Psicologia Da Saúde Resumos Meuspdf
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CAPÍTULO I
O seu objeto de estudo é o sujeito psicológico e as suas relações com a saúde, a doença, a rede
social (família, amigos, colegas) e os profissionais da saúde, bem como os diferentes grupos
sociais e culturais (no seio dos quais se encontram variações nas significações e nos discursos
sobre saúde e doença).
A sua finalidade é contribuir para a melhoria do bem-estar (físico, psicológico, social, espiritual,
etc.) dos indivíduos, dos grupos e das comunidades.
EUA
1973 | Criação, no seio da American Psychological Association , de uma task force on health
research ", com o intuito de estudar a "natureza e a extensão da contribuição dos psicólogos
para a investigação básica e aplicada sobre os aspectos comportamentais nas doenças físicas e
na manutenção da saúde".
EUROPA
O que contribuiu para a emergência da Psicologia da Saúde? E por que razão ela surge tão
recentemente?
-OBJETIVOS
• prevenindo o aparecimento da
doença
(treinar os profissionais de saúde para
melhorarem as suas competências de
comunicação, poderá ajudar a prevenir o
aparecimento de doenças)
-OUTRAS AREAS:
Psicologia clínica; Psicologia educacional; Psicologia social e das organizações: Psicologia
experimental; Psicologia do desenvolvimento; Psicologia cognitiva.
CONTEXTOS DE INTERVENÇÃO:
Utentes; Técnicos de saúde e funcionários; Organização
A Psicologia da Saúde é muito ampla e diversa e, em geral, o seu domínio compreende várias
áreas:
• promoção e manutenção da saúde
• prevenção e tratamento da doença
• fatores associados com o desenvolvimento da doença
• sistema de saúde e políticas de saúde
Para Trindade e Teixeira 2007 não é o facto de trabalhar num serviço de saúde que,
automaticamente, faz com que o psicólogo esteja a trabalhar em psicologia da saúde.
Parâmetros importantes:
✓ Definição do objeto
✓ Delimitação de objetivos em diversas áreas de intervenção e investigação
✓ Modelos teóricos diversificados
✓ Métodos de avaliação
✓ Métodos de intervenção
✓ Investigação
Muitas vezes o cliente é encaminhado por um médico para obter consultas, sem muitas vezes
entenderem o porquê, o que dificulta a ação do psicólogo, prejudicando a relação psicólogo-
cliente.
Aspetos novos na prática do psicólogo que intervém no sistema de cuidados de saúde (Ribeiro,
2007):
Desde tempos remotos que a relação entre mente e corpo tem sido fonte de especulação e
controvérsia. Umas vezes, e em algumas culturas, a mente e o corpo eram vistas como
estreitamente ligadas, enquanto outras vezes, noutras culturas privilegiava se a separação.
Sociedades primitivas:
Idade Média:
Renascimento
Dualismo mente/corpo
A relação entre mente e corpo tem sido causa para alguma controvérsia, sendo que ao
longo do tempo em algumas culturas a mente e o corpo eram vistas como ligadas enquanto
noutras privilegiava-se a separação das duas.
-> De acordo com esta visão, o corpo era comparado a uma máquina que podia ser
analisada em termos das suas partes constituintes e compreendida essencialmente em termos
mecânicos.
-> A doença era vista como resultado de uma avaria na máquina; o trabalho do médico era
diagnosticar a avaria e reparar a máquina, uma tarefa vista como semelhante à de um
mecânico.
-> Assim, sob esta perspetiva, a saúde e a doença começaram a ser encaradas quase
exclusivamente em termos bioquímicos, com pouca consideração pelos fatores psicológicos ou
sociais.
O modelo biomédico apoiava e tinha como princípio esta dualidade entre mente e corpo: em
que a mente não tinha qualquer tipo de influência no corpo, uma vez que estava relacionada
com fatores abstratos como os sentimentos e as emoções.
MODELO BIOMÉDICO
Visto que as doenças são vistas como algo que se encontra fora do controlo do
sujeito, os indivíduos não são considerados responsáveis, mas sim como vítimas de
uma força externa.
Embora o Modelo Biomédico tenha tido um papel fundamental na luta a doença, esta
abordagem ao tratamento começou a criar uma crescente insatisfação. Uma das mais
articuladas críticas ao modelo biomédico é a de George Engel:
Segundo Engel:
1.Doente
A compreensão dos determinantes das doenças…
2.Seu contexto social
A escolha de um tratamento racional…
Deve ter em
A definição de padrões de cuidados de saúde… 3.Seu sistema mais alargado
conta…
(viz . efeitos desorganizadores
da doença, papel do médico,
sistema de cuidados de saúde)
Conhecer novas abordagens à saúde e à doença e o modelo biopsicossocial
-Engel (1980) defende que a Teoria Geral dos Sistemas (de Ludwig von Bertalanffy) traz
importantes implicações para a compreensão da saúde e da doença.
Ludwig von Bertalanffy constata que o organismo, para ser entendido, não pode ser encarado
como uma soma das suas partes. Isto é, o ser vivo não é o somatório dos seus elementos
constitutivos:
A teoria geral dos sistemas postula que a natureza pode ser melhor compreendida em
termos de hierarquias de sistemas, em que cada sistema é, simultaneamente, composto
por unidades menos complexas, e parte de unidades mais amplas.
Nada existe isolado, já que todos os sistemas são influenciados pela configuração do sistema de
que fazem parte, ou seja, o seu ambiente.
MODELO BIOPSICOSSOCIAL DE SAÚDE E DOENÇA
A doença pode ter origem numa combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais.
MODELO BIOPSICOSSOCIAL
Neste modelo, os seres humanos são vistos como sistemas complexos, onde a
doença é causada por uma multiplicidade de fatores e não por um único fator
causal. E por isso sustenta que a doença pode ter origem biológica (vírus),
psicológica (comportamentos, crenças), e sociais (emprego), ou seja, 1. Os
contributos biológicos eram a genética, viros, bactérias, e defeitos estruturais; 2. Os
aspetos biológicos eram descritos ao nível das cognições( por exemplo as
expectativas acerca da saúde) emoções, (por exemplo medo do tratamento); 3.
Aspetos sociais ligados à saúde eram descritos através das normas sociais de
comportamento, das pressões sociais para mudar comportamentos(expectativas do
grupo de pares, pressão parental), da classe social e grupo étnico.
Deve ser tratada não só a nível das mudanças físicas, mas também a nível das
mudanças de comportamento, de crenças, bem como a utilização de estratégias de
coping e adesão às recomendações do médico.
Neste caso, o doente fica em parte responsável pelo tratamento, assumindo por
exemplo a responsabilidade pela ingestão de medicação, e mudança de crenças e
comportamentos.
Este modelo defende que a mente e corpo interagem, estas duas entidades são
vistas numa perspetiva de influências mútuas, mas continuam a ser categorizadas
em separado, como dois termos diferentes.
CAPITULO III
-CONCECÇÕES DE SAÚDE E DOENÇA
O que é Saúde?
Definição da OMS:
o “é a extensão em que um indivíduo ou grupo é capaz, por um lado, de realizar as suas
aspirações e satisfazer as suas necessidades, e, por outro, de modificar ou lidar com o meio
envolvente.”
o “é um recurso para a vida do dia-a-dia, uma dimensão da nossa qualidade de vida e
não o objetivo de vida” (Ribeiro, 2007, p.75).
O que é Doença?
“A doença não tem existência em si, é uma entidade abstrata à qual o homem dá um nome. A
partir das indisposições sentidas por uma pessoa, os médicos criam uma noção intelectual que
agrupa os sintomas de que sofre o “doente”, os sinais de que um observador pode constatar,
as lesões anatómicas, por vezes uma causa ou um germe causal, e a este conjunto aplicamos
uma etiqueta chamada diagnóstico, do qual decorre um tratamento destinado a agir sobre os
sintomas e, se possível, sobre a causa.
3 significados distintos:
1. ter uma doença; considerado como um acontecimento biológico (mudanças
anatómicas, fisiológicas, bioquímicas); rutura na estrutura, ou função, de uma parte do
corpo, de um sistema ou subsistema.
2. sentir-se doente; trata-se de um acontecimento humano, uma configuração de
desconforto e desorganização psicossocial, resultante da interação do indivíduo com o
seu meio
3. comportar-se como doente; é uma identidade social, um estatuto ou um papel
assumido por pessoas que foram rotuladas como não saudáveis
___________________________________ (B)
(A)
BEM-ESTAR
DOENÇA
COMPLETO
GRAVE(MORTE)
Bem-estar elevado
________________________________
Doença grave Ausência de doença
Mal-estar
3.COMPREENDER A RELAÇÃO ENTRE SAÚDE, QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR SUBJETIVO
CONCEITO DE BEM-ESTAR
McQueen Matarazzo
EXEMPLO:
1- Pré-intenção: sou feliz como sou, pretendo continuar a fumar
2- Intenção: tenho tossido muito, talvez devesse pensar em parar de fumar
3- Preparação: vou deixar de ir ao café e vou passar a comprar cigarros mais fracos
4- Ação: deixei de fumar
5- Manutenção: já há 4 meses que não fumo
A enfase no individual
A ausência de um papel para fatores emocionais como o medo e a negação
O modelo de crenças de saúde defende que os comportamentos de saúde se
devem aos fatores individuais, sendo que investigadores defendem que se devem
mais á perceção dos sintomas
TEORIA DA MOTIVAÇÃO PARA A PROTEÇÃO
Esta teoria defendia que os comportamentos relacionados com a saúde são o produto de
quatro componentes:
✓ Esta teoria defende que as intenções deviam ser conceptualizadas como planos de
ação.
✓ Desenvolvido por Fishbein e Ajzen pretende descrever a relação entre atitudes e
comportamentos.
✓ Considera que o melhor preditor do comportamento será a intenção
comportamental.
Segundo esta teoria descobriu-se que a saúde é considerada interna ao indivíduo e a doença
como algo que entra no corpo vinda do mundo exterior. Por exemplo se um indivíduo atribuía
a sua doença ao exterior e sentia que não era pessoalmente responsável pela mesma, tinha
maior probabilidade de escolher um método de tratamento mais favorável de acordo com as
suas crenças e responsabilizar os médicos
Locus de controlo
Faz a distinção das atribuições de controlo a fatores internos versus externos.
Interno: crença de que controlamos o nosso próprio destino
Externo: crença de que o destino é controlado pela sorte ou por forças externas
As pessoas com locus de controlo interno revelam uma convicção de controlo pessoal dos
acontecimentos:
➢ acreditam que podem influenciar a sua saúde, por isso tendem a adotar
comportamentos de prevenção da doença e de promoção da saúde.
Autoeficácia
Traduz a crença da pessoa de que será bem-sucedida em algo que ela quer fazer.
➢ adquirida através dos seus sucessos e fracassos, pela observação das experiências dos
outros, e pela avaliação das suas capacidades que as outras pessoas lhes comunicam.
➢ Quando decidem ter um comportamento de saúde, as pessoas avaliam a sua eficácia:
esforço requerido, complexidade da tarefa, probabilidade de receber apoio de outras pessoas
As pessoas com uma autoeficácia alta têm maior probabilidade de tentar e conseguir
deixar de fumar, de serem bem-sucedidas na perda de peso, ou de motivar-se para o
confronto de uma doença.
Identidade
Causa percecionada da doença
Dimensão temporal
Consequências
Possibilidade de cura e controlo da doença.
Fase 1- Interpretação
→ atribuir sentido ao problema, ou seja, aceder às cognições que o individuo tem da doença
→ cognições que são construídas de acordo com: a identidade, causa, consequências,
dimensão temporal, cura/controlo da doença.
Fase 2- Coping
Desenvolvimento das estratégias adequadas de coping.
➢ Coping de aproximação: tomar medicamentos, ir ao médico, descansar, falar com
amigos
➢ Coping de evitamento: negação, crença na realidade do desejo
Fase 3- Ponderação
Avaliação individual da eficácia da estratégia de coping