Clementina I & P
Clementina I & P
Clementina I & P
DELEGAÇÃO DE NAMPULA
Clementina Albano
2.0 Introdução
O presente projecto que culminara com a elaboração do trabalho final do curso tem como
tema: Conhecimento dos pacientes sobre os medicamentos anti-psicóticos prescritos após
a consulta medica: caso do centro de saúde de Balama (2023-2024). Faz-se necessário frisar
que O uso de medicamentos como forma de buscar o bem-estar físico e mental é um dos
recursos que o homem emprega como prática terapêutica em busca do restabelecimento e
preservação da saúde (RENOVATO, 2008). Os fenômenos da medicalização juntamente
com o da medicamentalização da sociedade proporcionaram o aumento da expectativa de
vida, bem como melhora da qualidade de vida, pois atualmente é possível além da cura a
prevenção de doenças anteriormente não tratadas ou incuráveis (MELO et al., 2013;
RIBEIRO et al., 2014). A medicalização é um processo no qual determinado comportamento
e/ou problema não médico é definido como uma doença, transtorno ou problema médico,
sendo delegada à profissão médica a autorização para ofertar aos indivíduos algum tipo de
tratamento (CARVALHO 2015 apud PETER CONRAD 1975). Por outro lado, a
medicamentalização, refere-se ao controle médico sobre a vida das pessoas. Para tanto, a
prescrição e, consequentemente, o uso do medicamento se configura como única terapêutica
possível de responder às situações da vida cotidiana (BEZERRA et al., 2014).
Em vista disso, a Organização Mundial de Saúde (2010) demonstra que mais de 50% dos
medicamentos vendidos, dispensados e prescritos ocorrem de forma inapropriada. Além
disso, mais de 50% dos pacientes utilizam os medicamentos erroneamente. Entre estes
factores está o diagnóstico incompleto ou errado da doença que contribui para uma escolha
terapêutica inadequada (PINHEIRO & WANNMACHER, 2012).
3.0 Problematização
O uso de medicamentos como forma de buscar o bem-estar físico e mental é um dos recursos
que o homem emprega como prática terapêutica em busca do restabelecimento e preservação
da saúde (RENOVATO, 2008). Os fenômenos da medicalização juntamente com o da
medicamentalização da sociedade proporcionaram o aumento da expectativa de vida, bem
como melhora da qualidade de vida, pois atualmente é possível além da cura a prevenção de
doenças anteriormente não tratadas ou incuráveis (MELO et al., 2013; RIBEIRO et al., 2014).
Entretanto, a falta de informações nas prescrições médicas, por exemplo, sobre a via de
administração do medicamento constatado por Rosa et al. (2009) e Aguiar et al. (2006), em
1,30% e 13,50%, respectivamente, obstaculiza o alcance de resultados clínicos desejados.
Sendo assim, os medicamentos devem ser utilizados com cuidado, tendo em vista que seu
uso pode causar efeitos inesperados, ou seja, não sendo livre de riscos. E seu uso inadequado
se configura um problema de Saúde Pública mundial (PORTELA et al.,2010; MELO et al.,
2013; RIBEIRO et al., 2014).
Em vista disso, a Organização Mundial de Saúde (2010) demonstra que mais de 50% dos
medicamentos vendidos, dispensados e prescritos ocorrem de forma inapropriada. Além
disso, mais de 50% dos pacientes utilizam os medicamentos erroneamente. Entre estes
factores está o diagnóstico incompleto ou errado da doença que contribui para uma escolha
terapêutica inadequada (PINHEIRO & WANNMACHER, 2012). Consequentemente, a
escolha inadequado ou errônea da farmacoterapia pode causar a resistência antimicrobiana,
dependência medicamentosa, eventos adversos, riscos de infecções na utilização de
injetáveis, entre outros (LIELL et al., 2009). Porém, é bem nítido que, quando o paciente
recebe um tratamento necessário e adequado a sua situação clínica, a incidência de agravos
à saúde e também a mortalidade para algumas doenças é reduzida (PEREIRA et al., 2008).
A prescrição deve conter todas as informações corretas e adequadas para que o paciente tenha
seu tratamento de forma segura (TIERLING et al., 2004). Visto que o uso irracional de
medicamentos pode expor os pacientes a intoxicações, reações adversas, interações
medicamentosas, tendo significativas causas de morbidade e mortalidade (RIBEIRO et al.,
2014). Nos serviços de saúde há uma deficiência na compreensão das informações presentes
na prescrição médica. O motivo principal é a ilegibilidade, quanto ao nome do medicamento
(se é genérico ou não) e as formas farmacêuticas (CRUZETA et al., 2013). Além disso, pode
ocorrer a ausência de informação escrita e verbal durante a consulta médica (MELO et al.,
2013).
As informações fornecidas ao paciente devem ser ofertadas, de preferência, por escrito, pois
se forem ofertadas somente na forma verbal o paciente poderá esquecer as 12 orientações e,
consequentemente, não conseguir aderir ao tratamento (FRÖHLICH et al., 2010). De
maneira geral, o pouco conhecimento e a ausência de informação ofertada ao paciente sobre
seus medicamentos podem causar dificuldades na manutenção do tratamento e, portanto, o
alcance de resultados terapêuticos positivos. Para o paciente utilizar o medicamento de forma
correta, ele deve compreender com clareza a prescrição médica (MELO et al., 2013). Neste
contexto, a prescrição médica é um documento com valor legal, tendo como responsável o
prescritor, ou seja, o médico e o odontólogo (ARAÚJO & UCHÔA, 2011).
Desse modo, a prescrição deverá ser legível, seguindo o Código de Ética Médica
(MADRUGA & SOUZA, 2011). Portanto, para que isso ocorra o paciente deverá reconhecer
todas as informações presentes na receita, visto que, prescrições médicas ilegíveis,
incompletas ou com rasuras, dificultam a dispensação, comprometendo assim o tratamento
do paciente e a obtenção de resultados clínicos positivos (MASTROIANNI, 2009). Além
disso, o paciente deverá receber informações de forma verbal escrita e falada (FRÖHLICH
et al., 2010). Neste contexto levanta-se a seguinte pergunta de partida:
4.0 Justificativa
A razão desta pesquisa ser levantada, é pelo facto de que o uso racional de medicamentos
(URM) é considerado um dos elementos-chave recomendados pela Organização Mundial de
Saúde para as políticas de medicamentos, pois os efeitos dos medicamentos utilizados de
forma irracional trazem consequências para a saúde, sendo considerado o motivo de
internações hospitalares e problema de saúde pública. As consequências da ausência do URM
são graves e preocupantes. Dentre elas, destacam-se as reações adversas, diminuição da
eficácia do medicamento, perdas de ordem econômica para o governo e/ou indivíduo.
A escolha do tema foi motivada pelo facto de se ter constatado por intermedio de reclamações
dos pacientes, alegando que não tem sido informados, ou tem sido mal informados, sobre
precauções e cuidados na administração do medicamento prescritos e seus efeitos adversos.
A possibilidade de o medicamento causar efeitos adversos acaba sendo, muitas vezes,
omitida pelo prescritor, com receio de que informações negativas relativas ao medicamento
possam prejudicar a adesão do paciente ao tratamento ou mesmo que, por autossugestão, o
paciente venha a sentir o efeito adverso mencionado. Nalgum momento os profissionais
acabam omitindo certas informações sobre a prescrição e acabam prejudicando assim os
pacientes.
Objectivo geral:
Analisar o nível de conhecimento dos pacientes sobre os medicamentos anti-
psicóticos prescritos apos a consulta medica no centro de saúde de Balama.
Objectivos específicos:
Descrever o nível de conhecimento dos pacientes sobre os medicamentos
anti-psicóticos prescritos apos a consulta medica;
Avaliar o nível de conhecimento dos pacientes sobre os medicamentos anti-
psicóticos prescritos apos a consulta medica;
Propor estratégias para melhorar o nível de conhecimento dos pacientes sobre
os medicamentos anti-psicóticos prescritos apos a consulta medica.