Dermatoses Infecciosas
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Dermatoses Infecciosas
B R U N O S O U Z A
D E R M ATO S E S
I N F EC C I O SAS
DERMATOLOGIA Prof. Bruno Souza | Dermatoses Infecciosas 2
INTRODUÇÃO
PROF. BRUNO
SOUZA
@profbruno.souza
@estrategiamed t.me/estrategiamed
Estratégia
MED
DERMATOLOGIA Dermatoses Infecciosas Estratégia
MED
SUMÁRIO
1.1.1. ESCABIOSE 4
1.1.2. PEDICULOSE 6
1.1.3. TUNGÍASE 7
1.1.4. MIÍASE 7
1 .2 DERMATOVIROSES 8
1 .3 DERMATOMICOSES 11
1.3.2.2 ONICOMICOSE 13
1.3.4 CANDIDÍASE 14
CAPÍTULO
1.1.1. ESCABIOSE
Acervo pessoal
Uma lesão dita quase que patognomônica da escabiose é o túnel (ilustração e fotografia ao lado esquerdo). São pequenas linhas
serpiginosas, eritematosas, que medem entre 2 a 15mm.
Observe na ilustração da esquerda o túnel que o Sarcoptes scabiei faz na camada córnea. Na fotografia clínica (à direita),
podemos ver um túnel caracterizado por uma lesão eritematosa e linear. Perceba como as duas fotos assemelham-se muito!
Acervo pessoal
• Escabiose no recém-nascido e lactentes – Nesses pacientes é comum haver acometimento da face e do couro cabeludo. Também
é comum haver lesões na região palmoplantar. Muita atenção com essa informação de acometimento palmoplantar nas crianças
pequenas, pois isso é muito cobrado nas provas!!
• Escabiose crostosa – Esse tipo de escabiose também é conhecido como sarna norueguesa e ocorre em imunossuprimidos.
Clinicamente há lesões hiperceratósicas, crostosas, com fissuras e espessamento das unhas. Caracteristicamente há muitos
parasitas nessas áreas ceratósicas!!
O diagnóstico é clínico-epidemiológico. Porém, o ideal é que seja realizado um exame direto para identificação do agente. As principais
drogas para o tratamento são a permetrina 5% e a ivermectina. Estude com atenção as características de cada uma das drogas, pois o
tratamento da escabiose é frequentemente cobrado nas provas! É importante lembrar que também devemos tratar todos os contactantes
(pessoas que vivem na mesma casa), ainda que estejam assintomáticos.
Atualmente está em
Gama-benzeno- Utilizado na concentração desuso pelo risco de
Lindano
hexaclorado de 1% toxicidade do sistema
nervoso central
1.1.2. PEDICULOSE
Pediculose é um termo que se refere à infestação por piolhos. Existem três tipos de piolho, a saber: pediculose do couro cabeludo,
pediculose do corpo e pediculose da região pubiana. Iremos conversar neste resumo sobre a forma mais comum.
1.1.3. TUNGÍASE
1.1.4. MIÍASE
Miíase é um termo genérico para referir-se a uma infestação dos tecidos de qualquer região do corpo por larvas de moscas. Vamos
deter-nos a conversar sobre o tipo mais comum: a miíase furunculoide.
MIÍASE PRIMÁRIA (Furunculoide): nesse tipo de miíase, a
Acervo pessoal - Dr. Pedro Paulo Coutinho
mosca da espécie Dermatobia hominis (mosca-varejeira) deposita
seus ovos em um mosquito hematófago. Esse, por sua vez, pica a
pele de um indivíduo e as larvas da mosca acabam entrando pelo
orifício da picada. No local de penetração da larva surge uma
pápula eritematosa, que depois evolui para um nódulo com pouca
inflamação. Na porção central desse nódulo é possível visualizar
um orifício por onde a larva se movimenta e sai para respirar!! O
tratamento é feito com a retirada da larva.
A larva migrans (“bicho geográfico”) é uma doença infecciosa que ocorre mais em crianças. Os agentes etiológicos mais frequentes são
o Ancylostoma brasiliensis e o Ancylostoma caninum. As regiões do corpo mais acometidas pela larva migrans são os pés e as nádegas, pois
as crianças sentam nas areias das praias contaminadas.
1 .2 DERMATOVIROSES
As verrugas virais são lesões causadas pelo papiloma vírus humano (HPV). São capazes de provocar lesões tanto na pele quanto nas
mucosas. São mais comuns em crianças e adolescentes e não há predileção por gênero ou etnia.
Acervo pessoal
Manifestam-se como lesões papulosas ou nodulares cuja
superfície é rugosa e ceratósica (muita queratina). É possível
visualizar na superfície alguns pontos escuros que correspondem
aos capilares da verruga. Os locais mais comuns são regiões mais
predispostas a traumas, como região periungueal, dorso das
mãos, cotovelos e joelhos. O tratamento é feito com aplicação
Placa ceratósica, bem delimitada, na região periungueal de uma de ácidos (tricloroacético, salicílico, lático, nítrico), crioterapia,
paciente transplantada de medula óssea. eletrocoagulação ou imiquimod.
É causado por um vírus da família Poxvírus. É muito mais frequente na infância. Clinicamente apresenta-se como pápulas normocrômicas
com umbilicação central! Essa característica é a informação mais cobrada nas provas de Residência Médica. As lesões costumam ser
assintomáticas.
O diagnóstico é clínico e não é necessário nenhum exame complementar. As lesões podem regredir espontaneamente após meses,
por isso, a conduta expectante é aceitável! Mas na maior parte das questões, a resposta do melhor tratamento será a curetagem!
Acervo pessoal
Na maioria das vezes, o quadro clínico se inicia com uma dor
do tipo queimação na pele sobre o dermátomo envolvido. A dor pode
ser contínua ou intermitente e tipicamente precede as lesões cutâneas
por dois a três dias. Nessa fase, como não há lesões cutâneas, o quadro
clínico pode ser confundido com infarto agudo, colecistite aguda,
apendicite, cólica renal, etc.
Após essa fase começam a surgir as vesículas agrupadas sobre
base eritematosa que obedecem a uma distribuição dentro de um
ou dois dermátomos sensoriais. As vesículas podem progredir para
pústulas ou vesículas hemorrágicas. Tipicamente o quadro cutâneo não
ultrapassa a linha média! Qualquer local da pele pode ser acometido,
porém o tronco é o local mais comum. Quando o quadro de herpes zoster ocorre na face, devemos solicitar avaliação oftalmológica, pois
pode ocorrer acometimento ocular.
O ideal é que o tratamento com anti-viral seja introduzido dentro das primeiras 72 horas após o desenvolvimento das lesões cutâneas.
As drogas utilizadas são os análogos de nucleosídeo que consistem no aciclovir, o valaciclovir e o fanciclovir. As doses utilizadas são as
seguintes:
• Aciclovir: 800mg, administrado 5 vezes por dia durante sete dias.
• Valaciclovir: 1000mg, administrados três vezes por dia durante sete dias.
• Fanciclovir: 500mg, administrados três vezes por dia durante sete dias.
1.3 DERMATOMICOSES
Trataremos neste momento apenas das micoses cutâneas superficiais. Consideramos micoses superficiais aquelas infecções causadas
por fungo que se localizam nas camadas mais superficiais da pele e/ou dos anexos cutâneos (pelos e unhas). As três principais que discutiremos
aqui são: a pitiríase versicolor, as dermatofitoses e a candidíase.
Causada por fungos do gênero Malassezia sp. Apresenta maior incidência em adolescentes e adultos jovens. Clinicamente há
múltiplas máculas assintomáticas, bem delimitadas, de tamanhos variáveis com descamação fina (furfurácea). Atenção, Estrategista! Quando
o examinador descrever descamação furfurácea, quase sempre a resposta será pitiríase versicolor! As cores das máculas podem ser
hipocrômicas, eritematosas ou até mesmo hipercrômica, por isso, o nome pitiríase “versicolor” (de múltiplas cores)!! As lesões predominam
em áreas seborreicas (ricas em gordura) como dorso superior, pescoço, ombros e parte proximal de membros superiores. A face pode ser
acometida principalmente em crianças. Por regra, o quadro clínico é assintomático, porém alguns pacientes podem queixar-se de leve
prurido.
1.3.2 DERMATOFITOSES
As dermatofitoses são infecções fúngicas causadas por fungos filamentosos chamados de dermatófitos, que infectam a pele, os pelos e
as unhas. Nós chamamos as infecções causadas pelos dermatófitos de “dermatofitose”, “tinea” ou “tínea”. De acordo com o local da infecção,
a infecção recebe um nome específico. Por exemplo, a dermatofitose do corpo é chamada de tinea corporis e a dermatofitose dos pés de
tinea pedis. Vamos discutir as mais importantes a partir de agora.
Clinicamente há uma placa circinada ou anular, pruriginosa, eritematosa e descamativa, que evolui com crescimento centrífugo. A
região central apresenta clareamento central e a borda permanece eritematosa, com descamação e crostas.
Acervo pessoal
Placas circinadas com borda eritematoescamosa e
centro claro. Fotografia muito clássica de tinea corporis!!
Circinada significa “em formato de círculo”. Grave bem
essa descrição e essa imagem.
1.3.2.2 ONICOMICOSE
Em algumas ocasiões, pode haver uma resposta imunológica intensa com uma exuberante inflamação das lesões de tinea capitis.
A esse processo, nós damos o nome de Kerion celsi! Há o surgimento de um eritema intenso associado a pústulas, crostas melicéricas e
drenagem de secreção purulenta em uma lesão de tinea capitis. O paciente pode ainda apresentar linfonodomegalias cervicais e occipitais.
O principal diagnóstico diferencial da tinea capitis é a alopecia areata. A alopecia areata apresenta-se frequentemente como uma
área arredondada de alopecia, porém não há pelos tonsurados, eritema ou descamação! O tratamento da tinea capitis sempre é feito com
medicação sistêmica!!! A droga de escolha é a griseofulvina, porém a terbinafina também é uma opção.
1.3.4 CANDIDÍASE
A candidíase oral acomete mais frequentemente recém-nascidos e idosos que utilizam prótese dentária e pacientes com HIV.
Manifesta-se com placas esbranquiçadas na boca, que confluem e podem afetar a língua, a mucosa jugal, palato ou gengiva. Essas placas
esbranquiçadas são facilmente removidas com o auxílio de uma espátula e, após a remoção, é possível ver um fundo eritematoso e brilhante.
Um outro tipo de candidíase oral é chamado de queilite angular. Ela é caracterizada por eritema, fissura e maceração nos ângulos da boca.
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CAPÍTULO
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