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Aula 08 - TGP - 2024

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TEORIA GERAL

DO PROCESSO

Prof. Júlio César Franco


 B) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA STRICTO SENSU:
 - ações fundadas em direito real sobre imóveis- art. 47 (forum rei sitae);
 - ações envolvendo herança - art. 48;
 - execuções fiscais - art. 46, §5º;
 - divórcio, separação, anulação de casamento e união estável - art. 53,
I;
 - alimentos - art. 53, II;
 - reparação de danos em geral e "ex delicto" - art. 53, IV, 'a' e V.
 C) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA:
 - foro e juízo da União Federal - arts. 45 e 51;
 - foro dos Estados e do Distrito Federal - art. 52;
 - foro do incapaz - art. 50;
 - foro do idoso - art. 53, III, 'e';
 - foro do administrador ou gestor de negócios alheios-art. 53, IV, 'b';
 - foro da serventia notarial ou de registro - art. 53, III, 'f'.
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 D) COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO VALOR:
 -Juizado Especial Cível - 40 salários mínimos (Lei nº 9.099/95);
 -Juizado Especial Federal - 60 salários mínimos (Lei nº 10.259/01).
 E) COMPETÊNCIA DE ATRIBUIÇÕES: Também chamada de
competência de juízo, é estabelecida em normas de organização
judiciária ou em leis estaduais, e disciplina a atividade dos juízes
quando houver mais de um deles para o mesmo foro (lugar). Ex.:
Foros distritais ou regionais.
 2.2) COMPETÊNCIA FUNCIONAL: É a que define e delimita o trabalho
de cada juiz na mesma relação processual. No mesmo processo
funcionam diversos juízos SUCESSIVAMENTE e não simultaneamente.
 Divide-se em VERTICAL e HORIZONTAL: a primeira, também conhecida
como competência hierárquica ou pelos graus de jurisdição, aponta
os órgãos jurisdicionais que hierarquicamente atuam num mesmo
processo;
 a segunda, aqueles aos quais define algum ato ou providência no
processo em que outro juízo do mesmo grau atuou ou ainda atuará (ex.:
art. 949, II – arguição de inconstitucionalidade).
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 3) A PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO (PERPETUATIO
IURISDICTIONIS) E SUAS EXCEÇÕES:
 A 'perpetuatio iurisdictionis' é o princípio estampado no artigo 43 do
CPC, segundo o qual se determina a competência no momento em
que a ação é registrada ou distribuída, sendo irrelevantes as
modificações posteriores do estado de fato ou de direito.
 O juiz competente para conhecer e decidir a postulação continua
competente até que se esgote a sua função jurisdicional com a
decisão da causa.
 São EXCEÇÕES ao princípio da estabilização do juízo: a) a
supressão do órgão judiciário; e b) a alteração da competência
absoluta por lei nova.
 4) COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA: A
competência absoluta é a determinada por ordem pública e por
isso não pode ser modificada ou prorrogada. São absolutas as
seguintes competências: a) em razão da matéria em sentido estrito;
b) em razão da pessoa; e c) em razão da função (artigo 62 do CPC).
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 A competência relativa é a instituída no interesse de qualquer um dos
litigantes, admitindo modificação ou prorrogação. São relativas as
competências: a) territorial; b) em razão do valor (art. 63).
 5) FORO DE ELEIÇÃO: É o foro que as partes elegem em contrato,
para dirimir as controvérsias dele surgidas. Este é o foro competente
para as demandas resultantes do contrato. Tem natureza jurídico-
processual.
 Não serve para resolver pendências que envolvam a própria existência
ou validade do contrato, mas somente as que provêm das suas
estipulações, como forma de cumprimento ou o não cumprimento de
alguma cláusula.
 APENAS EM CONTRATO ESCRITO pode ser feita a eleição de foro.
Permite modificar a competência em razão do valor e do território
(artigo 63, "caput' do CPC).
 6) ARGUIÇÃO DA INCOMPETÊNCIA: A incompetência absoluta
pode e deve ser declarada de ofício pelo juiz (art. 64,§1º). Se não o
for, qualquer das partes, a qualquer tempo, deve argui-la por exceção,
em preliminar de contestação (art. 64, "caput").
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 A incompetência relativa, se não for alegada pelo Réu em
preliminar de contestação, será PRORROGADA (artigo 65,
"caput").
 7) CONFLITO DE COMPETÊNCIA: Quem julga a competência
de cada processo é o juiz que o dirige. O juiz que aceita,
expressa ou tacitamente, a competência, exclui a dos outros;
o juiz que nega a sua competência afirma, expressa ou
tacitamente, a competência de outro.
 Ocorre o CONFLITO POSITIVO de competência, quando dois
ou mais juízes se declaram competentes; ocorre o CONFLITO
NEGATIVO de competência, quando dois ou mais juízes se
declaram incompetentes; e ocorre conflito, positivo ou
negativo, se dois ou mais juízes divergirem sobre a reunião ou
separação, respectivamente, de processos (artigo 66).
 A competência para julgar o conflito é do tribunal superior
aos órgãos judiciais discordantes (art. 951 a 959).
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 8) MODIFICAÇÕES DA COMPETÊNCIA: A competência
ABSOLUTA não pode sofrer modificação. Mas a competência
RELATIVA pode ser alterada, nas seguintes hipóteses: a)
convenção das partes, por meio de foro de eleição; b) a conexão;
c) a continência; e d) o não oferecimento de exceção e a não
declinação da competência pelo juiz.
 Pela CONEXÃO pode-se alterar a competência relativa de foro ou
de juízo. São conexas duas ou mais ações, quando lhes for
comum o PEDIDO ou a CAUSA DE PEDIR (artigo 55 do CPC).
Basta haver identidade do pedido OU da causa de pedir, para que
ocorra a conexão, não se exigindo que sejam os mesmos
sujeitos. Também haverá conexão nas hipóteses do art. 55, §2º.
 Pela CONTINÊNCIA também é possível alterar a competência
relativa de foro ou de juízo. Haverá a continência entre duas ou
mais ações quando houver identidade quanto ÀS PARTES e À
CAUSA DE PEDIR, mas o pedido de uma, por ser mais amplo,
abrange o das demais (art. 56).
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 Para indicar o objeto mais amplo, no cotejo de ações, pode-se utilizar
um critério QUANTITATIVO (comparar valores dos pedidos em cada
uma) ou um critério QUALITATIVO (comparar a qualidade dos
pedidos, p.ex. declaratório em um e condenatório no outro).
 Os processos reunidos por conexão ou continência, seguirão sob o
comando do JUÍZO PREVENTO, que será aquele que recebeu a
primeira petição inicial registrada ou distribuída (artigos 58 e 59 do
CPC).
 A reunião dos processos por conexão ou continência se justifica diante
da necessidade de julgamento conjunto de causas com identidade
entre si, evitando soluções conflitantes. Assim, se um dos processos já
tiver sido julgado, não mais se justifica a reunião dos feitos (art. 55,
§1º).
 Aliás, autoriza-se a reunião de processos, mesmo sem conexão
entre eles, quando houver risco de prolação de decisões
conflitantes ou contraditórias se forem julgados separadamente (art.
55, §3º).
 ... ooOoo ...
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