AC D3PM - Resumo Fernanda
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questões de revisão que estão no AVA = coloquei um !!! no que acho mais importante e acho o
caso também dar uma olhada nos casos esquemáticos);
UD III: Penas
PENA: sanção aplicada pelo Estado, através da ação penal, àquele que praticou um crime
ou contravenção;
TIPOS DE PENA:
PENAS PRINCIPAIS (Art. 55 do CPM):
→ PENA DE MORTE (Art. 56 e 57 do CPM e Art. 707 e 708 CPPM): somente para os
crimes cometidos em tempo de guerra (Art. 5º, XLVII da CF/88); ocorre 7 dias após comunicado
do Presidente da República;
→ RECLUSÃO (Art. 58 e 59 do CPM): para crimes que ferem os bens jurídicos mais
relevantes; pode ser cumprida nos três tipos de regime (fechado, semiaberto e aberto); entre 1 e 30
anos;
→ DETENÇÃO (Art. 58 e 59 do CPM): para crimes de menor potencial ofensivo; só pode
ser cumprida nos regimes semiaberto e aberto; de 30 dias a 10 anos
→ REFORMA (Art. 65 do CPM): condenado passa à inatividade; não pode receber mais
do que 1/25 do soldo por ano de serviço; diferença para a reforma administrativa = redução do
soldo, fator moral;
→ (!!!) o juiz deve ter o cuidado de considerar determinados aspectos que serão objeto de
nova abordagem nas fases seguintes, como, por exemplo, ao analisar os antecedentes do réu, não
poderá usar o fato de já ter cometido crime anterior, ainda não decorrido o prazo de
reabilitação (5 anos), visto que a reincidência será considerada, obrigatoriamente, na próxima
fase (Art. 70, I e Art. 71 do CPM);
→ se a norma oferece possibilidade de penas alternativas, é na 1ª fase que o juiz decidirá
por qual delas o agente pagará por seus atos (Ex. Art. 170; 201 e 204 do CPM);
→ juiz deve ficar adstrito aos limites mínimo e máximo previstos em cada tipo penal (Art.
69, §2º);
(TABELA !!!)
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE:
→ a punibilidade se extingue pelos motivos listados no Art. 123 do CPM;
→ PRESCRIÇÃO: perda do poder de punir do Estado, causada pelo decurso do tempo previsto
em lei (a partir de certo tempo depois de consumado o crime, o Estado perde o poder de punir o
agente):
a) da pretensão punitiva: referência é a pena máxima prevista para o crime cometido (Art.
125/CPM), é contada a partir da consumação do crime;
b) da pretensão executória: referência é o tempo da pena fixado na sentença (Art. 126/CPM).
c) prescrição nas penas de reforma, suspensão do exercício funcional e hierárquico é de
4 anos (Art. 127 do CPM);
d) é ≠ para menores de 21 e maiores de 70 anos (Art. 129);
e) é ≠ para a insubmissão e a deserção (Art. 131 e 132);
f) as penas acessórias são imprescritíveis (Art. 130);
Exercício: pra eu saber o tempo de prescrição, vou consultar sempre o Art. 125 do CPM (!!!):
UD IV: Tipos Penais Militares
TIPO PENAL:
→ conjunto dos elementos descritivos do crime, contidos na lei penal;
→ a conduta tipo ou típica sempre se caracteriza por um VERBO, que denominamos de NÚCLEO
DO TIPO = a conduta humana será típica se estiver perfeitamente adequada ao verbo que descreve
o crime;
→ o RESULTADO é a consumação do fato típico descrito na norma penal;
→ a CAUSALIDADE ocorre quando determinado resultado injusto é consequência direta da
conduta humana;
→ TIPICIDADE é o ajuste de uma dada conduta humana a um modelo típico, contido na lei penal;
→ DESRESPEITO À SUPERIOR (Art. 160 do CPM): NÃO confundir com DESACATO (Art.
298 ao 300 do CPM) = resposta desatenciosa ao superior (desrespeito a superior fere a autoridade
militar na figura do superior; é mais leve; o desacato atinge a instituição militar, atingindo a
hierarquia e a disciplina; é mais grave);
→ RECUSA DE OBEDIÊNCIA (INSUBORDINAÇÃO) (Art. 163 do CPM): não confundir
com Descumprimento de missão (Art. 196 do CPM) ou com o de Desobediência (Art. 301 do
CPM), ambos do CPM; (a recusa de obediência é caracterizada pela ação positiva do infrator, que
se nega a cumprir uma ordem; o descumprimento de missão é simplesmente um não fazer, ou seja,
não há a recusa da ordem, e está previsto no capítulo referente a crimes em serviço; a desobediência
é um não cumprimento de ordem legal mais ligada a atos administrativos);
→ RIGOR EXCESSIVO (Art. 174 do CPM): punir além do RDE; abuso de poder; não
confundir com o crime de maus tratos (Art. 213 do CPM);
→ VIOLÊNCIA CONTRA INFERIOR (Art. 175 do CPM): violência física (vis corporalis); se
ocorrer lesão corporal ou morte, aplicam-se, cumulativamente as penas de lesão ou de morte,
com as cautelas previstas no Art. 159, se ficar evidenciado que o superior não agiu com dolo no
resultado final;
→ OFENSA AVILTANTE CONTRA INFERIOR (Art. 176): é a violência com humilhação; é a
conduta violenta que, por sua natureza, avilta a integridade moral da vítima, inferior hierárquico,
ofendendo sua honra subjetiva; Exemplo: marcação com ferro quente, varadas, cusparadas no rosto;
cuidar para não confundir com a Injúria real que é da mesma natureza mas que não envolve situação
de subordinação hierárquica entre autor da conduta e vítima. (Art. 217 do CPM);
(Tabela !!!)
→ LESÕES CORPORAIS (Art. 209 e 210, CPM): ofender a integridade corporal ou a saúde de
outro;
→ ABANDONO DE PESSOA (Art. 212 do CPM): exige a condição de militar para o agente
ativo, para que fique caracterizado crime militar;
→ PROVOCAÇÃO OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO (Art. 207 do CPM);
→ PARTICIPAÇÃO EM RIXA (Art. 211 do CPM);
→ MAUS TRATOS (Art. 213 do CPM): crime impropriamente militar porque pode ser praticado
por qualquer pessoa;
- INJÚRIA REAL (Art. 217 do CPM): ofender a honra da pessoa com violência (cintadas,
marcação com ferro quente, marcação do corpo com objetos cortantes) ou ações aviltantes ( tapa no
rosto, corte de cabelo, pintar o “pichador” com o seu próprio spray, atirar objetos no rosto de
outrem); ATENÇÃO: se a injúria real for entre superior para com seu inferior, ela vira OFENSA
AVILTANTE A INFERIOR = Art. 176 do CPM;
EXEMPLO GERAL (!!!): se eu chego diretamente para uma pessoa, só eu e ela, e chamo ela de
gorda = injúria; se eu fofoco isso para outras pessoas e o indivíduo de quem estou falando não toma
conhecimento disso = difamação; nesse mesmo caso, se o indivíduo de quem estou falando toma
conhecimento = difamação E injúria;
2) ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR (Art. 233 do CPM): agente pode ser homem
ou mulher; ato libidinoso DIVERSO da conjunção carnal; tem que ter violência ou grave
ameaça;
Art. 7º do CPPM: enumera as autoridades que são competentes para instaurar o IPM;
→ essas autoridades (Art. 7º, §1º e Art. 15 do CPPM) podem delegar (e normalmente delegam)
as atribuições policiais que lhes competem para um oficial, sempre que possível, de posto não
inferior ao de capitão, atendida a hierarquia, quando o indiciado for oficial (!!!);
VALOR PROBATÓRIO:
→ IPM tem pouco valor probatório, visto que as provas, em regra, devem ser produzidas em juízo
perante a autoridade judiciária;
→ porém, existem provas periciais produzidas durante o IPM, que contêm uma dose muito grande
de veracidade e, assim, possuem o mesmo valor das provas produzidas ou colhidas durante a
ação penal;
→ assim = é de fundamental importância o trabalho do encarregado do inquérito policial militar
porque o juiz pode se basear nas suas informações para a formação de seu convencimento;
VÍCIOS:
→ os vícios ocorridos no IPM não acarretam sua nulidade;
→ só caracterizam mera irregularidade e a diminuição de seu valor probatório = diminui a sua
credibilidade;
NOTITIA CRIMINIS:
→ conhecimento espontâneo ou provocado (quando), pela autoridade policial de um fato
aparentemente criminoso;
→ forma espontânea: Art. 10, alínea “a” do CPPM = toma conhecimento do fato delituoso
diretamente ou por comunicação formal como, por exemplo, no momento em que encontra o corpo
de delito, quando é comunicado pelo pessoal de serviço, etc;
→ forma provocada = a comunicação é feita à autoridade militar nos termos do Art. 10, alíneas
“b” a “f” do CPPM;
PROCEDIMENTOS:
1) INSTAURAÇÃO E ATOS INICIAIS:
a) Instauração:
→ O IPM sempre se inicia por meio de uma portaria de instauração, realizada pelo
encarregado do inquérito (Art. 10, “b” do CPPM);
b) Escrivão (!!!):
→ após, ocorre a nomeação e o compromisso do escrivão: a função deve recair em um 1º ou
2º tenente, se o indiciado for oficial; nos demais casos o escrivão será um sargento ou
subtenente, nos termos do Art. 11 do CPPM; o primeiro ato do escrivão será prestar o
compromisso legal, conforme o que dispõe o parágrafo único do Art. 11 do CPPM;
c) Providências preliminares (Art. 12 do CPPM + Título XV, Cap V do CPM Art. 328; 339 e
345 do CPPM):
→ assim que tomar conhecimento do fato, a autoridade militar ou o encarregado do
inquérito, se este já tiver sido designado, deve tomar as providências preliminares ao inquérito,
previstas no Art. 12 do CPPM, visando a impedir a mudança do estado das coisas no local do
crime, através da coleta de todos os vestígios e da realização da perícia;
→ PROVIDÊNCIAS INICIAIS = importante = Art. 12 do CPM;
10) ARQUIVAMENTO:
→ instaurado o IPM, não poderá a autoridade militar arquivá-lo, mesmo que se chegue à
conclusão de que não ocorreu crime militar (Art. 24 do CPPM);
2) SUJEITO PASSIVO
→ em regra, qualquer pessoa poderá ser presa e autuada em flagrante delito;
→ exceções: Menor inimputável (Art. 228/CF) = menores de 18 anos;
Diplomatas estrangeiros (Convenção de Viena);
Presidente da República (Art. 86, §3º/CF);
Causador de acidente de trânsito, quando socorre a vítima (Art. 301);
6) OUVIR O PRESO:
→ TESTEMUNHA INSTRUMENTÁRIA (!!!): a testemunha instrumentária
(mínimo de duas) é aquela que assiste ao depoimento do preso e fica em condições de assinar ao
final, se o preso não quiser, não puder, ou não souber fazê-lo = mecanismo de cautela para o
presidente do APFD (Art. 245, §3º do CPPM);
7) NOTA DE CULPA:
→ depois da lavratura do APFD, será dada “nota de culpa” ao preso no prazo de 24
horas, contados a partir do momento em que se efetuou a prisão (momento em que o preso foi
detido);
→ a “nota de culpa” é o documento escrito que tem por finalidade comunicar ao
preso o motivo da prisão, o nome do condutor e das testemunhas, nos termos do Art. 5º, inciso
LXIV, da CF/88 e do Art. 247 do CPPM;
→ o preso deverá passar recibo da “nota de culpa” (Art. 247, §1º) que lhe for
entregue e, quando não souber, não puder ou não quiser assinar, o recibo será passado por duas
testemunhas “instrumentárias” que tenham presenciado a entrega do documento;