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Urgências e Emergências - Primeiros Socorros

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C A D E R N O

ESTUDO

URGÊNCIA E AUTORA:
SABRINA WEISS STIES

EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca da Faculdade Avantis
Aline M. d’Oliveira CRB 14 – 1063

Sties, Sabrina Weiss


S855u Urgência e emergência em odontologia. [caderno de estudo
eletrônico] / Sabrina Weiss Sties. Balneário Camboriú:
Faculdade Avantis, 2017.
73p il.

Inclui Índice
ISBN: 978-85-66237-97-9 [recurso eletrônico]

1. Primeiros socorros - odontologia. 2. Emergência e


Urgência. I. Faculdade Avantis. II. Título.

CDD 21ª ed.


617.6- Odontologia
CADERNO DE ESTUDO

URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
AUTORA: SABRINA WEISS STIES

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


ANA LÚCIA DAL PIZZOL - anadiagrama@gmail.com
SUMÁRIO

AUTORA....................................................................................... 7

LISTA DE SIGLAS........................................................................... 8

APRESENTAÇÃO............................................................................ 9

PROGRAMA DA DISCIPLINA...........................................................10

CAPÍTULO 1.................................................................................14
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................14
1.1 PRIMEIROS SOCORROS............................................................................................ 14
1.1.1 Objetivos dos primeiros socorros:...................................................................... 15
1.2 EMERGÊNCIA X URGÊNCIA........................................................................................ 16
1.3 IMPORTÂNCIA DE RECONHECER E CLASSIFICAR A SITUAÇÃO....................................... 17
1.4 TIPOS DE SITUAÇÕES NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA..................................................... 17
1.5 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR.............................................................................. 19
1.6 AVALIAÇÃO DO PACIENTE......................................................................................... 19
1.6.1 Anamnese........................................................................................................ 19
1.6.2 Avaliação do estado geral.................................................................................. 20
1.6.3 Avaliação da responsividade.............................................................................. 22
1.6.4 Avaliação dos sinais vitais................................................................................. 22
SUMÁRIO

1.6.4.1 Avaliação da respiração em situação de emergência:....................................... 23


1.6.4.2 Avaliação do pulso e da FC na admissão do paciente e antes de iniciar a sessão de
atendimento............................................................................................................ 23
1.6.4.3 Avaliação do pulso em situação de urgência ou emergência:............................. 25
1.6.4.4 Avaliação da pressão arterial (PA).................................................................. 25
1.6.4.4.1 Medida da PA em Idosos............................................................................. 27
1.6.4.4.2 Medida da PA em crianças.......................................................................... 28
1.6.4.4.3 Medida da PA em gestantes....................................................................... 28
1.6.4.4.4 Classificação da PA.................................................................................... 28

CAPÍTULO 2.................................................................................30
2 INTRODUÇÃO.........................................................................................................30
2.1 HIPOTENSÃO E HIPERTENSÃO ARTERIAL.................................................................... 30
2.2 LIPOTIMIA E SÍNCOPE ............................................................................................. 34
2.3 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS (OVA)........................................................................ 35
2.3.1 Ventilação e abertura de vias aéreas.................................................................. 38
2.4 SÍNDROME DE HIPERVENTILAÇÃO, CRISE ASMÁTICA E EDEMA AGUDO DE PULMÃO........ 41
2.4.1 SÍNDROME DE HIPERVENTILAÇÃO...................................................................... 41
2.4.2 CRISE ASMÁTICA.............................................................................................. 42
2.4.3 EDEMA AGUDO DE PULMÃO................................................................................ 44
2.5 DIABETES MELLITUS............................................................................................ 44
2.6 CONVULSÃO............................................................................................................ 49
2.7 ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) E ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)....... 51
SUMÁRIO

2.7.1 ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT).............................................................. 51


2.7.2 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)............................................................. 51
2.8 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) E PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR).......... 53
2.8.1 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO ........................................................................ 53
2.8.2 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR).............................................................. 54
2.9 SUPORTE BÁSICO DE VIDA ....................................................................................... 55
2.9.1 Sequência do SBV do adulto ............................................................................. 56

CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................67

REFERÊNCIAS..............................................................................68
AUTORA

SABRINA WEISS STIES


Sou a Professora Dra. Sabrina Weiss Sties, possuo Graduação em Fisioterapia pela
Universidade do Vale do Itajaí (2007), Especialização em Fisioterapia Cardiorrespiratória pela
Universidade Tuiuti do Paraná (2008), Licenciatura em Ciências Biológicas pela Faculdade
Avantis (2017), Mestrado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Estadual
de Santa Catarina (2013) e Doutorado em Ciências do Movimento Humano pela Universidade
Estadual de Santa Catarina (2016). Sou membro da Brigada de incêndio, da Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes – CIPA e do Comitê de Biossegurança da Faculdade Avantis. Participo
frequentemente de treinamentos e eventos científicos relacionados à atuação em situações de
urgência e emergência. Proferi palestras para capacitação em urgências e emergências, com
ênfase em ressuscitação cardiopulmonar. Participo de ações de extensão e do grupo de pesquisa
do Núcleo de Cardiologia e Medicina do Exercício, Florianópolis. Atuo na área de Reabilitação
Cardiopulmonar e Metabólica (RCPM). Sou Docente do Curso de Educação Física Bacharelado
e Licenciatura, do Curso de Fisioterapia, do Curso de Odontologia e do curso de Pós-graduação-
Especialização em Fisiologia do exercício e Coordenadora do Curso de Fisioterapia da Faculdade
Avantis.
LISTA DE SIGLAS

AVE – acidente vascular encefálico

BPM – batimentos por minuto

DEA – desfibrilador externo automático

DM – diabetes mellitus

FC – frequência cardíaca

HAS – hipertensão arterial sistêmica

IAM – infarto agudo do miocárdio

IPM – incursões por minuto

IM – infarto do miocárdio

OVA – obstrução das vias aéreas

PA – pressão arterial

PCR – parada cardiorrespiratória

RCP – ressuscitação cardiopulmonar

SBV – suporte básico de vida

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
APRESENTAÇÃO

Este caderno tem como principal escopo orientar os acadêmicos do curso de Odontologia para
atuarem na primeira abordagem nas situações de urgência e emergência médicas, prestando os
primeiros e fundamentais cuidados. Os embasamentos teóricos irão servir como fundamentos
para a prática dos primeiros socorros.

Portanto, o êxito no atendimento do paciente ou da vítima depende do conhecimento e


reconhecimento das situações de urgência e emergência e dos protocolos para o atendimento.
Adicionalmente, a abordagem inicial é extremamente relevante, pois irá refletir na integridade
da saúde do paciente, nas sequelas, e demais consequências pós eventos emergenciais.

Este material visa influir na qualidade do atendimento das urgências e emergências no


consultório odontológico, ao proporcionar previamente (antes do encaminhamento a serviços
especializados) melhora ou estabilização das condições do paciente.

Aqui você irá encontrar informações sobre os métodos para verificação dos sinais vitais, como
chave para identificação de urgências/emergências médicas, como reconhecer e avaliar os sinais
e sintomas do paciente, conhecer, identificar e compreender os protocolos de atendimento para
situações de urgência e emergência médicas.

Obviamente, apenas este instrumento de estudo não será capaz de resolver todas as dúvidas
relacionadas aos muitos e variados acidentes ou condições possíveis no consultório-odontológico,
pois é necessária participação efetiva nas aulas práticas e frequentes atualizações com leitura
dos artigos, livros e documentos relacionados a esse tema. Adicionalmente, recomendo cursos e
treinamentos para atualização e aprofundamento das técnicas aqui recomendadas.

E então, vamos estudar?

9
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
PROGRAMA DA DISCIPLINA
INTRODUÇÃO

O primeiro capítulo aborda alguns conceitos importantes que servem como base para o
desenvolvimento da disciplina. Estes conhecimentos irão possibilitar a compreensão dos
Primeiros Socorros, diferenciar uma situação de Emergência e de Urgência e conhecer as
habilidades necessárias para realizar a Avaliação do Paciente.

No segundo capítulo serão abordados os principais tipos de situações de Urgência e


Emergência que podem ser presenciados no atendimento Odontológico, possibilitando
o reconhecimento de cada situação para aplicação dos procedimentos adequados. Vamos
trabalhar esses conhecimentos para que você possa apresentar segurança no atendimento e
na realização das manobras de Primeiros Socorros.

Capítulo 1

Primeiros socorros

gg Situações de urgência e emergência

gg Tipos de situações na prática Odontológica

gg Avaliação do paciente

Capítulo 2

Conceito, reconhecimento e procedimentos

gg Hipotensão e Hipertensão arterial

gg Lipotimia e Síncope

gg Obstrução das vias aéreas

gg Síndrome de hiperventilação, crise asmática e edema agudo de pulmão

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
gg Diabetes mellitus: hipoglicemia, hiperglicemia

gg Convulsão

gg Ataque isquêmico transitório e acidente vascular encefálico

gg Infarto agudo do miocárdio e parada cardiorrespiratória

PLANO DE ESTUDO DA DISCIPLINA

Objetivos da disciplina

Objetivo geral:

gg Capacitar o acadêmico para o entendimento das possíveis urgências e emergências


médicas em Ontologia, focando no aprendizado e domínio da linguagem científica, a fim
de proporcionar uma base segura para a sua atuação, além de desenvolver o senso crítico,
fundamental para a formação de um Cirurgião-dentista dentro do exercício da profissão.

Objetivos específicos:

gg Compreender os sinais vitais como chave para identificação de urgências/emergências.

gg Reconhecer e avaliar os sinais e sintomas, identificando possíveis casos de urgência/


emergência.

gg Conhecer, identificar e compreender os protocolos de atendimento para situações de


urgência e emergência.

gg Reconhecer e ser capaz de aplicar os procedimentos no caso da parada cardiorrespiratória,


com ênfase na ressuscitação cardiopulmonar (RCP).

gg Proporcionar ao acadêmico segurança no atendimento e na realização das manobras.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO
DO CIRURGIÃO-DENTISTA

Emergências ou urgências médicas configuram situações ou condições que podem ou não


trazer risco de morte iminente portanto, não pode haver protelação do atendimento ou omissão
de socorro.

O cirurgião-dentista responde legalmente pela vida do paciente conforme descrito claramente


na Lei 5081/66, a qual relata que é competência do cirurgião-dentista a prescrição e aplicação
de medicação de urgência no caso de acidentes graves que comprometam a vida e a saúde do
paciente (JORGE, 2013).

As situações de urgência ou emergência médicas podem ser presenciadas nos ambientes


de prática odontológica. Além disso, o aumento da incidência desses casos estão associados ao
aumento da expectativa de vida da população, com consequente aumento do número de idosos
que procuram o atendimento odontológico. Essa população muitas vezes apresenta doenças
cardiovasculares ou outras desordens crônicas. Adicionalmente, são frequentes os atendimentos
de pacientes com hipertensão arterial sistêmica, doença renal, hepática, coronariana, diabetes,
entre outras, tanto no serviço privado como no setor público de saúde (ANDRADE; RANALI,
2011; VICTORELLI et al., 2013).

Outros fatores que podem contribuir para a ocorrência dessas situações são uso de drogas
ilícitas, tabagismo, ansiedade, estresse emocional, dor, doenças respiratórias, obstrução aguda das
vias aéreas, reações alérgicas, intoxicação acidental aguda pela ingestão de flúor, superdosagem
das soluções anestésicas locais, etc. (ANDRADE; RANALI, 2011).

Em estudo realizado no Brasil, sobre o grau de conhecimento do cirurgião-dentista em relação


às emergências médicas e suas habilidades para manejá-las foi relatado que os profissionais
reconheciam a importância do tema, mas sentiam-se despreparados para solucionar uma
emergência médica (SANTOS; RUMEL, 2006).

12
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
VAMOS REFLETIR:
E você, está preparado(a) para lidar com essas situações inesperadas que podem
ocorrer no seu consultório odontológico?

Estes fatos demonstram o quanto é importante a disciplina de Urgência e Emergência Médica


em Odontologia para que você, futuro cirurgião-dentista, esteja preparado para prevenir e evitar
essas situações no consultório e para sentir-se seguro para diagnosticar e intervir de maneira
adequada.

Neste contexto, cabe ao cirurgião-dentista reconhecer essas situações que colocam em risco
a saúde e a vida de seus pacientes, devendo estar apto para instituir procedimentos e manobras
de primeiros socorros.

Desejo bons estudos e sucesso!

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
CAPÍTULO 1

1 INTRODUÇÃO
Nesse capítulo você irá aprender a definição e os objetivos dos Primeiros Socorros e
como esses atendimentos são caracterizados. Iremos verificar a importância de reconhecer
e classificar as situações de Urgência e Emergência possibilitando por meio da Avaliação do
paciente o reconhecimento dos potenciais riscos que este poderá apresentar.

Vamos refletir sobre a incidência e etiologia das situações de Emergência e Urgência


na prática odontológica. Você sabe quais são as situações que poderá presenciar? Como
deve ser utilizada a classificação para verificar possíveis riscos em função da anestesia e da
extensão do trauma cirúrgico? Após o reconhecimento de uma situação de Emergência ou
Urgência quais são os protocolos que deverá utilizar?

Iremos iniciar o nosso estudo identificando a assistência prestada pelos Primeiros


Socorros, suas características e as condutas da cadeia de sobrevivência.

1.1 PRIMEIROS SOCORROS

Definem-se os Primeiros Socorros como a assistência imediata prestada a uma pessoa doente
ou ferida até chegar o serviço de emergência. São caracterizados pelo atendimento não apenas de
lesões físicas ou doenças, mas também por outros cuidados iniciais, incluindo apoio psicossocial
para pessoas que sofrem estresse emocional causado por experimentar ou testemunhar um
trauma ou evento (ARC, 2010).

14
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
1.1.1 Objetivos dos primeiros socorros:
gg preservar a vida;

gg aliviar o sofrimento;

gg prevenir mais doenças ou lesões;

gg promover a recuperação.

(IFRC, 2016)

As condutas da cadeia de sobrevivência são demonstradas na Figura abaixo.

Figura 1. Condutas da cadeia de sobrevivência. Adaptada: IFRCRCS (2016).

Conforme podemos verificar na figura acima, a cadeia de sobrevivência


contempla 5 aspectos imprescindíveis na atenção ao paciente. Os procedimentos
iniciam com a Prevenção das situações de Urgência e Emergência, pois estas podem
ser evitadas e os riscos podem ser minimizados com a orientação do paciente e
avaliação precoce. Assim, o segundo elo representa o Reconhecimento Precoce, o
qual deve ser realizado rapidamente para que na sequência seja acionado o serviço
de emergência e sejam definidos os protocolos de atendimento de Primeiros
Socorros possibilitando desta fora o atendimento médico precoce.

15
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Neste contexto, é importante saber classificar as situações de Emergência e Urgência. Há
frequentemente dúvida sobre a definição dessas situações e ainda se essas são consideradas
sinônimos. Portanto, a seguir iremos compreender os aspectos que definem e caracterizam cada
situação.

1.2 EMERGÊNCIA X URGÊNCIA

As situações de EMERGÊNCIA são caracterizadas por ameaça iminente à vida, sofrimento


intenso ou risco de lesão permanente, havendo necessidade de tratamento médico imediato.
Essa situação pode levar a danos irreversíveis e até à óbito (GIGLIO-JACQUEMONT, 2005).

Exemplos:

gg infarto agudo do miocárdio (IAM);

gg parada cardiorrespiratória (PCR);

gg hemorragias intensas.

As situações de URGÊNCIA requerem assistência rápida, no menor tempo possível, a fim de


evitar complicações e sofrimento. São caracterizadas por processo agudo clínico ou cirúrgico,
sem risco de morte iminente (ou seja, pode ou não ter risco de morte). Possui um caráter menos
imediatista quando comparado a uma situação de emergência (GIGLIO-JACQUEMONT, 2005).

Exemplos:

gg lipotimia;

gg síncope;

gg hipoglicemia.

Segundo o Conselho Federal de Medicina (1995, p. 3666):

Define-se por EMERGÊNCIA a constatação médica de condições de agravo


à saúde que impliquem em risco iminente de morte ou sofrimento intenso,
exigindo portanto, tratamento médico imediato. Define-se por URGÊNCIA
a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de
morte, cujo portador necessita de assistência médica imediata.

16
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
VAMOS REFLETIR:
Conforme as definições acima qual é a diferença entre uma emergência médica e
1
uma urgência odontológica? Uma situação de urgência odontológica pode tornar-se
uma emergência médica?

1.3 IMPORTÂNCIA DE RECONHECER E CLASSIFICAR A SITUAÇÃO

A classificação das situações de emergência ou de urgência é realizada para facilitar a triagem


dos pacientes. Para isso é importante avaliar o quadro do paciente, os potenciais riscos, a dor e o
sofrimento.

Nos Prontos-Atendimentos e Prontos-Socorros é realizada a classificação das vítimas que


necessitam de tratamento imediato para possibilitar a identificação e priorizar os quadros mais
graves, atendendo-os primeiro. Quanto mais grave for a situação do paciente, mais rapidamente
ele será atendido, independente da ordem de chegada.

Agora que já sabemos classificar as situações precisamos conhecer quais são as situações que
podem ser presenciadas no seu consultório Odontológico.

1.4 TIPOS DE SITUAÇÕES NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA

A incidência das situações de emergência e urgência na prática odontológica parece estar


associada ao estresse cirúrgico que, consequentemente, pode aumentar a ocorrência de lipotimia,
síncope vasodepressora, síndrome de hiperventilação e outras alterações cardiovasculares,
pulmonares e metabólicas (ANDRADE; RANALI, 2011).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
No Quadro abaixo são demonstrados os tipos de situações relatadas na prática Odontológica.

*Lipotimia e síncope *Hiperventilação Superdosagem de anestésico


*Reação alérgica moderada *Reação a adrenalina Edema agudo de pulmão
*Angina *Hipoglicemia Coma diabético
*Hipotensão ortostática *Parada cardíaca AVC
*Convulsão Reação anafilática Insuficiência adrenal
*Crise de asma Infarto Crise de hipertireoidismo
Quadro 1. Situações relatadas na prática Odontológica. Adaptado: ANDRADE; RANALI (2011).
*Situações mais comuns na prática odontológica.

Quanto à incidência de situações de Urgência e Emergência no consultório odontológico foi


relatado por Victorelli e colaboradores (2013), que a maior prevalência foi de síncope vasovagal
(63%).

Neste contexto, é importante o controle eficaz da ansiedade e da dor durante o procedimento


odontológico para a prevenção de intercorrências de caráter emergencial (VICTORELLI et al.,
2013).

SAIBA MAIS!
Veja que grandes desafios ...

É evidente que além dos conhecimentos específicos da prática Odontológica é


necessário que os profissionais sejam aptos para atuar nas situações de Emergências
e Urgências. Portanto, aprofunde essas questões com a leitura da obra que segue abaixo.

ANDRADE, E. D. de; RANALI, J. Emergências Médicas em Odontologia. 3 ed. São


Paulo: Artes Médicas, 2011

É importante que você saiba também, identificar quais são as características inerentes ao
atendimento que irá realizar no local que presenciou uma situação de Emergência ou Urgência,
ou seja, as que são referentes ao atendimento pré-hospitalar.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
1.5 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

O período pré-hospitalar compreende os momentos do início dos sintomas até a chegada


ao hospital. O tempo entre o início dos sintomas até a instituição do tratamento é um fator
fundamental para o sucesso do tratamento, tanto imediato quanto tardio.

O objetivo do atendimento pré-hospitalar é reduzir o tempo entre o início do evento até o


tratamento efetivo. A rapidez desse atendimento reduz os índices de morte nas primeiras horas
(PIEGAS et al., 2015).

Para que esses objetivos sejam alcançados você terá que compreender os métodos para
avaliação do paciente. A seguir iremos verificar os procedimentos que devem ser adotados
para avaliação do estado geral, da responsividade e dos sinais vitais.

1.6 AVALIAÇÃO DO PACIENTE

Vamos iniciar pela anamnese que é um procedimento indispensável na consulta inicial


do paciente. Você sabe quais informações devem ser coletadas? E quais exames devem ser
solicitados?

Leia atentamente cada procedimento e faça suas anotações.

1.6.1 Anamnese

Este é o momento em que o cirurgião-dentista realiza um interrogatório cujas informações


servirão não apenas para fazer o diagnóstico odontológico, mas para estabelecer o perfil de saúde
do paciente. Você deve verificar o histórico de doenças atuais e pregressas, presença de doenças
sistêmicas, intercorrências em tratamentos odontológicos anteriores e questionar o paciente se
a doença atual está controlada e se houve alguma complicação recente. É importante solicitar a
receita médica com a lista de medicamentos de uso contínuo pois estes podem interagir com os

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
fármacos utilizados na clínica odontológica. E, se necessário, deve fazer contato com o médico
responsável para adquirir informações sobre os cuidados gerais no tratamento (ANDRADE;
RANALI, 2011).

Na presença de doenças crônicas, principalmente as não controladas, é recomendado solicitar


exames laboratoriais recentes.

1.6.2 Avaliação do estado geral

Ao deparar-se com uma situação ou evento inesperado é importante manter a calma e


transmitir segurança ao paciente.

Inicialmente avalia-se a responsividade, o estado geral do paciente, orientação temporal e


espacial, nível de consciência, sinais vitais e outros sinais e sintomas (LARANJEIRA et al., 2011).
O tipo de situação irá determinar qual será a sequência dos procedimentos, por exemplo se o
paciente estiver inconsciente você não poderá checar os sintomas.

Você precisa determinar se o mesmo encontra-se ESTÁVEL, ou seja, com condições e sinais
vitais equilibrados e constantes, ou INSTÁVEL, apresentando alterações lentas ou súbitas das
condições e sinais vitais.

Os SINAIS são alterações do organismo que podem ser percebidas através de avaliação ou
exames complementares. Não é necessário que o paciente relate o sinal, pois outra pessoa pode
identificá-lo. É uma característica objetiva da doença. Exemplo: pulso, pressão arterial, coloração
da pele, arritmia. E os SINTOMAS são alterações do organismo relatadas pelo próprio paciente,
de acordo com sua percepção, de sua saúde. Apenas o paciente consegue identificá-los. É uma
característica subjetiva, pois depende da interpretação do próprio paciente. Ex.: dor, tontura,
fraqueza (SANTOS et al., 2006).

Outro aspecto relevante é utilizar a Classificação ASA da Sociedade Americana dos


Anestesiologistas com intuito de verificar possíveis riscos em função da anestesia e da extensão
do trauma cirúrgico (ANDRADE; RANALI, 2011).

No Quadro abaixo segue o sistema de classificação do estado físico.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Classificação Exemplos,
Definição
ASA incluindo mas não limitado a:

ASA I Paciente normal Saudável, não tabagista, não alcoólatra ou uso mínimo de álcool

Doença moderada sem limitações funcionais substanciais. Exemplos:


Paciente com doença sistêmica
ASA II tabagista, bebedor social (de álcool), gestante, obesidade (30 < IMC
moderada
< 40), DM e HAS controlada, doença pulmonar leve

Limitações funcionais substanciais; Uma ou mais doenças severas.


Exemplos: DM e HAS pouco controladas, DPOC, obesidade (IMC
Paciente com doença sistêmica ≥40), hepatite ativa, dependência ou abuso de álcool, marcapasso
ASA III
severa implantado, redução moderada da fração de ejeção, estágio final de
doença renal submetido a diálise regularmente, histórico (>3 meses)
IM, AVE, AIT ou DAC/stents.

Exemplos: recente (< 3 meses): IM, AVE, AIT, ou DAC/stents, isquemia


Paciente com doença
cardíaca em curso ou disfunção valvar grave, redução severa da
ASA IV sistêmica severa que promove
fração de ejeção, sepse, CID, doença do refluxo ou estágio final de
ameaça constante a vida
doença renal não submetido a diálise regularmente,

Exemplo: Ruptura de aneurisma abdominal / torácico, trauma


Paciente em fase terminal
importante, sangramento intracraniano, intestino isquêmico em face
ASA V que não tem expectativa de
de patologia cardíaca significativa ou disfunção de múltiplos órgãos
sobreviver a cirurgia
/ sistemas

Paciente com morte cerebral


declarada cujos órgãos estão
ASA VI
sendo removidos para fins de
doação

Quadro 2. Classificação ASA*. Adaptado: ASA (2014).


2

Atenção! Lembre-se que antes de qualquer atendimento/procedimento de primeiros


socorros a sua segurança deve estar em primeiro lugar. Utilize equipamentos de proteção.

1 *DM: diabetes mellitus; HAS: hipertensão arterial sistêmica; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; IMC: índice de massa corporal; IM:
infarto do miocárdio; AVE: acidente vascular encefálico; AIT: ataque isquêmico transitório; DAC: doença arterial coronariana; CID: coagulação
intravascular disseminada.

21
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
1.6.3 Avaliação da responsividade

Para avaliar a responsividade você deve utilizar estímulo verbal e tátil, chamando o paciente e
tocando-o pelos ombros (vide figura abaixo).

Figura 2. Avaliação da responsividade. Adaptada: SBC (2015).

Após avaliar a resposta do paciente proceda com a avaliação dos sinais vitais.

1.6.4 Avaliação dos sinais vitais

A avaliação dos sinais vitais é imprescindível, pois estes são indicadores das funções vitais e
podem orientar o cirurgião-dentista no diagnóstico inicial e no acompanhamento da evolução do
quadro clínico do paciente.

Esta avaliação deve contemplar a verificação do pulso, pressão arterial, frequência respiratória
e temperatura, possibilitando assim a identificação de problemas fisiológicos e monitoramento
da resposta do paciente ao tratamento.

Procedimentos para avaliação dos sinais vitais

Avaliação da respiração e frequência respiratória na admissão do paciente e antes de iniciar a


sessão de atendimento:

gg Identificação dos padrões respiratórios - A eupneia é caracterizada por ritmo e frequência


respiratória normais. Porém, em situações de emergência ou urgência podem haver alterações

22
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
como apneia (ausência periódica da respiração), bradipneia (respiração lenta e regular de igual
profundidade), taquipneia (respirações rápidas (acima de 20 ipm, profundas e trabalhosas sem
pausa), entre outras.

gg Identificação da frequência respiratória (FR) – não diga ao paciente que irá observar a sua
respiração, pois pode induzi-lo a respirar de outra forma. Conte o número de incursões durante
1 minuto (ipm).

Na tabela a seguir podem ser verificados os resultados normais da FR em repouso:

Tabela 1. Resultados normais da frequência respiratória em repouso.

Bebês 100 a 170 ipm


1 a 10 anos 70 a 120 ipm
Crianças maiores de 10 anos e
60 a 100 ipm
adultos
Fonte: ANDRADE; RANALI (2011).

1.6.4.1 Avaliação da respiração em situação de emergência:

gg Observe se há elevação do tórax em menos de 10 segundos.

gg Caso o paciente tenha respiração, fique ao seu lado e monitore sua evolução, caso seja
necessário, chame ajuda.

gg Se o paciente não estiver respirando ou estiver com gasping chame ajuda imediatamente.

Pulso x Frequência Cardíaca (FC)

O pulso reflete o ritmo dos batimentos cardíacos e não necessariamente o número de


batimentos por minuto. No entanto, a frequência cardíaca refere-se ao número de batimentos
por unidade de tempo, geralmente expresso em batimentos por minuto (bpm).

1.6.4.2 Avaliação do pulso e da FC na admissão do paciente e antes de iniciar a


sessão de atendimento

23
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Na admissão do paciente e antes de iniciar a sessão de atendimento o pulso carotídeo, braquial
ou radial pode ser avaliado de forma manual. A artéria deve ser pressionada levemente, com os
dedos indicador e médio do avaliador. Verifique se o pulso está forte ou fraco, se o ritmo está
regular ou irregular.

A frequência cardíaca pode ser avaliada também por meio de um oxímetro (vide figura abaixo),
caso esteja disponível.

Figura 3. Avaliação da frequência cardíaca com oxímetro. Fonte: CIRÚRGICA (s.d.).

Na tabela a seguir podem ser verificados os resultados normais da FC em repouso:

Tabela 2. Resultados normais da frequência cardíaca em repouso:

Bebês 100-170 bpm


1 a 2 anos 70-120 bpm
2 a 10 anos

Crianças maiores de 10 anos e adultos 60-100 bpm


Fonte: ANDRADE; RANALI (2011).

24
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
1.6.4.3 Avaliação do pulso em situação de urgência ou emergência:
Nestas situações a avaliação deve ser rápida e objetiva, portanto é recomendado avaliar
imediatamente o pulso carotídeo (vide figura abaixo).

Figura 4. Avaliação do pulso carotídeo. Fonte: MIGUEL, 2009.

gg Avalie o pulso carotídeo em menos de 10 segundos

gg Se apresentar pulso aplique uma ventilação a cada 5 a 6 segundos, mantendo uma


frequência de 10 a 12 ventilações por minuto, e cheque o pulso a cada dois minutos.

gg Se não detectar pulso ou estiver em dúvida acione o serviço de emergência, solicite/


busque o Desfibrilador Externo Automático (DEA) e inicie os ciclos de compressões e ventilações.

A verificação da respiração e do pulso pode ser feita simultaneamente, em menos de 10


segundos.

1.6.4.4 Avaliação da pressão arterial (PA)

Deve ser realizada conforme as recomendações da Diretriz Brasileira de Hipertensão


Arterial. Para medição da PA podem ser utilizados esfigmomanômetros manuais (vide a figura
5), semiautomáticos ou automáticos os quais devem ser validados e calibrados pelo menos uma

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
vez por ano, de acordo com as orientações do INMETRO. Lembre-se que o manguito deve ser
adequado à circunferência do paciente (MALACHIAS et al., 2016).

Antes da avaliação (na admissão do paciente ou antes de iniciar a sessão de atendimento) o


paciente deve estar sentado em ambiente calmo e confortável.

Procedimentos recomendados

gg Explicar o procedimento ao paciente, o mesmo deve permanecer em repouso de 3 a 5


minutos. O paciente não pode conversar durante a medição.

gg Você deve certificar-se de que o paciente NÃO está com a bexiga cheia; NÃO praticou
exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; NÃO ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos e
NÃO fumou nos 30 minutos anteriores.

gg O paciente deve estar sentado com pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso
recostado na cadeira e relaxado;

gg O braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima
e as roupas não devem garrotear o membro.

gg O manguito deve ser colocado, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital;

gg Você deve centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;

gg O nível da PAS deve ser estimado pela palpação do pulso radial;

gg A campânula ou o diafragma do estetoscópio não devem promover compressão excessiva;

gg Você deve inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS
obtido pela palpação;

gg A deflação deve ser lenta (velocidade de 2 mmHg por segundo);

gg A PAS será determinada pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após, deve
aumentar ligeiramente a velocidade de deflação;

gg Determinar a PA diastólica no desaparecimento dos sons (fase V de Korotkoff);

gg Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do último som para confirmar seu


desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa;

gg Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PA distólica no abafamento


dos sons (fase IV de Korotkoff) e anotar valores da PA sistólica/PA diastólica/zero;

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
gg Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições
adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras forem muito diferentes. Caso julgue
adequado, considere a média das medidas;

gg Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço onde foi
obtida a maior pressão como referência (MALACHIAS et al., 2016).

Figura 5. Avaliação da pressão arterial. Fonte: RASPANTI, E. O. et al. (s.d); MINUTO ENFERMAGEM (s.d.).

Você deve informar o valor obtido de PA para o paciente e anotar os valores exatos sem
“arredondamentos” e o braço em que a PA foi medida.

É recomendado medir a PA na posição de pé, após 3 minutos, nos diabéticos, idosos e em


outras situações em que a hipotensão ortostática possa ser frequente ou suspeitada (MALACHIAS
et al., 2016).

1.6.4.4.1 Medida da PA em Idosos

Devido às alterações próprias do envelhecimento pode ocorrer maior frequência de “hiato


auscultatório” (desaparecimento dos sons durante a deflação do manguito) resultando em valores
falsamente baixos. Além disso, o que pode dificultar a avaliação é o efeito do avental branco,
hipotensão ortostática e pós-prandial e a presença de arritmias.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
1.6.4.4.2 Medida da PA em crianças

A medida da PA em crianças deve respeitar as padronizações estabelecidas. Devem ser


considerados a idade, sexo e altura em crianças e adolescentes e para a interpretação dos valores
de PA é necessário consultar tabelas específicas. É considerada hipertensão PA ≥ percentil 95.

1.6.4.4.3 Medida da PA em gestantes

O método é o mesmo do recomendado para adultos, também pode ser avaliada no braço
esquerdo na posição de decúbito lateral esquerdo em repouso, não devendo diferir da obtida
na posição sentada. São comuns na gravidez a hipertensão do avental branco e a hipertensão
mascarada.

1.6.4.4.4 Classificação da PA

Os valores que classificam o comportamento da PA em adultos por meio de medidas casuais


ou de consultório são expressos no Quadro abaixo.

Quadro 3. Classificação do comportamento da PA em adultos por meio de medidas casuais ou de consultório. Fonte:
MALACHIAS et al. (2016).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Adicionalmente, é importante que você conheça a responsabilidade civil do cirurgião-dentista
e sua importância para o seu labor diário. Para saber mais consulte o site abaixo.

Da responsabilidade civil do cirurgião-dentista. http://www.ambitojuridico.


com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=3104

Agora que você já pode compreender e diferenciar as situações de Urgência e Emergência,


conhece os objetivos e características dos Primeiros Socorros e sabe como deve proceder na
avaliação dos sinais vitais.

Você está pronto para aprofundar os conhecimentos para reconhecer e aplicar os


procedimentos em situações específicas que podem ocorrer no seu consultório?

Vamos começar?

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
CAPÍTULO 2

2 INTRODUÇÃO
Este capítulo irá abordar as principais situações que poderão ser presenciadas por
você, na sua prática como cirurgião-dentista, tais como: alterações da pressão arterial,
da frequência cardíaca e respiratória, alterações metabólicas, obstrução das vias aéreas,
dentre outras. Além do conceito específico de cada situação de Urgência e Emergência, você
irá encontrar os métodos para o reconhecimento dessas e os protocolos adequados para o
atendimento em cada situação.

A seguir vamos conhecer os procedimentos para avaliação da pressão arterial e


classificação dos níveis de pressão arterial.

2.1 HIPOTENSÃO E HIPERTENSÃO ARTERIAL

A pressão arterial (PA) é caracterizada pela pressão exercida pelo sangue contra a superfície
interna da parede das artérias e é determinada pela alteração de pressão no sangue das artérias.
Quando as artérias oferecem resistência para a passagem do sangue a pressão está aumentada, ou
seja, há hipertensão arterial (SBHA, 2016).

O paciente pode apresentar aumento da pressão arterial (acima dos valores normais)
devido ao estresse emocional ou ansiedade, no entanto, pode não apresentar a doença crônica
chamada hipertensão arterial sistêmica (HAS). Considera-se hipertensão sistólica isolada quando
PAS ≥ 140 mm Hg e PAD < 90 mmHg.

30
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Segundo a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010, p. 1):

A hipertensão arterial sistêmica é uma condição clínica multifatorial


caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial
(PA). Associa-se frequentemente à alterações funcionais e/ou estruturais
dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e à
alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos
cardiovasculares fatais e não fatais.

Prevalência de HAS

A HAS é um dos mais importantes problemas de saúde pública que apresenta baixas taxas
de controle e alta prevalência. Sabe-se que a elevação da PA a partir de 115/75 mmHg aumenta
a mortalidade por doença cardiovascular. Nas últimas três décadas no Brasil, foi observada
tendência à diminuição da prevalência de HAS de 36,1% para 31,0%% com predomínio entre
homens (40,1%) (MALACHIAS et al., 2016).

Fatores de risco

Os fatores de risco para HAS são: idade (idosos); gênero (mulheres); etnia (negra); excesso
de peso e obesidade (desde jovens); obesidade central; ingestão excessiva de sódio; consumo
crônico e elevado de álcool; sedentarismo; fatores socioeconômicos (menor nível de escolaridade)
(MALACHIAS et al., 2016).

Prevenção da HAS

Para a prevenção da HAS é importante realizar o diagnóstico precoce, aderir ao


tratamento, controlar a PA modificando o estilo de vida para reduzir/eliminar os fatores de risco
associados.

Sintomas da hipertensão arterial

Estudos revelaram que a hipertensão arterial não causa sintomas na maioria dos indivíduos.
Há coincidência do surgimento de determinados sintomas que muitas vezes, de maneira errônea,

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
são associados à HAS, como rubor facial, dores de cabeça, tontura, sangramento pelo nariz e
cansaço. Quando um indivíduo apresenta uma hipertensão arterial grave ou prolongada e
não tratada, pode apresentar dores de cabeça, vômito, dispneia ou falta de ar, agitação e visão
borrada decorrência de lesões que afetam o cérebro, os olhos, o coração e os rins (SBHA, 2016).

Procedimentos

Caso o paciente com HA apresente dores de cabeça, vômito, dispneia ou falta de ar,
agitação e visão borrada, interrompa o tratamento. Posicione o paciente de maneira confortável,
semi-sentado (vide figura abaixo). Monitore os sinais vitais e, se necessário, chame o serviço de
emergência.

Figura 6. Posição semi-sentado. Fonte: ODONTOWEB (s.d.).

Hipertensão controlada (até 160/100 mmHg) no dia da consulta:

gg o paciente pode ser submetido a procedimentos odontológicos de caráter eletivo ou de


urgência;

gg você deve planejar sessões curtas de atendimento, preferencialmente entre às 10h e 12h
da manhã;

gg caso o procedimento seja prolongado monitore a PA durante a intervenção;

gg prescreva benzodiazepínico (pré anestesia para evitar aumento PA por condições


emocionais);

gg Pode ser realizada sedação mínima;

gg Epinefrina não é contraindicada se usada 1:200.000 (máx. 4 tubetes) ou 1:100.000 (máx.


2 tubetes);

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
gg Cuidado para evitar injeção intravascular (ANDRADE; RANALI, 2011).

Níveis de PA acima de 160/100 mmHg, mas sem ultrapassar 180/110 mmHg

gg Procedimentos odontológicos eletivos são contraindicados, deve encaminhar o paciente


para o controle da PA;

gg Nas urgências odontológicas (pulpites, pericementites e abscessos) o mais importante é


o alívio da dor;

gg O procedimento deve ser rápido e sob sedação;

gg Deve-se levar em conta: IM, AVE, IC, DM (ANDRADE; RANALI, 2011).

Hipertensão severa, acima de 180/110 mmHg, mas sem sintomas:

gg Todos procedimentos odontológicos estão contraindicados;

gg Urgência odontológica deve ser realizada em ambiente hospitalar após atendimento


médico e diminuição da PA (ANDRADE; RANALI, 2011).

Hipertensão severa acima de 180/110 mmHg sintomática:

gg Com dor de cabeça, alterações visuais, sangramento nasal/gengival ou dificuldade


respiratória;

gg Você deve chamar atendimento móvel de urgência (ANDRADE; RANALI, 2011).

Hipotensão arterial

É caracterizada por níveis pressóricos abaixo do normal. Pode ocorrer devido a: desidratação;
jejum prolongado; hipovolemia; problemas cardíacos; uso excessivo de medicações contra
a hipertensão, diuréticos; vasodilatação secundária a quadros inflamatórios ou distúrbios
neurológicos. O paciente pode apresentar também hipotensão ortostática devido ao déficit
momentâneo na irrigação do cérebro por causa do retorno venoso mais lento e do subsequente
débito cardíaco no momento em que se levanta rapidamente após algum tempo deitado, agachado
ou sentado (VARELLA, 2016).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
2.2 LIPOTIMIA E SÍNCOPE

Dentre os eventos que podem ocorrer na prática odontológica tanto a lipotimia quanto
a síncope são os mais frequentes. Geralmente causados por fatores emocionais (estresse e
ansiedade).

A Lipotimia (“pré-desmaio”) é uma situação na qual o paciente relata mal-estar e sensação de


desmaio, sem que esse, efetivamente ocorra. Apresenta alteração da consciência (mas não perda
total), palidez, sudorese e visão turva (OLIVEIRA, 2016a).

A síncope (“desmaio”) é caracterizada pela perda transitória da consciência, como resultado da


baixa perfusão cerebral (geralmente por queda temporária súbita da PA) associada à incapacidade
de manter-se na posição de pé com recuperação espontânea e completa. Apresenta bradicardia,
palidez, sudorese, fraqueza, respiração superficial, hipotensão e visão turva (MOYA et al., 2009).

As síncopes podem ser classificadas em cardíacas ou não-cardíacas sendo que grande parte
dos casos não apresenta uma causa definida. Portanto, é relevante questionar o paciente sobre
a presença de sintomas, como palpitações, angina e náuseas. O uso de medicamentos deve ser
correlacionado quanto a possíveis efeitos colaterais. Além disso, eventos frequentes de síncope
na presença de sintomas súbitos de perda inesperada da consciência sugerem arritmias cardíacas
ou alterações neurológicas (tipo pequeno mal epilético). Quando os sintomas aparecem de forma
gradual, sugerem hiperventilação, síncope neurocardiogência (vasovagal), ou hipoglicemia. O
tipo neurocardiogênica (vasovagal) é decorrente de quedas do batimento cardíaco e/ou da pressão
arterial (vadodepressora, vasoplégica ou mista) (PORTAL DO CORAÇÃO, 2010).

Procedimentos

gg Interrompa o tratamento;

gg Remova todo material da boca;

gg Monitore a respiração e o pulso (OLIVEIRA, 2013).

Se o paciente começou a desfalecer:

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
gg Ajude-o a sentar-se e a colocar a cabeça entre os joelhos;

gg Peça que inspire e expire profundamente até que o mal estar passar;

gg Não permita que se levante sozinho;

Se ocorreu a síncope:

gg Posicione o paciente o mais confortavelmente possível, com a cabeça e ombros em


posição mais baixa que o restante do corpo;

gg Vire a cabeça do paciente de lado para evitar que aspire secreções;

gg Quando recobrar a consciência, solicite para ficar alguns minutos sentado para readaptar-
se à posição vertical (VARELLA, 2014).

2.3 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS (OVA)

A Obstrução das vias Aéreas é caracterizada por um evento súbito, repentino, no qual um
corpo estranho provoca a OVA, resultando em uma asfixia. OVA é toda situação que impede
total ou parcialmente o trânsito de ar ambiente até os alvéolos pulmonares (GONZALEZ et al.,
2013). Na prática odontológica há risco de objetos caírem na cavidade oral ou na orofaringe e,
consequentemente, provocar a ingestão ou aspiração do corpo estranho. Por isso, é importante
tomar cuidado materiais utilizados para moldagem ou restaurações, brocas, limas, brakets
ortodônticos, componentes de implantes e fragmentos ósseos (ANDRADE; RANALI, 2011).

Procedimentos

Se há passagem de ar, o paciente é capaz de tossir e emite sons vocais, a asfixia é leve/parcial,
é recomendado:

gg Permanecer ao lado do paciente, solicite para ele tossir para tentar eliminar o corpo
estranho.

gg Se o objeto for visível tente retirar;

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
gg Deve-se ter calma para não estressar o paciente, o que poderá resultar piora da obstrução
das vias aéreas.

Se o paciente não conseguir tossir, nem emitir sons e respirar, apresenta asfixia grave/ total,
é recomendado realizar compressões abdominais em pé, manobra de Heimlich. Esta manobra
eleva o diafragma e aumenta a pressão na via aérea e serve para criar uma tosse artificial e expelir
um corpo estranho da via aérea.

Método para Manobra de Heimlich (vide figura 7):

gg Posicionar-se atrás do paciente, na altura do mesmo


(em crianças pode ficar ajoelhado);

gg Abraçar o paciente de modo que suas mãos fiquem


na frente de seu corpo;

gg Fechar uma das mãos e colocar o lado do polegar da


mão fechada contra o abdômen do paciente, na linha média,
ligeiramente acima do umbigo e bem abaixo do esterno;

gg Agarrar a mão fechada com a outra mão e pressionar


a mão fechada contra o abdômen do paciente, realizando
compressão rápida e forte para cima;

gg As compressões devem ser repetidas até que o


objeto seja expelido da via aérea ou o paciente pare de
Figura 7. Manobra de Heimlich (pa-
ciente consciente/responsivo). Fonte:
responder. SBC (2015).

Se o paciente parar de responder, não estiver


consciente e responsivo (vide figura 8):

gg coloque-o no chão imediatamente;

gg aplique compressões abdominais;

gg verifique respiração e pulso, na ausência


destes ligue para o SAMU(192);

gg inicie o protocolo para ressuscitação Figura 8. Compressões abdominais


cardiopulmonar. (paciente inconsciente/não responsivo).
Fonte: MESQUITA (s.d.).
(SBC, 2015).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Em gestante ou obesos aplique compressões torácicas ao invés de compressões abdominais
(vide figura 9).

Figura 9. Compressões torácicas em gestante ou obesos. Fonte: SBC (2015).

Nas crianças, conforme demonstrado na figura abaixo você deve posicionar-se atrás do
paciente, na altura do mesmo e ficar ajoelhado.

Figura 10. Manobra de Heimlich em criança. Fonte: DUOCANHMINH (2014).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Nos bebês, coloque a vítima em decúbito ventral (vide figura 11) com a cabeça mais baixa do
que o do corpo, suportando a cabeça com uma mão e apoiando o tórax sobre o seu antebraço.
Aplique 5 golpes na região entre as escápulas (com a mão em forma de concha). Se o bebê não
expelir o objeto, inicie as compressões torácicas e monitore os sinais vitais.

Figura 11. Desobstrução da via aérea em lactente. Fonte: FIRSTAID (2015).

2.3.1 Ventilação e abertura de vias aéreas


As ventilações podem ser aplicadas por meio de ventilação boca a boca, com lenço facial com
válvula antirrefluxo, máscara de bolso (pocket-mask) ou bolsa-válvula-máscara. No entanto, é
indicado que o socorrista utilize mecanismos de barreira para aplicar as ventilações devido ao
risco de contaminação na ventilação boca a boca (GONZÀLEZ et al., 2013).

Procedimentos para aplicar a ventilação (conforme a I Diretriz de Ressuscitação


Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência):

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
gg realizar a abertura de via aérea, para isso pode ser utilizada a manobra da inclinação da
cabeça (vide figura abaixo).

Figura 12. Manobra da inclinação da cabeça. Fonte: FRONTIERLIFELINE (s.d.).

Ventilação com máscara facial com válvula unidirecional

O lenço facial (vide figura abaixo) é descartável e comtempla uma válvula unidirecional a qual
impede o retorno do ar pela boca do paciente, protegendo o dentista. Verifique o lado correto
que deve ser voltado para o paciente e qual deve ser voltado para você. Procedimento: você deve
realizar a abertura da via aérea, estabilizar a mandíbula vedando o lenço facial o máximo possível
na boca do paciente, pince o nariz do mesmo e realize as ventilações.

Figura 13. Máscara facial com válvula unidirecional. Fonte: FIBRA (s.d.).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
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Ventilação com a máscara de bolso / pocket-mask

Esta máscara contém uma válvula unidirecional, pode ser redonda ou ter uma parte mais
estreita a qual fica voltada para o nariz do paciente. A máscara deve envolver a boca e o nariz do
paciente. Procedimento: após posicionar a faça uma letra “C” com os dedos indicador e polegar
de uma das mãos e posicione na parte superior da máscara; com a outra mão, posicione o polegar
na parte inferior da máscara e os outros dedos na mandíbula do paciente, certificando de não
pressionar as partes moles abaixo do queixo (vide figura abaixo).

Figura 14. Ventilação com a máscara de bolso. Fonte: EIREMED (s.d.).

Ventilação com bolsa-válvula-máscara

A bolsa-válvula-máscara é um dispositivo / ventilador manual caracterizado por uma bolsa


e uma válvula sem refluxo, pode ser utilizada com uma máscara facial ou com uma via aérea
avançada.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Procedimentos: com uma das mãos, faça uma letra “C” com os dedos polegar e indicador
e posicione-os acima da máscara e realize pressão contra a face do paciente a fim de vedá-la.
Posicione os outros três dedos na mandíbula para estabilizá-la e abra a via aérea do paciente,
pressione a bolsa durante 1 segundo para cada ventilação (suficiente elevar o tórax e manter
oxigenação). Se você tiver disponível oxigênio complementar, conecte-o na bolsa válvula-
máscara para oferecer maior porcentagem de oxigênio (vide figura abaixo).

Figura 15. Ventilação com bolsa-válvula-máscara. Fonte: SBC (2013).

2.4 SÍNDROME DE HIPERVENTILAÇÃO, CRISE ASMÁTICA E EDEMA AGUDO DE


PULMÃO

2.4.1 SÍNDROME DE HIPERVENTILAÇÃO

A Síndrome da Hiperventilação é comum no consultório odontológico e é causada


frequentemente por ansiedade. Esta situação é caracterizada pelo aumento excessivo da ventilação
(25 a 30 ipm), pelo aumento da quantidade inspirado por unidade de tempo. A hiperventilação
pode ocasionar um excesso na captação de oxigênio e eliminação excessiva de dióxido de carbono
(CO2) pelos pulmões promovendo diminuição da pressão parcial de CO2 no sangue arterial (PCO2).
Os sinais e sintomas são: sensação de sufocamento; aumento da profundidade dos movimentos
respiratórios; xerostomia; distúrbios visuais; dor torácica; tonteira; vertigem; taquicardia; dor

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
abdominal; espasmos musculares; tremor; perda da consciência; formigamento nos dedos das
mãos e pés e na região perioral (RESENDE et al., 2009).

Procedimentos

gg Interromper o tratamento;

gg Retirar qualquer material da boca do paciente;

gg Posicionar o paciente de maneira confortável (sentado);

gg Peça para o paciente respirar com auxílio de um saco de papel ou máscara com bolsa para
corrigir a alcalose respiratória (vide figura abaixo);

gg Essa manobra deve ser repetida até melhora do quadro;

gg Caso não observe melhora pode ser utilizado diazepam 10 mg, via oral ou intravenosa
(ANDRADE; RANALI, 2011).

Figura 16. Respirar com auxílio de um saco de papel. Adaptada: HEALTHTAP (s.d.).

É necessário diferenciar a hiperventilação de outras situações com distúrbios respiratórios


como crise asmática aguda, angina, intoxicação por medicações.

2.4.2 CRISE ASMÁTICA

A Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Esta inflamação está associada à
hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo. Ocasiona
episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse decorrentes da obstrução

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
ao fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e variável, reversível espontaneamente ou com
tratamento (CRUZ; FERNANDES; PIZZICHINI, 2012).

Os sintomas mais frequentes são: sibilos, dispneia, cianose, aumento da frequência


respiratória (acima 30 ipm), episódios recorrentes de ofegar, desconforto torácico, dificuldade/
impossibilidade de falar, uso da musculatura acessória da respiração e tosse (RESENDE et al.,
2009).

Procedimentos:

gg Interrompa o tratamento;

gg Tranquilize o paciente;

gg Deixe o paciente em posição de ancoragem (vide figura 17), ou seja, sentado com os braços
para frente apoiados na cadeira/mesa;

gg Solicitar ao paciente que auto administre o broncodilatador aerossol

gg Você pode ofertar oxigênio (5 a 7 L/min).

gg Se os sintomas não regredirem administrar 0,3ml, via subcutânea, de adrenalina

1:1000 (ampolas de 1ml) e solicitar assistência médica (RESENDE et al., 2009).

Figura 17. Posição de ancoragem. Adaptada: MEDICS4MEDICS (s.d.).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
2.4.3 EDEMA AGUDO DE PULMÃO

O edema agudo de pulmão é caracterizado por congestão pulmonar, ou seja, um acúmulo


anormal de líquidos no interstício e nos alvéolos pulmonares. Os sinais e sintomas são tosse seca
ou com expectoração, dispneia súbita e intensa, aumento da frequência respiratória, cianose,
sudorese, eventualmente dor torácica. A PA e a frequência cardíaca podem estar elevadas ou
baixas, dependendo da causa do edema agudo de pulmão (DIPPE JÚNIOR, 2008).

Procedimentos:

gg Interrompa o tratamento;

gg Deixe o paciente em posição de ancoragem, ou seja, sentado com os braços para frente
apoiados na cadeira/mesa;

gg Solicite o serviço de emergência;

gg Com auxílio do esfigmomanômetro faça um garrote dos membros superiores (5 min em


cada braço) de forma alternada;

gg Avalie os sinais vitais e se necessário inicie o protocolo de RCP (ANDRADE; RANALI,


2011).

2.5 DIABETES MELLITUS

O Diabetes Mellitus (DM) representa um grupo de doenças metabólicas que se caracteriza


por hiperglicemia devido a defeitos na secreção e/ou na ação da insulina (LYRA; VALCANTI;
SANTOS, 2014).

A classificação atual do DM é baseada na etiologia e não no tipo de tratamento, assim, não


deve-se utilizar os termos “DM insulinodependente” e “DM insulinoindependente”. As Diretrizes
da Sociedade Brasileira de Diabetes (2015-2016) incluem quatro classes clínicas: DM tipo 1, DM
tipo 2, outros tipos específicos de DM e DM gestacional. São destacadas ainda duas categorias: a
pré-diabetes, quando a glicemia de jejum está alterada e a tolerância à glicose diminuída. Essas
categorias não são entidades clínicas, mas fatores de risco para o desenvolvimento de DM e

44
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
doenças cardiovasculares.

A DM tipo 1 A envolve fatores genéticos e ambientais e na DM tipo 1 B, não há uma etiologia


conhecida e corresponde à minoria dos casos. Os indivíduos com esses tipo de DM podem
apresentar deficiência de insulina. O DM tipo 2 pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente
diagnosticado após os 40 anos. Representa 90 a 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na
ação e secreção da insulina e na regulação da produção hepática de glicose. Esse tipo de DM
também é causado por fatores genéticos e ambientais (sedentarismo, dietas ricas em gorduras
e envelhecimento) sendo que a maioria dos pacientes apresenta sobrepeso ou obesidade (SBD,
2016).

Foi relatado que a doença periodontal é a sexta complicação crônica da DM e as principais


enfermidades bucais associada à DM tipo 1 são: varicosidade lingual, candidíase eritematosa
oral, gengivite crônica, queilite angular, úlcera traumática e hiperplasia gengival. E na DM tipo
2: candidíase eritematosa e pseudomembranosa queilite angular, varicosidade lingual, úlcera
traumática, hiperplasia gengival e gengivite (CARNEIRO NETO et al., 2012).

No Quadro abaixo segue a classificação do paciente diabético de acordo o grau de risco para a
conduta odontológica.

Quadro 4. Classificação do paciente diabético de acordo o grau de risco para a conduta odontológica. Fonte: CARNEI-
RO NETO et al. (2012).

45
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Os valores de glicose plasmática (em mg/dl)) para diagnóstico de diabetes mellitus e seus
estágios pré-clínicos são descritos no Quadro abaixo:

Quadro 5. Classificação do paciente diabético de acordo o grau de risco para a conduta odontológica. Fonte: SBD
(2016).

Para que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre o Diabetes Mellitus e suas
características acesse o site abaixo.

Diretrizes de diabetes. http://www.diabetes.org.br/sbdonline/images/


docs/DIRETRIZES-SBD-2015-2016.pdf

A medição pode ser feita por meio de um monitor de glicemia (glicosímetro), mas para ter
certeza do diagnóstico de DM o médico deve solicitar o teste oral de tolerância à glicose, mais
conhecido como Curva Glicêmica. Para prevenir a hipoglicemia, hiperglicemia e as complicações
do DM, é importante manter os níveis de glicose dentro dos valores estabelecidos.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Na hiperglicemia ocorre elevação da glicose acompanhada, geralmente, por altos níveis de
açúcar na urina, poliúria e, por consequência, polidipsia. Em contrapartida, a hipoglicemia é
caracterizada por um nível baixo de glicose (abaixo de 70 mg/dl). É importante não considerar
apenas este número, um médico deverá dizer quais níveis são muito baixos para cada paciente.
Nas situações extremas a hipoglicemia pode levar à perda de consciência ou crises convulsivas.
Os sinais e sintomas de hipoglicemia são: sudorese fria; calafrios; confusão mental, delírio;
tremor; nervosismo; ansiedade; irritabilidade; impaciência; taquicardia, tontura ou vertigem;
fome; náusea; sonolência; visão turva; sensação de formigamento nos lábios e na língua; cefaleia;
fraqueza e déficit de coordenação motora (SBD, 2016).

Procedimentos para medição do nível de glicose capilar (vide figura 18)

Existem diversos modelos de equipamentos para medição do nível de glicose, portanto,


podem diferir quanto a alguns procedimentos, abaixo segue um exemplo:

gg O paciente deve lavar e secar


corretamente as mãos (você, assim
como nos demais procedimentos deve
usar luvas);

gg Você deve ligar o glicosímetro;

gg Introduzir a ponta da lanceta


descartável no dedo do paciente;

gg Com a fita teste você irá


absorver a gota de sangue;

gg A fita teste deve ser colocada Figura 18. Medição da glicose capilar. Fonte: MAISENFER-
no glicosímetro;
MAGEM (s.d.).

gg Você deve aguardar alguns segundos até que o valor de glicemia apareça no monitor do
glicosímetro;

gg Ofereça um curativo ou algodão para o paciente cobrir o local perfurado;

gg O material deve ser descartado de forma correta conforme as normas de biossegurança.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Atenção! Os lancetadores (canetas) que permitem a troca de lancetas são de uso individual,
apesar da lanceta ser retrátil a ponteira do lancetador entra em contato com o paciente e muito
comumente com o sangue podendo contaminar outro paciente.

Em contrapartida, os lancetadores descartáveis (vide figura abaixo) trazem maior segurança


para você, visto que após acionamento da lanceta, esta se retrai evitando contaminação.

Figura 19. Lancetadores descartáveis. Fonte: TKLBRASIL (s.d.); RISCOBIOLOGICO (s.d.).

No caso de hiperglicemia no paciente com DM usuário de insulina é recomendado aplicar uma


injeção de insulina para regularizar o nível de glicose e encaminhá-lo para atendimento médico.

Procedimentos para paciente com hipoglicemia que está consciente:

gg Interrompa o atendimento;

gg Ofereça comprimido de glicose via oral (apresenta resultados clínicos melhores em


comparação aos alimentos comuns), caso não tenha comprimidos de glicose utilize alimentos ou
líquidos compostos por frutose, sacarose e oligossacarídeos (AHA, 2015);

gg Monitore os sinais vitais;

Procedimentos para paciente com hipoglicemia que está inconsciente:

gg Interrompa o atendimento;

gg Não administre glicose via oral;

gg Solicite o serviço de emergência;

gg Monitore os sinais vitais, se necessário inicie protocolo de RCP;

gg Administre 30 a 50 ml de glicose a 10% por via endovenosa.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
(CARNEIRO NETO et al., 2012).

2.6 CONVULSÃO

A Convulsão é um distúrbio caracterizado pelo aumento excessivo e desordenado da atividade


elétrica cerebral que causa contratura muscular involuntária (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
EPILEPSIA, 2016). Pode ser classificada em dois tipos: parcial (focal), na qual apenas uma parte do
hemisfério cerebral é afetada ou generalizada, na qual os dois hemisférios cerebrais são atingidos.
As convulsões podem ser desencadeadas, por exemplo, por estresse emocional, ruídos, odores
ou luzes fortes (VARELLA; JARDIM, 2011).

Os sinais e sintomas das convulsões parciais são: alterações do nível de consciência (podem
não estar presente); movimentos involuntários; alteração das sensações de paladar, olfato, visão,
audição e da fala; alucinações e vertigens. Os tipos mais comuns de convulsão generalizada são a
crise de ausência (pequeno mal) e a convulsão tônico-clônica (grande mal). Na primeira o paciente
não responde quando chamado, pode manifestar movimentos automáticos (como piscar de
olhos e tremor dos lábios), essa crise é breve. Nas convulsões tônico-clônicas há perda súbita da
consciência e na fase tônica, a musculatura dos membros superiores e inferiores e tronco ficam
contraídos e estendidos e a face cianótica. Na fase clônica há contrações simultâneas e rítmicas,
repetitivas e incontroláveis, a saliva pode ser abundante e ficar espumosa (BARBÉRIO; SANTOS;
MACHADO, 2013; VARELLA; JARDIM, 2011).

Procedimentos

gg Posicione o paciente em decúbito lateral para que não aspire a própria saliva ou vômito;

gg Você deve remover os objetos ao redor que ofereçam risco de machucá-lo;

gg Deve afrouxar as roupas;

gg Tente fazer a abertura das vias aéreas;

gg Não introduza nenhum objeto na cavidade oral nem tente puxar a língua para fora;

gg Cronometre o tempo da convulsão;

gg Coloque o paciente em posição de recuperação (vide figura 20);

gg Encaminhe o paciente um serviço de saúde tão logo a convulsão tenha passado.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Figura 20. Técnica para posição de recuperação. Fonte: BOMBEIRO (s.d.).

Atenção! Epilepsia é uma doença específica que predispõe o indivíduo a convulsões, mesmo
na ausência de problemas como traumas na cabeça ou tumores cerebrais. Portanto, convulsão
não é sinônimo de epilepsia (VARELLA; JARDIM, 2011).

Os pacientes que apresentam epilepsia e crises convulsivas bem controladas podem ser
facilmente tratados no consultório odontológico (BARBÉRIO; SANTOS; MACHADO, 2013).
Consulte o site abaixo e obtenha mais informações.

SAIBA MAIS
Epilepsia: condutas na prática odontológica. http://arquivos.
cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odontologia/pdf/maio_
agosto_2013/Odonto_02_141-146.pdf

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
2.7 ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) E ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
(AVE)

2.7.1 ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT)


O Ataque Isquêmico Transitório é caracterizado por breves episódios de disfunção
neurológica com déficit neurológico, resultante de isquemia cerebral focal, de presumida origem
vascular, e localizado na área cerebral ou ocular. No AIT os sintomas clínicos duram menos de 24
horas e a maioria resolve-se dentro de 10 a 60 minutos (OLIVEIRA et al., 2012).

2.7.2 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)


O Acidente Vascular Cerebral (vide figura 21) é definido como uma alteração súbita da
função neurológica. No AVE isquêmico é ocasionada por obstrução de uma das artérias que
irrigam o encéfalo e no AVE hemorrágico é ocasionada pela ruptura de um vaso ou aneurisma
que provoca extravasamento de sangue para o encéfalo. Os sinais e os sintomas são: cefaleia,
alteração da consciência; fraqueza em um dos lados do corpo; assimetria facial; vertigens;
alteração da fala; perda da visão; náuseas e vômitos (SBC, 2013).

Figura 21. AVE hemorrágico e AVE isquêmico (respectivamente). Adaptada: ENFER-SAÚDE (2014).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Identificação do AVE

Para identificação do AVE você deve verificar a presença de três características: desvio de rima
labial, fraqueza em um dos membros superiores e distúrbios/alteração na fala. Se qualquer um
destes três sinais estiverem presentes, a probabilidade do paciente apresentar um AVE é de 72%.
Pode ser utilizada também a Escala de AVE pré-hospitalar de Cincinnati (GONZALEZ, et al., 2013)
conforme segue abaixo.

Tabela 1. Escala de AVE Pré-hospitalar de Cincinnati.


Fonte: GONZALEZ, et al. (2013).

Procedimento: após o reconhecimento do AVE você deve chamar o serviço de emergência e


monitorar o sinais vitais.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
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2.8 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) E PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
(PCR)

2.8.1 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

O IAM é causado por isquemia miocárdica, com evidência de injúria ou necrose do miocárdio
(vide figura 22). É diagnosticado quando há aumento dos biomarcadores cardíacos e presença
de alterações no eletrocardiograma sugestivas de isquemia ou evidência em exames de imagem
de perda de miocárdio viável ou anormalidade no movimento da parede regional do coração
(GONZALEZ, et al., 2013).

Os sinais e sintomas de IAM são: dor torácica opressiva (precordial ou angina), geralmente
em queimação e de início súbito que pode irradiar para o pescoço, membro superior esquerdo,
dorso ou região do abdômen superior; formigamento no braço (geralmente esquerdo); suor frio
(sudorese); náuseas; falta de ar; fraqueza e dor na região torácica posterior e na mandíbula (SBC,
2013).

Adicionalmente, são nas primeiras horas de manifestação da doença que ocorre a maioria
das mortes por IAM, sendo 40 a 65% na primeira hora e, aproximadamente, 80% nas primeiras
24 horas. Portanto, a maior parte dos óbitos ocorre no ambiente extra-hospitalar (PIEGAS, et al.,
2015).

Na abordagem ao paciente com suspeita de IAM em ambiente extra-hospitalar é importante:


verificar a história clínica, características dos sintomas atuais (momento do início, tempo de
duração, qualidade, intensidade, relação com o esforço e repouso) e presença de doença coronária
estabelecida (angina prévia) (PIEGAS, et al., 2015).

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EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Figura 22. Infarto agudo do miocárdio. Adaptada: SLIDESHARE (2010).

O IAM é a causa mais comum de parada cardíaca, no entanto, IAM e PCR não são sinônimos,
pois o IAM pode ocorrer na ausência de PCR.

2.8.2 PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR)

A PCR causa a parada do funcionamento do coração e dos pulmões e resultará em morte


caso não seja realizado nenhum procedimento. Esta situação é caracterizada pela ausência da
responsividade, perda da consciência, perda da respiração e pulso (SBC, 2013).

É considerada um problema mundial de saúde pública e, no Brasil, anualmente muitos óbitos


são relacionados à PCR. Estima-se que no Brasil ocorrem 200 mil PCRs por ano sendo que estas
podem ser causadas por IAM, AVE e OVA. As principais causas em ambiente extra-hospitalar
são: fibrilação ventricular e taquicardia venticular sem pulso, e as principais causas em ambiente
hospitalar são: atividade elétrica sem pulso e assistolia (GONZALEZ, et al., 2013).

As PCRs são mais frequentes em adultos, mas ocorrem também em crianças.

Na PCR deve ser utilizado o protocolo para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). As diretrizes
de Ressuscitação Cardiopulmonar são destinadas tanto aos profissionais da saúde quanto a leigos.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Assim, com intuito de divulgar um método ideal para todas as situações de parada cardíaca e
disseminar esse procedimento e colocá-los . em prática em prática, no âmbito da sociedade em
geral, foram desenvolvidos diversos documentos.

Atenção! Livros, artigos e diretrizes mais antigas trazem uma sequência diferente de
procedimentos para RCP por isso a recomendação é utilizar sempre os materiais mais atuais.

Você sabe por que a sequência de procedimentos foi alterada?

Para que os procedimentos fossem simplificados com intuito de proporcionar uma maior
aderência a possíveis tentativas de RCP de sucesso sendo que o melhor entendimento para a
realização de uma RCP podem gerar ações que aumentem as taxas de RCP, sobretudo no ambiente
extra-hospitalar.

As novas diretrizes internacionais e brasileiras não introduziram ideias radicais. Mas,


ressaltam a primazia das compressões como a chave para o sucesso da ressuscitação em casos de
parada cardíaca e têm como objetivo principalmente reduzir atrasos na administração de choques
em pacientes com fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso (GONZALEZ, et al.,
2013).

Normas reguladoras, diretrizes e protocolos são desenvolvidos para orientar o reconhecimento


e os procedimentos nas situações de urgência e emergência. Esses documentos são frequentemente
atualizados e devem ser seguidos no atendimento ao paciente. Os protocolos de Suporte Básico
de Vida/ RCP são revisados a cada cinco anos pela American Heart Association.

VAMOS REFLETIR:
Você sabe o que significa Suporte Básico de Vida? Em que situações do seu dia a
dia, como acadêmico e como futuro cirurgião-dentista, você terá que utilizá-lo?

2.9 SUPORTE BÁSICO DE VIDA


O Suporte básico de vida (SBV) é caracterizado pelo conjunto de manobras que podem
promover oxigenação e perfusão dos órgãos vitais. (LARANJEIRA, et al., 2011). O SBV inclui o
reconhecimento imediato de parada cardíaca, o acionamento precoce do serviço médico de
urgência, a execução das manobras de ressuscitação cardiopulmonar e a utilização de um

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
desfibrilador externo automático (DEA) (VICTORELLI, et al., 2013).

Neste contexto, o cirurgião-dentista deve estar familiarizado com todos os elos da cadeia para
que os procedimentos sejam realizados de forma correta para aumentar a chance de sobrevida
do paciente.

2.9.1 Sequência do SBV do adulto

Os passos simplificados do atendimento em SBV podem ser descritos pela sigla: “CABD
primário” (GONZALEZ et al., 2013).

“C” = Checar responsividade e respiração da vítima, Chamar por ajuda,

Checar o pulso da vítima, Compressões (30 compressões)

“A” = Abertura das vias aéreas

“B” = Boa ventilação (2 ventilações)

“D” = Desfibrilação.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
As Diretrizes de 2015 da American Heart Association resumem os procedimentos essenciais
para o SBV e fornecem uma nova perspectiva sobre os sistemas de atendimento. Os procedimentos
para PCR ocorrida nos ambientes extra-hospitalares (PCREH) devem ser realizados conforme
demonstrado na figura abaixo.

Figura 23. Cadeia de sobrevivência parada cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH). Adaptado: AHA (2015).

Nas Diretrizes da American Heart Association de 2015 para RCP e ACE e você encontra
outras diversas informações importantes. Vale a pena conferir, acesse o link abaixo.

SAIBA MAIS
Diretrizes da American Heart Association de 2015 para RCP e ACE. https://
eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-
Highlights-Portuguese.pdf

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
A Sociedade Brasileira de Cardiologia também instituiu a corrente de sobrevivência no Brasil
com o objetivo de organizar o atendimento da PCR de forma lógica e mais efetiva possível, as
principais ações foram dispostas na sequência conhecida como corrente da sobrevivência (vide
figura abaixo).

Figura 24. Corrente da sobrevivência. Fonte: SBC (2015).

Na I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de


Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia você irá encontrar um conteúdo mais
detalhado sobre os aspectos estudados aqui assim como diversas ilustrações que podem
auxiliar na compreensão dos procedimentos e manobras de Primeiros Socorros. Para
isso, consulte o site abaixo.

CONSULTE ESTE SITE:

I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares


de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. http://publicacoes.
cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf

Abaixo segue a descrição dos procedimentos de cada elo da corrente (GONZALEZ et al., 2013;
SBC, 2013; AHA, 2015):

1 - Reconhecimento rápido e acionamento imediato do serviço de emergência

A. Reconhecimento do colapso:

gg Realizar a avaliação da responsividade (conforme descrito no capítulo 1);

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
gg Realizar a avaliação da respiração (conforme descrito no capítulo 1);

gg Se o paciente não estiver respirando ou estiver somente com gasping; - chame ajuda
imediatamente;

gg Realizar a avaliação do pulso (conforme descrito no capítulo 1);

gg Se o paciente apresentar pulso aplique uma ventilação a cada 5 a 6 segundos, mantendo


uma frequência de 10 a 12 ventilações por minuto, e cheque o pulso a cada dois minutos;

gg Se não detectar pulso ou estiver em dúvida – acione o serviço de emergência, solicite/


busque o DEA e inicie os ciclos de compressões e ventilações.

*A verificação da respiração e do pulso pode ser feita simultaneamente, em menos de 10


segundos.

B. Acionamento do serviço de emergência

Em ambiente extra-hospitalar

gg Você deve ligar para o número local de emergência

GG Sistema de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192

gg Você deve estar preparado (a) para responder informações sobre local da ocorrência, os
sinais e sintomas do paciente etc.

gg Caso tenha um DEA (vide figura abaixo) disponível no local, vá buscá-lo ou peça para
uma pessoa ligar e conseguir um DEA, enquanto atende ao paciente.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Figura 25. DEA. Fonte: CMOSDRAKE (s.d)

2 - Ressuscitação imediata (ciclos de compressões e ventilações)

Após o reconhecimento, acionamento do serviço de emergência e utilização do DEA assim


que disponível, você deve imediatamente iniciar ciclos de 30 compressões e 2 ventilações.

Método para realizar as compressões torácicas no adulto (vide figura 26)

gg Método para realizar as compressões torácicas no adulto (vide figura 26)

gg Coloque o paciente deitado em decúbito dorsal sobre uma superfície rígida;

gg Você deve posicionar-se entre a cabeça e o corpo do paciente (ajoelhar ao lado do


paciente);

gg Expor o tórax do paciente e colocar a base de uma das mãos (região hipotenar)

gg Colocar a base da outra mão sobre a primeira;

gg Com os braços estendidos, posicione suas mãos sobrepostas com os dedos entrelaçados
na metade inferior do esterno;

gg Atenção! A compressão deve ser realizada SOBRE o esterno, fora do alcance das costelas
do paciente (os dedos devem permanecer abertos).

gg Em seguida, exerça uma pressão, para deprimir o esterno 5 cm, comprimindo o coração
em direção à coluna vertebral (vide figura 27);

gg Descomprima em seguida, sem perder o contato da mão com o esterno do paciente;

gg Os tempos de compressão e relaxamento devem ser iguais.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Figura 26. Manobra de compressão. Adaptado: ENFERMEIRO (s.d.); PCR (s.d.).

Figura 27. Depressão do esterno. Fonte:


http://www.infoescola.com/cardiologia/massagem-cardiaca/

A abertura das vias aéreas deve ser realizada apenas após realizar 30 compressões.

A relação compressão ventilação em crianças e lactentes se tiver um socorrista é de 30:2, se


houver dois ou mais socorristas deve ser 15:2.

A profundidade da compressão em crianças é de pelo menos um terço do diâmetro


anteroposterior do tórax, cerca de 5 cm (vide figura 28) e em lactentes um terço do diâmetro
anteroposterior do tórax, cerca de 4 cm (vide figura 29).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Figura 28. Compressões torácicas na criança. Fonte: ERGOSS (s.d.); UNASUS (s.d.).

Figura 29. Compressões torácicas no lactente. Fonte: PEDIATRIC. (s.d.).

Ventilações

gg Devem ser realizadas duas ventilações (após 30 compressões), com apenas um segundo
cada, suficiente para promover a elevação do tórax (conforme descrito no capítulo 1).

Procedimentos efetivos são essenciais para promover o fluxo de sangue, portanto, verifique
abaixo as condutas relevantes para uma RCP(adulto) de alta qualidade.

GG Realizar compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min (comprima rápido);

GG Comprimir a uma profundidade de pelo menos 5 cm (comprima forte);

GG Permitir o retorno total do tórax após cada compressão;

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
GG Minimizar as interrupções nas compressões;

GG Ventilar adequadamente (após 30 compressões realizar 2 respirações, cada respiração


administrada em 1 segundo, provoicando a elevação do tórax) (AHA, 2015).

O que não deve ser realizado:

GG Comprimir a uma frequência inferior a 100/min ou supereior a 120/min;

GG Comprimir a uma profundidade inferior a 5 cm ou superior a 6 cm;

GG Apoiar-se sobre o tórax entre as compressões;

GG Interromper as compressões por mais de 10 segundos;

GG nunca comprimir e ventilar ao mesmo tempo;

GG Aplicar ventilação excessiva (ou seja, uma quantidade excessiva de respirações ou


respirações com força excessiva) pois a hiperventilação pode aumentar a pressão
intratorácica causando diminuição do débito cardíaco e da sobrevida adicionalmente pode
aumentar o risco de insuflação gástrica causando regurgitação e aspiração (AHA, 2015).

3 - Rápida desfibrilação

Um desfibrilador/cardioversor é um equipamento capaz de tratar a fibrilação ventricular


e a taquicardia ventricular sem pulso. Os desfibriladores/cardioversores externos podem ser
manuais, neste caso o operador deve reconhecer o do ritmo cardíaco e administrar o choque
ou pode ser utilizado o semiautomático –DEA, no qual o dispositivo reconhece o ritmo e avisa
se o choque elétrico é recomendado. No entanto, nos semiautomáticos a decisão de deflagrar o
choque também é dependente do operador (vide figura a seguir).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Figura 30. Adaptado: REVODONTO (s.d.); ACLS (s.d.).

Como utilizar o DEA

gg Você deve ligar o aparelho apertando o botão ON - OFF (alguns

gg ligam automaticamente ao abrir a tampa);

gg Conecte as pás (eletrodos) no tórax do paciente, observando o desenho contido nas


próprias pás;

gg Conecte as pás (eletrodos) ao aparelho;

gg Se o choque for indicado - o aparelho avisará “choque recomendado, afaste-se do


paciente”.

gg O operador deve pressionar o botão indicado para aplicar o choque;

gg RCP deve ser iniciada imediatamente após o choque;

gg Se o aparelho não indicar o choque - deve realizar RCP imediatamente.

gg Atenção!!! Se o paciente retomar a consciência, o aparelho não deve ser desligado e


retirado até a chegada do serviço de emergência.

gg Caso o paciente apresente pulso e respiração normal é indicado colocá-lo em posição de


recuperação (se não houver suspeita de trauma).

Obs.: Posicionamento das pás do DEA, quatro posições são aceitáveis: anterolateral,
anteroposterior, anterior-esquerdo infraescapular, anteriordireita infraescapular.

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
VAMOS REFLETIR:
Realizar antes o CHOQUE ou RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR?

Em parada cardiorrespiratória presenciada de adultos, quando o DEA estiver


disponível deve ser utilizado imediatamente.

Em parada cardiorrespiratória não presenciada de adultos e sem DEA disponível


deve iniciar a RCP enquanto aguarda o desfibrilador.

Como utilizar o DEA em portador de marca-passo ou cardioversor-desfibrilador implantável?

GG Afaste as pás (eletrodos), pelo menos, 8cm ou opte por outro posicionamento das pás.

GG Como utilizar o DEA em lactentes (0 a 1 ano) e crianças de 1 a 8 anos?

GG Utilize o DEA com pás (eletrodos) pediátricas e/ou atenuador de carga. Caso o kit DEA possua
somente pás de adulto, podem ser utilizadas as mesmas, se o tórax for pequeno pode utilizar o
posicionamento anteroposteriormente.

4) Serviço avançado de emergência

É caracterizado pelo suporte avançado precoce

5) Suporte avançado de vida e cuidados pós PCR

É caracterizado pelos cuidados integrados pós PCR constituído por um plano de tratamento

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Abaixo segue o resumo dos componentes da RCP de alta qualidade, conforme descritos
anteriormente no texto.

Crianças Bebês
Componente Adultos e adolescentes (1 ano de idade à (menos de 1 ano de idade,
puberdade) excluindo recém-nascidos)
Segurança do local - Verifique se o local é seguro para os socorristas e a vítima
- Verifique se a vítima responde
Reconhecimento - Ausência de respiração ou apenas gasping (ou seja, sem respiração normal)
da PCR - Nenhum pulso definido sentido em 10 segundos
(A verificação da respiração e do pulso pode ser feita simultaneamente, em menos de 10 segundos)

- Se estiver sozinho, sem acesso Colapso presenciado:


a um telefone celular, deixe a Siga as etapas utilizadas em adultos e adolescentes,
vítima e acione o serviço médico mostradas à esquerda
Acionamento do de emergência e obtenha um
serviço médico de DEA, antes de iniciar a RCP. Colapso não presenciado:
emergência - Do contrário, peça que alguém Execute 2 minutos de RCP
acione o serviço e inicie a RCP Deixe a vítima para acionar o serviço médico de emergência e
imediatamente; use o DEA assim buscar o DEA
que ele estiver disponível. Retorne à criança ou ao bebê e reinicie a RCP; use o DEA assim
que ele estiver disponível.
Relação
compressão- 1 socorrista = 30:2
1 ou 2 socorristas = 30:2
ventilação sem via 2 ou mais socorristas= 15:2
área avançada
Relação
compressão- Compressões contínuas a uma frequência de 100 a 120/min
ventilação com via Administre 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações/min)
área avançada
Frequência de 100 a 120/min
compressão
Pelo menos um terço do Pelo menos um terço do
Profundidade de No mínimo, 5 cm diâmetro anteroposterior do diâmetro anteroposterior do
compressão tórax; tórax;
Cerca de 5 cm Cerca de 4 cm
1 socorrista
- 2 dedos no centro do tórax,
2 mãos ou 1 mão (opcional logo abaixo da linha mamilar
Posicionamento 2 mãos sobre a metade inferior para crianças muito 2 ou mais socorristas
das mãos do esterno pequenas) sobre a metade - Técnica dos dois polegares
inferior do esterno no centro do tórax, logo
abaixo da linha mamilar

Aguarde o retorno do tórax após cada compressão; não se apoie sobre o tórax após cada
Retorno do tórax
compressão
Minimizar Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos
interrupções
Quadro 5. Componentes da RCP de alta qualidade. Adaptado: AHA (2015).

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este material poderá auxiliar nas situações de urgência e emergência médicas as quais podem
ocorrer durante a sua prática de cirurgião-dentista. Tenha a convicção que você pode e deve
realizar o atendimento pré-hospitalar, prestando os primeiros socorros aos seus pacientes.

No entanto, o sucesso nos procedimentos e nas manobras dependem do seu interesse e


dedicação. Procure sempre estar atualizado, não apenas sobre as práticas específicas da sua
profissão ou sobre a especialidade que você tem mais afinidade, mas adquira conhecimento para
atender seu paciente com qualidade e segurança.

Organize-se, tenha foco e acredite nos seus estudos, com certeza os conhecimentos sobre
situações de urgência e emergência serão fundamentais na sua caminhada.

Até breve...

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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
REFERÊNCIAS

ACLS (s.d.). Disponível em: <http://www.acls.com.br/sati-pcr.htm>. Acesso em: 10 dez. 2016.

ALVARES, S.; ALVARES, S. Emergências em Endodontia. Diagnóstico e Conduta Clínica. 3 ed. São
Paulo: Santos, 2008.

AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaque das Diretrizes da American Heart Association


de 2015 para RCP e ACE [versão em Português]. Disponível em: <https://eccguidelines.heart.org/
wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-Highlights-Portuguese.pdf>. Acesso em: 10 dez.
2016.

AMERICAN RED CROSS SCIENTIFIC ADVISORY COUNCIL. Hand Hygiene Scientific Review.
October 2010. Disponível em: <http://www.redcross.org/take-a-class/scientific-advisory-council>.
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ANDRADE, E. D. de; RANALI, J. Emergências Médicas em Odontologia. 3a ed. São Paulo: Artes
Médicas, 2011.

ASA PHYSICAL STATUS CLASSIFICATION SYSTEM. Last approved by the ASA House
of Delegates on October 15, 2014. Disponível em: <https://www.asahq.org/resources/clinical-
information/asa-physical-status-classification-system>. Acesso em: 10 dez. 2016.

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