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Resinas Compostas

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Resinas compostas

Restaurações diretas em dentes anteriores e posteriores. Comumente usadas em esplintagem e


colagem de braquetes ortodônticos. Núcleos de preenchimento e materiais de base podem ser feitos
com resinas compostas. Selantes de fossas e fissuras e restaurações provisórias também são feitos com
resinas compostas. Cimentação adesiva, coroas, facetas, inlays e onlays indiretas — cimento à base de
resina composta (cimentos resinosos).

O polimento deve ser feito após o tempo de sorção (cerca de 21 dias após restauração). Resinas não
apresentam adesividade (exceto cimentos autoadesivos). Resistência e dureza são essenciais para uso
clínico — influenciadas pelas partículas de carga. O polimento, a adaptação marginal e a tensão de
polimerização influenciam na estabilidade de cor. Dificuldade na higienização contraindica resina
composta. A matriz orgânica é ótimo isolante térmico e elétrico.

Para sucesso do uso das resinas é necessário conhecimento pleno do material, técnica restauradora
adequada, perfil do paciente ideal e acompanhamento longitudinal.

Resinas compostas são compósitos — compostas por duas fases diferentes. A resina composta é
formada por uma matriz orgânica com partículas inorgânicas de carga incorporadas, unidas por agente
de união silano à matriz (silanizadas). Matriz resinosa orgânica, silano e carga/partículas.

Matriz orgânica

Responsável pela viscosidade, polimerização e cor das resinas compostas.

Composta por monômeros resinosos (principal), monômeros diluentes, iniciadores/inibidor da


polimerização (para que a resina não seja polimerizada ainda no tubo) e pigmente/opacificadores.

1. Monômeros:

A. BIS-GMA: Alto peso molecular (512g/mol). Baixa contração de polimerização


comparada ao PMMA (5,2% Vol), baixa conversão monomérica (30%) e altíssima
viscosidade.

B. UDMA: Alto peso molecular (470g/mol). Baixa contração de polimerização, allta


conversão monomérica (60%) e menor viscosidade.

C. BIS-EMA: Alto peso molecular (540g). Baixa contração de polimerização e alta


conversão monomérica.

D. TEGMA: Baixo peso molecular (286g/mol). Alta contração de polimerização


(12,5%) e alta conversão monomérica (75%). Baixa viscosidade (entra como
diluente).

2. Iniciadores: Ativar a reação de polimerização. Por reação física (utilizando luz) ou por
reação química dos componentes ao serem misturador (incomum). A dupla ativação (dual)
não é comum.
A. Resina de ativação química: Pasta base (ativador amina terciária) e pasta iniciadora
(catalisadora). Inserção de bolhas de oxigênio (dificulta a polimerização).
Amarelamento causado pela oxidação das aminas terciárias. Tempo de trabalho curto.

B. Resinas de ativação física: Luz visível azul. Inibidor 0,01%p (porcentagem em


peso). A luz branca tem uma faixa de luz azul — polimerização pobre e superficial da
resina. Iniciador e co-iniciador (amina alifática 0,15%p é um acelerador)

Fotoativadores: Canforoquinona (0,2%p — 468nm) é o iniciador mais comum.


Licirin TPO, BAPO, PPD, OPPI — outros iniciadores têm pico de luz mais baixo.

A canforoquinona é muito amarela. Resinas para dentes clareados usam outros


iniciadores, que não interferem na cor final. Ativados em picos de luz diferentes (é
necessário saber o espectro de luz do fotopolimerizador usado).

Contração de polimerização: Contração


volumétrica final. A técnica incremental (pequenos
incrementos) não elimina a contração final, só
redireciona. A contração é dependente do tamanho
da molécula do monômero. Essa contração leva à
chamada tensão de contração — traciona as
paredes do dente a que está aderida. Causa
microinfiltração, cárie secundária, manchamento
marginal, desadaptação, sensibilidade pós
operatória e micro trincas de esmalte. O objetivo
da técnica incremental é minimizar a tensão de
contração. A contração de polimerização é inerente
ao material.

Técnica incremental

Em casos de dentes posteriores, nos primeiros incrementos, a resina utilizada pode ser mais
translúcida, para garantir melhor polimerização em maiores profundidades — não afeta a
estética.

Fator C: O fator C é a razão entre a área das superfícies aderidas e a área das superfícies
livres. Deve ser o menor possível para que o material possa fluir no momento da
polimerização, diminuindo a competição entre as tensões de contração (Revista Brasileira de
Odontologia). A técnica incremental não muda o fator C, mas diminui a tensão de contração.

3. Pigmentos e opacificadores: Dentes têm opacidade, luminescência e fluorescência.


Nem todos os monômeros se convertem em polímeros (40 a 75% se convertem — no mínimo 25% de
monômero livre/residual). Depende da luz (resinas fotoiniciadas), espessura, opacidade da resina
(polimerizam menos em camadas mais profundas — quanto mais opaca a resina, menor a
polimerização nessas camadas). Fotoativação rápida e desorganizada leva à formação de mais
monômeros residuais.

Fase inorgânica

Responsável pela redução da contração, redução coeficiente de expansão térmica, radiopacidade,


controle da translucidez/opacidade e aumento das propriedades mecânicas. Ao inserir carga, altera-se
a proporção volumétrica da matriz orgânica na resina (por isso há redução de contração). A parte
inorgânica é mais estável, portanto, quanto mais carga, menor alteração dimensional em função de
temperatura. Composta por sílica (SiO2), quartzo ou vidro. Forma, quantidade e tamanho influenciam
nas propriedades finais da resina.

1. Macropartículas: Grande volume em peso. Partículas de quartzo bem irregulares e


grosseiras.

2. Micropartículas: Sílica coloidal. 0,4 µm. Formam aglomerados. Necessidade de grande


quantidade de matriz para umedecimento das partículas de carga. Dificuldade na obtenção de
um material com grande quantidade de carga. Partículas pré polimerizadas. Altíssimo
polimento. Indicada para classe V. Baixa resistência mecânica.

3. Híbrida/microhíbrida: !0 a 20% de micropartículas e até 65% de partículas maiores de vidro


e metais pesados (0,6 a 1µm). Usadas em resinas universais (classes I, II, III, IV e V).

4. Nanoparticulada: Zircônia, sílica — materiais funcionais e estruturas de 0.1 a 100nm).


Silanização das aglomerados (nanoclusters de 0.6µm). Alta incorporação de carga, alta
resistência comparada a uma de micropartícula e melhor manipulação). Maior duração do
polimento.

5. Nanohíbrida: Sílica, vidro cerâmico. Desempenho mais próximo das microhíbridas que das
nanoparticuladas.

6. Resina fluida (flow): Baixa viscosidade (baixo conteúdo de carga). Dimetacrilatos.


Micropartículas ou partículas híbridas. Módulos de elasticidade baixo. Poucas indicações. A
resina flow não impediu a micro infiltração e não há evidências clínicas suficientes para se
considerar seu uma como essencial.

7. Resinas condensáveis: Facilidade de manipulação, consistência firme.

8. Resina fluida (bulk fill): Utilizada como material de base. Incrementos de até 5mm — pode
unir paredes opostas, porque os monômeros se fragmentam ao longo da cadeia, aliviando a
tensão de contração. Efetiva — diminui tempo do procedimento por permitir incrementos
maiores (comportamento clínico e laboratorial adequado). Viscosidade normal. Indicada para
dentes posteriores (não tem estética boa).

Observação: É importante que se considere vários fatores antes de comprar uma nova resina,
considerando que a prática com um mesmo produto leva à maior destreza na técnica com um material
específico.

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