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Livro Discipulado V1

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Discipulado

Século XXI

LIVRO 1:
Ponto de Partida

UM CURSO PARA NOVOS CRENTES

Desenvolvido pela Escola de Evangelismo e Discipulado


(EED), Global University
2
Ponto de Partida

Contatos

MEIBAD e Global University Portugal


Rua Alfredo Caldeira, 34
2670-693 Fanhões - Loures
Portugal

Telef.: 210 966 447


e-mail: cursosporextensao@meibad.org

www.meibad.org

Para fazer o Download grátis dos materiais de evangelismo e


discipulado, visite www.globalreach.org

A não ser que outra coisa seja indicada, as Escrituras são retira-
das da Bíblia Sagrada, NOVA VERSÃO INTERNACIONAL®.
Copyright © 1973, 1978, 1984 Sociedade Bíblica Internacional.
Todos os direitos reservados em todo o mundo. Usada sob per-
missão da Sociedade Bíblica Internacional.

© 2008 pela Global University.


Todos os direitos reservados. Primeira Edição 20

Tradução para Português Europeu: Humberto J. Carvalheiro

Arranjo Gráfico por Timóteo Josué

Impresso em Português
3

ÍNDICE

Introdução................................................................................................ 5
Como Usar Este Curso............................................................................. 6
Lição 1 — O Teus Primeiros Passos Como Cristão.................................. 10
Lição 2 — A Jornada do Discipulado ..................................................... 28
Lição 3 — Como Tirar o Máximo Proveito do Estudo da Bíblia............. 47
Lição 4 — Nutrindo Paixão pela Oração................................................ 63
Lição 5 — Desenvolvendo e Usando a Tua Fé......................................... 78
Lição 6 — A Tua Nova Casa Espiritual, a Igreja...................................... 96
Lição 7 — O Coração da Adoração....................................................... 111
Lição 8 — Conheçendo o Espírito Santo.............................................. 132
Lição 9 — O Batismo no Espírito Santo............................................... 149
Lição 10— Tornando-te Mais Semelhante com Jesus: Santificação........ 174
Lição 11 — Como Lidar com a Tentação.............................................. 194
Lição 12 — O Fruto do Espírito........................................................... 212
Lição 13 — Vencer o Medo e a Ansiedade............................................. 228
4
Ponto de Partida
5

Introdução

Introdução
O Discipulado Século XXI é para ti, novo crente. Tronaste-te
um discípulo de Jesus Cristo e começaste uma jornada excitante.
O discípulo é alguém que aprende, torna-se amadurecido, sendo
parecido com o seu mestre — neste caso, Jesus. A palavra jornada
implica movimento para diante num novo território. Deixastes o
terreno familiar indo para lugares onde nunca estiveste antes.
Nesta jornada, o teu amor e apreço pelo Senhor desenvolver-
se-á. A tua compreensão da Bíblia e a capacidade de pôr os seus
ensinos em prática crescerão. Porque é que os Cristãos fazem
o que fazem — como orar, dar, ajudar os necessitados, servir,
pregar,— começarem a ser sensíveis. Os velhos hábitos e as más
atitudes que costumavam a arrastar-te para baixo começaram a
desaparecer. Descobrirás que Deus te presenteou de maneiras
específicas e deseja usar-te no progresso do Seu reino. Começarás
a enfrentar desafios de uma nova maneira — com a ajuda de
Deus. O teu relacionamento com os outros Cristãos passa a ser
altamente valorizado e uma fonte de inacreditável alegria.
O Discipulado Século XXI foi preparado para te ajudar
nesta caminhada. Nós não podemos caminhar nos teus sapatos,
mas podemos estar ao teu lado para te ajudar. As lições neste
curso foram escritas por Pastores, Missionários, e outros Cristãos
experientes que estão preocupados com o que acontece a pessoas
tais como tu. A sua experiência coletiva e ensino provindo
da Palavra de Deus, a Bíblia, tornam este curso de um valor
inestimável.
Os nossos objetivos básicos para este curso são ajudar-te a
conheceres melhor a Cristo; Assistir-te no crescimento espiritual;
e encorajar-te a tornares-te tudo o que o Senhor deseja que
sejas. Lembra-te sempre, a tua vida é importante para Deus
e muitas outras pessoas. Na verdade Deus tem mesmo coisas
maravilhosas em “armazém” para ti se fores fiel. Goza esta viagem
do discipulado!
6

Como Usar Este Curso


Ponto de Partida

ACERCA DAS LIÇÕES

O Discipulado Século XXI é uma série de três guias de


estudo com 13 lições/guias de estudo. Cada lição contém os
seguintes componentes:
• Título
• Introdução
• Esboço
• Lista dos objetivos
• Conteúdo da Lição
• Conclusão
• Versículos Bíblicos Sugeridos para Memorizar
• Auto Teste
• Respostas para o Auto Teste
• Informação sobre o autor da lição.

O AUTO TESTE

O auto teste é um útil meio de ajuda para reveres aquilo


que estudaste numa lição. As perguntas são uma combinação
de Verdadeira/Falsa, Escolha Múltipla, e Preenchimento dos
Espaços em Branco. Uma vez que tenhas completado o auto
teste, confere as tuas respostas com as respostas providenciadas.
Em caso de teres respondido incorretamente a uma pergunta, as
respostas para o auto-teste também indicam o local na lição onde
encontrar a resposta certa. Por exemplo, uma resposta parece-se
com alguma coisa assim, a (5.3). A Letra “a” refere-se à resposta
correta à pergunta ao auto teste. O número 5 faz referência ao
número da lição, e o número 3 alude ao objetivo da lição onde
se encontra a resposta. Poderá ser útil para ti rever o objetivo
completo se achares que respondeste a uma pergunta do teste
incorretamente.
7

FORMAS DE ESTUDO

Introdução
Existem pelo menos duas formas em que podes estudar
o material deste curso: independentemente ou em grupo.
Dialoguemos sobre estes dois métodos:
Estudo Independente
Ajudar as pessoas a estudar independentemente é aquilo em
que a Global University é especialista. Sabemos que nem todas
as pessoas que estudam a Palavra de Deus têm acesso a uma
Igreja, a um pastor e a uma larga variedade de recursos materiais.
Portanto, nós nos esforçamos em providenciar-te um completo
guia de estudo. Um professor qualificado da Bíblia planeou
cuidadosamente e escreveu cada lição a fim de que possas
experimentar crescimento intelectual e espiritual no conforto da
tua casa. Uma vez que não há tempos de aula pré determinados,
o estudo individual requere uma alta motivação e autodisciplina.
Por favor certifica-te se tens também à mão uma Bíblia. A Bíblia
é o teu principal livro texto; somente esta é inspirada por Deus.
O Discipulado Século XXI é simplesmente uma ferramenta para
te ajudar a tirares um proveito maior da Palavra de Deus. Com
a Bíblia aberta, o Espírito Santo e o teu curso de discipulado, tu
estás na sala de aulas do Espírito Santo. Sê diligente e espera que
grandes coisas aconteçam.

Maximizando o Tempo de Estudo Individual.

1. Separa tempos sossegados e regulares para estudar. A


concentração torna-se mais fácil se voltares a tua mente para os
teus estudos na mesma hora em cada dia. Consegue um tempo
em que estejas mais desperto.
2. Ora antes de começar cada sessão de estudo. Pede ao
Senhor que te ajude a compreender o material e a fazer dele
aplicações apropriadas à tua vida.
3. Faz uma breve leitura da lição, observando os objetivos
ou pontos principais.
8

4. Atenta para os objetivos da lição uma segunda vez.


Ponto de Partida

5. Lê de novo a lição. Desta vez olha para as referências,


segue os exercícios e toma algumas notas que possam ser úteis.
Pensa naquilo que estás a aprender e como isso pode ser aplicado
à tua vida diária.
6. Responde às perguntas de estudo no final de cada lição.
Volta à lição se necessitares encontrar a resposta. Então usa a
chave das respostas para conferires o teu trabalho.
7. Toma o teu tempo. Nada de campainhas a tocar que te
forcem a avançares para um novo material.
8. Faz um bom uso das ferramentas das referências,
tais como uma concordância e um dicionário de Português
atualizado, para te ajudar a compreender palavras que te não
sejam familiares.

Estudo em Grupo
Podes estudar também o Discipulado Século XXI em Grupo.
Este é um modo dinâmico e útil para consolidar o conteúdo da
lição. O mesmo provê a maneira de gerares uma amizade com
outros Cristãos.

Linhas Mestras Para o Estudo em Grupo

1. Separa tempos regulares para estudares com outros


crentes. Podes reunir-te numa casa, Igreja, ou até noutro lugar
qualquer onde estejas confortável e onde não sejas interrompido.
Planeia começar a horas e acabares numa hora antecipadamente
combinada.
2. Acha alguém que venha a ser moderador ou líder da
discussão. De modo geral o pastor da Igreja que frequentas pode
ajudar-te a encontrar a pessoa exata para servir nesta capacidade.
3. Sugerimos que estudes uma lição por semana. Cada
pessoa no grupo de estudo deverá ler cuidadosamente a lição
em casa antes da aula. Segue as instruções acima para o Estudo
Independente.
9

4. Começa o estudo em grupo com oração, pedindo

Introdução
ao Espírito para guiar a vossa conversa e ajudar-vos a
aprender. Então, discutam em conjunto os objetivos da lição.
Podem querer ler o objectivo em voz alta e então abri-lo
com comentários e perguntas. Não tenham vergonha de se
expressarem. O vosso moderador pode desejar sublinhar pontos
que ele ou ela sente serem especialmente importantes
5. Sejam cuidadosos para não divagarem sobre o tópico na
lição durante o vosso tempo de encontro. Permaneçam focados.
6. Usem de tato para evitarem ter uma pessoa no grupo que
domine o tempo das perguntas e da discussão.
7. Uma boa forma de concluir a vossa reunião é orarem uns
pelos outros, especialmente pelas necessidades que pertencem ao
tópico da lição.

Se tiverem perguntas ou comentários, por favor contactem-nos.


Telefone: 210966447
Email: cursosporextensao@meibad.org
10

Lição 1
Ponto de Partida

Os Teus Primeiros Passos como


Cristão
Estás provavelmente a ler esta lição por que decidiste tornar-
te Cristão. Seguir a Cristo é a decisão mais importante que uma
pessoa pode fazer porque ela conduz ao perdão, à paz, à alegria, e
à comunhão com Deus. Em todo o mundo milhares de pessoas
estão a receber Cristo como Senhor e Salvador todos os dias, e
estão a experimentar o milagre da salvação. Esta garante o teu
lugar no céu quando a tua vida terrena terminar. Conforme
Romanos 6:23, a salvação é um presente que não se pode
comprar. Não levando em conta quanto dinheiro tenhamos,
quanto sabemos, ou a capacidade para fazermos o que quer que
seja. Agradece a Deus em cada dia por te ter salvo!
Deste modo que vais fazer agora que és um Cristão? É isso
somente uma questão de ir à Igreja ou tentar ser bom? Não!
Virtualmente todas as religiões têm lugares de adoração e ensino
moral. A descrição mais básica da vida Cristã é relacionamento.
Tu estás agora num relacionamento real com o Senhor pela fé em
Cristo. Vais descobrir que o teu relaciomamento com o Senhor
vai amadurecer e tornar-se o tesouro maior da experiência da tua
vida.
Durante a tua jornada em comunhão com Deus, muitas
mudanças boas vão ter lugar em ti. Passarás a pensar de maneira
diferente, as tuas atitudes irão mudar, e as pessoas vão aperceber-
se da diferença. Deus deu-te uma vontade livre — para O
escolheres ou para viveres segundo os teus próprios caminhos.
O favor de Deus estará contigo se tu puseres em prática as coisas
que Lhe agradem e que sejam úteis para o teu crescimento
espiritual. Este curso de discipulado vai ajudar-te a identificar
algumas destas coisas.
11

ESBOÇO DA LIÇÃO

O s Te u s P r i m e i r o s P a s s o s c o m o C r i s t ã o
Crescimento Espiritual
Estudando a Palavra de Deus
Comunhão Cristã
Celebrando a Ceia do Senhor
Oração
Batismo nas Águas
Generosidade

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Quando completares esta lição, estarás apto a:

1: Explicar a importância do crescimento espiritual


2: Identificar chaves para estudares a Bíblia com sucesso.
3: Dar apoio espiritual para o papel vital da comunhão
Cristã.
4: Explicar o significado da Ceia do Senhor ou comunhão.
5: Explicar porque a oração é vital para o Cristão.
6: Discutir porque é que os novos Cristãos devem ser
batizados nas águas.
7: Identificar as razões porque os Cristãos devem dar.

Crescimento Espiritual

Objetivo 1:
Explicar a importância do crescimento espiritual.

É desejo de Deus para ti desenvolver e mudar! Quando foste


concebido no ventre materno, começaste a crescer. As células do
12

teu corpo, músculos, tendões, e órgãos cresceram e formaram-


Ponto de Partida

se naquilo que Deus tinha designado que tu fosses. Se não tens


começado a crescer, teria sido um sinal que alguma coisa estava
errada. A tua sobrevivência depende do teu crescimento.
O mesmo princípio é aplicado à tua vida espiritual, agora
que “nasceste de novo”. És neste momento um bébé espiritual.
Não te sintas insultado — os bébés são o padrão precioso e
justamente merecem muita atenção. Mas, assim como Deus não
teve a intenção que tu ficasses um bébé fisicamente, ele não tem a
intenção que permaneças assim espiritualmente. É a Sua vontade
que tu cresças! O crescimento espiritual pode ser definido como
o desenvolvimento da tua fé, da tua compreensão dos caminhos
de Deus, do teu caráter cristão e atitude, e dos teus dons e
talentos dados por Deus.
Os líderes cristãos muitas vezes se voltam para o livro de Atos
para descobrir como a igreja primitiva, composta por milhares
de crentes individuais, cresceu espiritualmente. A igreja primitiva
oferece um excelente padrão básico a seguir, vamos acompanhá-
lo pelo muito do que será discutido nesta lição.
Leiamos Atos 2:42: “E perseveravam na doutrina dos
apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.”
Observa as quatro preocupações importantes dos crentes
comprometidos com: o ensinamento dos apóstolos, a comunhão,
tendo comunhão e orando. Nesta lição, vamos discutir cada uma
dessas áreas com maior profundidade, mas por agora, deixa-me
destacar cada uma dessas preocupações.
O ensinamento dos apóstolos era baseado nas Escrituras
do Antigo Testamento e na vida e palavras de Jesus Cristo. Os
apóstolos haviam sido testemunhas, em primeira mão, de tudo
o que Jesus disse e fez durante o Seu ministério terreno. Depois
de algumas décadas da ressurreição e ascensão de Jesus Cristo, os
apóstolos e os que se lhes tinham juntado começaram a colocar
o seu ensinamento oral por escrito. Esta escrita se tornou mais
tarde conhecida como o Novo Testamento.
A ideia de comunhão significava simplesmente que os
13

primeiros crentes passavam muito tempo juntos. Eles sabiam

O s Te u s P r i m e i r o s P a s s o s c o m o C r i s t ã o
que não foram salvos para viverem em isolamento, assim eles
se reuniam nas casas e no templo em Jerusalém. Naqueles dias,
não existiam igrejas, mas isso não impedia que os seguidores de
Cristo passassem tempo juntos.
Os Cristãos primitivos também celebravam o que mais tarde
poderíamos chamar Comunhão, ou Ceia do Senhor. Porquê?
Eles desejavam relembrar a si próprios as contínuas provisões
disponíveis para eles através da obra de Cristo sobre a cruz.
Finalmente, eles oravam. A oração era indispensável para o
crescimento. Se todo o verdadeiro Cristão pudesse dedicar-se
passando um tempo de qualidade em oração, maiores coisas
poderiam acontecer. Deus espera que o Seu povo ore, e Ele
prometeu responder à oração. Que aconteceu enquanto a Igreja
primitiva se comprometeu com o ensino dos apóstolos, partindo
o pão, tendo comunhão e oração? “O Senhor acrescentava
todos os dias à Igreja aqueles que se haviam de salvar” (Atos
2:47). Agora, exploremos estes quatro ingredientes para nosso
crescimento, em detalhe mais alargado.

Estudando a Palavra de Deus

Objetivo 2:
Identificar Chaves Para o Estudo Bem sucedido da Bíblia.

A Palavra de Deus é a Sua revelação especial para nós. É-nos


dito que “Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa
para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em
justiça;” (2 Timóteo 3:16). A Palavra de Deus é uma bússola
ou guia que nos mostra como devemos viver. O rei Davi disse
no Salmo 119:105: “A tua palavra é lâmpada para os meus pés
e luz para o meu caminho.” No início do Salmo 119:9, Davi
perguntou: “Como pode o jovem manter puro o seu caminho?
Ao viver segundo a tua palavra.” É ao estudar a Palavra de Deus
que iremos conhecer Deus. Aqui estão quatro recomendações
simples que irão ajudar-te no teu estudo da Palavra de Deus.
14

Aproveita o tempo para ler a Palavra.


Ponto de Partida

Separa alguns minutos cada dia para ler a Bíblia Sagrada.


Encontra um lugar calmo onde provavelmente não irás ser
interrompido. Não tens que ler um capítulo inteiro, apenas
alguns versos. Pede ao Senhor que te ajude a entender o que
vais ler, e depois de o teres lido, pede ao Senhor para te ajudar a
aplicar o que leste. Vais também querer ter longos períodos lendo
a Palavra, mas provavelmente não irás começar a fazer isso assim.
Sê consistente e irás decobrir o desejo de passar mais tempo com
a Palavra conforme os dias vão passando.

Encontra uma Bíblia de que gostes.


A Bíblia que tu estás a ler é na verdade uma tradução dos
documentos primeiramente escritos em Hebraico, Aramaico, e
Grego. Algumas versões da Bíblia são mais fáceis de compreender
do que outras, dependendo de quando e quem fez o trabalho da
tradução. Existem muitas opções disponíveis hoje, deste modo
podes encontrar uma versão que vais poder entender. Visita uma
livraria Cristã ou fala com o pastor da tua Igreja ou outro Cristão
experiente para te aconselhar a escolheres uma versão. Nós
recomendamos a Nova Versão Internacional (NVI).

Estabelece um plano.
Não basta folheares a Bíblia aberta aleatoriamente, aponta
para uma passagem, e faz dela a tua leitura para o dia. Deus
pode direcionar-te dessa forma, mais frequentemente do que
se folheares apenas a Bíblia. Tens necessidade de disciplina
para um plano de leitura Bíblica diária. Há muitos planos de
leitura Bíblica disponíveis; algumas Bíblias têm mesmo um
plano ou planos localizados nas últimas páginas. Arranja um
bloco de notas para escreveres os teus pensamentos. Enquanto
lês o Espírito pode dar-te pensamentos para que tu possas
compreender o que estás a ler. Separa um momento para os
escreveres uma vez que te podem ser úteis mais tarde. Também,
ao escreveres notas, enquanto estudas a Bíblia, fará que te
15

distraias menos. Muitas vezes, quando estás sossegado, a tua

O s Te u s P r i m e i r o s P a s s o s c o m o C r i s t ã o
mente gosta disso, todas as coisas que necessitas fazer, passarão
pela tua mente. Não te levantes para fazeres logo essas coisas; que
apenas sejam um lembrete para ti Para as fazeres depois do teu
tempo com a Palavra.

Comunhão Cristã

Objetivo 3:
Dar apoio escriturístico para o papel vital da comunhão Cristã.

Uma das grandes analogias nas Escrituras acerca da Igreja


é que nós somos o “corpo de Cristo”. Conhecemos dos nossos
próprios corpos, que uma das mãos não funciona só, mesmo que
seja muito forte. Um pé não pode levar-nos a lado nenhum sem
a perna. Nenhuma destas partes do corpo consegue funcionar
sem o nosso cérebro enviar mensagens aos nervos, músculos,
e tendões. A mensagem básica da comunhão é que todos nós
necessitamos uns dos outros. Sozinhos, não vamos funcionar
muito bem. Juntos, contudo, podemos funcionar de uma
maneira que traga honra e glória para Deus.
Toma nota do que Paulo escreveu aos Romans 12:4 – 5:
“Pois assim como em um corpo temos muitos membros, e nem
todos os membros têm a mesma função, assim nós, embora
muitos, somos um só corpo em Cristo, e individualmente uns
dos outros.” Precisamos uns dos outros! Até mesmo a história
da criação nos ensina que o homem não foi criado para estar
sozinho. Adão precisou de uma mulher, e Deus deu-lhe Eva.
Da mesma forma, os Cristãos precisam do encorajamento e
comunhão que advém do relacionamento com outros crentes.
Juntos somos mais fortes e podemos ser mais eficientes ao
cumprirmos a nossa missão que Deus nos deu na terra.
Esse homem mais sábio dos tempos antigos, Salomão,
abservou, “Dois são melhores do que um só, porque eles têm
melhor paga do seu trabalho: se um cai o seu amigo pode ajudar
16

a levantá-lo. Mas ai do homem que cai e não tem alguém que o


Ponto de Partida

ajude a levantar-se! Também, se dois estiverem deitados mantêm-


se aquecidos. Mas como pode alguém que está só aquecer-se?
Se bem que um possa ser vencido dois podem defender-se entre
si. O cordão de três dobras não se parte com tanta facilidade”
(Eclesiastes 4:9 – 12).
No livro de Hebreus lemos, “Não deixemos de nos congregar
como fazem alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros — e
tanto mais que o Dia se aproxima” (Hebreus 10:25). Existem
para cima de mais de cinquenta destas vezes que são instruções
para nós “orarmos uns pelos outros”, “Amai-vos uns aos outros”
ou algo similar. Eis aqui dois exemplos específicos: “Portanto
encorajai-vos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros, como
na verdade estais fazendo.” (1 Tessalonicenses 5:11). “Mas
encorajai-vos uns aos outros durante o dia que se chama Hoje. A
fim de que nenhum de vós possa ser endurecido pelo engano do
pecado” (Hebreus 3:13).
Existirão tempos em que estaremos desencorajados e, desse
modo, nercessitamos de uma palavra de encorajamento. Ou
pode haver ocasiões quando as coisdas se tornam difíceis e nós
precisamos de alguém que se chegue a nós e nos ajude através
destas circunstâncias. É por isso que nós precisamos de ter
comunhão numa Igreja local, como também necessitamos de ter
comunhão em pequenos grupos tais como a Escola Dominical,
classes de estudo Bíblico na casa de alguém, ou na Igreja. Há
ocasiões em que não carecemos disso, mas existirá alguém que
necessita de nós para sairmos e nos colocarmos ao lado dele ou
dela durante um período.
Talvez tenhas visto documentários sobre os hábitos
alimentares dos leões em África. Eles seguem manadas durante
muitos dias algumas vezes, procurando aquele animal que está
tresmalhado e ficou para trás ou outro qualquer que é cortado do
restante da manada. Quando o bufalo de água, zebra, ou antílope
se separa do resto dos da sua espécie, ele, regra geral, acaba como
o prato principal para satisfazer a fome orgulhosa dos leões.
17

Igualmente, a nossa permanência em comunhão com os outros

O s Te u s P r i m e i r o s P a s s o s c o m o C r i s t ã o
crentes irá ajudar a guardar-nos perto do nosso Pai celestial e vai
evitar as tramas do inimigo.

Celebrando a Ceia do Senhor

Objetivo 4:
Explicar o significado da Ceia do Senhor ou a comunhão.

Pouco antes de Jesus ser preso no Jardim do Getsemane,


ele inaugurou aquilo a que nos referimos como a Ceia do
Senhor ou comunhão. Em algumas Igrejas, é também usado
o termo Eucaristia. Assim, porque é que os Cristãos praticam
este costume? Ele vem de trás, da noite antes de Jesus ter sido
preso e condenado à morte. Ele estava comemorando a Páscoa
Judaica com os seus discípulos mais íntimos. Esta foi a “última
ceia” com eles, antes de ser crucificado. Para os Judeus, a Páscoa
era um tempo de recordar e de alegria pois eles relembravam
o livramento da sua escravidão do Egípto. Eles comiam um
cordeiro e pão sem fermento como os seus ancestrais fizeram no
Egípto.
O próprio Senhor Jesus estava prestes a tornar-Se no cordeiro
sacrificial para carregar os pecados do mundo. A Sua morte sobre
a cruz ia tornar-se no sacrifício feito uma vez por todas. Hoje,
nunca mais temos que trazer um cordeiro para ser sacrificado.
Cristo é o nosso cordeiro Pascal! Quando Jesus tomou a Sua
última refeição com os Seus discípulos, Ele pegou em pão vulgar
e vinho normal e anexou-lhe um significado especial. O pão
que foi partido passou em volta, e foi comido, ele representava
o corpo de Jesus que foi dilacerado na cruz. O vinho que os
discípulos beberam representava o sangue derramado para tirar
os pecados do mundo. Lê Mateus 26:26–29 para uma descrição
detalhada daquela ceia. Jesus disse aos Seus discípulos para
continuarem a fazer isto em memória d’Ele (ver Lucas 22:19).
Algumas Igrejas hoje oferecem a Ceia do Senhor num Domingo
18

particular em cada mês. Outras celebram-na em cada semana.


Ponto de Partida

No livro dos Atos, a Igreja primitiva partia o pão com base


regular — talvez mesmo diariamente (Atos 2:42). Não importa
quantas vezes, esta observância servia como lembrança para os
crentes daquilo que Deus tinha feito por eles pelo derramamento
do sangue e pelo corpo flagelado de Jesus Cristo. Nas culturas
Orientais, partir o pão ou comer juntos simbolizava laços entre
amigos. Para os Cristãos, comer ou celebrar a Ceia do Senhor é
simboliismo do laço que existe entre o Senhor e aqueles que crêm
n’Ele e O seguem.

Oração

Objetivo 5:
Explicar porque a oração é vital para o Cristão.

Muitas pessoas não estão certas como orar. Mas a oração


é simplesmente comunicar com Deus. Esta comunicação
não é limitada a falar palavras; assim, a pessoa que está a falar
debilitada, ou que não pode falar, ainda tem a capacidade de
comunicar com Deus. Uma tal pessoa pode comunicar com
Deus através dos seus pensamentos, meditações do coração, e por
outras expressões exteriores como arte, serviço etc.
Para outros que têm capacidade para falar, a oração está
envolvida — mas não se limita a falar com Deus. Por exemplo,
quando tu eras novo, os teus pais tiveram que te ensinar a usar
três importantes expressões de cortesia: “Desculpe”, “por favor”,
e “obrigado”. Podes seguir este simples esboço quando tu falas
com Deus. Quando estragares e fizeres algo errado, diz a Deus
que estás arrependido. Quando precisares de sua ajuda, pede
educadamente. E quando Deus responder à tua oração, agradece-
Lhe.
Enquanto Jesus esteve aqui na terra, Ele orou a Deus o
Pai (vê Mateus 14:23). Porque necessitava Jesus de orar se Ele
era o Filho Divino de Deus? A oração, toda ela aponta para
19

o relacionamento. Jesus estava em comunhão com o Seu Pai

O s Te u s P r i m e i r o s P a s s o s c o m o C r i s t ã o
celestial. Nós não conhecemos tudo aquilo de que Eles falaram,
mas durante aqueles tempos Jesus encontrava direção e ao
mesmo tempo Lhe eram dadas as palavras para dizer. Em Lucas
18:1–8, Jesus partilha a parábola da viúva persistente para
ensinar aos Seus discípulos que eles deviam orar sempre sem
dersistir. Porque não tiras tempo agora para louvar lendo esta
parábola?
Acrescentando ao exemplo de Jesus, na Bíblia outros nos
ensinam que temos necessidade de orar. O apóstolo Paulo
escreveu, nós devemos “dedicar-nos … à oração, sendo
vigialantes e agradecidos” (Colossenses 4:2). Na 1 Tessalonicenses
5:17, ele admoesta uma vez mais, “orai sem cessar.”
Aprende-se a orar pondo-o em prática. Quanto mais orarmos
mais confortáveis nos sentimos e melhor aprendemos como orar.
As nossas orações podem ser muito simples. Podemos começar
por agradecer a Deus pelo presente da salvação, seguido pelas
necessidades dos outros, e então passar para as áreas da nossa
vida nas quais necissitamos de ajuda. Devemos assegurar-nos de
que gastamos um tempo amplo dando louvores a Deus pela Sua
bondade, graça, e misericórdia que tem sido estendida até nós.
Agora, permitam-me que sugira duas outras coisas
importantes que devemos acrescentar à leitura da Bíblia,
companheirismo, comunhão, e oração. Elas são o batismo nas
águas e a generosidade.

O Batismo nas Águas

Objetivo 6:
Discutir porquê os novos Cristãos devem ser batizados nas águas.

Uma vez que determinámos seguir a Jesus Cristo ao


aceritarmos o presente da salvação, deveremos ser batizados
nas águas por imersão. Existem muitos exemplos disto no livro
dos Atos (vê Atos 2:41; 8:36–38; 9:18; 10:47; 16:15). Em
20

Colossenses 2:12, o apóstolo Paulo fala de sermos “sepultados


Ponto de Partida

com Ele no batismo e ressuscitados com Ele”. O simbolismo


da água do batismo é duplo. O nosso corpo imerso na água,
como Cristo, encontra-se em Mateus 3, simboliza a nossa
morte para a carne ou para a nossa velha vida de pecado e maus
hábitos. Quando somos levantados para fora da água, estamos
simbolicamente juntando-nos à vida rerssurreta de Jesus Cristo e
antevendo uma nova e maravilhosa vida através d’Ele.
Uma das maiores verdades da Escritura é que fomos
chamados para viver para Deus. Fomos salvos para estarmos
vivos em toda a acepção da palavra. Algumas pessoas que
reivindicam ter sido salvas não mostram evidências da alegria
que vem do facto de saberem que estão em correta comunhão
com Jesus Cristo. Isto não pode ser. Como crentes em Cristo,
deveremos ter a alegria do Senhor, não levando em conta as
circunstâncias, sejam elas quais forem. Neemias, que passou por
dificuldades, proclamou “ a alegria do Senhor é a nossa força.”
(Neemias 8:10).
O batismo nas águas não salva. É apenas uma proclamação
pública que nós temos derterminado deixar para trás as
nossas vidas pecaminosas e viver vidas ressuretas pelo poder
do Espírito Santo. Há uma diferença entre o sacramento do
batismo infantil como praticado por algumas Igrejas e o batismo
por imersão como retratado nas Sagradas Escrituras. Alguns
grupos incorrectamente defendem que Deus confere salvação
e vida eterna quando ele ou ela são batizados. Deste modo, os
pais nalgumas denominações, têm forte desejo de ver os seus
pequeninos batizados porque pensam que o batismo garante a
salvação dos seus filhos.
Nas Igrejas evangélicas, acreditamos que cada pessoa deve
escolher Cristo e a salvação. Um bébé não tem capacidade de
fazer isso e, corretamente, não será condenado como pecador.
Porém, chegará o tempo em que as pessoas pecam, alcançam
a idade de responsabilidade, e tornam-se conscientes da sua
pecaminosidade e necessidade de Cristo. Só depois que uma
21

tal pessoa se arrepende do pecado e aceita Cristo, o batismo

O s Te u s P r i m e i r o s P a s s o s c o m o C r i s t ã o
nas águas é apropriado e tem significado. O batismo nas águas
por imersão, depois da conversão, denota uma escolha da nossa
parte, indicando que nós não somente escolhemos receber Cristo
como nosso Salvador mas determinámos também segui-LO.

Generosidade

Objetivo 7:
Identificar as razões porque os Cristãos devem ser pessoas que dão.

Tal como o estudo da Bíblia, do companheirismo,


comunhão, da oração e o batismo nas águas, a generosidade é
uma parte vital da vida Cristã. Já rerparaste que as pessoas que
dão tendem a ser mais felizes e mais animadas, quanto à vida,
do que as pessoas avarentas? Pessoas egoístas nunca parecem
desfrutar plenamente o que eles têm. Isto acontece porque “Mais
bem aventurado é dar do que receber” (Acts 20:35).

A generosidade de Deus
Claramente, Deus é um dador muito generoso. Ele dá-nos
a vida, providencia as nossas necessidades, oferece a salvação, e
ajuda-nos nos nossos tempos de necessidade. Se Deus deixasse
de ser generoso, mesmo que só por um momento, a vida, como
a conhecemos, deixaria de existir. Ele segura as nossas vidas
nas Suas mãos. Como o nosso Pai celestial, os cristãos também
devem ser generosos. Provérbios 11:25 notas “, um homem
generoso prosperará; Quem dá alívio aos outros, vai ser aliviado”
Por isso, devemos dar o nosso tempo, talentos e bens materiais
para o avanço do reino de Deus e ajudar os outros. Enquanto
outras lições que virão vão lidar especificamente com cada uma
dessas três áreas, deixa-me compartilhar contigo dois princípios
simples para te lembrares:
22

Deus Detém Todas As Coisas


Ponto de Partida

Não importando se somos ricos financeiramente ou não


somos, fazemos bem em lembrar que Deus, na verdade, é
detentor de tudo aquilo que possuímos. Nada podemos levar
connosco quando deixarmos este mundo. Deus simplesmente
permite-nos que manejemos certos recursos por um período
de tempo enquanto estamos aqui na terra. Deste modo se nós
somos mesquinhos ou somos generosos, na verdade os recursos
pertencem a Deus.

Praticar o dízimo
Muitos Cristãos o fazem. Dizimar é pôr de parte um décimo
daquilo que auferimos e voltarmos a dá-lo ao Senhor. Significa
isto que nós cremos que Deus nos vai ajudar a viver com os
remanescentes 90 por cento. Este não é um requisito para a
salvação. A vida eterna é um dom que recebemos por meio da fé
em Cristo. No entanto, quando consideramos que tudo o que
temos vem de Deus, a ideia de dar uma parte de volta para Ele
não parece absurda. Os cristãos que dão o dízimo muitas vezes
relatam que Deus permite que os 90 por cento cheguem para ir
muito mais longe do que jamais imaginaram.
Deus prometeu derramar as suas bênçãos sobre os israelitas
quando eles traziam o dízimo: “ Trazei todos os dízimos à casa
do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois
fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos
abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que
dela vos advenha a maior abastança.” (Malaquias 3:10). No Novo
Testamento, os cristãos também são incentivados a dar com
generosidade e alegria (2 Coríntios 9:7). Naturalmente, nenhum
pastor ou igreja ou qualquer outra organização pode exigir que
uma pessoa dê o dízimo, o dízimo deve ser dado livremente.
Seguindo as razões pelas quais o dízimo é prática dos cristãos.
• Para ser livre da escravidão do dinheiro
Muitas pessoas só vivem por uma razão, adquirir riqueza.
Não importa também como obtê-la. Em essência, eles tornaram-
23

se escravos do dinheiro. Em Mateus 6:24 Jesus ensina, “Ninguém

O s Te u s P r i m e i r o s P a s s o s c o m o C r i s t ã o
pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar
o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não
podeis servir a Deus e às riquezas”. O dízimo praticado com
regularidade lembra-nos que Deus, não o dinheiro, deve estar em
primeiro lugar.
• Para receber as bênçãos de Deus
Deus não é mesquinho; Ele ama abençoar seus filhos. Um
pré-requisito para desfrutar melhor o que vem de Deus é ser um
doador. Em Lucas 6:38, Cristo aconselha: “Dai, e ser-vos-á dado;
boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão
no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos
medirão a vós.”
• Promover a obra do reino de Deus
Gerir igrejas, tem os seus gastos, como levantamento de
fundos para ajudar as pessoas carentes, e enviar missionários.
Se te preocupas com as pessoas e queres ter impacto nas suas
vidas, estarás disposto a dar para garantir que todos tenham a
oportunidade de ouvir o Evangelho, serem salvos, e crescerem
espiritualmente.
• Para expressar o nosso compromisso com Jesus
Pensa sobre isso - colocamos nos nossos corações o que
valorizamos mais. Jesus ensinou que devemos ter cuidado para
não ficarmos muito apegados aos bens materiais. Mateus 6:19–
21 regista as Suas palavras: “ Não ajunteis para vós tesouros na
terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões
minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde
nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não
minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará
também o teu coração”. Através do dar, acumulamos recompensa
celestial que um dia vai ser apreciada plenamente.
24

Conclusão:
Ponto de Partida

Nós aprendemos no início desta lição que Deus quer que


cresçamos espiritualmente. Estudámos também os quatro fatores
listados em Atos 2:42, 46-47 que levaram à rápida expansão da
igreja primitiva. Como os primeiros cristãos continuaram a ser
fiéis nestas áreas de suas vidas, a igreja floresceu e cresceu. Os
primeiros cristãos se dedicavam à Palavra, ao companheirismo,
à comunhão e à oração. Eles foram batizados nas águas,
identificando-se assim com a morte de Cristo, sepultamento, e
ressurreição. Eles eram também muito generosos. A igreja logo
aumentou de 120 crentes (Atos 2) para milhares (Atos 6). Na
realidade, a Igreja, o povo de Deus, nunca parou de se expandir.
Há mais cristãos hoje no mundo do que nunca. Decide ser
alguém que faz a diferença!

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR


Atos 2:42 Salmo 119:105
Romanos 12:4-5 Colossenses 4:2
Mateus 28:18-19 Lucas 6:38
25

AUTO TESTE

O s Te u s P r i m e i r o s P a s s o s c o m o C r i s t ã o
Por favor, lê cada pergunta de estudo cuidadosamente e
circula a resposta correta. Há apenas uma resposta correta para
cada questão.
1. A salvação é…
a) Ganha por se ser bom.
b) Herdada da família.
c) Uma dádiva de Deus.

2. O padrão de crescimento em Atos 2:42 incluía…


a) O estudo do ensino dos apóstolos, oração,
companheirismo e comunhão.
b) Iniciar um negócio e orar.
c) Só oração.

3. O padrão de crescimento em Atos 2:42 é…


a) Guardar dias especiais do ano.
b) Destina-se a tornar-se parte da vida diária de crentes novos
e velhos.
c) É apenas uma sugestão.

4. O batismo nas águas simboliza…


a) A adesão à igreja.
b) A morte para a velha vida pecaminosa e o ressurgir para
uma nova vida em Cristo.
c) Que eram mais espirituais do que aqueles que não tinham
sido batizados.

5. Temos comunhão com os outros, porque…


a) Precisamos uns dos outros.
b) Não temos mais nada que fazer.
c) Os outros são indefesos sem nós.

6. A nossa vida de oração deve ser composta de…


a) Pedidos quanto às nossas necessidades.
b) Solicitações para as necessidades dos outros.
c) Louvor a Deus e pedidos quanto às nossas necessidades e
às dos outros.
26

7. A razão pela qual damos o dízimo …


Ponto de Partida

a) Para receber as bênçãos de Deus.


b) Para sermos livres da escravidão do dinheiro.
c) Pelas bênçãos de Deus e para sermos livres da escravidão
financeira.

8. A exigência para o batismo nas águas é…


a) A salvação e o desejo de seguir a Cristo.
b) Ter mais de 21 anos de idade.
c) Ter sido crente por cinco anos.

9. O ensinamento dos apóstolos era baseado...


a) Na sua cultura.
b) No judaísmo.
c) No Antigo Testamento e na vida de Cristo.

10. A celebração da Comunhão deve ser feita…


a) Uma vez por mês.
b) Apenas na igreja.
c) Sempre que necessitares, para lembrar e celebrar a obra de
Cristo na Cruz.

RESPOSTAS PARA O AUTO TESTE


Nota: Se respondeste a uma pergunta de estudo
incorretamente, podes encontrar o objetivo de onde foi tirada,
olhando a referência entre parênteses.

1. c (1,1)
2. a (1,1)
3. b (1,1)
4. b (1,6)
5. a (1,3)
6. c (1,5)
7. c (1,7)
8. a (1.6)
9. c (1,1)
10. c (1,4)
27

ACERCA DO AUTOR DESTA LIÇÃO

O s Te u s P r i m e i r o s P a s s o s c o m o C r i s t ã o
Don McGarvey serviu no staff pastoral da Primeira
Assembleia de Deus em Cedar Rapids, Iowa, durante 17 anos,
sendo o superintendente do ministério Christian Education,
missões, e na Cedar Rapids School of Ministry. Anteriormente
à Cedar Rapids, Don serviu no staff da Primeira Assembleis de
Deus em Rockford, Illinois, e foi o Consultor Fundamental
para o National Sunday School Department of the Assemblies
of God, USA. (Departamento Nacional da Escola Dominical
das Assembleias de Deus, E.U.A.) Don e a sua esposa, Kris, São
casados há dezanove anos e têm dois filhos, David and Sean.
28

Lição 2
Ponto de Partida

A Jornada do Discipulado
A tua nova fé Cristã fez de ti um discípulo de Jesus. Na
verdade, imediatamente passaste a ser um discípulo de Jesus,
quando te tornaste cristão. Então, o que significa ser um
discípulo de Jesus? Um discípulo é um estudante ou aprendiz de
um determinado professor. Seguir os ensinamentos de alguém,
como um modo de vida, é o lado ativo do discipulado. Agora
que estás a seguir a Jesus, os Seus ensinamentos nos Evangelhos
de Mateus, Marcos, Lucas e João, irão guiar-te ao longo da vida.
Naturalmente, toda a Bíblia irá instruir-te, também. Como um
discípulo cristão, vais ler a tua Bíblia várias vezes. As verdades da
mudança de vida das Escrituras constantemente vão tornar-te
um melhor discípulo.
O discipulado cristão é a viagem mais emocionante que tu
alguma vez pudeste empreender. Os caminhos de uma pessoa
dedicada a Jesus levam a muitas bênçãos. Como discípulo de
Jesus, vais experimentar a alegria e o poder da oração cristã.
Tesouros espirituais maravilhosos na tua Bíblia aguardam a tua
descoberta. A verdade bíblica vai transformar continuamente a
tua vida. Amizades com outros úteis e encorajadores discípulos,
consistentemente se vão tornar uma parte importante da tua
nova jornada.
Um estudo em oração da informação desta lição irá fornecer-
te uma base sólida para o teu relacionamento com Jesus. Ele é
o Mestre, e tu és o aluno. Vais aprender a conhecer a Sua voz.
Viver em comunhão obediente com Ele traz alegria crescente, e a
Sua presença constante na tua vida dar-te-á força diariamente em
cada situação.
Como os primeiros discípulos de Jesus, vais descobrir que
caminhar com Ele é uma nova aventura a cada dia. Em alguns
dias vai-te trazer grande alegria, enquanto noutros irá apresentar
dificuldades. Um discípulo aprende a crescer, no entanto, para
29

percorrer cada situação com graça e vitória. Dias gratificantes de

A Jornada do Discipulado
discipulado tens pela frente para ti. Agora, com a tua viagem!

ESBOÇO DA LIÇÃO
As Três Dimensões Do Discipulado
As Qualidades De Um Discípulo que Está a Crescer
Os Quatro Estágios do Discipulado
Hábitos de Um Discípulo Maduro
Cuidados Práticos de um Bom Discípulo
Discipulado: O Grande Quadro
O Discípulo Vitorioso

OS OBJETIVOS DA LIÇÃO
Quando completares esta lição, deverás ser capaz de:
1: Identificar as três dimensões do discipulado.
2: Identificar as qualidades de um discípulo em crescimento.
3: Explicar os quatro estágios do discipulado.
4: Identificar os hábitos produtivos de um discípulo
amadurecido.
5: Discutir as preocupações práticas do discipulado.
6: Apresentar uma visão geral dos aspectos importantes do
discipulado.
7: Apontar seis princípios que capacitam o discípulo
vitorioso

As três dimensões da Discipulado

Objetivo 1:
Identificar as três dimensões do discipulado.

Seguir fielmente a Jesus exige a compreensão das três


dimensões importantes do discipulado. A palavra dimensão
30

refere-se a aspectos de um objeto que pode ser visto e medido.


Ponto de Partida

Por exemplo, uma casa tem as dimensões de profundidade,


largura e altura. Estas dimensões são uma parte vital da realidade
física de uma casa.
Da mesma forma, o verdadeiro discipulado também tem
três dimensões importantes. Apesar dessas dimensões não Serem
de natureza física, elas são muito reais. As três dimensões do
discipulado são instrução bíblica, vida de relacionamentos e
responsabilidade cristã. Consideremos agora cada uma delas.

Instrução Bíblica
A instrução Bíblica é o fundamento do teu caminhar com
Deus. Portanto, deves aproveitar a sã doutrina bíblica. Este
ensinamento pode vir através de um pastor, professor, ou até
mesmo um professor universitário (Efésios 4:9-16). Como
Apolo, podes descobrir que alguns amigos cristãos podem
oferecer-te instrução útil da Palavra de Deus (Atos 18:24-26).
Aproveita todas as oportunidades para ouvir a sã doutrina e a
pregação da Palavra de Deus.
O Espírito Santo também vai ajudar-te a alcançar uma
compreensão clara da Bíblia. Jesus fez esta maravilhosa promessa
a quem O segue: “Mas o Consolador, o Espírito Santo, que o
Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas” e “mas
quando ele, o Espírito da verdade vier, Ele vos guiará em toda
a verdade “ (João 14:26, 16:13). Deus sempre vai responder à
tua oração para a assistência do Espírito Santo de modo que
compreendas a Sua Palavra!

Vida de relacionamentos
A vida de relacionamentos inclui o teu relacionamento
com Deus, com outros crentes e não-crentes. A tua relação
mais importante é com Deus. Quando o teu relacionamento
com Deus é saudável, os outros relacionamentos permanecem
saudáveis, também. A tua relação com Deus ganha vitalidade
através de uma vida de oração consistente. Vais, assim, descobrir
31

novas maneiras de caminhar em comunhão com Jesus. Aprendes

A Jornada do Discipulado
os caminhos de um verdadeiro discípulo, incluindo maneiras de
desenvolver relacionamentos saudáveis com os outros.

Responsabilidade Cristã
A responsabilidade cristã é a dimensão do discipulado, que
reflete uma atitude útil de cuidado para com os outros. Um
cristão saudável assume a responsabilidade para com os outros,
e essa responsabilidade é expressa através da sua disposição para
executar qualquer tarefa que ajude as outras pessoas. Essas tarefas
incluem as tuas orações e serviços prestados a favor dos crentes e
não crentes (Lucas 10:25-37).

As Qualidades de um Discípulo Que Está a Crescer

Objetivo 2:
Identificar as Qualidade de um Discípulo em Crescimento.

Jesus antecipa o crescimento espiritual e a fecundidade a


quem O seguir (João 15:2-8). Os escritores da Bíblia, muitas
vezes usaram a imagem da “fecundidade” para ensinar as
qualidades do discipulado. A imagem do fruto ilustra de
forma eficaz as qualidades de um crente amadurecendo. O
apóstolo Paulo referiu-se a essas qualidades cristãs como o fruto
do Espírito: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e
domínio próprio” (Gálatas 5:22 - 23). A expressão “do Espírito”
(v. 22) é muito importante, pois liga a fecundidade espiritual
ao poder do Espírito Santo. Não há fruto sem a ajuda direta
do Espírito de Deus. Estás tu a crescer no fruto do Espírito? Lê
atentamente as seguintes descrições das nove partes do fruto do
Espírito.
1. O Amor Cristão abraça muitas qualidades importantes.
Expressões do amor cristão para com Deus e para com os outros
vão ser incluídas nas qualidades de lealdade, devoção, respeito e
estima.
32

2. A Alegria é uma alegria profunda do coração. Esta, muitas


Ponto de Partida

vezes explode em alegria exuberante que se expressa na música e


adoração. Pedro disse que a nossa confiança em Jesus nos leva a
uma alegria que vai além das palavras (1 Pedro 1:8-9).
3. A Paz é uma sensação de calma e tranquilidade. A
qualidade da paz mantém um discípulo imperturbável e sem, se
sentir atribulado, em todas as circunstâncias.
4. A Paciência é a qualidade da auto contenção antes
de passar à ação. A paciência espera e dá a Deus todas as
oportunidades para nos ajudar a resolver as coisas.
5. A Amabilidade é a bondade expressa através de uma vida
agradável. A bondade está em contraste com o mundo cruel que
nos rodeia.
6. A Bondade é uma qualidade moral que se expressa
no comportamento produtivo e útil. Bom comportamento é
definido por aquilo que Deus diz que é bom e certo
7. A Fidelidade é uma qualidade de Deus. Isto significa que
Ele é cognoscível e de confiança. Podemos confiar Nele. Quando
somos fiéis, nós também somos confiáveis.
8. Gentileza é uma atitude de graça que aceita toda a
qualidade de vida como Deus permite. Quando a vida é dura,
você não discute com Deus. Gentileza é a força tranquila, mesmo
quando sob o fogo!
9. Auto-Controle permite que tu te comportes corretamente
em todas as circunstâncias. Apetites físicos, como a fome a
sexualidade exigem de ti auto-controle. O auto-controle também
é exercido nos estados emocionais como raiva ou desânimo.
Jesus usou a imagem de fecundidade para ensinar a
necessidade da Sua presença constante em nossas vidas. Em
oração, considera as Suas palavras: “Eu sou a videira, vós sois
os ramos. Se alguém permanece em mim e eu nele, esse dá
muito fruto, pois sem mim, nada podeis fazer “ (João 15:5).
A declaração de Jesus é clara. Nós demonstramos o fruto do
Espírito somente quando Ele está presente em nossas vidas
33

Os Quatro Estágios do Discipulado

A Jornada do Discipulado
Objetivo 3:
Explicar os qutro estágios do discipulado.

O discipulado cristão vai além de apenas factos de


aprendizagem. O processo de discipulado envolve quatro
níveis de crescimento pessoal. Um nível de discipulado pode se
sobrepor a outro em qualquer momento, assim, cada estágio do
discipulado se complementa, e encoraja o próximo nível. Agora,
consideremos estes patamares importantes do discipulado.

O Novo Discípulo
Este nível de discipulado é experimentado quando te tornares
cristão. Acabaste de começar a tua jornada espiritual, mas há,
em ti, um desejo de crescimento espiritual. Tu estás no nível do
“tornares-te”. Estás-te tornando alguém diferente para Deus. Há
um novo “tu” emergente (2 Coríntios 5:17). Normalmente, o
novo discípulo rapidamente avança para o próximo nível.

O Discípulo que Pensa


O nível de discipulado pensativo envolve pensamentos e
reflexões sérias sobre questões vitais da tua nova vida cristã.
Momentos devocionais e da vida da igreja, juntamente com
sermões, livros e bom ensino, começam a criar uma consciência
crescente das questões críticas. Entras neste nível pensativo
quando certas coisas começam a acontecer.
• O teu objetivo na vida é visto com mais seriedade
• Maiores desafios vais encontrar para a tua fé crescente.
• Sentes mais fortemente o teu desenvolvimento Cristão.
• Passas a ter um senso de crescimento da responsabilidade
Cristã para com o mundo perdido.
O discípulo que pensa está no estágio de se tornar consciente.
Tornas-te consciente de muitas coisas novas. Estás a explorar
34

a natureza do teu Pai celestial. Ponderas o amor e a graça de


Ponto de Partida

Deus. Cada vez mais importante é a consideração, em oração, da


finalidade da tua vida Cristã. As maravilhas da Palavra de Deus
são continuamente exploradas. A tua ligação com os descrentes
assume um novo significado.
Jesus alimentou esse nível de discipulado através de
parábolas. Estas foram histórias e ilustrações que continham
grande verdade sobre o reino de Deus e as questões importantes
da vida. As parábolas foram feitas para obter discípulos que
pensassem e fizessem perguntas. Jesus foi realmente tornando os
Seus discípulos prontos para o próximo nível de discipulado.

O Discípulo Responsivo
Os discípulos responsivos e que pensam compreendem a
necessidade de responder ao que eles aprenderam sobre a vida
cristã. Um discípulo responsivo diz: “Eu agora devo agir de
acordo com o que eu sei. Devo entrar num nível de resposta e
obediência a Deus e à Sua Palavra. “ Um discípulo responsivo
pode ser descrito como sensível, atencioso e trabalhador. A este
nível, ele ou ela estão na fase da tomada de consciência e, em
seguida, responder.

O Discípulo Comprometido
O discípulo comprometido é o discípulo amadureciso que
se torna consciente das necessidades e responde a elas de uma
forma incondicional. O discípulo comprometido serve Jesus
incondicionalmente. Jesus quer que os soldados que acorrem
em direção à batalha, não estejam longe d’Ele. Ele quer que
os trabalhadores continuem, mesmo quando o sol escalda.
Jesus quer discípulos comprometidos com a tarefa, e não
comprometidos com eles mesmos.
Já reparaste o desenvolvimento da nossa definição de um
discípulo a crescer? O novo discípulo torna-se, o discípulo que
pensa está a ficar consciente, o discípulo que responde está a
tornar-se consciente e responder às necessidades dos outros, o
35

discípulo comprometido está a tornar-se consciente e a responder

A Jornada do Discipulado
incondicionalmente.
O aumento da alegria e da paz são a recompensa espiritual ao
se mudar para um novo nível de discipulado. Afinal de contas,
Jesus não quer discípulos alegres e contentes? (João 14:27; 15:9-
11) O teu crescimento como discípulo agrada profundamente ao
Salvador!

Hábitos de um Discípulo Amadurecido

Objetivo 4:
Identificar os hábitos produtivos de um discípulo amadurecido.

Um hábito é um comportamento que se repete, quase sem


esforço. Alguns hábitos podem ser prejudiciais ou destrutivos
para um cristão crescer. Por exemplo, fofocar ou assistir na
televisão ao sexo explícito é um comportamento errado que
rapidamente se torna em hábitos destrutivos. Além disso, uma
atividade saudável pode se tornar num hábito que rouba o tempo
necessário para a oração, estudo da Bíblia, e o cuidado pelos
outros Cristãos. Põe sempre assuntos espirituais importantes
em primeiro lugar e então desfruta de actividades saudáveis
e relaxantes. Dá a prioridade aos assuntos espirituais. Isso vai
proporcionar-te o equilíbrio correto para o resto da tua vida e
livra-te de hábitos não saudáveis.
Deixa-nos agora rever os hábitos mais úteis para os Cristãos
amadurecidos. Primeiramente um discípulo que está a crescer
cultivará o hábito da oração. Esta traz grandes bênçãos às nossas
vidas. A oração é um meio de remover obstáculos que impedem
o crescimento espiritual. A cura Divina e outras intervenções
milagrosas são usualmente o fruto de muita oração (Tiago
5:13–18).
Andrew Murray, o filho de um ministro de Deus, escreveu
livros poderosos acerca da oração durante o século dezanove. O
pai de Murray era um homem de oração, e a sua casa foi muitas
36

vezes cheia com os animados sons da adoração e da oração. O


Ponto de Partida

jovem Murray beneficiou do hábito familiar de orar e levá-lo-ia


a tornar-se um poderoso pregador e escritor. Murray sabia que a
oração era um fator crítico da vida Cristã. Ele escreveu, “a Palavra
de Deus leva-nos a buscar, a esforçarmo-nos para ouvir a verdade,
a orar e a crer, abandonar o pecado e a seguir aquilo que é bom.”
(Murray 1982, 17). Murray sabia que a oração capacita o Cristão
a viver na verdade da Palavra de Deus e a permanecer liberto das
tribulações do pecado.
Jejuar é um outro santo hábito muitas vezes ligado à oração.
Trocar uma refeição normal por oração e estudo pode refletir
um profundo amor por Deus. A Bíblia ensina que o jejum é
um meio de conhecer a presença de Deus e a orientação para
as nossas vidas (Isaías 58:6–10; Atos 13:2–3). Jesus apreciava o
jejum ocasional como uma importante parte para o crescimento
da vida Cristã (Mateus 9:14–17).
Adicionando à oração e ao jejum, o discípulo amadurecido
desenvolverá o hábito do estudo Bíblico enquanto descobre
novas verdades sobre a vida Cristã. Cada vez que um seguidor de
Jesus estuda a Bíblia, uma nova aventura começa. Determina isto
como discípulo.
Ecolher a tradução mais precisa da Bíblia é importante para
o novo discípulo. Deves procurar orientação de crentes em que
podes confiar para este assunto tão importante. Adicionalmente,
memorizar a Escritura ajuda-te a esconder a Palavra de Deus no
teu coração para não pecares contra Ele (Salmo 119:11). Além da
memorização, tomar notas durante no estudo bíblico vai ajudar-
te a recordar aquilo que estudaste.
37

Cuidados Práticos de um Bom Discípulo

A Jornada do Discipulado
Objetivo 5:
Discutir as questões práticas do discipulado.

Estás agora no melhor momento da tua vida. Nada se


compara à alegria de seguir fielmente Jesus. Esta alegria aumenta
à medida que tomares boas decisões sobre questões práticas
do discipulado. Uma questão prática importante para o novo
discípulo é escolher a igreja certa. Não é produtivo andar a
saltar durante um longo período de tempo entre as igrejas.
Pede a Deus que te dê sabedoria sobre a escolha de uma igreja.
Quando encontrares a que sentires que é certa para ti, assiste nela
fielmente. As perguntas a seguir podem ajudar-te a encontrar a
igreja que irá acelerar o teu desenvolvimento espiritual.
• A igreja considera a Bíblia como a Palavra inspirada de
Deus para a humanidade?
• Será que a igreja considera a Bíblia a autoridade final sobre
a vida e comportamento pessoal?
• Será que os ministros da igreja ensinam com clareza e com
efectividade a Palavra de Deus?
• A igreja depende fortemente da oração para as necessidades
de seu povo?
• A igreja oferece oportunidades para o ministério e serviço a
outros?
• A igreja oferece incentivo e companheirismo útil ao seu
povo?
A Bíblia oferece palavras encorajadoras sobre este importante
tema da comunhão dentro da igreja local: “Não deixemos de
nos congregar, como alguns têm o hábito de fazer, mas vamos
encorajar-nos uns aos outros, e tanto mais quanto vedes que o
Dia se aproxima “ (Hebreus 10:25). Este versículo revela uma
forte motivação para uma presença fiel à Igreja: a igreja local deve
oferecer incentivo através de relacionamentos saudáveis.
38

Outra questão prática do discipulado é o seu relacionamento


Ponto de Partida

com outros crentes. Essas relações são parte da alegria de escolher


a igreja certa. Enquanto o tempo passa, vais encontrar novos
amigos que também seguem Jesus. Ganhar novas amizades é
importante para o teu crescimento como discípulo. As amizades
santas vão incentivar-te e ajudar-te na tua fé recém-descoberta.
Estas amizades proporcionarão relacionamentos que estimulam o
teu crescimento espiritual.
Os relacionamentos saudáveis com os outros crentes
geralmente fazem de ti um melhor discípulo. Considera as coisas
boas conseguidas através de relacionamentos saudáveis com um
cristão maduro.
• Relacionamentos divinos são fontes para o incentivo nos
momentos difíceis.
• Relacionamentos divinos proporcionam oportunidades
para o ministério pessoal.
• Relacionamentos divinos oferecem apoio nos momentos de
fracasso pessoal.
• Relacionamentos divinos trazem a presença de Jesus para as
nossas vidas.
Tu deves fervorosamente proteger-te contra as relações
que comprometam a tua fé em Cristo. Os relacionamentos
impróprios levam consigo o aguilhão da morte espiritual. Deus
vai ajudar-te a sentir a natureza doentia das relações impróprias.
Sai imediatamente de qualquer relação que desfocalisa os teus
olhos de Jesus e de uma vida santa.

Discipulado: O Grande Quadro

Objetivo 6:
Apresentar uma visão geral dos aspectos importantes do discipulado.

O discipulado eficaz nunca é apenas fazer a coisa certa. Servir


Jesus reúne muitas áreas significativas da vida cristã. Por exemplo,
39

o caráter e a vida do discípulo estão extremamente ligados às

A Jornada do Discipulado
disciplinas Cristãs. O teu ministério no corpo de Cristo é a
expressão de uma variedade de dons, capacidades e talentos. Estes
dons são nutridos e desenvolvidos através da oração, estudo, e
com a ajuda dos outros. A atitude de servo abre muitas portas
para as relações divinas e várias oportunidades para o ministério.
É fácil ver que muitos aspectos da vida cristã se fundem para
criar um discípulo eficaz para Jesus.
Ganhar uma sólida compreensão da vida cristã exige
conheceres a tua chamada e o desenvolvimento como discípulo.
Primeiro, olha para a tua chamada como discípulo como o
centro da vida piedosa e do ministério aos outros. Na ilustração
Discipulado: o apelo fundamental, as setas apontando para
fora enfatizam que os discípulos saudáveis tornam-se servos
amadurecidos para com Deus e para com as pessoas. O serviço é,
então, expressao através de uma variedade de ações do ministério
em relação aos outros.

Discipulado: A Chamada Fundamental


40

Agora vamos pensar sobre o teu desenvolvimento espiritual


Ponto de Partida

como um discípulo. O desenvolvimento espiritual é como


um quebra-cabeças. Um quebra-cabeças tem muitas peças
interligadas, algumas vezes mil ou mais. O quadro encontra-se
literalmente dentro do puzele. No entanto, a imagem é apenas
uma, é só colocar as peças até que as mesmas estejam encaixadas.
A imagem surge apenas quando o enigma estiver terminado.
Naturalmente, cada peça é importante. Se apenas uma peça se
perder, o quebra-cabeça pode nunca ser concluído.
O discipulado é a colocação de todas as peças importantes
da vida cristã juntas. Quando todas as peças certas são
continuamente montados em todos os lugares certos, o discípulo
eficaz emerge. Os Discípulos amadurecidos sabem exatamente
quais as peças que são necessárias e os processos para colocar essas
peças.
A ilustração abaixo pode ajudar a identificar muitas áreas
importantes relacionados com a tua maturidade espiritual.
Observa que o Espírito Santo é o centro do teu desenvolvimento
espiritual. As setas apontando para fora, indicam como o Espírito
Santo capacita todos os aspectos do desenvolvimento espiritual.
Este desenvolvimento ajuda a tua fé a tornar-se profundamente
pessoal, tocando as áreas cruciais da tua vida. Cada área da tua
vida é impactada pelo poder transformador de Deus.

O Discípulo Que Cresce

Como um discípulo em crescimento, vais convidar o toque


transformador de Deus sobre todas as áreas da tua vida. Deus
ajuda a reunir as peças importantes de uma vida cristã crescente
e produtiva. O teu cristianismo é, cada vez mais, um poderoso
testemunho público. Estás a tornar-te um verdadeiro discípulo,
tanto no caráter como no testemunho aos outros.
41

A Jornada do Discipulado
O Discípulo Vitorioso

Objetivo 7:
Indicar seis princípios que fortalecem o discípulo vitorioso.

Deus está sempre a operar na vida de um cristão em


crescimento para garantir o progresso espiritual que promete a
vitória espiritual. Tem sempre em mente que o poder de vencer
da vida -o Espírito Santo - vive em ti. Assim, a vitória sobre
toda tentação nunca é posta em questão quando tu percebes que
“maior é o que está em vós do que aquele que está no mundo” (1
João 4:4).
Os seguintes princípios bíblicos são ensinamentos
encorajadores que desenvolvem o discipulado. Memoriza esses
princípios curtos e estuda cuidadosamente as Escrituras, que os
suportam.
42

1. As boas decisões conduzem a bons resultados. Más


Ponto de Partida

decisões quanto aos comportamentos pessoais e relacionamentos


importantes podem colocar em risco o teu crescimento espiritual.
2. A proximidade de Deus é a recompensa da vida de oração.
Quando fazemos o mínimo esforço para nos aproximar de Deus
em oração, Ele responde movendo-se para mais perto de nós
(Tiago 4:7).
3. Os desejos caprichosos da carne são banidos através
de comportamentos divinos. Esses comportamentos divinos
incluem a oração, estudo da Bíblia e a frequência fiel da igreja
(Mateus 16:24-25, Romanos 6:11-14, Gálatas 5:24-25).
4. Relacionamentos saudáveis garantem vida saudável
(Efésios 5:1-7).
5. Buscar diligentemente a orientação e a capacitação do
Espírito Santo garante uma vida vitoriosa (Gálatas 5:16-18).
6. A vida vitoriosa é conseguida através da compreensão do
provisional amor de Deus para o indivíduo (Romanos 8:31-39).

Conclusão
Descobriste nesta lição que o crescimento como discípulo
exige excelência espiritual. Um discípulo saudável e produtivo
está constantemente a ler, a orar, ouvindo e pesquisando recursos
valiosos que permitam o crescimento espiritual pessoal. Deves
usar todos os recursos que Deus te deu, a fim de responderes a
uma pergunta poderosa: O que espera Jesus de mim como Seu
discípulo? Responder a esta pergunta fornece a profunda alegria e
paz possível somente através de uma vida ordenada pelo Mestre.

Lista de Referência
Murray, Andrew. 1982. Vontade de Deus: nosso lugar de
residência. Springdale, PA: Whitaker House.
43

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR

A Jornada do Discipulado
Mateus 16:24-25 Romanos 6:11-14
João 14:26 Gálatas 5:22-23
João 15:5 Hebreus 10:25
João 16:13 Tiago 4:7-8

AUTO TESTE
Depois de estudares a lição, lê cada pergunta de estudo
cuidadosamente e circula a resposta correta. Há apenas uma
resposta correta para cada pergunta.
1. As três dimensões do discipulado discutidas na lição dois
incluem
a) Assistir, juntando-se a uma igreja, e as tarefas do
ministério.
b) Instrução bíblica, relacionamentos e responsabilidade
cristã.
c) O amor, alegria e paz.

2. O relacionamento mais importante para a fecundidade


espiritual e produtividade é a tua relação…
a) Com Jesus.
b) Com a igreja.
c) Com os outros cristãos.

3. O termo discípulo refere-se a alguém que…


a) Estuda a Bíblia por longas horas.
b) Investiga o cristianismo.
c) Segue Jesus e obedece a Seus ensinamentos.

4. O discípulo comprometido é um seguidor de Jesus, que…


a) É certo ir à igreja fielmente.
b) Tem aulas sobre as religiões do mundo.
44

c) Torna-se cada vez mais consciente das preocupações de


Ponto de Partida

muitos cristãos e responde às mesmas incondicionalmente.

5. O hábito do estudo da Bíblia …


a) Não é assim tão importante para um crente crescer.
b) É prática apenas para os líderes mais espirituais entre nós.
c) Uma prática extremamente importante para todo crente
em crescimento.

6. Uma excelente maneira de lembrar o que estudas


na Bíblia é…
a) Tomar notas para reforço imediato e referência futura.
b) Ler a Bíblia apenas alguns minutos a uma hora certa.
c) Pedir a outros as suas opiniões sobre o que lestes.

7. As Relações divinas com outros discípulos…


a) Realmente não são assim tão importantes para o
crescimento cristão.
b) Devem ser evitadas.
c) São importantes para o crescimento e maturidade cristã.

8. O apelo fundamental a partir do qual todo o ministério


emerge é…
a) O apostolado.
b) O discipulado.
c) O evangelismo.

9. O centro de crescimento espiritual para os discípulos


comprometidos é…
a) Confiança no poder do Espírito Santo no dia a dia da vida
cristã.
b) A constante frequência à igreja.
c) Ler muitos livros cristãos.

10. A maior recompensa de uma vida de oração é…


a) Os outros elogiando-te por uma vida de oração poderosa.
b) Comunhão com Jesus.
c) Ter tudo que você quer de Deus.
45

RESPOSTAS PARA O TESTE

A Jornada do Discipulado
Nota: Se respondeste a uma pergunta de estudo
incorretamente, podes encontrar o objetivo de onde foi tirada
olhando a referência entre parênteses.
1. b (2,1)
2. a (2,1)
3. c (2,1)
4. c (2,3)
5. c (2,4)
6.a (2,4)
7. c (2,5)
8. b (2,6)
9. a (2.6)
10. b (2,7)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


Howard Young, serviu como pastor sénior das igrejas
em Oregon e Wisconsin e como missionário no Alasca. Ele
também serviu como presidente da Trinity Bible College, em
Dakota do Norte e como professor associado da Universidade
North Central, Minneapolis, MN. O Dr. Young tem dois
doutoramentos, um deles em liderança e outro em educação.
46

Lição3
Ponto de Partida

Como tirar o máximo proveito do


estudo da Bíblia
Alguém afirmou que o Cristianismo é a religião do “livro”,
ou seja, da Bíblia. A Bíblia é diferente de qualquer outro livro,
pois ela é inspirada por Deus, explica Quem Ele é, diz o que Ele
tem feito, e revela o que fará no futuro. A Bíblia é muitas vezes
chamada de “Escrituras”, ou a “Palavra”, ou a “Palavra de Deus”,
e que contém sabedoria não encontrada em nenhum outro livro.
Apesar de deveres amar e reverenciar a Bíblia como
mensagem gravada de Deus, não deverás idolatrar a Bíblia.
Deves adorar Aquele que é o foco da atenção nas Escrituras,
Jesus Cristo. Ele disse aos judeus de sua época, “ Examinais as
Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que
dão testemunho de mim; “ (João 5:39). Aqueles judeus eram
estudantes completos das Escrituras, disponíveis na época (o
Antigo Testamento), mas, infelizmente, a maioria perdeu a
mensagem central, que Deus enviaria um Salvador pessoal para
dar a Sua vida pelos pecadores. Lembra-te que a vida eterna
não se encontra nas páginas impressas, mas é comunicada pelo
Espírito de Deus através da fé em Cristo. Mais do que ser uma
religião do livro “,” o cristianismo é alicerçado em “Cristo em
vós!”
O facto de que Deus nos deixou a Sua Palavra escrita é muito
significativo. É dita como comida para satisfazer a nossa fome
espiritual. Observa o que Jesus diz: “Nem só de pão viverá o
homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus”
(Mateus 4:4). Farás bem em passar tempo, cada dia, lendo e
meditando sobre a Bíblia. Deus te ajudará a entender como
dedicares um tempo diário para aprender com Ele a aplicar as
Suas verdades maravilhosas à tua vida. Muitos líderes Cristãos
recomendam aos crentes que passem 15 a 30 minutos, em cada
dia, com a Palavra. Tu podes fazer isso! Isso pode querer dizer
47

que te tens de levantar da cama um pouco mais cedo de manhã

Como tirar o máximo proveito do estudo da Bíblia


ou pôr de parte algumas atividades frívolas, porém os resultados
obtidos são merecedores disso.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Interpretando a Bíblia
Características da Bíblia
Como Abordar a Bíblia
Linguagem Figurativa na Bíblia
Dicas Práticas Para Estudar a Escritura

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ao completares esta lição deves ser capaz de:


1: Explicar o que significa interpretar corretamente as
Escrituras.
2: Identificar seis características da Bíblia.
3: Listar pré requesitos para receberes algo da Palavra de
Deus.
4: Distinguir a linguagem literal da linguagem figurativa.
5: Indicar dicas práticas para o estudo das Escrituras.

Interpretando a Bíblia

Objetivo 1:
Explicar o que significa interpretar corretamente as Escrituras.

Uma das mais importantes capacidades que podes aprender


como Cristão é como interpretar corretamente a Palavra
de Deus. O apóstolo Paulo exortou, “Procura apresentar-te
diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que
se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2
Timóteo 2:15). Entrar no mundo da Bíblia é como visitar um
48

país estrangeiro. Imediatamente vais encontrar palavras novas,


Ponto de Partida

costumes estranhos, e expressões que te não são familiares -


expressões como efa e homers, a cana quebrada e o morrão
que fumega, a pia de bronze e o querubim. E o que quer dizer
“sentar-se na porta” ou “lançar sortes”?
As culturas dos povos da Bíblia eram muito diferentes da tua.
Podes pensar acerca da interpretação da Bíblia como a construção
de uma ponte entre o nosso mundo moderno e o mundo bíblico.
Para interpretar a Bíblia corretamente, deves fazer três perguntas
básicas: 1) O que o diz texto? 2) O que isso significava para as
pessoas que o ouviram pela primeira vez? 3) O que ele significa
para nós hoje?
Em 2 Timóteo 2:15, a palavra grega traduzida como “lidar
corretamente” literalmente significa “cortar em linha reta.”
Deixa-me ilustrar esta ideia com dois exemplos. Nos tempos
bíblicos, um homem ao usar um arado precisava cortar um sulco
em linha reta. O apóstolo Paulo era, por profissão, um fazedor de
tendas. Tendas eram feitas com peles de animais. A fim de fazer
coincidir as peles de animais, cada uma tinha que ser cortada em
linha “reta”. Por isso, Paulo estava a comparar a interpretação
da Escritura com o cortar em linha reta. “Cortar uma linha
reta” com as Escrituras é fazer cincidir os versículos com os
pensamentos que caminham juntos. Quando tu “cortas em linha
reta”, encontrarás que a Bíblia concorda com a Bíblia.

Características da Bíblia

Objetivo 2:
Identificar seis características da Bíblia.

A Bíblia é inspirada por Deus (2 Timóteo 3:16).


A Bíblia é a revelação de Deus de Si mesmo para os seres
humanos. Não é a opinião do homem sobre Deus. Deus se
deu a conhecer, falando através dos autores bíblicos, como os
antigos profetas e os apóstolos de Cristo. No entanto, não penses
49

que, por a Bíblia ser velha que é irrelevante para nós no século

Como tirar o máximo proveito do estudo da Bíblia


XXI. Assim como nós ainda respiramos o mesmo ar que tem
sido respirado ao longo de milénios, a mensagem de Deus é tão
pertinente hoje quanto o foi sempre.

A Bíblia é sem erro em seus manuscritos originais


(Deuteronómio 32:4).
A Bíblia que tu possuis é, na verdade, uma tradução dos
escritos sagrados de pessoas especiais que Deus usou para
compartilhar a Sua mensagem. Podes confiar na exatidão
histórica da Bíblia. Ela não precisa de correção. Os tradutores
da Bíblia fizeram (e fazem) todos os esforços para garantir que
a sua tradução seja o mais aproximada possível aos manuscritos
originais.

A Bíblia fala com autoridade absoluta.


Quando lês a Bíblia, estás a ouvir o que Deus te fala.
Portanto, deves submeter-te aos ensinamentos da Escritura. Já foi
dito que aqueles que rejeitam a autoridade das Escrituras não o
fazem porque a Palavra de Deus está cheia de contradições, mas
porque eles rejeitam a Bíblia por ela os contradizer!

A Bíblia é uma unidade.


Apesar da Bíblia ser composta de 66 livros, escritos por
mais de 40 pessoas ao longo de centenas de anos, ela contém
a mensagem original do começo ao fim. Essa mensagem é a
história de Deus da reconciliação (Fazer a paz) da humanidade
Consigo através de Jesus Cristo. Toda a Escritura se refere a esse
tema.

A Bíblia é clara.
Embora partes da Bíblia sejam difíceis de entender sem
a ajuda do Espírito Santo e ensinadsores (Atos 8:30-31), a
mensagem central da Bíblia pode ser conhecida por qualquer
pessoa de inteligência média. Não existem códigos secretos para
50

descodificar o propósito da Escritura, assim não é preciso ser-se


Ponto de Partida

um teólogo perito para beneficiar com o estudo da Bíblia.

A Bíblia é prática
A Bíblia é prática, podes aplicá-la à vida. Por exemplo, o livro
de Ester não pretende ensinar apenas a história persa. Fála-nos
do cuidado de Deus e da orientação ao Seu povo. As diretrizes da
Bíblia vão ajudar-te a viver uma vida feliz e produtiva.

Como Abordar a Bíblia

Objetivo 3:
Listar os pré requisitos para aprender da Palavra de Deus.

Espero que estejas animado com a aprendizagem da Palavra


de Deus. Aqui estão três pré requisitos para receber o alimento
espiritual da Bíblia.

Deves acreditar que as Escrituras são a Palavra de


Deus.
Para lidar corretamente com as Escrituras, aceita a Bíblia
como ela é: a Palavra de Deus verdadeira, a maravilhosa
revelação de Deus à humanidade. Isso requer fé baseada em
factos. A Bíblia está certa quando se refere a pessoas históricas,
lugares e eventos. As evidências arqueológicas dão suporte aos
detalhes registados nas Escrituras. Todos os dados apontam,
eventualmente, para Jesus que viveu, morreu e ressuscitou dos
mortos, e esta é uma das verdades melhor suportadas da história.
Nenhum ensino da Igreja, de algum homem, credo ou pregador
tem prioridade sobre as Escrituras.

Deves pedir a Deus que te dê sabedoria e revelação.


Para os descrentes, a Bíblia pode parecer quase impossível de
compreender. Mas, para os filhos de Deus que diligentemente
51

oram por compreensão, Deus dá a visão. Observa estas palavras

Como tirar o máximo proveito do estudo da Bíblia


tiradas da Bíblia: “ … mas os ímpios procederão impiamente;
e nenhum deles entenderá; mas os sábios entenderão.” (Daniel
12:10). Um dia o apóstolo Pedro confessou a sua convicção
de que Jesus Cristo não era um mero homem mortal, mas o
divino Filho de Deus. Jesus respondeu: “Bem-aventurado és
tu, Simão, filho de Jonas (Barjonas), porque não te foi revelado
pelo homem, mas por meu Pai que está nos céus” (Mateus
16:17). Como o Espírito Santo de Deus te dá a sabedoria para
compreenderes a verdade bíblica, a sabedoria incrível e o poder
da mensagem da Bíblia vão impactar a tua vida.

Deves, ansiosamente, buscar a verdade das Escrituras.


Para apreciares verdadeiramente as verdades profundas
da Escritura, deves procurá-las com verdadeiro afã. Deus não
recompensa a preguiça e a indiferença. Ao contrário, Ele abençoa
a diligência e esforço quando se trata de buscá-Lo. Nós somos
chamados a crescer na graça e no conhecimento de Deus, o que
só ocorre à medida que cavamos na Bíblia, a Palavra de Deus.

Linguagem figurada na Bíblia

Objetivo 4:
Distinguir na Bíblia entre linguagens literal e figurada.

Em todas as culturas e nações, as pessoas usam linguagens


literais e figurativas para se comunicarem. Por exemplo, quando
aqueles que falam inglês dizem “Está a chover gatos e cães”,
querem dizer que a chuva está caindo em grande abundância. A
pessoa chinesa que entenda um pouco de Inglês e ouça essa frase
pela primeira vez pode não entender que esta era uma expressão
figurativa. Alguém teria de ensinar esse ouvinte o verdadeiro
significado da expressão.
De forma semelhante, os escritores humanos usados por
Deus para escrever as palavras da Bíblia empregaram linguagens
52

literais e figurativas para transmitirem a sua mensagem.


Ponto de Partida

Considera o método de ensino de Jesus. Ele viveu numa


cultura que gostava muito de contar histórias, por isso Ele
sempre transmitia sua mensagem com as histórias e figuras de
linguagem. Ele fazia isso de propósito para causar impressões
fortes nos corações dos ouvintes. Jesus pregou não só para as
mentes de seus ouvintes, mas também para as suas vontades e
emoções. As histórias e figuras de linguagem contornam a mente
e visam as emoções. As emoções, por sua vez afetam a vontade.
Assim, os argumentos filosóficos não convencem tão bem, como
histórias emocionalmente poderosas. Vejamos figuras comuns da
linguagem, encontrados nas Escrituras.

Hipérbole
A palavra hipérbole pode ser novidade para ti, mas tem
um significado simples. A hipérbole é um exagero de algo para
produzir um determinado efeito. Podes estar a pensar, então,
que o exagero é uma forma de mentir. No entanto, o exagero é
uma forma de mentir somente se a sua intenção é para enganar
o ouvinte. Não é enganoso usar uma hipérbole para transmitir a
verdade.
Jesus era um mestre da hipérbole. Ele falou de camelos
passando pelo fundo de agulhas e montanhas que seriam
precipitadas no mar. Em Mateus 23:24, Jesus repreendeu os
fariseus: “Guias cegos! Que coais um mosquito, mas engolis um
camelo “O verdadeiro significado do que é a repreensão:” Vocês
prestaam atenção às coisas pequenas, mas negligenciam as coisas
importantes “Outro exemplo é Mateus 5:29:”. Se o teu olho
direito te faz pecar, arranca-o e lança-o fora. “Isso é um exagero
óbvio para ensinar a importância de evitar qualquer coisa que
leve alguém a cair em pecado. Jesus também disse: “Se alguém
vier a mim e não odiar o seu pai e a sua mãe, a sua esposa e
filhos, seus irmãos e irmãs, sim, até mesmo a sua própria vida,
não pode ser meu discípulo” (Lc 14:26). Será que isso significa
que devemos literalmente odiar nossos parentes mais próximos?
53

Claro que não! Jesus estava simplesmente enfatizando que o

Como tirar o máximo proveito do estudo da Bíblia


nosso amor por Ele deve ser supremo.

Símile
A símile é uma comparação claramente expressa entre duas
coisas em oposição introduzidas pela conjunção que ou como.
Aqui está uma comparação bíblica: “Se vós tiverdes fé como um
grão de mostarda, direis a esta amoreira: ‘Desarraiga-te daqui e
planta-te no mar’, e ela vos obedecerá” (Lc 17:6). Metáforas e
parábolas estão relacionadas. Quando a comparação é expandida
numa história, o resultado é a parábola.

Metáfora
A metáfora é uma comparação entre duas coisas opostas, mas
que não é claramente expressa por conjunções. Aqui está um
exemplo: “Vós sois o sal da terra. Mas se o sal perder o seu sabor,
como se pode salgar de novo? Para mais nada presta senão para
ser lançado fora e ser pisado pelos homens “ (Mateus 5:13).

Provérbio
O Provérbio é, uma declaração de uma frase memorável que
expressa uma pequena porção importante da sabedoria. Mateus
6:21é um exemplo: “. Porque onde estiver o vosso tesouro, aí
estará o vosso coração também”

Mistérios
Mistérios (enigmas) são palavras enigmáticas. Marcos regista
uma dessas frases dizendo: “ Nós o ouvimos dizer: Eu destruirei
este santuário, construído por mãos de homens, e em três dias
edificarei outro, não feito por mãos de homens.” (Mc 14:58).

Parábola
A parábola é uma alegoria ou metáfora expandida, por
exemplo, “O reino de Deus é como” [seguido de uma história ou
54

parábola]. Mais de um terço das palavras de Jesus nos evangelhos


Ponto de Partida

são parábolas. Mais exemplos de parábolas incluem “O Bom


Samaritano”, “Os Quatro Solos”, e o “Filho Pródigo (perdido).”
Tem cuidado para não ficares excessivamente preso nos
detalhes de uma parábola. Não atribuas um significado diferente
a cada elemento da história. As parábolas são histórias simples
contadas para estabelecer um ponto básico e solicitando uma
resposta dos ouvintes. As parábolas de Jesus não foram feitas
para ensinar doutrina como tal, mas para suscitar uma resposta.
Compreender uma parábola é como “começar” uma piada.
As duas coisas que fazem uma piada para seus ouvintes são os
pontos de referência familiar e a mudança inesperada na história.
Se prestares muita atenção aos detalhes, perdes a piada.
Existem muitos outros tipos de figuras de linguagem na
Bíblia. Os estudantes da Bíblia precisam familiarizar-se com
eles. Então, como podes saber quando algo na Bíblia deve ser
tomado literalmente ou figurativamente? Uma boa regra de ouro
(que é uma figura de linguagem!) É, em primeiro lugar, ler o
texto literalmente. Se não fizer sentido, literalmente, o texto é,
possivelmente, figurativo. Nesse caso, procura a verdade essencial
que está sendo apresentada. Tem em mente que isso pode não ser
fácil para o leitor das Escrituras, pela primeira vez, determinar
a diferença entre uma afirmação literal e certas figuras de
linguagem. No entanto, a diligência no estudo será amplamente
recompensada enquanto vais crescendo na tua compreensão dos
eventos e ensinamentos da Palavra de Deus.

Dicas práticas para estudar as Escrituras

Objetivo 5:
Apontar dicas práticas para o estudo das Escrituras.

Destinam-se a conhecer a Deus


Tem como objetivo do teu estudo da Bíblia conhecer a Deus
e Seu Filho, Jesus Cristo. Não ganhas pontos por simplesmente
55

saberes muito sobre a Bíblia ou de a teres lido já um determinado

Como tirar o máximo proveito do estudo da Bíblia


número de vezes. O objetivo é ver Jesus ao longo das páginas da
Bíblia e responder-Lhe.

Mantém-te aberto a novas ideias e conceitos


Ao leres as Escrituras livremente. Por isto, quero dizer, ler
sem inicialmente formar quaisquer opiniões rígidas sobre o que
a Bíblia diz ou quer dizer. Não tentes encaixar versos nas tuas
noções preconcebidas sobre como Deus é e a forma como o
mundo funciona. Apoia-te na liderança do Espírito Santo, e tudo
vai cair no seu lugar. Absorve a Palavra de Deus, e o Espírito irá
destacar o que tu precisas entender.

Sê paciente!
Se existem versos que parecem entrar em conflito ou
contradizerem-se uns aos outros, não assumas automaticamente
que o problema é inerente à Bíblia e insolúvel. Não há motivo
para alarme ou para abandonar a fé! Pode ser que não tenhas
lido o suficiente e não tenhas retido o bastante da Bíblia para
ver como um ou mais versículos se encaixam no todo. A tua
compreensão dos versos em questão poderá falhar.
Por exemplo, uma pessoa que sabe pouco ou nada sobre
mecânica de automóveis pode olhar para o motor de seu carro
com um sentimento de grande mistério. Ele ou ela pode não ter
absolutamente nenhuma ideia de como uma peça do motor se
relaciona com as outras. Pode até parecer que uma parte, com
aparência estranha, é inútil e não faz nada ali. No entanto, um
mecânico treinado entende que cada peça do motor foi projetada
com um propósito. Ela não está lá por acaso.
O mesmo acontece com os versículos da Palavra de Deus.
Cada um está ali com um propósito divino. Enquanto confias
no Espírito de Deus para que abra os teus olhos espirituais,
irás crescer em entendimento. Se não entenderes alguma coisa
imediatamente, não fiques com medo de a colocares na prateleira
56

por um tempo. O estudo das Escrituras é um exercício de vida,


Ponto de Partida

e, francamente, algumas coisas não ficam claras senão depois de


muitos anos.
Ele pode ajudar-te a saber que, em quase todos os casos, os
versos ditos problemáticos com que te vais deparar podem ser
harmonizados com cuidado, ao compilar e comparar os dados.
Não é geralmente um problema, mas um tanto como problema.
Vais também poder comprar livros de estudiosos cristãos que
compilaram e compararam os dados e resolver a maioria desses
problemas. Um número muito pequeno de problemas com o
texto bíblico são o resultado de uma má tradução ou cópia, e
estes também podem ser identificados. No entanto, nenhum dos
versos ditos problemáticos afeta a doutrina cristã (crenças) de
qualquer forma.

Ora
Pede a Deus entendimento. Isso é vital, porque simplesmente
ler a Palavra não é suficiente. Deves compeendê-la, a fim de lhe
obedeceres para que possas agir com fé tendo-a como base. A
obediência e a fé vão liberar bênçãos sobrenaturais de Deus e
produzir o fruto do Espírito na tua vida. Jesus prometeu enviar o
Espírito Santo, que nos conduziria a toda a verdade (João 16:13).

Sê cauteloso
Como cristão que estás a crescer, serás exposto a muitas
ideias interessantes de pessoas ao teu redor, incluindo irmãos.
Não aceites automaticamente quando as pessoas te contarem a
sua mais recente revelação da Palavra de Deus. Confere-a com
a Bíblia. Vê se o que tu ouves se alinha com a Palavra de Deus.
Busca a Deus com todo o teu coração para conseguires o teu
entendimento da Bíblia, e não a interpretação de outra pessoa.
Além disso, não acredites numa interpretação particular só
porque é incomum. Infelizmente, alguns cristãos são crédulos
e ingénuos. Eles não lidam corretamente com a Palavra de
Deus e são particularmente atraídos por ideias estranhas. Eles
57

podem até sentir que a ideia estranha, é a mais espiritual. Até

Como tirar o máximo proveito do estudo da Bíblia


pode ser. Porém, só porque alguma coisa não é usual não a
torna verdadeira. Na maioria dos casos, a tua interpretação de
versículos da Bíblia terá sentido lógico.

Mantem a pureza na tua vida


Verifica se o teu coração é puro diante de Deus. Se armazenas
ódio, vingança, ciúme, amargura, preconceito e inveja no
teu coração, essas coisas vão influenciar negativamente a tua
capacidade de aprenderes da Bíblia. Atitudes pecaminosas irão
distorcer o teu conceito de Deus, aos outros e a ti mesmo.

Evita o orgulho
Ao longo do tempo, logo que ganhares mais conhecimento
da Palavra de Deus e te tornares mais sábio nos teus caminhos,
atenta para que uma atitude de superioridade não se desenvolva.
Lê 1 Coríntios 13 ao longo do tempo. Este capítulo fala sobre a
supremacia do amor na vida cristã.

Familiariza-te com os símbolos comuns usados nas


Escrituras
Algumas coisas comuns, muitas vezes, são usadas simbolicamente
na Bíblia, para transmitir verdades espirituais. Por exemplo, o
cordeiro representa Cristo, muitas vezes, o corpo humano, por
vezes, representa a igreja. O mar pode se referir às nações dos
gentios, o número “sete” representa a perfeição ou conclusão. O
número “doze” tem um significado especial, por exemplo, havia
doze tribos antigas de Israel e doze apóstolos escolhidos por
Cristo.

Olha para o contexto


Estudares o contexto significa leres os versos à volta de um
texto particular. Não deixes um verso se pendurar por si só. Podes
até querer ler o versículo no contexto de todo o capítulo ou livro
em que se encontra. Além disso, coloca a Bíblia em seu contexto
58

histórico e cultural adequado. Pergunt a ti mesmo como terias


Ponto de Partida

reagido ao que foi dito se tivesses vivido na época. A leitura do


contexto é vital, porque pessoas sem escrúpulos inventaram
muitas doutrinas estranhas perigosas e falsas, simplesmente
porque eles tiraram um versículo para fora do contexto.

Aprende a usar várias traduções da Bíblia


Felizmente, vivemos numa época em que tu podes comprar
várias traduções da Bíblia nas principais línguas. Por exemplo,
há muitas e excelentes traduções da Bíblia para o Inglês. Estas
traduções são todas feitas a partir dos mesmos manuscritos
antigos em grego, hebraico e aramaico, mas uma versão pode
traduzir uma palavra ou uma frase um pouco diferente da outra.
Algumas traduções são muito literais e, talvez, um pouco difíceis
de seguir na tua língua, enquanto outras tentam transmitir não
tanto as palavras exatas, mas os pensamentos comunicados pelos
manuscritos originais. Ao estudar um texto bíblico, compara
duas ou três traduções da Bíblia confiáveis para teres uma ideia
mais completa do que o autor original estava a dizer.

Aprende a identificar os diferentes tipos de literatura


bíblica
A Bíblia contém história, poesia, profecia, parábolas,
provérbios, e outros tipos de literatura. O tipo ou género
de literatura afeta o modo como deves interpretar um verso
em particular. Por exemplo, não deves, normalmente, ler
poesia, literalmente, em vez disso olha para o significado
subjacente e para a verdade. Não trates os provérbios como
profecias, esperando que neles encontres a realização literal
de cada situação. Para ilustrar, Provérbios 22:29 diz: “ Vês
um homem hábil na sua obrar? Esse perante reis assistirá; e
não assistirá perante homens obscuros. “Isso significa que
cada pessoa qualificada vai trabalhar sempre numa posição
de alto perfil e receber os elogios de líderes muito poderosos?
Não necessariamente. O provérbio em questão ensina que
59

a habilidade geralmente traz reconhecimento e avanço, mas

Como tirar o máximo proveito do estudo da Bíblia


há exceções. A um cristão altamente qualificado num país
muçulmano pode ser negado avanço por causa da sua fidelidade
a Jesus Cristo.

Conclusão
Espero que tenhas gostado desta lição e agora estejas ansioso
para ser um eterno aprendiz e estudioso da Bíblia. Aqui estão
alguns pensamentos finais para ti. Achega-te para a Palavra
escrita de Deus com um coração aberto. Não assumas que já
sabes o que a Bíblia diz. Ora para que seja a vontade de Deus, e
não a tua a ser feita. Então a Bíblia tornar-se-à uma porta aberta
para tu teres comunhão com o Senhor. O Espírito Santo vai fazer
brilhar a luz sobre verdades que nunca vistes antes. Lembra-te,
Deus revela a sabedoria e conhecimento àquele que é humilde e
tem fome da verdade.

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR


Mateus 13:44
Mateus 16:17
João 5:39 João 6:63
Atos 17:11
1 Coríntios 2:13-14
1 Coríntios 10:11
2 Timóteo 2:15
2 Timóteo 3:16
1 Pedro 1: 20
1 João 2:27
60

AUTO TESTE
Ponto de Partida

Depois de estudares a lição, lê, cuidadosamente, cada


pergunta de estudo e circula a resposta correta. Há apenas uma
resposta correta para cada pergunta.
1. A Bíblia é …
a) Para ser adorada.
b) A Palavra inspirada de Deus.
c) Apenas ficção.

2. A interpretação da Bíblia é como …


a) A visita a um país estrangeiro.
b) Fazer tendas.
c) A construção de uma ponte.

3. Quando dizemos que a Bíblia tem uma mensagem do


começo ao fim, queremos dizer que é…
a) Inspirada.
b) Sem erro.
c) Uma unidade.

4. A fé cristã é baseada em factos…


a) Verdadeiros
b) Falsos

5. Escolhe a afirmação incorreta…


a) A hipérbole significa exagerar algo para produzir um
determinado efeito.
b) Um provérbio é uma declaração memorável que expressa
um pouco, importante, da sabedoria.
c) A metáfora é a comparação de duas coisas introduzidas
pela conjunção que ou como.

6. Compreender uma parábola é comparado a entender…


a) Uma piada.
b) Teologia profunda.
c) Todos os detalhes da parábola.
61

7. É importante ser paciente ao estudar as Escrituras, porque…

Como tirar o máximo proveito do estudo da Bíblia


a) Deus tem a intenção de confundir-te enquanto estudas.
b) Compreender a Bíblia é um processo ao longo de toda a
vida.
c) Contém muitos mistérios que ninguém entende.

8. Identifica uma boa razão para usar de cautela quando exposto


a interpetações não usuais de versículos Bíblicos…
a) Interpertações não usuais são, regra geral, as mais acuradas
b) Interpretações não usuais são, na maioria dos casos, as
mais espirituais
c) Algumas pessoas não manuseiam a Palavra de Deus
corretamente e são atraídas por ideias estranhas sem fundamento
bíblico firme.

9. Se verdadeiramente queres compreender a Palavra de Deus,


deves…
a) Conhecê-la melhor do que o teu pastor.
b) Ter o coração do teu Pai Celestial.
c) Apegares-te a uma tradução.

10. A Bíblia contém…


a) Diferentes espécies de literatura que requerem formas
particulares de interpretação.
b) Somente um género de literatura.
c) Somente poesia antiga e história.
62

RESPOSTAS AO AUTO TESTE


Ponto de Partida

Nota: Se respondeste incorrectamente a uma pergunta de


estudo, podes encontrar o objectivo onde ela foi retirada ao
olhares para a referência entre parentesis.
1. b (3.2)
2. c (3.1)
3. c (3.2)
4. a (3.3)
5. c (3.4)
6. a (3.4)
7. b (3.5)
8. c (3.5)
9. b (3.5)
10. a (3.5)

ACERCA DO AUTOR DESTA LIÇÃO


Russ Langford serviu no ministério da Igreja nos Estados
Unidos por mais de 30 anos como pastor da juventude, pastor
associado, e pastor sénior. Ele é o Coordenador do Centro
de Pesquisa Online e do Centro de Recursos da Faculdade da
Global University. É casado e tem dois filhos.
63

Lição4

Nutrindo Paixão Pela Oração


Nutrindo Paixão Pela Oração
A paixão pela oração é necessária no desenvolvimento da
intimidade com Deus. No início deste ensino, precisamos
estabelecer que a prática da oração tem o propósito de nos
aproximar de Deus mais do que qualquer outra coisa. Desejar a
proximidade de Deus é o lugar onde a palavra paixão se encaixa.
A nossa paixão deve ser orientada para um relacionamento
com Deus, em vez de para a prática religiosa da oração. Paixão
pela oração é mais apropriadamente chamada de paixão pela
intimidade com Deus. Qualquer coisa menos, acabará por ser
equivocada em ostentação orgulhosa do quanto oramos.
Também é possível interpretar mal a paixão por Deus com
o materialismo. Algumas pessoas têm uma paixão maior para
que as coisas que eles fazem para Deus. Alguns esperam usar a
oração como um meio de alcançar coisas materiais. Apesar de
oração, certamente, nos ajudar a obter as coisas que precisamos,
nossa paixão deve permanecer voltada para Deus. Se todos nós
orarmos por coisas, então as coisas serão todos nós. Se de facto
estamos a orar por proximidade de Deus, então vamos começar
a intimidade. Um relacionamento íntimo com Deus supera de
longe qualquer outra coisa que possamos adquirir através da
oração.
Esta lição é sobre nutrir uma paixão pela oração. O rei David
disse certa vez: “Como suspira a corça pelas correntes das águas,
assim a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem
sede de Deus, do Deus vivo. Quando posso ir ao encontro de
Deus? “ (Salmo 42:1-2). Esse é o tipo de coração que precisamos
para manter a paixão pela oração.
64

ESBOÇO DA LIÇÃO
Ponto de Partida

A necessidade da oração
A necessidade de uma consciência pura
Obstáculos à oração
Desculpas quanto à oração
Respostas não reconhecidas
Ouvindo Deus

OBJETIVOS DA ORAÇÃO
Quando completares esta lição deverás ser capaz de:
1: Explicar por que devemos orar.
2: Discutir o papel da confissão no desenvolvimento da
intimidade com Deus.
3: Identificar as distrações que inibem a oração.
4: Listar as desculpas comuns que nos levam a não orar.
5: Explicar como lidar com o que parece ser uma oração sem
resposta.
6: Discutir o papel que o escutar tem na oração.

A necessidade da oração

Objetivo 1:
Explicar porque devemos orar.

Se o nosso objetivo final é nutrir uma paixão pela oração,


então, obviamente, devemos orar. Muitas vezes, a prática da
oração tem como resultado um maior desejo de orar. No entanto,
existe o perigo da oração se tornar um exercício religioso, se uma
pessoa não for cuidadosa. Assim, Paulo nos exorta a “orar sem
cessar” (1 Tessalonicenses 5:17), por que orar é tão importante
como a própria oração.
Se orarmos a partir de uma perspetiva legalista, crendo
que Deus vai ouvir-nos por causa do quanto oramos, então
esta perspetiva não seria muito diferente da dos fariseus. Jesus
65

não ficou impressionado com os fariseus que oravam muito:

Nutrindo Paixão Pela Oração


“E, quando orardes, não sejais como os hipócritas, pois se
comprazem em orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das
ruas, para serem vistos pelos homens. Digo-vos a verdade, eles
já receberam a sua plena recompensa” (Mateus 6:5). Portanto,
podemos concluir que não é apenas o ato da oração que interessa
a Jesus, mas sim o que nos motiva a orar.
A oração é tudo sobre o nosso relacionamento com Deus.
Mateus 6:6 diz: “Mas, quando orares, entra no teu quarto,
fecha a porta e ora ao teu Pai que está em secreto.” Certamente,
a reunião de oração pública tem o seu lugar e é necessária. No
entanto, a reunião de oração pública é diferente da tua vida de
oração pessoal. É no armário da oração, onde ficamos a conhecer
a Deus intimamente.
É impossível desenvolver um relacionamento significativo
com alguém com quem raramente passamos tempo. Nosso
relacionamento com Deus está sujeito a um investimento de
tempo similar. Devemos comunicar com Ele ativamente se o
nosso relacionamento está em progresso. Inicialmente, a prática
da oração pode ser penosa. No entanto, a partir de que o fruto
do nosso relacionamento com Deus comece a se desenvolver, a
oração torna-se agradável e produtiva. Assim, a oração é o meio
de dar à luz através da intimidade que se desenvolve entre Cristo
e Sua noiva. O reino de Deus cresce através desse nascimento.
Se uma pessoa está realmente interessada na vida de Deus,
então ele ou ela deve orar. Sem vida, simplesmente temos uma
aparência religiosa. Religião não tem vida, mas apenas uma
forma exterior. A oração é a respiração da vida que precisamos.

A Necessidade de uma Consciência Pura

Objetivo 2:
Discutir o papel da confissão no desenvolvimento
da intimidade com Deus
66

Um dos pré-requisitos para uma vida de oração saudável é


Ponto de Partida

o compreender a posição de alguém com Deus. Hebreus 4:16


encoraja: “ Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da
graça.” Quando uma pessoa nasce de novo, ele ou ela desenvolve
a confiança para se aproximar de Deus. Essa confiança não é
suportada pela arrogância, mas por uma consciência pura para
com Deus. A consciência pura resulta do relacionamento correto
com Deus, que começa com a confissão.
A confissão é fundamental para o desenvolvimento da
nossa intimidade com Deus. O Rei Davi escreveu: “ Eis que
desejas que a verdade esteja no íntimo; “ (Salmo 51:6). Nosso
coração é a nossa “parte interna”, ou o nosso “ser interior”. A
filtragem do que entra em nosso coração nos ajuda a manter uma
consciência limpa diante de Deus. I Timóteo 1:19 nos encoraja
ainda mais para nos agarrarmos firmemente à nossa fé em Cristo
e mantermos a nossa consciência limpa. Infelizmente, algumas
pessoas ter naufragado na sua fé por deliberadamente violarem a
sua consciência.
Quando na oração, não é raro primeiro passar um tempo
em confissão. De uma maneira inata, entendemos a necessidade
de purificar a nossa consciência com o nosso Senhor, antes de
podermos exercer a nossa fé. A confissão é a chave para a fé e
uma boa consciência. Deus purifica a consciência.

Obstáculos à oração

Objetivo 3:
Identificar as distrações que inibem a oração.

Orgulho
O orgulho é muitas vezes o maior desvio à oração. O rei
Davi escreveu: “ Por causa do seu orgulho, o ímpio não o busca;
todos os seus pensamentos são: Não há Deus. “ (Salmo 10:4).
O orgulhoso não tem tempo para Deus e às vezes até olha com
desprezo para a oração.
67

A oração é centrada em Deus, não é auto-centrada. Por sua

Nutrindo Paixão Pela Oração


própria natureza de pedir, buscar e bater, a oração é humilhante.
Quando nos curvamos em oração, nós nos humilhamos na
presença de Deus enquanto buscamos a Sua ajuda e direção.
Também olhamos para Ele como a Fonte da vida. Todas estas
ações se contrapõem ao orgulho humano. Assim, as pessoas
orgulhosas não podem ter intimidade com Deus até que eles Lhe
entreguem as suas vontades.

A impaciência
Outro obstáculo à oração é a impaciência enquanto
esperamos que Deus responda. Os que são impacientes em
buscar podem entender a oração como ineficaz. Muitas pessoas
que não entendem o poder da oração ou o momento de Deus,
acreditam que é preciso “fazer algo” se querem erstabelecer a
diferença. Certa vez ouvi um pregador pedir à sua congregação
para orar sobre um problema político particular, chegando a ser
votado no Congresso. Se o tivesse sido poderia se ter provado
espiritualmente devastador se passasse. Um de seus paroquianos
lhe disse: “Eu sei que você está nos pedindo para orar, mas eu
sou uma pessoa de ação, eu preciso realmente fazer alguma coisa.
Que mais eu posso fazer? “Ele tentou explicar-lhe o que Deus
poderia fazer se o seu povo orasse sinceramente, que até mesmo
as leis poderiam ser mudadas. Essa mulher perdeu muito do
significado do povo de Deus se inclinar na presença de Deus e
que isso poderia fazer mudar qualquer situação.
Segundo de Crónicas 7:14 afirma: “Se o meu povo, que se
chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha
face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei
dos céus, e perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra.”
Orar é uma das coisas mais eficazes que os crentes podem fazer.
Na verdade, não podemos fazer coisa alguma a não ser que
efetivamente tenhamos orado.
68

Desculpas Quanto à Oração


Ponto de Partida

Objetivo 4:
Fazer uma lista das desculpas comuns que nós damos para não orar

Três das desculpas mais comuns que as pessoas dão para


não desenvolver a intimidade com Deus através da oração são:
estarem demasiado cansados para orar, estarem muito ocupados
e não terem vontade de orar. Vamos examinar cada uma dessas
desculpas.

Cansado demais para orar


Vocês já adormeceram enquanto oravam? É muito comum
adormecer enquanto se ora, em parte devido à natureza da
oração. Orar é falar com Deus, e muitas pessoas gostam de fazer
isso em silêncio. Não há absolutamente nada de errado com a
oração silenciosa. Na verdade, Hebreus 4:12 nos diz que Deus
sabe os pensamentos e intenções do coração. Subsequentemente,
Deus ouve a oração silenciosa, bem como a oração em voz alta.
Entretanto, quando oramos em silêncio, temos a tendência
de derivar em nossos pensamentos. Pensamentos errantes
geralmente acabam como os sonhos.
Há algumas coisas que podemos fazer para permanecer
alerta em oração. Nós podemos dar a Deus o melhor tempo
do dia. A melhor hora do dia é o segmento do mesmo em que
somos mais eficazes. Nem todas as pessoas funcionam da mesma
maneira, no mesmo tempo do dia. Algumas pessoas são pessoas
da noite, e outros são pessoas madrugadoras. Normalmente, as
pessoas pensam que a oração da manhã, que a parte da manhã
é o momento mais espiritual do dia. No entanto, uma pessoa
poderá orar no período da tarde e ter um tempo espiritual eficaz
também. Cada pessoa precisa encontrar o seu próprio melhor
tempo do dia e usar algum desse tempo para a oração.
Nas Escrituras, as pessoas oravam em vários momentos
do dia e da noite. Atos 3:1 regista que “. Um dia Pedro e João
69

estavam subindo ao templo na hora da oração, às três da tarde”

Nutrindo Paixão Pela Oração


O Rei David orou muitas vezes durante a noite: “À meia-noite
me levanto para dar-te graças por tuas justas leis “ (Salmo
119:62). No livro de Provérbios, lemos: “Eu amo aos que me
amam, e aos que de madrugada me buscam me encontrarão”
(Proverbios 8:17, KJV). Através das Escrituras, a hora do dia é
um problema de somenos importância no que tange à oração.
Portanto, ora quando podes ficar focado e alerta. Se
precisares, ora de forma audível. Algumas pessoas acham que
é necessário andar e orar a fim de manter o foco. Se ficares
cansado durante a oração, pede um copo de água e, em seguida,
volta para a oração. Qualquer uma ou todas essas sugestões irão
ajudar-te a ter um tempo de qualidade para buscar a Deus.

Demasiado Ocupado para orar


Ser oprimido pela vida até o ponto de nos sentimos muito
ocupados para não podermos fazer nada extra, não é um
sentimento incomum. O reformador da igreja alemã, Martinho
Lutero, era famoso por dizer que nos dias em que ele tinha
absolutamente muito que fazer, iria passar uma hora em oração,
a fim de fazer tudo. Falta de oração é o sinal de que chegamos a
acreditar que, ao invés de Deus, somos a solução para os nossos
problemas.
Em Mateus 21:13, Jesus disse: “A minha casa será chamada
casa de oração ‘, mas está tornando-se um’ covil de ladrões”.
Nesta declaração, Jesus pôs em destaque a oração. Jesus também
fez da oração uma prioridade na Sua vida. Devemos fazer
menos? Nós nunca vamos ver o significado da oração até que a
priorizemos. A única maneira de superar a ideia de que estamos
ocupados demais para orar é ver a oração como a única opção de
nos tornarmos tudo o que Deus quer que sejamos.
A lei da semeadura e colheita se aplica ao tempo também.
Muitas vezes ouvimos falar sobre esse princípio em relação às
nossas finanças. Não é raro ouvir um ensinamento sobre como
Deus vai abençoar e multiplicar o que damos a Ele. O mesmo
70

é verdade quanto ao tempo. Se temos apenas dez minutos de


Ponto de Partida

sobra em nosso calendário e determinamos dar isso a Deus em


oração em cada dia, logo veremos que temos vinte, trinta ou
quarenta minutos para Lhe dar. Deus vai aumentar tudo o que
lhe dermos.

Não sinto vontade de orar


Um equívoco sobre a oração é que ela deve ser sempre uma
experiência eufórica de anjos cantando e de nós flutuando nas
nuvens. Seria maravilhoso se todas as vezes que fossemos para
o nosso lugar oculto de oração, fossemos surpreendidos com a
presença de Deus. Mas a realidade é que a maior parte da vida
de oração é simples obediência a Deus e trabalho simplesmente
duro. Jesus disse isso melhor quando Ele falou aos discípulos:
“Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está
pronto, mas a carne é fraca “ (Mateus 26:41). Jesus estava a orar
no Jardim do Getsémani e quando voltou para os seus discípulos,
Ele os encontrou dormindo em vez de estarem a orar. Os seus
corpos (carne) eram fracos, não queriam orar.
O mesmo é verdadeiro para nós. Portanto, para desenvolver
intimidade com Deus, devemos-nos disciplinar para orar.
Devemos orar porque as Escrituras nos advertem para o
fazermos. Jesus aborda esta questão em Lucas 18:1: “Então Jesus
contou aos seus discípulos uma parábola, para mostrar-lhes que
eles deviam orar sempre e não desistir” Jesus está a ensinar aqui
que a oração é um ato da vontade, tanto quanto uma resposta ao
impulso do Espírito.
Não podemos esperar ter vontade de orar antes de orarmos,
ou nunca vamos orar. O ato da oração é uma disciplina
espiritual. A disciplina requer esforço e determinação. Devemos
determinar em nossos corações passar tempo em oração. Só então
é que vamos ver os benefícios da mesma.
71

Respostas Não Reconhecidas

Nutrindo Paixão Pela Oração


Objetivo 5:
Explicar como lidar com o que parece ser uma oração sem resposta.

Alguma vez já te encontraste a perguntar por que é que


estás a orar pela mesma coisa que já oraste tantas vezes antes? O
profeta Habacuque encontrou o mesmo tipo de dilema. Ele era o
profeta do dia e era a voz de Deus para o povo, mas parecia que
ele não iria obter uma resposta à sua oração. Em Habacuque 1:2,
ele clama: “Até quando, ó Senhor, é que eu devo pedir ajuda, mas
tu não ouves?”
O apóstolo Paulo também se viu numa situação onde ele não
conseguiu obter uma resposta de Deus. Ouve as suas palavras
tomadas de 2 Coríntios 12:7-9: “Foi-me dado um espinho na
carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar. Três vezes
roguei ao Senhor que tirasse isso de mim. Mas ele me disse:
A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza. “Três vezes diferentes Paulo orou sobre o espinho na
carne, sem obter uma resposta. Certamente a Paulo não faltava a
fé. Ele era um grande homem de fé.
A experiência de Paulo ensina-nos que a nossa posição deve
sempre ser de fé. Mesmo quando não vemos a resposta dentro
do prazo que pensamos que deveria vir, devemos continuar a
acreditar. Muitas vezes pensamos que a fé é como algo que vai
trazer uma resposta imediatamente. Isso nem sempre é o caso. É
preciso fé para continuar a acreditar que a resposta virá em meio
a grande oposição. Obviamente, Deus estava a fazer algo na vida
de Paulo, que era maior do que a revelação que Paulo tinha d’Ele.
E Deus foi limitado no que Ele poderia revelar a Paulo. Mas, em
vez de lutar com o não receber uma resposta, Paulo assumiu uma
posição de humildade.
Quando questionamos Deus sobre uma resposta à
oração, assumimos que sabemos todas as coisas e que não há
absolutamente nenhuma razão para Deus não fazer o que
72

pedimos. Obviamente, não sabemos tudo, Deus sabe todas


Ponto de Partida

as coisas. Portanto, quanto à espera da resposta à oração, nós


simplesmente precisamos ser humildes. Tiago 4:6 diz: “Deus
resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.”

Ouvindo Deus

Objetivo 6:
Discutir o papel que o escutar tem na oração.

Em cada relacionamento precisa-se dar para se receber.


Muitas vezes a nossa vida de oração representa mais tomar,
do que dar. Muitas vezes pedimos a Deus para responder as
nossas orações e atender as nossas necessidades sem a menor
ideia do que Deus pode estar a tentar dizer-nos. Ouvir durante
o nosso tempo de oração é mais do que apenas dar a Deus a
oportunidade de falar. É equilibrar a relação, o que por sua vez
aumenta a relação.
É fundamental para nós aprendermos a dar ao Senhor
oportunidades amplas para falar connosco enquanto estamos
em oração. Algumas pessoas vão para a oração com uma lista de
todas as coisas que eles querem de Deus. Enquanto em oração,
conversam sobre a sua lista, em seguida, terminam a a mesma,
sem ter qualquer tempo para ouvir Deus falar com eles. Podes
imaginar ser casado com uma pessoa que nunca pára de falar? E
se a única vez que tu ouviste o teu companheiro foi quando ele
ou ela queria alguma coisa? Não levarias muito tempo para te
sentires usado. Muitos cristãos também são culpados de tentar
usar Deus.
Salmo 46:10 dá conselhos sobre ouvir: “Aquietai-vos e sabei
que eu sou Deus, serei exaltado entre as nações, serei exaltado
na terra” A instrução “aquietai-vos” neste versículo, pode ser
traduzida, “cessar um esforço.” Há momentos em que Deus
nos diz para abrandarmos e pararmos de tentar ser tão duros.
Devemos aquietar-nos, então!
73

Os fariseus pensavam que Deus iria ouvi-los pelas suas

Nutrindo Paixão Pela Oração


“muitas palavras” (Mateus 6:7). Hoje, algumas pessoas também
balbuciam e até mesmo dão instruções a Deus como lidar com
os problemas. Essa conversa incessante, durante a oração, é
muitas vezes uma indicação de falta de fé. Há momentos em
que precisamos parar de falar e devemos, simplesmente, escutar
a Deus. Enquanto não deixarmos de lutar não poderemos ouvir
a voz de Deus. Deus fala-nos, mas muitas vezes é através da Sua
voz mansa e delicada.
Elias, o profeta aprendeu essa lição. Ele tinha sido muito
zeloso pelo Senhor e sentia que só ele tinha buscado a Deus.
Deus chamou Elias e disse: “Sai para fora e fica na montanha,
na presença do Senhor, pois o Senhor está prestes a passar.”
Quando Elias fez como havia sido instruído, o Senhor passou
e um grande vento destruiu a montanha, e quebrou-a em
pedaços. Mas o Senhor não estava no vento! Depois do vento,
houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto.
Após o terremoto um fogo, mas o Senhor não estava no fogo.
No entanto, depois do fogo, Elias ouviu a voz mansa e delicada
de Deus. Em seguida, Elias cobriu o rosto com o manto e
humilhou-se diante do seu Deus (1 Reis 19:10-13).
Para se ter uma vida de oração equilibrada, temos de ter
tempo durante cada período de oração para permitir que Deus
fale aos nossos corações. Certamente não há nada de errado em
trazer os nossos pedidos e súplicas diante do Senhor. Também
não há nada de errado com o aquietar os nossos corações durante
a oração. Muitas vezes abro a Palavra de Deus e leio-a durante o
meu tempo de oração. Deus fala através da Sua Palavra. Sua voz
mansa e delicada tem um impacto gigantesco nas nossas vidas.

Conclusão
Nutrir paixão pela oração deveria ser uma das prioridades
das nossas vidas. Nada é mais fundamental para o nosso
relacionamento com Deus do que a capacidade de nos
comunicarmos com Ele. No entanto, devemos ter a intenção do
74

desenvolvimento de uma vida de oração saudável. Há três passos


Ponto de Partida

importantes no avanço de uma vida pessoal de oração: definir


uma meta de tempo, estabelecendo um tempo definido para a
oração, e priorizar a mesma.

O Obetivo Tempo
Para desenvolver a disciplina na oração é importante
determinar o espaço mínimo de tempo que podes gastar orando.
As metas nos darão algo a atingir. Sem uma meta de tempo, vai
ser comum encerrar a oração depois de um tempo muito curto.

Um Espaço de Tempo
Falhar em estabelecer um tempo definido para a oração pode
facilmente permitir que outras questões nas nossas vidas nos
impeçam de orar. A oração deve ser agendada da mesma maneira
que nós agendamos todas as outras atividades críticas.

A prioridade da oração
Se a oração não é uma prioridade em nossas vidas, nunca
vamos estabelecê-la como um hábito profundo. Devemos dar
primazia ao nosso tempo com Deus. Jesus nos ensinou que a
oração deve estar sobre e acima de todas as outras coisas (Mateus
21:13)

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR


Salmo 10:4 Salmo 42:1-2 Salmo 46:10 Mateus 6:6
Mateus 21:13 Mateus 26:41 Hebreus 4:16
75

AUTO TESTE

Nutrindo Paixão Pela Oração


Depois de estudares a lição, lê cada pergunta de estudo
cuidadosamente e circula a resposta correta. Há apenas uma
resposta correta para cada questão.
1. A paixão pela oração é mais apropriadamente chamada
paixão …
a) Para ganhar riqueza material.
b) Pela intimidade com Deus.
c) Para trabalhar para Deus.

2. A oração tem tudo a ver com


a nossa ________________ com Deus.
a) Relação
b) Permanência
c) Submissão

3. Enquanto tivermos o cuidado de vigiar o que entra no


nosso coração, mantemos uma consciência pura para com Deus,
permitindo-lhe…
a) Remover o nosso pecado, para nós nunca mais errarmos.
b) Inspecionar os nossos corações com frequência.
c) Retirar a sua cobertura de proteção sobre nós.

4. A confiança para nos aproximarmos de Deus…


a) É o produto da arrogância humana.
b) É uma meta impossível.
c) Ocorre quando uma pessoa é nascida de novo.

5. A relação entre o orgulho e a oração é tal que o orgulho…


a) É uma grande ajuda em oração.
b) As pessoas orgulhosas gostam de orar.
c) O orgulho é uma grande diversão para a oração.
6. As pessoas que não entendem o poder da oração ou o
momento de Deus acreditam…
a) Que é preciso fazer alguma coisa, se eles querem fazer a
diferença.
b) Não há nenhum proveito na a oração, porque o que tiver
que ser será.
76

c) Devem ser emotivos e chorar diante de Deus


Ponto de Partida

e Ele vai responder.

7. As desculpas mais comuns para não desenvolver a intimidade


com Deus através da oração são:
a) A exaustão, a ocupação, e não se sentir vontade de orar.
b) A preguiça, a ocupação, e não se sentir levado a orar.
c) O cansaço, a doença e a falta de desejo.

8. Quando estamos constantemente reclamando com Deus


sobre uma resposta à oração,
a) Fazêmo-LO feliz.
b) Assumimos que sabemos todas as coisas.
c) Exercemos a nossa autoridade em oração.

9. Na espera da resposta à oração, devemos tomar uma


posição de…
a) Pânico.
b) Arrogância.
c) Humildade.

10. Ouvir durante o nosso tempo de oração é mais do que


apenas dar a Deus a oportunidade de falar. É…
a) Equilibrar a relação.
b) Obrigar Deus a ouvir os nossos corações.
c) Compreender a nossa vontade para com Ele.
77

RESPOSTAS PARA O AUTO TESTE

Nutrindo Paixão Pela Oração


Nota: Se respondeste a uma pergunta de estudo
incorretamente, podes encontrar o objetivo de onde ela foi tirada
olhando a referência entre parênteses.
1. b (4,1)
2. a (4,1)
3. b (4.2)
4. c (4,2)
5. c (4,3)
6. a (4,3)
7. a (4,4)
8. b (4,5)
9. c (4,5)
10. a (4,6)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


Desde 1999, Ron Auch tem servido como pastor sénior da
Casa de Oração da Assembleia Deus em Kenosha, Wisconsin,
uma igreja que ele plantou. Antes disso, ele viajou nacional e
internacionalmente com Ore-Indique Ministries, um ministério
que ele fundou em 1981. Ron é o autor de vários livros sobre a
oração, bem como um conferencista.
78

Lição5
Ponto de Partida

Desenvolvendo e Usando a Tua Fé


A palavra fé é usada de muitas maneiras diferentes na
comunidade cristã. Costumamos dizer que alguém tem fé forte
ou que alguém chegou à fé. Nesta lição, vamos examinar os
componentes essenciais da fé, o que é a fé, porque é vital, e como
ela deve ser usada. Entender a fé em Deus pode levar a coisas
incríveis!

ESBOÇO DA LIÇÃO
Entendendo a Fé
A Fé e o Cristão
O desenvolvimento da Fé
Provas da Fé
As Promessas de Deus

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Quando completares esta lição, deverás ser capaz de:
1: Definir fé.
2: Indicar a importância da fé para uma vida cristã bem
sucedida.
3: Discutir como a fé se desenvolve.
4: Resumir como a fé do cristão será testada.
5: Identificar as promessas da fé na Palavra de Deus.

Compreender Fé

Objetivo 1:
Definir a fé.

A fé é um dos temas mais importantes do cristianismo.


É parte de quase tudo o que fazemos, e ela determina tudo o
79

que somos. Mas o que é exatamente a fé? Hebreus 11:1 dá esta

D e s e n v o l v e n d o e U s a n d o a Tu a F é
definição: “ Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se
esperam, e a prova das coisas que não se vêem.”
Esta definição mostra que a fé é uma certeza e uma
convicção. A Fé emerge da alma, quando acreditamos em algo
que está além dos nossos cinco sentidos, nas coisas que não
são vistas ou sentidas. De acordo com esta definição, a fé não é
incomum. A fé é muito comum.
Quase em cada momento de cada dia, os seres humanos
depositam a sua fé em coisas diferentes. Como sejam, o
motorista de um carro quando se dirige para um cruzamento
movimentado a uma certa velocidade, ele tem fé nos travões,
esperando que quando ele pisa no pedal, o carro vai afrouxar.
Quando uma pessoa se senta numa cadeira, tem fé nas pernas
da cadeira e está certo de que elas são fortes o suficiente para
sustentar o seu peso. Quando compramos um hambúrguer e o
comemos, demonstramos fé na pessoa que cozinhou a carne,
confiando que ela não está envenenada ou contém germes.
A partir destes exemplos, vemos que a fé é apenas tão boa
quanto o objeto da fé. A fé deve ser posta em alguma coisa,
e a fé só tem valor se for para confiar em algo que é digno de
confiança. Por exemplo, o motorista do carro pode ter uma fé
muito forte nos travões do carro. Mas, se estes falham, a sua fé é
inútil.
A fé tem poder apenas quando ela é colocada numa coisa que
é realmente verdadeira. Isso se aplica tanto à fé secular como à
fé religiosa. Em 1 Coríntios 15:17, Paulo escreve: “ E, se Cristo
não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos
pecados.” Não importa quanta fé temos em alguma coisa. Se
esse “algo” não é digno da nossa fé, a nossa fé nesse objeto será
inútil. Precisamos apenas fé suficiente para nos levar a um ponto
de confiança e ação. Mas o objeto da nossa fé deve ser fiel e
verdadeiro!
Então, toda agente tem fé. A verdadeira questão, porém, é se
colocámos ou não a nossa fé corretamente. A Bíblia é clara que
80

a nossa fé, como cristãos deve ser colocada em Deus. Só Deus


Ponto de Partida

é digno da nossa fé. Jesus disse: “Tende fé em Deus” (Marcos


11:22). Muito antes, Provérbios 3:5-6 instruia: “Confia no
Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio
entendimento, reconhece-O em todos os teus caminhos, e ele
endireitará as tuas veredas.”

A Fé e o Cristão

Objetivo 2:
Indicar a importância da fé para uma vida Cristã Bem Sucedida.

Porquê a fé em Deus é tão importante? As Escrituras dão


muitas razões:

A fé é essencial para a salvação.


A vida cristã começa com a fé. Para nos tornarmos filhos
de Deus, devemos ter a esperança e a convicção de que Deus
existe, que Cristo morreu pelos nossos pecados e ressuscitou
dentre os mortos, e que Ele nos perdoa e nos levou a nascermos
de novo. Nenhuma dessas coisas pode ser vista, nenhuma
pode ser realizada por meio dos nossos esforços. Paulo escreve:
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé, e isto não vem
de vós, é dom de Deus, não vem das obras, para que ninguém
se glorie” (Efésios 2:8-9). Quando uma prostituta veio a Jesus
e carinhosamente lavou os Seus pés, os religiosos ficaram
horrorizados (Lucas 7:39). Mas, pela sua fé, ela encontrou
aceitação e perdão. “E Jesus disse à mulher:” A tua fé te salvou,
vai em paz” (Lc 7:50).

Os nossos corações são purificados pela fé.


Não muito diferente do que aconteceu com a prostituta em
Lucas, capítulo sete, o coração de cada ser humano tem sido
manchado pelo pecado. Por causa desse pecado, as pessoas são
culpadas e foram separadas de Deus. Enquanto alguns tentam
81

se purificar através de obras religiosas, a Bíblia diz que somos

D e s e n v o l v e n d o e U s a n d o a Tu a F é
purificados pela fé em Deus, não por nossos próprios esforços.
Pedro articula: “Deus, que conhece os corações, testemunhou
a favor deles [os gentios], dando-lhes o Espírito Santo, assim
como ele fez connosco. Ele não fez nenhuma distinção entre
nós e eles, purificando os seus corações pela fé “ (Atos 15:8-9).
O apóstolo escreveu mais tarde: “ porém ao que não trabalha,
mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada
como justiça; “ (Romanos 4:5). Nossa fé no poder purificador do
sangue de Cristo remove o pecado e a culpa dos nossos corações.
Com esses corações purificdos, podemos agora adorar e ter
comunhão com a Divindade

Somos Justificados Pela Fé


“Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por
nosso Senhor Jesus Cristo, por quem obtivemos também nosso
acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-
nos na esperança da glória de Deus.” (Romanos 5:1-2). Quando
colocamos a nossa fé em nosso Senhor Jesus Cristo, já não
enfrentaremos o julgamento de Deus. Por causa do que Jesus fez
por nós na cruz, o preço dos nossos pecados foi pago de uma vez
por todas (1 Pedro 3:18). Agora nenhuma condenação há…”
(Romanos 8:1)!
Este é um contraste completo com a forma como o mundo
nos trata. O mundo continuamente nos julga pelas coisas que
temos, pelas coisas que fazemos, e pelo que parcemos. Mas uma
vez que nós colocámos nossa fé em Cristo, fomos completamente
aceites por Ele por causa do que Ele fez quando derramou o Seu
sangue por nós. Esta é uma razão poderosa para elevar o nosso
louvor e gratidão a Deus!

A Fé é Essencial Para Viver em Obediência.


Hebreus 11 lista muitos heróis do Antigo Testamento:
Abel, Enoque, Noé, Sara, Jacó, José e Moisés. Como realizaram
eles tais coisas incríveis para Deus? Eles fizeram tudo “pela fé.”
82

Eles tinham uma garantia para a esperança e a convicção sobre


Ponto de Partida

as coisas que eles ainda não podiam ver, então obedeceram à


chamada de Deus e a história mudou.
Podemos também criar novos legados no reino de Deus.
Quando confiamos em Deus, colocando nossa fé n’Ele, o poder e
a presença do Espírito Santo em nós nos ajuda a realizar grandes
coisas (Ezequiel 36:27). Sem Cristo, “nada podereis fazer” (João
15:5), mas todas as coisas são possíveis por meio de Cristo que
nos fortalece (Filipenses 4:13). Esta é talvez uma das realizações
mais importantes no nosso crescimento e serviço no Senhor: Para
sermos usados poderosamente por Deus, tudo o que precisamos
é da fé na Sua capacidade de operar através de nós. Todos os
heróis listadas em Hebreus eram pessoas comuns ... Mas pela fé
eles se dispuseram a permitir que Deus operasse por eles para
fazer grandes coisas.

A coragem vem da fé.


Temos, portanto, sempre bom ânimo, sabendo que,
enquanto estamos presentes no corpo, estamos ausentes do
Senhor (porque andamos por fé, e não por vista); temos bom
ânimo, mas desejamos antes estar ausentes deste corpo, para
estarmos presentes com o Senhor. “ (2 Coríntios 5:6-8). Aqui,
Paulo mostra a chave para uma vida corajosa: andar pela fé e não
por vista. Coragem é a vontade de fazer alguma coisa, apesar de
circunstâncias perigosas. O perigo pode ser para a nossa saúde,
para a nossa riqueza, para a reputação ou segurança. Se vivemos
pelo que vemos, estamos continuamente a recuar para uma “zona
de segurança” de auto proteção. Ao colocar a nossa fé em Deus,
podemos viver além do que vemos, confiando n’Ele e não em
nossas circunstâncias.
A coragem, pela fé, no entanto, reconhece que Deus pode
optar por não nos proteger de todo o perigo. Grande coragem
foi vista em Sadraque, Mesaque e Abede-Nego (ver Daniel 3),
quando o rei Nabucodonosor tentou obrigá-los a adorar falsos
deuses e ídolos de ouro. Como é que estes jovens responderam?
83

Responderam Sadraque, Mesaque e Abednego, e disseram ao

D e s e n v o l v e n d o e U s a n d o a Tu a F é
rei: “Ó Nabucodonozor, não necessitamos de te responder sobre
este negócio. Eis que o nosso Deus a quem nós servimos pode
livrar-nos da fornalha de fogo ardente; e ele nos livrará da tua
mão, ó rei. Mas se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos
a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste”.
(Daniel 3:16-18)
Estes homens estavam dispostos a enfrentar a morte ao invés
de comprometer a sua fé. Eles tinham fé para acreditar que Deus
era capaz de libertá-los. Mas eles tinham uma fé mais profunda
também. Estavam dispostos a obedecer a Deus, mesmo que Ele
não os livrasse. Deus protegeu aqueles três homens, mas em
algumas situações, nem sempre assim aconteceu. A Fé obediente
em Cristo, pode levar à morte ou ao martírio. Começando com
Estevão (vê Atos 7:57-60) e continua hoje, Deus tem permitido
regularmente que crentes sejam mortos por sua fé. Em tempos,
como esses, a nossa fé em Deus e a esperança do céu, dará a
coragem para ficarmos firmes contra qualquer ameaça, mesmo
que isso nos custe as nossas vidas.

A fé é requerida para agradar a Deus.


O escritor de Hebreus resumiu a importância da fé com
estas palavras: “ Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque
é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele
existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11: 6).
Evidentemente, Deus não tem prazer quando as nossas vidas
são vividas em auto-suficiência. Ele nos criou para uma relação
íntima e dependente com Ele, para viver pela fé n’Ele. Nada mais
agrada a Deus.
Esta é apenas uma lista parcial porque a fé é tão importante.
A fé não é apenas uma parte da vida cristã, é o fundamento. A fé
é o lugar onde nosso relacionamento com Cristo começa, é onde
nós crescemos em intimidade com Ele, e isso é a chave para toda
a paz e propósito nesta vida e no além.
84

O Desenvolvimento da Fé
Ponto de Partida

Objetivo 3:
Discutir como a fé se desenvolve.

A nossa fé em Deus cresce à medida que a nossa confiança


n’Ele é fortalecida. Para que isso aconteça, a nossa crença
em Deus deve ser verdadeira e precisa e deve vir através das
Escrituras. Logo que as crenças verdadeiras em Deus sejam
estabelecidas, devemos escolher agir de acordo com as mesmas,
mesmo quando as circunstâncias visíveis ou os sentimentos
interiores nos dizem para fazer de forma diferente. A W Tozer
escreveu: “O que vem à nossa mente quando pensamos em
Deus é a coisa mais importante sobre nós” (1961, 1). Isto é
particularmente verdadeiro quando se trata de fé. Quando
optamos por colocar a nossa fé em Deus, é importante que
tenhamos uma sólida compreensão de Quem Ele é e como opera.
Através da Bíblia ouvimos sobre os atributos impressionantes
e poderosos de Deus. Acreditamos que essas verdades nos dão
confiança para crer em Deus de todo o coração. Abaixo estão
poderosas verdades fundamentais sobre Deus, que são a causa da
nossa fé ser forte:

Deus é
Embora ninguém jamais tenha visto a Deus (João 1:18), a
evidência da Sua existência encontra-se à nossa volta.
“Pois os seus atributos invisíveis, o seu eterno poder e
divindade, são claramente vistos desde a criação do mundo,
sendo percebidos mediante as coisas criadas, de modo que
eles são inescusáveis;” (Romanos 1:20). A crença neste facto
básico, que Deus existe, é o ponto de partida de toda a fé. Esta
crença abre a porta para a realidade do reino espiritual e inicia o
desenvolvimento da fé.
É difícil ter fé quando os nossos factos são fracos. Muitos
cristãos influentes − incluindo C S Lewis e Josh McDowell,
85

tiveram que ser convencidos dos factos da existência de Deus

D e s e n v o l v e n d o e U s a n d o a Tu a F é
antes que eles estivessem dispostos a colocar a sua fé n’Ele. O
estudo dos factos por detrás da fé Cristã é chamado apologética.
Se tens relutância quanto à fé porque não tens a certeza dos
factos, torna como prioridade obter as respostas que precisas para
seres convencido das evidências onde assenta a nossa fé.

Deus ama
João 3:16 tem sido citado e memorizado muitas vezes mais
do que qualquer outra passagem da Escritura: “Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito,
para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a a vida
eterna” (KJV). Compreender o amor de Deus é necessário para a
relação da construção da fé n’Ele.
O amor que Deus tem por nós é diferente de qualquer outro
tipo do amor. O amor de Deus é incondicional. Isto significa que
o Seu amor não se baseia no que fazemos, mas de Quem Ele é. O
amor que experimentamos no mundo é muitas vezes baseado no
nosso desempenho. O amor humano tem condições que dizem:
“eu vou te amar se ... “O amor de Deus não tem condições. Ele
nos ama porque a Sua essêrncia é o amor. Ele não apenas escolhe
amar-nos, a Bíblia diz que Ele é amor (1 João 4:8). A aceitação
do Seu amor nos dispõe a obedecer-Lhe.
O perfeito amor de Deus lança fora o temor (1 João 4:18),
e por isso sabemos que Ele tem, por nós, os melhores interesses.
Com a nossa confiança nesta verdade o amor de Deus cresce, o
mesmo acontecendo com a nossa fé.

Deus provê
Crer na provisão de Deus é um edificador poderoso da fé.
No mundo ocidental, temos sido ensinados a confiar nas nossas
posses materiais. Esta é uma fé tola, porque as posses terrenas
podem ser tiradas de nós num instante. Jesus manda-nos ter fé
na provisão de Deus:
“Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de
86

comer? ou: Que havemos de beber? Ou: Com que nos


Ponto de Partida

havemos de vestir? (Pois a todas estas coisas os gentios


procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais
de tudo isso. Mas buscai primeiro o seu reino e a sua
justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Não
vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de
amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal”.
Mateus 6:31-34
Deus provê o que Ele sabe que precisamos, e não,
necessariamente, o que queremos. Quando Ele não nos concede
da maneira como gostariamos que fizesse, devemos colocar a
nossa fé no Seu amor e bondade. Ele pode não providenciar
o que achamos que precisamos, mas Ele sempre nos dará as
circunstâncias que precisamos para desenvolver a nossa fé.

Deus está no controle


A fé em Deus cresce quando reconhecemos que Ele está no
controle de todas as coisas. Deus conhece todas as coisas (1 João
3:20), Ele tem todo o poder (Jeremias 32:17-18, 26-27), e Ele
está em todos os lugares (Jeremias 23:23-24). Isaías 45:5-12 nos
manda ter fé na bondade, amor e poder de Deus, mesmo quando
as coisas ruins estão acontecendo ao nosso redor. Mais uma vez,
andar pela fé nos dá uma grande paz no meio dos problemas.
A chave para a nossa fé, então, é a fidelidade de Deus! Na
Bíblia, a Sua fidelidade tem sido descrita como:
• Eterna (Salmo 119:90)
• Fundada e firme (Salmo 89:2)
• Infalível (Salmo 89:33)
• Grandes (Lamentações 3:23)
• Infinitas (Salmo 36:5)
• Incomparáveis (Salmo 89:9)
Quando andamos por fé, a oração e a adoração vêm
naturalmente. Paulo exorta:
87

“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo,

D e s e n v o l v e n d o e U s a n d o a Tu a F é
regozijai- vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos
os homens. Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos por
coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos
conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com
ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
pensamentos em Cristo Jesus. (Filipenses 4:4-7)

Deus está em ti
Enquanto a nossa fé deve estar em Deus e em Cristo,
também devemos ter fé no facto de que Cristo está em nós.
Paulo escreve: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais
eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne,
vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a
si mesmo por mim. Não faço nula a graça de Deus; porque, se a
justiça vem mediante a lei, logo Cristo morreu em vão “ (Gálatas
2:20-21).
A nossa fé em Deus se desenvolve em passos largos, quando
percebemos que Cristo vive em nós. Quando damos nossas vidas
a Cristo, somos verdadeiramente “nascidos de novo.” Este é, ao
mesmo tempo, um grande mistério bem como uma poderosa
verdade: Nós não vivemos mais. Cristo vive em nós. A nossa vida
é agora a Sua vida, e Ele deseja viver a mesma através de nós.
Portanto, devemos “viver pela fé no Filho de Deus.” Ao confiar
em Sua presença em nós, Lhe entregamos as nossas vidas e
permitimos que Ele viva através de nós, momento a momento.
Não só é Cristo em nós, mas também nós estamos n’Ele!
Colossenses 3:1-4 regista “Se, pois, fostes ressuscitados
juntamente com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde
Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são
de cima, e não nas que são da terra; porque morrestes, e a vossa
vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é
a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis
com Ele em glória.” A natureza da fé é mais uma vez revelada
88

nesta passagem. As nossas mentes estão a ser focadas não nas


Ponto de Partida

coisas terrenas, mas em Deus e nas incríveis verdades que não


podemos agora ver. Nós morremos e nascemos de novo. Cristo
vive em nós, e nós vivemos nEle!

Pedindo mais fé
Um dia, uma grande multidão se reuniu em torno de Jesus
e seus discípulos. Um homem tinha levado o filho a Cristo, na
esperança que Ele o curasse. O homem clamou: “ e muitas vezes
o tem lançado no fogo, e na água, para o destruir; mas se podes
fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos. Ao que
lhe disse Jesus: Se tu podes crer! - Tudo é possível ao que crê.”
(Marcos 9:22-23). Este pai clamou a Jesus, pedindo-lhe para
superar a sua incredulidade. E Jesus, respondeu curando o filho.
A maioria das pessoas pode identificar-se com a oração
deste pai. Porquanto eles têm fé, mas também podem lutar com
dúvidas. Quando te sentes com falta de fé, pede a Deus para
ajudar-te. Porque Ele vive dentro de ti, Ele te dará a fé para Lhe
obedeceres em qualquer circunstância. Num outro exemplo,
quando os apóstolos pediram ao Senhor que aumentasse a sua
fé, Jesus respondeu: “ Se tivésseis fé como um grão de mostarda,
diríeis a esta amoreira: Desarraiga-te, e planta-te no mar; e ela
vos obedeceria.” (Lc 17:6). Deus pode desenvolver até mesmo a
menor quantidade de fé. Coloca a tua fé em Deus, e verás a Sua
vontade ser feita na tua vida.

Fé através da experiência
Os primeiros passos na fé são muitas vezes os mais difíceis,
pois temos pouca experiência anterior com Deus. À medida
que crescemos em conhecimento e experiência, a nossa fé se
desenvolve através de uma nova esperança e de convicções fortes
sobre a fidelidade de Deus.
Considera, por um momento, as experiências de Rob
Graham, um pastor de Black Hills de South Dakota. Ele decidiu
deixar a sua igreja que estava a crescer para começar uma nova,
89

perto de San António, no Texas. Ele iria começar sem salário

D e s e n v o l v e n d o e U s a n d o a Tu a F é
e sem membros, numa área onde não havia casas. Por que não
ficou ele no seu lugar seguro no Dakota, onde ele tinha um
vencimento estável e um ministério vibrante? Primeiro, ele sentiu
fortemente a chamada de Deus. Em segundo lugar, ele já tinha
passado por isso antes. Quatro vezes na sua vida, Rob tinha saído
por fé, deixando para trás posições seguras para começar algo
novo e incerto. A estrada nunca foi fácil, e mesmo nesta situação,
ele sabia que a igreja pode falhar, mas as experiências passadas de
Rob com o Senhor o convenceram da fidelidade de Deus. Agora,
ele sabe que Deus existe, o ama, e providencia para ele. Essas
experiências têm aumentado a fé de Rob em Deus.
Refletindo sobre o que Deus já fez em nossas vidas, muitas
vezes faz com que seja mais fácil entrar no futuro invisível.
Romanos 8:28 promete: “ E sabemos que todas as coisas
concorrem para o bem daqueles que amam a Deus.” Em muitas
situações, no entanto, não podemos ver o lado bom das coisas.
É especialmente nesses momentos que devemos pedir fé para
continuar a caminhar na fé. Vamos ver o bem – qualquer dia.
Hoje podemos ter que pedir fé, apesar das nossas circunstâncias.
A experiência com Deus nos ajuda a compreender como Ele
trabalha. Cada nova situação exige um novo passo de fé. Este
foi o caso quando Paulo escreveu à nova igreja em Tessalónica:
“ Sempre devemos, irmãos, dar graças a Deus por vós, como é
justo, porque a vossa fé cresce muitíssimo e o amor de cada um
de vós transborda de uns para com os outros.” (2 Tessalonicenses
1:3).

A fé cresce através da Palavra


O apóstolo Paulo escreveu: “ Logo a fé é pelo ouvir, e o ouvir
pela palavra de Cristo.” (Romanos 10:17). Mas que versículo
poderoso! Como estudastes nas lições anteriores, a Bíblia é uma
ferramenta poderosa que Deus colocou nas nossas mãos. Ao
estudarmos as Suas promessas, os Seus atributos, os Seus atos,
A Sua vontade e Seu plano, a nossa fé vai ser alimentada. Não
negligencies este aspecto vital da vida cristã.
90

O Teste de Fé
Ponto de Partida

Objetivo 4:
Resumir como a fé do cristão será testada.

A Fé de cada cristão será provada! Tiago 1:2-4 diz: “ Meus


irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por
várias provações, sabendo que a aprovação da vossa fé produz a
perseverança; e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que
sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma.”
Embora seja verdade que toda a gente vive pela fé em
alguma coisa, os cristãos são chamados a viver pela fé em Deus.
O verdadeiro teste da nossa fé em Deus surge quando as outras
coisas ou pessoas em que nós confiávamos − amigos, família,
finanças, posses, reputação, os ministérios e capacidades, são
ameaçados ou tirados. O teste é inevitável! Provérbios 17:3 diz:”
O crisol é para a prata e o forno é para o ouro, mas o Senhor
prova o coração.”
As provas irão mostrar como tu realmente acreditas em Deus.
As tuas verdadeiras crenças não são reveladas pela tua teologia (o
que dizes acreditar). As mesmas são reveladas pela tua biografia
(o que fazes). Tiago 2:17 diz que “ Assim também a fé, se não
tiver obras, é morta em si mesma.” O que escolheres fazer,
durante estas provações, irá mostrar onde a tua fé realmente se
encontra. As provas da fé virão por escolha, pela força, ou pela
morte.

Por Escolha
Cada dia tens a opção de viver pela fé, confiando em Deus,
e não nas circunstâncias que podes ver. Podes optar por dar
mais dinheiro para praticares caridade, deixando-te totalmente
dependente de Deus para atender às tuas necessidades. Podes
optar por romper com uma relação baseado na convicção de que
Deus suprirá as tuas necessidades emocionais quanto ao amor. As
possibilidades são infinitas. O Espírito Santo e a Palavra de Deus
irão guiar-te para andares pela fé e não por vista.
91

Pela Força

D e s e n v o l v e n d o e U s a n d o a Tu a F é
Às vezes não tens escolha nas tuas circunstâncias. Podes
perder o teu emprego, o teu companheiro, ou ter uma doença
com risco de vida. Nesses momentos em que tu és obrigado a ter
fé, podes, então, ter uma recaída em setress, preocupação e raiva.
Além disso, Deus, por vezes, força a remoção das coisas em que
estás a confiar para que a tua fé e liberdade n’Ele, seja fortalecida.
Tiago 1:2-4 diz: “Meus irmãos, tende por motivo de grande
gozo o passardes por várias provações, sabendo que a provação da
vossa fé produz a perseverança; e a perseverança tenha a sua obra
perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em
coisa alguma”. O resultado final é glorioso. Mas o teste, em si, é
muitas vezes muito doloroso e difícil.

Pela Morte
Por último a fé virá quando enfrentamos a morte. Nessa
ocasião, teremos de confiar em Deus com tudo o que temos
e com tudo o que somos. Muitos dos que enfrentam a morte
fazem-no com medo. Mas os cristãos que colocaram a sua fé
em Deus fortalecida pela Palavra, a oração e a experiência serão
capazes de abeirar-se da morte com esperança e confiança.

As promessas de Deus

Objetivo 5:
Identificar as promessas de fé na Palavra de Deus.

Pela fé o mais valioso de todos os desejos pode ser nosso.


Abaixo está uma lista parcial das promessas de Deus
concernentes à fé n’Ele:
• A fé traz sabedoria (Tiago 1:5).
• A fé leva ao perdão dos pecados (Atos 10:43).
• A fé dá acesso a Deus (Efésios 3:12).
• A fé traz paz e descanso (Romanos 5:1).
92

• A fé dá luz espiritual (João 0:36, 46).


Ponto de Partida

• A fé move montanhas (Mateus 17:20).


• A fé agrada a Deus (Hebreus 11:6).
• A fé liberta da morte espiritual (João 11:25-26).
• A fé leva à obediência (Mateus 24:45).
• A fé protege do mal (Efésios 6:16, 1 Tessalonicenses 5:8).
• A fé nos leva a sermos adotados por Deus (João 1:12).
• A fé nos dá a herança de Deus (Atos 26:18).
• A fé conduz à vida espiritual (João 20:31).
• A fé liberta do julgamento (João 3:18, Atos 13:39).

Conclusão
A Fé em Deus é essencial para a vida cristã. Desenvolve-se
através da verdade, da oração e da experiência. As provas da
nossa fé são normais e devem ser esperadas... E elas nos darão
resistência e nos tornarão completos. Através da fé em Deus
podemos realizar coisas incríveis, não por causa de nós, mas por
causa da fidelidade de Deus.

Lista de referência
Tozer, A. W. 1961. O Conhecimento do Santo. New York:
HarperCollins.

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR


Provérbios 3:5 Romanos 5:1
Romanos 10:17 Hebreus 11:1, 6
Tiago 1:5
93

AUTO-TESTE

D e s e n v o l v e n d o e U s a n d o a Tu a F é
Depois de estudares a lição, por favor, lê atentamente cada
pergunta e circula a resposta correta. Há apenas uma resposta
correta para cada questão.
1. De acordo com o livro de Hebreus, a fé é…
a) Algo que só um crente nascido de novo pode ter.
b) Uma garantia e uma condenação.
c) Um sentimento de força e paz.

2. Se alguém tem fé em algo que é fraco ou falso


a) A fé é inútil.
b) A fé vai tornar tudo bem.
c) A força da fé vai compensar a fraqueza do objeto.

3. Os cristãos são ordenados a colocar a fé


a) No único Deus.
b) Em Deus e em si só.
c) Deus, eles mesmos, e outras coisas.

4. Qual das seguintes coisas não é um resultado da fé em Deus?


a) A purificação do coração
b) A promessa de que nossos problemas serão poucos
c) O fortalecimento da nossa coragem

5. Romanos 8:1 diz que, por causa da fé em Cristo Jesus


a) Os nossos esforços pessoais para sermos santos serão bem
sucedidos.
b) Não estamos mais sob condenação.
c) Que ainda estamos debaixo da lei do pecado e da morte.

6. Os “heróis” em Hebreus 11 fizeram coisas incríveis por


a) Acreditarem em si mesmos.
b) Confiarem nos outros.
c) Colocarem a sua fé em Deus.

7. A história de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego


ensina-nos que
a) Devemos obedecer, mesmo se não tenhamos a certeza que
Deus vai proteger-nos.
94

b) Se obedecermos a Deus, nada vai nos prejudicar.


Ponto de Partida

c) As nossas vidas serão preservadas em todas as situações, se


tivermos fé.

8. A Fé em Deus se desenvolve através de todas as seguintes


coisas, EXCEPTO
a) Conhecer a verdade sobre o caráter de Deus.
b) Aumentar os nossos talentos e capacidades.
c) Oração.

9. A Palavra de Deus ensina que a fé


a) Não é necessária para uma vida piedosa.
b) Traz paz e descanso.
c) Não nos liberta do julgamento.

10. Deus prova a nossa fé


a) Ao castigar-nos pela desobediência.
b) Para desenvolver a nossa resistência e nos tornar
completos.
c) Provar a nossa força.
95

RESPOSTAS AO AUTO TESTE

D e s e n v o l v e n d o e U s a n d o a Tu a F é
Nota: Se respondeste incorrectamente a uma pergunta de
estudo, poderás encontrar o objectivo de onde ela foi retirada ao
olhares para a referência entre parêntes.
1. b (5.1)
2. a (5.1)
3. a (5.1)
4. b (5.2)
5. b (5.2)
6. c (5.2)
7. a (5.2)
8. b (5.3)
9. b (5.5)
10. b (5.4)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


Todd Hillard é um autor e escritor freelancer de Black Hills
de South Dakota. Ele tem 17 anos de experiência pastoral em
tempo integral e foi missionário na Turquia por 3 anos. Ele e sua
esposa têm cinco filhos.
96

Lição6
Ponto de Partida

A Tua Nova Casa Espiritual, a Igreja


A primeira experiência de Igreja com Jason foi num pequeno
grupo. As pessoas da igreja foram amigáveis e amorososas para
com ele, apesar dele não se comportar tão “bem”, como eles o
faziam. Mas ele decidiu experimentar a igreja desde que seus
novos amigos foram lá. Depois de a visitar várias vezes, Jason deu
a sua vida a Cristo.
Antes, a vida de Jason tinha sido trabalhar e o consumo de
álcool nos fins de semana. Agora, ele participava nas reuniões
da igreja, ajudou a colocar um telhado sobre a casa de alguém,
tornou-se ativo no ministério de jovens, e descobriu um crescente
desejo de estar ali. O seu envolvimento na igreja ajudou-o a
crescer no seu novo relacionamento com Cristo. Dentro de um
ano, Jason sentiu que Deus o estava a chamar para o ministério
em tempo integral, por isso ele passou a ter um relacionamento
com o seu pastor, sendo este o seu mentor.
Como ilustrado através da vida de Jason, uma das coisas mais
importantes para todos os novos cristãos é se envolver numa
igreja local. A igreja é mais do que apenas um edifício onde as
reuniões têm lugar todas as semanas. É o centro de tua nova vida
espiritual, e um lugar onde podes encontrar pessoas cujo foco
é semelhante sobre as coisas de Deus. Portanto, envolveres-te
numa igreja, pode ajudar-te de várias maneiras diferentes. Em
primeiro lugar, dá-te a oportunidade de adorar a Deus com
pessoas que também nasceram de novo. Em segundo lugar, vais
encontrar pessoas a quem recorrer quando precisares de ajuda.
Em terceiro lugar, vais descobrir um grande incentivo e um novo
conhecimento a respeito de Deus.
Fazer parte de uma igreja, no entanto, não é apenas obter
alguma coisa. Também é a tua oportunidade de retrocederes.
Podes contribuir para o trabalho da igreja, oferecendo os teus
talentos, serviços e ideias. A Igreja é mais do que apenas um lugar
onde podes assistir, é um lugar onde podes pertencer.
97

Não há nenhum substituto para o ser fiel a uma igreja local.

A Tu a N o v a C a s a E s p i r i t u a l , a I g r e j a
Apesar de poderes certamente aprender sobre Deus através da
televisão e dos ministérios de rádio, é quase impossível tornares-
te intimamente envolvido com tal ministério à distância. Estudar
e ler a Bíblia em tua própria casa é importante, mas também é
importante que estejas rodeado por outras pessoas de Deus que
podem oferecer-te encorajamento, conselhos e ajuda. Esse é o
valor de pertencer a uma igreja local.

ESBOÇO DA LIÇÃO
O Que É A Igreja?
O Teu Papel Na Igreja
O Papel Dos Líderes Da Igreja

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Quando completares esta lição, deves ser capaz de:
1: Definir o que é a igreja.
2: Avaliar o teu papel na missão da Igreja.
3: Apontar as responsabilidades dos líderes da igreja.
4: Descrever os aspectos pelos quais a igreja é ilustrada nas
Escrituras.

O que é a Igreja?

Objetivo 1:
Definir o que é a igreja.

O termo igreja é usado num certo número de maneiras


diferentes. Às vezes é usado para se referir a um edifício, como
em: “Eu estou a ir para a igreja.” Outras vezes, ele é usado para
descrever um corpo local de crentes, como em “O culto da
Igreja foi muito bom hoje.” E ela é usada para se referir a todas
as igrejas em todos os lugares, como em “O trabalho da igreja é
evangelizar o mundo.”
98

A palavra igreja vem da antiga palavra grega ekklesia, que


Ponto de Partida

significa simplesmente “um conjunto.” Como povo de Deus,


temos sido chamados para fora do mundo e separado para Deus.
Somos a Sua ekklesia ou assembleia de pessoas na terra. Assim,
a igreja realmente não é um edifício ou um lugar. O significado
original da palavra não se refere a um edifício onde os crentes
se encontravam, mas aos próprios crentes. A igreja não é um
edifício, é um povo.
Pensa desta forma: se a construção da igreja pegasse fogo, a
igreja ainda existia? Claro! Logo o local não é o que é importante.
O facto de que há pessoas de Deus, que foram chamados para
fora do mundo pela voz do Pai, que Lhe responderam para se
reunirem com um objetivo comum, é o que as torna a igreja.
A partir do momento que aceitaste Jesus Cristo como teu
Salvador, quando rejeitaste as coisas pecaminosas do mundo, tu
passaste a fazer parte da igreja de Deus na Terra. És agora é um
chamado para fora. A Igreja é realmente onde tu pertences!

Por que ir à igreja


Beth frequentava a igreja quando sentia fazê-lo. Algumas
manhãs, especialmente se ela tivesse trabalhado até tarde na noite
anterior, ela simplesmente não parecia querer sair da cama. Dizia
a si mesma que ficava tudo bem, se ela orasse e lesse a Bíblia.
Quantas vezes, porém, ela não ia nem orava, nem lia a Bíblia,
e a sua presença na igreja tornava-se cada vez menos frequente.
Quando as pessoas da igreja a chamavam ou paravam para ver
como estava, ela tinha vergonha por não ter assistido aos cultos
há tanto tempo. Regra geral, ela evitava essas pessoas. O que
tinha começado como uma vez, de vez em quando tornou-se
um hábito; o faltar tornou-se o padrão, e o padrão tornou-se um
estilo de vida.
Muitos cristãos vêem o frequentar a igreja como algo
opcional e não uma parte necessária da sua vida espiritual. É
muito importante para todos os cristãos comprometerem-se
com uma igreja local e participar fielmente nas suas atividades.
99

Hebreus 10:25 exorta: “ não abandonando a nossa congregação,

A Tu a N o v a C a s a E s p i r i t u a l , a I g r e j a
como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos
outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando
aquele dia.” Ao assistirmos, juntos, podemos encorajar-nos uns
aos outros a permanecermos firmes na fé, especialmente nestes
últimos dias.
Jesus deu o exemplo frequentando regularmente os cultos.
Muitas vezes nos evangelhos, vemos Jesus indo às sinagogas, as
casas de culto judaicas, para compartilhar a verdade sobre Deus.
Os pais de Jesus também O encontraram no templo quando
ainda era menino. Lucas 2:46 nos diz: “ E aconteceu que,
passados três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos
doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.” Apesar de ser uma
criança de doze anos de idade, Jesus compreendia a importância
de estar na casa de Deus.
Outros exemplos da frequência de Jesus aos cultos são
encontrados em Mateus 12:9, 13:54, Marcos 1:21 e 3:1. Há
uma série de relatos de Jesus ir adorar no templo de Jerusalém,
também. Reuniões de adoração eram uma parte normal da vida
espiritual de Jesus. Ele fez isso para nos dar o exemplo.
Mesmo depois de Jesus ter ressuscitado dos mortos e ter
voltado para o céu, os primeiros cristãos continuaram a ter
a prática regular de se reunir para adorar a Deus. Atos 2:46
regista: “ E, perseverando unânimes todos os dias no templo, “
O exemplo dos primeiros cristãos é outra razão porque devemos
assistir fielmente na igreja.
Assim, por estes motivos, e porque nos é ordenado na
Bíblia, Jesus deu o exemplo, e os apóstolos compreenderam a
importância da frequência da igreja, é fundamental para nós
reunirmo-nos para adorar a Deus. Os tempos de culto pessoais
são importantes, mas eles nunca podem substituir a adoração
conjuntamente com pessoas da mesma fé.
100

O que acontece na igreja?


Ponto de Partida

Ao longo das minhas viagens, eu frequentei muitas igrejas


com diferentes estilos de adoração. As Igrejas na Nicarágua são,
de alguma maneira, diferentes de igrejas nos Estados Unidos, e
ainda mais diferentes das igrejas na Europa ou na África. Mas,
de modo geral, todas as igrejas têm algumas coisas em comum.
O livro de Atos, que descreve como a igreja foi formada após a
volta de Jesus ao céu, dá algumas formas básicas de adoração que
devem ser incluídas em todas as igrejas.
Atos 2:42 nos diz que os discípulos, “perseveravam na
doutrina dos apóstolos, na comunhão, e no partir do pão e
nas orações.” Este verso apresenta quatro elementos: o ensino,
o companheirismo, a comunhão e a oração que deverão ser
incluídos nas igrejas. O ensinamento dos apóstolos advinha da
Palavra de Deus. Hoje, as igrejas têm sermões onde o pastor
ou outro membro da igreja está, a explicar trechos da Bíblia e
encoraja os crentes a aplicar os versos às suas vidas diárias.
Companheirismo é a prática de nos reunirmos com outros
membros da igreja. Algumas igrejas planeiam alguns tempos para
os seus membros se divertirem durante um almoço ou outras
atividades. Isso também acontece informalmente como membros
da igreja para se conhecerem uns aos outros em reuniões nas
casas. Ainda mais, a comunhão é um profundo carinho por
outros cristãos que se desenvolve enquanto compartilhamos o
amor de Deus.
Alguns cristãos evitam o aspecto social da igreja, achando
que não é espiritual. Mas a Bíblia não separa o nosso bem-estar
espiritual das nossas necessidades sociais. Precisamos gastar
tempo com outros cristãos, e às vezes isso significa estar com eles
para jantar ou jogar um jogo. Isso faz parte do propósito de Deus
para a igreja.
O “Partir do pão” refere-se à Ceia do Senhor ou Comunhão.
Mas também se refere ao culto geral de Deus. A adoração é
o ato de ligar o nosso espírito com o Espírito Santo de Deus.
Costumamos fazer isso através de cânticos e canções de adoração
101

ou participando da Ceia do Senhor. Dar ofertas para a obra de

A Tu a N o v a C a s a E s p i r i t u a l , a I g r e j a
Deus é uma outra forma de adoração praticada na maioria das
igrejas.
A oração, ou o falar com Deus, não é apenas feito em
privado. A igreja primitiva tinha reuniões de oração, onde eles
poderiam reunir-se em casas ou em numa localização central e
falar com Deus como grupo. A oração é uma parte importante
de nossos cultos, também. Quando nos reunimos, não é apenas
para falar uns com os outros. Também falamos com Deus.
Embora cada igreja possa praticar estes quatro elementos
de forma diferente, o importante é que os membros da
mesma tenham a oportunidade de ouvir o ensino da Palavra
de Deus, gastem tempo para se conhecerem uns aos outros,
ofereçam adoração ao Senhor, e tenham tempo para falar com
Ele. Quando vieres à igreja, espera que essas coisas venham a
acontecer.

O Teu Papel Na Igreja

Objetivo 2:
Avaliar o teu papel na missão da Igreja.

Reunirmos como igreja é mais do que simplesmente


abençoar os membros da mesma. Deus nunca pretendeu que
a igreja fosse um lugar só para os cristãos. A missão da igreja é
chegar ao mundo perdido e contar-lhe sobre o amor de Deus.
Mateus 28:18-20, às vezes chamado de a Grande Comissão, é o
principal mandato para o evangelismo e discipulado.
“E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada
toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos
de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e
do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu
vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias,
até a consumação dos séculos.” (Mateus 28:18-20).
Jesus manda os Seus seguidores fazerem quatro coisas. Em
102

primeiro lugar, temos de ir. Nós não nos podemos sentar na


Ponto de Partida

igreja e aguardar o retorno de Cristo. Devemos estar envolvidos


com mundo, sair e encontrar pessoas que precisam de saber
sobre Jesus Cristo e apresentá-lO a eles. A minha igreja local,
por exemplo, vai regularmente a uma comunidade a poucos
quilómetros abaixo da estrada. Entregamos, ali, mantimentos,
tocamos música, providenciamos jogos para as crianças, e
compartilhamos com eles histórias sobre o que Deus tem feito
por nós. Esta é apenas outra maneira de compartilhar as boas
novas de Jesus Cristo com a própria comunidade.
Em segundo lugar, nós somos chamados a fazer discípulos.
Um discípulo é um seguidor de Jesus. Todo o cristão deve estar a
tentar tornar outras pessoas em discípulos também. Ser discípulo
é mais do que uma oração a pedir a Jesus para fazer parte da
vida de uma pessoa. É um compromisso de longo prazo para
ajudar os outros na sua jornada espiritual. Todos nós devemos
ter pessoas que nos estão a ajudar a crescer mais perto de Cristo,
e todos nós devemos estar a ajudar outras pessoas a crescer mais
perto de Cristo. Lembras-te de Jason, a quem apresentamos
no início deste capítulo? Ele é um exemplo de um discípulo.
Seu compromisso com Cristo e com o ministério ajudou
outros jovens na sua caminhada espiritual. À medida que ele ia
crescendo em Cristo, ia ajudando-os a crescer também.
Em 2 Timóteo 2:2, o apóstolo Paulo diz a seu co-obreiro
Timóteo: “e o que de mim ouviste entre muitas testemunhas,
transmite-o a homens fiéis, que sejam idóneos para também
ensinarem os outros.” Sermos discipulados é sermos treinados
para que possamos treinar outros.
Além de fazer discípulos, também fomos chamados para
batizar. O batismo nas águas é uma prática da igreja local. É uma
declaração pública de que a pessoa tomou a decisão de dar a sua
vida inteiramente a Cristo. Todo cristão deve ser batizado nas
águas o mais rápido possível após comprometer toda a sua vida
ao Senhor.
Finalmente, somos chamados a ensinar as pessoas a obedecer
103

aos mandamentos de Cristo. Fazemos isso não só através das

A Tu a N o v a C a s a E s p i r i t u a l , a I g r e j a
nossas palavras, mas, acima de tudo, com o nosso exemplo.
Devemos ser modelos do que significa obedecer a Cristo. Assim,
a missão da igreja é alcançar os perdidos, discípulá-los e batizá-
los. Esta é a tua missão, também, como membro da igreja. Deus
pode usar as tuas capacidades para ajudar a igreja a cumprir a sua
missão na terra.

O Papel dos Líderes da Igreja

Objetivo 3:
Apontar as responsabilidades dos líderes da igreja.

Uma vez que a missão da igreja é alcançar os perdidos, todos


os cristãos devem ser ministros no sentido do evangelismo e
discipulado pessoal. No entanto, na igreja existem líderes que
assumem a responsabilidade pela organização do trabalho e
ajudam a motivar as pessoas a cumprir a missão. O líder mais
visível na igreja é o pastor.

Pastores
O título pastor vem da palavra grega que significa “o que
apascenta”. Como tal, os pastores devem tomar cuidado do
rebanho de Deus. A Primeira de Pedro 5:2 diz aos pastores:
“ Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por
força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem
por torpe ganância, mas de boa vontade.” Em outras passagens
bíblicas, Os pastores são chamados de presbíteros (1 Timóteo
5:17, Tito 1:5; Tiago 5:14, 1 Pedro 5:1). Os pastores ou anciãos
têm muitas funções: 1) Liderar e supervisionar a igreja, 2) cuidar
das necessidades espirituais da igreja, 3) orar pelos doentes e
necessitados 4) aconselhar; 5) ser um exemplo, e 6) pregar e
ensinar. O objetivo é compartilhar a Palavra de Deus de uma
forma clara para que as pessoas possam aplicá-la às suas vidas.
A nossa responsabilidade quanto aos pastores ou anciãos
104

também é estipulada nas Escrituras. Hebreus 13:17 nos diz:


Ponto de Partida

“Obedecei a vossos guias, sendo-lhes submissos; porque velam


por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que
o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria
útil.” A Bíblia também nos instrui a orar pelos líderes da igreja, e
a apoiá-los de todas as maneiras que pudermos.

Diáconos
Além de pastores, os diáconos têm o outro principal papel
de liderança dentro da igreja. Atos 6:3 regista o primeiro uso de
diáconos na igreja. Os diáconos geralmente supervisionam vários
aspectos operacionais da igreja, a fim de dar tempo ao pastor
para se concentrar na liderança espiritual. A Bíblia é clara que os
diáconos devem ser pessoas da mais alta integridade e devem ter
uma compreensão clara da verdade bíblica. As suas vidas devem
ser dignas de respeito (1 Timóteo 3:8-13).

Ilustrações Bíblicas Da Igreja

Objetivo 4:
Descrever as formas como a igreja é ilustrada nas Escrituras.

A Igreja Como O Corpo Humano


A Bíblia descreve a igreja de várias maneiras diferentes. Uma
descrição comum da igreja é que ela funciona como o corpo
humano. A Bíblia refere-se à igreja como o “corpo de Cristo” (1
Coríntios 12:27). Outras Escrituras se referem a Cristo como a
cabeça do corpo, a Igreja (cf. Ef 1:23, 4:15 e Colossenses 1:18).
Literalmente falando, a cabeça guia e e controla o corpo.
O corpo humano não faz nada sem a aprovação da cabeça e do
envolvimento desta. Até o batimento cardíaco e a respiração são
controlados por uma das partes da cabeça. De maneira similar,
como a cabeça da igreja, Cristo guia e controla a mesma. A igreja
não deve fazer nada sem a permissão de Cristo e a Sua direção.
Há um certo número de outras formas em que a igreja se
105

assemelha ao corpo humano. I Coríntios 12:12 diz: “ Porque,

A Tu a N o v a C a s a E s p i r i t u a l , a I g r e j a
assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os
membros do corpo, embora muitos, formam um só corpo, assim
também é Cristo.” Como membros do corpo de Cristo, todos
nós temos diferentes funções e capacidades. Mas, ainda assim,
nós precisamos uns dos outros para funcionarmos de forma
eficiente.
Deixar de trabalhar juntos irá comprometer a nossa missão
dada por Deus. Por isso, Paulo admoesta: “para que não haja
divisão no corpo, mas que os membros tenham igual cuidado
uns dos outros. De maneira que, se um membro padece, todos os
membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos
os membros se regozijam com ele.” (1 Coríntios 12:25-26). Cada
membro do corpo de Cristo deve fazer a sua parte para manter a
força desta relação e cumprir a missão de Deus.

A Igreja como Noiva


A Bíblia também descreve a igreja como a noiva de Cristo,
uma noiva pura (2 Coríntios 11:2, Efésios 5:26 - 27; Apocalipse
19:7). Paulo anteriormente observou: “ porque o marido é a
cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja,
sendo ele próprio o Salvador do corpo. Mas, assim como a igreja
está sujeita a Cristo, assim também as mulheres o sejam em
tudo a seus maridos.” (Efésios 5:23-24). A Escritura indica que
a relação conjugal entre um homem e uma mulher deve ter a
intenção de refletir a relação de Cristo com a Igreja. Por isso, o
marido deve ser a cabeça da família, como também Cristo é a
cabeça da igreja.
Isso não significa que os maridos devem ser senhores na
sua posição sobre as suas esposas. Em vez disso, “Vós, maridos,
amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a
si mesmo se entregou por ela,” (Efésios 5:25). Cristo sacrificou
tudo pela Sua igreja. Esse mesmo amor sacrificial deve ser
exibido nas relações matrimoniais. Se os maridos amarem as suas
mulheres da maneira que Cristo ama a igreja, então será fácil
para as esposas se submeterem a esse amor.
106

A Igreja como Família


Ponto de Partida

Outra ilustração da igreja é a família. A igreja deve ter um


ambiente onde as pessoas se pertençam, onde se relacionem
e trabalhem juntos em amor e paz. Paulo exorta: “ Rogo-vos,
irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais
concordes no falar, e que não haja dissensões entre vós; antes
sejais unidos no mesmo pensamento e no mesmo parecer.” (1
Coríntios 1:10). Pode ser difícil viver sem divisões na igreja, mas
quando nos submetemos ao Espírito de Deus, Ele faz com que se
torne possível.
A base para a nossa unidade é o amor uns pelos outros.
Primeira de João 3:11 diz: “ Porque esta é a mensagem que
ouvistes desde o princípio, que nos amemos uns aos outros.”
Isso significa que temos de aprender a conviver com os outros
membros da igreja. Devemos orar, cuidar, e estar dispostos a
sacrificar-nos uns pelos outros. Não podemos desistir dos outros
ou sermos negativos em relação a eles. João 13:35 insiste que o
mundo saberá que somos discípulos de Jesus por nosso amor uns
pelos outros. Devemos amar-nos como Cristo nos ama.
Esse amor inclui perdoar-nos. Efésios 4:32 diz: “Antes sede
bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos
uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”
Uma vez que Deus nos perdoou, a nossa responsabilidade é
perdoar os outros de tudo. Isso significa que nós temos de
ultrapassar as ofensas e devemos demonstrar graça de uns para
com os outros. Não devemos manter o registo de quantas vezes
as pessoas nos ofenderam, mas abdicar dos nossos direitos em
prol da manutenção da paz na família de Deus.
Finalmente, a família de Deus deve ser generosa. “Então,
enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas
principamente aos domésticos da fé” (Gálatas 6:10). Devemos
procurar formas de ajudar outras pessoas, e compartilhar com
elas, abençoando-as. Temos de pensar nos outros antes de pensar
em nós mesmos. Este é o cerne do que significa ser a família de
Deus, a igreja.
107

Conclusão

A Tu a N o v a C a s a E s p i r i t u a l , a I g r e j a
Pertencer a uma igreja é muito mais do que a frequência
semanal para ouvir um sermão. Ser parte da igreja requer
trabalhar com outros crentes para cumprir a missão de Deus na
terra. Se não pertences a uma igreja local, começa esta semana
a ver se encontras um lugar onde possas fielmente participar
e contribuir com as tuas dádivas. Se já pertences a uma igreja,
pensa se te estás a oferecer a ti mesmo e às tuas capacidades a ela,
como Deus quer. Pede a Deus para te mostrar onde deves estar
envolvido. Quando o fizeres, vais encontrar um relacionamento
cada vez mais profundo com Jesus Cristo.

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR


Mateus 28:19 – 20
Atos 2:42
1 Coríntios 12:12
Gálatas 6:10
Efésios 4:32
1 Timóteo 2:1
Hebreus 10:25
Hebreus 13:17
1 João 3:11
108

AUTO TESTE
Ponto de Partida

Depois de estudares a lição, lê cada pergunta de estudo


cuidadosamente e circula a resposta correta. Há apenas uma
resposta correta para cada pergunta.
1. A palavra igreja vem de uma antiga palavra grega que
significa:
a) Uma assembleia.
b) Casa de Deus.
c) Grupo de crentes.

2. Qual destas é a atitude correta sobre a frequência à igreja?


a) Ir à igreja é desnecessário, já que todos os crentes irão para
o céu.
b) Os crentes devem desejar frequentar a igreja para
crescerem mais perto de Deus.
c) A frequência da Igreja é necessária para entrarmos no céu.

3. Qual foi a atitude de Jesus quanto a frequentar as reuniões de


adoração?
a) Jesus raramente comparecia nas reuniões de adoração,
porque Ele sabia que elas eram desnecessárias.
b) Jesus participou regularmente nas reuniões de adoração,
dando-nos o exemplo.
c) Jesus disse que nós não poderíamos chegar ao céu sem
frequentar a igreja.

4. Que livro da Bíblia descreve os hábitos e práticas de adoração


da primeira igreja?
a) Os Atos
b) Mateus
c) Apocalipse

5. Qual destas não é uma das coisas que a Bíblia menciona


como acontecendo em todos os cultos da igreja?
a) Comer refeições completas
b) Pregação
c) A oração
109

6. Qual é a principal missão da igreja?

A Tu a N o v a C a s a E s p i r i t u a l , a I g r e j a
a) Alcançar os perdidos, batizar e discipular
b) Agradar aos membros, criando um ambiente familiar e
confortável
c) Reunir regularmente para se encorajarem uns aos outros a
fim de permanecerem fiéis a Cristo

7. A palavra grega para “pastor” é utilizado para o líder da


igreja?
a) Diácono
b) Ancião
c) Pastor

8. Quem é a cabeça da igreja?


a) Os Anciãos
b) Jesus
c) O pastor

9. Nas Escrituras, a igreja não é retratado como


a) A noiva.
b) O marido.
c) O corpo.

10. Como poderá o mundo saber que somos discípulos de


Jesus?
a) Porque vamos à igreja
b) Através de nossas boas ações
c) Pelo nosso amor uns pelos outros
110

RESPOSTAS PARA O AUTO TESTE


Ponto de Partida

Nota: Se respondeste a uma pergunta de estudo


incorretamente, podes encontrar o objetivo de onde foi tirada
olhando a referência entre parênteses.
1.a (6:1)
2. b (6,1)
3. b (6,1)
4. a (6.1)
5. a (6,1)
6.a (6,2)
7. c (6,3)
8. b (6,4)
9. b (6,4)
10. c (6,4)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


Kevin Dawson tem o grau de Mestre em Artes e Estudos
Teológicos da AGTS e um diploma de Bacharel em Artes da
Escola Bíblica Central. Ele tem escrito vários cursos para a
Global University e tem servido como pastor de jovens.
111

Lição7

O Coração da Adoração
O Coração da Adoração
O termo adoração implica uma simples medida onde se
encaixam todas as definições. Enquanto algumas pessoas limitam
a adoração ao tempo dos cânticos e da música na igreja nas
manhãs de domingo, a adoração excede, de longe, uma pequena
ranhura num programa. Arthur Rouner (1968) escreve:
Na vida da igreja cristã nada é mais importante, em
qualquer idade ou em qualquer momento, do que a vida
de seu povo em adoração. Se a igreja é irrelevante e sem
sentido aqui, será irrelevante e sem sentido no mundo. Se
é excitante e vitoriosa aqui, será excitante e vitoriosa no
mundo. Responsabilize a Igreja em ser ativa e influente em
causas sociais, sim. Estimule-a na atividade em todas as
áreas da vida, e por todos os meios. Mas se negligenciar a
sua missão e seu ministério aqui, ela vai morrer. Será uma
instituição morta sem coisa alguma a dizer em qualquer
lugar e a qualquer um.
Tem-se dito que a adoração é para o espírito e para a alma
como o exercício é para o corpo. Nós fomos criados para adorar a
Deus. A adoração é o emprego normal dos seres morais.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Que é a adoração
Serviço e Adoração
Adoração e Sacrifício
Obstáculos à Adoração

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Quando completares esta lição, deves ser capaz de:


1: Explicar o que a adoração envolve.
112

2: Identificar maneiras do nosso serviço a Deus ser verdadeira


Ponto de Partida

adoração.
3: Indicar a ligação entre adoração e sacrifício.
4: Apontar cinco obstáculos à adoraração.

Que É A Adoração

Objetivo 1:
Explicar o que a adoração envolve.

Há várias palavras gregas que são traduzidas por “adoração”


em português. Uma dessas palavras é proskuneo. “Proskuneo”
é usada sessenta vezes no Novo Testamento, significa: adorar,
reverênciar “Esta é a palavra que Jesus usou quando Ele disse à
mulher no poço, “Deus é Espírito, e é necessário que os que o
adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:24). Como
crentes, o objeto de nossa adoração é espiritual, é claro, Deus.
Um epitáfio foi encontrado num cemitério de animais fora
de Hartsdale, New York. Este é um epitáfio para cão ler, “À
memória de Bruce, o servo dedicado, fiel amigo, admirador
quente, e adorador ardente de seu mestre” (Gibbs 1950, 63).
Como é que um cão adora o seu mestre? Ele abana o rabo, lambe
a mão do dono, e talvez se sente no colo de seu mestre. O cão
simplesmente gosta da companhia do dono. Na verdade, o cão
pode ficar parado por algum tempo, sem esperar nada em troca
além de um ocasional festinha na cabeça ou uma coçadela atrás
das orelhas. De alguma forma, a adoração verdadeira e sincera é
semelhante. A nossa adoração a Deus é uma demonstração mais
sofisticada de tal amor.
O Rei David é um exemplo maravilhoso de um verdadeiro
adorador de Deus. A sua devoção a Deus e a dependência d’Ele
demonstrou que Deus era o grande objeto do amor da sua vida.
David, notas no Salmo 116:1-2: “ Amo ao Senhor, porque ele
ouve a minha voz e a minha súplica. Porque inclina para mim
o seu ouvido, invocá-lo-ei enquanto viver”. Observa também as
palavras de David no Salmo 63:1-8.
113

“Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A

O Coração da Adoração
minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito
em uma terra seca e cansada, onde não há água. Assim no
santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua glória.
Porquanto a tua benignidade é melhor do que a vida, os
meus lábios te louvarão. Assim eu te bendirei enquanto
viver; em teu nome levantarei as minhas mãos. A minha
alma se farta, como de tutano e de gordura; e a minha
boca te louva com alegres lábios. Quando me lembro de ti
no meu leito, e medito em ti nas vigílias da noite, pois tu
tens sido o meu auxílio; de júbilo canto à sombra das tuas
asas. A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta.”

Para adorar tu deves conhecer a Deus


Há várias lições a serem aprendidas com esta passagem.
Primeiro, David testemunha o seu relacionamento com o
Senhor. O salmo é muito pessoal, e contém as palavras eu, o
meu, e me, cerca de vinte vezes. Por isso, Deus era pessoal para
o escritor. Deus não era uma coisa vaga, algo místico. Ele era
amigo de Davi, e Davi de Deus. E David não tinha vergonha
d’Ele! Deus era o centro e o foco da vida de David. Noutro lugar
David diz: “Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim
a minha alma anseia por ti, ó Deus!” (Salmo 42:1). E mais tarde:
“ A quem tenho eu no céu senão a ti? E na terra não há quem
eu deseje além de ti” (Salmo 73:25). Os outros desejos de David
não eram nada em comparação com o Senhor. David desejava
talvez tanto a Deus quanto Deus desejava David.
Agora, quais eram as circunstâncias que cercavam David
quando ele escreveu este salmo? O pano de fundo deste salmo
era David escondido no deserto de Judá. Provavelmente estava a
fugir dos exércitos de seu próprio filho rebelde Absalão. Embora
fosse o rei, os seus inimigos tentavam derrubá-lo e matá-lo. Ele
tinha sido expulso de Jerusalém, a capital, e estava escondido em
cavernas. Mas ainda que houvesse deserto à sua volta, o deserto
não tinha tocado o seu coração. David não desistiu de adorar a
114

Deus, nem questionou o amor de Deus. David amava e confiava


Ponto de Partida

em Deus, apesar das suas circunstâncias.

Para adorar deves estar disposto a louvar


David louvava a Deus incessantemente. No versículo 3, ele
glorifica o Senhor. Nos versículos 4, 5, e 11, ele louva o Senhor.
O seu compromisso é resumido no versículo 4: “Eu te louvarei,
enquanto eu viver.” David amava o Senhor, e este amor deu
fôlego à sua adoração. Assim, o culto era uma parte integrante
do estilo de vida de David. Usando as perguntas quem, o
quê, quando, onde, porquê e como, o gráfico abaixo destaca a
adoração de David a Deus.

Incluído no louvor e adoração está a ideia de magnificar


ao Senhor. O Salmo 34:3 nos exorta: “ Engrandeci ao Senhor
comigo, e juntos exaltemos o seu nome.” (JFA). Magnificar é
tornar maior. Quando se olha através de uma lupa, o objeto sob
observação, na verdade, não se torna maior; só parece maior.
Assim, a lupa simplesmente aumenta a percepção do objeto sob
observação.
115

Da mesma forma, quando o salmista nos exorta a

O Coração da Adoração
engrandecer a Deus, somos encorajados a ampliar nossa
percepção d’Ele. Essencialmente, Deus não muda, pois Ele não
pode mudar. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente (Hebreus
13:8). Mas à medida que nos aproximamos d’Ele em louvor e
adoração, a nossa compreensão dele é aumentada, ampliada.
No Salmo 34, David recebeu um benefício adicional: Deus
respondeu à sua oração (vv. 4, 15), quanto às suas necessidades
(vv. 9-10), Livrou-o dos seus problemas (v. 17), e protegeu-o do
perigo (v. 7). David não se gaba da sua própria inteligência ou
capacidade, ele simplesmente magnifica o Senhor.
Abaixo está um trecho da canção intemporal “How Great
Thou Art” (Quão Grande És Tu). Este hino ilustra o escritor
engrandecendo o Senhor:

Senhor meu Deus, quando eu maravilhado


Fico a pensar nas obras da Tua mão:
O céu azul, de estrelas pontilhado,
O Teu poder mostrando a criação

Então minha alma canta a Ti Senhor,


Quão grande és Tu, Quão grande és Tu.
Então minha alma canta a Ti Senhor
Quão grande és Tu, quão grande és tu!

Serviço e Adoração

Objetivo 2:
Identificar maneiras o nosso serviço a Deus é a verdadeira adoração.

Ao longo do Antigo e do Novo Testamento, a adoração e


o serviço estão intimamente ligados. Mateus 4:10 cita Jesus
dizendo: “Está escrito: ‘ Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a
ele servirás. Uma das palavras traduzidas por adoração no Novo
116

Testamento é “Latreuo”. A palavra significa “ministrar ou servir.”


Ponto de Partida

Ela também significa “adorar”.


Mais adiante, Romanos 12:1 diz: “Portanto com a ajuda
de Deus, quero que vocês façam o seguinte: entreguem a
vida cotidiana – dormir, comer, trabalhar, passear – como se
fosse uma oferta. Receber o que Deus fez por você é o melhor
que podem fazer por Ele “ (A Mensagem). A Nova Versão
Internacional da Bíblia conclui essa passagem dizendo: “este
é o culto racional de vocês.” Então, qual é o culto racional de
vocês? Ele está a apresentar toda a sua vida a Deus em serviço.
Colossenses 3:23 lembra-nos: “ E tudo quanto fizerdes, fazei-o de
coração, como ao Senhor, e não aos homens.”
Considera as muitas pessoas que a Bíblia menciona adorando
a Deus, Abel, filho de Adão e Eva, Abraão, Moisés, David,
Sadraque, Mesaque, Abede-Nego, Daniel, Maria, mãe de Jesus,
e os três reis Magos. Esses e outros adoradores oraram, agiram
com fé, proclamaram o Evangelho, curvaram-se diante de Deus,
fixaram o que comer, tiraram os seus sapatos em reverência à
presença de Deus, e até mesmo se prepararam para a guerra.
Nenhuma dessas pessoas adorava num edifício de igreja como
nós a conhecemos. Eles não ouviram um sermão ou cantar um
coro de uma projeção na parede. Em vez disso, esses verdadeiros
adoradores entenderam que o que somos, e o que fazemos,
de forma individual e diária, é mais importante do que o que
acontece na igreja cerca de 90 minutos por semana.
R.T. Kendall (1989) escreve: “Eu acredito que cada cristão
tem uma vocação fundamental e um dever primário – um dever
que é também um deleite. Somos chamados, pela maneira como
vivemos e em tudo o que fazemos, para adorar a Deus. Esta é
uma atividade em tempo integral, não só aqui na terra, mas no
céu, também” (15). Russell Shedd diz: “O NovoTestamento
projecta uma visão da adoração que permeia toda a vida com
a presença e glória de Deus.” Por isso, Deus não está tão
interessado nas atividades do culto como ele está nas ações da
vida. São as nossas ações na vida, o nosso serviço cristão, que
Paulo disse que resultam do ato espiritual da adoração.
117

Sammy Tippit (1989, 118-119) compartilha uma história

O Coração da Adoração
deliciosa:
Vários anos atrás, eu falei numa Universidade Cristã
sobre a necessidade espiritual de despertar esta geração.
Eu tive muitos momentos preciosos de adoração
durante a semana. Quanto mais eu adorava a Jesus
Cristo, mais sentia um grande fardo de contar aos
outros sobre Ele. Eu pedi a Deus uma oportunidade
de falar a alguém do Seu grande amor. Quando entrei
no avião para voar para casa, eu sentei-me ao lado
de uma senhora com um bebé gritando. Quando
o avião descolou, o bebé gritava cada vez mais alto.
Enqunto o bebé gritava, a mãe ficou muito frustrada.
A tensão começou a crescer no meu coração. Eu
pensei, “Oh, não. Vou ter que ouvir este bebé a gritar
toda a viagem. “ Quando olhei para a situação, fugiu
do meu coração a paz. Mas, então, o Espírito Santo
começou a convencer-me da minha atitude errada.
Ele virou o meu foco para Jesus. Comecei a adorá-Lo
silenciosamente. O Espírito de Deus trouxe à minha
lembrança que Jesus sendo o Rei se tornou Servo. Fui
confrontado com esta pergunta: O que Jesus faria se
Ele fosse aqui? Percebi que Jesus iria servir a senhora.
Perguntei-lhe se eu poderia brincar com o bebé.
Imediatamente, ela disse: “Por favor.” Fiz caretas, agi
como bobo, e falei com o bebé conversa de criança.
Eu ri quando eu pensei comigo mesmo: “Isto é o que
significa ser cheio do Espírito Santo? “Finalmente, o
bebé se acalmou e adormeceu. A senhora me agradeceu
por ajudá-la e, em seguida, bcomeçou a fazer-me
muitas perguntas. Eu compartilhei Cristo com ela.
Quando estava a falar, ela começou a chorar. Seu
marido era médico, e nenhum deles era cristão. A
sogra tinha-se tornado Cristã apenas algumas semanas
antes de nos encontrarmos. A sogra contou ao seu
118

filho e à nora acerca de Jesus. No entanto, porque


Ponto de Partida

ela era uma cristã nova crente sentiu não o conseguir


fazer adequadamente. Ela lhes disse: “Eu vou orar
para que Deus mande alguém para lhe explicar mais
amplamente a sua salvação.” Ali me sentei eu no avião
como uma resposta à oração daquela mãe. No entanto,
eu poderia ter perdido a oportunidade. A escolha foi
minha. Eu poderia ter sofrido uma viagem de avião
ao lado de um bebé gritando. Ou eu poderia adorar a
Jesus e abrir a porta da dificuldade com a chave da paz.
Quando Tippit tomou a criança da mãe, em obediência ao
que ele sentia que o Senhor queria que ele fizesse, esse ato vulgar
elevou-se à sublimidade e transformou-se em adoração. A Bíblia
nos diz que devemos adorar a Deus continuamente (Salmo
105:4). Deus quer ser mais do que apenas um compromisso
em nossos calendários, Ele quer ser uma parte dos minutos e
segundos da nossa existência cotidiana.
Vejamos mais um exemplo. Abraão aprendeu tanto a servir
como a adorar. Gênesis 18:2 diz: “ Levantando Abraão os olhos,
olhou e eis três homens de pé em frente dele. Quando os viu,
correu da porta da tenda ao seu encontro, e prostrou-se em
terra.” Nós conhecemos, doutras leituras, que dois destes homens
eram anjos e um terceiro era o Senhor. Várias coisas se destacam
quanto ao tratamento de Abraão a estes convidados especiais:
• Em primeiro lugar, observa a velocidade com que ele se
moveu. Cinco vezes o registo das Escrituras diz que o velho
Abraão que 99 anos de idade correu ou apressou-se.
• Em segundo lugar, a Bíblia enfatiza a qualidade da
hospitalidade de Abraão. Ele, pessoalmente, escolheu o
melhor novilho, pediu a melhor farinha para o pão, e trouxe
alguma coalhada e leite. Ao todo, só a farinha de trigo
pesava, possivelmente, uns 56 quilos. Ele preparou uma festa
extravagante para seus convidados.
• Ele os honrou. Quando se aproximou, curvou-se em
homenagem sincera. Este modo de saudação era reservada
119

para reis, príncipes, e para aqueles que se acredita serem

O Coração da Adoração
divindades.
• Abraão queria servir ao invés de ser servido. Enquanto
os seus convidados desfrutavam do banquete, Abraão
simplesmente ficou debaixo dos ramos frescos de uma árvore
próxima e assistiu. Ao invés de comer, ele assistia à menor
necessidade ou solicitação. Seu prazer era dar atenção a esses
visitantes celestes.
A qualquer momento, o Senhor poderia ter interrompido
este anfitrião idoso e criado pão e carne para alimentar uma
multidão. Por que não? Deus simplesmente permitiu ao Seu
servo servi-Lo. As ações de Abraão revelam adoração pura e
imaculada. Louie Giglio escreve: “A adoração é a nossa resposta,
tanto pessoal como corporativa, a Deus por quem Ele é e o que
Ele fez, expressa nas e pelas coisas que dizemos, e a forma como
vivemos” (como citado em Muchow 2006, 46).

Adoração E Sacrifício

Objetivo 3:
Indicar a ligação entre adoração e sacrifício.

A adoração envolve dar ao Senhor. No início da sua carreira,


Matt Redman, o popular músico cristão da Grã-Bretanha,
cantava com a banda de louvor da sua igreja. A banda estava a ter
sucesso, e foi neste momento que o pastor do grupo decidiu, um
plano de acção drástico. Vejamos como Matt Redman conta essa
história.
O pastor decidiu que ficariam todos de fora por um tempo,
só para ver onde os nossos corações estavam. Assim, no próximo
domingo, quando nós aparecemos na igreja, não havia sistema
de som que pudesse ser visto, e nenhuma banda para nos liderar.
A nova abordagem era simples não iríamos inclinar-nos mais a
qualquer dessas coisas exteriores. O Pastor dizia: “Quando você
entra pelas portas da igreja, no domingo, o que está trazendo?
120

A sua oferta a Deus? O que você vai sacrificar hoje? “Se eu


Ponto de Partida

quiser ser honesto, no começo eu fiquei muito ofendido com


aquilo tudo. A adoração era o meu trabalho! Mas Deus amaciou
o meu coração, eu comecei a ver a Sua sabedoria em todos esses
atos. No início, os encontros eram um pouco estranhos: havia
muitos períodos de silêncio, e acontecia não haver muito cântico.
Mas logo começamos a aprender a trazer as ofertas do coração
a Deus sem nenhuma das armadilhas externas nas quais tinha
crescido e me tinha acostumado. Atirando tudo fora, lentamente
começamos a redescobrir a essência da adoração. Depois de um
tempo, a banda do culto e a sonorização reapareceram, mas agora
era diferente. As músicas dos nossos corações tinham-se ligado
com as músicas dos nossos lábios.
Fora desta temporada, eu refleti sobre onde tinhamos vindo
como igreja, e escrevi esta canção:

CORAÇÃO DE ADORAÇÃO
Quando a música se desvanece
Tudo é jogado fora.
E eu venho simplesmente,
Apenas para trazer algo de valor
Que irá abençoar o teu coraração.

Trago-te mais do que uma música,


Para uma canção nela mesmo
Não é o que tu exigias;
Tu procuras algo mais profundo
Pelo caminho coisas apareceram,
Tu estás a olhar para dentro do meu coração

Voltei ao coração da adoração


E tudo tem a ver Contigo
Tudo tem a ver Contigo, Jesus
Desculpa Senhor pelas coisas de que a fiz
Quando tudo tem a ver Contigo
Quando tudo tem a ver contigo, Jesus
121

Rei de valor infinito,

O Coração da Adoração
Ninguém pode expressar
O quanto Tu mereces.
Embora eu seja fraco e pobre
Tudo o que eu tenho é Teu
Cada simples respiro. (Redman 2001)

Redman tinha realmente apreendido o coração da adoração.


Ele veio a perceber que a adoração deve incluir algo que
oferecemos a Deus, algo de valor para Ele, algo que vai abençoar
o Seu coração.
Vamos agora olhar para um dos exemplos mais puros de dar /
adoração na Bíblia. João 12:1-8 diz:
“Veio, pois, Jesus seis dias antes da páscoa, a Betânia,
onde estava Lázaro, a quem ele ressuscitara dentre
os mortos. Deram-lhe ali uma ceia; Marta servia, e
Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele. Então
Maria, tomando uma libra de bálsamo de nardo puro,
de grande preço, ungiu os pés de Jesus, e os enxugou
com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do
bálsamo. Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos,
aquele que o havia de o trair disse: Por que não se
vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se
deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não porque tivesse
cuidado dos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a
bolsa, subtraía o que nela se lançava. Respondeu, pois
Jesus: Deixa-a; para o dia da minha preparação para a
sepultura o guardou; porque os pobres sempre os tendes
convosco; mas a mim nem sempre me tendes.”
Betânia era a aldeia de Maria, Marta e seu irmão Lázaro.
Parece que nosso Senhor frequentemente os visitava lá. Betânia
também distava cerca de dois quilômetros de onde os inimigos
de Jesus estavam conspirando para matá-lo. Na verdade, eles
seriam bem sucedidos em sua missão em menos de 144 horas
a partir deste momento. O registo capturado aqui nestes oito
versos põe em movimento os eventos finais da vida de nosso
122

Senhor. As ações de Maria serviam como um dedo apontando


Ponto de Partida

para a cruz que se aproximava. O objetivo de sua visita é visto no


verso dois: um jantar em honra de Jesus.
Vejamos a lista dos convidados. Pelo menos 17 pessoas
estiveram presentes na festa. Os doze discípulos estavam ali, e
Lázaro estava lá. Este Lázaro ressuscitado, foi um dos amigos
de Jesus mais queridos. Sabemos também que Marta estava no
registo de hóspedes. Na verdade, a festa pode ter sido a maneira
de Maria e Marta agradecerem ao Senhor por trazer Lázaro
de volta à vida. Além disso, de acordo com Mateus e Marcos,
Simão, o leproso foi o anfitrião da festa (Mateus 26:6, Marcos
14:3). Havia pelo menos nove Simãos diferentes na Bíblia. Este
que tinha o apelido peculiar “O Leproso.” Por quê? Nós não
podemos ter certeza. No entanto, sabemos que ele não era um
leproso aqui em João 12. Se ele fosse um leproso, ninguém teria
sido capaz de comer com ele, ter comunhão com ele, ou tocá-lo.
Acredita-se que ele tenha sido atingido pela lepra uma só vez,
mas Jesus o curou.
Uma série de Marias estão listadas na Palavra de Deus. Como
Simão foi apelidado de “O Leproso”, do mesmo modo esta
Maria especial poderia ter sido apelidada de A Adoradora. Cada
uma das três vezes que lemos dela na Bíblia, ela se senta aos pés
de Jesus em adoração! Porque o irmão e a irmã de Maria são
mencionados, mas nunca um marido, ela pode muito bem ser
solteira. No entanto, não temos nenhuma razão para acreditar
que o seu relacionamento com Jesus era romântico. Não existe
em parte alguma a indicação de sensualidade no relacionamento.
Em vez disso, vemos sua pura adoração, o amor adorador, o
amor que se acha entre uma mulher e o seu Salvador, uma
senhora e seu Senhor.
Então Maria é vencida pelo desejo de expressar a sua
adoração a Jesus, a sua adoração a Ele exige sacrifício. João
escreve: “Então Maria levou cerca de um litro de puro nardo, um
perfume caro, ela o derramou sobre os pés de Jesus e os enxugou
com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do
123

perfume “ (João 12:3). Um frasco de perfume normalmente

O Coração da Adoração
não contêm mais do que uma onça, (29,57 ml.) no entanto,
Maria guardava, talvez tanto como 12 onças. Tinha, sem dúvida,
sido importado de longe, provavelmente da Índia. Esta dádiva
perfumada poderia ter representado todas as suas economias.
Era costume daqueles dias derramar algumas gotas de
perfume sobre um convidado sempre que ele ou ela entrassem
numa casa e / ou quando o hóspede se reclinava para comer
uma refeição. Da mesma forma, quando os convidados estavam
preparados para comer uma refeição, os servos costumam lavar
os seus pés e os enxugavam com toalhas. Nessa altura, as pessoas
usavam sapatos parecidos com as nossas sandálias de hoje e não
havia estradas pavimentadas, o lava-pés era uma prática muito
aceitável e apreciada. Maria sabia dessas tradições e sabia que
esta situação exigia muito mais do que o habitual. Ela derramou
seu precioso perfume sobre o Senhor. Maria não ofereceu apenas
algumas gotas de perfume, em vez disso, ela derramou pelo
menos um litro de perfume sobre o seu Senhor.
Maria demonstrou que o verdadeiro amor se manifesta
com uma certa extravagância. Ele não vai procurar obter o mais
barato possível, mas sim, vai ser imprudente, por vezes, em
sua generosidade. Ao olhar para a vida de nosso Senhor, não
se pode deixar de notar que as pessoas eram atraídas a Ele por
uma variedade de razões. Alguns eram apenas curiosos, e outros
desejavam que suas necessidades físicas fossem atendidas. Maria
não poderia ser encontrada em qualquer um desses grupos. Ela
procurou Jesus só para adorá-Lo.
Maria expressou seu amor e adoração a Jesus de uma forma
que foi capturada para a posteridade. Como resultado do seu
ato de devoção, toda a casa se encheu com a fragrância de seu
sacrifício. Mateus 26:13 acrescenta: “ Em verdade vos digo que
onde quer que for pregado em todo o mundo este evangelho,
também o que ela fez será contado para memória sua.”
124

Obstáculos à Adoração
Ponto de Partida

Objetivo 4:
Apontar cinco obstáculos para adorar.

Comecemos esta secção lendo Mateus 15:1-9:


Então chegaram a Jesus uns fariseus e escribas
vindos de Jerusalém, e lhe perguntaram: Por que
transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos?
Pois não lavam as mãos, quando comem. Ele, porém,
respondendo, disse-lhes: E vós, por que transgredis o
mandamento de Deus por causa da vossa tradição? Pois
Deus ordenou: Honra a teu pai e a tua mãe; e, Quem
maldisser a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá.
Mas vós dizeis: Qualquer que disser a seu pai ou a sua
mãe: O que poderias aproveitar de mim é oferta ao
Senhor; esse de modo algum terá de honrar a seu pai. E
assim por causa da vossa tradição invalidastes a palavra
de Deus. Hipócritas! Bem profetizou Isaias a vosso
respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios;
o seu coração, porém, está longe de mim. Mas em vão
me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de
homem.
A vida de Jesus foi dividida em três segmentos: O primeiro
ano do Seu ministério foi o ano da popularidade, o segundo, o
ano da oposição, e o terceiro, o ano da sua morte. Em Mateus
15, Jesus estava no terceiro ano de seu ministério. A Sua
popularidade atingiu o pico e estava em declínio. Os fariseus
estavam a ponto de O destruir. Note-se que os fariseus eram
os benfeitores dos seus dias, pois eles eram os líderes religiosos.
Como mestres da lei, eles conheciam bem as Escrituras, e
eles tinham conhecimento sobre a adoração. No entanto,
despistaram-se. Vamos examinar cinco aspectos do estilo de vida
dos fariseus, que se tornaram obstáculos para a sua adoração.
125

Tradição

O Coração da Adoração
Em primeiro lugar, a adoração dos fariseus estava baseada na
tradição. Marcos 7:1-5 diz:
Os fariseus e alguns dos mestres da lei que tinham
vindo de Jerusalém se reuniram em torno de Jesus e
viram alguns de seus discípulos que comiam com as
mãos “impuras”, isto é, por lavar. (Os fariseus e todos
os judeus não comem sem dar às mãos a lavagem
cerimonial, seguindo a tradição dos anciãos. Quando
eles vêm do mercado não comem sem se lavar. E eles
observam muitas outras tradições, como a lavagem
de copos, jarros e panelas.) Então os fariseus e os
doutores da lei perguntaram a Jesus: “Por que os teus
discípulos não vivem de acordo com a tradição dos
antigos, em vez de comerem sua comida com as mãos
‘impuras’?”
Em três ocasiões diferentes nesta passagem, o texto alude
às leis não escritas dos fariseus. Noutro lugar, Jesus chamou-as
“regras ensinadas por homens” (Mateus 15:9) ou tradições. As
tradições eram, na realidade, a lei oral hebraica que tinha sido
passada de um rabino para outra durante centenas de anos. Essas
leis eram consistuídas de alguns 613 mandamentos. No século
VI dC, todas essas leis orais foram compilados para o que agora
é chamado o Talmud. Com o passar do tempo, essas leis ou
tradições evoluiram para o equivalente à Escritura.
No caso da lavagem das mãos, não há um versículo do
Antigo Testamento, onde Deus mande uma pessoa lavar as mãos
antes de comer. Portanto, a acusação dos fariseus não foi baseada
em instrução de Deus, foi baseada nas tradições orais dos mais
velhos.
Então, o que tudo isso tem a ver com adoração? Na verdade,
muita coisa. Jesus estava aborrecido com os fariseus porque eles
tinham substituído a adoração aos deuses pelas suas tradições.
Esses líderes religiosos não adoravam a menos que tudo estivesse
correto. Esse exagero da importância das tradições e regras feitas
126

pelo homem levou à repreensão do Senhor em Mateus 15:9:


Ponto de Partida

“Eles me adoram em vão. Seus ensinamentos não passam de


regras ensinadas por homens”.
Para nós, a lição é que devemos começar pelo lugar como
se ainda estivéssemos presos numa ilha deserta, sem qualquer
nenhuma das nossas armadilhas religiosas, podendo, ainda,
adorar a Deus e desfrutar de Sua rica presença. As nossas
tradições nunca devem tornar-se o foco da nossa adoração. O
foco da nossa adoração deve ser sempre Deus e só Deus!

Localização
Em segundo lugar, em João 4 encontra-se a história de Jesus e
a mulher samaritana. Lê o que ela diz a Jesus: “Senhor... Vejo que
és profeta. Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que o
lugar onde se deve adorar é em Jerusalém “ (João 4:19-20). Jesus
corrigiu: “ Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me, a hora vem, em que
nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. “ (v. 21).
Como boa samaritana, tinha sido educada para desprezar
Jerusalém e considerar o monte Gerizim como o lugar mais
sagrado do mundo. Os judeus em troca menosprezavam o monte
Gerizim. Jesus, porém, disse à mulher samaritana que o dia de
tais rivalidades artificiais acabaria. Jesus ainda disse: “ Mas a hora
vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai
em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o
adorem. “ (João 4:23). Jesus disse que o tempo já havia chegado
para uma mudança na natureza da adoração! Portanto, não te
deves consumir com minúcias, como a adoração de uma certa
igreja, um lugar específico, ou uma roupa especial. Deus está
mais preocupado com a adoração sincera.

Estreiteza
Terceiro. A adoração dos fariseus era estreita. Em João 9,
Jesus curou um homem cego, ao que os fariseus responderam:
“Este homem não é de Deus, pois não guarda o sábado” (v. 16).
Em vez de adorarem o Senhor pela cura incrível executada, seu
127

pensamento estreito causou que seu foco fosse deslocado para se

O Coração da Adoração
era apropriado curar no sábado, o dia de descanso dos judeus.
Eles haviam perdido o grande quadro!
Através dos anos, tenho ouvido as pessoas darem todos os
tipos de razões para não adorarem na igreja: a música estava
muito alta, não gostar de uma pessoa em particular no culto, não
aprovar as roupas das outras pessoas; eles tinham outras coisas
na sua mente, como desportos, tarefas, ou outros problemas
domésticos. No entanto, para adorar a Deus, devemos nos
disciplinar para não olharmos para as distrações passadas de
questões menores e atentar para o facto de que Deus está
presente e está buscando adoradores diligentes. O nosso gracioso
Pai celestial ainda está dando liberdade às pessoas. Não podemos
deixar que a nossa estreiteza nos cegue quanto aos Seus milagres!

Foco errado.
Quarto. Os fariseus colocavam as pessoas antes de Deus.
Em Mateus 15:2, os fariseus confrontaram Jesus: “ por que
transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois
não lavam as mãos, quando comem. “ Evidentemente, para os
fariseus, os ensinamentos dos mais velhos eram mais importantes
do que as palavras do Deus Todo-Poderoso. A atividade religiosa
dos fariseus havia se tornado automática, artificial, e nada mais
do que um ato. Não era adorar. Os seus cânticos, pregação e
liturgia não se destinavam a adorar. Eles se aproximavam de
Deus com os lábios, mas os seus corações estavam longe dEle.
Embora aqueles que começaram estas tradições pudessem
ter sido homens instruídos com boas intenções, eles eram apenas
homens. Sempre que os ensinamentos e opiniões humanas
substituem as palavras do Deus Todo-Poderoso, o pecado do
povo, o culto idolátrico ocorre. A idolatria era e ainda é um grave
pecado contra o Espírito de Deus.
128

Não do coração
Ponto de Partida

Quinto. A adoração dos fariseus consistia só em palavras.


Diziam as coisas certas, mas Jesus disse deles, “Fraudes”! A
profecia de Isaías acerca de vocês acertou em cheio: este povo faz
um grande show, dizendo as coisas certas, mas o coração deles
não está nelas” (Mateus 15:7-8 A Mensagem).
Hoje, nós também temos de ter muito cuidado para não
cairmos na mesma condenação. Enquanto as nossas orações
são articuladas, a música edificante, e os nossos sermões
teologicamente soam, estes serão todos sem sentido se os nossos
corações não estiverem preparados para a adoração a Deus. A
adoração é projetada por Deus para ajudar no processo de fazer o
adorador mais parecido com Aquele que é adorado; com o Deus
Todo-Poderoso, o Senhor eterno.

Lista De Referências.
Gibbs, A. P. 1950. Worship (Adoração): The Christian’s Highest
Occupation. (A Ocupação Mais Alta Do Cristão) Kansas
City, MO: Walterick Publishers.
Kendall, R. T. 1989. Worshipping God (Adorando a Deus).
London: Hodder and Stoughton Ltd.
Muchow, Rick. 2006. The Worship Answer Book. (O Livro da
Resposta à Oração) Nashville: J. Countryman.
Redman, Matt. 2001. The Unquenchable Worshipper (O
Adorador Insaciável). Eastbourne: Kingsway Publications.
Rouner, Arthur A. 1968. The Free Church Today: (A Igreja Livre
de Hoje) New Life For The Whole Church (Nova Vida Para
Toda a Igreja). New York: Association Press.
Shedd, Russell. The Discipline of Worship. (A Disciplina
da Adoração) http://www.redlandbaptist.org/sermons/
sermon20010923.htm. (accessed June 1, 2006).
Tippit, Sammy. 1989. Worthy of Worship (Digno de Adoração).
Chicago: Moody.
129

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR

O Coração da Adoração
Salmo 34:3 Salmo 42:1
Mateus 4:10 João 4:24
Romanos 12:1-2 Colossenses 3:23

AUTO TESTE
Depois de estudares a lição, lê cada pergunta de estudo
cuidadosamente e circula a resposta correta. Há apenas uma
resposta correta para cada questão.
1. Qual a afimação falsa?
a) A adoração é magnificar a Deus.
b) A adoração é apenas uma tradição humana.
c) A adoração é um serviço a Deus.

2. Adoração deve ser


a) Um estilo de vida.
b) Limitada a um lugar particular.
c) A parte do nosso dever religioso.

3. O exemplo de um verdadeiro adorador de Deus é


a) Judas Iscariotes.
b) Caim.
c) O rei Davi.

4. As experiências de Davi com Deus foram


a) Vagas e impessoais.
b) Distantes e inexistentes.
c) Pessoais e íntimas.

5. A adoração é projetada por Deus para ajudar no processo de


fazer o adorador mais parecido com o Adorado.
a) Verdadeiro
b) Falso
130

6. O ato de adoração de Maria envolveu um presente que era


Ponto de Partida

igual, em valor, a
a) Trinta moedas de prata.
b) Um ano de salário.
c) Dez talentos.

7. Uma verdadeira declaração de amor é


a) É egocêntrica.
b) Não requer o sacrifício.
c) Manifesta-se com uma certa extravagância.

8. A lei oral dos judeus continha quantos mandamentos?


a) 7
b) 10
c) 613

9. Qual destes não é um obstáculo para adorar a Deus?


a) O amor a Deus
b) Tradição
c) O foco errado

10. A adoração é…
a) A maior ocupação do crente.
b) Não é importante para Deus.
c) Vinculada apenas ao Antigo Testamento.
131

RESPOSTAS PARA O AUTO TESTE

O Coração da Adoração
Nota: Se respondeste a uma pergunta de estudo
incorretamente, podes encontrar o objetivo de onde foi tirada
olhando para a referência entre parenteses.
1. b (7,1)
2. a (7,2)
3. c (7,2)
4. c (7,1)
5. a (7,4)
6. b (7,3)
7. c (7,3)
8. c (7,4)
9. a (7,4)
10. a (7.1)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


Michael D. Jackson serviu como pastor desde 1970.
Atualmente, ele lidera a Assembleia de Deus Nova Vida,
Janesville, Wisconsin. Antes disso, serviu como diretor do
Desafio Jovem em Houston, Texas, durante três anos. Jackson é
graduado pelo Southern Bible College em Houston, Texas. Ele
gosta de escrever e publicou na revista Enrichment, no Today’s
Pentecostal Evangel, no The Pentecostal Messenger, no Advance,
no Ministries Today, no Pulpit Helps, e no American Family
Association Journal. O Pastor Jackson é casado e tem duas filhas
e quatro netos.
132

Lição 8
Ponto de Partida

Conhecendo o Espírito Santo


Conhecer o Espírito Santo é uma viagem ao longo da vida,
que inclui uma grande quantidade de aprendizado direto,
experiência e observação. O objetivo desta lição é apresentar-
te algumas das atividades do Espírito Santo mencionadas nas
Escrituras, bem como fornecer o meio de reconhecer o seu
trabalho na tua vida.
O Senhor se manifesta em e através dos crentes pelo Espírito
Santo. Num dos últimos discursos de Jesus para os discípulos,
Ele lhes disse: “Ainda tenho muito que vos dizer; mas vós não o
podeis suportar agora. Quando vier, porém, aquele, o Espírito da
verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por
si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas
vindouras. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e
vo-lo anunciará.” (João 16:12-14).
Se quisermos experimentar a manifestação de Deus nas
nossas vidas, devemos conhecer o Espírito Santo pessoalmente.
Como podemos fazer isso? Vejamos três pré requisitos:
1. Em primeiro lugar, precisamos estar com Jesus
(Mc 3:13-15). Somos chamados a ser discípulos. Isso
significa aprender a Palavra de Deus, passar tempo com
Cristo em oração, e meditar sobre sua vida e obra. Jesus e o
Pai são Quem enviou o Espírito (João 14:16, 26).
2. Em segundo lugar, devemos construiras nossas vidas
especificamente sobre as coisas que Cristo ensinou, uma vez
que esta é a substância da revelação do Espírito Santo para
nós (Mateus 7:24-27).
3. Em terceiro lugar, devemos observar como o Espírito
trabalha em outras pessoas. Muito pode ser obtido
considerando as experiências dos outros. Faríamos bem em
ler os escritos de cristãos cheios do Espírito Santo, a partir
dos apóstolos da igreja primitiva até homens e mulheres de
133

Deus contemporâneos. E quando entrarmos em contato com

Conhecendo o Espírito Santo


diferentes pontos de vista sobre o Espírito Santo, avaliá-los à
luz das Escrituras, pedindo ao Espírito Santo para nos guiar
em toda a verdade (João 16:13).

ESBOÇO DA LIÇÃO

O Espírito Santo na Criação e na Formação Espiritual


Características do Ministério do Espírito Santo
O Espírito Santo na Vida de Jesus Cristo
Deus, o Espírito Santo

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Quando completares esta lição, deverás ser capaz de:
1: Explicar como o Espírito Santo opera na criação física
relacinado com a Sua obra na formação espiritual.
2: Comparar o ministério do Espírito Santo no Antigo
Testamento com o ministério do Novo Testamento.
3: Indicar a liderança do Espírito Santo na vida de Jesus.
4: Explicar por que o Espírito Santo é Deus.

O Espírito Santo na Criação


e na Formação Espiritual

Objetivo 1:
Explicar como o Espírito Santo opera na criação física
relacionado com a Sua obra na formação espiritual.

O Espírito Santo na criação física.


Logo na primeira passagem das Escrituras encontramos o
Espírito Santo. Génesis 1:1–2 diz, “No Princípio criou Deus
134

os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia, havia trevas


Ponto de Partida

sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava sobre as


águas.” O Espírito Santo esperou que Deus, o Pai, falasse. A
Sua palavra vai iniciar a obra do Espírito na criação dos céus
e da terra para a glória de Deus e do bem-estar do homem.
Fantástica, a imaginação artística de Deus que vai pintar numa
tela sem forma, vazia, e escura. Depois de seis dias, a tela é
completamente coberta. Os pensamentos e palavras de Deus
tornaram-se na existência material, conforme o Espírito lhes dá
substância.
Observa o padrão que Deus usa em Gênesis 1 para cumprir
o Seu propósito na criação. Nos dois primeiros dias, Deus separa
a luz das trevas (vv. 4-5) e das águas (vv. 6-8). No terceiro dia,
Ele recolhe a água debaixo do céu e a distingue do solo seco (vv.
9-10). Então Deus produz vegetação (vv. 11-13). No dia quatro,
ele novamente separa o dia e a noite (vv. 14-19) e define o sol,
a lua e as estrelas no seu lugar para governar o dia e a noite. No
quinto dia, ele enche o céu e o mar com criaturas vivas (vv. 20-
23). No sexto dia, Ele chama a terra para produzir criaturas vivas
para se moverem ao longo da terra (vv. 24-25), e Ele também
cria a humanidade (vv. 26-31). Ao olhares para o padrão, podes
perceber que os dias 4-6 são quase um espelho:
Dias 1-3 (Separa, junta e produz)
Dias 4-6 (Separa, preenche e produz)
As diferenças residem no grau de separação e produção e as
particularidades de cada dia.
Se olharmos de perto, podemos ver que este padrão não foi
utilizado apenas na criação, mas também é seguido na formação
espiritual dos crentes. O gráfico a seguir mostra como a obra
do Espírito Santo na criação física se liga ao seu trabalho na
formação espiritual dos cristãos.
135

O Espírito Santo na Criação Física

Conhecendo o Espírito Santo


e Formação Espiritual

A obra da criação é a formação da terra que não tinha forma,


preenchê-la para retirar a sua esterilidade, e inundá-la com a luz
para refletir a natureza de Deus (1 João 1:5).

O Espírito Santo Operando, Nos Discípulos De Jesus


João 1:47-49 é outro exemplo do milagre do Espírito Santo
pairando. Jesus compartilha conhecimento do futuro ao referir-se
a um incidente que teve lugar recentemente na vida de Natanael
sobre o que ele achava que ninguém sabia. Isto leva Natanael a
afirmar a sua confiança em Cristo.
Em Marcos 1:17, Jesus chama Simão e André para segui-Lo.
Esta chamada para a transformação inicia o ministério de Jesus
em suas vidas. Nenhum deles vai ser o mesmo porque Deus vai
formá-los não só em discípulos, mas também em apóstolos, que
levarão a mensagem do Reino de Deus a todos os lugares onde
vão.
Em Atos 2, os crentes reunidos no cenáculo são cheios do
Espírito Santo. Isto marca o início de se tornarem pescadores de
homens. O resto de Atos narra o ministério dos apóstolos e da
Igreja, como a Igreja tem o poder de Deus para fazer as obras de
Jesus (João 15:16).
Em Lucas 24:45, Jesus abre a mente dos discípulos para
compreenderem as Escrituras, e Ele inunda-os com a luz da
136

revelação. Jesus deixa claro que é possível conhecer a Palavra de


Ponto de Partida

Deus e não conhecer Aquele para Quem ela aponta


(João 5:37-40).

O Espírito Santo Nos Crentes De Hoje


Sem forma, vazio e trevas são as palavras que poderiam ser
usadas para descrever a condição espiritual de todas as pessoas
que não foram salvas. No entanto, o testemunho de João 16:8-
11 é que o Espírito Santo está muito perto das pessoas perdidas,
procurando criar uma consciência da Sua convicção em suas
vidas.
Embora seja natural para nós nos conformarmos com
os caminhos deste mundo (Romanos 12:2), Deus deseja
transformar-nos de acordo com o Seu padrão para o crescimento
espiritual. Os princípios de Génesis 1 e 2 aplicam-se aqui. A
separação, refere-se à chamada de Deus para nós virmos para fora
do mundo (2 Coríntios 6:14 - 7:1) e em níveis mais profundos
de santificação (1 Tessalonicenses 5:23-24). Juntar, refere-se
à nossa necessidade de estar com Jesus (João 15:1-8) e para o
nosso recebimento do Espírito Santo (Atos 2:38-39; Efésios
5:17-18). Produzir refere-se à obra de Deus em nós para darmos
fruto (Gálatas 5:16-25) e a Sua entrega a nós nos confiando o
ministério para com os outros (2 Timóteo 2:1-2).
O sermos cheios com o Espírito de Deus confirma que
somos Seus filhos (Gálatas 4:6), a quem Ele ama (Romanos
5:5) e fortalece (Atos 1:8). Nosso vazio é simplesmente uma
oportunidade para nos aproximarmos de Jesus (Mateus 5:6).
Então, Deus pode inundar-nos com o evangelho, fazendo
“a sua luz brilhar em nossos corações, para iluminação do
conhecimento da glória de Deus, na face de Cristo” (2 Coríntios
4:6). Podemos confiar no Espírito Santo.
137

Conhecendo o Espírito Santo


Características do Ministério do Espírito Santo

Objetivo 2:
Comparar o ministério do Espírito Santo no
Antigo Testamento com o ministério do Novo Testamento.

O Espírito Santo No Antigo E No Novo Testamento


Porque este assunto é tão extenso, vamos focar a diferença
principal das atividades do Espírito Santo no Antigo Testamento
e no Novo Testamento. O gráfico a seguir apresenta uma análise
comparativa a partir de cinco pontos de vista diferentes. Duas
palavras resumem a obra do Espírito em ambos os Testamentos:
unção (Antigo Testamento) enchimento (Novo Testamento).
A nossa capacidade de ajudar os outros a experimentar o
poder e a presença do Espírito Santo em suas vidas depende
muito em apreciar a diferença entre estes dois termos.

Os termos ungir / unção, ocorrem cerca de 120 vezes no


Velho Testamento. Literalmente, a palavra significa “esfregar” ou
138

“aplicar” ou “contacto.” O significado corresponde ao ministério


Ponto de Partida

dos sacerdotes no tabernáculo (Levítico 21:10), a ordenação de


um profeta (Jeremias 1:5) ou rei (1 Samuel 16:1). Isso transmite
a ideia de Deus dotando ou outorgando (Isaías 61:1-3) poder
espiritual ou discernimento às pessoas.
No Novo Testamento, há nove referências à unção. Quatro
delas referem-se a Jesus (Lucas 4:18, Atos 4:27, 10:38, Hebreus
1:9). Os cinco restantes referem-se ao Espírito Santo nos
crentes (2 Coríntios 1:21-22, 1 João 2:20, 27). O significado
da unção do Antigo Testamento é absorvido no sentido do
Novo Testamento de enchimento. Passamos de “Emanuel,
Deus conosco” (Isaías 7:14, Mateus 1:23) para “a esperança da
glória, de Cristo em nós “(Colossenses 1:27, João 14:17). Nos
parágrafos abaixo, vamos discutir o gráfico com mais detalhes.

A Presença de Deus
Como o gráfico indica, a presença do Espírito no Antigo
Testamento era restrito. O desapontamento de Moisés sobre isto
deve ter sido compartilhado por outros líderes antes da época
de Cristo. Deixou de ser a partir do dia de Pentecostes quando
o Espírito Santo foi liberado para permanecer nos crentes (João
7:37-39).

Terminologia
A linguagem utilizada no Antigo Testamento mostra que o
Espírito Santo era uma parte da obra de Deus além da criação.
A linguagem também indica que o Espírito Santo não foi
definitivamente dado a qualquer pessoa. Um exame de todos os
versículos do Antigo Testamento, indica que o Espírito nunca
esteve numa pessoa, no sentido de continuar permanentemente.
No entanto, o texto do Novo Testamento dá uma imagem
totalmente diferente ao sermos batizados (imersos) e cheios
do Espírito Santo. Ele não está apenas “em” nós, mas, mais
importante, “dentro” de nós.
139

Orientação

Conhecendo o Espírito Santo


No Antigo Testamento, o Espírito se movia sobre as pessoas,
principalmente para elas profetizarem (Nm 11:25-29; 24:2 – 3;
1 Samuel 10:6, 10, 19:20, 23; 2 Crónicas 15:1 - 2; 20:14 - 17)
e executarem tarefas que traziam glória a Deus (Êxodo 31:1-5;
Juízes 14:6, 19, 15:14, 1 Samuel 16:13). No Novo Testamento,
o Espírito Santo é o elo fundamental na nossa ligação com o
Senhor (Romanos 8:1-17). Diz-se da igreja que ela é “um templo
santo para o Senhor”, onde Ele vive pelo Seu Espírito (Efésios
2:21-22). Somos muito abençoados por sermos capazes de
conhecer a Deus intimamente.

Limitação
No Antigo Testamento, o Espírito Santo foi derramado
intencionalmente, mas com pouca frequência em comparação
com o Novo Testamento. Embora Deus ainda continue a ungir
no sentido de capacitar a realização de tarefas e ministrar dons
do Espírito Santo (1 Coríntios 12:7-11), precisamos ter cuidado
para não perder de vista a Sua permanência no crente. Se isso
não está claro, estaremos sempre pedindo a Deus que Ele “desça”
sobre nós, em vez de pedir a Ele para “fluir” de nós (João 7:37-
39).

Representação
A maioria das Escrituras do Antigo Testamento descreve o
Espírito como “caindo” sobre alguém (Números 11:25 - 26; 1
Crónicas 12:18, Ezequiel 11:5). Isto presta-se à compreensão
de uma palavra profética momentânea ou apenas de orientação
para a tarefa. No Novo Testamento, o Espírito nos enche, então,
trabalha através de nós. A Sua unção permanece dentro do crente
cheio do Espírito Santo para produzir o fruto da Sua presença e
manifestar o seu ministério aos outros.
140

O Espírito Santo na Vida de Jesus Cristo


Ponto de Partida

Objetivo 3:
Indicar a liderança do Espírito Santo na vida de Jesus.

Lucas 4 dá-nos uma visão geral do que esperar de uma vida


dirigida pelo Espírito. Em Lucas 3:21-22, lemos sobre o batismo
de Jesus por João Batista e da descida do Espírito Santo sobre
Ele em forma de uma pomba. Cronologicamente, Lucas 4:1
é a próxima coisa que aconteceu depois do batismo de Cristo.
Nesse versículo, lemos que: “Jesus, cheio do Espírito Santo…
foi levado pelo Espírito ao deserto.” Jesus é o nosso exemplo. É
vital compreender que uma vida dirigida pelo Espírito começa
por ser cheia do Espírito Santo. Vamos agora estudar mais
detalhadamente o que isso significa.

Jesus resistiu à tentação (Lucas 4:1-13)


O Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto, onde jejuou e
foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. As três tentações
registadas neste capítulo podem ser categorizadas da seguinte
forma:
1) A presunção da fé. Este foi o primeiro truque do diabo
para chegar a Jesus; transformar as pedras em pão teria reduzido
a fé a um espetáculo de magia. Embora Jesus estivesse com fome,
Ele não agiu presunçosamente (Lucas 4:13). Ao contrário, Ele
resistiu ao inimigo afirmando a verdade de Deus.
2) A distorção da graça. O que Jesus reconheceu aqui foi que
o diabo não estava em condições de dar qualquer coisa. Só Deus
pode dar. O diabo distorce a bondade de Deus. Esta mentira
tornou-se a fonte de sua própria ruína, quando Jesus respondeu
dizendo: “Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele servirás” (Lucas
4:8).
3) A racionalização das Escrituras. O diabo tentou justificar
a tentação, tentando levar Jesus a torcer o significado do Salmo
91:11-12. No entanto, para Jesus, a questão não é o uso do diabo
141

da Escritura, mas o Seu próprio uso. Jesus não racionalizou o

Conhecendo o Espírito Santo


Salmo 91, Ele respondeu com uma Escritura apropriada que
silenciou o tentador.

O ministério de Jesus focado e fortalecido no Espírito.


(Lucas 4:15-22, 32, 37, 42)
Do ponto de vista do Seu ensino em Nazaré, Jesus cumpriu
a Sua missão através da unção do Espírito Santo. Assim, ele foi
fortalecido para pregar as boas novas, libertar os presos, restaurar
a vista (física e espiritual), e libertar os oprimidos. Jesus poderia
ter feito muito mais coisas durante esses três anos, mas Ele não
fez. Sua vida dirigida pelo Espírito Santo foi guiada pela unidade
que Ele tinha com o Pai (João 5:19).
Jesus também viveu sob a aprovação do Seu Pai e, portanto,
Ele não precisava de encontrar significado na aprovação das
pessoas. Ainda assim, sua eficácia ou unção no ministério foi
perceptível às pessoas (Mateus 7:28-29).

Jesus venceu a rejeição do ministério. (Lucas 4:23-30)


Quando Jesus pregou a verdade sobre Elias e Eliseu, o povo
ficou irritado a ponto de querer matá-lo. A base da capacidade
de Cristo para afastar essa rejeição inicial de seu ministério era
a segurança que ele tinha no amor de Seu Pai. Ele sabia que a
rejeição poderia desempenhar um papel significativo no Seu
ministério (Mateus 20:17-19, Lucas 11:15, João 6:60-66, 8:48).
No entanto, ele manteve o seu coração firmado no amor de Seu
Pai.

Jesus escolheu as Suas palavras com cuidado (Lucas


4:22, 24-28, 32)
Jesus escolheu as palavras que se encaixavam no seu público.
Às vezes Ele falava gentilmente com as pessoas (João 8:10-11),
outras vezes Ele repreendeu aqueles que estavam no erro (Lucas
11:37-52). Em todos os casos, o Seu objetivo era promover a
verdade e o amor de Deus.
142

Jesus envolveu-se em batalhas espirituais (Lucas 4:33-


Ponto de Partida

35, 38-41)
É evidente que a mensagem de Jesus trazia consigo a
autoridade. Mas Jesus veio para fazer mais do que falar. As Suas
palavras foram muitas vezes acompanhadas por demonstração
do poder do Espírito para curar, expulsar demónios e fazer
milagres (Mateus 11:4 - 5; Lucas 13:31-32). Assim, Jesus expôs
e repreendeu as obras das trevas para que outras pessoas ficassem
livres para colocar a sua confiança n’Ele.

Jesus orava (Lucas 4:42)


Jesus sabia que não podia lutar a menos que Ele estivesse
em forma, por isso Ele mantinha contacto constante com o Pai
(Lucas 4:42 - 43). Jesus amava o Pai e reservava tempo para
conversar com Ele. A oração era muito natural para Cristo.
Além disso, Lucas 4:1 nos diz que Jesus foi “conduzido pelo
Espírito”. O verso 43 indica que Jesus também sabia para o que
tinha sido enviado. Estes são os delimitadores para a vida cristã,
sermos guiados pelo Espírito em nosso serviço para o Senhor
e ter a certeza de que fomos “enviados” por Deus em tudo que
fazemos.

Deus, o Espírito Santo

Objetivo 4:
Explicar por que o Espírito Santo é Deus.

Os atributos Divinos do Espírito


São quatro os atributos ou características de divindade que
descrevem o Espírito Santo como Deus. A primeira é encontrada
em Hebreus 9:14: “Quanto mais, o sangue de Cristo, que
pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo lmaculado a Deus,
purificará das obras mortas a vossa consciência, para servirdes
ao Deus vivo! “Esta escritura afirma que o Espírito de Deus
é eterno, sem começo e sem fim. As verdades mais básicas a
143

respeito de Deus são que Ele é eterno e que Ele existe na forma

Conhecendo o Espírito Santo


da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo (Génesis
1:26, Mateus 28:19, João 14:16-17, 2 Coríntios 13: 14).
O segundo atributo que indica a divindade do Espírito Santo
é encontrado em 1 Coríntios 2:10-11: “ Porque Deus no-las
revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as
coisas, mesmo as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens
entende as coisas do homem, senão o espírito do homem
que nele está? Assim também as coisas de Deus, ninguém as
compreendeu, senão o Espírito de Deus.” Esta Escritura enfatiza
que o Espírito Santo é omnisciente, sabendo todas as coisas.
Essa característica também é comum no Pai e no Filho. O
conhecimento do Espírito é completo, e Ele revela a verdade aos
crentes (João 16:13-14).
A terceira característica é encontrada em Romanos 8:11: “ E,
se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita
em vós, aquele que dos mortos ressuscitou a Cristo Jesus há de
vivificar também os vossos corpos mortais, pelo seu Espírito
que em vós habita.” Esta Escritura revela que o Espírito Santo
é omnipotente ou todo-poderoso. Ele é Aquele que ressuscitou
Jesus Cristo dentre os mortos. Além disso, pelo poder do
Espírito, Jesus foi concebido no ventre de Maria (Lucas 1:29-37).
O mesmo Espírito, nos faz viver em Cristo (Romanos 8:9-10).
A quarta característica divina do Espírito Santo é encontrada
no Salmo 139:7-12. David pergunta: “ Para onde me irei
do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença? “ (V.
7). Esta passagem mostra a omnipresença do Espírito Santo.
O termo omnipresença, significa que o Espírito Santo está
presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Mateus 8:1-
13 regista a história de Jesus curando o servo de um soldado
romano, sem realmente estar lá. Jesus falou a Sua palavra de cura
para o soldado, e o servo ficou curado. Como ocorre isso? O
Espírito Santo estava presente em dois lugares ao mesmo tempo
para curar o servo à palavra de Jesus. É impressionante ver o
testemunho da Escritura!
144

Ao leres a Bíblia, vais encontrar que o Espírito Santo


Ponto de Partida

está presente em todas as grandes obras de Deus: a criação,


a inspiração das Escrituras, o novo nascimento, a cura, a
ressurreição dos mortos, e muitos outros momentos. Agora,
vamos voltar nossa atenção para a personalidade do Espírito
Santo.

O Espírito É Uma Personalidade


A Bíblia nos mostra claramente que no Espírito Santo tem
atributos pessoais. Ele não é apenas um poder ou força que
emana de Deus, o Pai ou de Jesus, o Filho de Deus. Considera as
três seguintes características pessoais do Espírito Santo.
1. Ele tem intelecto (1 Coríntios 2:12-13). O Espírito nos
ensina a verdade e nos ajuda a entender a mente de Deus.
2. Ele tem emoção (Romanos 15:30). A menção de Paulo do
“amor do Espírito” sugere a paixão do Espírito em levar-nos para
mais perto de outros crentes.
3. Ele tem vontade e exerce-a (1 Coríntios 12:11). O Espírito
decide como os Seus dons serão distribuídos, pois eles são Seus
para serem usados conforme a Sua vontade.
No que diz respeito à natureza do Espírito Santo, os
primeiros crentes tratavam o Espírito de uma maneira pessoal.
Em Atos 5:3, Pedro repreende Ananias por mentir ao Espírito
Santo. Em Atos 7:51, Estevão acusou os judeus de resistir ao
Espírito Santo. Em Mateus 12:31-32, Jesus deixa claro que é
possível blasfemar contra o Espírito Santo. Em Efésios 4:30,
Paulo adverte os cristãos contra o entristecer o Espírito Santo.
Finalmente, em Hebreus 10:29, aprendemos que uma pessoa
pode ultrajar o Espírito. Numa nota positiva, as Escrituras
mostram-nos que nós podemos permitir que o Espírito controle
as nossas vidas (Romanos 8:9), podemos receber a bênção da
Sua intercessão (Romanos 8:27), ver os seus dons manifestos em
e através de nós (1 Coríntios 12:7), vencer a batalha contra a
carne dentro de nós (Gálatas 5:16 - 26), e sentir a sua alegria (1
Tessalonicenses 1:6). Estas são apenas algumas das formas como
nos relacionamos com o Espírito Santo.
145

Conclusão

Conhecendo o Espírito Santo


A obra do Espírito Santo na criação física nos mostra o
padrão de como Ele trabalha na formação espiritual dos crentes.
Ao olhar para a grande diferença entre a forma como o Espírito
operou no Antigo Testamento em relação ao Novo Testamento,
apreciamos a nossa necessidade de ser batizados no Espírito.
Conhecer o Espírito Santo é uma viagem ao longo da vida. Esta
lição ofereceu-te a base para aprender mais sobre o Espírito e
experimentar mais da Sua presença. Pede ao Espírito Santo para
tornar significativa e clara a aplicação da Bíblia para ti. Dado
que foi Ele Quem inspirou a escrita da Bíblia (2 Timóteo 3:14-
16; 2 Pedro 1:20-21), podemos estar certos de que Ele quer que
nós conheçamos o seu verdadeiro significado e a vivamos para a
glória de Deus.

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR


Gênesis 1:1-2
Lucas 4:18-19
João 3:1-8
João 4:23-24
João 7:37-39
Romanos 8:11
1 Coríntios 2:10-11
2 Coríntios 1:21 -22
1 João 2:26-27
146

AUTO TESTE
Ponto de Partida

Depois de estudares a lição, por favor, lê atentamente cada


questão e circula a resposta correta. Há apenas uma resposta
correta para cada questão.
1. Conhecer o Espírito Santo é
a) A forma de chegar ao céu.
b) Apenas para pessoas muito espirituais.
c) Uma viagem ao longo da vida.

2. Por que o Espírito Santo pairava sobre as águas em Gênesis


1:1-2?
a) Ele estava à espera para tirar fotografias
b) Ele estava à espera que Deus falasse.
c) Ele estava à espera para planejar o que iria acontecer em
cada dia da criação.

3. Quais as três palavras que descrevem a obra do Espírito na


criação física e formação espiritual?
a) Encontrar enchimento e fluxo
b) Inundação, libertação, e enchimento
c) Formar, enchimento e Inundação

4. A obra do Espírito Santo nos dois Testamentos é resumida a


a) Inconsistente e impossível.
b) Emocional.
c) Unção e enchimento.

5. Indica a principal diferença entre os ministérios do Espírito


no Antigo Testamento e Novo Testamento.
a) O significado de “unção” é absorvido pelo significado de
“enchimento”.
b) Não existe qualquer diferença.
c) O Espírito Santo vive na igreja, enquanto no Antigo
Testamento, Ele não tinha onde ficar.
147

6. Jesus respondeu às tentações do diabo ao

Conhecendo o Espírito Santo


a) Orar para que Deus afastasse a prova.
b) Pedindo aos seus discípulos para O ajudarem.
c) Repreendeu o diabo usando as Escrituras.

7. Como se liga o ser guiado pelo Espírito com o ser cheio


do Espírito?
a) Se estamos cheios do Espírito, vamos amar mais as pessoas.
b) Uma vida dirigida pelo Espírito começa por ser cheia do
Espírito Santo.
c) É preciso ser batizado nas águas para ser cheio e guiado
pelo Espírito.

8. Três características da natureza pessoal do Espírito Santo são:


a) Senso de humor, temperamento ameno, e graça.
b) Intelecto, emoção e vontade.
c) Uma disposição amável, tolerância e inocência.

9. Qual destas afirmações é verdadeira?


a) Se o Espírito Santo soubesse mais, Ele seria Deus.
b) O Espírito Santo é Deus, porque Ele conhece todas
as coisas.
c) O Espírito Santo conhece todas as coisas, porque Ele é
Deus.

10. Como podemos saber com certeza que somos filhos de


Deus?
a) O Espírito testifica em nossos corações individualmente
que somos filhos de Deus.
b) Através da leitura de tantos livros quanto pudermos acerca
de Deus
c) Por não nos preocuparmos com isso.
148

RESPOSTAS PARA O AUTO TESTE


Ponto de Partida

Nota: Se respondeste a uma pergunta de estudo


incorretamente, podes encontrar o objetivo de onde ela foi foi
tirada olhando a referência entre parênteses.
1. c (8,1)
2. b (8,1)
3. c (8,1)
4. c (8,2)
5. a (8,2)
6. c (8,3)
7. b (8,3)
8. b (8,4)
9. c (8,4)
10. a (8,4)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


Greg Kalyvas tem estado no ministério há mais de vinte anos.
Atualmente, ele é pastor da Assembleia Família de Adoração
em Black River Falls, Wisconsin. Ele também viaja para o
estrangeiro, ensinando “O Seminário sobre o Espírito Santo.”
149

Lição9

O Batismo no Espírito Santo


O Batismo no Espírito Santo
Quando eu tinha uns dez anos de idade, participei num
acampamento de Crianças em Green Lane, Pennsylvania, a
casa do Instituto Bíblico do Leste (agora Valley Forge Christian
College). As minhas memórias da atmosfera espiritual no
acampamento de crianças são vívidas – cânticos exuberantes,
pregação apaixonada, e momentos de oração prolongada na
antiga sala de oração por trás da plataforma. Não havia alcatifa,
apenas chão de madeira dura e bancos toscos de madeira. Como
garoto eu sabia sobre o batismo no Espírito Santo. Meu pastor−
pai pregava muitas vezes sobre o Espírito. Meus professores da
Escola Dominical ensinavam sobre esta bênção também. Eu
queria receber esse dom prometido mais do que qualquer coisa
naquele momento.
Uma noite, eu orei muito e bem, após a pregação. Era meia-
noite, e a cafeteria estava fechada. Enquanto os outros campistas
estavam em suas tendas, o meu conselheiro orou por mim, dado
que eu estava a tentar receber o batismo no Espírito Santo.
Eu orei tanto tempo que os meus joelhos estavam doloridos e
cansados. Então, rolei de costas e continuei clamando a Deus.
Desesperadamente queria ser cheio do Espírito Santo, de modo
que comecei a balançar as minhas pernas, como um campeão
nadador costas.
Agora rio-me, quando penso sobre o que o conselheiro deve
ter pensado. Depois de permitir que balançasse as minhas pernas
por apenas um par de minutos, o conselheiro me perguntou por
que é eu estava a fazer isso. “Assim eu posso ser cheio do Espírito
Santo”, respondi eu. Não muito tempo antes disso, durante a
noite de domingo, na hora do altar na minha igreja mãe em
Windsor, na Pensilvânia, eu tinha visto um homem de costas,
perto do altar, ele estava a orar em outras línguas e balançando
as pernas. Eu pensei que se eu balançasse as minhas pernas
duramente e o tempo necessário, eu também, seria cheio do
Espírito Santo e falaria em línguas.
150

O conselheiro era sábio. Ele disse-me gentilmente que eu


Ponto de Partida

poderia parar de abanar as pernas e relaxar. Ele me lembrou que


Jesus iria encher-me com o Espírito Santo, se eu simplesmente
me rendesse a ele.
Fechei os olhos, respirei fundo, levantei as mãos para o céu, e
louvei Jesus. Quase imediatamente, Jesus me batizou no Espírito
Santo, e comecei a falar em línguas. Que alegria foi para mim
viver com o poder e a sabedoria do Espírito! Todo o seguidor de
Cristo pode receber a bênção do batismo no Espírito Santo. É
promessa de Deus para cada um de nós (Atos 2:38-39).

ESBOÇO DA LIÇÃO

A Identidade do Espírito Santo,


O batismo no Espírito Santo,
Referências ao batismo no Espírito Santo no Antigo e no
Novo Testamento
O dia de Pentecostes
Distinções fundamentais
Como receber o Batismo no Espírito Santo
A evidência física inicial

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Quando completares esta lição, deverás ser capaz de:


1: Descrever o que Espírito Santo é e o que Ele faz.
2: Explicar o que é o batismo no Espírito Santo.
3: Identificar as referências ao batismo no Espírito Santo no
Antigo e no Novo Testamento.
4: Fazer um resumo do que aconteceu no Dia de Pentecostes,
conforme registado em Atos 2.
5: Identificar as diferenças essenciais entre a salvação e o
151

batismo no Espírito Santo e entre o baptismo nas águas e o

O Batismo no Espírito Santo


batismo no Espírito Santo.
6: Explicar como receber o batismo no Espírito Santo.
7: Relacionar a importância de falar em línguas.

Identidade do Espírito Santo

Objetivo 1:
Descrever o que o Espírito Santo é e o que Ele faz.

Muito resumidamente gostaria de rever um pouco do que


foi abordado na Lição 8 deste curso de discipulado. O Espírito
Santo é a terceira pessoa da Trindade, uma Pessoa Divina
distinta. Ele é santo, o que significa ser puro e separado do
pecado. Ele é um Espírito. A palavra hebraica para espírito é
“ruah” ou “ruach” (Ezequiel 37:1). A palavra grega é “pneuma”
(Atos 1:8). Ambos significam “sopro” ou “. Vento” O Espírito
Santo, então, é “A respiração ou o vento de quem está separado.”

O Espírito Santo é divino


O Espírito Santo é divino (Atos 5:3-4, 1 Coríntios 3:16).
Os atributos de Deus são-lhe atribuídos: dá vida (Romanos 8:2),
possui a verdade (João 16:13), tem amor perfeito (Romanos
15:30), é santo (Efésios 4:30), é eterno (Hebreus 9:14), é
onipresente (Salmo 139:7). O Espírito Santo faz as obras de
Deus. Ele cria (Génesis 1:2), expulsa os demónios (Mateus
12:28), convence do pecado (João 16:8), regenera (João 3:8), e
ressuscita (Romanos 8:11). O

O Espírito Santo possui personalidade


Os seguidores de Deus nem sempre viram o Espírito Santo
como sendo uma pessoa. Por exemplo, o antigo conceito
judaico do Espírito de Deus era o de uma força poderosa e
impessoal (McGee e Burgess 1988, 801). No entanto, o Novo
Testamento ensina claramente que o Espírito Santo é uma
152

Pessoa divina, com características de pessonalidade. Ele possui


Ponto de Partida

uma mente, inteligência, o conhecimento (Romanos 8:27, 1


Coríntios 02:11), a vontade (Atos 16:6-7). Ele fala (Atos 08:29;
11:12), ama (Romanos 15:30), e pode ser entristecido, irritado,
blasfemado, insultado ou ultrajado (Mateus 12:31, Efésios
4:30, Hebreus 10:29). Não é nenhuma força impessoal, como a
eletricidade, o relâmpago, a água ou vento, que pode demonstrar
tais emoções. Essas forças impessoais não têm conhecimento
e vontade. Além disso, como uma pessoa, o Espírito Santo é
referido no género masculino. João escreveu: “Mas, quando Ele,
o Espírito de verdade vier, ele vos guiará em toda a verdade”
(16:13).

Obras do Espírito Santo


O Espírito Santo convence do pecado e produz vida
espiritual.
O Espírito Santo nos dá a conhecer o que Jesus fez por nós
(João 16:15). Ele nos convence do nosso pecado, da justiça de
Cristo, e do juízo de Satanás por Deus (João 16:8-11; 1 João
3:8). O Espírito Santo também produz vida espiritual em nós
(Romanos 8:1-2). Antes de aceitarmos a Cristo, estávamos
mortos no pecado. Mas, depois da salvação, o Espírito Santo nos
assegura que somos filhos de Deus (Romanos 8:16). O Espírito
Santo também traz os frutos de justiça para a vida dos crentes
(Gálatas 5:22-23). O fruto do Espírito não pode ser produzido
por esforço próprio, mas cresce quando permitimos que Ele
habite em nós e assuma o controle e produza o Seu fruto em
nossas vidas. O Espírito Santo nos faz santos. O Espírito Santo
nos dá poder sobre nossa natureza humana, e carnal (Gálatas
5:16, Romanos 8:13). Todo seguidor de Cristo deve lutar a
batalha entre a sua natureza espiritual e a sua natureza humana,
a natureza carnal. Quando o nosso filho do meio, Jonathan,
que agora é um jovem adulto, tinha nove anos, eu fui metê-lo
na cama uma noite. Depois da oração Jonathan disse: “Há uma
guerra acontecendo na minha boca.” “O que queres dizer com
‘uma guerra’,”perguntei.
153

Ele disse: “Há uma guerra em curso entre a minha tosse e o

O Batismo no Espírito Santo


xarope para a tosse.”
“Quem está a ganhar a guerra?” Eu pressionei.
“Neste momento, a tosse está a ganhar, mas, naturalmente, o
xarope para a tosse, vai ganhar”, respondeu ele, confiante.
Ele continuou falando: “Carman tem uma canção sobre
batalhas. Em sua música ele diz que podemos perder algumas
das batalhas, mas estamos continuando, para ganhar a guerra. A
tosse pode ganhar algumas batalhas, mas o xarope para a tosse vai
ganhar esta guerra.
“Este foi um momento de ensino, a oportunidade de
compartilhar com Jonathan sobre as palavras de Paulo aos
Romanos acerca da guerra que se trava dentro de todos nós, a
guerra entre a carne e o Espírito. É verdade que, quando nos
submetemos ao Espírito, estamos livres da lei do pecado e da
morte.
O Espírito Santo nos ajuda a orar.
Também o Espírito nos ajuda a orar (Romanos 8:26).
Fred Cottriel, um ex-missionário, pastor, e Superintendente
do Distrito do sul da Califórnia das Assembleias de Deus,
experimentou um milagre porque o Espírito Santo levou uma
mulher a orar. Ele contou esta história:
Era um dia de inverno com neve durante a Segunda
Guerra Mundial. Eu não dormia numa cama de
verdade há meses. Estava cansado de estar cansado, e
eu estava cansado de estar assustado, molhado e frio.
Eu estava cansado de perder amigos com a guerra. Nós
parámos para um breve descanso. Os meus homens
e eu hospedaramo-nos em algumas casas desabitadas.
A casa que eu escolhi tinha uma lareira. Acendi um
fogo, se sentei-me num sofá, e adormeci. Sonhei que
estava ferido. Acordei do meu sonho com o fim de
colocar algumas minas para uma unidade de infantaria
que precisava de ajuda. Os explosivos foram colocados
154

no meu tanque, e com a minha unidade, fizemos


Ponto de Partida

uma descoberta. Enquanto estávamos entregando as


minas, o inimigo começou a bombardear as nossas
posições. Eu fui ferido. As minas foram atingidas,
mas milagrosamente não explodiram. Quando contei
essa história numa igreja após a guerra, uma mulher
perguntou: “Qual a data em que foi isso?” Quando
eu a informei, ela disse, “Deixe-me contar-lhe o resto
da história.” Ela foi despertada pelo Senhor e podia
ver claramente o meu rosto. O Espírito dirigiu-a para
interceder por mim. A sua oração salvou a minha vida.
Graças a Deus pela sua obediência e pelo poder da
oração. (Pentecostal Evangel)

O Espírito Santo aconselha e capacita para o serviço.


Não só o Espírito Santo nos aconselha na verdade de Cristo
(João 14:16-17; 16:12-13), mas Ele também capacita e nos
prepara para o serviço fiel (Lucas 24:49, Atos 1:8, 4: 31). Tentar
servir a Deus sem o poder do Espírito Santo é fútil.

O Batismo no Espírito Santo

Objetivo 2:
Explicar o que é o batismo no Espírito Santo.

O batismo no Espírito Santo é uma experiência espiritual


que ocorreu pela primeira vez em Jerusalém, dez dias após a
ascensão de Jesus Cristo ao céu. O evento é descrito vívidamente
em Atos 2:1-4. Os 120 cristãos foram cheios do Espírito Santo
e começaram a falar em línguas, conforme o Espírito lhes
concedia. Outras manifestações sobrenaturais incluídas, foram
o som de um vento violento enchendo toda a casa onde eles
estavam reunidos e o aparecimento de línguas de fogo que
pousaram sobre cada um dos presentes.
Este batismo, que é distinto e subsequente à salvação, está
155

disponível para todos os seguidores de Cristo. McGee e Burgess

O Batismo no Espírito Santo


(1988) descrevem-no desta forma: “ (o batismo) significa uma
imersão total dentro da realidade do Espírito Santo, para que
todo aquele que é batizado assim tenha um sentimento vívido da
presença e do poder do Espírito” (41).
Vamos agora dar uma olhada mais de perto à terminologia
do Novo Testamento que se refere ao batismo no Espírito
Santo. Os termos diferentes nos dão uma imagem mais clara
do que Deus está a fazer quando os crentes experimentam este
maravilhoso evento.

Batizados Em (Ou Com) O Espírito Santo


Os Cristãos que são batizados no Espírito Santo, são imersos,
de repente, na presença do Espírito de Deus de uma forma nova
(Atos 1:4-5; 11:16). Experimentalmente, o Espírito que habita
em cada crente verdadeiro se move sobre e influência do Filho de
Deus de uma forma mais poderosa.

A Efusão do Espírito
Talvez já ficaste na rua durante uma chuva torrencial. A
chuva logo encharca o teu cabelo, as tuas roupas e sapatos. De
certa forma, o derramamento do Espírito Santo é comparado
ao da chuva física. Embora não possamos ver fisicamente o
Espírito Santo como Ele é derramado sobre nós, Seus efeitos são
inconfundíveis (Atos 2:17-18; 2:33; 10:45-46).

Cheio do Espírito Santo


Ser cheio do Espírito não sugere que um tem mais do
Espírito do que o outro. Pelo contrário, o Espírito, que está
totalmente presente agora, reivindica totalmente o recipiente.
Outra maneira de olhar para isso é considerar que quando um
seguidor de Cristo é batizado no Espírito Santo, o Espírito que
está dentro dele é liberado para uma ocupação interna total (João
7:37-39, Atos 2:4, 9:17).
156

O Espírito Santo Vem Sobre Indivíduos


Ponto de Partida

O Novo Testamento também fala da vinda do Espírito Santo


sobre indivíduos e de nos encher. Por exemplo, Jesus disse: “Mas
recebereis a virtude do Espírito Santo, que descerá sobre vós”
(Atos 1:8). Este termo descreve a rapidez com que o Espírito
muitas vezes se move nos corações famintos. As outras referências
a esta terminologia podem ser encontradas em Atos 10:44 e Atos
19:06.

O Dom do Espírito Santo


A experiência que nós conhecemos como o batismo no
Espírito Santo também é chamada de “o dom do Espírito Santo”
(Atos 2:38). A palavra dom significa que o batismo no Espírito
Santo não é ganho por qualquer pessoa seguidora de Cristo ou
por atingir um certo nível de espiritualidade. Como a salvação,
o batismo no Espírito Santo é um dom ou bênção. Nós nem o
ganhamos, nem o merecemos.
Também é importante notar que o “dom do Espírito Santo”
é diferente dos “dons” do Espírito Santo (1 Coríntios 12:4-11).
Enquanto o dom do Espírito Santo descreve o enchimento
inicial do Espírito na vida do crente, os dons do Espírito Santo
são dados por Deus, são capacidades e habilidades que permitem
ao seguidor de Cristo ministrar aos outros.

A promessa do Espírito Santo


Pedro disse aos que buscavam, no dia de Pentecostes: “A
promessa é para vós para vossos filhos e para todos os que estão
longe, para todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar”
(Atos 2:39). A palavra promessa é a palavra grega “epangelia”,
que significa “um presente graciosamente anunciado e dado.”
Uma promessa é a declaração de algum benefício a ser conferido.
Que benefício o batismo no Espírito Santo é!
As promessas feitas por algumas pessoas são como crostas de
torta, levemente feitas e facilmente quebradas. Mas não é assim
com Deus! O Deus que Se “lembrou da Sua santa promessa feita
157

a Abraão, seu servo” (Salmo 105:42) é o mesmo Deus que honra

O Batismo no Espírito Santo


as suas promessas feitas a nós. Paulo afirma: “Pois, tantas quantas
forem as promessas de Deus, nele está o sim; portanto é por ele o
amém, para glória de Deus por nosso intermédio.” (2 Coríntios
1:20).
Este batismo no Espírito Santo é uma promessa para todo
crente, jovem, velho, homem, mulher, rico, pobre, educado,
ignorante, casados, solteiros, recém-salvo, ou maduros na fé. Este
presente é para todos. Ao longo do Novo Testamento observamos
que o batismo no Espírito Santo é referido de maneiras
diferentes. No entanto, a bênção é a mesma − a submersão total
da pessoa, na presença e poder do Espírito Santo.

Referências ao Batismo no Espírito no Antigo


e no Novo Testamento

Objetivo 3:
Identificar as referências ao batismo no Espírito Santo no
Antigo e no Novo Testamento.

O profeta Joel
O profeta do Antigo Testamento, Joel, escrevendo como o
Espírito o inspirou, prometeu esta bênção: “Acontecerá depois
que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos
e vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos, os
vossos mancebos terão visões; e também sobre os servos e sobre
as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito.” Ao explicar
os fenómenos espirituais incomuns no Dia de Pentecostes,
Pedro disse a seus compatriotas judeus: Estes homens não estão
embriagados. . . Não, isso é o que foi dito pelo profeta Joel:
“Pois estes homens não estão embriagados, como vós
pensais, visto que é apenas a terceira hora do dia. Mas
isto é o que foi dito pelo profeta Joel: E acontecerá nos
últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu
Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas
158

filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões,


Ponto de Partida

os vossos anciãos terão sonhos; e sobre os meus servos


e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito
naqueles dias, e eles profetizarão. “ (Atos 2:15-18)

João Batista
João Batista prometeu esta bênção também. Pregando perto
do rio Jordão, o precursor de Cristo anunciou: “Eu vos batizo
com água... Mas depois de mim virá aquele que é mais poderoso
do que eu… Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo “
(Mateus 3:11).

Jesus Cristo
Antes de Sua ascensão ao céu, Jesus enfatizou que o Espírito
Santo seria derramado sobre os Seus discípulos: “E eis que sobre
vós envio a promessa de meu Pai; ficai porém, na cidade, até que
do alto sejais revestidos de poder.” (Lc 24:49). Enquanto comia
com seus discípulos, após Sua ressurreição dentre os mortos,
Jesus os instruiu: “Estando com eles, ordenou-lhes que não se
ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do
Pai, a qual (disse ele) de mim ouvistes.” (Atos 1:4). Jesus reiterou
a sua promessa: “Mas recebereis a força do Espírito Santo, que
descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas” (Atos 1:8).

O apóstolo Pedro
Notamos anteriormente que Pedro, o pescador virou
pregador, prometeu o dom do Espírito Santo para uma multidão
de ouvintes (Atos 2:38-39). Isto é muito significativo! Temos
quatro indivíduos, Joel, João Batista, Jesus Cristo, o apóstolo
Pedro, o que indica que o batismo no Espírito Santo é para todos
os cristãos. Isso significa que para ti também! Que Deus nos dê a
fé para crer, receber e reivindicar esta bênção!
159

Um testemunho pessoal

O Batismo no Espírito Santo


Minha bisavó, Adeline Sorbo, era imigrante italiana nos
Estados Unidos no início de 1900. Depois de casar com
Anthony, eles tiveram quinze filhos, o mais velho dos quais era
a minha avó, Mary. Devotos católicos romanos, a família Sorbo
atrelavam o cavalo à charrete a cada semana para assistir à missa
em New Castle, Pensilvânia. Foi após a morte prematura de um
amigo num incêndio em casa que Adeline clamou a Deus com
grande seriedade, mesmo questionando seu próprio destino
eterno. Então, enquanto Adeline estava a lavar roupa um dia logo
após a morte do seu amigo, ela foi batizada no Espírito Santo,
e cheia com grande alegria, começou a falar uma língua que ela
não conhecia.
Querendo saber o que esta experiência estranha era, ela orou.
Mais tarde, ela ouviu uma voz audível: “Vái para onde estão as
pessoas são loucas.” Uma vez que estava sozinha quando ouviu
essa mensagem, ela supôs que Deus tinha falado com ela. Ela
nunca tinha ouvido falar de “loucos”.
Enquanto vendia queijo e leite de porta em porta, ela
perguntava: “Você sabe onde estão os ‘loucos’?” Ninguém
sabia. Mas um dia, um amigo que foi à fazenda de Adeline
para escolher feijão verde disse-lhe: “Eu não sei o que você
está à procura, mas na rua Lyndel um grupo de italianos estão
reunidos numa casa. Eles cantam e oram tão alto que os vizinhos
chamam-lhes loucos. Eu tenho ido lá várias vezes sozinho. Se
você quer que eu a leve, eu vou. “Adeline foi e sua vida nunca
mais foi a mesma. Dentro de um curto espaço de tempo, todos
os membros de sua família vieram a confiar em Jesus Cristo
como seu Salvador pessoal.
160

O Dia de Pentecostes
Ponto de Partida

Objetivo 4:
Resumir o que aconteceu no dia de Pentecostes,
conforme registado em Atos 2.

No Dia de Pentecostes, os judeus de todo o mundo se


reuniam em Jerusalém para a Festa de Pentecostes. Esta festa,
mencionada pela primeira vez em Levítico 23:15-21, era
um momento de celebração em que os judeus faziam uma
peregrinação anual a Jerusalém. A festa das colheitas, a Festa do
Pentecostes marcava o início da época em que as pessoas traziam
as suas ofertas de primícias e davam graças a Deus por suas
muitas provisões, pela colheita abundante. A palavra Pentecostes
significa “cinquenta”. Assim, esta festa ocorria 50 dias após a
Páscoa.
Vamos resumir o que aconteceu no dia de Pentecostes.
Em obediência ao mandamento de Jesus, 120 dos seguidores
de Cristo permaneceram em Jerusalém para orar e esperar no
Senhor (Lucas 24:49, Atos 1:4-5). Eles não sabiam o que deviam
esperar, só que estavam a ir para receber um poder espiritual
fresco. Uma lista parcial dos dons nos é dada por Lucas em Atos
1:13-14.
Enquanto estavam “todos juntos constantemente em oração”
(Atos 1:14), De repente veio do céu um ruído, como que de um
vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados.
(Atos 2:2). Precisamente nesse mesmo momento, os discípulos
que estavam a orar viram “ E lhes apareceram umas línguas como
que de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou
uma.” (v. 3). Imediatamente, eles foram cheios do Espírito Santo
e foram capazes de falar línguas que nunca tinham aprendido.
Evidentemente, esses crentes recém-capacitados deixaram
a sala de oração e desceram para as ruas de Jerusalém,
ainda louvando a Deus em uma variedade de idiomas.
Milhares de judeus de todo o mundo ouviram esses judeus
161

palestinos, louvando a Deus em línguas com que não estavam

O Batismo no Espírito Santo


familiarizados, mas que eram familiares aos ouvintes. “ E todos
pasmavam e estavam perplexos, dizendo uns aos outros: Que
quer dizer isto?“ (2:12). Mas outros ridicularizaram os crentes,
pensando que eles estavam bêbados. Então, Pedro pregou para
a multidão reunida de milhares de pessoas, explicando que o
que esses seguidores de Cristo estavam experimentando era
precisamente o que o profeta Joel havia profetizado centenas
de anos antes (2:14-21). Pedro usou essa oportunidade para
pregar sobre a crucificação e ressurreição de Jesus Cristo. Como
resultado, milhares “aceitaram a mensagem” e foram batizados
(2:41). Naquele dia a igreja do Novo Testamento nasceu. Hoje,
os seguidores de Cristo que abraçam a mesma experiência que
os apóstolos receberam no dia de Pentecostes, são chamados de
“pentecostais”.

O Objetivo principal do batismo no Espírito Santo


Receber poder espiritual
Jesus tornou muito claro o objetivo principal dessa poderosa
experiência espiritual. “ Mas recebereis poder, ao descer sobre vós
o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém,
como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra.”
(Atos 1:8). Jesus quer que todos no mundo conheçam o Seu
amor e graça, a Sua salvação e perdão. Sabendo que muitas vezes
somos tímidos, Ele nos deu esta bênção para nos capacitar a
ser suas testemunhas. O batismo no Espírito Santo capacitou
e encorajou os cristãos do primeiro século. Os apóstolos que
estavam com medo de serem associados a Jesus quando Ele foi
preso e crucificado tornaram-se muito ousados depois de terem
sido cheios com o Espírito Santo. Agora, sem vergonha de serem
identificados com Cristo, corajosamente pregaram a Cristo em
todas as oportunidades (Atos 2-7).

Manifestações de poder espiritual


Como resultado desse poder espiritual, os crentes do
162

primeiro século, cheios do Espírito desfrutaram de muitos


Ponto de Partida

subprodutos espirituais positivos. Abaixo encontra-se um resumo


dessas bênçãos.
• Eles falaram a Palavra de Deus com ousadia,
testemunhando a ressurreição de Jesus (3:12-16; 4:8-12; 4:31,
33, 5:42).
• Eles testemunharam milagres de cura (3:1-10, 5:12-16).
• Eles estavam transbordando de alegria no meio das
circunstâncias difíceis (5:41, 13:52).
• A sua vida de oração era forte (2:42, 3:1, 04:31, 12:05).

Distinções Fundamentais

Objetivo 5:
Identificar as diferenças essenciais entre a salvação e o
batismo no Espírito Santo e entre o baptismo nas águas
e o batismo no Espírito Santo.

A Salvação e o Batismo no Espírito


A salvação é o processo miraculoso pelo qual os indivíduos,
por confiar somente em Jesus Cristo, se tornam filhos de Deus
(Romanos 10:9-10; João 1:12), recebem o perdão dos seus
pecados e aceitam o dom gratuito da vida eterna. O batismo no
Espírito Santo é o processo milagroso pelo qual os seguidores
de Cristo são imersos no Espírito Santo, permitindo, assim, ao
Espírito Santo ser entregue nas, e através das vidas dos crentes.
Embora extremamente importante para o crente, ser batizado no
Espírito não é um requisito para a entrada no céu. A diferença
essencial, então, entre a salvação e o batismo no Espírito
Santo é que, enquanto a salvação nos permite começar um
relacionamento pessoal com Deus, o batismo no Espírito Santo
proporciona o poder para vivermos a vida de Cristo.
O Espírito Santo está totalmente presente na vida de cada
crente (1 Coríntios 3:16, Romanos 8:9). No entanto, quando
o crente é batizado no Espírito Santo, o Espírito, como um rio,
163

flui através do crente (João 7:38-39), infundindo-lhe, assim, a

O Batismo no Espírito Santo


sabedoria, a presença e a linguagem do Espírito.

O Batismo Nas Águas E O Batismo No Espírito Santo


Uma vez que o termo batismo é usado em referência tanto
aos que estão a ser cheios do Espírito como daos que estão a
ser imersos na água, seria útil apontar algumas das diferenças
entre essas duas experiências. Primeiro, o batismo nas águas
ocorre quando um cristão é fisicamente imerso na água por
um outro seguidor de Cristo (muitas vezes, um pastor). O
batismo no Espírito Santo ocorre quando Jesus Cristo mergulha
espiritualmente o Seu seguidor na vida plena do Espírito (Mateus
3:11).
Em segundo lugar, o batismo nas águas é um testemunho
público para o facto de que já morremos com Cristo para a
nossa velha natureza e fomos levantados com Cristo para uma
nova vida (Romanos 6:4-8). O batismo no Espírito Santo é uma
experiência pessoal e, muitas vezes privada que resulta em maior
poder para o testemunho e ministério mais eficazes (Atos 1:8).
Em terceiro lugar, o batismo na água é essencialmente um ato de
obediência. O batismo no Espírito Santo é principalmente uma
resposta de fé.

Como Receber o Batismo no Espírito Santo

Objetivo 6:
Explicar como receber o batismo no Espírito Santo.

O batismo no Espírito Santo, como todas as bênçãos de


Deus, é um dom que é recebido por confiar plenamente em
Cristo. Este dom particular, no entanto, requer do crente o
estar física e espiritualmente rendido. Podes estar muito ansioso
para experimentar o batismo no Espírito Santo, nesta fase da
tua caminhada cristã. Se assim for, em oração, lê o que segue, e
começa a buscar o Senhor para que o Espírito seja derramado
sobre ti.
164

Conselhos para a busca do Batismo no Espírito


Ponto de Partida

1. Ler as Escrituras que descrevem o batismo no Espírito


Santo (Atos 1:4-8, 2:1-4, 2:38-39, 8:14-17, 10:44-46, 19:1-7).
2. Estares convencido, em teu coração, que Deus espera que
os crentes sejam cheios do Espírito (Efésios 5:18).
3. Aceitar que este dom é a promessa de Deus para ti (Atos
2:39).
4. Começares a adorar e louvar a Jesus, o Batizador no
Espírito Santo. Quando fizeres isso o teu coração ficará mais
aberto para receber esta bênção. Jesus disse: “Se alguém tem sede,
venha a mim e beba” (João 7:37). Ninguém, a não ser Jesus,
pode encher-te com o Espírito.
5. Basta pedir a Jesus para te batizar no Espírito Santo.
6. Mantém-te focado no Dador (Jesus), e não no dom.
7. Em algum ponto da tua adoração a Jesus, vais sentir um
desejo inexplicável de falar palavras que te são estranhas. Isto é o
Espírito a capacitar-te a falar em idiomas que nunca aprendeste
(Atos 2:4). Cede a esse impulso, mesmo que ele te vá soar
estranho e parecer ilógico. Provavelmente ir-te-ás sentir como
se não estivesses no controle. Em certo sentido, isso é verdade.
O Espírito está a tomar o controle que tu Lhe deste. Lembra-te,
Deus nunca vai forçar-te ou coagir-te a falar em línguas. Deves
estar disposto. Essencialmente, és tu quem falas, mas o Espírito
fornece as palavras.
8. Se não falares em línguas à primeira vez que pedires a
Jesus para te batizar no Espírito Santo, continua a manter o teu
coração aberto para o Senhor enquanto tens comunhão com
Ele. Não aches que tenhas feito algo errado ou que Jesus não
quer dar-te essa bênção. Às vezes, é preciso um pouco mais de
tempo, para nós estarmos prontos para receber o derramamento
do Espírito. No entanto, Deus recompensa aqueles que o buscam
(Hebreus 11:6).
9. Agradece a Deus por te dar este dom.
10. Lembra-te que a capacidade para falar noutras línguas é
165

resultado de estares cheio com o Espírito, não o propósito para

O Batismo no Espírito Santo


seres cheio com o Espírito. O propósito primário do baptismo
do Espírito, como demos nota antes, é trazer glória para Deus ao
dar poder e capacitar o crente para um testemunho e ministério
mais eficazes.

Não Coloques Deus Ou A Ti Próprio Dentro


De Uma Caixa
Não existe apenas uma forma do Cristão ser baptizado no
Espírito Santo. Algumas vezes ele pode estar sentado enquanto
ora (Atos 2:1–4; 4:31), de joelhos, em pé, ou caminhando.
Outras vezes alguém pode orar connosco enquanto recebemos
esta bênção (Acts 8:17; 9:17; 19:6). Outras vezes ainda,
indivíduos são batizados no Espírito enquanto, simplesmente
estão a ouvir a Palavra de Deus pregada (Acts 10:44–46). O dom
pode ser dado quando estamos só ou quando estamos a orar num
pequeno ou grande grupo. Uma vez concedido o dom, contudo,
devemos trabalhar em desenvolver as línguas ao gastarmos mais
tempo orando no Espírito. Seguramente, no princípio pode-
se repetir simplesmente umas poucas palavras numa língua
desconhecida – Mais como uma criança pequena quando começa
a falar usando poucas palavras. Mas ao usarmos as línguas que
Deus nos tem dado o nosso vocabulário espiritual desenvolver-
se-á.

Uma Palavra de Precaução


Ocasionalmente, e infelizmente, no seu zêlo de verem outros
batizados no Espírito Santo, alguns não guiam corretamente os
crentes a ajudar outros a ser cheios com o Espírito. Tenho sido
testemunha, desses assim chamados “ajudadores” dizendo para
o individuo que com todo o ardor está a buscar a Jesus, “vamos”
ou “continua” ou “fala!” Em muitos casos, quando isto ocorre
aquele que buscava com fervor fica confuso e distraído, sem
saber realmente o que fazer. Tenho ouvido também Cristãos
que dizem àquele que está a buscar ”diz só Aleluia” dez vezes
166

realmente depressa, e tu começarás a falar em línguas.” Ou, têm


Ponto de Partida

dito, “Repete estas palavras depois de mim”, então prosseguema


a dizer ao crente que está a orar quais as palavras estrangeiras
que deve dizer. Naturalmente as pessoas que fazem isso são,
muito provavelmente, sinceras, mas elas estão, com certeza,
sinceramente erradas. Jesus é o Batizador no Espírito Santo. Ele é
plenamente capaz de encher-nos, e o Espírito é plenamente capaz
de nos permitir falar as belas línguas celestiais que Deus quer que
falemos.

Um testemunho
Anos atrás, ao plantar a New Assembly Life em Athens,
Ohio, Barbara, um dos nossos primeiros membros, queria
desesperadamente ser batizado no Espírito Santo. Oramos por
ela, e pareceu que nada de significativo aconteceu. Mas, quando
ela deixou o prédio da igreja e regressou a casa de carro, ela
continuou adorando e louvando a Jesus. Momentos depois, ela
sentiu uma agitação em seu ser interior e começou a falar numa
língua que ela nunca aprendeu. Ela se encheu de alegria indizível
quando Jesus a batizou no Espírito.
Se tens estado faminto por mais de Deus e ainda não oraste
para ser cheio do Espírito Santo, deixa-me encorajar-te hoje. Não
desanimes por causa daqueles que dizem que esta experiência já
não acontece nos tempos modernos. Milhões de cristãos em todo
o mundo conhecem pessoalmente que Ele o faz!

A Evidência Física Inicial

Objetivo 7:
Relacionar a importância de falar em línguas.

A evidência do batismo no Espírito


Acreditamos que o falar em línguas é a evidência física inicial
do batismo no Espírito Santo hoje, porque foi a evidência física
inicial do batismo no Espírito Santo na igreja do primeiro século
167

(Atos 2: 4; 10:46, 19:06). Alguns teólogos acreditam que o livro

O Batismo no Espírito Santo


de Atos é histórica, não teológica, que a sua intenção é a de
registar a história, não para estabelecer doutrina. No entanto,
cremos que Deus deseja que experimentemos o mesmo poder
que os crentes do primeiro século experimentaram.
É importante notar que o falar em línguas não é a evidência
de ser cheio do Espírito Santo, é a evidência física inicial. Há
certamente outras evidências. Por exemplo, haverá energia
para compartilhar nossa fé e pureza em nossas ações, atitudes
e palavras. Nós experimentamos a alegria que não pode ser
suprimida, não importa quais sejam as circunstâncias. E
desfrutamos de uma maior consciência do Espírito em nossas
vidas cotidianas.

As línguas são uma grande bênção


Vejamos algumas das bênçãos do falar em línguas. Em
primeiro lugar, quando falamos em línguas (às vezes chamada
oração no Espírito), podemos orar com fé e confiança, mesmo
que nem sempre saibamos como orar especificamente (Romanos
8:26-27).
Em segundo lugar, quando oramos no Espírito nosso próprio
espírito é fortalecido e edificado (Judas 20, 1 Coríntios 14:
4). A história a seguir ilustra poderosamente esta verdade. Cy
Homer, que agora está com o Senhor, foi, durante muitos anos,
um distinto pastor, pregador e educador. Sua esposa Ruth, uma
guerreira de oração poderosa, contou esta história. O marido
dela, Cy, estava servindo no teatro de guerra do Pacífico durante
a Segunda Guerra Mundial. Ele havia sido capelão, no fragor
da batalha. Ele havia dito ao seu comandante que queria estar
onde a necessidade fosse maior. A sua companhia foi transferida
num navio, de Okinawa para as Filipinas. Enquanto a bordo
do navio, Cy teve um colapso nervoso. Ele ficou alquebrado
emocionalmente e fisicamente no esforço da guerra. Assim, ele
foi internado num hospital filipino onde ele ficava enrolado
dias a fio, numa posição fetal. Outro capelão cheio do Espírito
168

Santo, o capelão Brengle, o visitou. Quando o capelão Brengle


Ponto de Partida

começou a orar em sua linguagem de oração fervorosa e sincera,


Cy Homer começou a orar em línguas, também. Ele relatou mais
tarde que, enquanto eles estavam a orar no Espírito, ele sentiu
como se todos os destroços (destroços flutuantes de um navio) e
sucatas (excesso de carga lançada ao mar) estavam sendo lavados
para fora da sua vida. Como resultado da oração no Espírito, o
Capelão Homer foi restaurado na sua saúde emocional e física.
Pouco tempo depois, ele saíu do hospital e voltou para o campo
de batalha, forte e inteiro.
Quando oramos no Espírito, temos comunhão com Deus
num nível mais profundo, um nível além da capacidade da
mente entender, influenciar ou interferir (1 Coríntios 14:14).
Em terceiro lugar, uma vez que o Espírito Santo glorifica a
Cristo, a nossa capacidade para adorar e louvar a Deus também é
expandida quando oramos no Espírito (Atos 2:11, João 16:14).
O Pastor Jack Hayford, observa: “Desde o início da igreja, não
só o louvor tem sido central, mas a linguagem espiritual tem
sido um recurso para a exaltação de Deus, pavimentando o
caminho em louvor para a glorificação de Jesus Cristo, Seu Filho”
(Hayford 1996, 45).

Lidar com a dúvida


Depois de termos sido batizados no Espírito, muitas vezes o
nosso inimigo, o diabo, planta sementes de dúvidas em nossas
mentes, sobre a nossa experiência. Norma Champion, uma
professora universitária e senadora de longa data no estado
do Missouri, era estudante universitária, quando ela duvidou
da autenticidade do seu próprio batismo no Espírito. Ela se
perguntava se era só uma reação emocional dela à presença de
Deus.
Quando ela se sentou atrás de um colega, Val Keller, na
capela uma manhã, ela ouviu Val tranquilamente falar noutro
idioma, orando e louvando a Deus em francês. Tendo estudado
francês, Norma era capaz de entender o que ele estava a dizer.
169

Val estava a falar em Francês perfeito não enfrentando qualquer

O Batismo no Espírito Santo


problema com a nasalidade e tons da garganta que muitas
vezes são difíceis para os estudantes americanos de francês. Em
resposta à pergunta de Norma depois, Val respondeu que nunca
havia estudado francês e não ficou mesmo ciente de que ele
estava a falar esse idioma. A partir desse momento, Norma nunca
mais duvidou da sua própria experiência do batismo no Espírito
Santo e do falar em línguas.

Conclusão
O batismo no Espírito nunca foi concebido para ser um
evento únicamente emocional e espiritual a ser registado no
diário dum crente. O batismo no Espírito é um ponto de entrada
para o ambiente e atmosfera do Espírito, para que o seguidor de
Cristo respire o ar do Espírito em cada momento. Quando nós
continuamente respiramos o ar do Espírito, os nossos espíritos
são revividos, permitindo-nos ser testemunhas mais poderosas de
Jesus Cristo, a quem o Espírito veio para glorificar e honrar.
Considera como os discípulos do primeiro século foram
cheios do Espírito Santo (Atos 2:4). Eles “estavam cheios
de alegria e do Espírito Santo” (Atos 13:52), e, por sua vez,
encheram Jerusalém com seu ensino. Esse deve ser o nosso
padrão. Fomos cheios e batizados para ser uma bênção!
No seu perspicaz livro A Mesa da Interioridade, Calvin
Miller escreveu sobre uma caixa de dinamite de madeira antiga
em sua casa. A caixa foi feita no século XIX, cuidadosamente
construída para resistir a choques enquanto os seus conteúdos
explosivos eram transportados do fabricante para o local de
utilização. Na tampa havia grandes letras vermelhas e pretas que
diziam, Dinamite PERIGO!
“Mas a última vez que vi isso”, Miller escreveu: “ela estava
cheia de apetrechos comuns que podem ser encontrados em
qualquer sala de trabalho” (MacDonald 1986, 205).
Deus quer que sejamos cheios do Seu poder “dinamite” (Atos
170

1:8). Será que as nossas vidas estão cheias de apetrechos comuns,


Ponto de Partida

em vez do que é sobrenatural e de mudança de vida? Nosso


mundo precisa desesperadamente de uma igreja que receba a
energia do Espírito, e seja guiada pelo Espírito, e equipada pelo
Espírito. Nós não podemos desenvolver um ministério eficaz
sem a Sua capacitação. Por isso, vamos abrir nossos corações
para Jesus e ser preenchidos com o “sopro de Deus”, a presença
vivificante do nosso Criador e Senhor. Através das nossas vidas e
ministérios, as pessoas podem vir a conhecer Jesus Cristo. Deus
te abençoará enquanto viveres uma vida cheia do Espírito.

A CAPACITAÇÃO DO ESPÍRITO
É mais do que um slogan ou um tema, é uma promessa
divina. Não é uma teoria ou uma opção, é uma
necessidade absoluta. Não é um problema teológico, é a
solução divina para as necessidades espirituais da nossa
geração e o único poder que pode quebrar a escravidão
satânica. Não há nenhum substituto ou opção para a
capacitação do Espírito Santo. (autor desconhecido)

Lista de Referências
Hayford, Jack 1996. A Beleza da Linguagem Espiritual.
Nashville, TN: Thomas Nelson. MacDonald, Gordon. 1986.
Restaurando a sua paixão espiritual. Nashville, TN: Oliver-
Nelson Books. McGee, Gary e Stanley M. Burgess. 1988.
Dicionário dos movimentos pentecostais e carismáticos. Grand
Rapids: Regency.

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR


Atos 1:4,5, 8 Atos 2:4 Atos 2:38-39
Atos 4:31 Efésios 5:18
171

AUTO TESTE

O Batismo no Espírito Santo


Depois de estudares a lição, por favor, lê atentamente cada
pergunta e circula a resposta correta. Há apenas uma resposta
correta para cada pergunta.
1. O Espírito Santo é Deus.
a) Verdadeiro
b) Falso

2. O Espírito Santo ajuda os crentes


a) Apenas enquanto eles têm uma vida sem pecado.
b) Mas quando se trata de oração, os crentes estão por conta
própria.
c) Dando-lhes poder sobre a carne.

3. O batismo no Espírito Santo é uma experiência espiritual


poderosa que
a) Sempre ocorre no exato momento da salvação.
b) É uma promessa para todo crente.
c) É feita pelo homem e não tem base nas Escrituras.

4. O profeta Joel profetizou que o Espírito de Deus seria


derramado em todas as pessoas.
a) Verdadeiro
b) Falso

5. As evidências de mudanças nos crentes cheios do Espírito do


primeiro século incluiam
a) Falar a Palavra de Deus com ousadia.
b) Relutância em orar.
c) O medo dos líderes políticos.

6. A diferença essencial entre a salvação e o batismo no Espírito


Santo é.
a) O indivíduo tem que trabalhar duro para ganhar a
salvação.
b) A salvação começa a nossa caminhada com Cristo e
batismo no Espírito Santo nos capacita a viver para ele.
c) O batismo no Espírito Santo é necessário
para nossa entrada no céu.
172

7. Jesus é capaz de batizar-nos no Espírito Santo, sem a ajuda de


Ponto de Partida

qualquer outra pessoa.


a) Verdadeiro
b) Falso

8. O falar em línguas é a evidência física inicial do batismo no


Espírito Santo hoje, porque foi a evidência física inicial do batismo
no Espírito Santo no livro de Atos.
a) Verdadeiro
b) Falso

9. Qual das seguintes não é uma característica do Espírito


Santo?
a) O Espírito Santo tem uma mente, inteligência e
conhecimento.
b) O Espírito Santo fala.
c) O Espírito Santo não pode ser entristecido ou magoado.

10. Qual dos seguintes não é um benefício de falar em línguas?


a) O nosso espírito é edificado e fortalecido.
b) Nós nos tornamos superiores àqueles que não falam em
línguas.
c) O Espírito Santo nos ajuda a orar quando não sabemos
como orar.
173

ESPOSTAS PARA O AUTO TESTE

O Batismo no Espírito Santo


Nota: Se respondeste a uma pergunta de estudo
incorretamente, podes encontrar o objectivo de onde foi tirada
olhando a referência entre parênteses.
1. a (9,1)
2. c (9,1)
3. b (9,2)
4. a (9,3)
5. a (9,4)
6. b (9,5)
7.a (9.6)
8. a (9.7)
9. c (9,1)
10. b (9,7)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO

John M. Palmer é casado e tem três filhos. Ele formou-se


na Faculdade Bíblica Central em 1974 e co-plantou uma igreja
em Ohio, no mesmo ano. De 1985-2006, John pastoreou a
Primeira Assembleia de Deus, Des Moines, Iowa. Ele é autor
de vários livros, incluindo Equipar para o ministério, Histórias
para mantê-lo a olhar para cima, e Prosseguindo com Jonas.
Atualmente John serve como Secretário-Geral das Assembleias de
Deus com sede em Springfield, MO.
174

L i ç ã o 10
Ponto de Partida

Tornando-se mais Semelhante a


Jesus: Santificação
Pergunta-se muitas vezes às crianças: “O que queres ser
quando fores grande?” Uma variedade de respostas é dada, desde
ser polícia a ser mãe. Quando eu estava a crescer, eu morava
num grande complexo de apartamentos ao lado de um menino
de cinco anos chamado Robert. Ele dizia com orgulho que ele
queria ser o homem do lixo quando crescesse. Eu pensei que era
estranho, porque ser um homem de lixo significa andar a recolher
o lixo fedorento e montado num caminhão de lixo fétido o dia
todo. Só quando eu fiquei mais velha é que percebi que Robert
não sentia o cheiro do lixo. Ele via a glória do “Homem de
Lixo.” Todos os dias ele observava o enorme caminhão de lixo
entrar para o nosso complexo de apartamentos. Ele tinha um
motor diesel alto, fazia um ruído sonoro quando arrancava, e o
lixeiro ia em pé na parte de trás do caminhão. O homem do lixo
deveria ligar os grandes garfos de elevação ao enorme contentor
do lixo e puxar a alavanca para levantar o lixo do chão. Havia
um estrondo quando o lixo era despejado na parte de trás, e,
com outro puxão de alavanca, o sistema hidráulico compactava o
lixo dentro do caminhão. Uma visão bastante alargada para um
menino de cinco anos de idade. Robert era atraído pelo ruído,
força, potência e tamanho do caminhão. O que tu queres ser? O
Céu deseja ouvir a resposta: “Eu quero ser como Jesus!” Muitas
vezes somos consumidos com o que Cristo deseja que façamos,
e não percebemos que Ele nos tem chamado em primeiro lugar
para sermos como Ele. Tornar-se mais semelhante a Jesus é uma
maravilhosa viagem de transformação que está cheia de lições
divinas de fortalecimento.
175

ESBOÇO DA LIÇÃO

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
A Definição De Santificação
O Desenvolvimento Da Santificação
A Devoção Da Santificação
As Dificuldades Da Santificação
A Disciplina Da Santificação
A Dependência Da Santificação

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Quando completares esta lição, deverás ser capaz de:
1: Definir a santificação.
2: Explicar o propósito de Deus em sermos cada vez mais
parecidos com Jesus.
3: Relacionar a importância de ser alguém que agrada a
Deus.
4: Descrever as lutas interiores envolvidas na santificação.
5: Identificar as disciplinas vitais para te tornares mais
parecido com Jesus.
6: Apontar o papel do Espírito Santo na nossa santificação.

A Definição De Santificação

Objetivo1:
Definir a santificação.

A santificação é o meio pelo qual Deus te leva a ser o que


Ele quer que tu sejas. A santificação é tanto um ato de separação
do mal como um ato de separação para Deus. Este trabalho de
separação começou na conversão, quando os nossos pecados
foram perdoados e fomos declarados justos, mas não termina
aí. Pedro aborda esse processo em 1 Pedro 1:13–16, “Portanto,
cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios, e
esperai inteiramente na graça que se vos oferece na revelação
176

de Jesus Cristo. Como filhos obedientes, não vos conformeis às


Ponto de Partida

concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância; mas, como


é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em
todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: Sereis santos,
porque eu sou santo.” O propósito da santificação é desenvolver
a santidade de Deus nas nossas vidas. Desta forma, tornas-te
mais semelhante a Jesus.

Distinguir a conversão inicial da santificação


Há uma distinção importante entre a conversão inicial e
a santificação. A conversão ocorre quando aceitamos a Cristo
como Senhor e Salvador. Naquele momento, somos justificados,
isto é, recebemos o ato judicial de Deus pelo qual Ele declara
os pecadores justos, livres da condenação e restaurados para
um relacionamento correto com Deus. Essencialmente, então,
Deus nos vê como se nunca tivéssemos pecado. Ele nos imputa
a justiça de Cristo. O resultado é uma nova posição diante de
Deus. A justificação é instantânea.
A santificação, por outro lado, é a obra de Deus através
do Espírito Santo dentro de nós para mudar o nosso caráter e
conduta. Através da energia liberada em nós pelo Espírito Santo,
nós nos separamos dos nossos velhos estilos de vida pecaminosos
e nos dedicamos a agradar ao Senhor. Foi dito que Jesus, como
todo o bom pescador, primeiro apanha o peixe, em seguida,
limpa-o. Cada um de nós que nasceu de novo está sendo limpo,
e este processo pode ser doloroso, pois não desistimos facilmente
de nossos velhos hábitos.

O DNA Espiritual
Quando uma criança nasce, ele ou ela tem distintamente
definidos os marcadores de DNA, tais como a cor dos olhos, as
características físicas e os problemas de saúde. Essa composição
genética não pode ser alterada, mas a personalidade, disposição
e atitude de que a criança vai ser formada ao longo da vida da
pessoa pode. Quando Deus nos justifica (nos dá uma nova vida)
177

regenera-nos, nos são dado marcadores de DNA espirituais.

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
Assim, estamos destinados a participar do caráter da graça de
Deus e a manifestar o amor e a santidade. Isso é parte do que
significa ser salvo. Observa o que o apóstolo Paulo escreve: “
Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas
velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” (2 Coríntios 5:17).
Além disso, “ …visto que temos tais promessas, purifiquemo-
nos de toda a imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a
santidade no temor de Deus.” (2 Coríntios 7:1).

Instantânea ou progressiva
Alguns se perguntam se a santificação é instantânea ou
progressiva. Eu acredito é tanto uma coisa como outra! No dia
em que nos rendemos a Cristo, ficámos diante de Deus sem
condenação e fomos declarados santos. Primeira aos Coríntios
6:11 diz: “…mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas
fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito
do nosso Deus.” A ser conformes à imagem de seu Filho”
(Romanos 8:29). Esta conformação leva uma vida inteira!

O Desenvolvimento Da Santificação

Objetivo 2:
Explicar o propósito de Deus em nos tornar mais semelhantes a Jesus.

Deus usa as maravilhosas lições da vida para desenvolver a


santificação nas nossas vidas. Tornar-se mais semelhante a Jesus
não é uma opção para o crente, é imperativo. Paulo escreve:
“Porque esta é a vontade de Deus, a saber, a vossa santificação”
(1 Tessalonicenses 4:3). No entanto, o trabalho deste processo de
santificação é projetado para ser um processo natural. Deus nos
criou e nos deu o Seu DNA espiritual, para que possamos tornar-
nos mais semelhantes a Jesus!
178

A Provisão De Deus Para A Santificação


Ponto de Partida

Muitas vezes assumimos que todos os pássaros voam, mas na


verdade existem vinte tipos diferentes de aves que não podem
elevar-se no ar. Porquê? Eles não têm os componentes físicos
necessários para voar. As aves que voam têm penas especiais
chamadas “penas de vôo”, que lhes dão a capacidade de se
elevarem do chão e voarem pelo ar. Há uma grande crista que
percorre o centro do seu peito e músculos grandes anexados a
ele que permitem que a ave bata as suas asas. Essas aves também
podem voar facilmente porque elas são leves, Deus os criou com
ossos ocos e um sistema digestivo eficiente.
Assim como Deus providenciou de forma adequada para a
criação, Ele também nos deu tudo o que precisamos para sermos
santificados. Somos feitura Sua, nos foi dado um novo espírito,
uma mente renovada e um novo coração. Muitos cristãos
acreditam que não se podem tornar mais parecidos com Jesus.
Eles acham que a santificação é muito difícil; vai além da sua
capacidade. Lembremo-nos de novo, Deus nos deu tudo o que
precisamos para sermos santificados! Lê a oração de Paulo e a
afirmação para alguns dos primeiros cristãos: “ E o próprio Deus
de paz vos santifique completamente; e o vosso espírito, e alma
e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a
vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, e ele
também o fará.” (1 Tessalonicenses 5:23-24).

Deus, O Mestre Restaurador


Há uma história de um mestre pintor que entrou numa loja
de coisas em segunda mão. Ele viu uma pintura que os outros
podiam considerar sem valor, mas para o olho especialista, ele
viu outra pintura por baixo. Ele comprou aquela peça e começou
o trabalho minucioso de restauração da pintura original de
baixo. Muitas horas foram gastas, na decapagem e para remover
a camada superior da pintura. Com cuidado delicado ele fez
questão de não danificar o precioso original. Finalmente, o
trabalho estava completo. O mestre pintor ficou espantado com
179

o brilho ea beleza da pintura restaurada. Ele tinha visto algo que

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
ninguém viu!
Isto é o que Deus faz por nós. Ele desnuda nossas atitudes
inadequadas, processos de pensamento e dor. Carinhosamente
cuida de nós durante o processo e é fiel para ver o trabalho de
restauração da santificação completa nas nossas vidas. Deus vê
em nós potencial de grande valor que os outros não vême nem
sempre compreendem. Ele vê a santidade e a glória do Seu Filho
em nós!

Dificuldade e santificação
Deus está comprometido quanto a nós e quanto a esta
obra de santificação. Tornar-se mais semelhante a Jesus é a
viagem de uma vida, e os propósitos de Deus são desenvolver
a santificação em nós através das muitas experiências árduas
da vida. Se nós queremos admitir ou aceitar, as nossas vidas
são mais formadas à imagem de Cristo, durante os momentos
mais difíceis da vida. É por isso que Tiago escreve: “Meus
irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por
várias provações, sabendo que a aprovação da vossa fé produz
a perseverança; e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para
que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma.”
(Tiago 1:2-4). Deus às vezes atrapalha o nosso conforto, a fim
de aperfeiçoar a nossa capacidade “voadora”. Podemos sentir que
estamos em queda livre cruzando os ares, mas logo descobrimos
a corrente ascendente de Seu Espírito. Levantamos as nossas
asas da fé (às vezes do medo) e batemo-las (oramos) como se
não houvesse amanhã. Milagrosamente, Deus intervém e nós
voamos, sendo poupados do desastre certo. Quando novamente
nos encontramos no ninho, regozijamo-nos na obra perfeita de
Deus, e percebemos que temos aprendido muito no processo
de santificação. Então, antes de nos apercebermos disso, Deus
toca-nos novamente. Qualquer homem ou mulher de Deus pode
dizer-te que Deus, de uma maneira magistral nos desenvolve
à imagem de Seu Filho, mesmo em tempos de desespero. O
180

apóstolo Paulo se gloriava nas suas enfermidades. Tiago nos


Ponto de Partida

convida a alegrarmo-nos pelas provações santificadoras. Mesmo


José no Velho Testamento sabia que Deus operava todas as coisas
para o bem. A obra santificadora de Deus era tão evidente em
sua vida. A sua personalidade foi desenvolvida em tempos de
adversidade, a sua integridade foi formada em momentos de
tentação, e a sua fé foi exibida em momentos de decepção. E tu?
É hora de voares.

A devoção da Santificação

Objetivo 3:
Relacionar a importância de sermos alguém que agrada a Deus.

Há um hino que a nossa igreja cantava quando eu era


criança. A música começa com estas frases: “Para ser como Jesus,
para ser como Jesus, tudo o que eu peço é para ser como Ele.”
Ainda me lembro dos sentimentos que se levantavam em mim,
quando eu cantava essa canção. Eu tinha um enorme desejo e
paixão de ser como Jesus. Descobrimos que, tornar-se semelhante
a Jesus deve ser natural para o cristão, mas no centro deste
processo está a paixão por Deus e um coração para agradá-Lo.

A Quem Estamos A Tentar Agradar?


Toda a gente vive para agradar a alguém, a si próprio, ao
cônjuge, ao filho, ao pai, ao chefe, ou a outros quaisquer. O
objeto do nosso prazer revela muito sobre nossas ambições,
disposição e espírito. Paulo liga o processo de santificação ao
agradar a Deus. Ele escreve: “Finalmente, irmãos, vos rogaram
e exortamos no Senhor Jesus que, como aprendestes de nós
de que maneira deveis andar e agradar a Deus, assim como
estais fazendo, nisso mesmo abundeis cada vez mais.” (1
Tessalonicenses 4:1). Deus não está apenas preocupado com a
nossa obediência externa à Sua vontade, mas também com a
nossa motivação interior.
181

Ser alguém que agrada a Deus é necessário para a

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
santificação, e a nossa devoção a Ele, pois são o cerne de
nos tornarmos mais parecidos com Jesus. Enoque “alcançou
testemunho de que agradara a Deus.” (Hebreus 11:5). Era
o desejo de Enoque agradar a Deus, e a sua ambição foi
recompensada com a sua tranladação deste mundo para o céu.
Por falar sobre como se tornar semelhante a Ele!
O apóstolo Paulo é outro grande exemplo de dedicação
e paixão. Paulo não considerava ter atingido a perfeição, mas
reconhecia o seu desejo de agradar a Cristo. Ele disse em
Filipenses 3:14: “prossigo para o alvo pelo prémio da vocação
celestial de Deus em Cristo Jesus.” Antes de pensarmos que
esta atitude de agradar a Deus era exclusivamente de Paulo, ele
continua com este versículo, “Pelo que todos quantos somos
perfeitos tenhamos este sentimento; e, se sentis alguma coisa de
modo diverso, Deus também vo-lo revelará.” (Filipenses 3:15).
Um coração que agrade a Deus nos levará à maturidade espiritual
e nos firmará durante o processo de santificação. A nossa paixão e
devoção nos levam a agradá-Lo. Jesus mesmo testificou: “porque
eu faço sempre o que Lhe agrada” (João 8:29). Não podemos
tornar-nos mais parecidos com Jesus, se não tivermos um coração
disposto a agradá-Lo.

A síndrome de Jonas
Nas páginas do Antigo Testamento, encontramos a crónica
do profeta Jonas. A narrativa de Jonas não é apenas uma história
infantil, é um exemplo real de alguém que, relutantemente,
servia a Deus, mas não conseguia se tornar alguém que agradasse
a Deus. Encontramos Jonas a fugir de Deus para Társis em vez
de ir por Deus a Nínive. Conserva em mente que Jonas era um
israelita e muito nacionalista. Para ele, os assírios pagãos e crueis
de Nínive eram indignos da misericórdia de Deus. A última
coisa que este profeta queria era ajudar esses ninivitas ímpios
a evitarem o juízo divino. Então, ele encontrou um navio com
rumo à direção oposta.
182

No entanto, Jonas acabou sendo jogado ao mar pela


Ponto de Partida

tripulação do navio e ser engolido por uma criatura do mar


enorme. Alguns pensam que era um peixe, enquanto outros
sugerem que era uma baleia. O texto hebraico antigo não
faz essa distinção. Para que tu não descartes essa história
tão completamente inacreditável, existem muitos casos
documentados de pessoas que viveram no meio de situações
extraordinárias geralmente consideradas impossíveis. Por
exemplo, um jovem em Minneapolis caiu do décimo sétimo
andar de um edifício e sobreviveu, um homem japonês
sobreviveu três semanas numa montanha, sem comida ou
água num estado semelhante à hibernação, um mergulhador
australiano foi atacado e meio engolido por um tubarão mau mas
incrivelmente escapou. Quando tu te firmas no poder ilimitado
de Deus e na Sua providência, é certamente dentro do reino da
possibilidade que a experiência de Jonas é real. Além disso, Jesus
Cristo falou de Jonas como uma pessoa histórica real e da sua
experiência como factual (veja-se Mateus 12:40).
Depois de três dias de introspeção na barriga da criatura do
mar, Jonas se arrependeu de seu pecado e se entregou ao plano
de Deus. Depois de ser expulso da barriga da tal criatura, Jonas
chegou à costa, viajou para Nínive e pregou a mensagem que
Deus lhe dera. Como Jonas temia, os ninivitas arrependeram-se,
e Deus graciosamente cancelou os planos para a sua destruição.
Isso enfureceu Jonas a tal ponto que ele pediu a Deus para lhe
tirar a vida. É triste que Jonas não tenha podido regozijar-se no
arrependimento da cidade. Deus usou a mensagem e obediência
relutante de Jonas para poupar uma cidade de 120 mil, mas o
coração do profeta era duro e frio. Apesar de Jonas ser parte de
um grande avivamento, ele não encontrou nenhum prazer nisso.
Não compreendeu a profunda preocupação do coração de Deus
para com a humanidade perdida.
Se atravessarmos os movimentos da obediência e santificação,
sem um coração para Deus, o reino de Deus pode avançar, mas
nós não. Há aqueles que hoje vivem um conjunto de regras
183

religiosas e acreditam que esse é o caminho da santidade. Eles

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
não são movidos por uma paixão e devoção ao desejo do coração
de Deus. Santidade para eles é apenas um ato externo, no
entanto, a verdadeira santidade é a conformidade com a natureza
de Deus.
Então, cuidado com a síndrome de Jonas. Ela vai levar-nos
a uma vida miserável de solidão espiritual e decepção. Em vez
disso, busca a Deus com grande devoção e sê alguém que agrade
a Deus. Submetamo-nos à vontade de Deus, e gloriemo-nos na
obra permanente da santificação.

As Dificuldades Da Santificação

Objetivo 4:
Descrever as lutas interiores envolvidas na santificação.

A Honestidade Do Apóstolo Paulo


O apóstolo Paulo conhecia muito bem as lutas associadas à
santificação. Ele tinha uma paixão por Deus mas ainda lutava
com as suas falhas e dificuldades espirituais. Ele escreveu aos
Gálatas sobre esse conflito espiritual: “ Porque a carne luta contra
o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes se opõem um ao
outro, para que não façais o que quereis “ (Gálatas 5:17).
No livro de Romanos, Paulo derrama o seu coração quanto às
suas lutas com a santificação. Ele identifica o seu maior obstáculo
como sendo a sua própria carne. Havia uma guerra travada
dentro dele, entre a sua carne e o seu espírito. O desejo dele era
ser mais parecido com Jesus, mas aparentemente encontrou-se
falhando na sua busca de Cristo. “ Porque eu sei que em mim,
isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o
querer o bem está em mim, mas o efetuá-lo não está. Pois não
faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse pratico.”
(Romanos 7:18-19).
184

A Experiência E Inimigo Comum De Paulo


Ponto de Partida

Não era o único que se sentia envolvido numa batalha. Todas


as pessoas têm guerras com a natureza pecaminosa ou carne. A
nossa natureza pecaminosa muitas vezes se levanta para minar
o Espírito de Deus dentro de nós. Tiago observa: “ Cada um,
porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria
concupiscência;” (Tiago 1:14). O mundo não vai encorajar-
nos na nossa busca de Cristo. Ele vai acenar-nos com prazer,
gratificação e poder diante de nós para nos afastar do caminho da
santidade. O mundo sempre vai tentar distrair-nos de seguir com
afinco após o Senhor.
Além disso, todos os crentes têm um inimigo comum-
Satanás. O fatídico encontro de Eva com o diabo no Jardim do
Éden, nos lembra que o homem não é competidor para o diabo.
Satanás é o mestre do engano e o pai da mentira. A sua missão na
vida vai para além da destruição de seres humanos, visa frustrar
os próprios propósitos de Deus. Ele deseja corromper tudo o que
Deus criou e poluir o caminho da santidade de Deus.
O próprio Jesus enfrentou as tentações de Satanás durante
a sua quarenta de dias no deserto. Que orgulho audacioso do
diabo ao pensar que poderia derrotar o divino Filho de Deus! O
inimigo fez o seu melhor para atrair Jesus a aceitar um plano de
poder e glória que não fosse o que Deus o Pai ordenara desde a
eternidade passada. Mas Jesus não se deixou enganar pelo mestre
do engano, Ele permaneceu resiliente contra as suas tentações
(Lucas 4:1-13).

Porquê a luta?
Podemos nos perguntar por que Deus não exterminou ou
anulou apenas o poder da nossa natureza pecaminosa, uma
vez que viemos a Cristo. Por que Deus nos deixa enfrentar as
tentações que complicam a nossa vida terrena? Por que permite
Ele que o diabo perssiga os Seus filhos?
Embora não exista uma resposta rápida e fácil a essas
perguntas, lembra-te que Deus está a ensinar-nos a ser
185

vencedores. A nossa vida terrena é um campo de provas, um

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
lugar onde podemos colocar em prática os princípios do Reino e
conhecer em primeira mão o amor, poder e graça de Deus. Para
sermos vitoriosos, teremos que enfrentar batalhas. Não é à toa
que o Novo Testamento compara a vida cristã a uma corrida,
a uma luta, à vida militar. Devemos aprender como confiar e
depender de Deus quanto à Sua força e ajuda. Entre as grandes
consolações que temos está a esperança segura de que todas as
nossas lutas cessarão quando a nossa vida terrena cessar e nós
deixarmos este mundo para entrar na presença do Senhor.

As Disciplinas Da Santificação

Objetivo 5:
Identificar as disciplinas vitais para se tornar mais parecido com Jesus.

Nesta secção, vamos olhar para três disciplinas bíblicas que


todos nós devemos desenvolver para progredir na santificação.
Estas disciplinas são ferramentas que Deus usa para fazer a Sua
obra na nossa vida. Elas são muito gerais, e provavelmente vais
pensar noutras disciplinas que serão úteis para ti pessoalmente.
No entanto, a menos que faças dessas disciplinas bíblicas uma
parte da tua vida diária, é improvável que vás sobreviver por
muito tempo ou sejas feliz como um membro da família de
Deus.

A Disciplina Da Palavra
Jesus venceu o diabo e as suas tentações com a Palavra de
Deus. Ele não fez guerra contra o inimigo com a lógica ou o
raciocínio humano, nem fechou os olhos e esperou que o diabo
desaparecesse. Ele falou a Palavra oficial de Deus e silenciou o
diabo. Usas tu a Palavra de Deus como tua defesa? Somos rápidos
para olhar para a Bíblia para sermos direcionados, mas tardios
para a falarmos contra a nossa carne e contra o diabo.
Paulo nos instrui: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus,
186

para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do Diabo;”


Ponto de Partida

Efésios 6:11). Na lista de Paulo da armadura do crente, apenas


uma arma ofensiva é identificada, “a espada do Espírito, que é a
Palavra de Deus” (Efésios 6:17). Como Jesus e Paulo, devemos
disciplinar-nos para combater o inimigo com a Palavra de Deus,
e não com a nossa sabedoria.
Existem duas maneiras de usar a Palavra de Deus para o
desenvolvimento da semelhança de Cristo. Primeiro, temos que
estudar e aprender os seus princípios morais. Não subestimes o
poder de saber o que Deus espera. É incrível quanto o pecado
pode ser evitado, simplesmente por conhecer as diretrizes básicas
de Deus para a vida. Aqui estão algumas sugestões sobre como
fazer isso.
• Começa aprendendo os Dez Mandamentos (Êxodo 20:1-
17). Estes mandamentos formam a base para a lei moral de Deus
embutida em toda a Bíblia.
• Estuda as bem-aventuranças (Mateus 5-7), que representam
o ensinamento de Jesus sobre como os Seus seguidores deverão
viver. Jesus advertiu que ignorar os Seus ensinamentos é o
desastre da côrte!
• Familiariza-te com o fruto do Espírito em Gálatas 5:22-23.
• Estuda o livro de Provérbios. O Provérbio é curto, fácil de
lembrar nas suas declarações que comunicam a sabedoria divina.
Vais aprender a amá-los e a encontrar bons conselhos sobre uma
ampla gama de assuntos. Põe como teu objectivo ler um capítulo
de Provérbios por dia. Uma vez que existem 31 capítulos no livro
de Provérbios, é fácil ler o livro de Provérbios uma vez por mês.
O Espírito Santo em ti será fiel para lembrar-te dos
princípios que aprendes a partir das Escrituras. Ele também te
dará poder para viver de acordo com os caminhos de Deus.
A segunda maneira de usar a Palavra de Deus para o
desenvolvimento da semelhança com Cristo é citá-la quando está
sob ataque. Se não tivermos cuidado, podemos cair na mesma
armadilha que Eva caíu (cf. Gn 3), na tentativa de manter uma
187

conversa com o inimigo, explicando e defendendo o nosso

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
ponto de vista. Esta estratégia não vai funcionar, porque o
diabo é capaz de nos burlar e enganar. Disciplina-te para usar a
espada do Espírito contra o inimigo quando sentes a tua carne
a levantar-se e pedindo-te para pensares, dizeres ou fazeres algo
pecaminoso. Podes ser constrangido a fazê-lo em primeiro lugar,
especialmente se ouvires os outros, mas citar a Escritura é muito
eficaz para resistir à carne e ao diabo.
Tem em mente que citar a Palavra de Deus não é como
usar uma fórmula mágica para tirar um coelho da cartola.
Muitas falsas religiões têm expressões ou encantamentos que,
se pronunciados, devem trazer alívio, sucesso ou boa sorte. No
entanto, essas atividades não têm ligação nem têm relação pessoal
com o Deus Único e Verdadeiro. Apenas um cristão nascido de
novo tem a autoridade dada por Deus, para citar a Palavra de
Deus e ter a certeza dos resultados. O ato de usar a Palavra é
inteiramente baseado em estar num relacionamento correto com
o Senhor. Além disso, simplesmente abrir a boca e pronunciar
a palavra não é suficiente. A fé em Deus é vital. O inimigo não
pode permanecer contra um filho de Deus conduzido pela fé e
cheio do Espírito Santo, que cita a Palavra de Deus.

A disciplina da oração
Jesus era um homem de oração, e todos os heróis da fé,
foram fiéis em buscar a face de Deus. A oração é uma poderosa
disciplina que irá funcionar somente quando praticada. Jesus
nos garante que quando pedirmos, receberemos; quando
procurarmos, vamos encontrar, e quando batermos, vai ser aberto
para nós. Disciplina-te a orar com frequência. Ora a Palavra de
Deus contra o inimigo da tua alma. Lê os escritos do apóstolo
Paulo e vais encontrar ali muito incentivo para a oração.

A Disciplina dos Bons Relacionamentos


Deus chama-nos para estabelecermos relacionamentos
com pessoas que têm a mesma mente, a mesma fé e o
188

mesmo compromisso. Nós também somos chamados a


Ponto de Partida

evitar relacionamentos que nos aprisionem em situações


comprometedoras. Muitos cristãos anteriormente piedosos
e devotos se perderam por causa de sua recusa em romper
relacionamentos destrutivos. Como cristão, tu és parte da família
de Deus, a igreja, que inclui muitas pessoas de várias origens.
O denominador comum é o nosso compromisso com Jesus
Cristo. Procura formar grandes e sólidas amizades com pessoas
espiritualmente saudáveis que são bons exemplos. Estes são os
tipos de pessoas que estarão genuinamente preocupados sobre
como tu estás a ir espiritualmente e em outras áreas da tua
vida. Eles vão orar por ti e manter-te-ão uma pessoa que inspira
confiança.
Podes perguntar: “Mas o que acontece com os meus amigos
que não são salvos? Como é que eles vão conhecer a respeito de
Cristo se eu cortar relações com eles?” Deus não te está a pedir
para cortar todo o contato com os não-cristãos; Sim, Deus espera
que os teus amigos mais próximos e mais importantes venham
a ser crentes como tu. A verdade é que quando tu te aproximas
de Cristo e te tornas mais semelhante a Ele, alguns dos teus
amigos do mundo antigo, provavelmente, vão cortar relações
contigo! Eles não vão achar-te-te mais divertido, porque tu não
encontras prazer no comportamento pecaminoso. Lembra-te, o
teu testemunho verbal às necessidades dos que não salvos deve
ser apoiado por um exemplo igualmente poderoso de uma vida
piedosa.

A Dependência Da Santificação

Objetivo 6:
Apontar o papel do Espírito Santo na nossa santificação.

A santificação não é simplesmente a luta e trabalho fora


dos esforços humanos. É também uma obra do Espírito Santo.
O Espírito Santo começa, desenvolve e completa o processo
189

de santificação nas nossas vidas. É Ele que nos convence e nos

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
purifica de nossos pecados. Ele habita dentro de nós como
residência permanente de Deus e continuamente nos transforma
na imagem de Jesus Cristo. Ele trabalha através das disciplinas
bíblicas mencionadas na secção anterior.
Ouve o que Paulo diz sobre a obra do Espírito Santo:
“porque se viverdes segundo a carne, haveis de morrer; mas,
se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.”
(Romanos 8:13). Com a ajuda do Espírito podemos morrer para
as obras da carne, porque aquele que está em nós é maior do que
aquele que está no mundo (1 João 4:4).

Dando Lugar Ao Espírito


Devemos diariamente dar lugar à morada do Espírito de
Deus. A nossa luta é entre a nossa carne e o Espírito Santo que
habita em nós. Ele é capaz de nos dar a vitória contra todos os
obstáculos da santificação. O pecado não precisa ter domínio nas
nossas vidas. Fomos capacitados pelo Espírito Santo para viver
acima das garras e fortalezas do pecado.
Esta é uma grande esperança para nós! Esta vida de
santificação e tornar-se mais como Jesus, é o propósito divino
de Deus para cada crente. Devemos ter a certeza de que “ aquele
que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo
Jesus,” (Filipenses 1:6). Deus é fiel para olhar por nós, através de
nossa jornada com Ele. Ele não nos abandona. Ele é o fornecedor
da nossa força, paz, esperança e perdão.

Purificação Diária Disponível


Enquanto Jesus se preparava para lavar os pés dos discípulos,
Pedro opôs-se-Lhe, não querendo que Cristo lhe lavasse os
seus pés. Jesus respondeu com as seguintes palavras: “Se eu
não te lavar, não terás parte comigo” (João 13:8). Pedro ficou
profundamente convencido e convidou Cristo para lhe lavar
não só os pés, mas também as mãos e a cabeça. Jesus, então,
compartilhou estas palavras de grande verdade: “ Aquele que se
190

banhou não necessita de lavar senão os pés, pois no mais está


Ponto de Partida

todo limpo;” (João 13:10).


Como discípulos de Jesus, não precisamos voltar para
o tanque de lavagem da conversão inicial, mas precisamos
desesperadamente da bacia de purificação. Os nossos pés ficam
sujos enquanto caminhamos o caminho da vida, e as nossas mãos
ficam sujas de lidar com o mundo. Quando falhamos, vamos ser
rápidos a arrepender-nos e a invocar o nome de Deus. João nos
lembra: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para
nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1 João
1:9). O Espírito Santo é mais ativo e fundamental em nossas
vidas do que imaginamos. Ele é o nosso Consolador e O que nos
capacita. Tira um tempo para comunhão com Ele todos os dias.

Conclusão
Um membro da igreja passou pelo novo sítio da construção
da igreja para ver o andamento da construção. Um pedreiro
chamou-lhe a atenção pelo modo como cuidadosamente e
persistentemente trabalhava numa pedra que parecia estranha.
Ele perguntou ao pedreiro: “O que é que você está a fazer?”
Apontando para o topo do edifício, o pedreiro respondeu:
“Eu estou a lascar a última pedra para encaixar no caminho
até lá.” De maneira semelhante, Deus está desbastando-nos
aqui em baixo para ajustar-nos ao Seu reino. Este é o trabalho
da santificação, e um dia ele vai ficar completo, quando
a santificação vai dar lugar à glorificação. Aproveita o teu
maravilhoso caminho de santificação.

Textos-Chave Para A Memorização


Romanos 8:13 1 Coríntios 6:11 2 Coríntios 7:1
Gálatas 5:17 Efésios 6:11 Colossenses 3:5, 10,
1 Tessalonicenses 4:1-3 1 Tessalonicenses 5:23-24
1 Pedro 1: 13-16
191

AUTO TESTE

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
Depois de estudares a lição, lê cada pergunta de estudo
cuidadosamente e circula a resposta correta. Há apenas uma
resposta correta para cada pergunta.
1. A santificação é definida como
a) Um ato de separação daquilo que é mau e que nos separa
de Deus.
b) O pronunciamento de Deus dos pecadores como justos.
c) O processo de transmissão de uma nova vida.

2. Qual é o propósito de Deus para a santificação?


a) Ensinar-nos a não pecar
b) Desenvolver a Sua santidade nas nossas vidas
c) Para libertar-nos judicialmente de toda a condenação

3. No processo da nossa santificação, Deus


a) Lança para longe as nossas atitudes impróprias.
b) Nos abandona, porque Ele não pode tolerar o pecado.
c) Gosta da nossa dor e sofrimento.

4. Quando é que, muitas vezes, nós crescemos para nos


tornarmos semelhantes a Cristo?
a) Enquanto apreciamos o cume da montanha das
experiências da vida
b) Durante as várias provações com que nos deparamos
c) Quando trabalhamos mais para sermos boas pessoas

5. Aqueles que comprometem as suas vidas à obra da


santificação são dedicados a ser
a) Imitadores de Deus, fingindo cuidar das coisas de Deus.
b) Polícias de Deus, metendo-se nos assuntos dos outros.
c) Aqueles que agradam a Deus, apaixonado pelas coisas de
Deus.

6. As maiores coisas contra o que temos de guerrear para nos


tornarmos mais semelhantes a Jesus virão:
a) Da nossa família.
b) Da nossa carne. c) Da sorte.
192

7. Quem quer que diga que a santificação vai ser fácil não
Ponto de Partida

entende
a) A necessidade da responsabilização pessoal e das disciplinas
espirituais.
b) As expectativas colocadas sobre ti pela liderança da igreja.
c) O desafio de responder a estas perguntas da santificação.

8. A disciplina espiritual sempre inclui


a) a membrazia da igreja e o ministério das crianças.
b) A doação dos nossos dízimos e guardar a lei.
c) Deixar a velha natureza e revestir-se da natureza de Cristo.

9. O ingrediente-chave e capacitação para nos tornarmos mais


semelhante a Jesus são:
a) Espírito de determinação e coragem dentro de nós.
b) O incentivo e a edificação dados pelos outros.
c) O trabalho transformador do Espírito Santo hatitando
em nós.

10. Que analogia é que o escritor usa para descrever a obra de


Deus e o propósito da santificação nas nossas vidas?
a) Deus está a polir-nos aqui para brilharmos para
Ele lá em cima.
b) Deus está a lascar-nos aqui para nos encaixar
em Seu reino.
c) Deus está a equipar-nos aqui para sermos
recompensados lá.
193

RESPOSTAS PARA O AUTO TESTE

To r n a n d o - s e m a i s S e m e l h a n t e a J e s u s : S a n t i f i c a ç ã o
Se respondeste incorrectamente a alguma pergunta do Auto
Teste podes encontrar o objetivo de foi tirada olhando para a
referência entre parênteses.
1. a (10.1)
2. b (10.1)
3. a (10.2)
4. b (10,2)
5. c (10.3)
6. b (10.4)
7. a (10.5)
8. c (10.5)
9. c (10.6)
10. b (10.6)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


James Clark tem servido como pastor da Assembleia de Deus
do Calvário DeMotte, Indiana, a partir de 1985 até ao presente.
Ele também serviu como pastor de Jovens e da Musica desde
1981-1985 em Illinois e Indiana. Ele é casado e tem seis filhos.
194

Lição 11
Ponto de Partida

Como Lidar Com A Tentação


Tanto no Antigo como no Novo Testamento, lemos que a
tentação do pecado estará sempre por perto. Por isso, o apóstolo
Paulo exorta em 1 Coríntios 16:13: “Vigiai, estai firmes na
fé, portai-vos varonilmente, sede fortes.” Mais tarde, no Novo
Testamento, o apóstolo Pedro escreve: “ Sede sóbrios, vigiai. O
vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão,
e procurando a quem possa tragar;” (1 Pedro 5:8). O diabo tem
esquemas para enganar-nos e desviar-nos das bênçãos de Deus
(Jeremias 29:11).
A boa notícia é que, como cristãos, não estamos à mercê
do diabo. Deus quer que estejamos conscientes das táticas do
inimigo (ver 2 Coríntios 2:11). Portanto, Deus nos deu a Sua
armadura. Paulo instrui: “ Revesti-vos de toda a armadura de
Deus, para poderdes permanecer firmes contra as ciladas do
Diabo” (Efésios 6:11). A armadura é totalmente descrita como
“o cinto da verdade”, a “couraça da justiça”, “o evangelho da
paz” “calçado para os nossos pés “, o escudo da fé”, “o capacete
da salvação”, a “espada do Espírito “que é a Palavra de Deus e a
oração (Efésios 6:14-18).

ESBOÇO DA LIÇÃO
O que é tentação?
Áreas comuns da Tentação
A tentação de Jesus
Como resistir à tentação
A lei da semeadura e da colheita

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Quando completares esta lição, deverás ser capaz de:
1: Definir a tentação.
195

2: Identificar as áreas comuns da tentação.

C o m o L i d a r C o m A Te n t a ç ã o
3: Voltar a contar sobre a tentação de Jesus no deserto.
4: Explicar como resistir à tentação.
5: Discutir a lei da semeadura e da colheita.

O Que É Tentação?

Objetivo 1:
Definir tentação.

A tentação pode ser descrita geralmente como uma


inclinação para fazer o mal, para desfrutar de um prazer
proibido, para cumprir um desejo que é contrário à vontade de
Deus, mesmo para retornar aos pecados que nos escravizaram
antes do encontro com Cristo. Antes de nascermos de novo, era
natural para nós a ceder à tentação, pois éramos pecadores. Paulo
escreve que estávamos mortos espiritualmente.
“Ele vos vivificou, estando vós mortos nos vossos delitos
e pecados, nos quais outrora andastes, segundo o curso
deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar,
do espírito que agora opera nos filhos de desobediência,
entre os quais todos nós também antes andávamos nos
desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne
e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da
ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico
em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos
amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos
vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),
(Efésios 2:1–5)
Ser cristão não nos isenta da tentação. Muitas vezes passamos
por épocas de grande crescimento em que alcançamos sabedoria,
conhecimento e força espiritual. Mas cuidado que a tentação
ainda se esconde por perto. Se não tivermos cuidado, ela pode
apanhar-nos. Embora a tentação possa vir a qualquer momento,
196

estamos mais vulneráveis a ela quando estamos cansados,


Ponto de Partida

sozinhos, ou entrarmos nalgum conflito. A tentação pode


levantar sua cabeça feia, mesmo quando estamos envolvidos
no ministério. Porque estamos numa batalha constante, Paulo
adverte: “ Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, sede
fortes.” (1 Coríntios 16:13).
Enfrentar a tentação não é o mesmo que cair em pecado.
A tentação é a experiência que temos antes de realmente
nos envolvermos em pecado. Deus não nos responsabiliza
por enfrentar a tentação, a menos que voluntariamente nos
coloquemos em situações que podem comprometer a nossa
integridade. Embora, certamente, possamos evitar algumas
tentações, não podemos fugir de todas. Mesmo o nosso Senhor
e Salvador Jesus a enfrentou de cabeça erguida quando viveu na
Terra. Hebreus 4:15 diz: “Porque não temos um sumo sacerdote
que não possa compadecer- se das nossas fraquezas; porém um
que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.”
Tu, como todos os cristãos ao longo dos tempos, terás que
fazer escolhas importantes e colocar Deus em primeiro lugar
em todas as áreas da tua vida. Jesus abordou isto no Sermão da
Montanha: “ Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há
de odiar a um e amar o outro” (Mateus 6:24).

Áreas Comuns Da Tentação

Objetivo 2:
Identificar as áreas comuns de tentação.

A Bíblia diz-nos que existem três principais áreas de tentação:


a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos ea soberba
da vida. O apóstolo João escreve: “Porque tudo que há no
mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos
e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo” (1 João 2:16
JFA). Vamos falar sobre estas três áreas de tentação.
197

Concupiscência Da Carne

C o m o L i d a r C o m A Te n t a ç ã o
Neste caso, a carne se refere ao corpo físico e aos seus
apetites. É a nossa carne que nos permite saber que estamos com
fome, com sede, ou cansados. A nossa carne é também afetada
pela nossa natureza pecaminosa e pode almejar gratificação
em áreas que estão fora dos limites para os cristãos. Estas áreas
incluem prazer sexual imoral, pornografia, embriaguez, gula,
festas, drogas e assim por diante.
Nem mesmo o apóstolo Paulo, um homem de inflexível
integridade e pureza, tinha confiança na sua própria carne. Ele
escreveu em Romanos 7:18: “ Porque eu sei que em mim, isto é,
na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer o
bem está em mim, mas o efetuá-lo não está.” Jesus nos advertiu
que a nossa carne é fraca quando se trata de tentações. Mateus
26:41 regista: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação. O
espírito está pronto, mas a carne é fraca.”
Vais achar às vezes que há uma batalha entre os desejos de tua
carne e do teu espírito; o desejo de agradar a Deus. O teu espírito
é tua parte invisível que está em relação com Deus. Os desejos do
teu corpo precisam sujeitar-se ao teu espírito, assim como o teu
espírito deve submeter-se ao controle do Espírito Santo de Deus.
Em Gálatas capítulo cinco, Paulo fornece duas listas, “os
atos da natureza pecaminosa” e “o fruto do Espírito.” Não há
nada nos atos da natureza pecaminosa que devamos desejar,
porque essas coisas vão alienar-nos da presença de Deus.
Tais comportamentos são “imoralidade sexual, impureza,
libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, discórdia, ciúmes, ira,
egoísmo, dissensões, facções e inveja, bebedeiras, orgias” (Gálatas
5:19-21).
Agora, o comportamento honroso do fruto do Espírito é:
“amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão e domínio próprio” (Gálatas 5:22-23). O
nosso objetivo deve ser sempre o viver no Espírito.
198

A Concupiscência Dos Olhos


Ponto de Partida

A concupiscência dos olhos refere-se ao nosso desejo


insaciável de adquirir coisas. Talvez tu também sintas essa
necessidade. Ceder à concupiscência dos olhos pode levar-nos
a comprar compulsivamente, a roubar, à dívida, a métodos
inescrupulosos de ganhar dinheiro, e outros problemas graves.
Além disso, ter tudo nunca satisfaz. Só Deus pode tornar uma
pessoa realizada.
Vejamos alguns exemplos bíblicos de pessoas que cederam à
concupiscência dos olhos. Primeiro encontramos a narrativa de
Eva que tomou o fruto proibido no Jardim do Éden. Deus tinha
dado tanto a Adão e Eva, mas tinha retido uma coisa deles, o
fruto de uma árvore no meio do jardim. Foi um teste simples,
é claro, para ver se os primeiros seres humanos honravam
e obedeciam a Deus. Mas, houve um dia em que o diabo a
convenceu de que Deus estava a ser injusto em reter o fruto
dela, Eva desejou e cobiçou o fruto da árvore proibida. Ela “viu
que o fruto da árvore era bom para comer e agradável aos olhos”
(Gênesis 3:6). Eva ouviu a serpente e cedeu à concupiscência dos
olhos. Ela comeu do fruto, deu ao seu marido que estava com
ela, e ele comeu também (Gênesis 3:1-19). Assim, um ato de
desobediência abriu a porta para outros atos de depravação. Ele
mudou para sempre a natureza da humanidade, criando uma
brecha no relacionamento entre Deus e a mesma.
Em segundo lugar, no livro de Josué enconta-se a história
trágica de Acan, que cedeu à concupiscência dos olhos. Na
conquista de Canaã, Deus havia prometido ir com o seu povo,
Israel, e dar-lhe uma grande vitória para desalojar e expulsar
os cananeus, que eram idólatras e corruptos. Quando Josué e
os exércitos de Israel foram contra a primeira cidade de Canaã;
Jericó, Deus os havia advertido a não tomar qualquer saque. A
cidade de Jericó era para ser um memorial do poder de Deus.
Deves-te lembrar que o próprio Deus fez as famosas muralhas
cair até aos alicerces, sem qualquer armamento humano (Josué
6:20). Os montes de pedras que tinham sido anteriormente
199

as paredes inexpugnáveis da cidade estavam aí para servir de

C o m o L i d a r C o m A Te n t a ç ã o
testemunho para todos os que passassem que o Deus de Israel era
grande e poderoso.
No entanto, no decorrer da tomada de Jericó, um guerreiro
israelita chamado Acan saqueou uma capa de seda, cinco quilos
de prata, e mais de um quilo de ouro e os enterrou na sua tenda.
Porque Acã cedeu à concupiscência dos olhos e desobedeceu
ao mandamento sagrado de Deus para não tomar do despojo,
Deus retirou a Sua bênção dos israelitas quando próximamente
envolvidos com a pequena cidade de Ai (Josué 7). Nesta próxima
batalha, um número de soldados israelitas perderam as suas vidas
em combate, e Acã e toda a sua família pereceram.
Portanto, é fundamental tomar cuidado com a
concupiscência dos olhos. Deus não é contra desfrutares das
coisas agradáveis, mas considera se o objeto do teu desejo é
necessário, adequado, saudável e agradável a Deus. Além disso,
considera se é o momento certo para adquiri-lo.

Soberba da vida
A soberba da vida é uma suposição arrogante de que
podemos realizar coisas sem a ajuda de Deus ou sem obedecer
aos Seus mandamentos. No mundo grego antigo, algumas
centenas de anos antes de Cristo, as pessoas acreditavam que os
deuses viviam no monte Olimpo e eram governados por Zeus.
Os gregos inventaram uma complexa, embora terrivelmente
equivocada, mitologia sobre os seus deuses, com histórias de
família e histórias surpreendentes. Parece que os seus deuses
não eram completamente bons ou todo-poderosos, na verdade,
antigas histórias gregas, ocasionalmente, retratam pessoas que
eram capazes de enganar os deuses. Esta era uma tentativa de
demonstrar a inteligência, capacidade e suficiência dos seres
humanos.
Em contraste com os antigos gregos, os judeus acreditavam
que o homem foi criado à imagem de Deus e que Deus era a
autoridade suprema. Os Seus caminhos e pensamentos eram
200

maiores do que as formas humanas de pensamento. Ele era capaz


Ponto de Partida

de realizar grandes feitos que o homem não podia, e Ele era


eterno e infinito. Lê todo o Antigo Testamento, e vais ver como
os antigos profetas hebreus constantemente apontavam essas
verdades.
No nosso mundo de hoje, muitas pessoas arrogantemente
assumem que não precisam de Deus. Eles acreditam que eles são
capazes de cuidar de si mesmos. Mas Provérbios 16:18 adverte:
“O orgulho vem antes da destruição, e o espírito altivo, antes da
queda.” O nosso inimigo, o diabo, se destaca como um excelente
exemplo da ameaça do orgulho. Ele foi criado para servir como
um anjo glorioso perto do trono de Deus. Ele, aparentemente,
guardava a presença de Deus. Muitos estudiosos acreditam que
Isaías regista a escolha de Lúcifer para colocar-se acima de Deus:
“ E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas
de Deus exaltarei o meu trono; e no monte da congregação me
assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das alturas
das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo.” (Isaías 14:13-14).
Lúcifer caiu em pecado através do orgulho e perdeu o seu
lugar no céu. O seu futuro destino no lago de fogo foi selado
para a eternidade. Apocalipse 20:10 prediz: “ e o Diabo, que os
enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a
besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados
pelos séculos dos séculos. “Infelizmente, o mesmo destino
aguarda a todos os que sucumbirem à soberba da vida e não
se arrependerem. Se tentarmos colocar- nos acima de Deus,
vamos cair na mesma armadilha que Lúcifer e um terço dos seres
angélicos que o seguiram.

A tentação de Jesus

Objetivo 3:
Voltar a contar a tentação de Jesus no deserto.

Como afirmámos anteriormente, a Bíblia nos diz que Jesus


201

foi tentado em todos os sentidos. Isso não quer dizer que Ele

C o m o L i d a r C o m A Te n t a ç ã o
lidou com questões modernas específicos, tais como pornografia
da Internet, filmes pornográficos, e roubo de identidade de
cartão de crédito, porque tais coisas não existiam naquela época.
No entanto, Jesus, sendo totalmente humano, lidou com as
tentações comuns a todas as pessoas. Portanto, Ele sabe o que
nós passamos quando tentados. No entanto, Ele nunca sucumbiu
à tentação. Ele permaneceu sem pecado.
A Escritura oferece inúmeros exemplos de pessoas que foram
bem sucedidas em vencer a tentação, mas a figura preeminente
de resistir a tentação é a de Jesus no deserto. Esta tentação
ocorreu no início do Seu ministério, logo após ter sido batizado
por João Batista no Rio Jordão. Satanás veio para tentar Jesus.
Dedica alguns minutos agora para ler Mateus 4:1-11. Nesta
passagem, vemos que o Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto
para um jejum de quarenta dias. Depois, o diabo chegou e
tentou Jesus em todas as três áreas que discutimos anteriormente,
a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida. Em cada área da tentação, Jesus venceu o diabo
usando a Palavra de Deus.
A primeira tentação de Satanás queria levar a Cristo a
transformar pedras em pão. Tinha em mente que Jesus estava
faminto depois de ter passado tantos dias sem comer. A ideia do
pão era, provavelmente, muito atraente para a sua carne, mas
qualquer pedido de Satanás deve ser ignorado. Esta tentação cai
sob a categoria da concupiscência da carne. Ao lidar com essa
tentação, Jesus citou Deuteronómio 8:3: “ Sim, ele te humilhou,
e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu
nem teus pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem
não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor,
disso vive o homem. “Mais tarde, Jesus disse aos seus discípulos:”
A minha comida “, é fazer a vontade d’Aquele que me enviou, e
realizar a sua obra “ (João 4: 34).
Na tentação seguinte, Satanás se atreveu a dizer a Jesus para
se lançar abaixo do ponto mais alto do templo em Jerusalém e
202

deixar que os anjos de Deus O salvassem da morte. Ao realizar


Ponto de Partida

essa façanha, Jesus poderia conseguir a atenção imediata do


público e a fama como o Messias. O problema é que esse ato
seria vistoso, dramático, e despropositado. Satanás esperava,
talvez, que Jesus iria vê-lo como um atalho para a popularidade,
evitando as dificuldades que viriam ao seu caminho ao longo
dos próximos três anos. Mas Jesus sabia que o melhor era
seguir o plano e o cronograma do pai. Assim, o Senhor citou
Deuteronómio 6:16: “Não tentarás o Senhor teu Deus, como
em Massá.” Esta tentação se enquadra na categoria de soberba
da vida, pois procurava levar Jesus a mostrar o Seu poder de uma
forma que não glorificava a Deus o Pai.
A terceira e última tentação no deserto cai na categoria da
concupiscência dos olhos. O diabo leva Jesus a uma montanha e
mostra-lhe o esplendor dos reinos do mundo. Satanás oferece a
Jesus tudo o que uma pessoa ambiciosa poderia querer−riquezas,
conforto, influência e poder. Satanás sabia que Jesus estava
destinado a ser o rei dos reis e Governador do mundo, mas só
depois de muito sofrimento. Assim, ele oferece a Jesus um atalho
para se tornar o rei. Há um problema, no entanto. O diabo
quer que Jesus se curve diante dele e o adore. Jesus repreende
o inimigo de vez, citando Deuteronómio 6:13: “ Temerás ao
Senhor teu Deus e o servirás, e pelo seu nome jurarás” Em cada
uma das três tentações, Jesus cita a Palavra de Deus no Antigo
Testamento, e resiste às investidas do inimigo.

Como Resistir À Tentação

Objetivo 4:
Explicar como resistir à tentação.

Usa a Palavra de Deus


Na seção anterior, aprendemos que Jesus venceu cada
uma das tentações de Satanás usando a Palavra de Deus. Esta
abordagem para lidar com a tentação é fundamental para nós,
203

também. Temos acesso às Escrituras e podemos usá-las em nossas

C o m o L i d a r C o m A Te n t a ç ã o
batalhas com a tentação. As Escrituras contêm mandamentos
divinos, promessas, verdades e princípios que podemos
memorizar e usar para colocar a nossa carne em conformidade
com a vontade de Deus. Também podemos usar a Escritura se
estamos debaixo dum ataque demoníaco. O inimigo fugirá por
fim enquanto nós permanecermos diligentemente na Palavra de
Deus.
Jesus facilmente poderia ter feito com que o diabo batesse
em retirada com uma ordem breve, mas Ele optou em lidar com
Satanás usando uma tática disponivel para todos nós – fazendo
referência à Escritura. Esta é uma das razões porque é sábio
decorar porções da Bíblia a fim de que tenhas uma defesa pronta
no dia da dificuldade.

Olha Para A Forma De Escape


Sob a inspiração do Espírito Santo, Paulo escreveu, “Não vos
sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o
qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir,
antes com a tentação dará também o meio de saída, para que
a possais suportar.” (1 Coríntios 10:13). Deus sempre pode
providenciar um modo de escape.
Os modernos jactos de guerra têm uma forma de escape para
o piloto que conclui que é muito perigoso permanecer dentro
da nave. O piloto está sentado numa cadeira ejetável que, numa
emergência, é projetado para fora da nave por um motor tipo
roquete. Uma vez livre da nave, a cadeira ejetável dispara um
para-quedas e desce seguramente para a terra. Muitos milhares de
pilotos têm sido salvos usando este meio de escape. Contudo, é
preciso notar que o “passeio” não é muito confortável! O piloto
que se ejeta experimenta uma tremenda tensão enquanto as
foras G (Forças da gravidade) pucham o seu corpo. Apesar deste
desconforto é bem melhor do que cenário de colisão e incêndio.
Quando enfrentares a tentação, olha sempre para a saída.
A válvula de escape de Deus para ti pode ser mudar de assunto
204

numa conversa de ímpios, deixar o espaço onde as pessoas


Ponto de Partida

podem estar assistindo a algo impróprio na televisão, sair com


os amigos piedosos ao invés de com um grupo de pessoas que
estão tramando fazer o mal, cancelar a tua assinatura da TV por
cabo ou por satélite, ou de certas revistas, ou simplesmente dizer
“Não!” quando confrontado com a tentação. Sempre tens uma
escolha! Fazer a coisa certa pode não ser confortável, pode até
mesmo, temporariamente, ser desagradável. No entanto, isso é
melhor do que colidir espiritualmente e moralmente.

Foge da tentação
Há momentos em que devemos enfrentar as tentações de
cabeça, e há outros momentos em que precisamos nos retirar
fisicamente da sedução. Paulo aconselha a Timóteo: “ Foge
também das paixões da mocidade, e segue a justiça, a fé, o
amor, a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.”
(2 Timóteo 2:22). Pensa no que significa fugir. Os animais
fogem dos predadores que desejam comê-los. Pessoas fogem
dos desastres naturais e outros tipos de perigo. Aquele que foge
não se preocupa com sua reputação ou prestígio. Ele ou ela não
se preocupa em ser chamado de covarde. Fugir é uma resposta
adequada a certos tipos de perigo. Não se sinta constrangido a
fugir duma forte tentação.
Em Génesis temos o relato de José. Os seus irmãos mais
velhos venderam-no como escravo, e ele acabou por ir servir
a Potifar, um poderoso oficial no Egito. José demonstrou
integridade e dedicação em tudo que ele fazia, então Potifar
promoveu-o à posição mais alta que um servo poderia ter. José
passou a gerir a casa de Potifar. As coisas estão a ir muito bem
para José quando a mulher, sem escrúpulos, de Potifar tenta
seduzir José. Mas José resiste aos seus avanços.
A esposa de Potifar tenta dia após dia seduzi-lo para ir para
a cama com ela, mas ele a rejeita continuamente. Nenhum deles
desistia facilmente, a mulher tentou, então, enredar José quando
estavam apenas ela e ele em casa. Desta vez, José foge da cena e
205

deixa a casa. Seu comportamento honra a Deus mas enfurece a

C o m o L i d a r C o m A Te n t a ç ã o
esposa de Potifar. Como vingança, ela acusa falsamente José de
tentativa de estupro, e José vai preso. Mas Deus nunca esqueceu
o que José fez, e no devido tempo, José é libertado da prisão e é
promovido à segunda posição mais alta em todo o Egito (Génesis
39-41).
O sucesso de Joé demonstra que tu não deves envergonhar-
te de fugir da tentação. Deste modo, usa a ideia porque,
provavelmente tu terás de fugir da tentação muitas vezes na tua
vida.

Mantém A Tua Mente Focada


A mente humana é uma parte incrível de quem nós
somos e o que somos. É mais do que o órgão físico, aquilo a
que chamamos nosso cérebro. A mente inclui a consciência,
memória, pensamento lógico e os desejos. Sabias que podes
treinar a tua mente, assim como podes treinar o teu corpo,
fisicamente? Os atletas aprendem a focar a sua formação nas
partes dos seus corpos que estejam sob alta demanda. Eles
trabalham para construir a memória muscular e a força,
enquanto procuram aumentar a resistência.
A mente pode ser ensinada a se concentrar nas coisas que
agradam a Deus. É preciso trabalho diligente para educar e
treinar a mente para se concentrar nas coisas divinas, mas
as recompensas são grandes. O apóstolo Paulo escreveu
em Filipenses 4:8: “ Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é
verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o
que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se
há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Quando
concentrares o teu pensamento corretamente, a tua mente
vai sofrer transformação e renovação. Muitas tentações que
costumam atormentar-te vão desaparecer.
206

Ora
Ponto de Partida

Quando os discípulos de Jesus Lhe pediram para ensiná-


los a orar, Ele deu-lhes um modelo de oração (veja-se Mateus
6:9-13 e Lucas 11:2-4). Nesta oração, Jesus inclui uma petição
muito importante: “E não nos deixeis cair em tentação, mas
livra-nos do mal” (Mateus 6:13). Esta petição não implica que
Deus é a fonte da tentação. Em vez disso, o pedido é para Deus
guiar aquele que ora para longe da tentação. Ora a Deus quando
enfrentares a tentação e pede a Sua atenção imediata. Deus
realmente quer que sejas vitorioso sobre qualquer coisa que possa
prejudicar-te espiritualmente e levar-te ao erro.

Confia Na Orientação E Força Do Espírito Santo


Ninguém nos pode forçar a pecar, nem ninguém nos pode
obrigar a fazer as escolhas certas. Temos o livre-arbítrio. No
entanto, Deus nos deu o Seu Espírito para nos guiar em toda a
verdade. Se seguirmos a Sua liderança, vamos evitar as armadilhas
do mundo e do inimigo. Se tivermos o desejo de permanecer
puros, o Espírito também irá providenciar a força sobrenatural
para nos ajudar a resistir à tentação.
O apóstolo Paulo adverte: “Não vos embriagueis com vinho,
que leva à libertinagem. Em vez disso, enchei-vos do Espírito”
(Efésios 5:18). Estamos a ser constantemente cheios com o
Espírito Santo e por Ele guiados. Essencialmente, da mesma
forma que estar embriagado com vinho leva a libertinagem ou
mau comportamento, estar cheio do Espírito leva a uma vida
digna. Assim, através do poder do Espírito Santo, somos capazes
de negar a nossa velha natureza. Quanto mais nos aproximamos
de Deus, mais vamos desejar obedecê-Lhe e mais sensíveis
podemos tornar-nos à tentação.
207

A Lei Da Semeadura E Da Colheita

C o m o L i d a r C o m A Te n t a ç ã o
Objetivo 5:
Discutir a lei da semeadura e da colheita.

Já deves ter ouvido falar da lei espiritual de semear e colher.


É muito semelhante à lei natural da semeadura e da colheita.
Quando os agricultores semeiam as sementes da planta, eles o
fazem com a expectativa de desfrutar da ceifa ou colheita. Além
disso, quando semeia sementes de milho, eles não vão colher
tomates, eles colhem milho. Eles colhem o que plantam!
Em Gálatas 6:7-8, Paulo diz aos Gálatas: “Não vos enganeis;
Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear,
isso também ceifará. Porque quem semeia na sua carne, da carne
ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito
ceifará a vida eterna.”
Antes de seres cristão, semeaste sementes ruins, produzindo
estas, constantemente, tentação. Quais foram os resultados?
Meteste-te em problemas, as pessoas se voltaram contra
ti, experimentaste o vazio, a culpa e a tristeza, e estavas
espiritualmente perdido. Ao vires a Cristo foi quebrado esse
ciclo. Deus perdoou os teus pecados e te deu uma nova vida.
Agora, és capaz de semear a boa semente, pensar e fazer as coisas
que agradam a Deus. O resultado ou a colheita é alegria, paz,
bons relacionamentos, e a vida eterna.
É imperativo que, como cristão reflitas sobre a lei da
semeadura e da colheita, especialmente quando és tentado.
Se continuares a semear semente ruim, não vais evitar as
consequências, inevitavelmente, perturbadoras e dolorosas.
Deixa-me ilustrar isso, apontando uma das grandes tragédias
nas Escrituras; o pecado do rei David com Bate-Seba (veja-se 2
Samuel 11). Tem em mente que David era o herói de Israel. Até
este ponto, ele tinha levado uma vida virtuosa. Ele lutou com
coragem no campo de batalha, ele conduziu o povo na adoração,
e o favor de Deus repousou sobre ele.
208

A narrativa começa com o Rei David em Jerusalém, no


Ponto de Partida

terraço da sua casa com vista sobre a cidade. Era de noite, para
que ele pudesse ver em algumas casas onde as lamparinas estavam
acesas. Era primavera, a época do ano em que os reis antigos
geralmente partiam para a guerra. Na verdade, o exército israelita
estava envolvido em batalha contra os amonitas. Por alguma
razão, David tinha ficado para trás.
Do seu observatório sobre o palácio, David percebeu uma
linda mulher tomando banho, e ele a cobiçou. A esta altura,
David já tinha inúmeras mulheres e concubinas, de modo que
ele poderia ter fugido do terraço para o conforto de uma de suas
esposas ou membros de seu harém. Em vez disso, David buscou
esta linda mulher, e soube que ela era casada e se chamava Bate-
Seba. Ele mandou-a buscar, e envolveu-se em relações sexuais
com ela, e mando-a de volta para sua casa. Mas ela engravidou! A
escolha pecaminosa de David desencadeou uma série de eventos
que finalmente o levaram a cometer assassinato para encobrir os
seus atos.
Embora David, naturalmente, se tivesse arrependido do seu
pecado e tenha sido perdoado, abriu a porta para tragédias na
sua vida. Ele havia semeado os pecados da luxúria, adultério e
assassinato e colheu tristeza inimaginável. A Bíblia nos diz o
seguinte:
• O bebé nascido de Bate-Seba morreu.
• Um dos filhos de Davi, Amnon, seguiu o exemplo de
comportamento imoral do seu pai, e ele estuprou sua meia-irmã,
Tamar. Em retaliação, outro filho de Davi, Absalão, assassinou o
estuprador. Como resultado, Absalão se afastou do seu pai com
amargura.
• Mais tarde, Absalão tentou um golpe de estado para roubar
o reino de seu pai. Isso também terminou em morte, por essa
causa, Absalão foi finalmente capturado e executado por Joabe, o
comandante militar de David.
A lição a ser aprendida dessa série horrível de tragédias é que
209

precisamos, para ser vitoriosos sobre a tentação, evitar o pecado a

C o m o L i d a r C o m A Te n t a ç ã o
todo custo. Nós sempre colhemos o que semeamos.

Conclusão
Precisamos entender o que é a tentação e reconhecer as áreas
comuns, onde ela vai atacar-nos. O uso da palavra, por parte de
Jesus, para resistir à tentação de Jesus é um exemplo importante
para todos os cristãos. Uma vez que Deus revelou em Sua Palavra
inúmeras estratégias para vencer a tentação, devemos aprender e
usá-las.

AUTO TESTE

Depois de estudares a lição, lê cada pergunta de estudo


cuidadosamente e circula a resposta correta. Há apenas uma
resposta correta para cada pergunta.
1. A tentação vem
a) Somente às pessoas que são fracas.
b) Somente às pessoas que não vão à igreja.
c) A todas as pessoas.

2. Deus é
a) A fonte de toda a tentação.
b) Apenas espera que nós cedamos à tentação.
c) Nunca é a fonte da tentação.

3. Primeira de Pedro 5:8 identifica o nosso inimigo como


a) O diabo.
b) Aqueles que não gostam de nós.
c) Os líderes dos cultos.

4. Segundo as Escrituras, as três principais áreas de tentação são


a) O álcool, as drogas e o tabaco
b) A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida
c) O dinheiro, o sexo e a Internet.
210

5. O objetivo da tentação é
Ponto de Partida

a) Afastar-nos das bênçãos de Deus.


b) Mostrar como somos fracos.
c) Mostrar o quão forte ele somos.

6. Jesus contrariou as tentações de Satanás


a) Fechando os olhos.
b) Fugindo.
c) Citando e aplicando as Escrituras apropriadas.

7. Ceder à concupiscência da carne é geralmente


a) Ceder a nossa natureza pecaminosa.
b) Estar com fome.
c) Estar cansado.

8. A fuga prática da tentação na vida piedosa é


a) Nunca sair da nossa casa.
b) Transferir uma conversa de ímpios para um tópico
saudável.
c) Ceder à tentação.

9. A verdade das experiências de Jesus na terra é que


a) Jesus foi tentado no começo do Seu ministério.
b) Jesus cedeu à tentação do inimigo.
c) Jesus nunca foi tentado.

10. Ceder à tentação pode levar


a) À nossa própria queda da graça.
b) À destruição da nossa família.
c) Todas as acima mencionadas.
211

RESPOSTAS PARA O AUTO TESTE

C o m o L i d a r C o m A Te n t a ç ã o
Nota: Se respondeste a uma pergunta de estudo
incorretamente, podes encontrar o objetivo de onde foi retirada
olhando a referência entre parênteses.
1. c (11.1)
2. c (11.4)
3. a (11.1)
4. b (11.2)
5. a (11.1)
6. c (11.3)
7. a (11.2)
8. b (11.4)
9. a (11.3)
10. c (11.5)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


Don McGarvey serviu na equipa pastoral da Primeira
Assembleia de Deus em Cedar Rapids, Iowa, por 17 anos,
supervisionando o ministério cristão de Educação, missões, e a
Escola de Ministério Cedar Rapids. Antes de Cedar Rapids, Don
serviu na equipa da Primeira Assembleia de Deus em Rockford,
Illinois, e foi o Consultor elementar para o Departamento
Nacional da Escola Dominical das Assembleias de Deus, nos
EUA. Don e sua esposa, Kris, estão casados há 19 anos e têm
dois filhos, David e Sean.
212

Li ç ã o 12
Ponto de Partida

O Fruto do Espírito
O dicionário Webster define fruto como “o efeito ou
consequência de uma ação ou operação.” Isso se encaixa bem
no ensino das Escrituras sobre o fruto do Espírito. O fruto do
Espírito se desenvolve como resultado direto da Sua ação nas
nossas vidas como cristãos. Na verdade, o processo começa
no momento em que alguém aceita a Cristo como Senhor e
Salvador.
O apóstolo Paulo escreve: “As obras da carne são manifestas:
imoralidade sexual, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria,
ódio, discórdia, ciúmes, ira, egoísmo, dissensões, facções e
inveja, bebedeiras, orgias, e coisas semelhantes... Mas o fruto
do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio “ (Gálatas
5:19-23). Paulo faz uma distinção única entre as obras da carne
e o fruto do Espírito. As obras da carne fluem da nossa natureza
humana pecaminosa, mas o fruto do Espírito é o resultado da
atividade do Espírito em nós. Dar o fruto adequado é impossível
sem o Espírito Santo, Embora também tenhamos um papel a
desempenhar no processo. Precisamos de, bom grado, cooperar e
responder ao que o Espírito Santo está a fazer em nós.

ESBOÇO DA LIÇÃO
O Papel da Salvação em dar frutos
Uma Vida Equilibrada
Os Nove Frutos Do Espírito

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Quando completares esta lição, deverás ser capaz de:
1: Apontar os pré-requisitos para dar frutos.
213

2: Explicar a necessidade tanto do fruto como dos dons do

O Fruto do Espírito
Espírito.
3: Descrever os nove frutos do Espírito.

O Papel Da Salvação No Dar Fruto

Objetivo 1:
Apontar os pré-requisitos para dar frutos.

Nascer de novo
Para que haja fruto, tem de haver vida. Devemos
experimentar a salvação pela fé em Cristo antes que possamos dar
frutos. Esta salvação é muitas vezes referida como a regeneração,
ou a “experiência do novo nascimento.” Um verdadeiro crente e
seguidor de Cristo é capacitado pelo Espírito Santo, a produzir
bons frutos. Mateus regista estas palavras de Jesus: “Assim,
toda árvore boa produz bons frutos, porém a árvore má produz
frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem
uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz
bom fruto é cortada e lançada no fogo.” (Mateus 7:17-19). A
regeneração é um pré-requisito para dar bons frutos.

Permanecer em Cristo
Um segundo pré-requisito para produzir fruto é a união
permanente com Cristo pelo Espírito. João regista as palavras
de Jesus: “Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece
em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada
podeis fazer. Quem não permanece em mim é lançado fora,
como a vara, e seca; tais varas são recolhidas, lançadas no fogo
e queimadas. Eu sou a videira, vós sois os ramos.” (João 15:5-
6). Observa que Jesus é a videira, e nós somos os Seus ramos.
Temos que permanecer na videira para crescer e dar fruto. As
pessoas que não continuam com o seu compromisso com Cristo
e permanecem em comunhão íntima com Ele, não podem
produzir frutos espirituais agradáveeis a Deus. Se arrancares uma
214

planta do chão, não vais esperar que ela floresça. Da mesma


Ponto de Partida

forma, quando não estamos arraigados e alicerçados num


relacionamento com Cristo, não vamos dar fruto.

Viver no Espírito
Um terceiro pré-requisito para ser frutífero deve ser um
desejo de viver no Espírito. Paulo diz em Gálatas 5:16: “ Digo,
porém: Andai pelo Espírito, e não haveis de cumprir a cobiça
da carne.” Viver no Espírito é por vezes referido como andar
no Espírito, e indica alguém que cede à direção do Espírito e
à Sua orientação. Ser guiado pelo Espírito implica a entrega à
autoridade e orientação do Espírito Santo. Considera esta breve
ilustração: Quando viajas para um país estrangeiro, é muito mais
fácil quando tens um guia experiente. O guia conhece a geografia
e a cultura da terra e pode fazer uma visita a um novo lugar mais
interessante e agradável. Assim é para o crente. Quando somos
levados pelo Espírito de Deus, a nossa jornada na terra torna-se
muito mais agradável e produtiva.

Semeadura e colheita
Um pré-requisito final para a frutificação é o reconhecimento
da lei da semeadura e da colheita. Paulo escreve: “ Não vos
enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o
homem semear, isso também ceifará. Porque quem semeia na
sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no
Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna” (Gálatas 6:7-8).
Precisamos nos perguntar que tipo de coisas queremos colher nas
nossas vidas. Se queremos o tipo certo de colheita, precisamos
semear corretamente. Nós semearmos a boa semente, fazendo o
que o Senhor pede de nós.
Nas suas epístolas ou cartas, o apóstolo Paulo identifica uma
série de atributos humanos negativos. Ele lhes chama as obras da
carne ou os atos da natureza pecaminosa. Algumas dessas obras
são prostituição, impureza, sensualidade, porfias, ciúmes, iras,
bebedices, glutonarias e outras coisas semelhantes a estas. Estes
215

são os resultados de uma sementeira indevida. Sabendo que Deus

O Fruto do Espírito
quer produzir bons frutos em nós, temos a responsabilidade
de semear adequadamente para que, com a ajuda do Espírito
ceifemos uma boa colheita.

A Vida Equilibrada

Objetivo 2:
Explicar a necessidade de tanto o fruto como os dons do Espírito.

Os dons do Espírito são mencionados em 1 Coríntios 12:8-


10: a palavra da sabedoria, a palavra do conhecimento, o dom
da fé, dons de cura, poderes miraculosos, profecia, discernir os
espíritos, línguas e interpretação de línguas. Como filhos de
Deus, habitados pelo Espírito Santo, podemos experimentar
pessoalmente os dons do Espírito. No entanto, devido à
natureza, muitas vezes emocionante dessas manifestações
espirituais, algumas pessoas se concentram mais nos dons do que
no fruto do Espírito.
Embora reconhecendo a importância dos dons, não
percamos de vista o significado do fruto do Espírito. Há nove
frutos do Espírito mencionados em Gálatas 5, e nove dons do
Espírito mencionados em 1 Coríntios 12. Ambos são divinos e
sobrenaturais. Uma boa maneira de entender a diferença entre
os dois é lembrar que o fruto destina-se a desenvolver o caráter
de Cristo nas nossas vidas. Os dons são predominantemente
focalizados no exterior, para ministrar ao corpo de Cristo e
aos outros. O fruto leva tempo para crescer, os dons são dados
imediatamente.
As pessoas que exercitam os dons espirituais têm, ainda,
maior necessidade de mostrar o fruto do Espírito. Os dons
espirituais não medem a profundidade espiritual e o caráter do
crente. Na verdade, o crente que manifesta os dons do Espírito,
sem muita evidência do fruto espiritual pode desonrar tanto o
seu próprio testemunho como o de Cristo. Essa inconsistência
deve ser evitada a todo o custo!
216

Claramente, Deus dá grande valor ao fruto do Espírito.


Ponto de Partida

É a influência tranquila de uma vida cristã, em vez do poder,


aparentemente explosivo, dos dons que realmente validam o
relacionamento de uma pessoa com o Senhor. A condição ideal é
quando os frutos e dons se manifestam harmoniosamente na vida
do crente.
Os cristãos são uma obra em progresso. O crescimento em
todas as áreas das nossas vidas é contínuo e progressivo. Além
disso, quando falamos do fruto do Espírito, crescendo na nossa
vida, devemos lembrar duas verdades simples: o crente deve
cooperar com o Espírito Santo, e os frutos produzem a mudança
visível.

Cooperar com o Espírito Santo


O Senhor não vai forçar o desenvolvimento do fruto
espiritual nas nossas vidas. Só Ele pode produzir os frutos, mas
tu deves ceder.Lhe. Portanto, devemos evitar fazer o que Lhe
desagrada e O entristece. Se queremos ver o crescimento do fruto
espiritual, temos que fazer um esforço para manter fora de nós
as ervas daninhas ou atos da natureza pecaminosa e estarmos
ligados à videira, a fonte da vida.

O Fruto produz mudança visível


Embora o desenvolvimento do fruto esteja em curso e,
talvez, não tão rápido como tu desejas, as mudanças serão
perceptíveis. As pessoas vão ver o fruto do Espírito na tua vida
e se vão surpreender. Isto traz glória a Deus! Enquanto ainda
não és o produto final da obra de Deus, tu também não és o que
costumavas ser. Deus se agrada quando vê progresso genuíno,
por isso não desanimes quando o fruto parece estar a crescer
muito lentamente. Lembra-te que Deus não vê o que costumavas
ser, Ele vê no que te vais tornar.
217

Os Nove Frutos Do Espírito

O Fruto do Espírito
Objetivo 3:
Descrever os nove frutos do Espírito.

Paulo escreve em Gálatas 5:22: “ Mas o fruto do Espírito é: o


amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade,
a fidelidade.”. Vejamos cada um desses frutos nove do Espírito.

Amor
O Amor produzido pelo Espírito Santo é diferente daquele
que é produzido pelo ser humano, o amor natural. Esse fruto
do Espírito vai além do amor natural na medida em que produz
amor para com os nossos inimigos. Quando amamos os nossos
inimigos, não, meramente nos colocamos ao seu lado, mas somos
motivados a fazer-lhes o bem. Jesus ensinou: “ Ouvistes que
foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo. Eu,
porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos
perseguem” (Mateus 5:43-44). Este é o tipo de amor que Jesus
mostrou quando Ele estava na cruz e clamou: “Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34). E este é o amor
que Jesus quer produzir em cada um de nós.
O amor nascido do Espírito é sacrificial e não falha. É na
área do sacrifício que o amor natural mais se assemelha ao fruto
espiritual do amor. Quando o amor natural é forte, uma pessoa
pode estar disposta a sacrificar-se pelo que ela ama, até mesmo ao
ponto de morrer. Isto é o que Deus fez por nós. Paulo escreve: “
Mas Deus dá prova do seu amor para connosco, em que, quando
éramos ainda pecadores, Cristo morreu por nós. “ (Romanos
5:8). Assim, o amor que vem do Espírito é sacrificial e nunca se
desvanece.

Alegria
O Espírito deseja produzir alegria nas nossas vidas. Na
verdade, a alegria deve ser o traço dominante em cada crente.
218

Muitos versículos da Bíblia falam de alegria. Jesus disse: “Estas


Ponto de Partida

coisas vos tenho dito, para que o meu gozo permaneça em


vós, e o vosso gozo seja completo. “ (João 15:11). O salmista
escreve também, “eu vestirei os seus sacerdotes de salvação, e os
seus santos sempre cantarão de alegria “(Salmo 132:16). Isaías
continua: “E os resgatados do Senhor voltarão. E virão a Sião
com júbilo, e alegria eterna coroará suas cabeças “ (Isaías 35:10).
Então, “na tua presença há plenitude de alegria” (Salmo 16:11
NVI).
Há uma grande diferença entre alegria natural e a felicidade
e alegria espirituais. A alegria natural é geralmente baseada
em circunstâncias. Quando as coisas vão bem, ou as pessoas
experimentam coisas boas, elas sentem alegria. No entanto,
o fruto da alegria produzida pelo Espírito de Deus não exige
circunstâncias confortáveis. Por exemplo, quando Paulo e Silas
estavam na prisão de Filipos, eles decidiram cantar louvores a
Deus à meia-noite, embora eles estivessem em grande dor física
(veja Atos 16:25). A sua atitude diante da perseguição mostrou a
alegria do Espírito.

Paz
A paz Deus é trazida aos nossos corações como um fruto
do Espírito de Deus que habita em nós. A sua fonte é a obra
expiatória de Cristo na cruz. Paulo escreve: “Justificados, pois,
pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo,
“ (Romanos 5:1). Quando nascemos de novo, a primeira coisa
que experimentámos foi a paz de Deus.
O fruto da paz enche os nossos corações de modo
que mesmo em tempos de grande turbulência ainda o
experimentamos. Quão diferente é o fruto da paz da serenidade
natural que mesmo as pessoas que não foram salvas sentem de
vez em quando! Como o fruto da alegria, e o fruto da paz não
dependem das circunstâncias! A paz de Deus excede todo o
entendimento (Filipenses 4:7).
219

Paciência

O Fruto do Espírito
Às vezes a paciência é descrita como “longanimidade.”
Deus é paciente e longânimo com a humanidade em geral e até
mesmo com os Seus verdadeiros seguidores. Ele é tardio em Se
irar, compassivo e misericordioso. Lê como Deus Se descreve em
Êxodo 34:6-7: “E ele passou na frente de Moisés, proclamando: ‘
Jeová, Jeová, Deus misericordioso e compassivo, tardio em irar-se
e grande em beneficência e verdade; que usa de beneficência com
milhares; que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado; que
de maneira alguma terá por inocente o culpado.” Certamente, a
paciência é um dos atributos mais notáveis de Deus. O apóstolo
Pedro escreve: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda
que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco,
não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a
arrepender-se.” (2 Pedro 3:9).
Como cristãos, temos o fruto da paciência. A jornada da
vida é longa, mas não podemos desanimar. Embora tenhamos
desejo de estar com Cristo e escapar das provações deste
mundo, temos de ser pacientes. Considera o desejo de Paulo
aos Colossenses. Ele orou para que eles fossem “corroborados
com toda a fortaleza, segundo o poder da sua glória, para toda
a perseverança e longanimidade com gozo; dando graças ao Pai
que vos fez idóneos para participar da herança dos santos na luz,
(Colossenses 1:11-12).
A paciência é essencial nas nossas relações com as pessoas,
tanto cristãos como não-cristãos. As pessoas vão decepcionar-
nos e falhar connosco. Enganar-nos-ão e vão ser lentos para
mudar. Mas, assim como Deus é paciente conosco, devemos ser
pacientes com os outros. Nenhum crente pode dar-se ao luxo de
ignorar este fruto do Espírito, se ele quer tornar-se um servo de
Deus.

Benignidade
Quando pensas em benignidade, o que te vem à mente?
Paulo nos diz que a benignidade de Deus leva as pessoas ao
220

arrependimento (Romanos 2:4). A Escritura nos ordena que


Ponto de Partida

sejamos benevolentes na nossa vida espiritual e nas nossas


relações com os outros. Pedro escreve: “E por isso mesmo vós,
empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e
à virtude a ciência, e à ciência o domínio próprio, e ao domínio
próprio a perseverança, e à perseverança a piedade, e à piedade
a fraternidade, e à fraternidade o amor.” (2 Pedro 1:5-7). Paulo
aconselha em Colossenses: “Portanto, como eleitos de Deus,
santos e amados, revesti-vos de. . . bondade “ (Colossenses
3:12). Em Efésios 4:32, Paulo escreve uma vez mais, “Antes sede
benevolentes uns para com os outros, compassivos, perdoando-
vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.”
Nota, neste verso, que uma das formas de mostrar benevolência é
perdoar os outros quando nos têm enganado.
Vemos um grande exemplo de benevolência no relato do
Antigo Testamento de José e seus irmãos. Depois de ter sido
vendido como escravo pelos mais velhos e experientes, com
muitos outros acontecimentos traumáticos, José poderia ter
sido muito cruel para com eles. Mas escolheu, antes, mostrar-
lhes benevolência. Génesis regista “, mas José disse-lhes [a seus
irmãos]: ‘ Respondeu-lhes José: Não temais; acaso estou eu em
lugar de Deus? Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim;
Deus, porém, o intentou para o bem, para fazer o que se vê
neste dia, isto é, conservar muita gente com vida. Agora, pois,
não temais; eu vos sustentarei, a vós e a vossos filhinhos. Assim
ele os consolou, e lhes falou ao coração.” (Génesis 50:19-21).
A cada um de nós, como cristãos, Deus nos tem demonstrado
benevolência ao salvar-nos, o mínimo que podemos fazer agora é
proceder do mesmo modo para com os outros.

Bondade
A vida de bondade é uma forte evidência de que uma
transformação espiritual e moral está ocorrendo numa pessoa.
Jesus disse: “O homem bom tira coisas boas do seu bom tesouro”
(Mateus 12:35). Mais tarde, Paulo escreveu à igreja de Colossos,
221

“ para que possais andar de maneira digna do Senhor, agradando-

O Fruto do Espírito
lhe em tudo, frutificando em toda boa obra,” (Colossenses 1:10).
Nunca penses que Deus não está preocupado com as boas
obras. A Bíblia nos ensina que não somos salvos por causa das
boas obras, no entanto, as boas obras devem ser evidentes em
nós, uma vez que nascemos de novo. Paulo escreve em Efésios
2:10 que foram “criados em Cristo Jesus para as boas obras.” Nós
somos a Sua obra. Deus nos salvou para que possamos servi-Lo
na pessoa dos outros. Lê o que Tim LaHaye (1993) escreveu:
em: “Temperamento controlado pelo Espírito”, sobre o fruto da
bondade.
Muitos cristãos enganaram-se a si mesmos quanto à
bênção do impulso inspirado pelo Espírito Santo para
fazerem algo bom ou amável para outra pessoa por
não obedecerem a esse impulso. Em vez de trazerem
alegria para a vida de alguém por um ato de bondade,
a pessoa egocêntrica sufoca o impulso e afunda-se mais
no lamaçal do desânimo e tristeza. Uma coisa é ter bons
impulsos, é outra bem diferente é pô-los em prática em
atos de bondade.

A Fé
A fé genuína produz fidelidade. A fidelidade pode ser
vista na maneira como um crente conscientemente estuda a
Palavra de Deus, ora, adora e serve, dá, vive e leva a cabo as
responsabilidades. Ela afeta todas as áreas da vida. Paulo escreve:
“ Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada
um seja encontrado fiel.” (1 Coríntios 4:2).
A Fidelidade, como todos os outros frutos do Espírito, cresce.
Ela se desenvolve à medida que completamos responsabilidades
menores. Então, Deus nos confia tarefas maiores. Esta nova
vida que temos em Cristo é vivida a partir de uma posição de
confiança. É contraditório confiar em Deus para a eternidade,
mas quanto aos nossos relacionamentos e atividades diárias. Jesus
promete que, se formos “fieis, até à morte” Ele nos dará “a coroa
da vida” (Apocalipse 2:10).
222

Gentileza
Ponto de Partida

Gálatas 5:22, refere-se à gentileza como ter humildade


e mansidão. Embora, hoje, a gentileza nem sempre seja
vista como uma virtude, não deve ser vista como fraqueza.
Vejamos um exemplo do Antigo Testamento. Deus é o Pai
todo-poderoso, mas Ele lida cuidadosamente com o Seu
povo. O profeta Isaías escreveu sobre Deus: “ Como pastor ele
apascentará o seu rebanho; entre os seus braços recolherá os
cordeirinhos, e os levará no seu regaço; as que amamentam, ele
as guiará mansamente.” (Isaías 40:11). Note-se que os versos
imediatamente antes e depois deste texto falam do infinito poder
e sabedoria de Deus. Assim, embora suave e forte possam parecer
estar em grande contraste, na realidade gentileza é o poder sob o
controle do Espírito.
A gentileza também nos impede de infligir danos aos outros.
Às vezes, os cristãos mais velhos definem normas injustas
para com os novos cristãos, esquecendo-se de demonstrar
gentileza, enquanto os novos crentes estão a crescer em seu
relacionamento com Jesus Cristo. Assim como os pais geralmente
não repreendem os filhos que caem enquanto estão a dar os
primeiros passos, mas em vez disso, lidam com cuidado com eles
e incentivam-nos. Assim, também, os cristãos maduros devem ser
gentis com os recém-chegados à fé.

O Auto-controlo
O auto-controlo foi descrito como o termostato que controla
o funcionamento de todos os outros frutos do Espírito. O seu
aparecimento, por último, na lista do fruto espiritual não é
indício de falta de importância. A capacidade de te controlares
a ti mesmo é uma grande virtude cristã e uma marca segura
de crescimento. Todos nós conhecemos pessoas cujas vidas
são dominadas por hábitos e pecados perigosos, justamente
porque lhes falta auto-controle. Eles podem estar muito acima
do peso natural, por causa dos excessos, podem fumar ou beber
incessantemente; podem usar linguagem obscena, ou podem
223

encontrar-se dependentes de drogas prescritas ou ilegais.

O Fruto do Espírito
O fruto do espírito do auto-controle não é alcançado pelo
esforço humano, é, porém, o produto da ajuda do Espírito
e da Sua graça em nossas vidas. Devido a esta graça, mesmo
os não-cristãos podem demonstrar algum auto-controle. Por
exemplo, um atleta treina e disciplina o seu corpo para o jogo ou
acontecimento particular. Ele se abstém de comer alimentos que
irão dificultar as suas capacidades. Também pode forçar-se a levar
a cabo, apesar da dor ou fadiga extrema. No entanto, embora
louváveis, os esforços humanos de auto-controle têm limitações.
O fruto espiritual de auto-controle fornece uma dimensão
de controle que está além da capacidade natural. Voltemos à
questão de comer demais. Por muitos anos, os cristãos têm sido
incentivados a se abster de tabaco e álcool por causa do dano que
estes representam para os nossos corpos físicos. No entanto, nos
Estados Unidos, muitos dos que se abstêm de bebidas fortes ou
tabaco, comem quantidades excessivas de alimentos, a ponto de
se tornar gula. Há efeitos colaterais graves da forma continuada
dos excessos. Estes incluem a diabetes, pressão alta, a fadiga e a
falta de mobilidade física. Algumas pessoas não conseguem parar
de comer por sua iniciativa. Eles precisam da ajuda do Espírito
Santo, e do fruto do auto-controle. Tira um tempo agora para
pensar em áreas na tua própria vida, onde é necessário um maior
auto-controle. À medida que vais crescendo na graça, espera o
aumento do auto-controle.

Conclusão
O fruto do Espírito não é o resultado de esforços de auto-
aperfeiçoamento humano. Pelo contrário, é o resultado do
revestimento de uma nova vida espiritual. Há muitas pessoas
religiosas em nosso mundo que se esforçam para melhorar suas
vidas. Eles vão a uma igreja, templo ou mesquita. Eles dão
oferendas, oram e fazem boas ações. Isso, no entanto, não torna
suas vidas agradáveis a Deus. Para ser aceitável a Deus, temos
que experimentar o novo nascimento pela fé em Cristo. Este é o
224

desígnio de Deus, e isso nunca vai mudar. Só depois de termos


Ponto de Partida

entrado num relacionamento com Deus da forma que Ele quer,


Ele pode começar a trabalhar nas nossas vidas para produzir
as qualidades que Lhe agradam. Que tu possas dispensar
uma atenção especial ao teu relacionamento com Cristo e te
concentrares nas coisas que te trarão crescimento espiritual.

Lista de Referências
LaHaye, Tim. 1993. Temperamento Controlado pelo
Espírito. Wheaton, IL: Tyndale.

ESCRITURAS SUGERIDAS PARA MEMORIZAR


Gálatas 5:22-23
Gálatas 6:7-8
João 15:4
Gálatas 2:20
1 Coríntios 13:8
Salmo 16:11
Romanos 5:1
Mateus 12:35
1 Coríntios 4:2
Apocalipse 2:10
225

AUTO TESTE

O Fruto do Espírito
Depois de estudares a lição, lê cada pergunta de estudo
cuidadosamente e circula a resposta correta. Há apenas uma
resposta correta para cada questão.

1. O fruto do Espírito se desenvolve na vida de uma pessoa


a) Tudo por ele mesmo.
b) Por dificuldades e erros.
c) Como resultado da ação do Espírito.

2. Para dares fruto espiritual, deves


a) Estares filiado na igreja certa.
b) Seres um membro da família real.
c) Teres a experiência do novo nascimento.

3. A maior demonstração de espiritualidade surge quando


a) O fruto e os dons trabalham juntos.
b) Alguém frequenta a igreja todo o tempo.
c) Se ora com frequência.

4. Para o fruto do Espírito se desenvolver e para a nosso


personalidade amadurecer, devemos
a) Juntarmo-nos ao corpo duma igreja.
b) Permanecermos em companheirismo e comunhão com
Cristo.
c) Falar em línguas, conforme o Espírito conceder.

5. O crescimento na vida do crente é


a) Uma coisa do acaso.
b) Algo de que não temos controle
c) Contínuo e progressivo.

6. O amor de que Paulo fala em Gálatas 5:22 é


a) Romântico e fácil.
b) Só é possível através do Espírito Santo.
c) Emocional e temporário.
226

7. A longanimidade de Deus conduz


Ponto de Partida

a) À nossa indiferença.
b) A um colapso nervoso.
c) Ao arrependimento.

8. O fruto do Espírito não é o resultado de melhorar o caráter


natural, é o resultado de
a) Ser uma boa pessoa.
b) Uma nova vida espiritual vinda de cima.
c) Ler a Bíblia e orar todos os dias.

9. Uma das vantagens de teremos o fruto do Espírito é:


a) A liberdade para dizermos e fazermos o que quisermos,
sem consequências.
b) Ter Deus a impor a Sua vontade sobre nós.
c) Que o fruto produz mudança visível.

10. A lei da semeadura e da colheita ensina que:


a) O que se semeia colhe-se.
b) Devemos ser bons agricultores.
c) Os nossos pensamentos não afetam as nossas ações.
227

RESPOSTAS AO AUTO TESTE

O Fruto do Espírito
Nota: Se respondeste a uma pergunta de estudo
incorretamente podes encontrar o objetivo de onde foi tirada
olhando a referência entre parênteses.
1. c (12.1)
2. c (12,1)
3. a (12,2)
4. b (12,2)
5. c (12,2)
6. b (12,3)
7. c (12,3)
8. b (12,3)
9. c (12,2)
10. a (12,1)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


Terry Reiser esteve no ministério pastoral por mais de 30
anos. Atualmente pastoreia a Igreja da Comunidade da Fé em
Berlim, Wisconsin. É doutorado em Aconselhamento Cristão
em Terapia do Temperamento da Associação Nacional de
Conselheiros Cristãos.
228

Lição 13
Ponto de Partida

Vencer o Medo e a Ansiedade


Quando tu eras criança, que lugares, eventos, ou pessoas te
metiam mais medo? O que ainda te assusta como adulto? O que
é que fará do medo e da ansiedade emoções poderosas? O medo
é certamente uma das emoções humanas mais comuns, dado que
toda a gente tem medo de alguma coisa. As pessoas têm medo
das alturas, da escuridão, de espaços confinados, espaços abertos,
dos animais, e tantas outras coisas. O medo pode levar as pessoas
a fazerem coisas estranhas. Considera as seguintes situações
induzidas pelo medo:
• Joseph Stalin tinha tanto medo de ser assassinado que ele
tinha oito quartos de dormir diferentes em sua casa, todos eles
poderiam ser fechados como um cofre de banco. E ninguém
sabia em qual dos quartos ele iria dormir em qualquer noite (De
Jonge 1986, 450) (Grey 1979, 457). Coisas semelhantes foram
ditas de Muammar Kaddafi na Líbia e Saddam Hussein do
Iraque.
• Um soldado japonês na Segunda Guerra Mundial se
escondeu numa caverna na ilha de Guam, quando a área estava
sendo retomada pelas forças aliadas. Ele ficou lá 28 anos depois
do Japão se render e as hostilidades cessaram. Ele sobreviveu
comendo ratos, sapos, caracóis, nozes e mangas. O soldado
fez essas escolhas porque temia que, se ele se entregasse, seria
executado.
• Uma mulher que tinha acabado de voltar de uma viagem
do deserto pensou ter ouvido uma cascavel na sua bolsa durante
a noite. Ela jogou a bolsa para fora da janela e chamou a polícia.
Quando eles chegaram, eles também ouviram o zumbido
ameaçador e se aproximaram do saco com cautela, apenas para
descobrir que o barulho vinha de uma escova de dentes elétrica
sem fio.
• Um caminão aberto levando um caixão vazio parou para
229

dar uma boleia. Logo que o que pedira a boleia subiu para a

Vencer o Medo e a Ansiedade


parte de trás do caminão, a chuva começou a cair. Então ele
abriu o caixão, se arrastou para dentro, e adormeceu. Enquanto
isso, o motorista parou para dar mais duas boleias. Mais tarde,
o primeiro a pedir boleia acordou, abriu a tampa do caixão, e
disse: “Ei, já parou de chover?” Os outros dois homens ficaram
tão aterrorizados que pularam do caminhão em alta velocidade e
ficaram gravemente feridos.
Todos nós vivemos com medo, mas não temos de ficar
vinculados a ela. Em Isaías 41:10, Deus assegura ao Seu povo:
“ não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque
eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a
minha destra” O salmista David também proclamara:” Ainda que
eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum,
porque tu estás comigo, a tua vara e o teu cajado me consolam
“(Sl 23:4). Então, em 2 Timóteo 1:7 está a afirmação: “Deus
não nos deu um espírito de temor, mas um espírito de poder, de
amor e de auto-disciplina.”

ESBOÇO DA LIÇÃO
Medo e ansiedade
Medo saudável e medo doentio
Causas do medo e da ansiedade
O que a Bíblia diz sobre o medo
Passos para Superar a ansiedade

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Quando completares esta lição, deves ser capaz de:
1: Definir o medo e a ansiedade.
2: Diferenciar entre o medo saudável e o doentio.
3: Explicar por que é que as pessoas ficam com medo e
ansiosas.
4: Explicar o que a Bíblia diz sobre o medo.
5: Discutir os passos a tomar para superar a ansiedade.
230

Medo e Ansiedade
Ponto de Partida

Objetivo 1:
Definir o medo e a ansiedade.

Todos nós sabemos o que é sentir medo e ansiedade, mas


provavelmente há muito sobre o próprio medo que nós não
sabemos. Um primeiro passo importante é, então, ser capaz de
definir medo e ansiedade. A Bíblia usa palavras como medo,
terror,ansiedade, tremer, agitar e terramoto para descrever o
medo. Essencialmente, quando uma pessoa está experimentando
medo diz-se que está alarmada, nervosa que é covarde, está
apreensiva, preocupada, perturbada, assustada, horrorizada, e
ansiosa ou preocupada. Na maior parte desta lição, vamos usar as
palavras medo e ansiedade alternadamente.
Medos específicos são chamados de fobias, e há uma extensa
lista dessas fobias no nosso mundo hoje. A tabela abaixo inclui
apenas algumas fobias. Não te surpreendas se ainda não ouviste
falar de todas elas.
Além de fobias, o medo, também é descrito de acordo com
os seus graus relativos. Por exemplo, o medo pode ser sentido
com mais ou menos intensidade. Três desses graus de medo são
a desconfiança, paranóia e o terror. A desconfiança é o período
de aviso antes que o medo real comece. A desconfiança, por
vezes, é explicada como o sentimento interior de cautela, e
é geralmente focada na direção de uma pessoa ou objeto. A
desconfiança é falta de fé ou crença em algo questionável ou
desconhecido.
Paranóia é um termo usado para descrever a fixação no
medo, relacionado a uma falsa percepção de que se está a ser
perseguido. Esta percepção muitas vezes faz com que se mude
o comportamento normal de forma radical. E, após passado
um tempo, o comportamento do indivíduo pode tornar-se
extremamente compulsivo. Finalmente, o terror é descrito como
medo quando alguém está sobrecarregado com uma sensação
231

de perigo iminente, a ponto de fazer escolhas irracionais e

Vencer o Medo e a Ansiedade


demonstrar um comportamento não-típico.

Medo Saudável E Medo Doentio

Objetivo 2:
Diferenciar o medo saudável do doentio.

Existem formas saudáveis e não saudáveis do medo. Medo


saudável é uma resposta emocional estimulada por uma ameaça
ou problema reais. Geralmente, há uma boa razão para ter medo.
Medo saudável beneficia-nos por nos avisar do perigo e da dor.
Ele também nos ensina as consequências da desobediência e
nos ajuda a conhecer os nossos limites. O mais saudável medo
de todos é o temor de Deus. Provérbios 9:10 dizem que esse
medo “é o princípio da sabedoria.” Infelizmente, muitas pessoas,
inclusive cristãos, confundem o medo saudável de Deus,
com medo de Deus. Eles vêem Deus suspendendo-os sobre o

Acrofobia
Agorafobia
Aicmofobia
Ailurofobia
Aracnofobia
Astrafobia
Claustrofobia
Hidrofobia
Microfobia
Misofobia
Nictofobia
Fobofobia
Xenofobia
Zoofobia
232

abismo do inferno, pois eles temem que possam ter cometido


Ponto de Partida

o pecado imperdoável, assim eles temem o retorno de Cristo,


ou temem receber a marca da besta. Isso, no entanto, não é a
intenção de Deus em nosso relacionamento com Ele. Um temor
saudável de Deus não deve espalhar o terror nos nossos corações,
mas deve dar-nos sabedoria para tomar as melhores decisões
diariamente.
A dissimilaridade entre o medo saudável e o não saudável
também pode ser visto na diferença entre medo e ansiedade.
Embora até este ponto eu tenha usado os termos medo e
ansiedade como sinónimos, há uma distinção entre estes
dois. Como já foi dito, o medo saudável é uma resposta que é
estimulada por uma ameaça real ou problema. Ansiedade, por
outro lado, é o medo, sem uma causa adequada. Ansiedade não
tem um objeto específico, é mais um sentimento indefinido de
apreensão ou inquietação. Ansiedade gera preocupação. A palavra
preocupação vem de uma combinação de duas palavras que
significam “mente” e “divisão”. Assim, preocupação, literalmente,
significa “dividir a mente”.
John Haggai (2001) em seu livro, Como Vencer A
Preocupação, escreve
1. A preocupação divide os nossos sentimentos, e as nossas
emoções não têm estabilidade.
2. A preocupação divide a nossa compreensão − As nossas
convicções são superficiais e mutáveis.
3. A preocupação divide a nossa percepção − Nossas
observações estão com defeito e até mesmo falsas.
4. A preocupação divide o nosso julgamento – as decisões são
muitas vezes injustas.
5. A preocupação divide a nossa vontade, planos e
propósitos. Se não forem desfeitos por completo, não serão
preenchidos com persistência.
233

Causas De Medo E Ansiedade

Vencer o Medo e a Ansiedade


Objetivo 3:
Explicar por que as pessoas ficam com medo e ansiosas.

Seguem-se várias causas de medo e ansiedade. Elas irão


ajudar-te no teu desenvolvimento cristão e saúde mental se
estiveres ciente dessas causas.

Exaustão e solidão
As pessoas preocupam-se mais quando elas estão fisica,
mental e emocionalmente exaustas. Todas as reservas estão gastas,
e elas não são mais capazes de pensar racional ou objetivamente.
Esta vulnerabilidade, em seguida, torna-os mais suscetíveis ao
medo e ansiedade.
Além de cansaço, as pessoas também tendem a ficar mais
temerosos e ansiosos quando estão sozinhos do que quando
estão com pessoas que conhecem e em quem confiam. Os seres
humanos têm uma necessidade inerente quanto à comunhão,
com as outras pessoas. A falta de tal comunhão cria ansiedade.

A Perda De Controle
Todos nós tememos o que não podemos controlar, porque a
ameaça de perigo expõe a nossa incapacidade de preservar aquilo
que mais prezamos profundamente ou tem valor. Assim, as
pessoas ficam mais ansiosas quando sentem que estão a perder o
controle de uma situação.

A Inadequação E O Desconhecido
A inadequação pessoal aumenta o nosso medo do fracasso
e da rejeição. Às vezes as pessoas com medo ou ansiosas tentam
encobrir os seus sentimentos, agindo excessivamente confiantes,
ou se sentem ameaçados por qualquer um que questione suas
capacidades.
Então, muitas pessoas optam por viver uma vida segura,
234

onde nem o fracasso nem o sucesso são prováveis. Essas pessoas


Ponto de Partida

nunca correm riscos, nunca realizam qualquer serviço real, e


nunca fazem a diferença. O medo do fracasso paralisa-as.
Além disso, a maioria das pessoas sentem-se apreensivas sobre o
desconhecido ou não familiar. E, muitas vezes, a sua imaginação
hiperativa, ela mesmo evoca situações terríveis que podem não
existir mesmo.

Maquilagem Fisiológica E Emocional


Outras pessoas estão fisiologicamente e emocionalmente
“ligados” para serem mais cautelosas ou apreensivas por natureza.
Isso pode ser uma característica hereditária ou aprendida,
repassada a eles pelas gerações anteriores que se comportaram da
mesma maneira.

O Que A Bíblia Diz Sobre O Medo

Objetivo 4:
Indicar O Que A Bíblia Diz Sobre O Medo.

Lê Mateus 14:25-33 e seleciona as respostas que achas que


melhor respondem às seguintes perguntas.
1. Tu estavas no barco com os discípulos durante a tempestade,
como terias reagido se tivesses visto alguém a andar sobre as águas?
a. Eu não teria acreditado no que os meus olhos viam.
b. Eu teria fechado os olhos e esperado que as coisas
voltassem ao normal.
e) Eu teria feito o que Pedro fez.
d. Eu provavelmente teria tido um ataque cardíaco.
e. Eu não tenho a menor ideia sobre como eu teria reagido.

2. Porque você acha que Pedro reagiu de forma tão diferente do


resto dos discípulos?
a. Ele gostava de correr riscos.
b. Ele tinha mais fé do que o resto dos discípulos.
c. Ele era o mais impulsivo de todos os discípulos.
235

d. Ele sempre precisava de estar um “furo acima” dos outros

Vencer o Medo e a Ansiedade


discípulos.
e. Ele tinha que ser um pouco louco.

3. Quando se trata de assumir riscos, como te descreverias a ti


mesmo?
a. Cauteloso: Eu não corro nenhum risco desnecessário.
b. Impulsivo: Eu estou sempre tentando coisas novas.
c. Cálculista: Eu meço todos os factos antes de me decidir.
d. Adiar: Eu adiaria a tomada de uma decisão, enquanto eu
pudesse.
e. Apreensivo: Estaria apavorado a maior parte do tempo.

4. Onde achas que Deus te está a convidar para “saires do


barco”
a) Agora?
b. No meu trabalho / carreira: assumir um novo desafio,
colocado numa promoção
c. Na minha família: estar disposto a ser mais aberto e
vulnerável com eles
d. Na minha caminhada espiritual: confiando -me totalmente
a Deus
e. No meu planeamento futuro: tentar algo que eu sempre
quis fazer
f. Na minha vida pessoal: enfrentar o desafio ao longo da vida

5. Como poderia Deus ajudar-te a lidar com os teus medos?


a. Não me empurrando para ser corajoso.
b. Dár-me um grande apoio.
c. Dando-me um empurrão.
d. Assegurar-me que é bom falhar.
e. Saindo do barco comigo.

6. Como poderiam os outros ajudar-te a lidar com o teu medo?


a. Deixarem-me sozinho a lidar com ele.
b. Incentivarem-me, mas não tentarem forçar-me.
c. Sendo um porto seguro para eu voltar.
d. Falarem-me através do processo do lado de fora.
e. Caminharem comigo através do processo.
236

Agora lê Filipenses 4:4-9, e usa as seguintes perguntas para te


Ponto de Partida

ajudar a pensar sobre da passagem.


1. O que Paulo queria dizer quando afirmou: “Alegrai-vos
sempre no Senhor?” O que poderia ajudar-te a te alegrares quando
estás diante de uma situação que te causa medo?

2. Às vezes deixas que a ansiedade evite de manteres a alegria na


bondade de Deus? O que poderias fazer para evitar isso?

3.Porque não te lembras que a ajuda do Senhor está perto


para venceres o medo e a ansiedade? Quais são algumas coisas que
poderias fazer para te lembrares da sua proximidade?

4. Porque não trazeres as tuas necessidades ao Senhor em oração


a fim de te manter sem estares ansioso ou com medo? Quais são os
elementos que deves incluir na tua oração, além de apresentares os
teus pedidos a Deus?

5. O que significa ter a paz de Deus guardando o teu coração e


mente? Quais as duas áreas da tua vida em que a paz de Deus opera?

6. Como mudar aquilo em que permites que a tua mente se


demore em ajudar-te a vencer a ansiedade? Quais as coisas mais
positivas em que podes concentrar-te quando estiveres a sentir-te
ansioso ou com medo?

7. O que é que aprendeste com esta passagem que poderia


ajudar-te a lidar com o medo e a ansiedade? Como irás colocar essas
verdades em prática na tua vida?

Os Passos Para Superar A Ansiedade

Objetivo 5:
Discutir passos a tomar para superar a ansiedade.

Nós não precisamos viver nossas vidas amarrados pelo


medo e pela ansiedade. Não somos vítimas indefesas das nossas
emoções. Há algumas coisas positivas que podemos fazer, com a
ajuda do Senhor, para vencer a ansiedade. Lidar com os nossos
medos geralmente envolve os cinco passos seguintes.
237

Enfrentar Os Teus Medos

Vencer o Medo e a Ansiedade


Lembras-te qual era a sensação de andar num lugar escuro?
O teu primeiro impulso era o de retroceder e correr na outra
direção. O que fazias quando pensavas que havia algo debaixo
da tua cama? Finalmente reuniste coragem para acender a luz e
olhares. Essa é a decisão que tens de tomar para venceres todos os
teus medos − enfrentá-los e permanecer no teu campo. Deus te
deu a capacidade de vencer os mesmos e trazer as tuas ansiedades
sob controle. Ele não te deu o espírito de temor, mas de fortaleza,
amor e uma mente sã (2 Timóteo 1:7). Fugir só aumenta a
sensação de pânico e torna as coisas piores. Será de ajuda se
poderes falar honestamente sobre os teus medos com alguém em
que confies. Quando falares sobre isso, os teus medos podem se
tornar menos avassaladores.

Expõe Os Teus Medos À Verdade


Muitos medos muitas vezes exageram as situações. Se estás
habitualmente com medo, vais ter que trabalhar mais para expor
os teus medos aos factos. Isto porque a tua auto-conversa tende
a auto-argumentar os factos. Mas se persistires em expor o teu
medo à verdade, o Senhor vai ajudar-te a minimizar os teus
medos. Mais uma vez, Ele também vai ajudar se puderes falar
sobre os teus medos com alguém. A perspectiva de outra pessoa
pode fazer com que vejamos a irracionalidade e a falta de lógica
do nosso pensar.

Confessa A Tua Fé, E Não Os Teus Medos


Às vezes falamos a nós mesmos num estado de pânico.
Quando estamos constantemente a pensar e a falar sobre os
nossos medos, damos poder a esses pensamentos e palavras. Ouve
a confissão de Jó sobre os efeitos do seu pensamento: “Porque
aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece.” (Jó
3:25). Portanto, deves aprender a verbalizar a tua fé e confiança
em Deus, e não as tuas dúvidas e medos. Adota uma abordagem
para a vida “como se” ao invés de “um quê se”. Isto é o que Jesus
238

nos incentiva a fazer: “ Por isso vos digo que tudo o que pedirdes
Ponto de Partida

em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis.” (Marcos 11:24).

Pratica A Presença Do Senhor


Um dos versículos mais poderosos para nos ajudar a
superar o medo é o Salmo 23:4: “. Ainda que eu andadasse
pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque
tu estás comigo” O salmista David sabia como praticar a
presença do Senhor, quando enfrentava situações assustadoras.
Podemos aprender a fazer o mesmo, colocando o poder de uma
imaginação ungida a trabalhar. A maioria das pessoas com medo
parecem ter uma imaginação muito ativa. Então porque não usar
essa imaginação para superar o medo? Quando Estás diante de
uma situação assustadora, imagina o Senhor Jesus, o Bom Pastor,
caminhando contigo nessa situação. Ouve-o dizer-te: “ e eis que
eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”
(Mateus 28:20).

Ouve a Palavra de Deus


O melhor recurso para vencer o medo é a Palavra de Deus. A
Palavra tem poder para fazer o que nenhum outro recurso pode.
Eis aqui alguns versículos que abordam o medo:
a. 2 Timóteo 1:7: “ Porque Deus não nos deu o espírito de
covardia, mas de poder, de amor e de moderação.”
b. 1 João 4:18, “ No amor não há medo antes o perfeito
amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem
tem medo não está aperfeiçoado no amor.”
c. João 14:27 “ Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não
vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração,
nem se atemorize”.
d. Isaías 41:10: “ não temas, porque eu sou contigo; não te
assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e
te sustento com a destra da minha justiça.”
239

Lista De Referências

Vencer o Medo e a Ansiedade


Jonge, Alex. 1986. Stalin e a formação da União Soviética. New
York: William Morrow.
Grey, Ian. 1979. Stalin. Garden City, NY: Doubleday.
Haggai, John. 2001. Como vencer a preocupação. Eugene, OR:
Harvest House Publishers.

AUTO TESTE

Depois de estudares a lição, lê cada pergunta de estudo


cuidadosamente e circula a resposta correta. Há apenas uma
resposta correta para cada pergunta.
1. Claustrofobia é o medo
a) Da água).
b) Das alturas.
c) Locais confinados.

2. A palavra preocupação vem de duas palavras que significam


a) “Antecipar” e “esperar.”
b) “Mente” e “divisão.”
c) “Plano” e “fracasso”.

3. Medo saudável é definido como


a) Uma resposta estimulada por uma ameaça real ou
problema.
b) O medo, na ausência de uma causa adequada.
c) O medo que não tem um objeto específico.

4. O mais saudável medo de todos é o medo


a) De coisas que são reais.
b) O medo do desconhecido.
c) Temor de Deus.

5. Qual não é uma razão pela qual algumas pessoas ficam com
medo?
a) Um conhecimento profundo da Palavra de Deus
240

b) Perda de controle
Ponto de Partida

c) Sentimento de inadequação

6. Ao andar sobre as águas, Pedro


a) Egoisticamente comprometeu a segurança dos outros
discípulos.
b) Foi motivado pelo orgulho.
c) Permitiu que sua fé superarasse o medo.

7. Quando estamos constantemente a pensar e a falar sobre os


nossos medos,
a) Damos poder adicionado a esses pensamentos e palavras.
b) Minimizamos o seu impacto nas nossas vidas.
c) Isso ajuda a construir a nossa fé em Deus.

8. Em Marcos 11:24, Jesus nos incentiva a


a) Acreditar que já recebemos o que pedimos em oração.
b) Continuar a orar até chegar o que pedimos.
c) Acreditar que podemos ter todas e quaisquer coisas que
pedirmos em oração.

9. O melhor recurso para vencer o medo é


a) As orações e apoio dos nossos amigos cristãos.
b) Lembrar as vitórias passadas sobre o medo.
c) A Palavra de Deus.

10. De acordo com 2 Timóteo 1:7, Deus não nos deu o


a) Espírito de medo.
b) A fé para acreditar.
c) Sabedoria para discernir.
241

RESPOSTAS PARA O AUTO TESTE

Vencer o Medo e a Ansiedade


Nota: Se respondeeste a uma pergunta de estudo
incorretamente, podes encontrar o objetivo de onde foi tirada
olhando a referência entre parênteses.
1. c (13.1)
2. b (13,2)
3. a (13,2)
4. c (13,2)
5. a (13,3)
6. c (13.4)
7. a (13,5)
8.a (13,5)
9. c (13,5)
10. a (13,1)

SOBRE O AUTOR DESTA LIÇÃO


Ron Held actualmente serve como Secretário Distrital para
as Assembleias de Deus de Wisconsin e Michigan do norte. Ele
foi o pastor sénior da Assembleia de Deus em Racine, Wisconsin,
de 1984 a 2005. Antes do pastorado, Ron foi o diretor do
Departamento Nacional de Escola Dominical das Assembleias de
Deus nos Estados Unidos.

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