Resumo - Direito Civil - Obrigações (Atualizado - Maio 2020)
Resumo - Direito Civil - Obrigações (Atualizado - Maio 2020)
Resumo - Direito Civil - Obrigações (Atualizado - Maio 2020)
LIVRO I
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
A obrigação deve ser cumprida livre e espontaneamente. Quando tal não ocorre,
sobrevém o inadimplemento, surgindo aí a responsabilidade. Não se confunde
obrigação com responsabilidade. Esta só surge se o devedor não cumpre
espontaneamente a obrigação. A responsabilidade é a consequência jurídica
patrimonial do descumprimento da relação obrigacional.
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Os sujeitos da obrigação podem ser tanto pessoa física quanto jurídica. Devem
ser determinados ou ao menos determináveis. Se não forem capazes, serão
representados ou assistidos por seus representantes legais. Pode acontecer de ambas as
partes serem credor e devedor ao mesmo tempo. Ex.: Compra e venda.
Obs.: Toda obrigação exige sujeito ativo e passivo. Porém, é possível que um dos
sujeitos só seja conhecido posteriormente (promessa de recompensa ou prêmio).
1ª teoria - clássica ou monista: Sustenta que o vínculo entre credor e devedor é um só,
qual seja, a relação de crédito e débito. Para seus defensores, a responsabilidade civil não
integra a obrigação (responsabilidade civil é a consequência jurídica e patrimonial do
descumprimento da obrigação). Segundo Flávio Tartuce, está superada.
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TÍTULO I
DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
1- QUANTO AO OBJETO
Obs.: Pode ocorrer de a mesma obrigação constituir mais de um tipo. Ex.: Empreitada,
que se constitui numa obrigação de fazer e de dar.
Aquela que possui mais de uma prestação pode ser de três tipos:
b) Alternativa: o devedor terá que cumprir uma das prestações (entregar o carro OU a
moto). No silêncio do contrato, quem escolhe é o devedor.
IMPORTANTE!!! Na obrigação facultativa existe uma prestação devida, que pode ser
exigida pelo credor e uma outra, facultativa, que nunca pode (ex.: o devedor deve
entregar o lápis, mas, se quiser, pode entregar uma caneta). É o devedor que tem a
faculdade de escolher a outra coisa, ao invés da alternativa que o credor pode lhe
exigir.
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a) Obrigação fracionária: Toda vez que a obrigação for fracionária, deve-se observar se
a obrigação é divisível ou indivisível. Se for indivisível, apesar de se tratar de obrigação
fracionária, o credor irá exigir de um dos devedores toda a dívida.
Obrigação divisível é aquela cujo objeto pode ser dividido entre os sujeitos. Nas
indivisíveis a divisão não é possível. Ambas podem ser ativas ou passivas.
Nas obrigações divisíveis, cada credor só tem direito à sua parte, podendo
reclamá-la independentemente da parcela cabível ao(s) outro(s). E cada devedor responde
exclusivamente pela sua cota.
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em
obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações,
iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Nas obrigações indivisíveis, cada devedor só deve também a sua cota-parte. Mas
em razão da indivisibilidade física do objeto, a prestação deve ser cumprida por inteiro.
Se dois são os credores, um só pode exigir a entrega da prestação, mas somente por ser
indivisível, devendo prestar contas ao outro credor.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for
divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito
do credor em relação aos outros coobrigados.
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b.1) Ativa: entre credores, qualquer dos credores pode exigir a totalidade da prestação,
não importando se esta é divisível, ou não.
b.2) Passiva: qualquer dos devedores pode ser cobrado sozinho em relação a totalidade
da prestação, não importando se está é divisível, ou não.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a
exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se
igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se
iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
c) Mista: solidariedade tanto entre credores, como entre os devedores. Qualquer dos
credores pode exigir de qualquer dos devedores a totalidade da prestação.
a) Obrigação de meio: o devedor promete empregar todos os meios ao seu alcance para
a obtenção de determinado resultado, sem, no entanto, responsabilizar-se por ele. Ex.:
serviços advocatícios.
a) Civis: encontram respaldo no direito positivo, podendo seu cumprimento ser exigido
pelo credor por meio de ação.
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b) Condicionais são aquelas cujo efeito está subordinado a evento futuro e incerto
d) As obrigações modais ou com encargo são aquelas oneradas com algum gravame.
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obrigações acessórias têm sua existência subordinada a outra relação jurídica, ou seja,
dependem da obrigação principal.
Obrigação “propter rem” é a que recai sobre uma pessoa, por força de
determinado direito real. Por se transferir a eventuais novos ocupantes do imóvel, é
também denominada de obrigação ambulatorial. Exemplo clássico: obrigação de pagar
taxa condominial. É típica obrigação propter rem. Vincula pessoas, credor e devedor e
se acopla à coisa. Não importa quem seja o dono da coisa, terá que arcar com a dívida
condominial (ver REsp 846187/SP).
Ônus reais são obrigações que limitam o uso e gozo da propriedade, constituindo
direitos reais sobre coisas alheias, oponíveis erga omnes. Segundo Antunes Varela, “a
diferença prática entre ônus e as obrigações reais, tal como a história do direito as
modelou, está em que, quanto a estas, o titular só fica vinculado às obrigações
constituídas na vigência do seu direito, enquanto nos ônus reais o titular da coisa fica
obrigado mesmo em relação às prestações anteriores, por suceder na titularidade de
uma coisa a que está visceralmente unida a obrigação (...)”(Código Civil comentado:
doutrina e jurisprudência. Coordenador Cezar Peluso. 5ª ed. São Paulo: Manole, 2011.
p. 1.396-1.397)”. Ex.: Renda constituída sobre um imóvel.
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Obs.: Não se deve confundir a obrigação propter rem com a obrigação com eficácia
real.
A obrigação com eficácia real é aquela obrigação comum levada a registro e que
passa a ter efeitos erga omnes, como se fosse um direito real. Não é um direito real, mas
gera efeitos reais porque foi levada a registro. Para tanto, deve haver previsão na lei. Não
basta registrar o contrato no cartório. O registro vai gerar efeitos erga omnes, mas não
transmudará a natureza da obrigação.
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CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR
SEÇÃO I
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA
1- CONTEÚDO E EXTENSÃO
1ª REGRA: O acessório segue o principal (a tampa segue a caneta). Tal regra vale no
silêncio do contrato. Se as partes estipularem, posso vender uma caneta sem a tampa.
2ª REGRA: o credor não pode ser obrigado a receber coisa diversa, ainda que mais
valiosa. Caso concorde em receber coisa diversa, tem-se dação em pagamento.
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Obrigação de RESTITUIR
É aquela em que o devedor tem a obrigação de restituir coisa que não lhe
pertence.
Como regra, a perda ou deterioração da coisa por caso fortuito ou força maior
(assalto ou enchente), quando não há culpa do devedor, portanto, se resolve sem o dever
indenização.
Obs.: O credor pode cobrar os direitos existentes até o dia da perda (ex.: aluguéis
devidos).
Art. 238. Se a obrigação for de RESTITUIR coisa certa, e esta, sem
culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a
perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o
dia da perda.
Como res perit domino (a coisa perece para o dono), a locadora, proprietária do
veículo, suportará a perda do bem.
1ª HIPÓTESE - Perda da coisa sem culpa: a obrigação fica resolvida para ambas as
partes. Se o comprador já tivesse adiantado o dinheiro, o vendedor devolve o dinheiro
(res perit domino, ou seja, a coisa perece para o dono). O vendedor suporta a perda nessa
situação (porque a venda só se aperfeiçoa com a tradição/registro). A situação retorna ao
status quo ante.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa
do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a
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Art. 240 (2ª parte) se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
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SEÇÃO II
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR COISA INCERTA
Dispõe o art. 243 CC: “A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e
pela quantidade.” Falta apenas determinar, portanto, sua QUALIDADE.
IMPORTANTE!!! Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou
deterioração da coisa, AINDA QUE POR FORÇA MAIOR OU CASO FORTUITO,
POIS O GÊNERO NUNCA PERECE.
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IMPORTANTE!!! Obrigação quase genérica: com gênero limitado. Ex.: Dar uma das
50 vacas filhas do boi bandido. Quando o gênero for limitado (vacas filhas do boi
bandido, vinho da safra de 1867), se houver perda do gênero (todas as vacas morreram,
todas as garrafas se quebraram) a responsabilidade é igual a de dar coisa certa.
1- ESPÉCIES
Consiste em uma atividade (ação), que não a entrega de algo (ex.: fazer). A
prestação consiste em atos ou serviços a serem executados pelo devedor.
Pode ser:
Descumprimento da obrigação.
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Obs.: Se o credor aceitou que terceiro prestasse a obrigação infungível, não poderá
reclamar perdas e danos, uma vez que aceitou o credor a alteração da obrigação
(infungível tornada fungível). Contudo, se a aceitação se deu por ocasião da recusa ou
mora do devedor, o fato poderá ser executado por terceiro, às custas do devedor, sem
prejuízo da indenização cabível (art. 249 do CC).
IMPORTANTE!!! Quando o credor não tinha outra opção que não aceitar a coisa,
poderá exigir perdas e danos (ex.: contratação de Caetano Veloso para casamento e no dia
da cerimônia comparece um imitador contratado e enviado pelo artista – nesse caso, ao
credor só restará aceitar a imposição, sob pena de ficar sem música na cerimônia, razão
pela qual poderá exigir indenização, mesmo tendo aceitado).
Em caso de obrigação de fazer fungível, que pode ser executada por terceiro,
“será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora
deste, sem prejuízo da indenização cabível (art. 249 CC).” Em caso de urgência, pode o
credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato,
sendo depois ressarcido (art. 249, parágrafo único, do CC).
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CAPÍTULO III
DAS OBRIGAÇÕES DE NÃO FAZER
Ou o devedor desfaz pessoalmente o ato, ou poderá vê-lo desfeito por terceiro, por
determinação judicial, pagando ainda perdas e danos. Sempre haverá o pagamento de
perdas e danos em caso de inadimplemento.
Dispõe o art. 250 que “extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem
culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não
praticar.” O parágrafo único do art. 251 ainda preceitua que “em caso de urgência, poderá
o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem
prejuízo do ressarcimento devido”.
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CAPÍTULO IV
DAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS
1- CONCEITO
2- DIREITO DE ESCOLHA
Art. 252. Nas obrigações alternativas, A ESCOLHA CABE AO
DEVEDOR, se outra coisa não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma
prestação e parte em outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade
de opção poderá ser exercida em cada período.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo
unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado
para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não
puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as
partes.
O credor NÃO pode ser obrigado a receber parte em uma prestação e parte em
outra. O devedor deve uma OU outra.
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Obs.: Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser
exercida em cada período (nesse caso: o devedor se obriga a entregar, todo mês, arroz ou
feijão ao credor. Poderá, portanto, entregar arroz no primeiro mês, feijão no segundo, ou
seja, poderá escolher a prestação que dará em cada mês)
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma
das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele
obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais
as perdas e danos que o caso determinar.
No caso do art. 255, o credor não é obrigado a ficar com o objeto remanescente,
pois a escolha era dele.
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do
devedor, extinguir-se-á a obrigação.
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CAPÍTULO V
DAS OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E INDIVISÍVEIS
1- CONCEITO
Obrigações divisíveis são aquelas em que o objeto pode ser dividido entre os
sujeitos, o que não ocorre com as indivisíveis. É licito afirmar que a divisibilidade ou
não de uma prestação confunde-se com a de seu objeto.
A obrigação de fazer algumas vezes pode ser divisível e outras não. Por
exemplo, a obrigação de fazer uma estátua é indivisível, mas será divisível se o escultor
for contratado para fazer 10 estátuas, entregando uma a cada dez dias.
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Proclama o art. 260 que se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes
exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
De acordo com o art. 261, “se um só dos credores receber a prestação por inteiro,
a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba
no total.”
Dispõe o art. 262, “se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará
extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor
remitente. Esse mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação
ou confusão.”
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CAPÍTULO VI
DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
Dispõe o art. 266 CC que a “obrigação solidária pode ser pura e simples para
um dos cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar
diferente, para o outro.”
2- CARACTERÍSTICAS
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c) Corresponsabilidade dos interessados: o devedor que solve pode reaver dos demais
as quotas de cada um. O credor que recebe sozinho deve prestar contas perante os demais
credores pelas quotas de cada um.
a) Se cada devedor solidário pode ser compelido a pagar sozinho a dívida por inteiro, tal
fato se dá por ser devedor do todo. Nas obrigações indivisíveis, contudo, o codevedor só
deve a sua cota parte. Se pode ser compelido ao pagamento da totalidade do objeto é
porque não se pode fracioná-lo.
4- SOLIDARIEDADE ATIVA
Dispõe o art. 267: “Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do
devedor o cumprimento da prestação por inteiro.” O devedor libera-se pagando a
qualquer um dos credores, que por sua vez, pagará aos demais a quota de cada um.
De acordo com o art. 268, enquanto alguns dos credores solidários não
demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar . Cessa esse
direito, porém, se um deles já ingressou em juízo com ação de cobrança, pois só a ele o
pagamento pode ser efetuado.
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5- SOLIDARIEDADE PASSIVA
5.1 CONCEITO
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns
dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento
tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados
solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. NÃO importará renúncia da solidariedade a
propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos
devedores.
IMPORTANTE: Como ocorre com a solidariedade ativa, o art. 276 do CC traz regra
específica envolvendo a morte de um dos devedores solidários. No caso de falecimento
de um deles cessa a solidariedade em relação aos sucessores do de cujus, uma vez que os
herdeiros somente serão responsáveis até os limites da herança e de seus quinhões
correspondentes. A regra não se aplica se a obrigação for indivisível. Outra exceção é
feita pelo comando, porquanto todos os herdeiros reunidos são considerados um único
devedor em relação aos demais devedores.
5.2 EFEITOS
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Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a
exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se
igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se
iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.
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TÍTULO II
DA TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I
DA CESSÃO DE CRÉDITO
1- CESSÃO DO CRÉDITO
Conceito: É o ato negocial bilateral por meio do qual o credor transfere seu
crédito a outro credor, mantendo-se a mesma relação obrigacional.
O credor que transfere seus direitos se denomina cedente. O terceiro a quem são
eles transmitidos, investindo-se na sua titularidade, é o cessionário. O terceiro
personagem, o devedor ou cedido, não participa necessariamente da cessão, QUE
PODE SER REALIZADA SEM A SUA ANUÊNCIA.
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Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a
natureza da obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula
proibitiva da cessão não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se
não constar do instrumento da obrigação.
IMPORTANTE!!! A convenção que proíbe a cessão (pacto de non cedendo) deve ser
escrita e estar inscrita no título obrigacional.
Vale lembrar, a teor dos art. 292 e 294, que a notificação é importante para que
o devedor saiba a quem pagar, bem como possa defender-se em face do novo credor
(oposição de exceções). A notificação pode ser judicial ou extrajudicial. Qualquer
interessado pode fazer a notificação. Entretanto, o maior interessado em notificar é o
cessionário, pois de acordo com o art. 292, “fica desobrigado o devedor que, antes de
ter conhecimento da cessão, paga ao credor primitivo.”
Obs.: O devedor deve ser apenas comunicado, revelando-se desnecessário que ele
concorde com a cessão.
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe
competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter
conhecimento da cessão, tinha contra o cedente.
IMPORTANTE!!! O devedor vai poder opor ao novo credor as defesas que tinha
contra o credor originário desde que, no momento em que notificado da cessão,
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oponha as exceções pessoais que tiver contra o cedente. (ex.: prescrição, coação). Se
nesse momento não opuser essas exceções, não mais poderá arguir em face do
cessionário as exceções que eram cabíveis contra o cedente.
Em regra, a cessão convencional não exige forma especial para valer entre as
partes, salvo se tiver por objeto direitos em que a escritura pública seja da substância do
ato. Entretanto, PARA VALER CONTRA TERCEIROS, o art. 288 CC exige
“instrumento público, ou instrumento particular revestido das solenidades do § 1 o do art.
654”.
Art. 654. Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração
mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a
assinatura do outorgante.
§ 1o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar
onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a
data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos
poderes conferidos.
§ 2o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a
procuração traga a firma reconhecida.
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Ex.: O devedor novo não pode dizer que o devedor antigo foi coagido, ou agiu em erro,
ou que era incapaz.
Conceito: trata-se do ato jurídico negocial, por meio do qual uma das partes do
contrato (cedente) transfere a sua própria posição (incluindo créditos e débitos) a um
terceiro (cessionário), COM A ANUÊNCIA DA OUTRA PARTE.
Obs.: A doutrina que melhor explica a cessão de contrato, é a teoria unitária, defendida
por autores como Pontes de Miranda e Antunes Varella, no sentido de que a cessão de
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contrato não deve ser fragmentada, traduzindo uma transferência única e global da
posição no contrato.
Silvio Rodrigues lembra que alguns tipos de contrato, frequentemente são objetos
de cessão (ex.: locação, empreitada, financiamento).
IMPORTANTE!!! Como regra, a outra parte deve autorizar, para que a cessão de
posição contratual seja válida.
TÍTULO III
DO ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS
OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I
DO PAGAMENTO
A obrigação ainda pode se extinguir por meios anormais, isto é, sem pagamento,
como nos casos de impossibilidade de execução sem culpa do devedor.
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Obs.: A corrente que mais agrada é a de que pagamento é um ato jurídico, porque de
fato seus efeitos advêm da lei e já são conhecidos de todos pela própria definição do que
vem a ser pagamento (aquilo que leva à extinção da obrigação).
a) Existência do vínculo obrigacional: se este não existe, não há o que pagar. Qualquer
pagamento será então indevido, obrigando a restituição por parte de quem o recebeu.
c) Animus solvendi: manifestação da vontade livre. Se o sujeito foi coagido a pagar, esse
pagamento não é válido. Deve ter a intenção de pagar.
Obs.: O credor deve usar as vias ordinárias de cobrança (ação de cobrança). Não é porque
ostenta um crédito que poderá o credor fazer o que quiser para cobrá-lo.
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De acordo com o art. 306 do CC, o pagamento feito por terceiro, com
desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou,
se o devedor tinha meios para ilidir a ação. Ex.: Arguição de prescrição, decadência,
compensação etc. O terceiro só terá direito ao reembolso até a importância que
realmente aproveite ao devedor.
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Dispõe o art. 309, “o pagamento feito de boa-fé ao credor putativo (aquele que
aparentemente tem poderes para receber) é válido, ainda provado depois que não era
credor.” Ex.: Locador aparente que se intitula proprietário do imóvel e o aluga a outro.
Ao verdadeiro credor só resta voltar-se contra o credor putativo.
Obs.: Se houver dúvida, deve ser feita a consignação em pagamento. Lembrar, ainda, que
o termo putativo está ligado à boa-fé.
De acordo com o art. 310, não vale o pagamento cientemente feito ao credor
incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente
reverteu. A quitação reclama capacidade e sem ela o pagamento não vale . No entanto,
provado que se reverteu em proveito do incapaz, cessa a razão da ineficácia.
5- DO OBJETO DO PAGAMENTO
valor, aquela que, embora paga em dinheiro, procura atender ao verdadeiro valor do
objeto da prestação, incorporando as variações que possa sofrer para mais ou para menos.
Como exemplos de dívidas de valor, podem ser citados os salários, as pensões em geral,
os aluguéis, as prestações alimentares, os valores devidos a título de financiamento, todos
sujeitos à correção monetária.
Para se evitar os efeitos da inflação, foi prática muito comum empregada pelos
credores a aplicação de índices de correção monetária que podiam ser aplicados sem
limite temporal. Dessa forma, confirmando a legislação anterior, enuncia o art. 316 do
atual Código Civil que é lícito convencionar o aumento progressivo de prestações
sucessivas, a que se dá o nome de cláusula de escala móvel ou cláusula de
escalonamento. Eis aqui o dispositivo que demonstra a essência da dívida de valor.
6- DA PROVA DO PAGAMENTO
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento
particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do
devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento,
com a assinatura do credor, ou do seu representante. (escrita)
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo
valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver
sido paga a dívida.
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A quitação deverá ser dada por escrito público ou particular. E ainda que sem os
referidos requisitos, valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar
haver sido paga a dívida.
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes
presumem-se pagos.
7- DO LUGAR DO PAGAMENTO
E de acordo com o art. 329, ocorrendo motivo grave para que se não efetue o
pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o
credor.
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Obs.: De acordo com o CC, dívida relativa a imóvel se paga no local onde esse é
situado.
8- TEMPO DO PAGAMENTO
O pagamento não pode ser exigido antes do prazo estipulado, salvo nos casos em
que a lei determina o pagamento antecipado. Não pode o credor reclamar o pagamento
no último dia do prazo, pois o devedor dispõe desse dia por inteiro.
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De acordo com o art. 331, salvo disposição legal em contrário, não tendo sido
ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.
De acordo com o art. 134 CC, nem sempre os atos sem prazo são exequíveis desde
logo, ou desde que feita a interpelação, pois há hipóteses em que a execução deverá ser
feita em lugar diverso ou depender de tempo.
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, sem prazo, são exeqüíveis
desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou
depender de tempo.
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CAPÍTULO II
DO PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO
1- CONCEITO
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3- REQUISITOS DE VALIDADE
4- REGULAMENTAÇÃO
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser
entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor
para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
De acordo com os arts. 338 e 339, enquanto o credor não declarar que aceita o
depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as
respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as consequências de direito. E
julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor
consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores. Procura-se resguardar o
interesse destes últimos, pois a procedência da ação extingue a obrigação,
acarretando a exoneração dos devedores solidários.
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não
o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as
respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as
conseqüências de direito.
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CAPÍTULO III
DO PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO
1- CONCEITO E ESPÉCIES
O efeito translativo pode advir da vontade das partes (convencional, art. 347) ou
da lei (legal, art. 346)
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IMPORTANTE!!! Terceiro interessado é o que pode ter seu patrimônio afetado caso a
dívida, pela qual também se obrigou, não seja paga. Sub-roga-se automaticamente nos
direitos do credor.
2- EFEITOS
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CAPÍTULO IV
DA IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO
1- CONCEITO
a) O devedor NÃO pode imputar pagamento em dívida ainda não vencida se o prazo se
estabeleceu em benefício do credor (CC art. 133). A imputação do pagamento em dívida
não vencida não se fará sem o consentimento do credor.
b) O devedor não pode imputar o pagamento de dívida cujo montante seja superior ao
valor ofertado (art. 314 CC).
c) O devedor não pode, ainda, pretender que o pagamento seja imputado no capital,
quando há juros vencidos, “salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a
quitação por conta do capital”.
2- REQUISITOS
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a) pluralidade de obrigações
b) identidade de credor e devedor
c) fungibilidade entre as prestações (mesma natureza)
d) dívidas devem ser LÍQUIDAS (certa quanto à sua existência e determinada quanto ao
seu objeto) e VENCIDAS (exigível).
e) suficiência da prestação para quitar pelo menos uma dívida pretendida.
De acordo com o art. 353 do CC, “se o devedor não imputou, a escolha cabe ao
credor; se o devedor aceitar a quitação de uma delas, não poderá mais reclamar, a não ser
se provar violência ou dolo.”
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e
vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não
terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando
haver ele cometido violência ou dolo.
Obs.: a interpretação do art. 353 deve ser restritiva, não abrangendo os demais vícios.
Se nem o devedor nem o credor imputaram, quem escolhe é a lei (arts. 354 e 355).
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro
nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em
contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
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CAPÍTULO V
DA DAÇÃO EM PAGAMENTO
1- CONCEITO
IMPORTANTE!!! Não confundir com a novação, por meio da qual se cria nova dívida
(não se tem pagamento propriamente dito na novação).
IMPORTANTE!!! Art. 359 do CC: Se ocorrer evicção quanto ao bem dado em dação,
restaura-se a obrigação primitiva.
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Dispõe o art. 358 que se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a
transferência importará em cessão. Nesse caso, o fato deverá ser notificado ao cedido (art.
290 CC).
Prescreve ainda o art. 357 que determinado o preço da coisa dada em pagamento,
as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
CAPÍTULO VI
DA NOVAÇÃO
1- CONCEITO E REQUISITOS
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Obs.: Se a nova obrigação for nula, a novação será ineficaz, subsistindo a obrigação
primitiva. Se a nova obrigação for anulável, e essa vier a ser anulada, se restabelece a
obrigação primitiva.
IMPORTANTE: O ânimo de novar pode ser expresso ou mesmo tácito, mas sempre
inequívoco. Não havendo tal elemento imaterial ou subjetivo, a segunda obrigação
simplesmente confirma a primeira.
Obs.: As obrigações condicionais poderão ser novadas, podendo a nova obrigação daí
resultante ser pura e simples ou condicional.
2- ESPÉCIES
Tipos de novação:
a) Novação objetiva: aquela em que há alteração da prestação (não confundir com dação
em pagamento). A novação objetiva (ou real) é forma de pagamento indireto por
substituição da dívida, gerando a extinção de todos os acessórios. Havendo evicção da
coisa dada, a prestação primitiva, em tais casos, não revive. Por outro lado, a dação em
pagamento não gera extinção dos acessórios e, no caso de perda da coisa dada, retornará a
prestação primitiva.
b) Novação subjetiva: pode ocorrer nos dois polos da demanda (ativa ou passiva). Na
novação subjetiva ativa não há responsabilidade do antigo credor pela existência do
crédito nem pela solvência do devedor, SALVO MÁ-FÉ. São requisitos da novação
subjetiva ativa: o consentimento do devedor perante o novo credor, o consentimento do
antigo credor que renuncia ao crédito e a anuência do novo credor que aceita a promessa
do devedor. Na novação subjetiva passiva ocorre a substituição do devedor. Se o novo
devedor for insolvente, não terá o credor que o aceitou ação regressiva contra o primeiro,
salvo se este obteve de má-fé a substituição.
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Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o
aceitou, ação regressiva contra o primeiro, SALVO se este obteve
por má-fé a substituição.
De acordo com o art. 365, “operada a novação entre o credor e um dos devedores
solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as
preferências e garantias do crédito novado.” Ou seja, operada a novação entre o credor e
apenas um dos devedores solidários, os demais, que não contraíram a nova obrigação,
ficam por este fato exonerados. Extinta a obrigação antiga, extingue-se também a
solidariedade, que só se manterá se for convencionada na última obrigação. Da
mesma forma “importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o
devedor principal.”
4- EFEITOS
c) A nova obrigação não tem nenhuma vinculação com a anterior, senão a de uma
força extintiva.
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CAPÍTULO VII
DA COMPENSAÇÃO
1- CONCEITO
2- ESPÉCIES
A compensação pode ser, como visto, total (quando as duas dívidas têm o mesmo
valor) ou parcial (quando as dívidas têm valor diverso). Pode ser, também, legal,
convencional e judicial.
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Não basta que as prestações tenham por objeto coisas fungíveis. É necessário que
sejam fungíveis entre si. A restrição vai além:
Ex.: Se uma das dívidas for de café “Tipo A” (qualidade especificada), só se compensará
com outra dívida também de café “Tipo A”.
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este
lhe dever; mas o fiador pode compensar sua dívida com a de seu
credor ao afiançado.
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IMPORTANTE!!! Não pode ser compensada dívida prescrita com dívida não
prescrita (isso para a compensação legal), porque tais dívidas não são exigíveis (bem
como dívida de jogo, obrigação natural).
Art. 378. Quando as duas dívidas não são pagáveis no mesmo lugar,
não se podem compensar sem dedução das despesas necessárias à
operação.
CAPÍTULO VIII
DA CONFUSÃO
1- CONCEITO
Ex.: Pai emprestou 100 reais ao filho. Se o pai morre, a herança, que compreende o
crédito, vai ao filho. Ocorrerá, pois, a confusão.
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2- ESPÉCIES
3- EFEITOS
CAPÍTULO IX
REMISSÃO DA DÍVIDA
1- CONCEITO
2- NATUREZA JURÍDICA
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3- ESPÉCIES
a) Total ou parcial: pode recair sobre a dívida inteira – caso da remissão total – ou parte
dela, denominada remissão parcial.
Art. 388. A remissão concedida a um dos co-devedores extingue a
dívida na parte a ele correspondente; de modo que, ainda
reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não
pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
b) Expressa ou tácita: poderá ser firmada por escrito – remissão expressa – ou por
conduta tácita do credor, prevista em lei e incompatível com a preservação do direito
obrigacional, a exemplo da situação em que o credor entrega o título da obrigação ao
devedor, quando tiver sido celebrado por escrito particular.
TÍTULO IV
DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
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De acordo com o art. 392 CC, “nos contratos benéficos, responde por simples
culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça.
Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções
previstas em lei.”
Como a culpa grave ao dolo se equipara, pode-se afirmar que responde apenas
por dolo ou culpa grave aquele a quem o contrato não favorece.
Nos contratos onerosos, respondem os contratantes tanto por dolo ou por culpa,
salvo exceções previstas em lei.
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A lei não faz distinção. Em geral, porém, a expressão caso fortuito é empregada
para designar fato ou ato alheio à vontade das partes, como greve, motim etc. A força
maior é denominação utilizada, em regra, para os fenômenos naturais como raio,
tempestade etc.
CAPÍTULO II
DA MORA
1- CONCEITO E INTRODUÇÃO
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Art. 395
Parágrafo único. Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao
credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a satisfação das perdas e
danos.
2- MORA DO DEVEDOR
Para que o devedor tenha responsabilidade pelo seu atraso, este deve ser culposo.
Art. 395. Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa,
mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.
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a) Mora ex re: mora automática. É aquela que não exige interpelação do devedor (dies
interpellat pro homine). É o simples decurso do tempo que irá constituir em mora o
devedor. Além de ser certo o momento do cumprimento da obrigação, esta também deve
ser positiva (dar ou fazer) e líquida.
Obs.: Não existe mora de obrigação negativa, pois a mora se confunde com o próprio
inadimplemento.
Obs.: Mora presumida ou mora irregular: aquela que está prevista no art. 398,
referente às obrigações provenientes de ato ilícito. Para a melhor corrente trata-se de
obrigação de não fazer (não causar dano), em que não existe mora.
2.1 REQUISITOS
2.2 EFEITOS
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a) Vencimento da obrigação
b) Oferta da prestação
c) Recusa injustificada em receber
d) Constituição em mora mediante consignação em pagamento
IMPORTANTE!!! Na mora do credor não se exige prova de culpa pelo atraso, sendo
suficiente o simples atraso do credor.
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A purgação só poderá ser feita pelo devedor se a prestação ainda for proveitosa ao
credor.
CAPÍTULO III
DAS PERDAS E DANOS
Obs.: O dano emergente não pode ser presumido. Deve ser certo e atual.
De acordo com o art. 403: Ainda que a inexecução resulte de dolo do devedor, as
perdas e danos só incluem os prejuízos efetivos e os lucros cessantes por efeito dela
DIRETO E IMEDIATO, sem prejuízo do disposto na lei processual. Trata-se da
TEORIA DOS DANOS DIRETOS E IMEDIATOS, de forma que o devedor
responde tão só pelos danos que causou, não pelos resultantes de causas estranhas.
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CAPÍTULO IV
DOS JUROS LEGAIS
1- CONCEITO
2- ESPÉCIES
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c) Podem ser também simples (calculados sobre o valor do capital inicial) ou compostos
(juros sobre juros).
CAPÍTULO V
DA CLÁUSULA PENAL
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A cláusula penal tem dupla função: a) atua como meio de coerção (intimidação),
para compelir o devedor a cumprir a obrigação, e assim não ter de pagar a multa; e ainda
b) como prefixação das perdas e danos (ressarcimento) devidos em razão do
inadimplemento do contrato.
Art. 416
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula
penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim
não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da
indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
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E de acordo com o parágrafo único, aos não culpados fica reservada a ação
regressiva contra aquele que deu causa à aplicação da pena.
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E dispõe o art. 415 que “quando a obrigação for divisível, só incorre na pena o
devedor ou o herdeiro do devedor que a infringir, e proporcionalmente à sua parte na
obrigação.”
CAPÍTULO VI
DAS ARRAS OU SINAL
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2- ESPÉCIES
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá
a outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem
recebeu as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e
exigir sua devolução mais o equivalente, com atualização monetária
segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários
de advogado.
Obs.: A jurisprudência estabeleceu algumas hipóteses em que devolução do sinal deve ser
pura e simples, e não em dobro: a) havendo acordo nesse sentido, b) havendo culpa de
ambos os contratantes, e c) se o cumprimento do contrato não se conclui em razão de
fortuito ou outro motivo estranho à vontade das partes.
3- FUNÇÕES
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