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Luciana Camargo de Oliveira Melo

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO

LUCIANA CAMARGO DE OLIVEIRA MELO

Influência dos transtornos depressivo e de ansiedade na


autoeficácia materna para amamentação

RIBEIRÃO PRETO

2020
LUCIANA CAMARGO DE OLIVEIRA MELO

Influência dos transtornos depressivo e de ansiedade na


autoeficácia materna para amamentação

Tese apresentada à Escola de Enfermagem de


Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, para
obtenção do título de Doutor em Ciências, Programa
de Pós-Graduação em Enfermagem em Saúde
Pública.

Linha de pesquisa: Assistência à saúde da mulher


no ciclo vital

Orientadora: Profª. Drª. Juliana Cristina dos Santos


Monteiro

RIBEIRÃO PRETO
2020
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a
fonte.

Melo, Luciana Camargo de Oliveira

pppInfluência dos transtornos depressivo e de ansiedade na autoeficácia


materna para amamentação. Ribeirão Preto, 2020.
ppp130 p. : il. ; 30 cm

pppTese de Doutorado, apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão


Preto/USP. Área de concentração: Enfermagem em Saúde Pública.
PP

pOrientador: Juliana Cristina dos Santos Monteirop

1. ALEITAMENTO MATERNO. 2. AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO.


3.TRANSTORNO DEPRESSIVO. 4.ANSIEDADE.
MELO, LUCIANA CAMARGO DE OLIVEIRA

Influência dos transtornos depressivo e de ansiedade na autoeficácia materna para


amamentação

Tese apresentada à Escola de Enfermagem de


Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, para
obtenção do título de Doutor em Ciências, Programa
de Pós-Graduação em Enfermagem em Saúde
Pública.

Aprovado em ........../........../...............

Presidente

Prof. Dr. ________________________________________________________


Instituição: ______________________________________________________

Comissão Julgadora

Prof. Dr. ________________________________________________________


Instituição: ______________________________________________________

Prof. Dr. ________________________________________________________


Instituição: ______________________________________________________

Prof. Dr. ________________________________________________________


Instituição: ______________________________________________________
Com carinho e saudade dedico esta
tese à

Ana Márcia Spanó Nakano


(in memorian)

Jamais esqueceria você...


Tão presente mesmo não estando
mais entre nós...
Onde estiver, saiba o quanto foi
importante na minha vida e na
realização deste trabalho.
Agradecimento especial

À minha querida orientadora Profª. Drª. Juliana Cristina dos Santos Monteiro.

Admiração por se dedicar à docência com tanto entusiasmo e verdade.

Gratidão por me mostrar que sabedoria e simplicidade podem caminhar


juntas...

Ju, adoro você!


Agradecimentos
Pela Tua infinita generosidade, hoje celebro mais um grande momento em
minha vida. Em todo instante senti a Tua mão me amparando e o Teu amor
me guiando... Meu Deus, eu Te dou graças com o coração cheio de alegria!

Agradeço especialmente ao meu esposo, meu amor e melhor amigo, Lucas.


Não saberia descrever em tão poucas linhas o quanto você é importante
para mim. Mas posso dizer que te amo além da vida. E que sem você,
definitivamente nada teria o mesmo valor.

Ao meu pequeno Arthur, minha vidinha. Ter você é a minha maior benção.
Você é a inspiração, alegria e razão da minha vida... Te amo tanto,
incondicional e infinitamente, daqui até o fim do universo...

Aos meus amados pais Edna e Osmar, tenho muita gratidão por tudo que
fizeram por mim. Vocês são essenciais na minha vida. Que Deus continue
abençoando-os. Obrigado por tudo, eu amo muito vocês.

Às minhas queridas irmãs Renata e Giseli pelo carinho e amizade que nos
une. Alice e Igor pela alegria em ser titia... Obrigada por existirem na minha
vida, eu simplesmente amo vocês.

À minha segunda família, meus sogros queridos, Aluizio e Marialva, gratidão


eterna pelo carinho que sempre houve entre nós e por todos os momentos
que juntos compartilhamos. Amo vocês.

À toda minha família e amigos que sempre torceram por mim, estando perto
ou longe, o que importa é o sentimento...
Às professoras pelas quais tenho profunda admiração e apreço, Profª Drª
Flávia Azevedo Gomes-Sponholz e Profª Drª Adriana Moraes Leite, agradeço
pelas importantes contribuições e ensinamentos desde minha graduação,
me sinto honrada por terem feito parte destas fases da minha vida, e
também pela participação no exame de qualificação deste trabalho.

À querida companheira de doutorado, Marina Cortez Pereira Bonelli pela


amizade, confiança e parceria, e também pela enorme contribuição na
coleta de dados. Que Deus sempre te abençoe.

Ao Clã Ju Monteiro, o melhor grupo de pesquisa das galáxias.

À todas as mulheres participantes desta pesquisa, pela disponibilidade em


participar.

À Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo –


EERP/USP, pela acolhida e contribuição desde a graduação, mestrado e
agora no doutorado, tão importantes para o meu desenvolvimento pessoal
e profissional.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de


Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) de acordo
com a Portaria nº 206, de 4 de setembro de 2018.
“O mistério da vida me causa a mais forte emoção.

É o sentimento que suscita a beleza e a verdade, cria a arte e a ciência.

Se alguém não conhece esta sensação ou não pode mais experimentar espanto

ou surpresa, já é um morto-vivo e seus olhos se cegaram.”

Albert Einstein


Einstein A. Como vejo o mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1981.
RESUMO
MELO, L.C.O. Influência dos transtornos depressivo e de ansiedade na
autoeficácia materna para amamentação. 2020. 130 f. Tese (Doutorado em
Ciências) - Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, 2020.

A prática do aleitamento é a ação isolada mais eficaz que promove impacto na


saúde integral da mãe e da criança, além de nutrir, reforça vinculo, promove afeto e
proteção, impactando nos indicadores de saúde de toda sociedade. A literatura
ressalta o envolvimento dos fatores psicossociais no processo de aleitamento como
a autoeficácia e os transtornos mentais como fortes determinantes desta prática.
Assim, os objetivos deste estudo foram: verificar a influência dos transtornos
depressivo e de ansiedade na autoeficácia para amamentação entre puérperas;
identificar a prevalência dos indicativos do transtorno depressivo, de ansiedade-traço
e ansiedade-estado entre puérperas nos intervalos de 60, 120 e 180 dias pós-parto;
identificar o nível de autoeficácia para amamentação nos mesmos intervalos de
tempo; e verificar a associação entre os indicativos de transtorno depressivo, e da
ansiedade traço e estado destas puérperas com a autoeficácia para amamentação
nos intervalos estudados. Tratou-se de um estudo analítico, longitudinal e
prospectivo, com usuárias do Sistema Único de Saúde em Ribeirão Preto/SP.
Participaram 186 puérperas. A coleta de dados foi realizada entre julho de 2018 a
novembro de 2019, utilizando-se quatro instrumentos: um questionário de
caracterização, a Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), o Inventário de
Ansiedade Traço-Estado (IDATE) e a Breastfeeding Self-Eficcacy Scale – Short
Form (BSES-SF). Os dados foram processados e analisados utilizando-se do
Statistical Package for Social Sciences, SPSS, versão 17.0. Foram considerados
significativos os valores de p menores que 0,05. A maioria das participantes estava
em aleitamento materno exclusivo com 60 e 120 dias de puerpério. Nos três
momentos estudados, a maioria apresentou alto nível de autoeficácia, não
apresentou indicativos de transtorno depressivo, e apresentou baixos níveis de
ansiedade. Os níveis de autoeficácia mais elevados associaram-se
significativamente às variáveis: não estar em aleitamento materno exclusivo no
momento da coleta (p=0,0000), idade (p=0,0050), ocupação (p=0,0314), estado
marital (p=0,0117) e apresentar intercorrências no pós-parto (p=0,0124). A
autoeficácia elevada apresentou associação com AME aos 60 dias e 120 dias, com
a ausência de transtorno depressivo e com baixos níveis de ansiedade aos 60 dias.
Conclui-se que é necessária uma maior atenção à saúde mental das puérperas,
considerando que mulheres que não apresentavam indicativos de depressão e
ansiedade tiveram maiores níveis de autoeficácia para amamentação, situação que
pode implicar em maior tempo de aleitamento materno exclusivo. Esforços devem
ser realizados para diminuir as chances de desmame precoce e melhorar a saúde
mental das mulheres no período pós-parto, contribuindo assim com a melhores
indicadores de condições de vida da mulher e seu bebê no processo de aleitamento
materno, auxiliando na consolidação dos benefícios desta prática.

Descritores: Aleitamento materno. Autoeficácia. Transtorno depressivo. Ansiedade.


ABSTRACT
MELO, L.C.O. Influence of depressive and anxiety disorders on maternal self-
efficacy for breastfeeding. 2020.130 p.Thesis (Doctarate degree in Sciences).
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, 2020.

The practice of breastfeeding is the most effective isolated action that promotes
impact on the mother's and child's integral health, besides feeding, reinforces
bonding, promotes affection and protection, impacting on the health indicators of all
society. The literature emphasizes the involvement of psychosocial factors in the
breastfeeding process, such as self-efficacy and mental disorders, as strong
determinants of this practice. Thus, the objectives of this study were: To verify the
influence of depressive and anxiety disorders on breastfeeding self-efficacy among
puerperal women; to identify the prevalence of the indicators of depressive disorder,
of trait anxiety and state anxiety among puerperal women at the intervals of 60, 120
and 180 days postpartum; to identify the level of self-efficacy for breastfeeding at the
same intervals; and to verify the association between the indicators of depressive
disorder, and the trait anxiety and state of these puerperal women with breastfeeding
self-efficacy at the intervals studied. It was an analytical, longitudinal and prospective
study, with users of the Unified Health System in Ribeirão Preto/SP. A total of 186
female puerperals participated. Data were collected from July 2018 to November
2019, using four instruments: a characterization questionnaire, the Edinburgh
Postnatal Depression Scale (EPDS), the Trace-State Anxiety Inventory (IDATE) and
the Breastfeeding Self-Eficacy Scale - Short Form (BSES-SF). The data were
processed and analyzed using the Statistical Package for Social Sciences, SPSS,
version 17.0. P values lower than 0.05 were considered significant. Most of the
participants were exclusively breastfeeding at 60 and 120 days of puerperium. In the
three moments studied, the majority presented a high level of self-efficacy, did not
present indications of depressive disorder, and presented low levels of anxiety. The
highest levels of self-efficacy were significantly associated to the variables: not being
exclusively breastfeeding at the time of collection (p=0.0000), age (p=0.0050),
occupation (p=0.0314), marital status (p=0.0117) and presenting postpartum
complications (p=0.0124). High self-efficacy was associated with SMA at 60 days
and 120 days, with no depressive disorder and low levels of anxiety at 60 days. It is
concluded that a greater attention to the mental health of puerperal women is
necessary, considering that women who did not present indications of depression
and anxiety had higher levels of self-efficacy for breastfeeding, a situation that may
imply a longer exclusive breastfeeding time. Efforts should be made to reduce the
chances of early weaning and improve women's mental health in the post-partum
period, thus contributing to better indicators of the living conditions of women and
their babies in the breastfeeding process, helping to consolidate the benefits of this
practice.

Descriptors: Breastfeeding. Self-efficacy. Depressive disorder. Anxiety.


RESUMEN
MELO, L.C.O. Influencia de los trastornos depresivos y de ansiedad en la
autoeficacia materna para la lactancia materna. 2020. 130p. Tese (Doctorado en
Ciencias) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
2020.

La práctica de la lactancia materna es la acción aislada más eficaz que promueve el


impacto en la salud integral de la madre y el niño, además de la alimentación,
refuerza el vínculo, promueve el afecto y la protección, repercutiendo en los
indicadores de salud de toda la sociedad. En la literatura se hace hincapié en la
participación de factores psicosociales en el proceso de lactancia, como la
autoeficacia y los trastornos mentales, como fuertes determinantes de esta práctica.
Así pues, los objetivos de este estudio eran: Verificar la influencia de los trastornos
depresivos y de ansiedad en la autoeficacia de la lactancia materna entre las
mujeres que han dado recientemente a luz; identificar la prevalencia de indicadores
de trastorno depresivo, de ansiedad de rasgos y de ansiedad de estado entre las
mujeres que han dado recientemente a luz a intervalos de 60, 120 y 180 días
después del parto; identificar el nivel de autoeficacia para la lactancia materna en los
mismos intervalos; y verificar la asociación entre los indicadores de trastorno
depresivo, de ansiedad de rasgos y de ansiedad de estado entre las mujeres que
han dado recientemente a luz con la autoeficacia de la lactancia materna en los
intervalos estudiados. Se trata de un estudio analítico, longitudinal y prospectivo con
usuarios del Sistema Único de Salud en Ribeirão Preto/SP. Participaron un total de
186 pacientes femeninas. Los datos se recopilaron desde julio de 2018 hasta
noviembre de 2019 utilizando cuatro instrumentos: un cuestionario de
caracterización, la Escala de Depresión Postnatal de Edimburgo (EPDS), el
Inventario de Ansiedad de Trace-Estado (IDATE) y la Escala de Autoeficacia para la
Lactancia - Forma Corta (BSES-SF). Los datos fueron procesados y analizados
usando el Paquete Estadístico para las Ciencias Sociales, SPSS, versión 17.0. Los
valores de P inferiores a 0,05 se consideraron significativos. La mayoría de las
participantes se amamantaron exclusivamente a los 60 y 120 días de puerperio. En
los tres momentos estudiados, la mayoría presentaba un alto nivel de autoeficacia,
no presentaba indicios de trastorno depresivo y presentaba bajos niveles de
ansiedad. Los niveles más altos de autoeficacia se asociaron significativamente con
las siguientes variables: no estar amamantando exclusivamente en el momento de la
recolección (p=0,0000), edad (p=0,0050), ocupación (p=0,0314), estado civil
(p=0,0117), y presentar complicaciones posparto (p=0,0124). La alta autoeficacia se
asoció con la AME a los 60 y 120 días, sin ningún trastorno depresivo y con bajos
niveles de ansiedad a los 60 días. Se llega a la conclusión de que es necesario
prestar mayor atención a la salud mental de las mujeres puerperas, teniendo en
cuenta que las mujeres que no presentaban indicios de depresión y ansiedad tenían
niveles más altos de autoeficacia para la lactancia materna, situación que puede
implicar un período más largo de lactancia materna exclusiva. Se debe procurar
reducir las posibilidades de destete precoz y mejorar la salud mental de las mujeres
en el período posparto, contribuyendo así a mejorar los indicadores de las
condiciones de vida de las mujeres y sus bebés en el proceso de lactancia,
ayudando a consolidar los beneficios de esta práctica.

Descriptores: Lactancia materna. Autoeficacia. Desorden depresivo. Ansiedad.


LISTA DE TABELAS

TABELA 1- DISTRIBUIÇÃO DAS PUÉRPERAS PARTICIPANTES DO ESTUDO SEGUNDO IDADE,

COR AUTORREFERIDA, ESCOLARIDADE, RELIGIÃO, OCUPAÇÃO, ESTADO MARITAL, AUXÍLIO

NOS CUIDADOS COM O BEBÊ E RENDA FAMILIAR EM REAIS. RIBEIRÃO PRETO, 2019. ... 58

TABELA 2 - DISTRIBUIÇÃO DAS PUÉRPERAS PARTICIPANTES DO ESTUDO SEGUNDO NÚMERO

DE GESTAÇÕES, PARTOS, ABORTOS, NÚMERO DE FILHOS, PLANEJAMENTO DA

GESTAÇÃO, FREQUÊNCIA DAS INTERCORRÊNCIAS NO PARTO, PÓS-PARTO E TIPO DE

PARTO. RIBEIRÃO PRETO, 2019. ............................................................................ 60

TABELA 3 - DISTRIBUIÇÃO DAS PUÉRPERAS PARTICIPANTES DO ESTUDO SEGUNDO SEXO E

PESO DO NEONATO E QUANTO A OCORRÊNCIA DE ALEITAMENTO MATERNO NA PRIMEIRA

HORA DE VIDA. RIBEIRÃO PRETO, 2019. ................................................................. 62

TABELA 4 - DISTRIBUIÇÃO DAS PUÉRPERAS PARTICIPANTES DO ESTUDO QUANTO À PRÁTICA

DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO, DE ACORDO COM O TEMPO DE PUERPÉRIO.

RIBEIRÃO PRETO, 2019. ....................................................................................... 62

TABELA 5 - DISTRIBUIÇÃO DAS PARTICIPANTES QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DA AUTOEFICÁCIA


PARA AMAMENTAÇÃO, DE ACORDO COM OS DIAS DE PUERPÉRIO. RIBEIRÃO PRETO,
2019. .................................................................................................................. 63

TABELA 6 - DISTRIBUIÇÃO DAS PUÉRPERAS PARTICIPANTES DO ESTUDO QUANTO À

PRESENÇA DE INDICATIVOS DE TRANSTORNO DEPRESSIVO, DE ACORDO COM O TEMPO

DE PUERPÉRIO. RIBEIRÃO PRETO, 2019. ................................................................ 64

TABELA 7 - DISTRIBUIÇÃO DAS PARTICIPANTES DO ESTUDO QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DA

ANSIEDADE-TRAÇO COM 60 DIAS DE PUERPÉRIO. RIBEIRÃO PRETO, 2019. ................ 64

TABELA 8 - DISTRIBUIÇÃO DAS PARTICIPANTES DO ESTUDO QUANTO À CLASSIFICAÇÃO DA

ANSIEDADE-ESTADO, DE ACORDO COM OS DIAS DE PUERPÉRIO. RIBEIRÃO PRETO, 2019.

........................................................................................................................... 65
TABELA 9 - ANÁLISE DA AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO ASSOCIADA ÀS VARIÁVEIS

SOCIODEMOGRÁFICAS E OBSTÉTRICAS. RIBEIRÃO PRETO, 2019. .............................. 66

TABELA 10 - ANÁLISE DA AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO ASSOCIADA À PRÁTICA DE

ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO DE ACORDO COM O TEMPO DE PUERPÉRIO.

RIBEIRÃO PRETO, 2019. ....................................................................................... 66

TABELA 11- ANÁLISE DA AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO ASSOCIADA À PRESENÇA DE

TRANSTORNO DEPRESSIVO. RIBEIRÃO PRETO, 2019. .............................................. 67

TABELA 12 - ANÁLISE DA AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO ASSOCIADA À CLASSIFICAÇÃO


DE ANSIEDADE-TRAÇO COM 60 DIAS DE PUERPÉRIO. RIBEIRÃO PRETO, 2019 ............. 68

TABELA 13 - ANÁLISE DA AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO ASSOCIADA À CLASSIFICAÇÃO


DE ANSIEDADE-ESTADO DE ACORDO COM OS DIAS DE PUERPÉRIO. RIBEIRÃO PRETO,
2019. .................................................................................................................. 68
LISTA DE ABREVIATURAS

OMS Organização Mundial de Saúde


UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância
MS Ministério da Saúde
AME Aleitamento Materno Exclusivo
DPP Depressão pós-parto
CID Classificação Internacional das Doenças
DMS V Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5
EDM Episódio Depressivo Maior
TSC Teoria Social Cognitiva
BSES Breastfeeding Self-Efficacy Scale
BSES SF Breastfeeding Self-Efficacy Scale Short Form
UBS Unidade Básica de Saúde
UBDS Unidade Básica Distrital de Saúde
ABS Atenção Básica de Saúde
ESF Estratégia de Saúde da Família
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
EPDS Edinburgh Postnatal Depression Scale
IDATE Inventário de Ansiedade Traço-Estado
IDATE E Inventário de Ansiedade - Estado
IDATE T Inventário de Ansiedade - Traço
OR OddsRatio
R R Core Team
CAPP Comissão de Avaliação de Projetos de Pesquisa
PNDS Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde
RAB Rede Amamenta Brasil
EAAB Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil
RAPS Rede de Atenção Psicossocial
CAPS Centro de Atenção Psicossocial
NALMA Núcleo de Aleitamento Materno
EERP-USP Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo
SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................ 21

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 23

1.1 TRANSTORNOS MENTAIS ............................................................................................................ 29

1.1.1TRANSTORNO DEPRESSIVO– DEPRESSÃO PÓS-PARTO ..................................................... 31

1.1.2TRANSTORNO DE ANSIEDADE ................................................................................................. 35

1.2 O CONCEITO DA AUTOEFICÁCIA E DA AUTOEFICÁCIA MATERNA PARA AMAMENTAÇÃO 36

2 HIPÓTESES DO ESTUDO ................................................................................................................ 44

3 OBJETIVOS ....................................................................................................................................... 46

3.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................................... 46

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 46

4 MATERIAL E MÉTODO..................................................................................................................... 48

4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO ............................................................................................ 48

4.2 DESENHO DO ESTUDO ................................................................................................................ 48

4.3 LOCAL DO ESTUDO ...................................................................................................................... 49

4.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA ............................................................................................................ 49

4.5 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS .......................................................................... 50

4.6 VARIÁVEIS DO ESTUDO ............................................................................................................... 53

4.7 PROCESSAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................. 55

4.8 CONSIDERAÇÕES ÉTICAS ........................................................................................................... 56

5 RESULTADOS ................................................................................................................................... 58

5.1 CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS, OBSTÉTRICAS E NEONATAIS ........................ 58

5.2 PRÁTICA DE ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ............................................................... 62

5.3 AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO ...................................................................................... 63

5.4 TRANSTORNOS MENTAIS - TRANSTORNO DEPRESSIVO ....................................................... 63


5.5 TRANSTORNOS MENTAIS –TRANSTORNO DE ANSIEDADE ................................................... 64

5.6 AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO E AS VARIÁVEIS SOCIODEMOGRÁFICAS E


OBSTÉTRICAS: ANÁLISE DE ASSOCIAÇÕES .................................................................................. 65

5.7 AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO E A PRÁTICA DE ALEITAMENTO MATERNO


EXCLUSIVO .......................................................................................................................................... 66

5.8 AUTOEFICÁCIA NA AMAMENTAÇÃO E OS TRANSTORNOS MENTAIS ................................... 67

6 DISCUSSÃO ...................................................................................................................................... 71

6.1 CARACTERIZAÇÃO DAS PARTICIPANTES – CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS,


OBSTÉTRICAS E NEONATAIS ............................................................................................................ 71

6.2 CARACTERIZAÇÃO DAS PARTICIPANTES – PRÁTICA DE ALEITAMENTO MATERNO


EXCLUSIVO .......................................................................................................................................... 75

6.3 CARACTERIZAÇÃO DAS PARTICIPANTES – AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO .......... 76

6.4 CARACTERIZAÇÃO DAS PARTICIPANTES – TRANSTORNO DEPRESSIVO ........................... 77

6.5 CARACTERIZAÇÃO DAS PARTICIPANTES – TRANSTORNO DE ANSIEDADE ........................ 78

6.6 ANÁLISE DAS ASSOCIAÇÕES – AUTOEFICÁCIA NA AMAMENTAÇÃO E VARIÁVEIS


SOCIODEMOGRÁFICAS, OBSTÉTRICAS E NEONATAIS ................................................................. 78

6.7 ANÁLISE DAS ASSOCIAÇÕES – AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO E PRÁTICA DE


ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ............................................................................................ 81

6.8 ANÁLISE DAS ASSOCIAÇÕES – AUTOEFICÁCIA PARA AMAMENTAÇÃO E TRANSTORNOS


MENTAIS ............................................................................................................................................... 82

7 CONCLUSÕES .................................................................................................................................. 85

8 IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA E A PESQUISA ........................................................................ 88

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 93

APÊNDICES........................................................................................................................................ 113

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ..................................... 113

APÊNDICE B – AUTORIZAÇÃO PARA O USO DA BREASTFEEDING SELF-EFFICACYSCALE -


SHORT-FORM - VERSÃO BRASILEIRA ........................................................................................... 115
APÊNDICE C – PRIMEIRO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
E CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E OBSTÉTRICAS ............................................... 116

ANEXOS ............................................................................................................................................. 119

ANEXO A–SEGUNDO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS EDINBURGH POSTNATAL


DEPRESSION SCALE (EPDS) - VERSÃO EM PORTUGUÊS .......................................................... 119

ANEXO B – TERCEIRO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS- INVENTÁRIO ANSIEDADE


TRAÇO-ESTADO - IDATE .................................................................................................................. 122

ANEXO C – QUARTO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS- BREASTFEEDING SELF-


EFFICACY SCALE – SHORT-FORM VERSÃO BRASILEIRA .......................................................... 126

ANEXO D – OFÍCIO DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA - CAPP .... 127

ANEXO E – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA DA ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO


PRETO – USP ..................................................................................................................................... 128
Apresentação 20

Apresentação
Apresentação 21

APRESENTAÇÃO

Minha aproximação com a temática do aleitamento materno iniciou-se há 18


anos, ainda na graduação na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP, onde
fui contemplada com uma bolsa-trabalho intitulada “Recursos Humanos para o
NALMA – Núcleo de Aleitamento Materno”, e dentre as atividades propostas pelo
projeto, eu ministrava um curso para gestantes e puérperas na antiga Maternidade
do Complexo Aeroporto – MATER, hoje Centro de Referência em Saúda da Mulher
de Ribeirão Preto. Os momentos compartilhados com estas mulheres, de fato,
despertaram-me para uma paixão e uma contínua busca por mais conhecimentos
sobre um assunto tão rico, complexo e real.
Após formada, como enfermeira atuei em diversas áreas, infelizmente não
diretamente no cuidado à saúde da mulher, porém o aleitamento materno sempre
esteve presente de alguma forma. A vivência profissional nesse período até a data
presente, tanto na área básica quanto na área hospitalar, no ensino e na prática,
fizeram crescer inquietações e reflexões sobre a diversidade de problemas
relevantes que resultam no desmame precoce.
Realizei no ano de 2010 a especialização em Enfermagem em Saúde da
Família no Centro Universitário Erminio Ometto – UNIARARAS, mantendo meu
interesse na temática do aleitamento materno, e ao final do curso apresentei a
monografia intitulada: “Avaliação da amamentação em um grupo de mulheres no
período puerperal”. Os resultados mostraram que as mulheres reconhecem os
valores benéficos da prática, tanto os relacionados às questões biológicas quanto os
psicossociais.
Acredito em uma assistência prestada no processo de aleitamento materno
voltada para humanização, de maneira integral, solidária, acolhedora, onde o
profissional de saúde é o agente transformador e deve estabelecer laços de
confiança com as mulheres e suas redes de apoio. Estes fatores levaram-me a
querer continuar aprofundando meus conhecimentos sobreo tema, agora com
interesse em seguir na carreira acadêmica.
Ingressei no mestrado na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto em 2013,
sob orientação da Prof.ª Dr.ª Ana Márcia Spanó Nakano, que me apresentou o
aleitamento materno enquanto uma prática construída, não restrita ao campo
Apresentação 22

biológico, e os diversos significados atribuídos à mulher que amamenta.


Definitivamente estes conhecimentos contribuíram para meu amadurecimento
pessoal e profissional.
Nossos estudos resultaram na elaboração da dissertação intitulada: “Atenção
ao aleitamento materno em unidades de saúde de Ribeirão Preto no contexto da
Rede Amamenta Brasil: uma análise segundo os atributos da Atenção Primária à
Saúde”. Esta pesquisa trouxe reflexões para além de dados quantitativos, mas em
termos da qualidade em que as ações prestadas ao binômio mãe e filho eram
desenvolvidas quanto ao atendimento dos atributos da Atenção Primária à Saúde.
Reafirmei minhas convicções de que o profissional de saúde deve incorporar em
suas práticas diárias a compreensão do aleitamento como um processo dinâmico e
individual.
Logo após o término do mestrado, ingressei no doutorado na mesma escola,
em 2017, sob orientação da Profª. Dr.ª Juliana Cristina dos Santos Monteiro. O
processo de construção deste trabalho foi baseado no estudo da confiança das
mulheres em sua capacidade de amamentar e no quanto essa variável influencia a
saúde mental destas mulheres, buscando proporcionar uma reflexão crítica sobre as
práticas reais ofertadas ao binômio mãe-filho. Espero, com essa pesquisa, contribuir
um pouco mais para a assistência às mulheres que amamentam, seus filhos e suas
famílias.
Introdução 23

Introdução*
____________________________

Esta tese foi revisada de acordo com a nova Ortografia da Língua Portuguesa, vigente no Brasil desde 2009.
Introdução 24

1 INTRODUÇÃO

Considera-se que um adequado nutrimento durante a infância é essencial e


de grande repercussão para o alcance de melhores condições de saúde, nutrição,
de crescimento, desenvolvimento e sobrevivência da criança, onde o aleitamento
materno se destaca como fonte ideal de alimento nesta fase (WHO, 2005; BRITTO
et al., 2017; ROLLINS et al., 2016; VICTORA et al., 2016).
A Organização Mundial de Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) e o Ministério da Saúde brasileiro (MS) propõem que as crianças
sejam amamentadas somente com leite materno até completar o sexto mês de vida
e de maneira adicional até os dois anos de idade ou mais (WHO, 2008; BRASIL,
2015; VICTORA et al., 2016).
A OMS traz como definição de aleitamento materno exclusivo (AME) quando
esta prática ocorre de maneira que a criança seja alimentada apenas de leite
materno, sem o oferecimento de alimentos sólidos ou outros líquidos, sendo apenas
permitido o consumo de medicamentos e/ou vitaminas (BRASIL, 2015). Ainda de
acordo com estes órgãos, o aleitamento materno é uma prática indispensável,
considerado como uma ação ímpar e superior na prevenção de mortes infantis
quando comparado a outras estratégias, além de favorecer a saúde biopsicossocial
do binômio em aleitamento (BRASIL, 2015), sendo que estes benefícios são motivos
de diversos estudos na literatura mundial.
Em razão das inúmeras condições favoráveis presentes no leite materno que
conferem defesa em face de diversas infecções nas crianças que o recebem,
observa-se uma diminuição no número de óbitos registrados neste grupo, evitando-
se 13% do total de mortes em crianças pequenas por causas preveníveis (JONES et
al., 2003).
Em todo o mundo, poderia ser salvo 1,47 milhão de crianças se as
recomendações de AME por seis meses ou mais fossem seguidas (LAUER, 2006).
Estudo de abrangência nacional, com o objetivo de estudar os efeitos da
prática do aleitamento com relação ao número de óbitos, verificou-se que esta
prática pode incrementar uma redução nos índices de mortalidade infantil
considerado expressivo para a saúde infantil (ESCUDER; VENÂNCIO; PEREIRA,
2003).
Introdução 25

Logo, à medida que há maiores taxas de aleitamento materno, há diminuição


da morbidade hospitalar por formas graves de múltiplas doenças do aparelho
respiratório, pneumonias, doenças infecciosas.
Para a saúde da criança amamentada há evidências de que os benefícios
estão relacionados a menores registros de casos de diarréia, infecções respiratórias,
infecções de ouvido, entre outras infecções, redução do risco de colesterol alto,
diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardíacas, e ainda diminuição dos
índices de mortalidade quando equiparadas a crianças não amamentadas
(BRUMMELTE; GALEA, 2016; BRASIL, 2013; BRASIL, 2015).
A amamentação promove o desenvolvimento crânio-mandibular como
resultado do reflexo de sucção, evita a possibilidade de desenvolver alergias
alimentares promovendo um bom desenvolvimento neurológico da criança.
A amamentação está associada ainda, há indicativos de desempenhos
superiores em provas que avaliam o quociente intelectual quando comparadas com
crianças não amamentadas, o que pode ter impactos na vida adulta, considerando-
se o nível individual e social, contribuindo para melhores condições de escolaridade
e renda (VICTORA et al., 2016).
As mães que amamentam também compartilham dos efeitos protetores desta
prática, podendo observar-se que a liberação da ocitocina minimiza o estresse e
irritabilidade, por outro lado a liberação de betaendorfinas promove uma sensação
de contentamento e satisfação, queda na probabilidade do acometimento por
diversos tipos de cânceres entre eles o de mama e ovário, e promove a contração
uterina eficaz (SOUZA; MELLO; AYRES, 2013), reduz a chance de apresentar
hemorragia pós-parto, amplia o tempo entre o parto atual e a uma próxima gestação,
(VICTORA et al., 2016), que se estendem por completo durante o ciclo vital,
abrangendo um déficit significativo no risco de surgimento de doenças
cardiovasculares e consequentemente queda nas repercussões destas (BELO et al.,
2014).
Estudo epidemiológico demonstrou que, em similitude com mulheres que não
amamentaram, as mulheres que amamentavam relataram procurar atendimento
médico com menos regularidade, menor frequência de doenças respiratórias,
cardiocirculatórias e gastrointestinais, além de menos sintomas relacionados a
problemas emocionais (GERTOSIO; MEAZZA, 2016).
Introdução 26

A ocitocina liberada durante a amamentação é um elemento essencial para a


encorajar a formação de um bom relacionamento entre o binômio (MATOS et al.,
2010), desencadeando diversos efeitos positivos. As mães mencionaram que se
sentem mais calmas, menos estressadas, de melhor humor e mais interessadas em
socializar desde os primeiros dias pós-parto (JONAS; WOODSIDE, 2016).
Da mesma forma, a amamentação também pode atuar sobre um mecanismo
de regulação da secreção diurna de cortisol, com uma concentração estável do
hormônio, sugerindo que haja um decrescimento no risco de depressão pós-parto
(DIAS; FIGUEIREDO, 2015).
Para além de assegurar um nutrimento adequado à criança, e promover
diversos benefícios à mãe, o aleitamento materno reforça o vínculo, afeto e proteção
entre o binômio, permite ainda uma relevante repercussão na promoção da saúde
integral deste, sendo ainda importante para toda coletividade, pois se observa uma
melhoria do estado de saúde como um todo (ROLLINS et al., 2016; GRUMMER;
ROLLINS, 2015).
Estudos referem-se ao aleitamento materno como uma prática que agrega
benefícios ao meio ambiente, por ser considerado um processo ecológico, onde o
não uso de fórmulas artificiais e outros leites, bem como mamadeiras e chupetas e
outros adereços, contribuem para diminuir a emissão de poluentes no ar, água e
solo quando da produção destes, atingindo as mais diversas populações de países
independente de seu desenvolvimento e renda (ROLLINS et al., 2016).
Apesar das evidências comprovadas cientificamente dos inúmeros benefícios
do AME, estudos reforçam que sua interrupção precoce representa ainda um
contrassenso no Brasil e no mundo. Isto aponta para a necessidade de um
permanente acompanhamento dos indicadores e determinantes do aleitamento
materno, bem como novos planejamentos e pesquisas de intervenções referentes à
saúde materno-infantil (VICTORA et al., 2016).
Realizou-se no ano de 2012 em Genebra, a 65ª Assembleia Mundial de
Saúde, durante a qual foi discutida e reforçada a Estratégia Global para a
Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância, e aprovado um plano de
implementação abrangente para apoiar, promover e proteger a amamentação. O
plano enfatizou esforços globais e estabeleceu seis metas, uma das quais é que até
Introdução 27

2025, pelo menos 50% das crianças na faixa etária de zero ao sexto mês de vida,
sejam nutridas somente com leite materno (WHO, 2017).
No tocante a temática, as pesquisas realizadas na esfera nacional
reconheceram que, posteriormente a implementação do Programa Nacional de
Incentivo ao Aleitamento Materno que aconteceu nos primeiros anos da década de
1980, houve uma progressiva elevação nos indicadores relacionados a esta prática.
De acordo com um estudo realizado que utilizou dados derivados de outras
investigações nacionais (realizados em 1986, 1996 e 2006), os resultados
identificaram que os valores referentes à prevalência de AME obteve acréscimo de
34,2 pontos percentuais entre os anos de 1986 e 2006, indo de 2,9% para 37,1%
(BOCCOLINI et al., 2017).
O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil – ENANI - 2019, a mais
recente pesquisa nacional realizada sobre indicadores de aleitamento materno, com
representatividade para todas as regiões do Brasil, mostrou índices nacionais de
AME em menores de seis meses de 45,7%, resultando em um aumento de 42,8
pontos percentuais nos 34 anos desde a primeira pesquisa em 1986, o que
corresponde a um incremento de cerca de 1,2% ao ano (BRASIL, 2020).
No entanto, a constatação deste aumento nos indicadores de aleitamento em
nosso país, demonstra que bebês até o sexto mês de vida recebem menos tempo
de nutrição materna exclusiva do que o recomendado pela OMS, que considera
como ruim a prevalência quando se apresenta de zero até 11% do total de crianças
amamentadas até completarem seis meses, como razoável de 12% a 49%, como
bom de 50% a 89% e como muito bom de 90% a 100% (WHO, 2008; BRASIL,
2015).
No município de Ribeirão Preto, na pesquisa mais recente realizada em 2016,
constatou valores relacionados à pratica do aleitamento materno exclusivo em
crianças na faixa etária que compreende até o sexto mês de vida de 59,5 %
(RIBEIRÃO PRETO, 2016).
A prática de amamentar, bem como sua duração, pode sofrer influências
multifatoriais, dentre eles podemos destacar os problemas relacionados à
assistência ao parto, os nascidos de parto cesáreo, o baixo peso ao nascer, a
deficiência de orientação ao aleitamento no hospital e, cuidados prestados ao
Introdução 28

recém-nascido favorecendo o aumento da incidência do desmame precoce


(MARTINS; VIEIRA; VIEIRA, 2011).
Desconhecimento e informações imprecisas acerca da prática do aleitamento,
crenças e significados atribuídos à amamentação, são fatores que podem contribuir
na opção pelo aleitamento e o período pelo qual o binômio pode permanecer nesta
prática (MORAIS et al., 2011). O conhecimento sobre os benefícios desta prática por
vezes é de domínio das nutrizes, porém o que se observa na prática é que este fator
pode não ser considerável para prover o aleitamento pelo tempo recomendado
(ISSLER et al., 2010).
Compreende-se, portanto, que o processo de aleitamento materno possui
características variadas e peculiares, que percorrem pelos âmbitos da anatomia e
fisiologia, perfazendo caminhos subjetivos mediado por aspectos sociais, culturais,
políticos e econômicos (MONTEIRO; NAKANO; GOMES, 2011).
Neste sentido, ao considerar a relevância inquestionável do aleitamento
materno, os fatores envolvidos no seu desempenho têm sido constantemente
estudados.
A literatura sobre determinantes da prática do aleitamento materno enfatiza o
envolvimento de fatores psicossociais no processo de aleitamento materno que têm
forte influência no comportamento da amamentação, tais como a saúde mental das
mulheres (HASSELMANN; WERNECK; SILVA, 2008) e a confiança materna para
amamentação (DODT et al., 2012).
Estudos mostram que uma porcentagem significativa de mulheres pode
apresentar sofrimento, disforia e sintomas indicativos de depressão durante o
período do puerpério (NISHIOKA et al., 2011; POPE; MAZMANIAN, 2016). Mães
deprimidas podem ter dificuldade para amamentar e insatisfação durante o início e
manutenção do aleitamento (FORSTER; MCLACHLAN; LUMLEY, 2006).
No ambito do desenvolvimento infantil, estudos mostram que o diagóstico de
quadro depressivo materno, pode acarretar danos neurológicos, cognitivos e
emocionais nas crianças (MOTTA; LUCION; MANFRO, 2005), acarretando maiores
consequencias ao longo do tempo, podendo permanecer até a adolescência
(LUOMA et al., 2004). Deste modo, consideram que o estado emocional materno
acometido pelo quadro depressivo, pode consequentemente influenciar de maneira
desfavorável o relacionamento entre mãe e filho (VITOLO et al., 2007).
Introdução 29

No contexto brasileiro, estudo verificou que condições de vida insatisfatórias,


falta de apoio do companheiro e quadro depressivo materno estiveram associados
ao término precoce do AME. Também foi revelado neste estudo que filhos de mães
deprimidas apresentam risco aumentado de desmame precoce durante os primeiros
2 meses de vida (HASSELMANN; WERNECK; SILVA, 2008). Neste sentido, um
estudo realizado sobre a alimentaçãoinfantilaponta a um risco aumentado de
resultados negativos nesta prática quando sintomas depressivos maternos estão
presentes no período pós-parto inicial (DENNIS; McQUEEN, 2009).
A confiança materna para amamentação, também intitulada de autoeficácia
para amamentação, é uma variável que pode sofrer modificações, e que sugestiona
tanto o princípio quanto a permanência do aleitamento materno. Seu
reconhecimento proporciona a identificação de mulheres que apresentem maiores
chances para desmamar precocemente, assim como realizar mediações específicas
de acordo com o contexto apresentado. Estudo demonstra que nutrizes com altos
níveis de autoeficácia para amamentação são capazes de depreender maior esforço
e constância e conseguem afastar quaisquer dificuldades, que são compreendidas
positivamente, e não em função de desalento (VIEIRA et al., 2018).
Foi apontado em um estudo que puérperas com baixos níveis de autoeficácia
apresentam maior propensão em interromper o aleitamento materno precocemente
em até três vezes, e ainda chances ampliadas de ter esta prática degradada pela
ocorrência de sintomas depressivos (ORIÁ, 2008).
Com base no exposto, este estudo buscou o aprofundamento nesta tônica,
que se refere a autoeficácia materna para amamentação e a saúde mental das
mulheres, especificamente no que tange à depressão pós-parto e ansiedade, com a
intenção de favorecer ações de promoção, proteção e apoio ao aleitamento, em
termos da qualidade em que a assistência ao binômio é prestada.

1.1 Transtornos mentais

Segundo a OMS, os transtornos mentais comuns apresentam 13% do total de


todas as doenças e atingem em média 700 milhões de pessoas globalmente,
apresentando diversos tipos de sinais e sintomas sendo que os mais prevalentes
Introdução 30

são depressão, ansiedade e estresse, visto que é estimado para 2020 que a
depressão seja a segunda maior causa de incapacitação da população mundial
(SANTANA et al., 2016).
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais DSM –V, da
Associação Psiquiátrica Americana (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION,
2015) traz a definição:

Um transtorno mental é uma síndrome caracterizada por


perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação
emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma
disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de
desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. Transtornos
mentais estão frequentemente associados a sofrimento ou
incapacidade significativos que afetam atividades sociais,
profissionais ou outras atividades importantes (DSM-5, p. 20).

Inúmeros transtornos mentais são identificados, com conformações distintas.


Caracterizam-se pela apresentação de aglutinação de consciência, assimilações
incomuns, sentimentos e condutas anormais, podendo desta forma acometer o
convívio em sociedade.
Considera-se mais usuais na população em geral os diagnósticos referentes
ao transtorno depressivo e de ansiedade, as psicoses e os transtornos de
desenvolvimento (WHO, 2010).
Distingue-se na literatura a prevalência dos indicadores dos transtornos
quando comparados entre os sexos, sendo a maior prevalência e regularidade no
sexo feminino de transtornos somatoformes, de humor e ansiedade, bem como as
comorbidades relacionadas (ARAÚJO et al., 2014; VIANA; ANDRADE, 2012).
Alterações no padrão psicológico de cada indivíduo serão determinadas de
acordo com a força exercida por fatores próprios e intrínsecos, orgânicos ou
emocionais, pessoais, familiares, culturais, sociais e de sua personalidade
(KASSADA, et al., 2015).
Neste sentido, considera-se que a gestação é um período fisiológico relevante
no decorrer da vida de uma mulher, ocorrendo várias e significativas transformações
entre elas, fisiológicas, psicológicas e sociais. Portanto, necessita de cuidados com
a saúde, sendo fundamental a identificação e acompanhamento do estado
Introdução 31

psicológico e dos sintomas depressivos durante o período gestacional


(KINGSBURY; PLOTNIKOVA; NAJMAN, 2018).
Da mesma forma, o puerpério refere-se a uma fase muito marcante da vida
das mulheres no qual as alterações biológicas e subjetivas, continuam ocorrendo
após o período gestacional, aumentando ainda mais os riscos para aparecimento
dos transtornos mentais (ALBUQUERQUE et al., 2008), sendo a sintomatologia
depressiva predominante (STONE, et al., 2015).
Cada mulher tem uma representação diferente sobre a maternidade e vive
esse momento de acordo com seu histórico familiar e suas características de
personalidade, o que pode influenciar seu estado emocional e psicológico
(ROMERO; CASSINO, 2018).
Nesta perspectiva, existe uma probabilidade de desenvolvimento de
depressão durante o período gestacional e depressão no período puerperal que
correspondente a presença dos sintomas depressivos nestes períodos, trazendo
riscos tanto para a gestante quanto para o bebê (KINGSBURY; PLOTNIKOVA;
NAJMAN, 2018).
Considerando o contexto e o estado emocional individuais, é importante
destacar que a saúde mental das mulheres tem sido frequentemente relacionada ao
desmame precoce, e a identificação de sintomas depressivos e de ansiedade
materno precocemente, ainda na gestação e no inicio da vida da criança, conforma-
se como primordiais no fomento de ações de prevenção relacionadas à saúde da
mãe e do bebê (HASSELMANN; WERNECK; SILVA, 2008).
Neste sentido, percebe-se o quão imprescindível é o bem estar emocional da
mulher para um bom desfecho do aleitamento materno. Assim, dentre os transtornos
mentais mais comuns que podem influenciar esse processo, neste estudo será dado
enfoque ao transtorno depressivo e ao transtorno de ansiedade, que serão descritos
a seguir.

1.1.1Transtorno depressivo– Depressão pós-parto

A depressão é uma patologia crônica e recorrente. É um tipo de transtorno de


humor, caracterizado por sintomas como a tristeza, humor rebaixado ou irritável,
Introdução 32

desinteresse generalizado e sentimento de desvalorização, acompanhados de


múltiplas alterações, como queixas físicas e cognitivas causando assim disfunções
no comportamento das pessoas acometidas (AMERICAN PSYCHIATRIC
ASSOCIATION, 2015). Concomitantemente, manifestações de fúria, de insatisfação,
de contraposição, e depreciação, geralmente indicam sintomas depressivos (COSTA
et al., 2018).
Tal transtorno mental é conhecido por ser o mais comum, sendo a principal
causa de deficiência no mundo com predomínio entre as mulheres (STEWART;
WILD; 2014). Em 2015, o transtorno depressivo atingiu mais de 300 milhões de
pessoas no mundo, nas diferentes faixas etárias (WHO, 2017; OPAS, 2018).
A literatura científica demonstra inúmeras razões desencadeantes relativas à
depressão, entre elas, o desequilíbrio de neurotransmissores no cérebro,
características de personalidade, instabilidade genética e situações pontuais
(SCHMIDT et al., 2010).
O surgimento de transtornos emocionais no princípio da gestação é
constante, consequentemente, são inúmeros os relatos de depressão (GONZÁLEZ-
MESA, et al., 2018). No que lhe diz respeito, o puerpério por ser considerado como
um momento de modificações biopsicossociais, sendo uma fase vulnerável propicia
ao surgimento de perturbações psiquiátricas (CANTILINO et al., 2010).
Também chamada de depressão pós-natal, depressão materna ou depressão
puerperal, a depressão pós-parto (DPP) conforma-se ao estado depressivo
apresentado pela gestante, atingindo tanto a saúde materna quanto da criança,
ocasionando variações no comportamento, nas emoções, cognição e até mesmo
alterações físicas (WHO, 2017; MASTELLINI; SILVA, 2012; MOURA; FERNANDES;
APOLINÁRIO, 2011).
Na Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde (CID), 10ª edição, consta que na DPP os sintomas relacionados a este
distúrbio surgem até seis semanas de puerpério, ou seja, o período da gestação não
é considerado nesta definição. Também a OMS restringe o início da sintomatologia
depressiva ao puerpério, mas estende-o até 12 meses após o parto (DEKEL, et al.,
2019). Por sua vez, o Manual Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais,
quinta edição (DMS-V), expandiu esta definição em sua atualização, passando a
considerar os episódios depressivos com início na gestação, podendo surgir até um
Introdução 33

mês de puerpério (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2015). Este manual


reconhece que, comumente, quadros depressivos no pós-parto manifestaram os
primeiros sintomas ainda durante a gravidez, pelo que passou a prever o
especificador “com início no periparto” para um episódio depressivo maior (EDM)
que surja em qualquer um dos casos (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION,
2015). Neste estudo foi adotado apenas o período puerperal, sendo assim a
terminologia utilizada foi depressão pós-parto (DPP).
A DPP inclui-se em um grupo de diagnósticos dentro da psiquiatria que se
enquadra no período pouco antes ou depois do parto, definida pelas seguintes
categorias diagnósticas: a depressão pós-parto, o blues puerperal, as psicoses
puerperais (WHO, 2017; MOURA; FERNANDES; APOLINÁRIO, 2011). Estima-se
que 70% das mulheres vivenciam sintomas depressivos durante ou após a gravidez,
tais como alterações do sono, ansiedade, irritabilidade, choro fácil ou tristeza. Na
grande maioria dos casos, trata-se de situações transitórias e com mínimo impacto
funcional, que surgem e cessam em apenas alguns dias após o parto (Mc CALL-
HOSENFELD et al., 2016). Os sintomas têm um pico de incidência de cerca de três
ou quatro dias após o parto, e se resolvem espontaneamente dentro dos primeiros
10 dias, sem necessidade de tratamento médico específico (LANGAN; GOODBRED,
2016), e são considerados como uma experiência normativa no pós-parto,
atribuíveis ao leque de alterações físicas, hormonais e emocionais que esse período
acarreta.
A literatura apresenta os indicadores relacionados à DPP muitas vezes de
maneira inconstante. Há possibilidade de esta inconstância ser devido ao uso de
múltiplas variáveis para as metodologias e de processos diferentes para elucidar
diagnósticos, bem como fatores relacionados às diferenças econômicas e culturais
entre a população avaliada.
Os valores referentes à prevalência da DPP ficam entre 5,92-27,5%, sendo a
média mundial de 10 a 15% das puérperas, observando-se que este valor pode-se
apresentar aumentado em países subdesenvolvidos e em casos de gestação de alto
risco (WARDENAAR et al., 2017; GUEDES et al., 2011). No cenário brasileiro, cerca
de 25% das puérperas apresentam sintomatologia depressiva no período de seis
meses até um ano e meio de puerpério (THEME FILHA et al., 2016).
Introdução 34

Contudo, essa constatação pode se apresentar divergente na realidade, onde


acredita-se que muitas mulheres ainda não procuram por ajuda, e por outro lado há
impasses em se diagnosticar a doença brevemente, devido a sintomatologia
assemelhar-se a outras patologias.
Estudos apontam que mães que apresentam sintomas depressivos
demonstram um maior grau de dificuldade em envolverem-se nos cuidados de
saúde como um todo, mesmo os pessoais e como os da criança, amamentam com
menor frequência, interrompem o aleitamento materno precocemente e se
reconhecem como menos confiantes com relação à capacidade de amamentar
(FIELD; HERNANDEZ-REIF; FEIJÓ, 2002; LIEFERMAN, 2002). As consequências
podem se estender ao recém-nascido, prejudicando o desenvolvimento do feto,
acarretando redução no peso ao nascer, risco para parto prematuro e maiores
chances de internações em unidades de terapia intensiva neonatal. (KINGSBURY;
PLOTNIKOVA; NAJMAN, 2018).
A DPP deixa sequelas marcantes na sociedade e na família, podendo
corromper a relação mãe-filho e afetar negativamente o desenvolvimento infantil. Um
vínculo materno seguro é fundamental para que a criança tenha todos os cuidados
maternos de que necessita, se integre adequadamente no mundo exterior e se
desenvolva em todo o seu potencial. Quando a DPP está presente, pode ocorrer
desenvolvimento ineficiente da criança e afetar a saúde mental da mulher, até
mesmo com efeitos direcionados para o autoextermínio (ROJAS et al., 2010). Dessa
forma fica evidente que há indicativos de efeitos adversos à criança quanto ao seu
desenvolvimento, como pode se observar nos casos em que não ocorre a
terapêutica apropriada (THEME FILHA et al., 2016; GREINERT; MILANI, 2015;
ARRAIS; MOURÃO; FRAGALLE, 2014).
Considera-se essa temática de suma importância clínica com reflexo na
saúde pública, em especial quando fica evidente sua conformação na saúde das
mulheres e crianças envolvidas por esse distúrbio durante o puerpério (PEDREIRA;
LEAL, 2015).
Introdução 35

1.1.2Transtorno de Ansiedade

O transtorno de ansiedade é uma condição caracterizada por sintomas


persistentes e de difícil controle, de forma exacerbada e frequente (AMERICAN
PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2015). Por vezes identifica-se como uma conduta
necessária do organismo como agente de preservação.
Os transtornos de ansiedade são referidos como os que mais acometem os
indivíduos globalmente, seus sintomas apresentam-se como usuais, podendo ser
referidos por qualquer pessoa em determinadas épocas. Toda via, considera-se
como patológica quando os sentimentos referidos são desarmônicos ao evento que
a dispara, ou quando inexiste uma causa ou razão específica para o surgimento, ou
mesmo quando se mostra como um resultado desajustado a um dado evento com
relação a sua força ou extensão (GUIDOLIN; CÉLIA, 2011).
A literatura demonstra que a ansiedade apresenta fatores fisiológicos e
psicológicos, que podem ser descritos como medo, insegurança, apreensão, estado
de atenção aumentado, apreensão, algias, falta de ar, tremores, diversos outros
sintomas relacionados ao sistema nervoso autônomo quando superestimulado
(GUIDOLIN; CÉLIA, 2011; CASTILLO, et al., 2000).
Segundo dados da OMS, a ansiedade atingiu globalmente um total de 264
milhões de pessoas em 2015, acarretando um acréscimo de 14,9% nos dados
apresentados em 2005. Registra-se uma prevalência na população de 3,6%. No
Brasil os dados referentes aos transtornos de ansiedade chegam a valores de 9,3%
em geral (OPAS, 2018), sendo uniforme sua amplitude entre os sexos (CASTILLO,
et al., 2000).
É comum o relato ambivalente dos sentimentos referidos pelas mulheres com
relação à maternidade; momentos de felicidade e amor confrontam-se com
ansiedade, cansaço e esgotamento (RAPOPORT; PICCININI, 2011).
Prejuízos relacionados à presença de relevantes indicadores de ansiedade
durante a gestação são citados na literatura científica, podendo acometer a mulher e
o feto, acarretando a ocorrência aumentada de partos prematuros, baixo peso ao
nascer, desordens obstétricas, partos cirúrgicos eletivos e ainda depressão
(FONSECA-MACHADO, 2014).
Introdução 36

No puerpério, a ansiedade ainda é alarmante, pois interfere negativamente no


elo afetivo entre o binômio mãe/bebê, reduzindo a capacidade no enfrentamento da
mulher frente as adversidade, o que reforça a sensação de impotência da mulher
frente aos cuidados desenvolvidos por ela. Ainda estas deduções não se firmam
neste período, mas podem postergar-se por todo o crescimento da criança
(PEROSA et al., 2009). Nesta fase, a ansiedade atinge valores entre 44,0 a 46,1%
no cenário brasileiro, sendo que internacionalmente essa variação fica em 4,9% e
24,9% (FAISAL-CURY; ROSSI, 2007; GUIDOLIN; CÉLIA, 2011).
Elevados índices de ansiedade mostram-se associados a prejuízos
relacionados à saúde mental das mulheres e também ao binômio (AIROSA; SILVA,
2013, CRUZ DANTAS et al., 2015). A literatura demonstra que a nutriz quando
diagnosticada com ansiedade apresenta maiores chances de não continuar o
aleitamento e ainda de complementação utilizando-se de leites artificiais (TAN et al.,
2018). Estudos realizados com puérperas demonstraram que há relação negativa
entre ansiedade materna e exclusividade de alimentação por leite materno e o
tempo dispensado a este processo (PAUL, et al., 2013; ADEDINSEWD et al., 2014).
Portanto a ansiedade é uma condição psicológica que pode influenciar
negativamente o aleitamento materno, visto que existe relação entre ansiedade e
estresse e estes dois fatores influenciam e podem dificultar a amamentação (PEREZ
et al., 2014).

1.2 O conceito da autoeficácia e da autoeficácia materna para amamentação

Na Teoria Social Cognitiva (TSC), o comportamento humano é descrito como


parte de uma correlação entre três elementos interativos, sendo eles o próprio
homem, os fatores pessoais e os fatores ambientais. Então, o individuo pode ser
tornar gerador e receptor de situações concebidas e concomitantemente são estas
mesmas situações que determinarão seu comportamento posterior (BANDURA,
1989; MARTÍNEZ; SALANOVA, 2006).
O fato de o indivíduo apresentar-se como gerador ou autor de suas ações
pode ser também denominado como agenciamento humano, o que é fundamental
para o seu autodesenvolvimento, suas adaptações e a mudanças envolvidas. Ser
Introdução 37

agente, portanto, consiste em ser capaz de sugestionar e decidir sobre suas próprias
ações e o contexto na qual ocorrem, é agir deliberadamente e ser transformado por
suas ações (BANDURA, 2008).
Sendo assim, ao caracterizar o agenciamento humano, o autor refere-se a
quatro características humanas essenciais: a intencionalidade, que significa possuir
a habilidade em idealizar seu modo de agir e elaborar meios para sua execução; a
antecipação, que representa o indivíduo que se antepõe aos desfechos criados por
suas ações e dessa maneira permite-se estimular a um maior empenho; a
autorreatividade, onde o individuo ajuíza, acompanha e pondera suas atitudes; e a
autorreflexão, onde a pessoa consegue discernir sobre suas ações e usar deste
posicionamento para alterar o que for preciso (BANDURA, 2004; BARROS;
BATISTA DOS SANTOS, 2010).
Ainda consoante a esta teoria, o que mais impacta o agenciamento humano
são as próprias convicções do individuo, e dentre estas convicções está a
autoeficácia que nos permite avaliar possibilidades e a partir de então regular
nossas ações em razão de conseguir um resultado considerado ideal, sendo esta
considerada como a convicção que mais potencializa o comportamento humano
(BANDURA, 1987).
Importante destacar que não se faz suficiente o fato do indivíduo possuir o
conhecimento e as aptidões necessárias para realizar uma determinada atribuição
ou atitude é realmente necessário que ele entenda-se como capaz para executá-las
(BANDURA, 1977).
A construção da teoria da autoeficácia, desenvolvida pelo psicólogo Albert
Bandura, contribuiu para a expansão de estudos sobre o comportamento humano
em diversas composições. De acordo com o canadense, a autoeficácia é uma
convicção acerca do seu potencial em conduzir com êxito uma deliberada atividade.
Portanto, este sentimento denominado confiança pode impactar suas decisões e até
mesmo sua atuação profissional (BANDURA, 1989; AZZI; POLYDORO, 2006,
BARROS; BATISTA DOS SANTOS, 2010).
A autoeficacia, portanto, não é considerada como parte consolidada do
indivíduo em razão de sua personalidade, mas que é influenciada pela circunstancia
que o envolve e também a depender de cada situação, sendo considerada como um
fator variável (BUSOT, 1997). Desta maneira, é possível dizer que a depender do
Introdução 38

contexto, a pessoa pode revelar diferentes graus de autoeficácia (AZZI;


POLYDORO, 2006).
A literatura faz distinção conceitual entre a expectativa de autoeficácia e
expectativa de resultados, sendo que a primeira é definida no sentido de acreditar
que se pode realizar determinada atividade para se obter resultados esperados, já a
segunda refere-se como a própria convicção de que ao se realizar determinada
atividade conseguirá chegar ao desfecho esperado (SALVETTI; PIMENTA, 2007).
Desta forma, a expectativa de resultados manifesta-se podendo assumir
efeitos físicos, sociais e de autoavaliação, revelando-se em cada uma delas de
maneira assertiva ou refutiva, sendo que independente deste resultado, o
comportamento do individuo sofrerá alguma interferência (ORIÁ, 2008). De maneira
geral, os indivíduos operam de acordo com suas próprias deliberações após o
desenvolvimento de um padrão pessoal, agindo conforme o que recebe
positivamente, privando-se de atitudes que resultem em sentimentos negativos
como censura e desvalorização (ORIÁ, 2008).
A expectativa de autoeficácia pode variar em razão de algumas perspectivas
como a força, generalização e magnitude. Dessa maneira, a expectativa pode ser
classificada como fraca ou forte, ampla ou restrita, e ainda pequena, moderada e
grande (ORIÁ, 2008). Compreende-se então que um individuo ao realizar
determinada ação, com alta expectativa nessas áreas, irá definir objetivos mais
avançados, com menor receio de fracasso e assim perseverar por um tempo maior
na realização desta ação mesmo frente às adversidades que possam surgir.
Compõem-se como fundamentos da expectativa de autoeficácia os seguintes
fatores: experiências diretas ou pessoais, experiências vicárias ou observacionais,
persuasão verbal ou social, e estados fisiológicos emocionais (ORIÁ, 2008).
As experiências diretas ou pessoais são consideradas como as principais
influenciadoras da expectativa de autoeficácia, uma vez que o individuo analisa seus
resultados e considera seus efeitos. Análises positivas elevam a autoeficácia
ocorrendo o inverso para as análises negativas.
As experiências vicárias ou observacionais compreendem-se pelo modo de
aprender a partir da observação das experiências de outros, ou mesmo pelo
entendimento de haver possibilidades diferentes de ação para se obter bons
resultados.
Introdução 39

Persuasão verbal ou social ocorre quando o individuo é motivado por terceiros


a crer em sua capacidade elevada para realizar uma determinada tarefa e alcançar
sucesso em seus resultados.
O estado fisiológico e emocional pode ser compreendido no momento da
realização de alguma atividade como anunciador de seu desempenho, como por
exemplo, sintomas físicos considerados ruins, como dores ou fadiga, tendem a fazer
o individuo acreditar ser incapaz de conseguir desenvolver determinada tarefa.
A partir da TSC, Dennis (1999) desenvolveu o conceito de autoeficácia
materna na habilidade para amamentação, que se refere ao entendimento da mulher
sobre sua convicção para realizar esta prática (DENNIS, 1999).
Assim, para que o processo de aleitamento ocorra com sucesso, a mulher
precisa ter convicção que tem informações e habilidades suficientes para isto,
portanto, quanto maior o nível de autoeficácia apresentado pela mulher nesta fase,
maior será o tempo que permanecerá em aleitamento (RODRIGUES et al., 2013;
UCHOA et al., 2014).
Perceber-se autoeficaz contribui para transformar comportamentos, no
sentido terapêutico, onde o individuo motivado é capaz de se colocar a favor de
determinada prática, considerando-se suas relações e percepções com o ambiente
(MARIANO et al., 2016).
É importante compreender que apenas a convicção na autoeficácia em
determinada área ou tarefa, não determina a aptidão ou habilidade do individuo para
tal, o que ela define é a consciência do individuo em relação à suas capacidades
(BANDURA, 2008).
A partir disto, é possível compreender situações em que não ocorre a
manutenção do aleitamento dentro de um período ideal e recomendado, mesmo a
mulher estando informada da importância da prática e seus efeitos benéficos, pois
somente a informação, fundamento ou consciência não assegura confiança
suficiente para lidar com esta prática (RODRIGUES et al., 2017).
A construção da autoeficácia para amamentação provém do processamento
cognitivo de todos os diferentes fundamentos de informação. As mulheres
constroem suas expectativas e convicções para amamentar, e estas poderão definir
suas competências para iniciar e manter esta prática (MARIANO et al., 2016).
Introdução 40

Ao se comparar a confiança materna para amamentação com outras variáveis


que influenciam no aleitamento, esta pode ser considerada como uma variável
modificável, e ainda facilmente exeqüível a nível profissional, o que a torna muito
importante, pois quando reconhecida há a possibilidade de ações e intervenções
direcionadas e específicas frente ao desmame precoce (ORIÁ et al., 2009).
Podemos encontrar na literatura estudos que comparam o nível de
autoeficácia para amamentação após intercessões realizadas por profissionais
durante a gestação e no puepério.
Pesquisa do tipo metanálise, comprovou a efetividade das ações educativas
que foram aplicadas durante no pré-natal, e que se mostraram efetivas na promoção
do AME até os seis meses (OLIVEIRA et al., 2017). Neste mesmo sentido, outro
estudo realizado com gestantes, demonstrou que os indicadores de AME em curto
prazo apresentaram-se elevados, após terem utilizado uma técnica educativa
utilizando-se de um álbum seriado abordando temas acerca da amamentação
(JAVORSKI et al., 2018).
O nível de autoeficácia também se apresentou mais elevado após
intervenções realizadas com gestantes primigestas, observando-se que após o
nascimento do bebê os indicadores de aleitamento também sofreram variações
positivas (ARABAN et al., 2018).
Ainda, observa-se que quando esta variável apresenta altos níveis, a
probabilidade da permanência da prática do aleitamento por um tempo mais
estendido é elevada (NICHOLS et al., 2009; ZUBARAN; FORESTI, 2011). Da
mesma forma, estudo relatou que as puérperas que referiram falta de confiança em
amamentar, podem apresentar maiores probabilidades de desmame precoce neste
período (YANG et al., 2016).
Um estudo que teve como objetivos explorar os efeitos da autoeficácia para
amamentação na duração desta prática demonstrou que houve atuação favorável da
autoeficácia no sentido que a probabilidade de permanecer em aleitamento
exclusivo até o terceiro mês após o nascimento do bebê foi elevada, e ainda houve
uma manutenção desta prática até um ano (MINHARRO et al., 2019).
Dentre outros instrumentos, a Breastfeeding Self-Efficacy Scale (BSES) foi
desenvolvida para dimensionar a autoeficácia para amamentação. É uma escala
Likert que estima os níveis de autoconfiança a partir das adversidades relacionadas
Introdução 41

tanto quanto à prática quanto a duração da amamentação já representados na


literatura (DENNIS; FAUX, 1999).
A BSES foi adequada para vários países, entre eles o Brasil (DENNIS; FAUX,
1999), sendo que a literatura a respeito reconhece-a como um instrumento
pertinente e fundamentado, podendo ser utilizado na assistência na área da saúde
no incentivo e benefício do aleitamento, colaborando para a identificação do risco
para o desmame precoce (DENNIS; FAUX, 2006; DENNIS; HEAMAN; MOSSMAN,
2011).
Posteriormente, esta escala foi reformulada para uma forma mais curta,
sendo reduzida de 33 para 14 itens, agora nominada Breastfeeding Self-Efficacy
Scale-Short Form (BSES-SF) (DENNIS, 2003; DODT, 2008; ORIÁ, XIMENES,
2010).
A utilização deste instrumento no cotidiano da assistência de enfermagem e
no alojamento conjunto pode representar uma estratégia para o enfermeiro
identificar junto à puérpera o nível da autoeficácia para amamentação e os fatores
dos domínios técnicos e pensamentos intrapessoais relacionados à baixa
autoeficácia.
Estudo realizado durante o puerpério relacionou os baixos níveis de
autoeficácia das mulheres participantes com a interrupção do aleitamento após uma
semana do parto, e ainda confirmou que estas mulheres apresentam possibilidade
3,1 vezes maiores de interrupção desta prática em comparação àquelas que
apresentaram altos níveis de autoeficácia (ORIÁ; XIMENES, 2010).
Estudos realizados no Brasil reforçam a importância da autoeficácia, já que a
maioria das mães com alto nível de autoeficácia para amamentar apresentam-se
mais propensas a amamentar seus filhos por tempo superior a seis meses
(FERREIRA et al., 2017). Além disso, em outro estudo, a elevada autoeficácia
predispôs um aumento na permanência do aleitamento materno e no propósito de
amamentar (JAGER et al., 2014).
Autoeficácia para amamentação também se mostra positivamente relacionada
à amamentação na primeira hora de vida, este fato foi observado nos resultados de
um estudo realizado na Turquia, onde ter realizado esta prática, reforçou a decisão
das mulheres para continuarem amamentando por mais tempo (EKSIOGLU;
CEBER, 2010).
Introdução 42

Neste sentido, observa-se o quanto a autoeficácia intervém nos


comportamentos relacionados à saúde das pessoas, e isto se dá porque precisam
estar convictos na incorporação de comportamentos saudáveis visando efetuar os
esforços necessários para atingi-los, como no caso da amamentação.
O cenário exposto demonstra a relevância da prática da amamentação e do
bem estar psíquico da puérpera frente à melhoria dos índices de morbidade infantil e
materna, sendo a proposta do presente estudo verificar a influência dos transtornos
de depressão e de ansiedade na autoeficácia para amamentação entre puérperas.
Apesar das evidências de que elevados níveis de autoeficácia tem potencial
para influenciar positivamente a manutenção da prática da amamentação, e também
dos transtornos depressivo e de ansiedade podendo influenciar negativamente esta
prática (PEREZ et al., 2014, VIEIRA et al., 2018, ABUCHAIM et al., 2016), fica
evidente que a relação entre estas variáveis ainda foi pouco explorada na literatura
científica, perdurando importantes falhas que impedem e entravam o incremento de
políticas públicas em benefício do aleitamento materno, o que justifica a realização
deste estudo.
Os resultados obtidos por este estudo contribuirão para que os profissionais
de saúde tenham um rápido reconhecimento das mulheres com maoires
probabilidades para desmamar precocemente, fornecendo subsídios para
transformar suas intervenções no processo de amamentação. Para além dos efeitos
produzidos sobre os indicadores de aleitamento materno, espera-se ainda
proporcionar aos profissionais de saúde uma análise crítica acerca das práticas reais
acerca da saúde materno-infantil.
Hipóteses do estudo 43

Hipóteses do Estudo
Hipóteses do estudo 44

2 Hipóteses do Estudo

Com base no exposto até aqui, foram formuladas as seguintes hipóteses para
este estudo:

H0 = A presença de indicativos de transtorno depressivo e de ansiedade não


influencia o nível de autoeficácia para amamentar em 60, 120 e 180 dias pós-parto.

Ha = A presença de indicativos de transtorno depressivo e de ansiedade


influencia o nível de autoeficácia para amamentarem 60, 120 e 180 dias pós-parto.
Material e Método 45

Objetivos
Material e Método 46

3 OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral

Verificar a influência dos transtornos depressivo e de ansiedade na


autoeficácia para amamentação entre puérperas usuárias do Sistema Único de
Saúde no município de Ribeirão Preto/SP.

3.2 Objetivos Específicos

- identificar a prevalência dos indicativos do transtorno depressivo entre


puérperas nos intervalos de 60, 120 e 180 dias pós-parto;

- identificar os escores dos sintomas de ansiedade-traço e ansiedade-estado


entre puérperas nos intervalos de 60, 120 e 180 dias pós-parto;

- identificar o nível de autoeficácia para amamentação entre puérperas nos


intervalos de 60, 120 e 180 dias pós-parto;

- verificar a existência de associação entre os indicativos de transtorno


depressivo, dos sintomas de ansiedade-traço e ansiedade-estado destas puérperas
com a autoeficácia para amamentação nos intervalos de 60, 120 e 180 dias pós-
parto.
Material e Método 47

Material e Método
Material e Método 48

4 MATERIAL E MÉTODO

4.1 Contextualização do estudo

Esta pesquisa integrou um estudo maior intitulado “Utilização da versão


brasileira da Breastfeeding Self-EfficacyScale entre puérperas adolescentes e
adultas no município de Ribeirão Preto-SP”. Trata-se de uma coparticipação entre
pesquisadoras da Universidade Federal do Ceará e da Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. O estudo maior envolveu recortes de
pesquisa que estão sendo desenvolvidos por alunas de Iniciação Científica,
Mestrado e Doutorado (que inclui o presente estudo), sob a orientação de uma
docente da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.

4.2 Desenho do estudo

Este estudo define-se como analítico, longitudinal e prospectivo. Estudos


analíticos se configuram a partir da observação da realidade, testando hipóteses de
relação causal, a partir de um fator de exposição buscando uma associação a um
evento designado desfecho. A investigação longitudinal descreve as características
dos mesmos componentes amostrais em uma sequência ao longo do tempo
repetidamente, permitindo estabelecer uma sequencia nos dados obtidos. São
pesquisas que destinam a estudar um fenômeno ao longo de um período de tempo
determinado, demonstrando capacidade em expressar as alterações e a sequência
temporal ocorridas no período determinado. Em relação à direcionalidade temporal
do estudo, neste caso o prospectivo, a principal característica é que os dados são
coletados no presente com seguimento para o futuro (POLIT; BECK, 2011).
Material e Método 49

4.3 Local do estudo

Este estudo desenvolveu-se na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque


Ribeirão Preto – Distrito Sul, também denominada UBS “Waldemar Barnsley
Pessoa”, localizada no município de Ribeirão Preto, São Paulo. Justifica-se a
escolha desta unidade pelo índice de nascidos vivos anual, concentrando o maior
número de nascidos vivos pelo SUS no ano de 2017, ano anterior ao inicio da coleta
de dados.
Ribeirão Preto é um município localizado no estado de São Paulo, na região
Sudeste, estando aproximadamente 315 km de distância da capital; para o ano de
2020 presumiu-se uma população de 711.825 mil habitantes (IBGE, 2020), sendo
um município de destaque na região por apresentar diversificado pólo comercial e de
prestação de serviços, tendo a base de sua economia alicerçada na agroindústria.
Possui um dos principais pólos de ensino superior e pesquisa pluricurriculares em
âmbito nacional, com proeminência para área da saúde.
Com relação à organização da gestão em saúde, Ribeirão Preto dispõe de
uma rede municipalizada em gestão plena, com uma estrutura hierarquizada dividida
em regiões de saúde denominadas distritos de saúde, que se localizam em todas as
regiões do município. Em cada distrito existe uma Unidade Básica Distrital de Saúde
(UBDS), além de Unidades Básicas de Saúde (UBS), e Unidades de Saúde da
Família (USF), da mesma forma ocorre com demais serviços de saúde (RIBEIRÃO
PRETO, 2018).

4.4 População e amostra

A população que compôs este estudo constitui-se pela totalidade de mulheres


que estavam com 60 dias pós-parto, e que estiveram presentes para o
acompanhamento de seu filho na consulta de puericultura ou para vacinação na
UBS Parque Ribeirão Preto.
Realizou-se o cálculo amostral baseado em informações procedentes do
Relatório Anual de 2017 da referida Unidade de Saúde, de pesquisas anteriores
Material e Método 50

envolvendo a autoeficácia materna para amamentar (ORIÁ; XIMENES, 2010) e a


saúde mental (indicativos de transtorno depressivo e dos sintomas de ansiedade-
traço e ansiedade-estado) (FONSECA-MACHADO, 2014). A seleção das
participantes do estudo deu-se por amostragem aleatória simples. Com base no
cálculo amostral realizado, ponderando erro amostral de 5%, nível de confiança de
95% e perda prevista de 10%, foi calculada para este estudo uma amostra composta
de 180 mulheres.
Estas mulheres foram selecionadas conforme os critérios de inclusão
estabelecidos: maiores de 18 anos, estarem em aleitamento materno, estarem com
60 dias, 120 dias e 180 dias de pós-parto. Estabeleceu-se também os critérios de
exclusão que foram: mulheres com filhos que necessitavam de cuidados especiais
para amamentação e alimentação, e mulheres que não apresentaram condição
cognitiva para responderem aos questionários.
Consideramos como prática do aleitamento materno, a criança que se nutre
do leite materno, mesmo recebendo outros alimentos (WHO, 2008).

4.5 Procedimentos para coleta de dados

As mulheres que compareceram na referida unidade de saúde para


acompanhamento de seus filhos nas consultas de puericultura de rotina e na sala de
vacinação, e que se enquadraram nos critérios de inclusão estabelecidos foram
convidadas a integrar este estudo. Nesta ocasião, e contemplando integralmente as
etapas da coleta de dados, foi apresentada a pesquisa e realizados os
esclarecimentos sobre a coleta de dados. Mediante o aceite em participar do projeto,
foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(APÊNDICE A), em duas vias, sendo que uma destas foi garantida à participante.
Para a coleta de dados, foram utilizados quatro instrumentos. Contemplou
dados de identificação e qualificação, bem como as características
sociodemográficas e obstétricas das mulheres inseridas no estudo o primeiro
instrumento utilizado. São questões construídas e elaboradas pela pesquisadora
fundamentadas na literatura científica nacional e internacional (APÊNDICE B).
Material e Método 51

O segundo instrumento constitui-se da Edinburgh Postnatal Depression Scale


(EPDS) (ANEXO A): instrumento de domínio público, validado em diversos países e
também no Brasil (SANTOS; MARTINS; PASQUALE, 1999). Trata-se de uma escala
contendo 10 itens que avaliam o estado mental da mulher nos últimos sete dias, que
utiliza o formato de resposta de múltipla escolha, cotadas de 0-3 pontos, no qual a
somatória dos pontos de cada questão perfaz um escore de, no mínimo zero e no
máximo 30, de acordo com a gravidade crescente dos sintomas. É consenso que um
ponto de corte igual ou maior a 13 pontos referidos na escala, apresente grande
possibilidade do valor preditivo positivo ser legitimo (HEWITT et al., 2009), sendo
utilizado neste estudo.
O terceiro instrumento constitui-sedo Inventário de Ansiedade Traço-Estado
(IDATE) (ANEXO B): instrumento de domínio público, validado em diversos países e
também no Brasil (BIAGGIO; NATALICIO; SPIELBERGER, 1977; BIAGGIO;
NATALICIO, 1979). Compõe-se por duas escalas que mensuram dois conceitos
diferenciados de ansiedade: ansiedade-estado (IDATE-E) e ansiedade-traço
(IDATE-T).
A ansiedade-estado refere-se a um período ou circunstância pontual, é uma
situação limitada ou passageira a depender do contexto. Já a ansiedade-traço
refere-se às particularidades do individuo, é estável e constante, diferenciando a
resposta do individuo frente às situações.
A IDATE-E e a IDATE-T contêm, cada uma, 20 itens com quatro alternativas
de respostas, cujos valores variam de um a quatro pontos. Para dimensionar e
interpretar as respostas, atribui-se a pontuação correspondente os valores entre 1
“quase nunca” e 4 “quase sempre”. A totalidade dos pontos de cada questão resulta
em um escore de, no mínimo, 20 e, no máximo, 80 em cada escala, sendo que os
resultados de 20 a 40 pontos conferem um baixo nível de ansiedade; 41 a 60
pontos, a médio nível de ansiedade; e 60 a 80 pontos, a alto nível de ansiedade.
Para efeito de cálculo, algumas questões sofrem recodificação dos itens, ou
seja, caso a resposta seja 4, atribui-se valor 1 na codificação; para a resposta 3,
atribui-se valor 2; se a reposta for 2, atribui-se valor 3; e se for 1, atribui-se valor 4.
O quarto instrumento constitui-se da Breastfeeding Self-Eficcacy Scale –
Short Form (BSES-SF) versão brasileira, para a avaliação da autoeficácia para
amamentação (ANEXO C), validada em um estudo desenvolvido no Brasil (DODT et
Material e Método 52

al., 2012), com autorização das pesquisadoras (APÊNDICE C). A autoeficácia para
amamentação obtida por meio da escala é configurada de acordo com os valores
referidos, sendo que a escala total com 14 itens, com variação de 1 a 5 pontos para
cada item, apresenta valor mínimo de 14 e valor máximo de 70 pontos. Assim, a
BSFS-SF considera autoeficácia baixa: de 14 a 32 pontos; autoeficácia média: de 33
a 51 pontos; autoeficácia alta: de 52 a 70 pontos (DODT, 2012; ORIÁ, 2008).
Este instrumento fornece subsídios ao profissional que atende a mulher em
aleitamento materno para atuar quando necessário na efetivação de cuidados
voltados à prevenção do desmame precoce e, dessa maneira, promover melhores
condições que contribuem para o bem-estar físico e mental da mãe e da criança
(ORIÁ; XIMENES, 2010).
A coleta de dados iniciou-se em outubro de 2018 e teve conclusão em julho
de 2019, foi realizada na unidade de saúde selecionada em uma sala reservada
próxima ao local da espera para a consulta com o pediatra e da sala de vacinação,
que foi solicitada previamente ao gerente da unidade de saúde para não interferir no
atendimento. A coleta de dados levou um tempo total de aproximadamente 15
minutos. O cronograma da coleta de dados foi definido juntamente com a gerência
da unidade, no intuito de interferir minimamente na rotina dos profissionais.
Os dados foram obtidos em três períodos distintos:
- Primeiro momento: quando as mulheres compareceram à unidade de saúde
acompanhando seus filhos para realizar a consulta de puericultura ou vacinação do
2º mês de vida (60 dias de pós-parto). Após a realização da consulta ou vacinação,
foram aplicados o primeiro, segundo, terceiro e quarto instrumentos de coleta de
dados.
- Segundo momento: quando as mulheres compareceram à unidade de saúde
acompanhando seus filhos para realizar a consulta de puericultura ou vacinação do
4º mês de vida (120 dias de pós-parto). Após a realização da consulta ou vacinação,
o segundo, o terceiro e o quarto instrumentos de coleta de dados foram aplicados.
- Terceiro momento: quando as mulheres compareceram à unidade de saúde
acompanhando seus filhos para realizar a consulta de puericultura ou vacinação do
6º mês de vida (180 dias de pós-parto). Após a realização da consulta ou vacinação,
o segundo, o terceiro e o quarto instrumentos de coleta de dados foram
empregados.
Material e Método 53

Foi previsto uma oferta de suporte profissional especializado às mulheres que


apresentassem indicativos de transtornos mentais observado pela pesquisadora no
momento da coleta de dados (conforme a pontuação obtida nas escalas aplicadas),
como por exemplo, atendimento pelo psicólogo da unidade, encaminhamento ao
serviço específico, ou ainda atendimento imediato por algum profissional da unidade
(médico ou enfermeiro). Assim, nos casos em que as participantes foram
identificadas com indicativos dos transtornos estudados, foram realizados os
encaminhamentos e atendimentos conforme o preconizado por este estudo e
acordado com a instituição, porém não recebemos informações posteriores sobre os
atendimentos.
Destaca-se que a escolha das consultas de puericultura para os momentos de
coleta de dados pautou-se na recomendação do MS sobre as consultas no primeiro
ano da criança, que devem ocorrer na primeira semana e nos 1º, 2º, 4º, 6º, 9º e 12º
meses de vida da criança (BRASIL, 2014). Sabe-se que a principal acompanhante
das crianças nestas consultas são as suas mães; assim, considera-se que o
momento anterior ou posterior a estas consultas são ideais para abordagem das
participantes.
Os dados foram coletados pela pesquisadora principal juntamente com mais
uma aluna de Doutorado e uma aluna de iniciação científica voluntária. Foi realizado
treinamento específico para atuarem como coletadoras de dados da pesquisa.
Anteriormente a coleta de dados, procedeu-se um estudo piloto com a
intenção de delinear o preparo do trabalho, e de acordo com os resultados foram
necessários alguns ajustes como a identificação de um momento mais conveniente
para a coleta de dados, bem como adequar os horários que ocorreram as
entrevistas. Para o estudo piloto foram utilizados os mesmos critérios de inclusão e
exclusão da pesquisa, sendo que os dados obtidos durante este piloto não foram
suprimidos, pois não houve alteração que comprometesse a validação dos dados
coletados, sendo seguida a mesma metodologia e aspectos éticos.

4.6 Variáveis do estudo

Os instrumentos aplicados no estudo abordaram as seguintes variáveis:


Material e Método 54

Variável dependente:
- Nível da confiança materna na amamentação no puerpério: esta variável foi
coletada por meio do instrumento BSES-SF descrito anteriormente.

Variáveis independentes:
- As variáveis independentes foram avaliadas por meio da utilização dos seguintes
instrumentos: instrumento sociodemográfico, instrumento EPDS e instrumento
IDATE, descritos anteriormente.

Variáveis relacionadas às características sociodemográficas das


participantes:
- Idade da participante: em anos completos na data da coleta de dados;
- Cor autorreferida: branca, preta, amarela, parda ou vermelha;
- Escolaridade: analfabeta, ensino fundamental incompleto, ensino fundamental
completo, ensino médio incompleto, ensino médio completo, ensino superior
incompleto, ensino superior completo, pós-graduada;
- Religião: possui religião, crê em Deus, mas não tem religião, não tem nenhuma
religião;
- Ocupação da participante: realiza trabalho remunerado no lar, realiza trabalho
remunerado fora do lar; não realiza trabalho remunerado;
- Estado marital da participante: solteira, casada, amasiada, separada/divorciada;
- Moradia: quantas pessoas moram na mesma casa que a participante;
- Cômodos: quantidade de cômodos na casa da participante;
- Renda familiar em reais;
- Ajuda de alguém nos cuidados com o bebê: sim ou não;
- Quem ajudará nos cuidados com o bebê: marido/companheiro, mãe, sogra, outro
familiar, amiga;

Variáveis relacionadas às características obstétricas das participantes:


- Número de gestações em números inteiros;
- Número de partos em números inteiros;
- Número de abortos em números inteiros;
- Número de filhos vivos em números inteiros;
Material e Método 55

- Planejamento da última gestação: sim ou não;


- Tipo de parto atual: normal, cesárea, fórceps;
- Intercorrências no parto atual: sim ou não e quais;
- Sexo do recém-nascido: feminino ou masculino;
- Peso do recém-nascido ao nascimento: em gramas;
- Realização da amamentação na primeira hora pós-parto: sim, não, não sabe.

Variáveis relacionadas às características do aleitamento materno exclusivo no


período de 30, 120 e 180 dias pós-parto:
- Amamentação do bebê com leite do peito: sim ou não;
- Até qual idade a criança mamou: em dias;
- O leite materno é o único alimento oferecido ao bebê: sim ou não;
- O término da mamada ocorre por que: a criança larga ou a mulher interrompe;
- Percepção sobre o esvaziamento da mama após a mamada: mama continua cheia
ao final, mama parece vazia e leve ao final, retira o bebe antes da mama esvaziar;
- Percepção da satisfação da criança ao término da mamada: sim ou não.

Variáveis relacionadas ao instrumento EPDS:


- Presença de sintomas depressivos nos últimos sete dias: sim ou não.

Variáveis relacionadas ao instrumento IDATE:


- Presença da ansiedade enquanto traço:baixa, média, alta;
- Presença da ansiedade enquanto estado: baixa, média, alta.

4.7 Processamento e análise dos dados

Os dados coletados foram reunidos em planilhas eletrônicas estruturadas no


Microsoft Excel, utilizando-se de dupla digitação, propiciando assim a validação dos
dados digitados suprimindo a possibilidade de erros e a garantia de confiabilidade na
compilação final. A análise dos dados foi utilizada com o auxílio do programa
estatístico Statistical Package for Social Sciences, SPSS, versão 17.0.
Material e Método 56

A caracterização das participantes foi baseada na estatística descritiva, sendo


que permitiu demonstrar a variação dos valores obtidos na coleta de dados. No caso
das variáveis quantitativas, foram utilizados os cálculos das médias e medianas,
desvios-padrão, mínimo e máximo, indicando a variabilidade dos dados.
A seleção das variáveis independentes para associação, foi realizada através
do teste da Razão de Verossimilhança, para avaliar efeito de confundimento. Foi
realizado o Teste Exato de Fisher para verificar a ocorrência das associações,
modelos de Regressão Logística foram utilizados para a quantificação destas
associações e ainda calculado o Odds Ratio bruto (OR) com seus respectivos
intervalos de confiança de 95%. Para todas as análises estatísticas, foi adotado o
nível de significância de 5% (alfa = 0.05), e o programa adotado foi o R (R Core
Team, 2018) versão 3.6.1.

4.8 Considerações éticas

Esta pesquisa ocorreu em conformidade a todas as normas para pesquisas


envolvendo seres humanos, de acordo com os conceitos éticos estabelecidos pela
Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.
Foi aprovada, inicialmente pela Comissão de Avaliação de Projeto de
Pesquisa (CAPP) da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto, de acordo
com o ofício OF 1528/18 CAPP (ANEXO D). Posteriormente o projeto de pesquisa
foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, sendo aprovado sob o número de
protocolo CAAE 92340718.0.0000.5393 (ANEXO E).
Considerando que os riscos decorrentes da participação das mulheres nesta
pesquisa poderiam estar relacionados a dúvidas ou desconforto em responder
algumas questões do instrumento, as pesquisadoras estiveram predispostas a ouvir,
elucidar as dúvidas e questionamentos, bem como oferecer suporte emocional caso
houvesse necessidade. Os dados obtidos nesta coleta tiveram tratamento ético e de
confidencialidade, sendo utilizados apenas em meios científicos, com a identidade
das participantes preservada. Não houve acionamento por parte das participantes
para esta finalidade.
Resultados 57

Resultados
Resultados 58

5 RESULTADOS

5.1 Características sociodemográficas, obstétricas e neonatais

Fizeram parte deste estudo 186 puérperas, sendo que a idade média foi de 26
anos, com idade mínima de 18 anos e idade máxima de 47 anos e desvio-padrão de
6,25.
A Tabela 1 apresenta a distribuição das participantes do estudo quanto às
variáveis: idade, cor autorreferida, escolaridade, religião, ocupação, estado marital,
recebimento de auxílio nos cuidados com o bebê e renda familiar em reais.
Com relação à cor da pele, a cor parda foi referida por 60,8% do total das
participantes. No item escolaridade, 43,0% das puérperas referiram ter o Ensino
Médio Completo, e a maioria das puérperas declarou ter alguma religião (76,3%).
Sobre ocupação, 49,5% das participantes declararam que não realizam trabalho
remunerado fora do lar. Com relação à renda familiar mensal, a média entre as
mulheres que declararam a renda foi de R$2.300,45. Em relação ao estado marital,
a maioria referiu que tinha um companheiro, sendo que 55,9% eram amasiadas e
32,3% casadas.
Sobre receber ajuda de alguém com os cuidados com o bebê, a maioria das
mulheres referiu receber ajuda, sendo que 53,8% recebem ajuda do marido, 25,0%
recebem ajuda da mãe, outras 14,4% referiram receber ajuda de algum familiar,
5,3% recebem ajuda da sogra e 1,5% recebem ajuda de uma amiga.

Tabela 1- Distribuição das puérperas participantes do estudo segundo idade, cor


autorreferida, escolaridade, religião, ocupação, estado marital, auxílio nos cuidados
com o bebê e renda familiar em reais. Ribeirão Preto, 2019.

Idade (anos inteiros) N (186) DP= 6,25


Média 26,26
Mediana 25
Mínimo 18
Máximo 47
continua
Resultados 59

conclusão
N (186) Frequência %
Cor autorreferida
Branca 43 23,1
Preta 25 13,4
Amarela 4 2,2
Parda 113 60,8
Vermelha 1 0,5
Escolaridade
Analfabeta 1 0,5
E. fundamental incompleto 30 16,1
E. fundamental completo 17 9,1
Ensino médio incompleto 45 24,2
Ensino médio completo 80 43,0
Ensino superior incompleto 6 3,2
Ensino superior completo 5 2,7
Pós-graduada 2 1,1
Religião
Possui religião 142 76,3
Crê em Deus, sem religião 27 14,5
Não tem religião 17 9,1
Ocupação
Trabalho remunerado no lar 13 7,0
Trabalho fora do lar 92 49,5
Não trabalha 81 43,5
Estado marital
Solteira 20 10,8
Casada 60 32,3
Amasiada 104 55,9
Divorciada ou separada 2 1,1
Auxílio cuidados com bebê
Sim 132
Não 54
Renda Familiar em reais n (157) DP=1529,13
Média 2.303,45
Mediana 2.000,00
Mínimo 300,00
Máximo 15.000
Omisso 29
Fonte: Elaborado pela autora (2019)
Resultados 60

Ao analisarmos as particularidades obstétricas anteriores, na Tabela 2


podemos observar a distribuição das puérperas quanto ao número de gestações,
gestação planejada, número de partos, aborto, número de filhos vivos, frequência
das intercorrências no parto, pós-parto e tipo de parto.
Quanto ao número de gestações, 35,5% das puérperas eram primigestas,
seguida de 31,7% das puérperas que apresentaram duas gestações. Quanto ao
número de partos, 41,4% das puérperas referiu ter tido um parto. A maioria das
puérperas referiu que nunca sofreu aborto (82,3%). Com relação ao número de
filhos vivos, 41,9% das puérperas referiu ter apenas um filho vivo. Do total de
participantes, a maioria referiu não ter planejado esta gestação (51,6%).
Do total de puérperas entrevistadas, 11,8% referiram algum tipo de
intercorrência no parto, sendo que hipertensão foi a mais citada por 3,8% das
participantes, seguido de sofrimento fetal (2,2%) e sangramento (1,1%). Com
relação às intercorrências no pós-parto, 11,8% as apresentaram, sendo que a mais
frequente foi o sangramento (2,7%), seguido de hipertensão, deiscência e problemas
com aleitamento materno (1,6% cada). A maioria das puérperas participantes da
pesquisa referiu parto normal (62,9%).

Tabela 2 - Distribuição das puérperas participantes do estudo segundo número de


gestações, partos, abortos, número de filhos, planejamento da gestação, frequência
das intercorrências no parto, pós-parto e tipo de parto. Ribeirão Preto, 2019.

n=186 Frequência %
Número de gestações
Uma 66 35,5
Duas 59 31,7
Três ou mais 61 32,8
Número de partos
Um 77 41,4
Dois 55 29,6
Três ou mais 54 29,0
continua
Resultados 61

conclusão
n=186 Frequência %
Número de abortos
Nenhum 153 82,3
Um 25 13,4
Dois 7 3,8
Três ou mais 1 0,5
Número de filhos vivos
Um 78 41,9
Dois 57 30,6
Três ou mais 51 27,4
Planejamento da gestação
Sim 90 48,4
Não 96 51,6
Intercorrência no parto
Sim 22 11,8
Não 164 88,2
Intercorrência no pós-parto
Sim 22 11,8
Não 164 88,2
Tipo de parto
Normal 117 62,9
Cesárea 69 37,1
Fonte: Elaborado pela autora (2019).

A Tabela 3 apresenta as características dos recém-nascidos filhos das


participantes. Do total da amostra, 47,8% dos neonatos eram do sexo feminino e
52,2% do sexo masculino. A média do peso das crianças ao nascer foi de 3307,32g,
sendo o peso mínimo de 2030g e o peso máximo de 5200g. A maioria das
puérperas (72,6%) referiu ter amamentado na primeira hora de vida.
Resultados 62

Tabela 3 - Distribuição das puérperas participantes do estudo segundo sexo e peso


do neonato e quanto a ocorrência de aleitamento materno na primeira hora de vida.
Ribeirão Preto, 2019.

N= 186 Frequência %
Sexo do neonato
Masculino 97 52,2
Feminino 89 47,8
Aleitamento na primeira hora
Sim 135 72,6
Não 51 27,4
Peso ao nascer (gramas)
Média 3307,32 (DP= 597,5)
Mediana 3252,50
Mínimo 2030,00
Máximo 5200,00
Fonte: Elaborado pela autora (2019).

5.2 Prática de aleitamento materno exclusivo

A tabela 4 mostra a distribuição das puérperas segundo a prática de


aleitamento materno exclusivo em cada momento da coleta de dados. Do total de
participantes, 69,9% estavam em aleitamento materno exclusivo com 60 dias de
puerpério, sendo que este valor caiu para 51,2% com 120 dias e para 25,9% com
180 dias.
Tabela 4 - Distribuição das puérperas participantes do estudo quanto à prática do
aleitamento materno exclusivo, de acordo com o tempo de puerpério. Ribeirão Preto,
2019.

AME
Tempo (dias) SIM NÃO
Frequência % Frequência % Total
60 130 69,9 56 30,1 186
120 83 51,2 79 48,8 162
180 38 25,9 109 74,1 147
Fonte: Elaborado pela autora (2019)
Resultados 63

5.3 Autoeficácia para amamentação

A tabela 5 mostra a distribuição mulheres que participaram do estudo quanto


aos valores que referiram em relação à autoeficácia, de acordo com os momentos
em que foi entrevistada (60, 120, 180 dias de puerpério) e seguindo a classificação
já mencionada: autoeficácia baixa de 14 a 32 pontos; autoeficácia média de 33 a 51
pontos; autoeficácia alta de 52 a 70 pontos (DODT, 2012; ORIÁ, 2008).
Observa-se que a maior parte das mulheres obteve nível de autoeficácia para
amamentação considerado alto, nos três momentos, sendo que este índice se
manteve com valores muito próximos em todos os momentos da pesquisa, com
77,3% aos 60 dias, 75,3% com 120 dias e 72,1% com 180 dias de puerpério.

Tabela 5 - Distribuição das participantes quanto à classificação da autoeficácia para


amamentação, de acordo com os dias de puerpério. Ribeirão Preto, 2019.

Autoeficácia para amamentação


Tempo Alta Média Baixa
(dias) Frequência % Frequência % Frequência % Total
60 144 77,3 42 22,6 1 0,5 186
120 122 75,3 40 24,7 0 0 162
180 106 72,1 41 27,9 0 0 147
Fonte: Elaborado pela autora (2019).

5.4 Transtornos mentais - Transtorno depressivo

Demonstra-se na tabela 6, os valores referentes a pontuação obtida pelas


mulheres com relação à EPDS nos três momentos desta pesquisa (60, 120, e 180
dias de pós-parto). O ponto de corte utilizado foi maior ou igual 13 pontos, e
segundo alguns estudos, esta escolha tem valor prenunciador para a determinação
da doença (HEWITT, et al, 2009). Em todos os momentos investigados, a maioria
das mulheres não apresentou indicativo de transtorno depressivo.
Resultados 64

Tabela 6 - Distribuição das puérperas participantes do estudo quanto à presença de


indicativos de transtorno depressivo, de acordo com o tempo de puerpério. Ribeirão
Preto, 2019.

Indicativo de transtorno depressivo


Tempo (dias) Sim Não
Frequência % Frequência % Total
60 45 24,2 141 75,8 186
120 34 20,9 128 79,1 162
180 22 14,9 125 85,1 147
Fonte: Elaborado pela autora (2019)

5.5 Transtornos mentais –Transtorno de ansiedade

Apresentamos nas próximas tabelas, os valores obtidos pelas participantes


com relação às respostas frente à IDATE. Na tabela 7 estão os resultados referentes
aos escores da IDATE-traço no primeiro momento (60 dias de puerpério) e na tabela
8, os escores referentes à IDATE-estado de acordo com os momentos em que foi
entrevistada (60, 120, e 180 dias de pós-parto).
A ansiedade é classificada de acordo com a pontuação: 20 a 40 pontos -
baixo nível de ansiedade; 41 a 60 pontos -médio nível de ansiedade; e 60 a 80
pontos - alto nível de ansiedade.A maioria das mulheres apresentou baixo nível de
traço de ansiedade e também baixo nível de ansiedade nos três momentos
investigados.

Tabela 7 - Distribuição das participantes do estudo quanto à classificação da


ansiedade-traço com 60 dias de puerpério. Ribeirão Preto, 2019.

Classificação da ansiedade-traço Frequência %


Alto 11 5,9
Médio 72 38,7
Baixo 103 55,4
Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Resultados 65

Tabela 8 - Distribuição das participantes do estudo quanto à classificação da


ansiedade-estado, de acordo com os dias de puerpério. Ribeirão Preto, 2019.

Ansiedade-estado
Tempo Alta Média Baixa
(dias) Frequencia % Frequencia % Frequencia % Total
60 3 1,6 60 32,2 123 66,2 186
120 1 0,6 43 26,6 118 72,8 162
180 1 0,6 35 23,9 111 75,5 147
Fonte: Elaborado pela autora (2019).

5.6 Autoeficácia para amamentação e as variáveis sociodemográficas e


obstétricas: análise de associações

Foram realizadas as análises dos dados coletados através das associações


entre a variável dependente “autoeficácia para amamentação” e as variáveis
independentes referentes às características sociodemográficas e obstétricas.
Apresentaram associação significativa com a autoeficácia as seguintes
variáveis: AME, idade, ocupação, estado marital e intercorrências no pós-parto,
conforme demonstrado na tabela 9. As demais variáveis não apresentaram
significância estatística na análise realizada com a autoeficácia na amamentação.
Assim, em consonância com o teste realizado para quantificação das
associações (Tabela 9), os resultados demonstram que para as participantes que
não praticam AME a chance de possuírem baixa autoeficácia é 8,80 vezes maior do
que as participantes que praticam AME. Para cada ano a mais de vida é esperada
uma redução de 0,89 vezes a chance de ocorrência de baixa autoeficácia. Para as
participantes que realizam trabalho remunerado no lar a chance de possuírem baixa
autoeficácia é 6,21 vezes maior do que as participantes que não trabalham.
Ainda, as participantes que não possuem companheiro possuem 4,46 vezes
mais chance de possuírem baixa autoeficácia do que as participantes com
companheiro. E as participantes que apresentaram intercorrência de pós-parto têm
5,09 vezes mais chance de possuírem baixa autoeficácia do que as participantes
que não apresentaram intercorrência.
Resultados 66

Tabela 9 - Análise da autoeficácia para amamentação associada às variáveis


sociodemográficas e obstétricas. Ribeirão Preto, 2019.

Variáveis Estimativa Desvio OR* p-valor**


padrão
AME 2,2224 0,3897 8,8005 0,0000
Idade 0,0854 0,0302 0,8968 0,0050
Ocupação 1,7004 0,7868 6,2178 0,0314
Estado marital 1,2234 0,4825 4,4619 0,0117
Intercorrência no pós-parto 1,2139 0,4826 5,0942 0,0124
Notas: *Teste Odds Ratio. **Teste Exato de Fisher. Fonte: Elaborado pela autora (2019)

5.7 Autoeficácia para amamentação e a prática de aleitamento materno


exclusivo
Estão descritos na tabela 10, os resultados da análise da associação entre a
variável autoeficácia para amamentação e a prática de aleitamento materno
exclusivo. Em conformidade com os resultados, houve associação estatística
significativa entre o aleitamento materno exclusivo com alta autoeficácia, nos 60 e
120 dias de puerpério, ou seja, o AME está associado com o alto nível de
autoeficácia para amamentação.

Tabela 10 - Análise da autoeficácia para amamentação associada à prática de


aleitamento materno exclusivo de acordo com o tempo de puerpério. Ribeirão Preto,
2019.

Tempo (em dias) AME Alta Média/baixa p-valor*


Frequência % Frequência %
60 Sim 114 61,3 16 8,6 0,0000
Não 30 16,2 26 13,9
120 Sim 77 47,5 6 3,8 0,0000
Não 45 27,8 34 20,9
180 Sim 32 21,8 6 4,0 0,0606
Não 74 50,4 35 23,8
*Teste Exato de Fisher. Fonte: Elaborado pela autora (2019).
Resultados 67

5.8 Autoeficácia na amamentação e os transtornos mentais

Foi realizada a análise da associação entre a variável dependente


“autoeficácia para amamentação” e as variáveis independentes referente aos
transtornos mentais.
A tabela 11 demonstra os resultados referentes à associação entre a
autoeficácia e a presença de indicativo de transtorno depressivo em três momentos
do puerpério (60, 120 e 180 dias). Houve associação significativa entre autoeficácia
para amamentação e não ter indicativos de sintomas depressivos no primeiro
momento da coleta de dados (p=0,0076), ou seja, as puérperas que não tinham
sintomas depressivos com 60 dias pós-parto tiveram o maior nível de autoeficácia
para amamentação.

Tabela 11- Análise da autoeficácia para amamentação associada à presença de


transtorno depressivo. Ribeirão Preto, 2019.

Tempo EPDS Alta Média/baixa p-valor*


(em dias)
Frequência % Frequência %
60 Sim 28 15 17 9,1 0,0076
Não 116 62,4 25 13,5
120 Sim 23 14,2 8 4,9 1,0000
Não 99 61,2 32 19,7
180 Sim 14 9,5 6 4,0 0,7926
Não 93 63,3 34 23,3
Notas: *Teste Exato de Fisher. Fonte: Elaborado pela autora (2019).

A tabela 12 mostra os resultados da associação entre a autoeficácia para


amamentação e a ansiedade-traço, demonstrando que aquelas puérperas que
obtiveram nível baixo de ansiedade-traço apresentaram maior nível para
autoeficácia para amamentação, sendo este resultado considerado de significância
estatistica (p= 0,0142).
Resultados 68

Tabela 12 - Análise da autoeficácia para amamentação associada à classificação de


ansiedade-traço com 60 dias de puerpério. Ribeirão Preto, 2019

Tempo IDATE-traço Alta Média/baixa p-valor*


(em dias)
Frequência % Frequência %
60 Alto 6 3,20 5 2,60 0,0142
Médio 51 27,5 21 11,3
Baixo 87 46,8 16 8,60
Notas: *Teste Exato de Fisher. Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Na análise da associação entre autoeficácia e ansiedade-estado, os


resultados mostraram que com 60 dias de puerpério as participantes que
apresentaram baixos escores de ansiedade-estado obtiveram maior nível de
autoeficácia para amamentação (p=0,0159), conforme está descrito na tabela 13.

Tabela 13 - Análise da autoeficácia para amamentação associada à classificação de


ansiedade-estado de acordo com os dias de puerpério. Ribeirão Preto, 2019.

Tempo IDATE-estado Alta Média/baixa p-valor*


(em dias)
Frequência % Frequência %
60 Alto/médio 42 22,6 21 11,3 0,0159
Baixo 102 54,8 21 11,3
120 Alto/médio 28 17,3 14 8,7
Baixo 94 58 26 16
180 Alto/médio 24 16,3 8 5,3
Baixo 83 56 33 22,4
Notas: *Teste Exato de Fisher. Fonte: Elaborado pela autora (2019).

Por meio das análises estatísticas e testes aqui apresentados, levando-se em


consideração as hipóteses que foram inicialmente levantadas, sendo adotado um
nível de significância α=5% (95% de confiança do resultado teste), definimos que:
Resultados 69

H0 = A presença de indicativos de transtorno depressivo e de ansiedade


não influencia o nível de autoeficácia para amamentar.

Rejeitamos a hipótese nula, visto que houve associação significativa entre


transtorno depressivo e ansiedade com o nível de autoeficácia para amamentar;

Ha = A presença de indicativos de transtorno depressivo e de ansiedade


influencia o nível de autoeficácia para amamentar.

Esta hipótese foi sustentada, visto que os indicativos dos transtornos


depressivo e de ansiedade influenciaram os níveis de autoeficácia nos primeiros
momentos da pesquisa (60 dias), obtendo um valor de p próximo de 0, ou seja, bem
abaixo do nível de significância adotado, o que nos possibilita aceitar a hipótese
alternativa.
Discussão 70

Discussão
Discussão 71

6 DISCUSSÃO

6.1 Caracterização das participantes – características sociodemográficas,


obstétricas e neonatais

No presente estudo, os resultados encontrados referentes à caracterização


das participantes são discutidos à partir de outros estudos em que estas variáveis
foram consideradas como fatores protetores ao aleitamento ou de risco ao desmame
precoce, contribuindo para maior visibilidade desta prática.
Participaram deste estudo 186 mulheres no puerpério, com 60 dias, 162
mulheres com 120 de puerpério e 147 mulheres com 180 dias de pós-parto, entre 18
e 47 anos, apresentando idade média de 26 anos.
Verificou-se que o perfil etário das puérperas participantes deste estudo foi
aproximado aos valores correspondentes obtidos por outras pesquisas, com a
maioria entre 20 e 30 anos (CAVALCANTI et al., 2015; FERREIRA et al., 2018).
No Estado de São Paulo, para o ano de 2018, foi calculada a idade média das
mães em 28,6 e dentro do período de quase 20 anos (entre os anos 2000 e 2018), a
idade média das mães ampliou-se em 2,9 anos (BRASIL, 2018), indicando uma
mudança rápida na estrutura etária, ou seja, as mães estão tendo seus filhos, em
média, mais tarde, o que é indicativo de tendência ao adiamento da maternidade.
Estudos evidenciam que mulheres consideradas mais jovens, apresentam uma
tendência à introdução precoce de alimentos a criança, o que pode influenciar na
interrupção do aleitamento antes do tempo recomendado (QUELUZ et al., 2012;
SANCHES et al., 2011).
Corrobora este achado, outros estudos realizados, que apontam maiores
probabilidades de suspensão da prática de aleitamento em mulheres na faixa etária
mais jovem, sinalizando que a variável idade (menor idade) pode estar associada
com ao menor tempo de aleitamento (SILVA et al., 2017; BOCOLINI; CARVALHO;
OLIVEIRA, 2015).
As participantes do presente estudo se caracterizaram por serem de cor
parda (60,8%), ter ensino médio completo (43%), ser amasiada (55,9%), ter religião
(76,3%) e não realizar trabalho remunerado fora do lar (49,5%), com renda média
mensal de R$2.300,45.
Discussão 72

No que refere a raça/cor da pele, um estudo com objetivo de verificar fatores


relacionados à interrupção do aleitamento, foi demonstrado que mulheres que se
declararam não-brancas, podem interromper mais precocemente a amamentação de
seus bebês quando comparadas às mulheres declaradas da cor branca (MORAES
et al., 2016), achado corroborado por outra pesquisa (PEREIRA et al., 2010), na qual
observou-se que a mãe que se declarou da cor branca apresentou indicadores de
AME até os seis meses de vida da criança, elevados em 20% quando comparadas
as outras mães.
Da mesma maneira, uma pesquisa realizada em Campinas/SP, foi observado
que as crianças consideradas negras ou pardas estiveram em aleitamento materno
por tempo inferior as crianças consideradas brancas (BERNARDI; JORDÃO;
BARROS FILHO, 2009).
Entretanto, esta questão não se encontra em consenso na literatura, pois
outros estudos trazem achados que se distinguem, associando a cor da pele branca
a menores índices de amamentação e maiores chances de desmame precoce
(SILVA et al., 2012; KAUFMANN et al., 2012). Essa diferença pode se relacionar ao
local da pesquisa e características prevalentes da população estudada.
Estudos demonstraram que a renda e o grau de instrução da mãe tiveram
associação estatisticamente significante com o tempo de AME, sendo evidenciado
que houve uma menor prevalência da amamentação exclusiva em mulheres de
baixa renda (ALVES; OLIVEIRA; RITO, 2018), pois existe a hipótese de que este
fato influencia na introdução precoce de outros alimentos, e mulheres com maior
nível de escolaridade apresentaram maior conhecimento sobre amamentação
influenciando positivamente no tempo de AME (BARBIERI et al., 2015, SARDINHA
et al., 2019).
Melhores condições socioeconômicas associadas a melhores condições de
escolaridade das mães podem auxiliar e oportunizar o acesso às informações sobre
a prática do aleitamento materno, situações contrárias estão relacionadas à
dificuldades para estabelecer e manter esta prática (VICTORA et al., 2016;
VALIZADEH et al., 2017). Observamos neste estudo que as condições educacionais
e de renda das participantes foram favoráveis ao aleitamento materno.
Com relação à religião, segundo os dados obtidos em 2006 pela Pesquisa
Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher – PNDS, no Brasil 65,0%
Discussão 73

das mulheres se declaram praticantes da religão católica, seguidos da religião


evangélica com 22% das mulheres (BRASIL, 2009a), corroborando com nossos
resultados em que a maioria das participantes apresentava alguma religião.
Estudo demonstrou que a religião pode favorecer a prática da amamentaçao
por períodos maiores, sendo que a mulher que participa ativamente de alguma
prática religiosa, tem maiores chances de estar bem psicologicamente, melhor
qualidade de vida e menores chances de apresentar sintomas depressivos
(FONSECA-MACHADO, 2014).
Considera-se o aleitamento materno não como uma prática fisiológica ou de
natureza biológica, mas sendo histórico, social e psicologicamente delineado,
submetendo-se a diversas influências, resultado da socialização e experiências de
cada mulher. Cultura, tabus e crenças, bem como prática religiosa, também se
conformam em fatores determinantes para a sua execução (ROLLINS et al., 2016).
Sobre receber ajuda para os cuidados com o bebê, a maioria referiu receber
ajuda do marido (53,8%). Quanto ao número de gestações, 35,5% das puérperas
eram primigestas, sendo que o parto normal foi o mais frequente entre as mulheres
(62,9%). A maioria das puérperas referiu que nunca sofreu aborto (82,3%) e não ter
planejado esta gestação atual (51,6%). As puérperas também referiram algum tipo
de intercorrência no parto, sendo que hipertensão foi a mais citada por 3,8% das
participantes. Com relação às intercorrências no pós-parto, 11,8% as apresentaram,
sendo que a mais citada foi o sangramento excessivo (2,7%).
A presença e apoio do companheiro são essenciais para alcançar êxito na
prática do aleitamento materno, o que foi observado nos resultados de um estudo
com mulheres que não obtinham ajuda do companheiro para cuidar do bebê sendo
que estas mantiveram por menos tempo o aleitamento (SOUZA; SODRÉ; SILVA,
2015).
A família por sua vez também possui importante apelo na promoção da
prática do aleitamento, pois o apoio exercido pelos entes da familia auxilia no
desenvolvimento da autoconfiança e está associada às melhores condições
emocionais da mulher (MACHADO et al., 2014; BROWN et al., 2014). Ressalta-se,
assim, que a maioria das mulheres do presente estudo apresentou condição
favorável relacionada ao apoio/auxílio do parceiro para o cuidado com o bebê.
Discussão 74

O tipo de parto e a primiparidade da mãe também podem exercer influência


sobre a prevalência do AM. Os resultados de um estudo realizado em unidade
básicas de vários países apontaram a realização do parto cesáreo como fator que
interfere de maneira desfavorável ao aleitamento (TAKAHASHI, 2017), o que não foi
referido neste estudo pelas mulheres em sua maioria. Outra pesquisa aponta que
falta de experiência da mãe e a questão cultural bem como experiências vivenciadas
em outras gestações impactam nos índices de aleitamento, sendo que as multíparas
apresentaram os maiores índices (HACKMAN et al., 2015).
Com relação às intercorrências, estudo mostrou que as mulheres que
apresentaram alguma intercorrência no pós-parto após a alta hospitalar
apresentaram chances aumentadas em 2,64 vezes para o desmame
comparativamente com as mães que não apresentaram intercorrências (MORAES et
al., 2016); em nosso estudo, a minoria apresentou intercorrências, tendo assim
menor probabilidade para interromperem a amamentação.
Quanto às características dos neonatos, 47,8% das mulheres teve bebê do
sexo feminino e 52,2 % do sexo masculino. A média do peso das crianças ao nascer
foi de 3307,32g, sendo o peso mínimo de 2030g e o peso máximo de 5200g. A
maioria das puérperas (72,6%) referiu ter amamentado na primeira hora de vida.
A II Pesquisa de Prevalência de Aleitamento Materno nas Capitais Brasileiras
e Distrito Federal associou o sexo da criança com o tempo de aleitamento,
observando que o sexo feminino apresentou as maiores prevalências de AME
(BRASIL, 2009b). Estudos registram maiores probabilidades de desmame precoce
em meninos (SOUZA; SODRÉ; SILVA, 2015; SANTOS et al., 2019). Apesar dessa
importante constatação, essa análise não foi realizada no presente estudo.
Em um estudo realizado com puérperas nos primeiros momentos do pós-
parto, evidenciou o aleitamento materno neste momento como fator de proteção,
quando comparado com as crianças que receberam fórmulas artificiais no mesmo
momento (FOSTER et al., 2015). Este fato demonstra que, no presente estudo, os
recém-nascidos em sua maioria tinham condições favoráveis para a continuidade da
amamentação e demonstra também a importância de que os protocolos
institucionais devem apresentar critérios rigorosos para a prescrição de fórmulas, e a
revisão das práticas assistenciais periparto visando a obtenção de melhores
indicadores de aleitamento materno na primeira hora de vida.
Discussão 75

6.2 Caracterização das participantes – Prática de aleitamento materno


exclusivo

Do total de participantes, 69,9% estavam em AME com 60 dias de puerpério,


sendo que este valor caiu para 51,2% com 120 dias e para 25,9% com 180 dias, ou
seja, a frequência do AME foi maior no primeiro momento da pesquisa (60 dias),
entretanto, estes valores sofreram queda no transcorrer da pesquisa, ficando
evidente que a manter a nutrição infantil exclusivamente por meio do leite materno,
pelo tempo aconselhado pelos órgãos de saúde ainda se constitui como um
obstáculo à saúde materno-infantil.
É justificável as dificuldades para elevar ainda mais os avanços nos
indicadores, uma vez que as dificuldades para manutenção destes são proporcionais
ao seu aumento (VENÂNCIO et al., 2010).
De acordo com os critérios referidos pela OMS, a situação do Brasil com
relação aos indicadores de AME em menores de seis meses, é considerada
razoável (BOCCOLINI et al., 2017).
Destaca-se que os valores da prática de AME encontrada neste estudo no
primeiro momento foi superior aos valores nacionais, e este resultado pode estar
associado ao tipo de assistência prestada na unidade de referência, em razão dos
programas de incentivo e do frequente compromisso assumido nas atividades frente
à promoção e proteção ao aleitamento materno que são desenvolvidos no município,
bem como a implementação de programas públicos, tais como a Rede Amamenta
Brasil (RAB) do Ministério da Saúde em 2009, incorporada pela Estratégia
Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB) em 2013. Mesmo a unidade do estudo não
sendo certificada pela EAAB, o município em questão possui diversas ações
educativas e de aconselhamento voltadas à promoção da amamentação em todas
as Unidades Básicas de Saúde (RIBEIRÃO PRETO, 2018). Estudo realizado por nós
nas unidades de saúde do município em questão, concluiu que o modelo de
assistência adotado pelos profissionais que receberam treinamento para a RAB é
articulado de tal forma que a atenção ao aleitamento materno é prestada com
respeito às singularidades do binômio durante todo o processo envolvido nesta
prática (MELO et al., 2019).
Discussão 76

A prevalência de AME desta unidade básica de saúde em anos anteriores


apresentou-se com valores próximos aos encontrados em nossos resultados, sendo
de 66,8% em 2015 e de 73,7% em 2016 (RIBEIRÃO PRETO, 2016), o que
demonstra a importância e efetividades das ações desenvolvidas pelo município ao
longo de vários anos. Esses dados corroboram os achados de um estudo sobre a
prevalência de amamentação exclusiva entre crianças menores de seis meses,
comparativamente entre as crianças que realizam seguimento em unidades de
saúde certificadas na RAB e crianças que realizam seguimento em unidades não
certificadas, realizado em Ribeirão Preto - SP, que concluiu que a diferença entre as
prevalências de AME apresentou significância estatística maior no primeiro grupo, o
que recomenda ser uma prática satisfatória para elevar os indicadores de AME
(PASSANHA et al., 2013).

6.3 Caracterização das participantes – Autoeficácia para amamentação

Os níveis de autoeficácia para amamentação obtidos pela maioria das


participantes deste estudo foram considerados altos no três momentos da pesquisa,
mantendo-se com valores muito próximos variando de 77,3% no primeiro momento
até 72,1% terceiro momento da pesquisa. Apenas uma puérpera apresentou baixa
autoeficácia no primeiro momento, e nenhuma puérpera apresentou este índice nos
demais momentos. Nossos resultados corroboram no estudo realizado com
mulheres no pós-parto imediato, verificando que elas obtiveram pontuações
compatíveis com autoeficácia média ou alta, e que nenhuma puérpera apresentou
escores baixos (SOUZA et al., 2020).
Uma análise da relação entre autoeficácia para amamentação realizada com
puérperas adolescentes apresentou resultados similares aos deste estudo, sendo o
nível de autoeficácia alto em 56,9% das mulheres participantes (CONDE et al.,
2017).
Entretanto, apesar de se considerar que altos níveis de autoeficácia
registrados após o parto contribuem para uma melhor aceitação e aderência à esta
prática, não há evidências científicas de que a autoeficácia alta garanta sua
continuidade pelo período de seis meses ou mais, visto que a autoeficácia é
Discussão 77

dependente de seus quatro pilares já mencionados anteriormente, que são variáveis


ao longo dos dias. Nesta perspectiva, a identificação precoce junto à puérpera de
fatores envolvidos no processo do aleitamento pode auxiliar em intervenções
específicas visando manter o AME por maiores períodos (MINHARRO et al., 2019;
CHAN; IP; CHOI, 2016).
Compreende-se a partir dos resultados encontrados que as mulheres que
participaram deste estudo mantiveram elevada sua autoeficácia para amamentação
independente do período abordado. De acordo com a literatura a respeito, este
resultado pode ser relativo à fatores prévios, como por exemplo, orientações
fornecidas no pré-natal e experiências vivenciadas, bem como as atividades pró-
aleitamento realizadas nas unidades de saúde, sendo essenciais para manutenção
dos valores elevados da autoeficácia para amamentação nas mulheres e
consequentemente melhores indicadores de AME (MARGOTTI; MARGOTTI, 2017;
CHAVES et al., 2019).

6.4 Caracterização das participantes – transtorno depressivo

Em todos os momentos investigados, a maioria das mulheres não apresentou


indicativo de transtorno depressivo.
Cabe destacar que puérperas com sintomatologia depressiva quando
comparadas as puérperas sem tal diagnóstico, apresentaram indicadores de
abandono de AME mais elevados, sendo que os resultados de um estudo
evidenciaram no segundo mês de puerpério valores de AME de 25% em mães
depressivas, e de 57% de mães hígidas (MACHADO et al., 2014). Identificar tal
situação se torna essencial nas ações relacionadas à saúde materno-infantil.
A literatura que discorre sobre depressão pós-parto e o vínculo entre o
binômio mãe e filho, revela que deve-se considerar mesmo a presença de casos
leves deste transtorno, pois são grandes as chances de associação entre alterações
no desenvolvimento infantil, com efeitos que podem perdurar até a adolescência e a
vida adulta (MOTTA; LUCION; MANFRO, 2005; FIELD, 1995; SCHWENGBER;
PICCININI, 2003).
Discussão 78

Nessa mesma lógica, em um estudo cujo objetivo foi identificar a associação


entre a depressão materna após o parto e a prática do aleitamento materno de
maneira exclusiva, demonstrou chance 1,63 vez maior de interrupção do aleitamento
em mulheres com indicativos de transtorno depressivo, reafirmando que a
investigação de fatores que afetam a saúde mental das mulheres se fazem
importantes para determinar o tempo de aleitamento materno (SILVA et al., 2017).

6.5 Caracterização das participantes – Transtorno de ansiedade

Os resultados do presente estudo demonstraram que a maioria das mulheres


apresentou baixo nível de ansiedade-traço (55,4%) e também baixo nível de
ansiedade-estado nos três momentos investigados (66,2%, 72,8% e 75,5%).
A literatura mostra que mulheres com ansiedade pós-parto apresentam
menos probabilidade de iniciar a amamentação e usam fórmula com mais frequência
durante a hospitalização (FIELD, 2018). As mulheres com ansiedade pós-parto que
amamentaram tiveram maiores dificuldades para amamentar e a composição do leite
materno pode ter sido afetada; essas mulheres também eram mais propensas a
interromper a amamentação mais cedo (FIELD, 2018). Os resultados deum estudo
realizado com gestantes e puérperas também revelou uma relação estatística e
clinicamente significativa entre os níveis de ansiedade e a diminuição da duração da
amamentação, destacando que mesmo os baixos níveis de ansiedade pré-natal não
devem ser negligenciados em pesquisas ou ambientes clínicos, pois podem estar
associados ao desmame precoce (RIEDSTRA; AUBUCHON-ENDSLEY, 2019).
Apesar dessa constatação, os resultados do presente estudo não apontaram para
essa direção.

6.6 Análise das associações – autoeficácia para amamentação e variáveis


sociodemográficas, obstétricas e neonatais

No presente estudo, as variáveis que apresentaram associação significativa


com a autoeficácia para amamentação foram: estar em AME, idade, ocupação (não
Discussão 79

realizar trabalho remunerado), estado marital (possuir companheiro) e


intercorrências no pós-parto (não ter tido intercorrências).
Em consonância com esses resultados, estudo epidemiológico realizado em
uma maternidade de Vitória – ES encontrou associação estatisticamente positiva da
autoeficácia para amamentação com as variáveis: idade, não ter intercorrência na
amamentação e melhora no relacionamento conjugal após o filho (SOUZA et al.,
2020).
Nossos achados corroboram os resultados de outros estudos, visto que
sugerem que a idade materna é uma condição que pode influenciar na manutenção
do AME, sendo que quanto menor a idade da mãe maior pode ser o risco para a
suspensão precoce desta prática (SILVA et al., 2020; SANTACRUZ et al., 2019).
Estas associações podem estar relacionadas ao fato de que mulheres com maior
idade, podem apresentar maiores experiências e conhecimentos sobre aleitamento
materno, e ainda pelo fato de que a idade traz certa segurança e maior confiança em
termos de prática (MONTEIRO et al., 2014). Fato também observado no que se
refere aos erros cometidos na introdução alimentar, que são mais sugestivos e
relacionados à menor idade materna (LIMA; JAVORSKI; VASCONCELOS, 2011).
Diferentemente dos nossos resultados, um estudo em uma maternidade em
Ribeirão Preto - SP, na comparação dos resultados entre mães adolescentes e
adultas, não encontrou associação entre autoeficácia e idade materna, o que pode
ser compreendido pelo fato de que a idade isoladamente não é suficiente para
influenciar o nível de autoeficácia (GUIMARÃES et al., 2017).
No entanto, a conclusão dos autores foi de torna-se extremamente importante
identificar as mulheres com baixos índices de autoeficácia para amamentação, a
despeito da idade da mulher, favorecendo a atuação em prol do aleitamento materno
(GUIMARÃES et al., 2017).
Vale ressaltar que a maior parte das puérperas do referido estudo negou
realizar trabalho remunerado fora do lar, fator conceituado como benéfico ao
aleitamento, uma vez que o regresso ao trabalho é trazido pela literatura a respeito
como um dos fatores que mais impactam no tempo de aleitamento (TARRANT et al.,
2010; BEZERRA, 2012).
O que se observa na prática, é que nem sempre a mulher tem o benefício da
licença maternidade por seis meses, e por vezes o período de licença é de apenas
Discussão 80

quatro meses; sendo assim, a autoeficácia pode atingir baixos níveis entre as
puérperas que não tem direito a este período estendido, podendo a prática do
aleitamento cessar antes do período recomendado (RODRIGUES et al., 2015).
Os locais de trabalho podem ajudar a fortalecer esse momento que as
mulheres vivenciam, proporcionando ambientes que apoiem as mães que
amamentam e que trabalham, aumentando a autoeficácia relacionada. Nesse
sentido, estudo realizado no Ceará encontrou relação significante entre ter ocupação
e baixos níveis de autoeficácia materna, sugerindo, assim que o fato da mulher
trabalhar fora faz com que muitas mães abandonem ou complementam esta prática
precocemente (UCHOA et al., 2014). Em uma revisão integrativa observou-se que o
trabalho formal pode ser considerado como contribuinte para níveis de autoeficácia
baixos, supostamente, porque as preocupações e incertezas da mãe em ter que
retornar ao trabalho e se poderá continuar a amamentação, podem levar a aumento
de sintomas de esgotamento e desânimo que interferem na autoeficácia de
amamentação (RODRIGUES et al., 2014). Outro estudo conclui que as mães que
estavam desempregadas ou trabalhando apenas em tempo parcial relataram
pontuações mais altas em todas as categorias de autoeficácia para amamentação,
em comparação com mães empregadas em tempo integral (BOTHA et al., 2020).
Com relação ao estado marital, observou-se na literatura relacionada, que
mulheres com companheiro têm cerca de 40% maior prevalência de autoeficácia alta
para amamentação, quando comparadas às que não possuem companheiro
(p=0,023) (SOUZA et al., 2020). Este fato se sustenta, pois o suporte social recebido
por pessoas significativas pela puérpera, incluindo o marido, as avós e os amigos,
está correlacionado com maior autoeficácia para amamentação (GUIMARÃES et al.,
2017), como aconteceu com as participantes do presente estudo.
No que tange às intercorrências no pós-parto, variável que apresentou
associação estatística significativa com a autoeficácia no presente estudo, verifica-
se na literatura que a condição biológica de doença materna na forma de
intercorrências no puerpério, seja com a mama durante a amamentação por fissuras,
sangramento ou mesmo a percepção de leite insuficiente apresentam-se como
fragilizadores da amamentação, pois podem estar relacionados com o afastamento
entre mãe e bebê, dor materna e uso de medicamentos contraindicados na
amamentação (WAGNER et al., 2020). Desta maneira, pode ocorrer o desinteresse
Discussão 81

da mulher na continuidade da amamentação (MOURA et al., 2017). Essa associação


entre a variável autoeficácia e as intercorrências no pós-parto, apresentou
associação estatisticamente significativa em um estudo com puérperas
adolescentes, onde as participantes que não referiram algum tipo de intercorrência
no período compreendido do trabalho de parto e/ou parto, registraram níveis
elevados de autoeficácia para amamentação (CONDE et al., 2017), confirmando
nossos resultados.

6.7 Análise das associações – autoeficácia para amamentação e prática de


aleitamento materno exclusivo

De acordo com os resultados, houve associação significativa entre o


aleitamento materno exclusivo com o alto nível de autoeficácia para amamentação
em 60 e 120 dias pós-parto. Nossos resultados corroboram com autores que
apontam que parte das mulheres que cessam a amamentação na primeira semana
de puerpério, o faz devido a baixos níveis de autoeficácia para amamentação
(MACHADO et al., 2014). Demais estudos na área afirmam que mulheres que
apresentam menores níveis de autoeficácia, possuem 2,7 vezes maiores chances
para a interrupção do aleitamento (SALUSTIANO et al., 2012).
A relação dos níveis de autoeficácia e a duração da amamentação
apresentada por Vieira e colaboradores (2018) apontou a interrupção mais rápida do
AME entre as puérperas com baixa autoeficácia (mediana de 21 dias). Por outro
lado, as que apresentam níveis de autoeficácia médio e alto mostram mediana de 36
e 148 dias de AME, respectivamente (VIEIRA et al., 2018). Semelhança foi
encontrada em relação aos nossos resultados e de outro estudo (HENSHAW et al.,
2015), o que reforça a importância da identificação precoce e avaliação contínua dos
aspectos de maior dificuldade da mulher ao longo do processo de amamentação.
Apesar dessa constatação, pesquisa realizada em Ribeirão Preto também em
três momentos no puerpério (30, 60 e 180 dias) demonstrou que 62% das
participantes referiram estar amamentando exclusivamente seus filhos até 30 dias
depois do parto, valores que apresentaram decréscimo nos demais momentos, e
ainda de acordo com a análise da associação entre autoeficácia para amamentação
Discussão 82

com AME, não encontrou associação significativa em nenhum momento estudado


(CONDE et al., 2017), o que difere dos nossos resultados, pois em dois momentos
da pesquisa encontrou-se associação positiva entre as variáveis.

6.8 Análise das associações – autoeficácia para amamentação e transtornos


mentais

No presente estudo, ocorreu associação entre autoeficácia para


amamentação e a ausência de indicativos de sintomas depressivos no primeiro
momento da coleta de dados (p=0,0076), ou seja, as puérperas que não tinham
sintomas depressivos com 60 dias pós-parto tiveram o maiores níveis de
autoeficácia para amamentação. Outros trabalhos apontam que a presença de
sintomas depressivos no pós-parto aumenta as chances de dificuldades da díade
mãe/bebê na amamentação influenciando negativamente a autoeficácia para
amamentação, além de elevar a probabilidade de interrupção do AME, confirmados
pelos nossos resultados (ISLAM et al., 2017; VIEIRA et al., 2018). Estudos
realizados em demais países também encontraram resultados similares aos deste
estudo, correlacionando autoeficácia e a depressão pós-parto, o que revelou a
autoeficácia para amamentação como uma variável favorável ao AME, sendo a
depressão pós-parto uma variável desfavorável (NGO et al., 2019; PETROZZI;
GAGLIARDI, 2016).
Os resultados da associação entre a autoeficácia para amamentação e a
ansiedade-traço, demonstraram que aquelas puérperas que obtiveram nível baixo de
ansiedade-traço apresentaram maior nível para autoeficácia para amamentação,
sendo este resultado significante estatisticamente (p= 0,0142). Na análise da
associação entre autoeficácia e ansiedade-estado, os resultados mostraram que
com 60 dias de puerpério as participantes que apresentaram baixos escores de
ansiedade-estado, obtiveram maior nível de autoeficácia para amamentação
(p=0,0159). De acordo com os resultados apresentados em um estudo realizado
com puérperas, o baixo estado de ansiedade se apresentou altamente associado ao
alto nível de autoeficácia para amamentação (p=0,000) (SOUZA et al., 2020).
Discussão 83

A literatura aponta que mães que apresentam sintomas de ansiedade referem


maior complexidade no entendimento de suas próprias emoções, o que pode
interferir direta e negativamente na prestação de cuidados à criança (MARIANO et
al., 2016). Estudo realizado com mulheres no pré-natal encontrou associação entre
baixos níveis de autoeficácia para amamentação e a presença de sintomas de
ansiedade (CORBY; KANE; DAYRUS, 2019). Por meio da detecção das condições
que podem influenciar o valores da autoeficácia para amamentação, como a
ansiedade aqui descrita, os profissionais de saúde podem atuar estrategicamente
frente às mulheres e intervir precocemente para promover a amamentação.
Conclusões 84

Conclusões
Conclusões 85

7 CONCLUSÕES

A partir dos resultados deste estudo podemos concluir que:

No que se refere às características sociodemográficas, obstétricas e


neonatais:
- As mulheres que participaram do estudo tinham em média 26 anos, eram
majoritariamente pardas, com ensino médio completo. Em sua maioria, não exercia
nenhum tipo de trabalho remunerado fora do lar, declarou ter religião, era amasiada,
com renda familiar de R$2.300,45 em média, e contava com ajuda nos cuidados
dispensados ao bebê.
- A maioria das mulheres era primigesta, nunca sofreu aborto, tinha um filho vivo e
não planejou a gestação atual.
- No que se refere à gestação atual, a maioria teve parto normal e não apresentou
nenhum tipo de intercorrência durante a gestação, trabalho de parto e pós-parto.
- No que se refere às características dos neonatos filhos das participantes, a maioria
teve peso adequado ao nascer, sendo do sexo masculino.

Com relação à prática do aleitamento materno:


- A maioria amamentou na primeira hora de vida e estava em aleitamento materno
exclusivo com 60 e 120 dias de puerpério.
- Com relação aos dados referentes à autoeficácia para amamentação:
- A maioria das participantes apresentou alto nível de autoeficácia para
amamentação nos três momentos de investigação, sendo que este índice se
manteve com valores muito próximos em todos os momentos da pesquisa, sendo de
77,3% aos 60 dias, 75,3% com 120 dias e 72,1% com 180 dias de puerpério.

Com relação aos transtornos mentais:


- Em todos os momentos investigados, a maioria das mulheres não apresentou
indicativo de transtorno depressivo, e apresentou baixo nível de traço de ansiedade
e também baixo nível estado de ansiedade.

Os resultados das análises de associação demonstraram que:


Conclusões 86

- As variáveis AME, idade, ocupação, estado marital e intercorrências no pós-parto,


apresentaram associação estatisticamente significativa com a variável independente
autoeficácia para amamentação.
- Houve associação significativa entre o aleitamento materno exclusivo e o alto nível
de autoeficácia aos 60 e 120 dias pós-parto.
- Houve associação significativa entre autoeficácia para amamentação e não ter
indicativos de sintomas depressivos no primeiro momento da coleta de dados, ou
seja, as puérperas que não tinham sintomas depressivos com 60 dias pós-parto
tiveram o maior nível de autoeficácia para amamentação.
- As puérperas que obtiveram nível baixo de ansiedade-traço apresentaram maior
nível de autoeficácia para amamentação, sendo este resultado estatisticamente
significativo.
- Aos 60 dias pós-parto, as participantes que apresentaram nível baixo de
ansiedade-estado, manifestaram maior nível de autoeficácia para amamentação,
sendo esta associação significativa estatisticamente.

O presente trabalho permitiu concluir que mulheres que não apresentavam


indicativos de depressão e ansiedade tiveram maiores níveis de autoeficácia para
amamentação, situação que pode implicar em maior tempo de aleitamento materno
exclusivo. Esforços devem ser feitos para diminuir as chances de ocorrer o
desmame precoce e melhorar a saúde mental das mulheres no período pós-parto,
contribuindo assim com a melhores indicadores de condições de vida da mulher e
seu bebê no processo de aleitamento materno, auxiliando na consolidação dos
benefícios desta prática.
Implicações para a prática e pesquisa 87

Implicações para a
prática e a pesquisa
Implicações para a prática e pesquisa 88

8 IMPLICAÇÕES PARA A PRÁTICA E A PESQUISA

Apresentam-se como limitações deste estudo, não ter sido investigada a


presença de sintomas de depressão e de ansiedade anteriormente a coleta de
dados e também a indisponibilidade para acompanhar o tratamento daquelas
participantes que foram identificadas com algum dos transtornos pesquisados.
Porém, essas limitações não acarretaram nenhum prejuízo para o estudo.
Com base nos resultados alcançados neste estudo, observamos que as
mulheres participantes que não apresentaram indicativos de transtornos mentais
apresentaram associação com elevados escores de autoeficácia para amamentação
aos 60 dias de puerpério, possuindo maior probabilidade de experimentar e
permanecer por mais tempo nesta prática. Além disso, ratificou-se que a
autoeficácia esteve associada fortemente ao AME com 60 e 120 dias de puerpério,
diminuindo as possibilidades de desmame precoce neste período. Apesar de os
achados não terem encontrado associação entre transtornos de depressão e de
ansiedade com a autoeficácia nos demais momentos da pesquisa (120 e 180 dias),
deve-se ressaltar que as mulheres mantiveram os valores de autoeficácia elevados,
bem como não apresentaram indicativos de transtornos mentais nestes momentos.
Diante da complexidade do processo de aleitamento materno e da
constatação de que o estado psíquico da mulher enfraquecido podem levar a
diversos desfechos desfavoráveis para o binômio mãe/bebê e também para a família
e comunidade, é essencial que seja integrado aos programas de saúde materno-
infantil às ações direcionadas ao enfrentamento das desordens mentais, com intuito
de proporcionar bem-estar biopsicossocial e preservação da saúde destes
(FONSECA-MACHADO et al, 2015).
Considerando que a autoeficácia é revelada como um fator que impulsiona
positivamente o aleitamento e que é modificável e facilmente mensurável, essa
variável deve ser ponderada para direcionar intervenções que se fizerem
necessárias ao binômio no processo de aleitamento materno, com a finalidade de se
aumentar o tempo desta prática.
Ademais, durante o acompanhamento de puericultura, a frequencia do
contato entre os profissionais e as mães e seus filhos é elevada, sendo uma
oportunidade de detecção precoce de mulheres com indicativos de transtornos
Implicações para a prática e pesquisa 89

mentais e de baixa autoeficácia e, a partir daí, proporcionar diferentes estratégias de


intervenção contextualizadas, e ainda referencia-las ao serviço especializado, para
avaliação e suporte adequados.
Apesar de o rastreamento da autoeficácia para amamentação e dos
transtornos mentais ser considerado imprescindivel durante o puerpério, na
realidade de alguns serviços por vezes apresenta-se de maneira ocasional, como no
caso do local onde ocorreu o presente estudo. Interessante reafirmar que os
instrumentos utilizados neste estudo não são métodos de diagnóstico dos
transtornos mentais estudados. O EPDS é utilizado para pesquisar os indicativos da
presença de transtorno depressivo, e o IDATE para medir os escores dos sintomas
de ansiedade-traço e ansiedade-estado.
De acordo com o contexto apresentado nos mais diversos seguimentos de
saúde nacionais e internacionais, estudos concluíram que o uso destes instrumentos
consolida-se como estratégia de busca ativa, de simples e rápida detecção, sendo
ainda considerada uma ação facilmente alcançável em qualquer serviço de saúde,
podendo ser aplicado por todos os profissionais de saúde, o que torna pertinente e
fundamental considerar sua aplicabilidade aos vários cenários de assistência à
saúde materno-infantil.
A rede pública de saúde no Brasil oferta atendimento em qualquer serviço
da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), que é constituída por unidades de
saúde com diferentes propósitos, atendendo integralmente e sem custos. No
município em questão, existe o Programa de Saúde Mental que contempla ações e
serviços especializados em todos os distritos de saúde na qual a estrutura de
saúde está dividida, possuindo diretrizes e fluxo para o atendimento, protocolos
específicos dos serviços, bem como projeto terapêutico singular e matriciamento
dos pacientes atendidos (RIBEIRÃO PRETO, 2020). Apesar de não existirem
programa ou capacitação dos profissionais especificamente direcionados à mulher
com transtornos mentais, o município se encontra estruturado para atender as
demandas relacionadas à saúde mental de forma generalizada. Os atendimentos
agendados referentes a estas demandas são realizados nos serviços do tipo CAPS
(Centros de Atenção Psicossocial), que trabalham com encaminhamentos gerais
elaborados por qualquer profissional de nível superior da Atenção Básica, não sendo
este centrado no encaminhamento médico. Trabalham ainda com acolhimento da
Implicações para a prática e pesquisa 90

demanda espontânea, bastando a mulher procurar pelo atendimento, tanto nas


unidades básicas quanto nos CAPS, de acordo com a abrangência territorial, além
de contar com uma unidade de pronto atendimento às urgências e emergências
psiquiátricas 24 horas por dia.
Durante a coleta de dados, foram realizados encaminhamentos de
participantes tanto para o enfermeiro quanto para o psicólogo presentes na unidade,
que realizaram o primeiro atendimento acolhendo a mulher e ofertando
encaminhamento e tratamento quando necessários.
É notório que os serviços de saúde tem possibilidades de exercer um papel
fundamental na questão do desmame precoce, onde a atuação dos profissionais que
prestam atendimento às mulheres e seus filhos no processo de aleitamento, precisa
ser diferenciada e contextualizada com interesse em detectar e compreender todo o
movimento envolvido por esta prática dentro do contexto da família e da sociedade
(BRASIL, 2015; MOURA et al., 2017).
Depreende-se, portanto, a necessidade de um diagnóstico crítico-reflexivo
acerca da atuação profissional frente às ações educativas desenvolvidas para o
binômio em aleitamento materno, com a intenção de fomentar estratégias
interativas, beneficiando-se do fato de sua maior proximidade com a mulher no
período puerperal e a partir disto considerar suas dúvidas, receios e necessidades, o
que dificulta posteriores complicações e oportuniza o processo de aleitamento
(CABRAL et al., 2020; AMARAL et al., 2015).
De forma que isto se encaminhe coerentemente, é importante que a formação
destes profissionais se paute na lógica da assistência humanizada, integral,
solidária, acolhedora, que estabeleça laços de confiança com as mulheres e suas
redes de apoio. Neste sentido, mudanças nos curriculos dos cursos relacionados à
saúde e um processo continuo de aperfeiçoamento dos profissionais no cotidiano
são necessárias para transpor realidades diferentes nos serviços os quaisainda
perpetuam modelos assistenciais de saúde curativistas e hospitalocêntricos
(ALMEIDA et al., 2013; FONSECA-MACHADO et al., 2015).
Ainda que no município do presente estudo não haja um programa específico
voltado à mulher que apresente transtornos mentais, ou ainda que não ocorra o
rastreio da autoeficácia para amamentação, pode-se inferir que, o cuidado prestado
pelos profissionais às participantes deste estudo é articulado de tal forma que indica
Implicações para a prática e pesquisa 91

que a prática profissional está pautada para além das competências acerca da
fisiologia e técnica para o manejo do aleitamento. As ações são articuladas
considerando possíveis transtornos mentais para além do campo biológico, social e
emocional, reforçando a valorização das habilidades e das experiências das
mulheres durante o processo de aleitamento. Esta conclusão pode ser considerada
como resultado de ações referentes às mudanças nas práticas profissionais e à
reorganização dos processos de trabalho, referenciados pelas condições básicas de
saúde da população em consonância com os princípios estabelecidos pela EAAB,
importante estratégia adotada neste município.
Diante do que foi relatado, almejamos que o desfecho do presente estudo
possa estimular e contribuir para a construção de relações de diálogo, mais
próximas e ampliadas entre a mulher e quem à assiste no processo de aleitamento
materno, integrando ações de prevenção à saúde mental e fortalecendo a
autoeficácia materna para amamentação.
Deseja-se que haja contribuição dos resultados aqui apresentados para um
real avanço e aprimoramento da literatura científica sobre a temática, fornecendo
subsídios para a realização de futuras investigações que avaliem demais desfechos
de saúde materno-infantil e de saúde mental, no sentido de compreender a
complexidade que envolve a experiência de amamentar vivenciada pelas mulheres.
Ressalta-se o quão importante se torna o incentivo sobre as condutas
profissionais no sentido de superarem a concepção informativa, inspirando a
participação emancipada da mulher no processo de aleitamento materno,
considerando e valorizando suas experiências pessoais, além de se compreender de
forma abrangente o ciclo gravídico-puerperal.
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November 2007 in Washington D.C., USA. World Health Organization.
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Referências 111

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Child Feeding. Geneva, 2003. Texto completo em PDF em Inglês, Árabe, Chinês, Francês, Russo,
Espanhol.Disponível em: http://www.ibfan.org.br/documentos/ibfan/doc-286.pdf.

World Health Organization. (2017). Guideline: protecting, promoting and supporting


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License: CC BY-NC-SA 3.0 IGO

World Health Organization. (2017). Depression and other common mental disorders:
global health estimates. World Health Organization. Geneva; 2017. Disponívelem:
https://apps.who.int/iris/handle/10665/254610. Licença: CC BY-NC-SA 3.0 IGO

World Health Organization & United Nations Children's Fund (UNICEF). (2019). Global
breastfeeding scorecard, 2019: increasing commitment to breastfeeding through
funding and improved policies and programmes. World Health Organization.
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YANG X, GAO LL, IP WY, CHAN WCL. Predictors of breastfeeding self-efficacy in the
immediate postpartum period: a cross-sectional study.Midwiferyv.41, 1 – 8 p. 2016
Apêndices 112

Apêndices
Apêndices 113

APÊNDICES

APÊNDICE A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu, Luciana Camargo de Oliveira Melo, enfermeira, aluna do Programa de


Pós-graduação em Enfermagem em Saúde Pública da Escola de Enfermagem de
Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, venho por meio deste, convidá-la a
participar da pesquisa intitulada “Influência dos transtornos depressivo e de
ansiedade na autoeficácia materna para amamentar”, que tem por objetivo
verificar as repercussões da saúde mental na autoeficácia para amamentar entre
puérperas.Asua participação é voluntária e a recusa em participar não acarretará
qualquer penalidade ou perda de benefícios. Caso você aceite participar, assumo o
compromisso de manter em segredo a sua identidade. Acrescento que, você é livre
para recusar-se e interromper a sua participação na pesquisa, bem como retirar o
seu consentimento a qualquer momento. Você será esclarecida sobre todos os
procedimentos da pesquisa e em qualquer aspecto que desejar. Esclareço que não
é esperado que você receba benefícios diretos pela participação nesta pesquisa,
entretanto, acreditamos que ao responder os questionários você poderá contribuir
para a temática da autoeficácia em amamentar e da saúde mental, a fim de
promover melhorias na assistência à mulher, bem como fortalecer as políticas
públicas de saúde no âmbito da saúde da mulher. Informo também, que você não
terá despesas ao participar. Caso você aceite participar voluntariamente desta
pesquisa, será garantida a você uma via deste Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, devidamente assinado por mim e por você. Em seguida, você deverá
responder um instrumento que exigirá cerca de 15 minutos aproximadamente do seu
tempo e será reaplicado aos 120 e 180 dias de pós-parto nesta mesma instituição.
Os riscos decorrentes de sua participação nesta pesquisa poderão estar
relacionados a dúvidas ou desconforto em responder algumas questões do
instrumento. Neste caso, estarei pronta para ouvi-la, esclarecer dúvidas e
questionamentos, bem como oferecer suporte emocional se houver necessidade;
você terá a liberdade para interromper a entrevista a qualquer tempo e será de sua
escolha a retomada da mesma em outro momento. Os resultados da pesquisa
poderão ser divulgados e publicados em meios científicos, mas a sua identidade não
será divulgada, mantendo-se em sigilo. Caso haja eventuais danos decorrentes da
Apêndices 114

sua participação na pesquisa, você terá direito à indenização conforme as leis


vigentes no país. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (CEP-
EERP/USP), que tem como função proteger eticamente o participante de pesquisa.
Assim, em caso de dúvidas éticas, você pode entrar em contato com o Comitê de
Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo, sito à Avenida dos Bandeirantes, 3900, Campus
Universitário - Bairro Monte Alegre, Ribeirão Preto - SP – Brasil, CEP: 14040-902,
telefone (16) 3315-9197, horário de atendimento em dias úteis de segunda-feira a
sexta-feira das 10 às 12 horas e das 14 às 16 horas.

Agradeço a colaboração, colocando-me à disposição para quaisquer


esclarecimentos que se fizerem necessários por meio telefônico (16-991156029) ou
e-mail (lucianacamargo@usp.br).

Eu,__________________________________________________, declaro que


obtive todas as informações necessárias, bem como todos os eventuais
esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas. Sei que em qualquer
momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão, se assim o
desejar. Desta forma, concordo de livre e espontânea vontade em participar como
voluntária da pesquisa acima descrita.

Ribeirão Preto, _____ de _______________ de__________

Assinatura do participante do estudo:


___________________________________________

Assinatura do pesquisador:
___________________________________________________

Pesquisadora: Luciana Camargo de Oliveira Melo


End. Rua Paulo Fragoso Coimbra, 351 São Carlos SP CEP: 13562-340
Telefone: (16) 991156029e-mail: lucianacamargo@usp.br
Apêndices 115

APÊNDICE B – Autorização para o uso da Breastfeeding Self-EfficacyScale -


Short-Form - Versão Brasileira
Apêndices 116

APÊNDICE C – PRIMEIRO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS- DADOS DE


IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS E
OBSTÉTRICAS

Data: ____/_____/_____ Pesquisadora: Formulário nº:


Iniciais da mulher: Hygia da mulher: Dias de pós-parto:
Iniciais do filho: Hygia do filho: Telefone:
e-mail:
I. CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS
DATANASC ( ) 1. Data de nascimento da mulher: ______/______/______
IDADE ( ) 2. Idade ________anos completos
CORAUTO ( ) 3. Cor auto referida: ( ) 1 branca 2 preta 3 amarela 4 parda 5 vermelha
ESCOLAR ( ) 4. Escolaridade ( ) 1Analfabeta 2 Ensino fundamental incompleto 3
Ensino fundamental completo 4 Ensino médio incompleto 5 Ensino
médio completo 6 Ensino superior incompleto 7 Ensino superior
completo 8 Pós-graduada
RELIGIAO ( ) 5. Religião: ( ) 1 possui religião 2 crê em Deus mas sem religião 3 não
tem religião
OCUPACAO ( ) 6. Ocupação: ( ) 1 realiza trabalho remunerado no lar 2 realiza trabalho
remunerado fora do lar 3 não realiza trabalho remunerado
ESTMARIT ( ) 7. Estado marital: ( ) 1solteira 2casada 3amasiada 4divorciada/separada
MORADIA ( ) 8. Quantas pessoas moram na mesma casa?_______________
COMOD ( ) 9. Quantos cômodos tem na sua casa?___________________
RENDA ( ) 10. Renda familiar em reais: _______________( ) 1prefiro não
responder
AJUDA ( ) 11. Alguém te ajuda com os cuidados do bebê? ( ) 1 sim 2 não
AJUDQUEM ( )
12. Se sim, quem? ( ) 1 marido/companheiro 2 mãe 3 sogra 4
outro familiar 5 amiga 6 outro___________ 999 não se aplica (não tem
ajuda)
II. CARACTERÍSTICAS OBSTÉTRICAS
NUMGESTA ( ) 13. Número de gestações: ( )
NUMPARTO ( ) 14. Número de partos: ( )
NUMABORT ( ) 15. Número de abortos: ( ) 999 não se aplica (não teve)
NUMFILH ( ) 16. Número de filhos vivos: ( )
GESTPLAN ( ) 17. A última gestação foi planejada? ( ) 1 sim, 2 não
DATAPART ( ) 18. Data do parto: _____/_____/_____
TIPOPART ( ) 19. Tipo de parto atual: ( ) 1 normal 2 cesárea 3 fórceps
INTPART ( ) 20. Intercorrências no parto: ( ) 1 sim 2 não
INTPARTQ ( ) 21. Intercorrências no parto: Se sim, qual? ___________________
Apêndices 117

INTPOSP ( ) 22. Intercorrências no pós-parto: ( ) 1 sim 2 não


INTPOSPQ ( ) 23. Intercorrências no pós-parto: Se sim, qual? _________________
SEXOCRIA ( ) 21. Sexo do recém-nascido: ( ) 1.feminino 2.masculino
PESONASC ( ) 22. Peso do recém-nascido no nascimento: ___________ (em gramas)
AMPRIHR ( ) 23. Realizou amamentação na 1ª hora pós-parto: ( ) 1sim 2não 3não
sabe
Anexos 118

Anexos
Anexos 119

ANEXOS

ANEXO A–SEGUNDO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS EDINBURGH


POSTNATAL DEPRESSION SCALE (EPDS) - VERSÃO EM PORTUGUÊS

Marque com um X a resposta que melhor reflete como você tem se sentido nos
últimos sete dias:

1. Eu tenho sido capaz de rir e achar graça das coisas


( ) Como eu sempre fiz
( ) Não tanto quanto antes
( ) Sem dúvida, menos que antes
( ) De jeito nenhum

2. Eu tenho pensado no futuro com alegria


( ) Sim, como de costume
( ) Um pouco menos que de costume
( ) Muito menos que de costume
( ) Praticamente não

3. Eu tenho me culpado sem razão quando as coisas dão errado


( ) Não, de jeito nenhum
( ) Raramente
( ) Sim, às vezes
( ) Sim, muito freqüentemente

4. Eu tenho ficado ansiosa ou preocupada sem uma boa razão


( ) Sim, muito seguido
( ) Sim, às vezes
( ) De vez em quando
( ) Não, de jeito nenhum
Anexos 120

5. Eu tenho me sentido assustada ou em pânico sem um bom motivo


( ) Sim, muito seguido
( ) Sim, às vezes
( ) Raramente
( ) Não, de jeito nenhum

6. Eu tenho me sentido sobrecarregada pelas tarefas e acontecimentos do meu dia a


dia
( ) Sim. Na maioria das vezes eu não consigo lidar bem com eles
( ) Sim. Algumas vezes não consigo lidar bem como antes
( ) Não. Na maioria das vezes consigo lidar bem com eles
( ) Não. Eu consigo lidar com eles tão bem quanto antes

7. Eu tenho me sentido tão infeliz que eu tenho tido dificuldade de dormir


( ) Sim, na maioria das vezes
( ) Sim, algumas vezes
( ) Raramente
( ) Não, nenhuma vez

8. Eu tenho me sentido triste ou muito mal


( ) Sim, na maioria das vezes
( ) Sim, muitas vezes
( ) Raramente
( ) Não, de jeito nenhum

9. Eu tenho me sentido tão triste que tenho chorado


( ) Sim, a maior parte do tempo
( ) Sim, muitas vezes
( ) Só de vez em quando
( ) Não, nunca
Anexos 121

10. Eu tenho pensado em fazer alguma coisa contra mim mesma.


( ) Sim, muitas vezes
( ) Às vezes
( ) Raramente
( ) Nunca
Anexos 122

ANEXO B – TERCEIRO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS- INVENTÁRIO


ANSIEDADE TRAÇO-ESTADO - IDATE

PARTE I – IDATE ESTADO

Leia cada pergunta e faça um círculo ao redor do número à direita da afirmação que
melhor indicar como você se sente agora, neste momento. Não gaste muito tempo
numa única afirmação, mas tente dar uma resposta que mais se aproxime de como
você se sente neste momento.

AVALIAÇÃO
Muitíssimo-------4
Um pouco-------2
Bastante----------3
Absolutamente não----1

1 Sinto-me calmo 1 2 3 4
2 Sinto-me seguro 1 2 3 4
3 Estou tenso 1 2 3 4
4 Estou arrependido 1 2 3 4
5 Sinto-me à vontade 1 2 3 4
6 Sinto-me perturbado 1 2 3 4
7 Estou preocupado com possíveis infortúnios 1 2 3 4
8 Sinto-me descansado 1 2 3 4
9 Sinto-me ansioso 1 2 3 4
10 Sinto-me “em casa” 1 2 3 4
11 Sinto-me confiante 1 2 3 4
12 Sinto-me nervoso 1 2 3 4
13 Estou agitado 1 2 3 4
14 Sinto-me uma pilha de nervos 1 2 3 4
15 Estou descontraído 1 2 3 4
16 Sinto-me satisfeito 1 2 3 4
Anexos 123

17 Estou preocupado 1 2 3 4
18 Sinto-me confuso 1 2 3 4
19 Sinto-me alegre 1 2 3 4
20 Sinto-me bem 1 2 3 4
Anexos 124

PARTE II – IDATE TRAÇO

Leia cada pergunta e faça um círculo em redor do número à direita que melhor
indicar como você geralmente se sente. Não gaste muito tempo numa única
afirmação, mas tente dar a resposta que mais se aproximar de como você se sente
geralmente.

AVALIAÇÃO
Quase sempre-------4
Frequentemente-----3
Às vezes--------------2
Quase nunca----------1

1 Sinto-me bem 1 2 3 4
2 Canso-me facilmente 1 2 3 4
3 Tenho vontade de chorar 1 2 3 4
4 Gostaria de poder ser tão feliz quanto os outros parecem ser 1 2 3 4
5 Perco oportunidades porque não consigo tomar decisões 1 2 3 4
rapidamente
6 Sinto-me descansado 1 2 3 4
7 Sou calmo, ponderado e senhor de mim mesmo 1 2 3 4
8 Sinto que as dificuldades estão se acumulando de tal forma 1 2 3 4
que não as consigo resolver
9 Preocupo-me demais com as coisas sem importância 1 2 3 4
10 Sou feliz 1 2 3 4
11 Deixo-me afetar muito pelas coisas 1 2 3 4
12 Não tenho muita confiança em mim mesmo 1 2 3 4
13 Sinto-me seguro 1 2 3 4
14 Evito ter que enfrentar crises ou problemas 1 2 3 4
15 Sinto-me deprimido 1 2 3 4
16 Estou satisfeito 1 2 3 4
Anexos 125

17 Ideias sem importância me entram na cabeça e ficam me 1 2 3 4


preocupando
18 Levo os desapontamentos tão a sério que não consigo tirá- 1 2 3 4
los da cabeça
19 Sou uma pessoa estável 1 2 3 4
20 Fico tenso e perturbado quando penso em meus problemas 1 2 3 4
do momento
Anexos 126

ANEXO C – QUARTO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS-


BREASTFEEDING SELF-EFFICACY SCALE – SHORT-FORM VERSÃO
BRASILEIRA
Anexos 127

ANEXO D – OFÍCIO DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE


PESQUISA - CAPP
Anexos 128

ANEXO E – APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA DA ESCOLA DE


ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO – USP
129

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