EF M6 Folhas 2018 2019
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Apresentação
Neste módulo será introduzido o conceito de Amplificadores com Transístores Bipolares,
pretendendo-se fornecer uma perspetiva alargada do seu funcionamento. Este módulo tem
carácter teórico-prático, devendo decorrer, em parte, em instalações laboratoriais
proporcionando aos alunos a verificação e confirmação dos conceitos teóricos estudados
relativos às caraterísticas, princípio de funcionamento e montagens básicas dos transístores
bipolares.
Objetivos de aprendizagem
o Conhecer o funcionamento do transístor com sinais dinâmicos
o Conhecer o modelo equivalente do transístor em regime dinâmico
o Conhecer o significado das impedâncias de entrada e saída
o Adaptação de impedâncias
o Compreender e realizar "andares amplificadores com transístores" típicos
Âmbito de conteúdos
o Amplificação de sinais
o Modelo dinâmico do transístor
o Modelo P e T do transístor
o Noção de impedância e ganho
o Impedâncias de entrada e saída
o Ganhos de corrente e tensão
o Análise em regime dinâmico das diferentes configurações (BC, EC, CC), com
várias técnicas de polarização (fixa, divisor de tensão e emissor)
o Amplificadores em cascata
o Noções de banda passante e frequência de corte de um amplificador
o Amplificadores de potência
1. AMPLIFICAÇÃO NO DOMÍNIO AC
Foi demonstrado no módulo anterior que o transístor pode ser empregue como um dispositivo
amplificador. Isto é, o sinal de saída senoidal é maior que o sinal de entrada, ou, dito de outra
forma, a potência ac de saída é maior que a potência ac de entrada. A questão reside, então,
em como a potência ac de saída pode ser maior que a potência ac de entrada? A conservação
de energia estabelece que em qualquer instante a potência total de saída, Po, de um sistema
não pode ser maior que uma potência de entrada, Pi, e que a eficiência definida por η = Po/ Pi
não pode ser maior que 1. O fator esquecido na discussão acima, que permite uma potência ac
de saída ser maior que a potência ac de entrada, é a potência dc aplicada. Ela é uma
contribuinte para a potência total de saída, embora parte dela seja dissipada pelo circuito em
elementos resistivos. Por outras palavras, há uma “troca” de potência dc para o domínio ac
que permite estabelecer uma potência ac de saída maior. De fato, a eficiência de conversão é
definida por η = Poac / Pi dc , onde Poac é a potência ac na carga e Pi dc é a potência dc
fornecida.
1
O papel da fonte dc pode ser descrito considerando primeiro o circuito dc simples da Fig.1. A
direção resultante do fluxo de corrente é indicada na figura com o traçado da corrente I versus
tempo. Inserindo agora um mecanismo de controlo, como o apresentado na Fig.2. O
mecanismo de controlo atua de forma que a aplicação de um sinal relativamente pequeno
nesse mecanismo pode resultar numa oscilação muito grande no circuito de saída. Para o
sistema da Fig.2, o valor de pico da oscilação é controlado pelo nível dc estabelecido.
Figura 2 - Efeito de um elemento de controlo no fluxo em estado estacionário do sistema elétrico da fig.1
2. MODELAÇÃO DO TRANSÍSTOR
A base para a análise do transístor em pequenos sinais é o uso de circuitos equivalentes
(modelos) a serem introduzidos neste capítulo.
Uma vez determinado o circuito ac equivalente, o símbolo gráfico do dispositivo pode ser
substituído, no desenho esquemático, por este circuito, e os métodos básicos de análise ac de
2
circuito (análise de malha, análise dos nós e teorema de Thévenin) podem ser aplicados para
determinar a resposta do circuito.
Há duas escolhas de modelos em evidência hoje em dia, considerando o circuito equivalente
substituto para o transístor. Por muitos anos, as instituições industriais e educacionais
confiaram profundamente nos parâmetros híbridos (Dinâmico). O circuito equivalente na
forma de parâmetros híbridos continua a ser muito popular embora deva dividir a sua fama
com o circuito equivalente derivado diretamente das condições de operação do transístor — o
modelo re. Fabricantes continuam a especificar os parâmetros híbridos para uma região
particular de operação nas suas folhas de especificações. Os parâmetros (ou componentes) do
modelo re. podem ser derivados diretamente dos parâmetros híbridos nesta região.
Entretanto, em relação à precisão o circuito híbrido equivalente sofre limitações para um
conjunto particular de condições de operação se é para ser mais preciso. Os parâmetros do
outro circuito equivalente podem ser determinados para qualquer região de operação dentro
da região ativa e não são limitados por um simples conjunto de parâmetros fornecidos pela
folha de especificações. Entretanto, o modelo re. falha na justificação do nível da impedância
de saída do dispositivo e nos efeitos de realimentação da saída para a entrada.
Como ambos os modelos são amplamente utilizados hoje em dia, serão examinados em
detalhes neste módulo. Em algumas análises e exemplos será usado o modelo híbrido,
enquanto em outras somente o modelo re. será utilizado. Neste capítulo veremos o
quanto os dois modelos estão intimamente relacionados e como os resultados obtidos com
um podem ser aplicados ao outro modelo.
A fim de demonstrar os efeitos que o circuito ac equivalente produzirá na análise a seguir,
considere o circuito da Fig.3. Vamos assumir por enquanto que o circuito equivalente ac para
pequenos sinais do transístor já foi determinado. Como estamos interessados na resposta ac
do circuito, todas as fontes dc podem ser substituídas por um potencial nulo equivalente
(curto-circuito) uma vez que eles determinam somente a componente dc (nível quiescente) da
tensão de saída, e não a amplitude da oscilação ac de saída. Isto é claramente demonstrado na
Fig.4.
Os níveis dc foram importantes somente para determinar o ponto Q de operação apropriado.
Uma vez determinado, os níveis dc podem ser ignorados na análise ac do circuito. Além disso,
os condensadores de acoplamento C1 e C2 e o condensador de passagem C3 foram escolhidos
para apresentar uma reatância muito pequena nas frequências de aplicação. Portanto, eles
podem, para os devidos fins, ser substituídos por um caminho de baixa resistência ou um
curto-circuito.
3
Figura 3 - Circuito com transístor sob exame nesta discussão introdutória.
4
Figura 5 - Circuito da Fig.4 redesenhado para análise ac de pequenos sinais.
Se o sinal de entrada Vi for variado, a corrente Ii pode ser calculada usando o mesmo nível de
impedância de entrada. Por outras palavras:
Para a análise de pequenos sinais, uma vez determinada a impedância de entrada, o mesmo
valor pode ser usado para níveis variados do sinal de entrada.
5
Na verdade, veremos nas seções a seguir que a impedância de entrada de um transístor pode
ser determinada, aproximadamente, através das condições de polarização, condições estas
que não mudam simplesmente porque a amplitude do sinal ac aplicado variou.
E útil ressaltar que para frequências na faixa média e baixa (tipicamente <100 kHz):
A impedância de entrada de um amplificador a transístor TBJ é puramente resistiva, depende
do modo como o transístor é empregue, e pode variar de poucos ohms até megaohms.
Além disso:
Um ohmímetro não pode ser usado para medir a impedância de entrada ac para pequenos
sinais, já que o ohmímetro opera no modo dc.
A equação Zi = Vi / Ii é particularmente útil porque fornece um método de medir a resistência
de entrada no domínio ac. Por exemplo, na Fig.7, uma resistência sensor foi adicionada à seção
de entrada para permitir a determinação de Ii usando a lei de Ohm.
Um osciloscópio ou multímetro digital (DMM) pode ser usado para medir a tensão VS e Vi .
Ambas as tensões podem ser pico-a pico, pico, ou valores rms, desde que ambos os níveis
usem a mesma unidade-padrão. A impedância de entrada é então determinada da seguinte
maneira:
Figura 7 - Determinação de Zi
Portanto, somente 66,7% do total do sinal de entrada está disponível na entrada. Se Zi fosse
somente de 600Ω, então ou 50% do sinal disponível. Obviamente, se Zi = 8,2KΩ , Vi seria de
93,2% do sinal aplicado. O nível de impedância de entrada pode, portanto, ter um impacto
significativo no nível do sinal que entra no sistema (ou amplificador).
6
Figura 8 - Demonstração do o impacto de Zi sobre a resposta de um amplificador.
Nas seções e capítulos a seguir será demonstrado que a resistência de entrada ac depende de
o transístor estar na configuração base-comum, emissor-comum ou coletor-comum e da
disposição dos elementos resistivos.
Exercício:
Para o circuito da figura a seguir, determine o valor da impedância de entrada.
Figura 9 - Determinação de Z0
7
Em particular, para frequências baixas e médias (tipicamente 100 kHz):
A impedância de saída de um amplificadora transístor TBJ é naturalmente resistiva, e
dependendo da configuração e da disposição dos elementos resistivos, Z0 pode variar de
poucos ohms até valores que podem exceder 2MΩ.
Além disso:
Um ohmímetro não pode ser usado para medir a impedância de saída ac para pequenos sinais,
já que o ohmímetro opera no modo dc.
Para configurações de amplificadores onde um ganho significativo de corrente é desejado, o
nível de Z0 deve ser tão grande quanto possível. Como demonstrado pela Fig.10, se , a maior
parte da corrente de saída do amplificador passará pela carga. Será demonstrado nas seções e
capítulos a seguir que Z0 é geralmente muito grande quando comparado a RL , o que toma
possível a sua substituição por um circuito-aberto equivalente.
Exercício:
2. Para o circuito da figura a seguir, determine o valor da impedância de saída.
8
Para o sistema da Fig.11, não foi ligada nenhuma carga aos terminais de saída, e o nível do
ganho determinado pela equação AV = V0/Vi refere-se a um ganho de tensão sem carga. Isto
é,
Para o sistema de Fig.11, tendo uma resistência de fonte RS , o nível Vi teria que ser
determinado primeiro usando a regra do divisor de tensão antes do ganho V0/VS ser
calculado. Isto é,
portanto
Exercício:
3. Para o amplificador da Fig. determine:
a. Vi b. Ii c. Zi d. AV
9
3.4. GANHO DE CORRENTE, Ai
O último parâmetro a ser discutido é o ganho de corrente definido por:
Embora na maioria das vezes o ganho de tensão seja o item de menor interesse, é todavia um
parâmetro importante que pode ter um impacto significativo na eficiência global do projeto.
Em geral:
Para amplificadores TBJ, o ganho de corrente varia tipicamente entre pouco menos de 1 até um
nível que pode ser maior que 100.
Para a situação da carga da Fig.12,
com
4. MODELO re DO TRANSÍSTOR
O modelo re emprega um díodo e uma fonte controlada de corrente para duplicar o
funcionamento do transístor na região de interesse. Lembre que a fonte de corrente
controlada por corrente é aquela onde seus parâmetros são controlados por uma corrente de
outro ramo do circuito. De fato: em geral:
Amplificadores a transístor TBJ são classificados como dispositivos controlados por corrente.
10
4.1. CONFIGURAÇÃO BASE-COMUM
Na Fig.13a um transístor pnp em base-comum foi colocado dentro de uma estrutura de duas-
portas. Na Fig.13b o modelo re do transístor foi colocado entre os mesmos quatro terminais.
Como foi notado na Seção "Modelagem do Transístor", o modelo (circuito equivalente) foi
escolhido de tal forma que representa uma aproximação do funcionamento do dispositivo que
ele está a substituir na região operacional de interesse. Por outras palavras, o resultado obtido
com o modelo em questão estará relativamente próximo daquele obtido com o transístor real.
Figura 13 - (a) Transístor TBJ em base-comum; (b) modelo re para a configuração da fig. 13
O subscrito e de re foi escolhido para enfatizar que é o nível dc da corrente de emissor que
determina o nível ac da resistência do díodo da Fig.13b. Substituindo o valor resultante de re
na Fig.13b resultará no modelo bastante útil da Fig.14.
11
Devido ao isolamento que existe entre os circuitos da entrada e saída da Fig.14, deve ser óbvio
que a impedância de entrada Zi para a configuração base-comum de um transístor é
simplesmente re. Ou seja,
Zi = re
Para a configuração base-comum, valores típicos de Zi atingem a faixa de poucos ohms até um
máximo de cerca de 50Ω.
12
Figura 15 - Definição de Z0
tal que
13
Para a configuração emissor-comum da Fig.18a, os terminais de entrada são a base e o emissor
do transístor, mas, agora, os terminais do coletor e emissor são a saída. Além disso, o terminal
emissor é agora comum para as portas de entrada e a saída do amplificador.
Figura 18 - (a) Transístor TBJ emissor-comum; (b) modelo aproximado para a configuração da Fig.18a.
e
Entretanto, como beta ac é geralmente muito maior que 1, usaremos a seguinte aproximação
para a análise de corrente:
A tensão VBE é aquela medida através do díodo como mostra a Fig.19. O nível de re é ainda
determinado pela corrente IE.
14
Fig. 19 - Determinação de Zi usando o modelo aproximado.
Usando a lei de Ohm temos
Substituindo, encontramos:
Em essência, esta ultima equação afirma que a impedância de entrada para uma situação tal
como a mostrada na Fig.20 é beta vezes o valor de re . Por outras palavras, um elemento
resistivo no braço emissor é refletido para o circuito de entrada com um fator multiplicativo β.
Por exemplo, se re = 6,5Ω como no exercício anterior e β = 160 (bem típico), a impedância de
entrada aumentou para um nível de:
Para a configuração emissor-comum, valores típicos de Zi definidos por βre atingem uma faixa
de poucas centenas de ohms até kilo ohm, com máximos de aproximadamente 6-7 kilo ohms.
Para a impedância de saída, as características de interesse estão nas curvas da Fig.21. Note
que a inclinação das curvas aumenta com o aumento da corrente de coletor. Quanto maior a
inclinação, menor o nível da impedância de saída (Z0 ). O modelo re da Fig.18 não inclui uma
impedância de saída, mas se estiver disponível por uma análise gráfica ou de data sheets ela
pode ser incluída, como mostra a Fig.22.
15
Figura 21 - Definição de re para a configuração emissor-comum.
16
Figura 23 - Determinação do ganho de tensão e de corrente para o amplificador a transístor
em emissor-comum.
e
onde
O sinal de menos (-) resultante para o ganho de tensão revela que as tensões de entrada e
saída estão desfasadas de 180°.
O ganho de corrente para a configuração da Fig.23:
Usando o fato de que a impedância de entrada é βre, que a corrente de coletor é βIB e que a
impedância de saída é r0 , o modelo equivalente da Fig.24 pode ser uma ferramenta eficaz na
análise a seguir. Considerando valores típicos para os parâmetros, a configuração emissor-
comum pode ser considerada tendo um nível moderado de impedância de entrada, um alto
ganho de tensão e corrente, e uma impedância de saída que pode ser incluída na análise do
circuito.
Exercício:
2. Dado β = 120 e IE = 3,2mA para uma configuração emissor comum com r0 = ∞Ω ,
determine:
a. Zi b. Ai c. AV se uma carga de 2 kΩ é aplicada.
17
4.3. CONFIGURAÇÃO DE COLECTOR-COMUM
Em vez de definir um novo modelo para a configuração coletor comum, aplica-se,
normalmente, o modelo da Fig.18 utilizado para a configuração emissor-comum. Nos capítulos
subsequentes, algumas configurações coletor-comum serão investigadas, e o efeito da
utilização do mesmo modelo tomar-se-á muito claro.
Atualmente, porém, o modelo re é usado com mais frequência, mais comumente com o
parâmetro hoe do modelo híbrido equivalente, para fornecer alguma medida da impedância
de saída.
Já que as folhas de especificações fornecem os parâmetros híbridos e o modelo híbrido
continua a receber uma boa dose de atenção, é muito importante que este modelo seja
discutido com detalhes neste módulo. Feito isso, as similaridades entre os modelos re e híbrido
serão muito evidentes. Na verdade, uma vez definidos os componentes de um modelo para
um ponto de operação em particular, os parâmetros do outro modelo estarão imediatamente
disponíveis.
18
A descrição do modelo híbrido equivalente será iniciada com o sistema geral de duas portas da
Fig.26. O conjunto a seguir de equações constitui apenas um dos vários modos pelos quais as
quatro variáveis da Fig.26 podem ser relacionadas.
O parâmetro h12 , portanto, é a relação da tensão de entrada pela tensão de saída com a
corrente de entrada igual a zero. Não há unidade associada pois é uma razão entre níveis de
tensão e é chamada de parâmetro de relação de transferência de tensão reversa de circuito-
aberto. O subscrito 12 de h12 mostra que o parâmetro é uma quantidade de transferência
determinada pela razão de medidas da entrada para a saída. O primeiro inteiro do subscrito
define a quantidade medida que aparece no numerador, o segundo inteiro define a
quantidade que aparece no denominador.
O termo inverso é incluído porque a razão compreende uma tensão de entrada sobre uma
tensão de saída, inversa da razão normalmente de interesse.
19
Se na equação: I0 = h21 Ii + h22 V0 fixarmos V0 igual a zero ao novamente darmos um curto-
circuito nos terminais de saída, resultará o seguinte para h21 :
Note que temos agora a relação de uma quantidade de saída por uma quantidade de entrada.
O termo direto será usado então em vez de inverso, como foi indicado para h12. O parâmetro
h21 é a relação da corrente de saída pela corrente de entrada com os terminais de saída
"curto-circuitados". Este parâmetro, assim como h12 , não tem unidades, uma vez que é uma
razão entre níveis de corrente. É formalmente chamado parâmetro de razão de transferência
direta de corrente de curto-circuito. O subscrito 21 novamente indica que é um parâmetro de
transferência com a quantidade de saída no numerador e a quantidade de entrada no
denominador.
O último parâmetro, h22 , pode ser determinado abrindo-se novamente os terminais de
entrada para fazer Ii=0 e resolvendo para h22 na equação I0 = h21 Ii + h22 V0 :
Como é a razão da corrente de saída pela tensão de saída, este parâmetro representa a
condutância de saída e é medido em siemens (S). E chamado de parâmetro de admitância de
saída de circuito aberto. O subscrito 22 revela que é determinado por uma relação de
quantidades de saída.
Já que a unidade de cada termo da equação: Vi = h11 Ii + h12 V0 é volt, vamos aplicar a lei das
tensões de Kirchhoff "ao contrário" para encontrar um circuito que "corresponde" à equação.
Realizando esta operação, resultará no circuito da Fig.27. Como o parâmetro h11 tem a
unidade ohm, ele é representado por uma resistência na Fig.27. A quantidade h12 é não tem
unidade e, portanto, simplesmente aparece como um fator multiplicativo do termo de
"realimentação" no circuito de entrada.
Como cada termo da equação I0 = h21 Ii + h22 V0 tem unidade de corrente, vamos agora
aplicar a lei das correntes de Kirchhoff "ao contrário" para obter o circuito da Fig.28. Já que
h22 tem unidade de admitância, que para o modelo do transístor representa condutância, ele
é representado pelo símbolo da resistência. Tenha em mente, porém, que a resistência em
ohms é igual ao recíproco da condutância (1/h22).
20
Figura 28 - Circuito hibrido equivalente de saída
O circuito “ac” equivalente completo para o dispositivo linear básico de três terminais está
indicado na Fig.29 com um novo conjunto de subscritos para os parâmetros h. A notação da
Fig.29 é de natureza mais prática, pois relaciona os parâmetros h com as relações
apresentadas obtidas nos últimos parágrafos. A escolha das letras utilizadas é justificada pelo
seguinte:
h11 —> Resistência de entrada —> hi
h12 —> Razão de transferência de tensão inversa —> hr
h21 —> Razão de transferência direta de corrente —> hf
h22 —> Condutância de saída —> h0
O circuito da Fig.29 é aplicável para qualquer dispositivo linear eletrónico de três terminais ou
sistema com fontes internas independentes. Para o transístor, porém, embora ele possua três
configurações básicas, elas são todas configurações de três terminais, de forma que o circuito
equivalente resultante terá o mesmo formato que o mostrado na Fig.29. Em cada caso, o ramo
inferior das seções de entrada e saída do circuito da Fig.29 pode ser conectada como mostrado
na Fig.30, desde que o nível de potencial seja o mesmo. Essencialmente, o modelo do
transístor é um sistema de três terminais com duas portas. Os parâmetros h, entretanto,
mudarão de acordo com a configuração.
21
Figura 30 - Configuração emissor-comum: (a) símbolo gráfico; (b) circuito hibrido equivalente
Para distinguir qual parâmetro foi usado ou qual está disponível, um segundo parâmetro foi
acrescentado à notação do parâmetro h. Para a configuração base-comum a letra minúscula
"b" foi adicionada, enquanto para as configurações emissor-comum e coletor-comum as letras
"e" e "c" foram adicionadas, respetivamente.
O circuito híbrido equivalente para a configuração emissor-comum aparece com a notação-
padrão na Fig.30. Note que Ii = Ib , I0 = Ic e através da aplicação da lei das correntes de
Kirchhoff, Ie = Ib + Ic . A tensão de entrada é agora Vbc com a tensão de saída Vcc . Para a
configuração base-comum da Fig.31, Ii = Ie e I0 = Ic com Vbe = Vf e Vcb = V0 . Os circuitos das
Figs.30 e 31 são aplicáveis para transístores pnp e npn.
Figura 31 - Configuração base-comum: (a) símbolo gráfico; (b) circuito hibrido equivalente
22
Como, normalmente, hr é uma quantidade relativamente pequena, a sua remoção é
aproximada por hr = 0 e hr V0 = 0 , resultando num equivalente a curto-circuito para o
elemento de realimentação, conforme mostra a Fig.32. Em geral, a resistência
determinada por 1/ ho é grande o suficiente para ser ignorada em comparação com uma carga
paralela; o que permite a sua substituição por um equivalente a circuito-aberto para os
modelos EC e BC, como mostrado na Fig.32.
O circuito equivalente resultante da Fig.33 é muito similar à estrutura geral dos circuitos
equivalentes base-comum e emissor-comum obtida com o modelo re . O circuito híbrido
equivalente e os modelos re para cada configuração foram repetidos na Fig.34 para fins de
comparação. Deve ficar claro, da Fig.34a, que:
da Fig.34b
Particularmente, note que o sinal de menos da última equação leva em conta o fato que a
fonte de corrente do circuito híbrido equivalente-padrão está a apontar para baixo em vez de
estar na direção real como mostrado no modelo re na Fig.34b.
23
Figura 34 - Modelo híbrido versus modelo re: (a) configuração emissor-comum; (b)
configuração base-comum.
Exercício:
1. Dado IE = 2,5mA, hfe = 140, hoe = 20μS e hob = 0,5μS, determine:
a. O circuito híbrido equivalente emissor-comum.
b. O modelo re base-comum.
24
Como os vários parâmetros do modelo hibrido são especificados pela folha de especificações
ou analise experimental, a analise ac associada com o uso do modelo re não pode ser aplicada
de imediato ao modelo hibrido. Ou seja, quando o problema é apresentado, os parâmetros
como hie, hje, hib, e assim por diante, são especificados. Tenha em mente, porem, que os
parâmetros híbridos e os componentes do modelo re estão relacionados pelas seguintes
equações discutidas na secção anterior:
Zi : Da Fig.38,
Zi = RB || hie
Z0 : Da Fig.38
Z0 = RC || 1/hOe
Av : Usando R' = 1/hOe || RC
25
com
tal que
com:
Exercício:
1. Para o circuito da Fig., determine:
a. Zi b. Z0 c. Av d. Ai
26
Figura 39 - Configuração de polarização por divisor de tensão.
AV :
Ai :
27
Figura 40 - Configuração EC com polarização no emissor não-desviado.
e
Z0 :
AV :
Ai :
28
Figura 42 - Configuração seguidor de Emissor
Zi :
e
Z0 : Para Z0 , o circuito de saida definido pelas equações resultantes aparecera como mostrado
na Fig.44.
29
Figura 44 - Definindo Z, para a configuração seguidor-de-emissor.
AV : Para o ganho de tensão, a regra do divisor de tensão pode ser aplicada à Fig.44 como
segue:
Mas já que
Ai :
30
Figura 46 - Substituindo o circuito hibrido equivalente aproximado ao circuito ac equivalente da Fig.45
Da Fig. 8.46,
Zi :
Z0 :
AV :
com
tal que
Ai :
Exercício:
2. Para o circuito da Fig. determine:
a. Zi b. Z0 c. AV d. Ai
31
que, se são fornecidos os parâmetros para uma configuração, e desejamos aplica-los em outra,
o Apêndice A mostra como é feita a conversão.
Considere a configuração geral da Fig.47 com os parâmetros de especial interesse para
sistemas de duas portas. O modelo hibrido equivalente completo é, então, utilizado na Fig.48,
usando parâmetros que não especificam o tipo de configuração.
Por outras palavras, as soluções serão em termos de hi , hr , hf e h0 .
Diferente da análise de secções anteriores, o ganho de corrente será determinado primeiro, já
que as equações desenvolvidas nesta análise serão uteis na determinação dos outros
parâmetros.
Figura 47 - Substituindo o circuito híbrido equivalente completo no sistema de duas portas da Fig.47.
Substituindo obtemos
Tal que
Note que o ganho de corrente será reduzido para o resultado usual de Ai = hf se o fator h0RL
for suficientemente pequeno quando comparado a 1.
32
7.2. GANHO DE TENSÃO, AU=UO/Ui
Aplicando a lei das tensões de Kirchhoff ao circuito de entrada, resulta em:
Substituindo
E substituindo,
Resulta assim em
A forma usual de será obtida se o segundo fator for suficientemente menos que o
primeiro.
33
e
Exercício:
Para o circuito da figura a seguir, determine os seguintes parâmetros, usando o modelo hibrido
equivalente completo e compare com os resultados obtidos usando o modelo aproximado.
8. QUADRO RESUMO
Agora que as configurações mais comumente utilizadas dos amplificadores a transístor para
pequenos sinais foram introduzidas, o quadro a seguir é apresentado com um resumo das
características gerais de cada um. Deve ficar absolutamente claro que os valores apresentados
são valores típicos, e estabelecem apenas uma base para comparação. Os níveis obtidos numa
análise real serão muito provavelmente diferentes, e de certeza que serão de uma
configuração para outra.
34
Figura 48 - Valores Relativos para os Parâmetros Importantes dos Amplificadores EC, BC e CC Transistor
9. AMPLIFICADORES EM CASCATA
35
Uma conexão popular de estágios amplificadores e a conexão em cascata. Basicamente, a
conexão em cascata e uma serie de acoplamentos de estágios em que a saída de um estágio
representa o sinal de entrada do estágio seguinte.
A conexão em cascata proporciona uma multiplicação do ganho de cada estágio, resultando
num ganho global muito maior.
O ganho global do amplificador em cascata é o produto dos ganhos AV1 e AV2 dos estagios,
Exercício:
Calcule o ganho de tensão, impedância de entrada e a impedância de saída para o amplificador
TBJ em cascata da figura a seguir.
Calcule a tensão de saída resultante se uma carga de 10KΩ for conectada na saída.
36
10. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE FREQUÊNCIA
A frequência do sinal aplicado pode ter um efeito pronunciado na resposta de um circuito
simples ou multe estágio. A análise realizada até então baseou-se no espectro de frequências
medias.
Em baixas frequências, não podemos substituir os condensadores de acoplamento e de desvio
por curtos-circuitos, pois, nesta faixa de frequência, as suas reatâncias já não são desprezáveis.
Em altas frequências, os parâmetros dependentes da frequência dos circuitos equivalentes
para pequenos sinais, os elementos capacitivos isolados e do circuito irão limitar a resposta do
sistema. O aumento do numero de estágios num sistema em cascata ira limitar também tanto
a resposta em alta frequência como a resposta para baixas frequências.
As curvas de ganho de um amplificador com acoplamento RC, direto e por transformador, são
fornecidas na Fig.50. Observe que a escala horizontal é uma escala logarítmica, permitindo a
representação das regiões de baixas e altas frequências. Para cada gráfico, as regiões de
baixas, altas e medias frequências foram definidas. Alem disso, os motivos principais da
redução do ganho nas altas e baixas frequências foram indicados dentro de parenteses.
Para o amplificador com acoplamento RC, a queda nas altas frequências é devida ao aumento
na reactância de CC , CS , ou CE , e nas baixas frequências é resultado da capacitância parasita
de alguns elementos e do ganho dependente da frequência dos dispositivos ativos. Para
entendermos a queda no ganho em sistemas com acoplamento por transformador, devemos,
antes, compreender a “operação de transformação” e o circuito equivalente do
transformador. Por enquanto, vamos dizer que é devido ao “curto circuito” (através dos
terminais de entrada do transformador) da reactância indutiva em baixas frequências, (XL =
2πfL). O ganho deve, obviamente, ser zero em f = 0, já que neste ponto não há um fluxo
circulante através do núcleo para induzir o secundário do transformador. Como indicado na
Fig.50, a resposta em alta frequência é controlada principalmente pela capacitância entre as
voltas dos enrolamentos primário e secundário.
37
capacitâncias parasitas do circuito, ou pela dependência do ganho com a frequência dos
dispositivos ativos.
Para cada sistema da Fig.50, há uma faixa de frequências na qual o valor do ganho é igual ou
próximo ao valor nas frequências médias. Para estabelecer os limites de frequência em que
temos um alto ganho relativo, 0,707 AVmed é o ganho escolhido para especificar a frequência
de corte. As frequências correspondentes f1 e f2 são normalmente chamadas de frequências
de ângulo, corte, banda, quebra, ou meia potência. O fator 0,707 foi escolhido porque neste
nível a potencia de saída é metade do valor na banda media, isto é, nas medias frequências,
A largura de banda (ou banda passante) de cada sistema é determinada por f1 e f2 ou seja,
Figura 50 - Ganho versus frequência para (a) amplificadores com acoplamento RC; (b)
amplificadores com acoplamento a transformador; (c) amplificadores com acoplamento direto
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10.1. RESPOSTA EM BAIXAS FREQUÊNCIAS – AMPLIFICADOR TJB
A análise desta secção empregara a configuração de polarização por divisor de tensão com
carga, mas os resultados obtidos podem ser aplicados a qualquer configuração do TBJ. Será
necessário apenas encontrar a resistência equivalente apropriada para a combinação R - C.
Para o circuito da Fig.51, os condensadores CS , CC e CE determinarão a resposta em baixas
frequências. Examinaremos, agora, o efeito de cada um, independentemente, da ordem
listada.
Figura 51 - Amplificador TBJ com carga, com condensadores que afetam a resposta em baixas frequências
CS
Como CS está normalmente ligado entre a fonte aplicada e o dispositivo ativo, a forma geral da
configuração R - C é estabelecida pelo circuito da Fig. 52.
Nas frequências médias e altas, a reactância do condensador será pequena o suficiente para
considerar o elemento um curto-circuito.
A relação entre Vi e VS será, portanto,
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Em fLs a tensão será 70,7% do valor determinado pela equação anterior, assumindo que CS é o
único elemento capacitivo a controlar a resposta em baixas frequências.
Quando analisarmos os efeitos de CS no circuito da Fig.51, devemos considerar que CE e CC
estão a operar da forma esperada, pois caso contrario a analise tomar-se-ia impraticável. Ou
seja, consideramos que os valores das reatâncias de CE e CC permitem o emprego de um
curto-circuito equivalente, quando comparadas ás outras impedâncias em serie. Utilizando
esta hipótese, o circuito equivalente ac para a entrada do circuito da Fig.51 é da forma
mostrada na Fig.53.
A tensão Vi aplicada na entrada do dispositivo ativo pode ser calculada utilizando a regra do
divisor de tensão:
CC
Como o condensador de acoplamento está normalmente conectado entre a saída do
dispositivo ativo e a carga aplicada, a configuração R - C que determina a frequência de corte
inferior devido a CC aparece na Fig.54. Da Fig.54, a resistência total em serie é agora R0 + RL e
a frequência de corte inferior devido a CC é determinada por
Ignorando os efeitos de CC e CE , a tensão da saída V0 em fLc será 70,7% do seu valor no meio
da faixa. Para o circuito da Fig.51, o circuito equivalente ac para a saída, com Vi = 0V, aparece
na Fig.54. Portanto, o valor resultante para R0 na equação anterior é, simplesmente,
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Figura 54 - Equivalente ac localizado para I com Vi = 0 V.
CE
Para determinar , o circuito“visto” por CE deve ser determinado como mostra a Fig.55. Uma
vez estabelecido o valor de RE , a frequência de corte devido a CE pode ser determinada
utilizando a seguinte equação:
Para o circuito da Fig.51, o equivalente ac “visto” por CE aparece na Fig.56. Portanto, o valor
de e determinado por
Onde
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Obviamente, o ganho máximo ocorre quando RE é zero ohm. Em baixas frequências, com o
condensador de desvio CE no seu estado equivalente de “circuito aberto”, todo o valor de RE
aparece na equação acima, resultando no ganho mínimo. À medida que a frequência aumenta,
a reatância do condensador CE diminui, reduzindo a impedância do paralelo entre RE e CE até
chegar a zero, quando a CE se toma um curto-circuito. O
resultado é um ganho máximo no meio da faixa determinado por . Em o
ganho será 3 dB abaixo do valor no meio da faixa determinado com RE “em curto”. Antes de
prosseguir, é bom não esquecer que CS, CC e CE afetarão a resposta apenas em baixas
frequências. Para as frequências no meio da faixa, os condensadores serão considerados
curtos-circuitos.
Embora os condensadores afetem o ganho em faixas de frequências semelhantes, a frequência
de corte inferior mais alta determinada por CS , CC ou CE terá o maior impacto sobre a
resposta. Isto porque é a ultima frequência de corte antes do meio da faixa.
Se as frequências estão relativamente distantes entre si, a frequência de corte mais alta
determinará a frequência de corte inferior do sistema. Se houver duas ou mais frequências de
corte "altas", o resultado será o aumento da frequência de corte inferior e a redução da banda
passante resultante do sistema. Por outras palavras, há uma interação entre elementos
capacitivos que podem afetar a frequência de corte inferior do sistema. Entretanto, se as
frequências de corte estabelecidas por cada condensador diferirem suficientemente entre si, o
efeito de uma sobre a outra pode ser desprezado — fato demonstrado no seguinte exercício:
Exercício:
Determine a frequência de corte inferior para o circuito da Fig.51, utilizando os seguintes
parâmetros:
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Segundo o que foi abordado, vamos encontrar circuitos que de uma forma mais ou menos
complexa vão satisfazer as nossas necessidades em termos de potência, atuando com um grau
maior ou menor de eficiência.
Podemos dividir os amplificadores em quatro classes distintas: A, AB, B e C.
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Figura 58 - (a) Amplificador polarizado em emissor comum. (b) Equivalente do circuito para análise DC
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Figura 61 - Amplitude máxima do sinal de saída
Analisando a Fig.61, verifica-se que o valor do semiciclo positivo máximo é dado por:
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A amplitude pico a pico máxima do sinal, que pode ser amplificado (valores aproximados) será:
Devemos escolher o menor dos valores para que não haja corte de um dos picos, o que
acontece quando a variação da tensão UCE ultrapassa UCEcorte ou atinge a saturação.
Esta é a expressão que nos dá a potência na carga, sendo muito útil pelo facto de através da
reta de carga obtermos o valor de pico a pico do sinal e pela expressão dada obtemos a
potência do sinal de saída.
A maior parte da potência dissipada pelo transístor é em funcionamento D.C. A tensão e
corrente contínuas de um amplificador foram definidas, respetivamente por: UCEQ e ICQ .
Então a potência dissipada pelo transístor será dada por:
Esta potência nunca deve exceder os valores indicados pelo fabricante, tal como temos
referido.
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A fonte de alimentação fornece uma corrente D.C. total que circula na resistência de coletor
(RC) e na resistência de polarização R1 , quando temos polarização por divisor de tensão, com
uma tensão de alimentação, UCC .
Então obtemos a seguinte expressão:
Ganho de corrente →
E que:
teremos então:
sendo :
Ap - Ganho de potência
Au - Ganho de tens
Ai – Ganho de corrente
Para os amplificadores, coletor comum e base comum, o raciocínio é idêntico ao utilizado para
o emissor comum, pelo que apresentamos de seguida, num quadro resumo, as últimas
expressões deduzidas para o amplificador E.C. e as correspondentes para as outras montagens,
C.C. e B.C.
A montagem em emissor comum é das três montagens o que apresenta melhores
características para este tipo de operação.
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Figura 62 - Amplificação em classe A
Exercício
1. O circuito da figura a seguir mostra um amplificador classe A em que o transístor tem as
seguintes especificações: e uma tensão de ruptura .
DADOS: ; ; ; ; ; ;
; ;
Calcule:
1.1. O ponto de funcionamento em repouso (P.F.R.) e a reta de carga c.c. Verificar se as
especificações são ultrapassadas.
1.2. A reta de carga c.a. e representar as duas retas de carga c.c. e c.a.
1.3. A amplitude de pico a pico máxima na saída.
1.4. Os ganhos de tensão Au corrente Ai e de potência Ap .
1.5. A potência máxima na carga; a potência total fornecida pela fonte e a eficiência do
amplificador.
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Para equipamentos alimentados por bateria, o ideal é que ela seja utilizada apenas quando
existir um sinal aplicado à entrada do circuito. Com os amplificadores a operar em classe B, é
isto o que ocorre.
Num amplificador em classe B, na ausência de sinal aplicado à base, a corrente de coletor será
nula. Isto significa que o transístor opera no ponto de corte.
Para a operação em classe B, temos que utilizar dois transístores, onde um deles amplifica a
parte positiva do sinal e o outro, a parte negativa. Na ausência de um dos dois, teremos na
saída uma grande distorção.
Com este tipo de montagem, conseguem-se amplificadores que apresentam baixa distorção,
grande potência de carga uma vez que cada transístor só funciona durante um semiciclo e alta
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eficiência. A Fig.65 mostra uma montagem deste tipo, que é formada por um seguidor de
emissor NPN e um seguidor de emissor PNP. De referir o que foi dito anteriormente, que as
correntes e tensões do transístor PNP são simétricas relativamente ao transístor NPN, sendo a
sua análise em tudo idêntica, pelo que só faremos pequenas referências ao seu
funcionamento.
As resistências de polarização devem ser escolhidas para situar o ponto Q ao corte. Isto
polariza o referido emissor de cada transístor entre os 0,6 e 0,7 V, qualquer que seja a tensão
C.A. necessária, somente para ligar ou desligar o díodo emissor (isto idealmente). Como as
resistências de polarização são iguais, cada díodo emissor é polarizado com a mesma tensão,
ficando cada transístor com uma tensão UCE dada por:
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11.2.3. RECTA DE CARGA EM AC E DC
Como não há resistências nos ramos do coletor e como se pode ver na Fig.65, a corrente D.C.
de saturação é indeterminada, sendo a sua limitação imposta pelas características dos
transístores e pelas resistências de polarização. Assim, a reta de carga D.C. será vertical, o que
é traduzido pela não existência de quaisquer equações possíveis que representem esta
corrente. Para uma pequena variação de UBE origina correntes de coletor elevadas, pelo que
as características dos transístores (NPN e PNP) deverão ser tão próximas quanto possível.
No semiciclo positivo funciona a parte superior do circuito indicada na Fig.64 e no semiciclo
negativo funciona a parte inferior do circuito indicada na mesma figura, uma
vez que cada parte do circuito tem funcionamento complementar. Assim, é suficiente fazer a
análise apenas a uma parte do circuito. Para cada semiciclo ainda se aplica a teoria do seguidor
de emissor para o cálculo da reta de carga C.A., pelo que podem ser aplicadas as mesmas
expressões que se indicam a seguir:
A resistência vista do emissor para cada situação é dada por: rE = RL e Icq = 0 logo, a corrente
de saturação e a tensão de corte em corrente alternada são dadas por:
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11.2.6. DEFINIÇÃO DOS GANHOS
Já vimos que o ganho de corrente é aproximadamente igual ao parâmetro β e o ganho de
tensão é aproximadamente igual à unidade, ficando:
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Figura 67 - Distorção Crossover
Para eliminar a distorção crossover é necessário aplicar uma pequena polarização fixa direta
em cada díodo emissor, o que significa localizar o ponto Q ligeiramente acima do ponto de
corte.
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Na operação em classe AB, temos os transístores a operar um pouco acima do corte. Dessa
forma, mesmo na ausência de sinal aplicado às bases dos transístores, alguma corrente nelas,
fazendo com que IC seja diferente de zero, eliminando, portanto, a distorção por transição, um
fator indesejável e percetível pelo ouvido humano.
Na Fig.69, temos um circuito a operar em classe AB, em que a polarização de base é obtida por
intermédio de dois díodos formando um espelho de corrente.
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Figura 70 - Amplificador em classe AB polarizado por transístores
A deriva térmica pode originar a destruição dos transístores por excessiva corrente de coletor.
Analisemos o que sucede:
Quando UBE aumenta devido ao aumento de temperatura, a corrente IC também aumenta. A
informação dada pelo fabricante indica que a corrente de coletor pode aumentar 10 vezes
para um aumento de 60 mV do UBE . Como o aumento da temperatura implica um aumento
de corrente, que origina novo aumento de temperatura, pode ser perigoso e destruir o
transístor, pelo que, por vezes, é necessário utilizar dissipadores de calor para este tipo do
circuitos. Este efeito é designado por deriva térmica, que se pode resumir utilizando a seguinte
simbologia:
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O ganho de tensão desce em cada lado da frequência de ressonância f0 como se observa na
Figura 15 (b). Devido a isso, um amplificador sintonizado de classe C é concebido para
amplificar uma estreita banda de frequências. Daí que seja ideal na amplificação de sinais de
radiodifusão e televisão, porque a cada estação ou canal encontra-se consignada uma estreita
banda de frequências em ambos os lados de uma frequência central.
Figura 71 - (a) Amplificador sintonizado em classe C. (b) Ganho de tensão em função da frequência
APÊNDICE
CONFIGURAÇÃO BASE-COMUM
CONFIGURAÇÃO COLECTOR-COMUM
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APROXIMADAS
CONFIGURAÇÃO EMISSOR-COMUM
CONFIGURAÇÃO BASE-COMUM
CONFIGURAÇÃO COLECTOR-COMUM
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