de
umidades ou de gorduras e ferrugem, entre outros problemas. Independentemente se a parede
tiver aspecto liso ou rugoso, não deve haver poros que possam absorver em demasia a tinta.
ATENÇÃO
O não preparo ou o preparo indevido de uma superfície propiciam uma pintura com pouca
durabilidade, aparência desagradável e a possibilidade de apresentar vários defeitos futuros,
inclusive descascamento. Lembrando que uma boa pintura sempre valoriza uma edificação e,
assim, trará satisfação ao cliente consumidor.
Grosso modo, todas as tintas são preparadas com quatro componentes básicos:
VEÍCULOS
É o aglutinante da tinta, a parte líquida que adere e fixa o pigmento na superfície pintada,
formando um filme, ou película, quando enrijecida. Existem vários tipos de veículos, sendo que
veículos diferentes produzirão tintas com propriedades físicas e químicas diferentes,
distinguindo cada tipo de tinta que, normalmente, de acordo com o veículo utilizado acaba por
nominá-la, como por exemplo: resistente a intempéries, ambientes internos, resistente ao calor,
contra fungos, luminescentes, fosforescentes, entre tantas outras possibilidades.
Os veículos mais conhecidos empregados na fabricação de tintas são: Óleos Secantes: óleos
vegetais da semente do linho, do tungue, da oiticica e do algodão; Resinas Naturais: goma-
laca, copal (extraído de árvores tropicais) e látex (seringueiras) e Resinas Sintéticas: alquídica,
fenólica, epóxica, acrílica, vinílica, PVA (Poly Vinyl Acetate) Acetato de Polivinila.
As resinas sintéticas são as mais empregadas e por serem poliméricas (um subproduto do
refino do petróleo) são fabricadas em maior escala por conta da disponibilidade da matéria-
prima. Graças à tecnologia do processo de fabricação, possuem melhores qualidades de:
aderência, flexibilidade, resistência, rendimento, lavabilidade e durabilidade.
PIGMENTOS
São nada mais que minúsculas partículas sólidas insolúveis nos veículos que promovem a
coloração das tintas (pigmentos ativos). Além das infinitas possibilidades de cores, os
pigmentos ainda incorporam resistência mecânica à abrasão e proteção aos raios ultravioletas,
além de consistência, ou seja, a possibilidade de polimento (lixamento) e o brilho das tintas
(pigmentos inertes).
São exemplos de pigmentos ativos, o óxido de ferro, o óxido de chumbo (zarcão), o cromato de
zinco; e dos pigmentos inertes, o silicato de magnésio (talco), o sulfato de cálcio (gesso), o
caulim (argila), o carbonato de cálcio (calcita), entre outros exemplos.
Em resumo, os pigmentos ativos colorem e dão poder de cobertura, ao passo que os inertes,
dão consistência, brilho, dureza e possibilidade de lixamento.
SOLVENTES
Os solventes são líquidos (muitas vezes orgânicos) que tornam as tintas menos espessas de
modo a facilitar sua aplicação. Ao tornar a tinta menos viscosa, os solventes influenciam na
formação da película, que adere a superfície pintada por meio de reações químicas aéreas ou
com os catalisadores, de maneira a promover a comutação do estado líquido ao endurecimento
dos veículos que fixam os pigmentos na superfície.
Para cada tipo de tinta existe um solvente específico, os mais comuns são: a água (que é um
solvente universal), a aguarrás, o querosene e o thinner.
ADITIVOS
Os aditivos são substâncias químicas adicionadas em pequenas quantidades para atuarem
como elementos auxiliares, melhorando as propriedades e, por consequência, as qualidades
das tintas. Em geral são plastificantes, fungicidas, secantes e evitam a sedimentação, entre
outras propriedades.
TIPOS DE TINTAS
Apesar do mercado oferecer uma infinidade de tipos de tintas, massas e outros produtos para
aplicação em revestimentos interno e externos, é muito importante o conhecimento e a escolha
dos tipos de tintas a serem aplicados adequadamente nos locais, de modo que a pintura se
conserve por mais tempo, além da qualidade estética.
Por conta dessa grande variedade de opções, é relevante que saibamos algumas diferenças
básicas entre os grandes grupos de tintas:
CAIAÇÃO
Trata-se de um dos tipos de pintura mais antigos que existem. É na verdade uma calda (ou
nata) preparada com água e cal hidratada (muitas vezes também se adicionam pigmentos
coloridos e algum adesivo a título de auxiliar na fixação do material na parede). Ao ser aplicada
numa parede, por exemplo, endurece devido à ação do gás carbônico, aderindo assim à
superfície.
Podemos dizer que é uma tinta natural, econômica e higiênica, entretanto não tem um
desempenho muito satisfatório quanto à qualidade estética (de difícil comparação às tintas PVA
ou acrílica) exceto para o consumidor que deseje aspecto rústico na sua edificação.
TINTA A ÓLEO
Neste caso, o veículo é exclusivamente um produto à base de óleo (normalmente de linhaça),
mas pode também ser combinado com outras resinas sintéticas. Sua aplicação é geral em
diferentes locais de uma edificação, em madeiras, ferragens, tijolos, rebocos etc. Entretanto,
nos ambientes com presença de umidade, não é aconselhável seu uso, como forros de
banheiros, por conta do vapor do chuveiro e da possibilidade de formação de mofo.
ESMALTE SINTÉTICO
Com basicamente as mesmas aplicações da tinta a óleo, o esmalte sintético usa como veículo
compostos de resinas sintéticas alquídicas ou resinas epoxídicas e, desse modo, apresentam
melhores propriedades e maior durabilidade se comparado com as tintas a óleo.
VERNIZES
Os vernizes são tintas que possuem óleos vegetais como veículos, além de poderem ser
misturados às resinas sintéticas, geralmente são brilhantes e transparentes, uma vez que não
têm pigmentos corantes. São muito empregados no tratamento de madeiras e de materiais
cerâmicos. Exatamente pela falta de pigmentos, a durabilidade dos vernizes é baixa quando
comparada a outras tintas.
Os vernizes sintéticos são mais resistentes pela presença de polímeros, tanto interna quanto
externamente. Neste caso, alguns fabricantes introduzem aditivos do tipo "filtro-solar" como
forma de aumentar a durabilidade, mesmo assim, todos os vernizes exigem manutenção
periódica.
As duas principais variações de tintas laváveis são à base de PVA (tem como veículo o
poliacetato de vinila), mais econômica, e a Acrílica (tem resina acrílica como veículo). Embora
seja mais cara, a Acrílica garante maior durabilidade e melhor facilidade de manutenção (fácil
de lavar).
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
Como vimos, a maneira convencional de execução de obras é o método de construção mais
utilizado no Brasil. Sua estrutura é realizada por meio de lajes, vigas e pilares moldados in loco,
e as divisões entre os cômodos é executado por uma alvenaria convencional confeccionada
por tijolos maciços, blocos cerâmicos, blocos de concreto, entre outros materiais.
ATENÇÃO
BLOCOS DE CONCRETO
SAIBA MAIS
Os Bloco de Concreto Estrutural são normatizados por meio das NBR 12118 (Blocos Vazados
de Concreto Simples para Alvenaria - Métodos de Ensaio) e NBR 6136 (Blocos Vazados de
Concreto Simples para Alvenaria - Requisitos), que definem as características básicas mínimas
exigidas dos blocos de concreto, como dimensões, resistência, absorção, umidade e retração.
Os blocos de concreto apresentam muitas características vantajosas para sua utilização, como
por exemplo:
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Possuem resistências à compressão entre 4 e 16 MPa, a depender da necessidade estrutural.
A principal utilização dos vazios no interior dos blocos consiste no preenchimento com graute
(microconcreto), como veremos a seguir.
SAIBA MAIS
Elas são normatizadas segundo a NBR 13281 (Argamassa para Assentamento e Revestimento
de Paredes e Tetos - Requisitos) da ABNT.
Este tipo de argamassa deve ser preparado segundo o traço recomendado pelo projetista
estrutural e tem como funções básicas juntar (unir) os blocos, de maneira a uniformizar e
transmitir as tensões entre eles, absorver pequenas deformações e prevenir a entrada de
intempéries na execução das paredes externas.
A aderência (entre as paredes dos blocos) é a mais importante característica de uma boa
argamassa. Ela evita o deslocamento entre os blocos e a argamassa, além de garantir que o
conjunto bloco + argamassa + bloco se deformem igualmente.
ATENÇÃO
Outro fator de suma importância é a garantia da resistência à compressão, que não deve ser
inferior a 70% da resistência à compressão do bloco em relação à área líquida.
CAUTELAS RELATIVAS À APLICABILIDADE DA
ARGAMASSA
A partir das características que apontamos, o uso da argamassa em conjunto com o bloco
estrutural requer alguns cuidados especiais:
As juntas entre os blocos devem ser mantidas de maneira uniforme e com pouca espessura, já
que quanto maior for a altura da junta, menor será a resistência do conjunto da alvenaria.
Quanto mais indeformável for o bloco, menor resistência terá a parede, pois sendo o bloco
mais rígido do que a argamassa, as tensões de tração transversais na ligação entre a
argamassa e o bloco aumentam, diminuindo a resistência da parede.
Como as argamassas industrializadas são produzidas por um processo fabril, ela é um produto
mais constante e homogêneo e, portanto, mais recomendada para o assentamento dos blocos
estruturais, entretanto as condições de mistura e a quantidade de água a ser adicionada devem
ser rigidamente seguidas conforme a especificação do fabricante, além de ser usada no
máximo até uma hora e meia após ser preparada com adição da água.
SAIBA MAIS
O graute é normatizado pela NBR 8798 (Execução e Controle de Obras em Alvenaria Estrutural
de Blocos Vazados Concreto - Procedimento) como o material para encher os vazios dos
blocos e canaletas para juntamente à armadura (existente na maioria das vezes), também
inserida nesses espaços, aumentem a capacidade portante da alvenaria.
É composto de cimento, agregados miúdos e graúdos, água e cal (em doses mínimas) ou outro
plastificante para ajudar na trabalhabilidade do material e na retenção de água de hidratação
da mistura. Genericamente, o graute deve contemplar as principais características seguintes:
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A resistência à compressão não deve ser inferior a 15 MPa, para elementos de alvenaria
armada, que deve ser atingido através da manipulação de seu traço.
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O agregado graúdo é o pedrisco, e não pode ser maior que 12,5 mm (Brita 0).
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Alta plasticidade para preencher totalmente os vazios dos blocos, com um fator água-cimento
entre 0,8 e 1,1.
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Teste Slump deve ser em torno de 25 cm.
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Adensamento deve ser feito manualmente com o auxílio de uma barra metálica. Não usar em
hipótese alguma vibrador, pois eles destroem as paredes dos blocos.
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Quando necessário, adicionar aditivos plastificantes e antirretração.
ATENÇÃO
O graute deve estar solidariamente ligado e aderido tanto às armaduras quanto ao bloco de
modo a formar um conjunto único. O graute de preenchimento dos vazios das alvenarias
estruturais tem as funções de:
Aumentar a resistência à compressão do conjunto da parede.
Impedir a corrosão.
A resistência do graute deve ser compatível com a resistência do bloco, de maneira que
possuam valores próximos, fazendo com que seus módulos de elasticidade sejam
correspondentes. Como a área que efetivamente trabalha no bloco é 50% do seu tamanho (o
resto é oco) devemos adotar a resistência do graute como sendo o dobro da resistência
nominal dos blocos.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
As lajes são elementos estruturais, em sua grande maioria, planos bidimensionais, (duas
dimensões, o comprimento e a largura, tem tamanhos muito maiores que a terceira dimensão,
a espessura). As lajes são também chamadas elementos de superfície ou placas, e podem
também ser executadas em formato de abóbadas e cúpulas.
As nossas estruturas correntes se destinam a receber a maior parte das cargas aplicadas
numa construção: pessoas, mobiliário, pisos e revestimentos, paredes, e os mais variados tipos
de carga em função da finalidade arquitetônica para o qual determinado espaço está
destinado.
De forma geral, as ações incidem sobre o plano da laje de maneira perpendicular, podendo,
para efeito de cálculo estrutural, ser consideradas distribuídas na área (para o caso de
pessoas, mobiliário, pisos etc.); distribuídas linearmente (para o caso de paredes, por exemplo)
ou concentradas (para uma carga específica).
Quase sempre as lajes são apoiadas em suas bordas, isto é, transmitem suas cargas para as
vigas de apoio. Embora bem menos comuns, lajes com uma ou duas bordas livres não é difícil
de ocorrer na prática. Nas edificações convencionais, as lajes maciças contribuem com
aproximadamente 50% do total do consumo de concreto.
Eventualmente, nas chamadas lajes lisas ou lajes cogumelo, as cargas são transmitidas
diretamente para os pilares. É uma estrutura muito comum em áreas como estacionamentos e
garagens, que necessita vencer grandes vãos como forma de otimizar os espaços.
LAJE MACIÇA
Como o próprio nome diz, laje maciça é aquela composta por concreto armado (através de uma
malha de armaduras longitudinais e transversais) e apoiada em vigas ou paredes ao longo das
suas bordas (embora existam situações da inexistência de apoio em uma ou mais bordas — o
caso extremo é o das marquises que são engastadas em apenas uma das bordas).
ATENÇÃO
A diferença entre a laje, que convencionalmente chamamos de maciça, para a laje cogumelo é
o fato desta última também ser maciça e não possuir apoios de borda, e suas cargas e ações
serem transferidas e sustentadas diretamente pelos pilares.
Embora demandem mais tempo (por conta da cura do concreto) que outros métodos, em
edifícios de múltiplos pavimentos e em construções de médio/grande porte, as lajes maciças
são as mais comuns.
As lajes maciças de concreto armado convencional são projetadas para os mais variados tipos
de construção, além de serem mais resistentes a patologias, como rachaduras. São
empregadas geralmente em construções que possuem volume considerável de estruturas de
concreto, como edifícios verticais (residenciais, comerciais etc.), edificações institucionais como
escolas, hospitais e uma infinidade de outras possibilidades.
Esse tipo de laje tem pouca aplicação em edificações residenciais e outras construções de
pequeno porte, uma vez que as lajes maciças (nervuradas pré-fabricadas com recobrimento
com uma capa de concreto) são mais práticas em termos de economia e trabalhabilidade. E
porque também consomem muitas fôrmas (geralmente de madeira), que para o caso dos
edifícios verticais, não são dispendiosas, por serem reaproveitadas por diversas vezes na
repetição dos andares.
As lajes maciças possuem, normalmente, espessuras que variam entre 7 e 15 cm. A norma
brasileira não permite espessuras menores do que 7 cm, por conta da possibilidade de
acentuada flecha, recobrimento das armaduras (principalmente dos negativos), instalação de
tubulações elétricas etc. Acima de 15 cm, o peso próprio começa a ficar muito acentuado,
comprometendo a peça estrutural, podendo-se usar, nessas situações, lajes nervuradas (como
veremos a seguir) que vencem grandes vãos e pesam muito menos comparativamente com as
lajes maciças.
LAJES COGUMELO
Dentre as possibilidades das lajes maciças de concreto armado, encontramos as lajes tipo
cogumelo, que não fazem uso de vigas para descarregar seus esforços por serem apoiadas
diretamente sobre pilares. Ela é mais onerosa, porque como não necessita de vigas, sua altura
é aumentada como forma de reforço, levando ao maior consumo de concreto e aço.
Ainda como forma de reforço do apoio da laje sobre o pilar, muitas vezes, são executados
capiteis, quadrado ou circular na “cabeça” do pilar.
As lajes cogumelo são projetadas principalmente pelo fato de cobrirem grandes vãos e pela
facilidade na hora da confecção das formas e da colocação da armação, pois como não
necessitam de vigas são muito práticas.
Além da questão estética relativa ao visual da continuidade espacial pela ausência de vigas,
esse fator facilita a execução das fôrmas e armações, principalmente se comparada a outros
tipos de laje moldadas in loco, como a nervurada, por exemplo.
Laje cogumelo
ATENÇÃO
É preciso uma atenção especial às lajes cogumelo relativamente ao cisalhamento (quebra) nos
pilares, visto que, por não conter vigas, ele estará sujeito a um alto grau do fenômeno chamado
de punção, ou seja, de acordo com o índice da tensão muito elevado na cabeça do pilar, ele
poderá vir a furar a laje. Para combater esse efeito, podemos realizar um reforço através da
implantação de capiteis na cabeça dos pilares, ou até mesmo aumentarmos a seção do pilar.
O steel deck é um tipo de laje mista na qual se utiliza uma espécie de telha metálica trapezoidal
com dupla função: como fôrma autoportante durante a concretagem, e como armação positiva
da laje após a cura do concreto. Um diferencial importante em relação ao método tradicional é
que a telha não serve apenas de fôrma, mas continua na laje mesmo depois da concretagem,
recebendo daí o nome de telha-fôrma.
Como sabemos, o aço resiste muito bem aos esforços de tração, e o concreto, aos de
compressão. Esse conjunto é uma excelente combinação, propiciando uma série de benefícios
construtivos. Dado que o aço e o concreto interagem formando um conjunto solidário, o peso
da estrutura acaba sendo reduzido se comparado com uma outra estrutura convencional que,
por sua vez, traz economia ao processo estrutural.
SAIBA MAIS
A observância das normas NBR 8800 — Projeto de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas
de Aço e Concreto de Edifícios, e NBR 16421 — Telha-Fôrma de Aço Colaborante para Laje
Mista de Aço e Concreto - Requisitos e Ensaios garantem o padrão de qualidade para adoção e
execução desse método construtivo.
As telhas-fôrma são feitas com chapas de aço especial zincado e possuem grande
disponibilidade de padrões de dimensões, tanto em relação ao comprimento, largura e
espessura. A observância dessas informações no momento da aquisição do material é
importante, pois impacta diretamente no processo construtivo, visto que quanto maior a
espessura da chapa, maior o vão máximo sem escora. Entretanto, para cada tipo de edificação
(em função do vão, da carga etc.) haverá um material adequado para a correta aplicação.
LAJES NERVURADAS
Trata-se de um tipo muito particular de estrutura utilizada geralmente para vencer grandes vãos
(sem apoio de colunas) possibilitando diferentes layouts arquitetônicos e de grande qualidade
estética pela sua apresentação muito elegante. Para lajes cuja distância entre as nervuras é
maior do que um metro, chamamos essa laje nervurada de laje grelha.
No caso da laje nervurada, as nervuras são como pequenas vigas que colocadas próximas
umas das outras e recobertas por uma fina laje suportam os esforços estruturais. Ela possui
seção em “T”, ou seja, uma sucessão de “Tes” colocados justapostos formando a laje. Dessa
maneira, a laje fica constituída de uma mesa-alma que recebe os esforços de compressão,
enquanto a armadura inserida na face inferior das nervuras resiste aos esforços de tração.
Resumindo, nesse tipo de estrutura de laje, a zona de tração é a nervura e a zona de
compressão uma mesa.
Entre as nervuras, o espaço pode ficar vazio ou pode ser preenchido com materiais inertes com
blocos de cerâmica, de concreto celular, ou de isopor de (EPS); esse peso adicional é muito
pequeno e não compromete a resistência final do conjunto. Os elementos inertes propiciam o
alívio do peso da estrutura pela retirada do concreto que estaria na zona tracionada (caso a laje
fosse maciça), melhorando a eficiência da estrutura.
Para vãos acima de 7,0 m, a espessura da laje maciça inviabilizaria sua execução, de modo
que, nessa situação, a laje nervurada é a melhor solução técnica. Para perímetros
relativamente quadrados, é indicado o uso da modulação das nervuras nas duas direções. Nos
casos de espaços retangulares, em que uma dimensão é muito maior que a outra, é
recomendado o uso das nervuras em apenas uma direção dispostas no sentido do vão menor.
ATENÇÃO
A execução das lajes nervuradas requer mão de obra especializada, tanto pela execução da
fôrma, quanto pela colocação das armações no interior das nervuras, além do cuidado na
concretagem para que não haja espaços vazios (principalmente no fundo das nervuras),
exigindo atenção no processo de vibração do concreto.
Como as nervuras exigem uma altura maior do que as lajes maciças convencionais, existe a
necessidade de que, na fase do projeto arquitetônico e estrutural, o tamanho do pé-direito seja
equalizado com as alturas úteis da edificação. Outro fator que exige atenção é a
compatibilização dos projetos de instalações prediais, que podem encontrar obstáculos nesse
sistema estrutural.
BUBBLEDECK
O bubbledeck é um sistema construtivo desenvolvido nos últimos anos para diminuição do
peso das lajes com a introdução de esferas de plásticos que criam vazios no interior do
concreto. Grosso modo, seria um misto entre uma laje cogumelo e uma laje nervurada. A laje é
plana (sem as reentrâncias e saliências das nervuras) e as bolas plásticas ocupariam o espaço
vazio entre as nervuras (de uma laje nervurada). As principais vantagens desse sistema
estrutural estão na maior agilidade de execução, redução de custo e de impacto ambiental.
As esferas de plástico polipropileno são instaladas de maneira uniforme entre telas de aço
numa espécie de “gaiolas” de aço, para ocuparem a zona neutra do concreto (sem função
estrutural). Esse método construtivo elimina o volume de concreto de uma laje, reduzindo
significativamente seu peso próprio, fazendo com que as lajes fiquem mais leves sem perder a
resistência.
A implantação de tais elementos plásticos elimina até 35% do peso de uma laje normal,
minorando as cargas permanentes elevadas. Esse alívio do peso influi não só nas lajes, mas
também nos pilares, que poderão ser mais esbeltos, permitindo redução nas fundações.
O sistema bubbledeck traz consigo vários benefícios para a edificação como um todo, por
exemplo:
Liberdade de projetos arquitetônicos com layouts flexíveis que facilmente se adaptam a curvas
e formatos irregulares.
Aumento do intercolúnio (distância entre eixos de colunas) possibilitando aumento de até 50%
se comparado com as estruturas tradicionais.
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Por ser laje plana, propicia aumento significativo de pé-direito.
O sistema bubbledeck pode ser empregado numa variedade de estruturas nas quais a laje
maciça seja a mais indicada, como edifícios residenciais, comerciais, hotéis, indústrias,
escolas, estacionamentos etc., já que apresenta uma solução técnica que otimiza os projetos
(arquitetônicos e técnicos), melhorando consideravelmente a performance relativamente à
redução de custos, além de possibilitar agilidade dos trabalhos, diminuindo, assim, os custos
com mão de obra, entre tantas outras vantagens.
LAJES PRÉ-FABRICADAS
As lajes pré-fabricadas são constituídas por vigas pré-fabricadas (vigotas) de concreto,
elementos inertes de enchimento, armadura complementar (de distribuição negativa) e de
travamento, além de preenchido com uma capa de concreto. Existem inúmeros tamanhos
predeterminados pelos fabricantes que conseguem satisfazer as variadas necessidades das
obras.
Como é um sistema de fácil montagem e não exigi mão de obra especializada, torna-se uma
opção eficiente e de baixo custo se comparada a outros tipos de laje. Sua distribuição é
unidirecional e muito semelhante às lajes nervuradas armadas em uma só direção. As vigotas
são fundidas na fábrica na forma de um “T” invertido, cuja altura varia de acordo com a
necessidade especificada pelo projetista estrutural.
ATENÇÃO
O desrespeito desses fatores, com sobrecargas imprevistas, pode acarretar possíveis danos
estruturais, como o aparecimento de fissuras, trincas e outras patologias.
LAJES TRELIÇADAS
O sistema de lajes treliçadas é uma variação das lajes pré-fabricadas que, da mesma forma, é
basicamente uma laje nervurada, onde as vigotas treliçadas são colocadas de maneira
unidirecional, intercaladas com elementos inertes (podem ser blocos de cimento, de cerâmica
ou de isopor) recobertos por uma capa de concreto.
É muito utilizada em construções verticais de pequeno porte e, se comparadas com lajes
moldadas in loco, apresenta boa solução, pois são econômicas, leves e permitem agilidade nas
edificações, bem como a realização de formas curvas e de geometria irregular, e ainda
capacidade de vencer vãos relativamente grandes.
A adoção desse tipo de laje, além de permitir rapidez construtiva, também não necessita de
mão de obra especializada. Trata-se de um sistema leve que ajuda no isolamento térmico.
ATENÇÃO
Os painéis treliçados se assemelham muito com as lajes treliçadas, com a diferença de que
não se utiliza nenhum material inerte entre eles. Possui a vantagem da sua execução ser mais
rápida que o outro método e com o uso de menos escoramentos, mas, por outro lado, exige um
consumo maior de concreto (cerca de 30% a mais).
As vigotas de concreto que possuem armação treliçadas são instaladas lado a lado, recebem
uma nova malha de armação e finalmente uma capa de concreto. Esse processo resulta numa
laje proporcionalmente mais resistente do que a laje treliçada, propiciando seu uso para obras
com maior exigência estrutural.
LAJES ALVEOLARES
Esse método é muito diferente daqueles analisados anteriormente, uma vez que é produzido
em painéis protendidos de grandes dimensões que vencem grandes vãos e, portanto, são
fabricados para serem aplicados em obras de grande porte.
Pelo fato dos cabos de aço de alta resistência serem submetidos à protensão, esses grandes
elementos são geralmente utilizados para projetos comerciais, institucionais, de infraestrutura,
fabris etc. Além dos cabos protendidos, ainda recebem uma armadura complementar para
travamento entre as placas no sentido transversal, e posteriormente uma capa de concreto
para regularização do conjunto.
Com grande capacidade de carga, suas alturas variam de 10 a 30 cm e podem alcançar vãos
relativamente grandes de até 20 m. Por serem muito pesadas (apesar dos alvéolos) seu
transporte da fábrica e montagem no canteiro de obras exige uma logística com equipamentos
especiais (carretas e guindastes)
ATENÇÃO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
Impermeabilização é o processo pelo qual determinado substrato se torna impermeável à
passagem de líquidos e /ou seus vapores. É uma proteção contra infiltrações principalmente de
água, e a ação da umidade incidindo sobre os materiais de construção, deteriorando-os.
CARACTERÍSTICAS E GENERALIDADES
ACERCA DAS IMPERMEABILIZAÇÕES
Os trabalhos de impermeabilização principiam pela elaboração dos projetos, especificações,
planejamentos, procedimentos técnicos e orientações seguidas da execução dos serviços com
mão de obra qualificada, de modo a garantir a inexistência de danos futuros às construções.
SAIBA MAIS
Esses acontecimentos não previstos anteriormente, ou por erro de projeto ou mesmo por falhas
executivas, acarretarão custos suplementares e dificuldades operacionais que muitas vezes
não permitirão a adoção de medidas corretivas ideais, obrigando a adoção de soluções
provisórias de pouca durabilidade.
Neste sentido, algumas áreas das edificações devem sempre ser tratadas por algum processo
de impermeabilização, como por exemplo: coberturas (e seus componentes); reservatórios
(inclusive piscinas); área molhadas (banheiros, cozinhas etc.); paredes externas sob efeito de
intempéries; juntas de dilatação; pisos (em que água contida no terreno sobe por capilaridade);
muros de arrimos, entre outros tantos locais.
Para que uma impermeabilização atinja o desempenho adequado, devermos observar diversos
fatores que se relacionam entre si: o substrato (ou regularização do local), a aplicação do
produto (que veremos a seguir) e finalmente a proteção mecânica. A falha de qualquer um
deles pode prejudicar o desempenho e a durabilidade do conjunto.
Veja a seguir alguns cuidados que precisam ser tomados no que diz respeito ao processo de
impermeabilização:
SUBSTRATO
PROTEÇÃO MECÂNICA
IDENTIFICAR A PRESENÇA DE UMIDADE
A existência de um substrato adequado é imprescindível para a eficiência da
impermeabilização que será aplicada sobre ele. Não deve existir nenhuma regularização mal
executada que interfira ou comprometa seu desempenho, como: fissuração, falhas de
concretagem, sujeiras, resíduos de desmoldantes, ralos e tubulações mal instalados, entre
outros problemas. Também não deve ser executada nenhuma impermeabilização sobre
substrato ou impermeabilização antiga, que devem ser removidos.
É necessário impedir que a impermeabilização, uma vez aplicada, seja danificada por eventos
posteriores, mesmo que involuntariamente. É muito comum que na instalação de luminárias,
playground, para-raios, e antenas coletivas, entre outros equipamentos ou serviços, as
impermeabilizações sofram algum dano. Assim, ainda na fase de projeto e especificações,
devemos prever a execução de uma proteção — denominada em nosso meio de “mecânica”,
sobre a impermeabilização recém-executada.
Existem muitas possibilidades da presença “indesejada” de água numa edificação que causem
danos por infiltrações, percolações, pressões que permitem a passagem espontânea de água e
vapores, como por exemplo, a presença de umidade por:
TIPOS DE INFILTRAÇÃO
Capilaridade - Afloramento de umidade no “pé” de uma parede
Pressão
Percolação Capilaridade Condensação
Hidrostática
Ocorre através da
porosidade dos
Quando
materiais, que
determinado É o processo
acontece
volume de água em que a água
comumente em Acontece pelo
confinada é escoa por
estruturas ou esfriamento de
pressionado de gravidade,
fechamentos de vapores ou de
tal forma que evento muito
paredes que em um teor
permeia através comum em
contato com a considerável de
de fissuras e lâminas de
umidade do solo a umidade no
trincas das água sobre
absorvem em alturas ambiente.
estruturas e ou lajes expostas
bem consideráveis
das alvenarias de ao tempo.
de dezenas de
fechamento.
centímetros acima
do local de contato.
Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal
ESCOLHA DO SISTEMA DE
IMPERMEABILIZAÇÃO ADEQUADO
À escolha do sistema de impermeabilização adequado para determinada obra ou local,
devemos levar em consideração principalmente suas especificidades. Muitas vezes, dentro de
uma mesma edificação, temos locais que exigem tratamentos diferentes uns dos outros.
Genericamente, levamos em consideração o tipo da estrutura e de substrato, se o local está
abrigado ou exposto ao tempo, e existirão influências de umidades ou águas no local ou
próximo dele.
Atuação da Lajes
água Terraços Impermeabilização
Percolação
Coberturas Rígida
Marquise
Impermeabilização
Reservatórios
Sob pressão Rígida
Caixas d’Agua
hidrostática Impermeabilização
Piscinas
Semiflexível
Retração / Dilatação
Recalques
Sujeitos a Impermeabilização
Fadiga
fissuras Flexível
Movimentações
Elementos
Estruturais
da
edificação
Trincas por cargas
Sujeitos a
Dinâmicas externas Impermeabilização
esforços
de temperatura Flexível
externos
Tráfego de veículos
SISTEMAS RÍGIDOS DE
IMPERMEABILIZAÇÃO
Aplicação de argamassa polimérica
Como vimos, a impermeabilização rígida é aplicada sobre substratos rígidos que não sofrem
deformações. Elas podem ser realizadas por diferentes métodos e/ou produtos, elencamos
alguns deles:
Cimento cristalizante para pressão negativa (aquela em que a infiltração tenta penetrar na
edificação de fora para dentro, muito comum em subsolos em locais de lençol freático
muito alto.
Membrana epoxídica
SAIBA MAIS
Veja a seguir mais detalhes sobre cada um dos sistemas rígidos de impermeabilização:
CONCRETO IMPERMEABILIZADO
Embora seja de difícil execução, por conta do preparo, lançamento (possibilidade de criação de
“bicheiras” (ninhos de agregados) e cura, em tese, seria possível produzir um concreto
impermeável. Primeiramente com a dosagem de um traço específico, uso de cimento CP III
(Cimento Portland Alto Forno) ou CP IV (Cimento Portland Pozolânico), uso de aditivos
poliméricos, de cristalização profunda, incorporadores de ar, plastificantes, além da execução
da cura úmida no mínimo por 14 dias; por último, proteger a superfície exposta com nata de
cimento e água.
ARGAMASSA IMPERMEÁVEL
A impermeabilização com argamassa de cimento e areia com adição de hidrofugante é um dos
processos mais usados para serviços correntes, e pode ser utilizada também como base para
outros tipos de impermeabilizações, como por exemplo, impermeabilizar alvenarias, elementos
em contato com solos etc. Entretanto, por ser rígida, está sujeita ao aparecimento de fissuras
até mesmo devido a variações de temperatura.
ARGAMASSA POLIMÉRICA
As argamassas poliméricas são produzidas por polímeros que são produtos industrializados
(como já vimos anteriormente) e que possuem como característica a rigidez depois de
devidamente introduzidos na argamassa. Eles são aplicados com o objetivo de barrar
umidades e pressões hidrostática de pressão positiva e negativa.
Os polímeros são muito utilizados para prevenir águas das chuvas incidindo em paredes,
impermeabilizar reservatórios e piscinas (pressão positiva – de dentro para fora), inibir
umidades de pressão negativa (de fora para dentro) em fundações e muros de arrimos, entre
outras aplicações.
MEMBRANAS EPOXÍDICAS
Trata-se da aplicação de uma pintura com resinas a base de epóxi que formam uma membrana
(filme) com a finalidade de barrar infiltrações sob pressão positiva, garantem a estanqueidade
quanto a vapores, porém não resistem a pressões negativas por osmose que podem ocasionar
descolamento do substrato.
CIMENTOS MODIFICADOS COM POLÍMEROS
São resinas acrílicas ou estireno-butadieno que quando adicionadas às argamassas
cimentícias transformam o conjunto num impermeabilizante.
SISTEMAS FLEXÍVEIS DE
IMPERMEABILIZAÇÃO
Conforme visto, as impermeabilizações flexíveis são aquelas aplicadas sobre substratos e
estruturas que estejam sujeitas às contrações e dilatações térmicas. Em sua grande maioria
são executadas com mantas pré-fabricadas ou moldadas in loco.
Para a adoção das mantas realizadas diretamente sobre o substrato (devidamente preparado),
são aplicadas várias demãos de uma pintura com elastômeros ou polímeros de forma que ao
evaporar o solvente produzem uma membrana elástica (que permite absorver as pequenas
movimentações do substrato sem a formação de fissuras e perda de eficiência) sobre a
superfície.
Também são executadas com materiais betuminosos, como o asfalto (e suas variações). Como
forma de estruturação dessas mantas, são executadas várias camadas do impermeabilizante,
intercalado com materiais rígidos como: feltros asfálticos; tecidos de juta, poliéster ou PVC; lã
de vidro; lâminas de alumínio ou polietileno, entre outros materiais.
MANTA ASFÁLTICA
A manta asfáltica é sem dúvida o mais comum dos nossos sistemas de impermeabilização. É
produzida com material asfáltico modificado, armado com: filme polietileno, borracha, poliéster,
fibras de vidro etc.
POLIUREIA
A membrana de poliureia é o resultado de uma reação química entre dois materiais: o
isocianato e a poliamina. Trata-se de um material de elevada resistência à abrasão e ataques
químicos, entretanto possui alta flexibilidade e resistência a perfurações. Por ser um produto
complexo, depende de uma mão de obra extremamente especializada, pois, depois de
aplicada, a poliureia tem uma cura muito rápida (alguns segundos), sendo indicada em locais
que precisam de rapidez para liberação.
É apropriada para ambientes sujeito a agressividades (químicas, por exemplo), como pisos
industriais, reservatórios e arquibancadas de estádios. Entretanto, o processo de aplicação
desse material não permite emendas, necessitando liberação total da área para a realização
dos serviços. Também não é recomendada para superfícies que, por conta das intempéries,
atinjam altas temperatura e passem dos 40ºC.
SISTEMAS ACRÍLICOS
(EMULSÃO ACRÍLICA)
São realizados através da aplicação de uma emulsão de polímeros acrílicos termoplásticos
diluídos em meio aquoso. São feitas várias demãos com o produto intercaladas com fibras
estruturantes, como por exemplo, as de poliéster.
É indicado para áreas de difícil acesso e locais onde não haverá nenhum tipo de revestimento,
como, por exemplo, lajes expostas ao tempo (com queda suficiente para ao escoamento de
água em direção à tubulação de águas pluviais) sem a presença de qualquer trânsito de
pessoas ou veículos, uma vez que os sistemas acrílicos possuem pouca resistência à abrasão.
Veja, a seguir, mais detalhes sobre o tipo de impermeabilização executado com manta
asfáltica:
O PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO
DENOMINADO MANTA ASFÁLTICA
Além desses tipos que especificamos, ainda possuem relativa aplicação em nossas edificações
impermeabilizações onde são aplicadas mantas de: Acetato de Vinila (E.V.A.), Policloreto de
Vinila (P.V.C.), Polietileno de Alta Densidade (P.E.A.D.) e Etileno Propileno Dieno Monômero
(E.P.D.M.), entre outras possibilidades.
SAIBA MAIS
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como vimos, nosso método construtivo mais empregado é a alvenaria convencional, porém,
novas tecnologias mais racionalizadas e econômicas como: alvenaria estrutural (de bloco
cerâmico ou de concreto), fechamentos com placas pré-moldadas e steel frame começam a
desenvolver bastante aceitação entre os técnicos e os consumidores.
Relativamente às alvenarias, verificamos que para cada tipo de método construtivo, bem como
do material empregado, existe uma argamassa de assentamento (ou revestimento)
apropriada.
Em seguida, vimos que prioritariamente também usamos estruturas convencionais, que são
executadas através de lajes, vigas e pilares moldados no local onde permanecerão e farão
parte integrante do resto da estrutura e da edificação. Desta forma demos destaque para
variadas possibilidades de métodos de execuções de lajes, desde as convencionais até as
novidades como o método bubbledeck.
PODCAST
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
BARBOZA Marcos R.; BASTOS Paulo Sérgio: Traços de Concreto para Obras de Pequeno
Porte. UNESP, Faculdade de Engenharia de Bauru, Departamento de Engenharia Civil.
Consultado por meio eletrônico em: 19 de nov. 2020.
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
RIBEIRO, Carmen Couto. Materiais de Construção Civil. 3 ed. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2011.
CONTEUDISTA
René Galesi
CURRÍCULO LATTES