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TEORIA GERAL
DO PROCESSO
Prof. Júlio César Franco
B) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA STRICTO SENSU: - ações fundadas em direito real sobre imóveis- art. 47 (forum rei sitae); - ações envolvendo herança - art. 48; - execuções fiscais - art. 46, §5º; - divórcio, separação, anulação de casamento e união estável - art. 53, I; - alimentos - art. 53, II; - reparação de danos em geral e "ex delicto" - art. 53, IV, 'a' e V. C) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA: - foro e juízo da União Federal - arts. 45 e 51; - foro dos Estados e do Distrito Federal - art. 52; - foro do incapaz - art. 50; - foro do idoso - art. 53, III, 'e'; - foro do administrador ou gestor de negócios alheios-art. 53, IV, 'b'; - foro da serventia notarial ou de registro - art. 53, III, 'f'. UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco D) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR: -Juizado Especial Cível - 40 salários mínimos (Lei nº 9.099/95); -Juizado Especial Federal - 60 salários mínimos (Lei nº 10.259/01). E) COMPETÊNCIA DE ATRIBUIÇÕES: Também chamada de competência de juízo, é estabelecida em normas de organização judiciária ou em leis estaduais, e disciplina a atividade dos juízes quando houver mais de um deles para o mesmo foro (lugar). Ex.: Foros distritais ou regionais. 2.2) COMPETÊNCIA FUNCIONAL: É a que define e delimita o trabalho de cada juiz na mesma relação processual. No mesmo processo funcionam diversos juízos SUCESSIVAMENTE e não simultaneamente. Divide-se em VERTICAL e HORIZONTAL: a primeira, também conhecida como competência hierárquica ou pelos graus de jurisdição, aponta os órgãos jurisdicionais que hierarquicamente atuam num mesmo processo; a segunda, aqueles aos quais define algum ato ou providência no processo em que outro juízo do mesmo grau atuou ou ainda atuará (ex.: art. 949, II – arguição de inconstitucionalidade). UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco 3) A PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO (PERPETUATIO IURISDICTIONIS) E SUAS EXCEÇÕES: A 'perpetuatio iurisdictionis' é o princípio estampado no artigo 43 do CPC, segundo o qual se determina a competência no momento em que a ação é registrada ou distribuída, sendo irrelevantes as modificações posteriores do estado de fato ou de direito. O juiz competente para conhecer e decidir a postulação continua competente até que se esgote a sua função jurisdicional com a decisão da causa. São EXCEÇÕES ao princípio da estabilização do juízo: a) a supressão do órgão judiciário; e b) a alteração da competência absoluta por lei nova. 4) COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA: A competência absoluta é a determinada por ordem pública e por isso não pode ser modificada ou prorrogada. São absolutas as seguintes competências: a) em razão da matéria em sentido estrito; b) em razão da pessoa; e c) em razão da função (artigo 62 do CPC). UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco A competência relativa é a instituída no interesse de qualquer um dos litigantes, admitindo modificação ou prorrogação. São relativas as competências: a) territorial; b) em razão do valor (art. 63). 5) FORO DE ELEIÇÃO: É o foro que as partes elegem em contrato, para dirimir as controvérsias dele surgidas. Este é o foro competente para as demandas resultantes do contrato. Tem natureza jurídico- processual. Não serve para resolver pendências que envolvam a própria existência ou validade do contrato, mas somente as que provêm das suas estipulações, como forma de cumprimento ou o não cumprimento de alguma cláusula. APENAS EM CONTRATO ESCRITO pode ser feita a eleição de foro. Permite modificar a competência em razão do valor e do território (artigo 63, "caput' do CPC). 6) ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA: A incompetência absoluta pode e deve ser declarada de ofício pelo juiz (art. 64,§1º). Se não o for, qualquer das partes, a qualquer tempo, deve argui-la por exceção, em preliminar de contestação (art. 64, "caput"). UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco A incompetência relativa, se não for alegada pelo Réu em preliminar de contestação, será PRORROGADA (artigo 65, "caput"). 7) CONFLITO DE COMPETÊNCIA: Quem julga a competência de cada processo é o juiz que o dirige. O juiz que aceita, expressa ou tacitamente, a competência, exclui a dos outros; o juiz que nega a sua competência afirma, expressa ou tacitamente, a competência de outro. Ocorre o CONFLITO POSITIVO de competência, quando dois ou mais juízes se declaram competentes; ocorre o CONFLITO NEGATIVO de competência, quando dois ou mais juízes se declaram incompetentes; e ocorre conflito, positivo ou negativo, se dois ou mais juízes divergirem sobre a reunião ou separação, respectivamente, de processos (artigo 66). A competência para julgar o conflito é do tribunal superior aos órgãos judiciais discordantes (art. 951 a 959). UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco 8) MODIFICAÇÕES DA COMPETÊNCIA: A competência ABSOLUTA não pode sofrer modificação. Mas a competência RELATIVA pode ser alterada, nas seguintes hipóteses: a) convenção das partes, por meio de foro de eleição; b) a conexão; c) a continência; e d) o não oferecimento de exceção e a não declinação da competência pelo juiz. Pela CONEXÃO pode-se alterar a competência relativa de foro ou de juízo. São conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o PEDIDO ou a CAUSA DE PEDIR (artigo 55 do CPC). Basta haver identidade do pedido OU da causa de pedir, para que ocorra a conexão, não se exigindo que sejam os mesmos sujeitos. Também haverá conexão nas hipóteses do art. 55, §2º. Pela CONTINÊNCIA também é possível alterar a competência relativa de foro ou de juízo. Haverá a continência entre duas ou mais ações quando houver identidade quanto ÀS PARTES e À CAUSA DE PEDIR, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o das demais (art. 56). UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco Para indicar o objeto mais amplo, no cotejo de ações, pode-se utilizar um critério QUANTITATIVO (comparar valores dos pedidos em cada uma) ou um critério QUALITATIVO (comparar a qualidade dos pedidos, p.ex. declaratório em um e condenatório no outro). Os processos reunidos por conexão ou continência, seguirão sob o comando do JUÍZO PREVENTO, que será aquele que recebeu a primeira petição inicial registrada ou distribuída (artigos 58 e 59 do CPC). A reunião dos processos por conexão ou continência se justifica diante da necessidade de julgamento conjunto de causas com identidade entre si, evitando soluções conflitantes. Assim, se um dos processos já tiver sido julgado, não mais se justifica a reunião dos feitos (art. 55, §1º). Aliás, autoriza-se a reunião de processos, mesmo sem conexão entre eles, quando houver risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias se forem julgados separadamente (art. 55, §3º). ... ooOoo ... UNIANCHIETA - Prof. Júlio César Franco