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Seminario Batuli

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FACULDADE DE DIREITO

DELEGAÇÃO DE NAMPULA

AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOPATOLÓGICOS PRÉ-CIRÚRGICOS: CASO


DO HOSPITAL RURAL DE ALTO MOLÓCUÈ (2023-2024)

Batuli João

Nampula, Junho de 2024


FACULDADE DE DIREITO

DELEGAÇÃO DE NAMPULA

AVALIAÇÃO DOS ASPECTOS PSICOPATOLÓGICOS PRÉ-CIRÚRGICOS:


CASO DO HOSPITAL RURAL DE ALTO MOLÓCUÈ (2023-2024)

Trabalho de caracter avaliativo a ser


apresentado na faculdade de direito, curso
de psicologia clinica 4º ano, na cadeira de
Seminário, leccionada pelo docente:

Dr. Amarildo T. Gussule

Nampula, Junho de 2024


1.0 Tema

 Avaliação dos Aspectos Psicopatológicos Pré-cirúrgicos: caso do Hospital Rural de


Alto Molócuè (2023-2024)

2.0 Problematização

a avaliação psicológica pré-operatória consiste em um processo psicodiagnóstico que visa


assegurar que o paciente, naquele momento, encontra-se em bom estado de saúde mental,
favorecendo sua participação activa no período pós-operatório e que seja capaz de seguir as
orientações da sua equipe. Todo candidato à cirurgia deve ser avaliado psicologicamente para
investigar quais os recursos psíquicos de que poderá dispor para o enfrentamento das
dificuldades advindas dessa cirurgia, tais como a modificação rápida e drástica da imagem
corporal, a modificação do estilo de vida, a reeducação alimentar necessária, os prejuízos de
saúde advindos da cirurgia (possíveis intolerâncias alimentares, vômitos constantes, anemia,
reposição de vitamínicos ou outros). Para essa avaliação, normalmente a(o) Psicóloga(o)
utiliza-se de entrevistas e testes psicológicos que indiquem com clareza e objectividade a real
situação emocional do candidato.

Também se verifica, no momento da avaliação, o grau de consciência e conhecimento do


candidato sobre a cirurgia e os impactos que sofrerá, verificando se o mesmo demonstra
condições psicológicas de administrar adequadamente as situações que lhe serão impostas
pelo procedimento cirúrgico e posterior emagrecimento. As técnicas de avaliação mais
indicadas para a execução desse processo avaliativo são aquelas que nos oferecem
informações a respeito da personalidade e do comportamento do sujeito. Entendendo-se a
Avaliação Psicológica como um processo de construção do conhecimento acerca do avaliado,
obviamente a pesquisa da vida pessoal e do comportamento do mesmo, através de entrevistas
psicológicas, é primordial. Assim, ao final da avaliação, a(o) Psicóloga(o) terá informações
suficientes para realizar o prognóstico do caso, afirmando ou não a condição do mesmo para
se submeter ao procedimento cirúrgico, através da elaboração do documento oficial,
denominado laudo ou relatório de Avaliação Psicológica.

A(O) profissional Psicóloga(o) também desenvolve serviços nos momentos pré-cirúrgicos e


pós-cirúrgicos, acompanhando e orientando o candidato à cirurgia em seu processo de
decisão pela mesma, assim como, posteriormente, auxiliando o cliente a adaptar-se a um
novo estilo de vida, diferente do anterior, e prevenindo o possível estabelecimento de novos
canais para a compulsão alimentar (transferência da compulsão para o álcool, drogas, sexo,
compras, etc.). Assim, o trabalho psicológico nessa área pode ser realizado em diferentes
momentos, com diferentes objetivos, mas de forma geral, a(o) Psicóloga(o) auxilia no
processo de mudança do cliente, verificando riscos e orientando para a melhor condução da
situação, por fim, oferecendo um suporte profissional que irá favorecer psicologicamente a
reorganização da nova etapa de vida do cliente, em um corpo inevitavelmente diferente.

A preparação psicológica dos indivíduos a serem submetidos a procedimentos cirúrgicos


ainda é um tema recorrente em psicologia da saúde e em outras ciências. Isso se deve ao fato
de que as formas de intervenção não se diversificaram na mesma proporção e os resultados
ainda carecerem de maior consistência (Rankinen et al., 2007). Considerando que, em geral,
uma cirurgia implica grande impacto sobre o bem-estar físico, social e emocional do paciente,
com aumento dos níveis de ansiedade e stress e pelo distanciamento, mesmo que temporário,
da rede de apoio social e familiar, a análise funcional da preparação psicológica de pacientes
para cirurgia consistiu um tema legítimo de pesquisa também pelos benefícios potenciais da
sua utilização (Juan, 2005; Markovic et al., 2004).

Relatos de pacientes expostos a procedimentos cirúrgicos apontam que os principais factores


desencadeantes de ansiedade incluem:

a) percepção antecipada de dor e desconforto;

b) espera passiva pelo início do procedimento;

c) separação da família e sentimentos de abandono;

d) possível perda, mesmo que temporária, de autonomia;

e) medo da morte, de sequelas, do procedimento de anestesia e do risco de alta prematura; e


f) o procedimento cirúrgico como um todo (Bellani, 2008; et all). Esses factores ansiogênicos
podem interferir de modo adverso sobre a aquisição de estratégias de enfrentamento do
procedimento cirúrgico e sobre o processo de recuperação do paciente, gerando, ainda, maior
probabilidade de episódios de elevação da pressão sanguínea, sangramentos mais intensos
nas cirurgias, redução de resistência imunológica e transtornos psicossomáticos (Ribeiro,
Tavano & Neme, 2002). Com o intuito de reduzir os níveis de ansiedade, melhorar o bem-
estar do paciente, aumentar a adesão ao tratamento, torná-lo mais apto para enfrentar com
maior eficiência o procedimento cirúrgico, proporcionar um processo de recuperação pós-
operatória mais rápido e humanizar os cuidados cirúrgicos dispensados aos pacientes, alguns
estudos apontam a efetividade de diversas intervenções preparatórias, vinculadas ao perfil
comportamental e cognitivo dos pacientes, tais como:

a) disponibilizar adequado nível de informação às necessidades do paciente, que devem ser


identificadas previamente pelos profissionais de saúde;

b) promover modificações na estrutura física dos ambientes pré e pós- -operatório, tornando-
os espaços acolhedores, privativos, calmos e relaxantes;

c) utilizar técnicas de relaxamento muscular progressivo ou relaxamento induzido, por meio


de visualização activa no pré e pós-operatório; e

d) disponibilizar suporte espiritual e atender às necessidades psicossociais dos pacientes,


viabilizando estratégias de enfrentamento cognitivo, baseadas no problema a ser enfrentado.

Nesta ordem de ideias levanta-se a seguinte questão de partida:

 Como é feita a avaliação dos aspectos psicopatológicos pré-cirúrgicos no hospital


Rural de Alto Molócuè?
3.0 Objectivos

3.1 Obectivo geral

 Analisar os aspectos psicopatológicos pré-cirúrgicos no hospital Rural de Alto


Molócuè.

3.2 Objectivos específicos

 Descrever os aspectos psicopatológicos pré-cirúrgicos no Hospital Rural de Alto


Molócuè;
 Conhecer como é feito o processo de avaliação dos aspectos psicopatológicos pré-
cirúrgicos no Hospital Rural de Alto Molócuè;
 Explicar os aspectos psicopatológicos pré-cirúrgicos no Hospital Rural de Alto
Molócuè;
 Propor estratégias para melhorar o processo de avaliação dos aspectos
psicopatológicos pré-cirúrgicos no Hospital Rural de Alto Molócuè.

4.0 Hipóteses

Hipótese 1: pressupõe-se que antes de o paciente ser submetido a cirurgia passa por uma
preparação psicológica.

Hipótese 2: uma vez que o processo de intervenção cirúrgica frequentemente gera


sentimentos de expectativa e medo quanto ao desconhecido, espera-se que estejam sendo
adoptadas formas práticas e criativas, com temáticas variadas e harmônicas que permitam o
paciente sentir-se confortável.
5.0 Justificativa

A escolha deste tema foi na razão de que a preparação psicológica dos indivíduos a serem
submetidos a procedimentos cirúrgicos ainda é um tema recorrente em psicologia clinica e
em outras ciências. Isso se deve ao facto de que as formas de intervenção não se
diversificaram na mesma proporção e os resultados ainda carecerem de maior consistência.

Essa pesquisa levanta-se pelo facto de que, uma avaliação psicológica do paciente a ser
submetido a cirurgia pode constituir uma oportunidade para a expressão de sentimentos e
pensamentos que auxiliarão os profissionais de saúde a atender as especificidades do
indivíduo, aumentando a probabilidade do desenvolvimento de estratégias mais eficientes de
enfrentamento do procedimento cirúrgico, maior colaboração com a equipe médica,
facilitação do processo de comunicação, redução dos níveis de stress e ansiedade
consequentemente. Considerando que, em geral, uma cirurgia implica grande impacto sobre
o bem-estar físico, social e emocional do paciente, com aumento dos níveis de ansiedade e
stress e pelo distanciamento, mesmo que temporário, da rede de apoio social e familiar, a
análise funcional da preparação psicológica de pacientes para cirurgia consistiu um tema
legítimo de pesquisa também pelos benefícios potenciais da sua utilização.

São estas as motivações que levaram a autora a querer fazer a avaliação dos aspectos
psicopatológicos pré- cirúrgicos no hospital Rural do distrito de Alto Molócuè, com vista a
aferir como é procedido este processo e colher sensibilidades dos pacientes uma vez que a
avaliação do paciente a ser submetido a uma cirurgia constitui um passo muito importante
devido a realidade que ele será submetido.

O processo de intervenção cirúrgica frequentemente gera sentimentos de expectativa e medo


quanto ao desconhecido. A perspectiva da realização de uma cirurgia amedronta o ser
humano de uma forma geral, levando este a expressar os mais variados sentimentos ao ser
colocado diante de uma nova e inesperada realidade. Tal processo é permeado pela utilização
de aparelhos tecnológicos desconhecidos, linguagem técnica não compreendida além da
apreensão de estar em um ambiente estranho e ainda afastado do seu cotidiano.

A reestruturação do ambiente hospitalar relacionado aos cuidados cirúrgicos deve buscar o


desenvolvimento de um espaço percebido psicologicamente como mais seguro, calmo,
privado e fisicamente confortável. Tais mudanças têm levado à melhoria das condições de
bem-estar e de satisfação do paciente, apesar de ser inevitável a exposição a condições
adversas inerentes ao contexto de centros cirúrgicos. Sugere-se, por exemplo, a adoção de
formas práticas e criativas, com temáticas variadas e harmônicas na decoração do ambiente
físico.

6.0 Questões de Investigação

 Como é procedida a avaliação dos aspectos psicopatológicos pré-cirúrgicos?


 Antes de ser submetido a procedimentos cirúrgicos teria passado por uma preparação
psicológica?

7.0 Delimitação do tema de estudo

Na arena espacial, a pesquisa será feita na província da Zambézia, distrito de Alto Molocué,
concretamente no Hospital Rural de Alto Molocué. Em termos de delimitação temporal
temos: 2023 a 2024.
Referencia bibliográfica

MARKOVIC, M., BANDYOPADHYAY, M., MANDERSON, L., ALLOTEY, P.,


MURRAY, S., & VU, T. (2004). Day surgery in Australia: qualitative research report.
Journal of Sociology, 40 (1), 74-84.

MEDEIROS, V. C. C., & PENICHE, A. C. G. (2006). A influência da ansiedade nas


estratégias de enfrentamento utilizadas no período pré-operatório. Revista da Escola de
Enfermagem da USP, 40 (1), 86-92.

BELLANI, M. L. (2008). Psychological aspects in day-case surgery. International Journal


of Surgery, 6 (Suppl. 1), S44-S46.

RANKINEN, S., SALANTERÄ, S., HEIKKINEN, K., JOHANSSON, K., KALJONEN, A.,
VIRTANEN, H., et al. (2007). Expectations and received knowledge by surgical patients.
International Journal for Quality in Health Care, 19 (2), 113-119

TRAVADO, S., PIRES, R., MARTINS, V., VENTURA, C., & CUNHA, S. (2004).
Abordagem psicológica da obesidade mórbida: caracterização e protocolo de avaliação
psicológica. Análise Psicológica, 3 (22), 533-550.

SHELLEY, M., & PAKENHAM, K. (2007). The effects of preoperative preparation on


postoperative outcomes: the moderating role of control appraisals. Health Psychology, 26
(2), 183-191.

GARBEE, D. D., & GENTRY, J. A. (2001). Coping with the stress of surgery. Association
of PeriOperative Registered Nurses Journal, 73 (5), 946-951.

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