Urgências e Emergências - Primeiros Socorros
Urgências e Emergências - Primeiros Socorros
Urgências e Emergências - Primeiros Socorros
ESTUDO
URGÊNCIA E AUTORA:
SABRINA WEISS STIES
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca da Faculdade Avantis
Aline M. d’Oliveira CRB 14 – 1063
Inclui Índice
ISBN: 978-85-66237-97-9 [recurso eletrônico]
URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
AUTORA: SABRINA WEISS STIES
AUTORA....................................................................................... 7
LISTA DE SIGLAS........................................................................... 8
APRESENTAÇÃO............................................................................ 9
PROGRAMA DA DISCIPLINA...........................................................10
CAPÍTULO 1.................................................................................14
1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................14
1.1 PRIMEIROS SOCORROS............................................................................................ 14
1.1.1 Objetivos dos primeiros socorros:...................................................................... 15
1.2 EMERGÊNCIA X URGÊNCIA........................................................................................ 16
1.3 IMPORTÂNCIA DE RECONHECER E CLASSIFICAR A SITUAÇÃO....................................... 17
1.4 TIPOS DE SITUAÇÕES NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA..................................................... 17
1.5 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR.............................................................................. 19
1.6 AVALIAÇÃO DO PACIENTE......................................................................................... 19
1.6.1 Anamnese........................................................................................................ 19
1.6.2 Avaliação do estado geral.................................................................................. 20
1.6.3 Avaliação da responsividade.............................................................................. 22
1.6.4 Avaliação dos sinais vitais................................................................................. 22
SUMÁRIO
CAPÍTULO 2.................................................................................30
2 INTRODUÇÃO.........................................................................................................30
2.1 HIPOTENSÃO E HIPERTENSÃO ARTERIAL.................................................................... 30
2.2 LIPOTIMIA E SÍNCOPE ............................................................................................. 34
2.3 OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS (OVA)........................................................................ 35
2.3.1 Ventilação e abertura de vias aéreas.................................................................. 38
2.4 SÍNDROME DE HIPERVENTILAÇÃO, CRISE ASMÁTICA E EDEMA AGUDO DE PULMÃO........ 41
2.4.1 SÍNDROME DE HIPERVENTILAÇÃO...................................................................... 41
2.4.2 CRISE ASMÁTICA.............................................................................................. 42
2.4.3 EDEMA AGUDO DE PULMÃO................................................................................ 44
2.5 DIABETES MELLITUS............................................................................................ 44
2.6 CONVULSÃO............................................................................................................ 49
2.7 ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) E ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE)....... 51
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................67
REFERÊNCIAS..............................................................................68
AUTORA
DM – diabetes mellitus
FC – frequência cardíaca
IM – infarto do miocárdio
PA – pressão arterial
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APRESENTAÇÃO
Este caderno tem como principal escopo orientar os acadêmicos do curso de Odontologia para
atuarem na primeira abordagem nas situações de urgência e emergência médicas, prestando os
primeiros e fundamentais cuidados. Os embasamentos teóricos irão servir como fundamentos
para a prática dos primeiros socorros.
Aqui você irá encontrar informações sobre os métodos para verificação dos sinais vitais, como
chave para identificação de urgências/emergências médicas, como reconhecer e avaliar os sinais
e sintomas do paciente, conhecer, identificar e compreender os protocolos de atendimento para
situações de urgência e emergência médicas.
Obviamente, apenas este instrumento de estudo não será capaz de resolver todas as dúvidas
relacionadas aos muitos e variados acidentes ou condições possíveis no consultório-odontológico,
pois é necessária participação efetiva nas aulas práticas e frequentes atualizações com leitura
dos artigos, livros e documentos relacionados a esse tema. Adicionalmente, recomendo cursos e
treinamentos para atualização e aprofundamento das técnicas aqui recomendadas.
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PROGRAMA DA DISCIPLINA
INTRODUÇÃO
O primeiro capítulo aborda alguns conceitos importantes que servem como base para o
desenvolvimento da disciplina. Estes conhecimentos irão possibilitar a compreensão dos
Primeiros Socorros, diferenciar uma situação de Emergência e de Urgência e conhecer as
habilidades necessárias para realizar a Avaliação do Paciente.
Capítulo 1
Primeiros socorros
gg Avaliação do paciente
Capítulo 2
gg Lipotimia e Síncope
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gg Diabetes mellitus: hipoglicemia, hiperglicemia
gg Convulsão
Objetivos da disciplina
Objetivo geral:
Objetivos específicos:
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A IMPORTÂNCIA DA DISCIPLINA NA FORMAÇÃO
DO CIRURGIÃO-DENTISTA
Outros fatores que podem contribuir para a ocorrência dessas situações são uso de drogas
ilícitas, tabagismo, ansiedade, estresse emocional, dor, doenças respiratórias, obstrução aguda das
vias aéreas, reações alérgicas, intoxicação acidental aguda pela ingestão de flúor, superdosagem
das soluções anestésicas locais, etc. (ANDRADE; RANALI, 2011).
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VAMOS REFLETIR:
E você, está preparado(a) para lidar com essas situações inesperadas que podem
ocorrer no seu consultório odontológico?
Neste contexto, cabe ao cirurgião-dentista reconhecer essas situações que colocam em risco
a saúde e a vida de seus pacientes, devendo estar apto para instituir procedimentos e manobras
de primeiros socorros.
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CAPÍTULO 1
1 INTRODUÇÃO
Nesse capítulo você irá aprender a definição e os objetivos dos Primeiros Socorros e
como esses atendimentos são caracterizados. Iremos verificar a importância de reconhecer
e classificar as situações de Urgência e Emergência possibilitando por meio da Avaliação do
paciente o reconhecimento dos potenciais riscos que este poderá apresentar.
Definem-se os Primeiros Socorros como a assistência imediata prestada a uma pessoa doente
ou ferida até chegar o serviço de emergência. São caracterizados pelo atendimento não apenas de
lesões físicas ou doenças, mas também por outros cuidados iniciais, incluindo apoio psicossocial
para pessoas que sofrem estresse emocional causado por experimentar ou testemunhar um
trauma ou evento (ARC, 2010).
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1.1.1 Objetivos dos primeiros socorros:
gg preservar a vida;
gg aliviar o sofrimento;
gg promover a recuperação.
(IFRC, 2016)
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Neste contexto, é importante saber classificar as situações de Emergência e Urgência. Há
frequentemente dúvida sobre a definição dessas situações e ainda se essas são consideradas
sinônimos. Portanto, a seguir iremos compreender os aspectos que definem e caracterizam cada
situação.
Exemplos:
gg hemorragias intensas.
Exemplos:
gg lipotimia;
gg síncope;
gg hipoglicemia.
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VAMOS REFLETIR:
Conforme as definições acima qual é a diferença entre uma emergência médica e
1
uma urgência odontológica? Uma situação de urgência odontológica pode tornar-se
uma emergência médica?
Agora que já sabemos classificar as situações precisamos conhecer quais são as situações que
podem ser presenciadas no seu consultório Odontológico.
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No Quadro abaixo são demonstrados os tipos de situações relatadas na prática Odontológica.
SAIBA MAIS!
Veja que grandes desafios ...
É importante que você saiba também, identificar quais são as características inerentes ao
atendimento que irá realizar no local que presenciou uma situação de Emergência ou Urgência,
ou seja, as que são referentes ao atendimento pré-hospitalar.
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1.5 ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR
Para que esses objetivos sejam alcançados você terá que compreender os métodos para
avaliação do paciente. A seguir iremos verificar os procedimentos que devem ser adotados
para avaliação do estado geral, da responsividade e dos sinais vitais.
1.6.1 Anamnese
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fármacos utilizados na clínica odontológica. E, se necessário, deve fazer contato com o médico
responsável para adquirir informações sobre os cuidados gerais no tratamento (ANDRADE;
RANALI, 2011).
Você precisa determinar se o mesmo encontra-se ESTÁVEL, ou seja, com condições e sinais
vitais equilibrados e constantes, ou INSTÁVEL, apresentando alterações lentas ou súbitas das
condições e sinais vitais.
Os SINAIS são alterações do organismo que podem ser percebidas através de avaliação ou
exames complementares. Não é necessário que o paciente relate o sinal, pois outra pessoa pode
identificá-lo. É uma característica objetiva da doença. Exemplo: pulso, pressão arterial, coloração
da pele, arritmia. E os SINTOMAS são alterações do organismo relatadas pelo próprio paciente,
de acordo com sua percepção, de sua saúde. Apenas o paciente consegue identificá-los. É uma
característica subjetiva, pois depende da interpretação do próprio paciente. Ex.: dor, tontura,
fraqueza (SANTOS et al., 2006).
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Classificação Exemplos,
Definição
ASA incluindo mas não limitado a:
ASA I Paciente normal Saudável, não tabagista, não alcoólatra ou uso mínimo de álcool
1 *DM: diabetes mellitus; HAS: hipertensão arterial sistêmica; DPOC: doença pulmonar obstrutiva crônica; IMC: índice de massa corporal; IM:
infarto do miocárdio; AVE: acidente vascular encefálico; AIT: ataque isquêmico transitório; DAC: doença arterial coronariana; CID: coagulação
intravascular disseminada.
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1.6.3 Avaliação da responsividade
Para avaliar a responsividade você deve utilizar estímulo verbal e tátil, chamando o paciente e
tocando-o pelos ombros (vide figura abaixo).
Após avaliar a resposta do paciente proceda com a avaliação dos sinais vitais.
A avaliação dos sinais vitais é imprescindível, pois estes são indicadores das funções vitais e
podem orientar o cirurgião-dentista no diagnóstico inicial e no acompanhamento da evolução do
quadro clínico do paciente.
Esta avaliação deve contemplar a verificação do pulso, pressão arterial, frequência respiratória
e temperatura, possibilitando assim a identificação de problemas fisiológicos e monitoramento
da resposta do paciente ao tratamento.
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como apneia (ausência periódica da respiração), bradipneia (respiração lenta e regular de igual
profundidade), taquipneia (respirações rápidas (acima de 20 ipm, profundas e trabalhosas sem
pausa), entre outras.
gg Identificação da frequência respiratória (FR) – não diga ao paciente que irá observar a sua
respiração, pois pode induzi-lo a respirar de outra forma. Conte o número de incursões durante
1 minuto (ipm).
gg Caso o paciente tenha respiração, fique ao seu lado e monitore sua evolução, caso seja
necessário, chame ajuda.
gg Se o paciente não estiver respirando ou estiver com gasping chame ajuda imediatamente.
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Na admissão do paciente e antes de iniciar a sessão de atendimento o pulso carotídeo, braquial
ou radial pode ser avaliado de forma manual. A artéria deve ser pressionada levemente, com os
dedos indicador e médio do avaliador. Verifique se o pulso está forte ou fraco, se o ritmo está
regular ou irregular.
A frequência cardíaca pode ser avaliada também por meio de um oxímetro (vide figura abaixo),
caso esteja disponível.
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1.6.4.3 Avaliação do pulso em situação de urgência ou emergência:
Nestas situações a avaliação deve ser rápida e objetiva, portanto é recomendado avaliar
imediatamente o pulso carotídeo (vide figura abaixo).
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vez por ano, de acordo com as orientações do INMETRO. Lembre-se que o manguito deve ser
adequado à circunferência do paciente (MALACHIAS et al., 2016).
Procedimentos recomendados
gg Você deve certificar-se de que o paciente NÃO está com a bexiga cheia; NÃO praticou
exercícios físicos há pelo menos 60 minutos; NÃO ingeriu bebidas alcoólicas, café ou alimentos e
NÃO fumou nos 30 minutos anteriores.
gg O paciente deve estar sentado com pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso
recostado na cadeira e relaxado;
gg O braço deve estar na altura do coração, apoiado, com a palma da mão voltada para cima
e as roupas não devem garrotear o membro.
gg O manguito deve ser colocado, sem deixar folgas, 2 a 3 cm acima da fossa cubital;
gg Você deve centralizar o meio da parte compressiva do manguito sobre a artéria braquial;
gg Você deve inflar rapidamente até ultrapassar 20 a 30 mmHg o nível estimado da PAS
obtido pela palpação;
gg A PAS será determinada pela ausculta do primeiro som (fase I de Korotkoff) e, após, deve
aumentar ligeiramente a velocidade de deflação;
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gg Realizar pelo menos duas medições, com intervalo em torno de um minuto. Medições
adicionais deverão ser realizadas se as duas primeiras forem muito diferentes. Caso julgue
adequado, considere a média das medidas;
gg Medir a pressão em ambos os braços na primeira consulta e usar o valor do braço onde foi
obtida a maior pressão como referência (MALACHIAS et al., 2016).
Figura 5. Avaliação da pressão arterial. Fonte: RASPANTI, E. O. et al. (s.d); MINUTO ENFERMAGEM (s.d.).
Você deve informar o valor obtido de PA para o paciente e anotar os valores exatos sem
“arredondamentos” e o braço em que a PA foi medida.
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1.6.4.4.2 Medida da PA em crianças
O método é o mesmo do recomendado para adultos, também pode ser avaliada no braço
esquerdo na posição de decúbito lateral esquerdo em repouso, não devendo diferir da obtida
na posição sentada. São comuns na gravidez a hipertensão do avental branco e a hipertensão
mascarada.
1.6.4.4.4 Classificação da PA
Quadro 3. Classificação do comportamento da PA em adultos por meio de medidas casuais ou de consultório. Fonte:
MALACHIAS et al. (2016).
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Adicionalmente, é importante que você conheça a responsabilidade civil do cirurgião-dentista
e sua importância para o seu labor diário. Para saber mais consulte o site abaixo.
Vamos começar?
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CAPÍTULO 2
2 INTRODUÇÃO
Este capítulo irá abordar as principais situações que poderão ser presenciadas por
você, na sua prática como cirurgião-dentista, tais como: alterações da pressão arterial,
da frequência cardíaca e respiratória, alterações metabólicas, obstrução das vias aéreas,
dentre outras. Além do conceito específico de cada situação de Urgência e Emergência, você
irá encontrar os métodos para o reconhecimento dessas e os protocolos adequados para o
atendimento em cada situação.
A pressão arterial (PA) é caracterizada pela pressão exercida pelo sangue contra a superfície
interna da parede das artérias e é determinada pela alteração de pressão no sangue das artérias.
Quando as artérias oferecem resistência para a passagem do sangue a pressão está aumentada, ou
seja, há hipertensão arterial (SBHA, 2016).
O paciente pode apresentar aumento da pressão arterial (acima dos valores normais)
devido ao estresse emocional ou ansiedade, no entanto, pode não apresentar a doença crônica
chamada hipertensão arterial sistêmica (HAS). Considera-se hipertensão sistólica isolada quando
PAS ≥ 140 mm Hg e PAD < 90 mmHg.
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Segundo a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010, p. 1):
Prevalência de HAS
A HAS é um dos mais importantes problemas de saúde pública que apresenta baixas taxas
de controle e alta prevalência. Sabe-se que a elevação da PA a partir de 115/75 mmHg aumenta
a mortalidade por doença cardiovascular. Nas últimas três décadas no Brasil, foi observada
tendência à diminuição da prevalência de HAS de 36,1% para 31,0%% com predomínio entre
homens (40,1%) (MALACHIAS et al., 2016).
Fatores de risco
Os fatores de risco para HAS são: idade (idosos); gênero (mulheres); etnia (negra); excesso
de peso e obesidade (desde jovens); obesidade central; ingestão excessiva de sódio; consumo
crônico e elevado de álcool; sedentarismo; fatores socioeconômicos (menor nível de escolaridade)
(MALACHIAS et al., 2016).
Prevenção da HAS
Estudos revelaram que a hipertensão arterial não causa sintomas na maioria dos indivíduos.
Há coincidência do surgimento de determinados sintomas que muitas vezes, de maneira errônea,
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são associados à HAS, como rubor facial, dores de cabeça, tontura, sangramento pelo nariz e
cansaço. Quando um indivíduo apresenta uma hipertensão arterial grave ou prolongada e
não tratada, pode apresentar dores de cabeça, vômito, dispneia ou falta de ar, agitação e visão
borrada decorrência de lesões que afetam o cérebro, os olhos, o coração e os rins (SBHA, 2016).
Procedimentos
Caso o paciente com HA apresente dores de cabeça, vômito, dispneia ou falta de ar,
agitação e visão borrada, interrompa o tratamento. Posicione o paciente de maneira confortável,
semi-sentado (vide figura abaixo). Monitore os sinais vitais e, se necessário, chame o serviço de
emergência.
gg você deve planejar sessões curtas de atendimento, preferencialmente entre às 10h e 12h
da manhã;
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gg Cuidado para evitar injeção intravascular (ANDRADE; RANALI, 2011).
Hipotensão arterial
É caracterizada por níveis pressóricos abaixo do normal. Pode ocorrer devido a: desidratação;
jejum prolongado; hipovolemia; problemas cardíacos; uso excessivo de medicações contra
a hipertensão, diuréticos; vasodilatação secundária a quadros inflamatórios ou distúrbios
neurológicos. O paciente pode apresentar também hipotensão ortostática devido ao déficit
momentâneo na irrigação do cérebro por causa do retorno venoso mais lento e do subsequente
débito cardíaco no momento em que se levanta rapidamente após algum tempo deitado, agachado
ou sentado (VARELLA, 2016).
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2.2 LIPOTIMIA E SÍNCOPE
Dentre os eventos que podem ocorrer na prática odontológica tanto a lipotimia quanto
a síncope são os mais frequentes. Geralmente causados por fatores emocionais (estresse e
ansiedade).
As síncopes podem ser classificadas em cardíacas ou não-cardíacas sendo que grande parte
dos casos não apresenta uma causa definida. Portanto, é relevante questionar o paciente sobre
a presença de sintomas, como palpitações, angina e náuseas. O uso de medicamentos deve ser
correlacionado quanto a possíveis efeitos colaterais. Além disso, eventos frequentes de síncope
na presença de sintomas súbitos de perda inesperada da consciência sugerem arritmias cardíacas
ou alterações neurológicas (tipo pequeno mal epilético). Quando os sintomas aparecem de forma
gradual, sugerem hiperventilação, síncope neurocardiogência (vasovagal), ou hipoglicemia. O
tipo neurocardiogênica (vasovagal) é decorrente de quedas do batimento cardíaco e/ou da pressão
arterial (vadodepressora, vasoplégica ou mista) (PORTAL DO CORAÇÃO, 2010).
Procedimentos
gg Interrompa o tratamento;
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gg Ajude-o a sentar-se e a colocar a cabeça entre os joelhos;
gg Peça que inspire e expire profundamente até que o mal estar passar;
Se ocorreu a síncope:
gg Quando recobrar a consciência, solicite para ficar alguns minutos sentado para readaptar-
se à posição vertical (VARELLA, 2014).
A Obstrução das vias Aéreas é caracterizada por um evento súbito, repentino, no qual um
corpo estranho provoca a OVA, resultando em uma asfixia. OVA é toda situação que impede
total ou parcialmente o trânsito de ar ambiente até os alvéolos pulmonares (GONZALEZ et al.,
2013). Na prática odontológica há risco de objetos caírem na cavidade oral ou na orofaringe e,
consequentemente, provocar a ingestão ou aspiração do corpo estranho. Por isso, é importante
tomar cuidado materiais utilizados para moldagem ou restaurações, brocas, limas, brakets
ortodônticos, componentes de implantes e fragmentos ósseos (ANDRADE; RANALI, 2011).
Procedimentos
Se há passagem de ar, o paciente é capaz de tossir e emite sons vocais, a asfixia é leve/parcial,
é recomendado:
gg Permanecer ao lado do paciente, solicite para ele tossir para tentar eliminar o corpo
estranho.
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gg Deve-se ter calma para não estressar o paciente, o que poderá resultar piora da obstrução
das vias aéreas.
Se o paciente não conseguir tossir, nem emitir sons e respirar, apresenta asfixia grave/ total,
é recomendado realizar compressões abdominais em pé, manobra de Heimlich. Esta manobra
eleva o diafragma e aumenta a pressão na via aérea e serve para criar uma tosse artificial e expelir
um corpo estranho da via aérea.
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Em gestante ou obesos aplique compressões torácicas ao invés de compressões abdominais
(vide figura 9).
Nas crianças, conforme demonstrado na figura abaixo você deve posicionar-se atrás do
paciente, na altura do mesmo e ficar ajoelhado.
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Nos bebês, coloque a vítima em decúbito ventral (vide figura 11) com a cabeça mais baixa do
que o do corpo, suportando a cabeça com uma mão e apoiando o tórax sobre o seu antebraço.
Aplique 5 golpes na região entre as escápulas (com a mão em forma de concha). Se o bebê não
expelir o objeto, inicie as compressões torácicas e monitore os sinais vitais.
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gg realizar a abertura de via aérea, para isso pode ser utilizada a manobra da inclinação da
cabeça (vide figura abaixo).
O lenço facial (vide figura abaixo) é descartável e comtempla uma válvula unidirecional a qual
impede o retorno do ar pela boca do paciente, protegendo o dentista. Verifique o lado correto
que deve ser voltado para o paciente e qual deve ser voltado para você. Procedimento: você deve
realizar a abertura da via aérea, estabilizar a mandíbula vedando o lenço facial o máximo possível
na boca do paciente, pince o nariz do mesmo e realize as ventilações.
Figura 13. Máscara facial com válvula unidirecional. Fonte: FIBRA (s.d.).
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Ventilação com a máscara de bolso / pocket-mask
Esta máscara contém uma válvula unidirecional, pode ser redonda ou ter uma parte mais
estreita a qual fica voltada para o nariz do paciente. A máscara deve envolver a boca e o nariz do
paciente. Procedimento: após posicionar a faça uma letra “C” com os dedos indicador e polegar
de uma das mãos e posicione na parte superior da máscara; com a outra mão, posicione o polegar
na parte inferior da máscara e os outros dedos na mandíbula do paciente, certificando de não
pressionar as partes moles abaixo do queixo (vide figura abaixo).
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Procedimentos: com uma das mãos, faça uma letra “C” com os dedos polegar e indicador
e posicione-os acima da máscara e realize pressão contra a face do paciente a fim de vedá-la.
Posicione os outros três dedos na mandíbula para estabilizá-la e abra a via aérea do paciente,
pressione a bolsa durante 1 segundo para cada ventilação (suficiente elevar o tórax e manter
oxigenação). Se você tiver disponível oxigênio complementar, conecte-o na bolsa válvula-
máscara para oferecer maior porcentagem de oxigênio (vide figura abaixo).
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abdominal; espasmos musculares; tremor; perda da consciência; formigamento nos dedos das
mãos e pés e na região perioral (RESENDE et al., 2009).
Procedimentos
gg Interromper o tratamento;
gg Peça para o paciente respirar com auxílio de um saco de papel ou máscara com bolsa para
corrigir a alcalose respiratória (vide figura abaixo);
gg Caso não observe melhora pode ser utilizado diazepam 10 mg, via oral ou intravenosa
(ANDRADE; RANALI, 2011).
Figura 16. Respirar com auxílio de um saco de papel. Adaptada: HEALTHTAP (s.d.).
A Asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas. Esta inflamação está associada à
hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo. Ocasiona
episódios recorrentes de sibilos, dispneia, opressão torácica e tosse decorrentes da obstrução
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ao fluxo aéreo intrapulmonar generalizada e variável, reversível espontaneamente ou com
tratamento (CRUZ; FERNANDES; PIZZICHINI, 2012).
Procedimentos:
gg Interrompa o tratamento;
gg Tranquilize o paciente;
gg Deixe o paciente em posição de ancoragem (vide figura 17), ou seja, sentado com os braços
para frente apoiados na cadeira/mesa;
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2.4.3 EDEMA AGUDO DE PULMÃO
Procedimentos:
gg Interrompa o tratamento;
gg Deixe o paciente em posição de ancoragem, ou seja, sentado com os braços para frente
apoiados na cadeira/mesa;
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doenças cardiovasculares.
No Quadro abaixo segue a classificação do paciente diabético de acordo o grau de risco para a
conduta odontológica.
Quadro 4. Classificação do paciente diabético de acordo o grau de risco para a conduta odontológica. Fonte: CARNEI-
RO NETO et al. (2012).
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Os valores de glicose plasmática (em mg/dl)) para diagnóstico de diabetes mellitus e seus
estágios pré-clínicos são descritos no Quadro abaixo:
Quadro 5. Classificação do paciente diabético de acordo o grau de risco para a conduta odontológica. Fonte: SBD
(2016).
Para que você possa aprofundar seus conhecimentos sobre o Diabetes Mellitus e suas
características acesse o site abaixo.
A medição pode ser feita por meio de um monitor de glicemia (glicosímetro), mas para ter
certeza do diagnóstico de DM o médico deve solicitar o teste oral de tolerância à glicose, mais
conhecido como Curva Glicêmica. Para prevenir a hipoglicemia, hiperglicemia e as complicações
do DM, é importante manter os níveis de glicose dentro dos valores estabelecidos.
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Na hiperglicemia ocorre elevação da glicose acompanhada, geralmente, por altos níveis de
açúcar na urina, poliúria e, por consequência, polidipsia. Em contrapartida, a hipoglicemia é
caracterizada por um nível baixo de glicose (abaixo de 70 mg/dl). É importante não considerar
apenas este número, um médico deverá dizer quais níveis são muito baixos para cada paciente.
Nas situações extremas a hipoglicemia pode levar à perda de consciência ou crises convulsivas.
Os sinais e sintomas de hipoglicemia são: sudorese fria; calafrios; confusão mental, delírio;
tremor; nervosismo; ansiedade; irritabilidade; impaciência; taquicardia, tontura ou vertigem;
fome; náusea; sonolência; visão turva; sensação de formigamento nos lábios e na língua; cefaleia;
fraqueza e déficit de coordenação motora (SBD, 2016).
gg A fita teste deve ser colocada Figura 18. Medição da glicose capilar. Fonte: MAISENFER-
no glicosímetro;
MAGEM (s.d.).
gg Você deve aguardar alguns segundos até que o valor de glicemia apareça no monitor do
glicosímetro;
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Atenção! Os lancetadores (canetas) que permitem a troca de lancetas são de uso individual,
apesar da lanceta ser retrátil a ponteira do lancetador entra em contato com o paciente e muito
comumente com o sangue podendo contaminar outro paciente.
gg Interrompa o atendimento;
gg Interrompa o atendimento;
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(CARNEIRO NETO et al., 2012).
2.6 CONVULSÃO
Os sinais e sintomas das convulsões parciais são: alterações do nível de consciência (podem
não estar presente); movimentos involuntários; alteração das sensações de paladar, olfato, visão,
audição e da fala; alucinações e vertigens. Os tipos mais comuns de convulsão generalizada são a
crise de ausência (pequeno mal) e a convulsão tônico-clônica (grande mal). Na primeira o paciente
não responde quando chamado, pode manifestar movimentos automáticos (como piscar de
olhos e tremor dos lábios), essa crise é breve. Nas convulsões tônico-clônicas há perda súbita da
consciência e na fase tônica, a musculatura dos membros superiores e inferiores e tronco ficam
contraídos e estendidos e a face cianótica. Na fase clônica há contrações simultâneas e rítmicas,
repetitivas e incontroláveis, a saliva pode ser abundante e ficar espumosa (BARBÉRIO; SANTOS;
MACHADO, 2013; VARELLA; JARDIM, 2011).
Procedimentos
gg Posicione o paciente em decúbito lateral para que não aspire a própria saliva ou vômito;
gg Não introduza nenhum objeto na cavidade oral nem tente puxar a língua para fora;
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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
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Figura 20. Técnica para posição de recuperação. Fonte: BOMBEIRO (s.d.).
Atenção! Epilepsia é uma doença específica que predispõe o indivíduo a convulsões, mesmo
na ausência de problemas como traumas na cabeça ou tumores cerebrais. Portanto, convulsão
não é sinônimo de epilepsia (VARELLA; JARDIM, 2011).
Os pacientes que apresentam epilepsia e crises convulsivas bem controladas podem ser
facilmente tratados no consultório odontológico (BARBÉRIO; SANTOS; MACHADO, 2013).
Consulte o site abaixo e obtenha mais informações.
SAIBA MAIS
Epilepsia: condutas na prática odontológica. http://arquivos.
cruzeirodosuleducacional.edu.br/principal/old/revista_odontologia/pdf/maio_
agosto_2013/Odonto_02_141-146.pdf
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EMERGÊNCIA
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2.7 ATAQUE ISQUÊMICO TRANSITÓRIO (AIT) E ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO
(AVE)
Figura 21. AVE hemorrágico e AVE isquêmico (respectivamente). Adaptada: ENFER-SAÚDE (2014).
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Identificação do AVE
Para identificação do AVE você deve verificar a presença de três características: desvio de rima
labial, fraqueza em um dos membros superiores e distúrbios/alteração na fala. Se qualquer um
destes três sinais estiverem presentes, a probabilidade do paciente apresentar um AVE é de 72%.
Pode ser utilizada também a Escala de AVE pré-hospitalar de Cincinnati (GONZALEZ, et al., 2013)
conforme segue abaixo.
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2.8 INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) E PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
(PCR)
O IAM é causado por isquemia miocárdica, com evidência de injúria ou necrose do miocárdio
(vide figura 22). É diagnosticado quando há aumento dos biomarcadores cardíacos e presença
de alterações no eletrocardiograma sugestivas de isquemia ou evidência em exames de imagem
de perda de miocárdio viável ou anormalidade no movimento da parede regional do coração
(GONZALEZ, et al., 2013).
Os sinais e sintomas de IAM são: dor torácica opressiva (precordial ou angina), geralmente
em queimação e de início súbito que pode irradiar para o pescoço, membro superior esquerdo,
dorso ou região do abdômen superior; formigamento no braço (geralmente esquerdo); suor frio
(sudorese); náuseas; falta de ar; fraqueza e dor na região torácica posterior e na mandíbula (SBC,
2013).
Adicionalmente, são nas primeiras horas de manifestação da doença que ocorre a maioria
das mortes por IAM, sendo 40 a 65% na primeira hora e, aproximadamente, 80% nas primeiras
24 horas. Portanto, a maior parte dos óbitos ocorre no ambiente extra-hospitalar (PIEGAS, et al.,
2015).
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Figura 22. Infarto agudo do miocárdio. Adaptada: SLIDESHARE (2010).
O IAM é a causa mais comum de parada cardíaca, no entanto, IAM e PCR não são sinônimos,
pois o IAM pode ocorrer na ausência de PCR.
Na PCR deve ser utilizado o protocolo para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP). As diretrizes
de Ressuscitação Cardiopulmonar são destinadas tanto aos profissionais da saúde quanto a leigos.
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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
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Assim, com intuito de divulgar um método ideal para todas as situações de parada cardíaca e
disseminar esse procedimento e colocá-los . em prática em prática, no âmbito da sociedade em
geral, foram desenvolvidos diversos documentos.
Atenção! Livros, artigos e diretrizes mais antigas trazem uma sequência diferente de
procedimentos para RCP por isso a recomendação é utilizar sempre os materiais mais atuais.
Para que os procedimentos fossem simplificados com intuito de proporcionar uma maior
aderência a possíveis tentativas de RCP de sucesso sendo que o melhor entendimento para a
realização de uma RCP podem gerar ações que aumentem as taxas de RCP, sobretudo no ambiente
extra-hospitalar.
VAMOS REFLETIR:
Você sabe o que significa Suporte Básico de Vida? Em que situações do seu dia a
dia, como acadêmico e como futuro cirurgião-dentista, você terá que utilizá-lo?
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URGÊNCIA E
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desfibrilador externo automático (DEA) (VICTORELLI, et al., 2013).
Neste contexto, o cirurgião-dentista deve estar familiarizado com todos os elos da cadeia para
que os procedimentos sejam realizados de forma correta para aumentar a chance de sobrevida
do paciente.
Os passos simplificados do atendimento em SBV podem ser descritos pela sigla: “CABD
primário” (GONZALEZ et al., 2013).
“D” = Desfibrilação.
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URGÊNCIA E
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As Diretrizes de 2015 da American Heart Association resumem os procedimentos essenciais
para o SBV e fornecem uma nova perspectiva sobre os sistemas de atendimento. Os procedimentos
para PCR ocorrida nos ambientes extra-hospitalares (PCREH) devem ser realizados conforme
demonstrado na figura abaixo.
Figura 23. Cadeia de sobrevivência parada cardiorrespiratória extra-hospitalar (PCREH). Adaptado: AHA (2015).
Nas Diretrizes da American Heart Association de 2015 para RCP e ACE e você encontra
outras diversas informações importantes. Vale a pena conferir, acesse o link abaixo.
SAIBA MAIS
Diretrizes da American Heart Association de 2015 para RCP e ACE. https://
eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-Guidelines-
Highlights-Portuguese.pdf
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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
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A Sociedade Brasileira de Cardiologia também instituiu a corrente de sobrevivência no Brasil
com o objetivo de organizar o atendimento da PCR de forma lógica e mais efetiva possível, as
principais ações foram dispostas na sequência conhecida como corrente da sobrevivência (vide
figura abaixo).
Abaixo segue a descrição dos procedimentos de cada elo da corrente (GONZALEZ et al., 2013;
SBC, 2013; AHA, 2015):
A. Reconhecimento do colapso:
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gg Realizar a avaliação da respiração (conforme descrito no capítulo 1);
gg Se o paciente não estiver respirando ou estiver somente com gasping; - chame ajuda
imediatamente;
Em ambiente extra-hospitalar
gg Você deve estar preparado (a) para responder informações sobre local da ocorrência, os
sinais e sintomas do paciente etc.
gg Caso tenha um DEA (vide figura abaixo) disponível no local, vá buscá-lo ou peça para
uma pessoa ligar e conseguir um DEA, enquanto atende ao paciente.
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Figura 25. DEA. Fonte: CMOSDRAKE (s.d)
gg Expor o tórax do paciente e colocar a base de uma das mãos (região hipotenar)
gg Com os braços estendidos, posicione suas mãos sobrepostas com os dedos entrelaçados
na metade inferior do esterno;
gg Atenção! A compressão deve ser realizada SOBRE o esterno, fora do alcance das costelas
do paciente (os dedos devem permanecer abertos).
gg Em seguida, exerça uma pressão, para deprimir o esterno 5 cm, comprimindo o coração
em direção à coluna vertebral (vide figura 27);
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URGÊNCIA E
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Figura 26. Manobra de compressão. Adaptado: ENFERMEIRO (s.d.); PCR (s.d.).
A abertura das vias aéreas deve ser realizada apenas após realizar 30 compressões.
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Figura 28. Compressões torácicas na criança. Fonte: ERGOSS (s.d.); UNASUS (s.d.).
Ventilações
gg Devem ser realizadas duas ventilações (após 30 compressões), com apenas um segundo
cada, suficiente para promover a elevação do tórax (conforme descrito no capítulo 1).
Procedimentos efetivos são essenciais para promover o fluxo de sangue, portanto, verifique
abaixo as condutas relevantes para uma RCP(adulto) de alta qualidade.
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GG Minimizar as interrupções nas compressões;
3 - Rápida desfibrilação
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Figura 30. Adaptado: REVODONTO (s.d.); ACLS (s.d.).
Obs.: Posicionamento das pás do DEA, quatro posições são aceitáveis: anterolateral,
anteroposterior, anterior-esquerdo infraescapular, anteriordireita infraescapular.
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VAMOS REFLETIR:
Realizar antes o CHOQUE ou RESSUSCITAÇÃO CARDIOPULMONAR?
GG Afaste as pás (eletrodos), pelo menos, 8cm ou opte por outro posicionamento das pás.
GG Utilize o DEA com pás (eletrodos) pediátricas e/ou atenuador de carga. Caso o kit DEA possua
somente pás de adulto, podem ser utilizadas as mesmas, se o tórax for pequeno pode utilizar o
posicionamento anteroposteriormente.
É caracterizado pelos cuidados integrados pós PCR constituído por um plano de tratamento
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Abaixo segue o resumo dos componentes da RCP de alta qualidade, conforme descritos
anteriormente no texto.
Crianças Bebês
Componente Adultos e adolescentes (1 ano de idade à (menos de 1 ano de idade,
puberdade) excluindo recém-nascidos)
Segurança do local - Verifique se o local é seguro para os socorristas e a vítima
- Verifique se a vítima responde
Reconhecimento - Ausência de respiração ou apenas gasping (ou seja, sem respiração normal)
da PCR - Nenhum pulso definido sentido em 10 segundos
(A verificação da respiração e do pulso pode ser feita simultaneamente, em menos de 10 segundos)
Aguarde o retorno do tórax após cada compressão; não se apoie sobre o tórax após cada
Retorno do tórax
compressão
Minimizar Limite as interrupções nas compressões torácicas a menos de 10 segundos
interrupções
Quadro 5. Componentes da RCP de alta qualidade. Adaptado: AHA (2015).
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URGÊNCIA E
EMERGÊNCIA
EM ODONTOLOGIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este material poderá auxiliar nas situações de urgência e emergência médicas as quais podem
ocorrer durante a sua prática de cirurgião-dentista. Tenha a convicção que você pode e deve
realizar o atendimento pré-hospitalar, prestando os primeiros socorros aos seus pacientes.
Organize-se, tenha foco e acredite nos seus estudos, com certeza os conhecimentos sobre
situações de urgência e emergência serão fundamentais na sua caminhada.
Até breve...
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EM ODONTOLOGIA
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VARELLA, D.; JARDIM, C. Primeiros socorros. 1ªed. São Paulo: Claro Enigma, 2011.
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Av. Marginal Leste, n. 3.600, Bairro dos Estados | CEP: 88.339-125 - Balneário Camboriú (SC)
Telefone: (47) 3363-0631 | avantis@avantis.edu.br | www.avantis.edu,br
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