Legitima Defesa - GRECOXMASSON
Legitima Defesa - GRECOXMASSON
Legitima Defesa - GRECOXMASSON
Veja o que Rogério Greco (pág. 400) fala sobre a Sobre a legí=ma defesa....
“Deve ser frisado, ainda, que por agressão injusta somente podemos iden7ficar aquela
que tenha sido come7do dolosamente, pois, conforme saliente Muñoz Conde, “tanto a
ação como a omissão devem ser agressões dolosas, quer dizer, o ataque ao bem jurídico
deve ser intencional; pelo que, frente a lesões ou colocação em perigo simplesmente
imprudentes não cabe legí=ma defesa, embora, sim, o estado de necessidade”
(grifado).
E tem mais ! Você lembra o que Rogério Greco fala sobre os bens (que 7pos de bens)
podem ser objeto de legí7ma defesa ? Compare com o que Cleber Masson fala (pág 350):
‘(...)
23.4.3. Agressão a direito próprio ou alheio
A agressão injusta, atual ou iminente, deve ameaçar bem jurídico próprio ou de terceiro.
Qualquer bem jurídico pode ser protegido pela legí7ma defesa, pertencente àquele que
se defende ou a terceira pessoa. Em compasso com o auxílio mútuo que deve reinar
entre os indivíduos, o Código Penal admite expressamente a legí7ma defesa de bens
jurídicos alheios, com amparo no princípio da solidariedade humana.
E na legí7ma defesa de terceiro, a reação pode a7ngir inclusive o 7tular do bem jurídico
protegido. O terceiro funciona como agredido e defendido, simultaneamente. Exemplo:
“A”, percebendo que “B” se droga compulsivamente e não aceita conselhos para parar,
decide agredi-lo para que desmaie, e, assim, deixe de ingerir mais cocaína, que o levaria
à morte.
Não mais existem as limitações an7gas que autorizavam a legí7ma defesa apenas em
relação à vida ou ao corpo. Vige atualmente a mais larga amplitude de defesa dos bens
jurídicos, pois o Direito não pode dis7ngui-los em mais ou menos valiosos, amparando
os primeiros e relegando os úl7mos ao abandono.
Em suma, é todo o patrimônio jurídico do indivíduo que se deve ter por inviolável, e no
qual ninguém poderá penetrar pela força sem o risco de se ver repelido com a força
necessária.
É possível o emprego da excludente para a tutela de bens pertencentes às pessoas
jurídicas, inclusive do Estado, pois atuam por meio de seus representantes e não podem
defender-se sozinhas. Veja-se o exemplo da pessoa que, percebendo uma empresa ser
furtada, luta com o ladrão e o imobiliza até a chegada da força policial.
Admite-se, também, a legí7ma defesa do feto. Deveras, o art. 2.º do Código Civil
resguarda os direitos do nascituro, que podem ser defendidos por terceiros. É o caso do
agente que, percebendo estar a gestante na iminência de pra7car um autoaborto, a
impede, internando-a posteriormente em um hospital para que o parto transcorra
normalmente.
Embora com alguma controvérsia, pode-se ainda falar em legí7ma defesa do cadáver.
Nada obstante não seja 7tular de direitos, a u7lização da causa jus7fica7va encontra
amparo no reconhecimento que o Estado lhe confere, em respeito à sociedade e aos
seus familiares, criando, inclusive, crimes des7nados a esse desiderato, como se dá com
a destruição, subtração ou ocultação, e também com o vilipêndio a cadáver (CP, arts. 211
e 212)
(...)”
Referências bibliográficas
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: ar=gos 1º a 120 do Código Penal. v.1. 25ª
edição. Ed. Atlas, 2023.
MASSON, Cleber. Direito Penal: Parte Geral (arts. 1º a 120). v.1.18ª ed. Ed.
Método, 2024.