Sandra Desouza Pereira
Sandra Desouza Pereira
Sandra Desouza Pereira
RIBEIRÃO PRETO
2017
SANDRA DE SOUZA PEREIRA
Ribeirão Preto
2017
PEREIRA, Sandra de Souza
Aprovado em: / /
Comissão Julgadora
À amiga,
Profa. Dra. Lucilene Cardoso,
minha orientadora, agradeço tanto a confiança e
oportunidade de trabalharmos juntas, como também
a amizade que construímos.
Sou muito grata por tudo.
Você é minha referência de profissional!
AGRADECIMENTOS
À secretária Adriana Borela e demais secretárias da Pós-Graduação pelo auxílio sempre que
solicitado.
Aos profissionais de saúde dos serviços de urgência e emergência de Ribeirão Preto, por
acreditarem no meu estudo e aceitarem participar da pesquisa.
Ao estatístico Jonas Bodini Alonso, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, por seu
auxílio nas análises.
À Profa. Dra. Sara Unda Rojas por me receber para o intercâmbio e por seu apoio nas
discussões dos resultados e sugestões para a reelaboração da tese.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 23
1.1 Apresentação ...................................................................................................... 23
1.2 Referencial teórico ............................................................................................ 24
1.2.1 Síndrome de Burnout ................................................................................... 24
1.2.1.1. Um panorama sobre a Síndrome de Burnout nas últimas décadas .................... 24
1.2.1.2 Modelos teóricos de desenvolvimento do Burnout ........................................ 29
1.2.1.3 Modelos teóricos para compreensão do Burnout ........................................... 30
1.2.1.4 Fatores relacionados ao Burnout ................................................................. 32
1.2.1.4.1 Variáveis individuais .............................................................................. 32
1.2.1.4.2 Variáveis laborais .................................................................................... 34
1.2.1.4.3 Consequências ........................................................................................ 37
1.2.2 Teoria Sociocognitiva do Eu ......................................................................... 38
1.2.2.1 Relação entre síndrome de Burnout e autoeficácia ......................................... 41
1.3 Justificativa ......................................................................................................... 45
1.4 Hipóteses ........................................................................................................... 47
2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 49
2.1 Objetivo geral ........................................................................................................... 49
2.2 Objetivos específicos ............................................................................................... 49
3 MÉTODOS ................................................................................................................. 52
3.1 Delineamento da pesquisa ..................................................................................... 52
3.2 Local de estudo ..................................................................................................... 52
3.2.1 Serviços pré-hospitalares fixos de urgência e emergência .................................. 52
3.2.2 Serviço pré-hospitalar móvel de urgência e emergência .................................... 53
3.2.3 Serviço hospitalar de urgência e emergência ................................................... 53
3.3 População ............................................................................................................. 53
3.4 Critérios de inclusão e exclusão ........................................................................... 54
3.5 Procedimento amostral ......................................................................................... 54
3.6 Proteção de participação do estudo ...................................................................... 56
3.7 Coleta de dados .................................................................................................... 56
3.7.1 Questionário sóciodemográfico, de condições de trabalho e saúde ...................... 56
3.7.2 Maslach Burnout Inventory – Human Service Survey (MBI_HSS) ……............. 57
3.7.3 Childhood Trauma Questionnaire – CTQ ………………………………............. 58
3.7.4 Inventário de Sintomas de Stress – ISS …………………………………............. 59
3.7.5 Escala de Estresse Percebido – PSS ……………………………………….......... 60
3.7.6 Psychiatric Screeming Questionnaire – SRQ20 ………………………………… 60
3.7.7 Questionário de Estilo de Vida Fantástico – FANTASTIC ............................... 61
3.7.8 Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão – HAD ....................................... 62
3.7.9 Escala de Reajustamento Social de Homes-Rahe ………………………............. 63
3.8 Procedimentos para coleta de dados ……………………………………………..... 64
3.9 Análise dos dados ................................................................................................. 65
3.9.1 Análise fatorial confirmatória ....................................................................... 66
3.9.2 Testes de associação e correlação entre Burnout e variáveis mediadoras ............. 66
4 RESULTADOS .......................................................................................................... 69
4.1 Caracterização da população do estudo ................................................................. 69
4.2 Análise fatorial confirmatória do Maslach Burnout Inventory ................................ 71
4.3 Prevalência de Burnout .......................................................................................... 76
4.4 Variáveis independentes (mediadoras) ..................................................................... 76
4.5 Associações entre Burnout e variáveis mediadoras ................................................. 78
4.6 Correlações entre Burnout e variáveis mediadoras .................................................. 80
4.7 Associações entre Exaustão Emocional e variáveis mediadoras .............................. 81
4.8 Correlações entre Exaustão Emocional e variáveis mediadoras .............................. 83
4.9 Associações entre Despersonalização e variáveis mediadoras ................................. 84
4.10 Correlações entre Despersonalização e variáveis mediadoras ............................... 85
4.11 Associações entre Realização Pessoal e variáveis mediadoras .............................. 85
4.12 Correlações entre Realização Pessoal e variáveis mediadoras .............................. 86
5 DISCUSSÕES ............................................................................................................ 89
5.1 Análise fatorial confirmatória do Maslash Burnout Inventory ................................. 89
5.2 Prevalência de Burnout ............................................................................................. 93
5.3 Burnout e variávies mediadoras ............................................................................... 95
5.4 As dimensões de Burnout (Exaustão Emocional, Despersonalização e Realização
Pessoal) e variáveis mediadoras .............................................................................. 99
5.4.1 Exaustão Emocional e variáveis mediadoras .................................................... 99
5.4.2 Despersonalização e variáveis mediadoras ...................................................... 101
5.4.3 Realização Pessoal e variáveis mediadoras ...................................................... 102
ANEXOS
A – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa da EERP ................................................. 131
B – Autorização da Secretaria Municipal de Ribeirão Preto .......................................... 132
C – Autorização da Unidade de Emergência do HCFMRP-USP ................................... 133
D – Autorização da Unidade de Pronto Atendimento ................................................... 134
E – Maslach Burnout Inventory – MBI ……………………………………………….. 135
F – Childhood Trauma Questionnaire – CTQ ……………………………………........ 136
G – Inventário de Sintomas de Estresse para Adultos – ISS .......................................... 137
H – Escala de Estresse Percebido – PSS ........................................................................ 138
I – Self Report Questionnaire – SRQ20 ………………………………………………. 139
J – Questionário Estilo de Vida Fantástico – FANTASTIC ........................................... 140
K – Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão – HAD ............................................. 141
L – Escala de Reajustamento Social ............................................................................... 142
APÊNDICES
A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ........................................................ 144
B – Questionário sociodemográfico, de condições de trabalho e saúde ......................... 146
C – Atividades desenvolvidas durante o Doutorado (janeiro de 2014 à março de
2017) ............................................................................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO
23
1 INTRODUÇÃO
1.1 Apresentação
Esta tese de doutorado aborda como tema central o Burnout em profissionais de saúde.
O Burnout é compreendido como uma síndrome composta por três dimensões, Exaustão
Emocional, Despersonalização e baixa Realização Pessoal, que pode acometer os indivíduos
que trabalham de alguma forma, em contato direto com pessoas (MASLACH & JACKSON,
1985).
Neste estudo, foi utilizado como referencial teórico o modelo para compreensão do
Burnout proposto por Cherniss (1993) e a Teoria Sociocognitiva do Eu (Bandura, 1980).
Segundo o modelo proposto por Cherniss (1993), o processo do Burnout ocorre de uma
interação entre ambiente e indivíduo. E Bandura (1980), considera que percepção e cognição
podem ser modificadas pela observação e crença de autoefícácia, o que pode influenciar
sobremaneira a vida de uma pessoa.
Deste modo, considerando a relevância do cuidado na linha de urgência e emergência
e da saúde dos trabalhadores desta área, este estudo investigou a relação entre o Burnout e as
variávies mediadoras entre os profissionais dos serviços de urgência e emergência: auxiliares
e técnicos de enfermagem, enfermeiros, médicos e radioperadores.
Considera-se este estudo uma proposta condizente com a atualidade, ainda mais se
observado que: há poucos estudos que avaliem os fatores mediadores do Burnout numa
amostra multiprofissional; não há na literatura científica estudo que englobe uma variedade de
variáveis independentes tendo o Burnout como desfecho e não há também estudos que
englobem tais variáveis seguindo o mesmo modelo de desenvolvimento para a síndrome.
Este estudo possui o objetivo principal de avaliar a prevalência do Burnout em
profissionais de saúde e verificar quais são as variáveis mediadoras (individuais e laborais)
que se comportam como protetoras ou potenciadoras no desenvolvimento da síndrome e
também com as consequências provocadas pelo Burnout ao trabalhador.
Espera-se que os resultados possam trazer contribuições significativas no sentido de
evidenciar fatores relacionados ao Burnout e as necessidades desta clientela, possibilitar a
ampliação do cuidado à saúde destes trabalhadores e contribuir para o planejamento e
24
Com o intento de apresentar o contexto atual sobre essa temática, o referencial teórico
contextualiza o fenômeno Burnout (trajetória nos últimos anos, modelos teóricos de
desenvolvimento e compreensão e fatores relacionados de acordo com a literatura), bem como
os embasamentos que sustentam a Teoria Cognitiva do Eu (conceito e a relação entre
autoeficácia e Burnout).
Nos últimos anos o processo de trabalho em saúde tem sido permeado por
transformações e situações que se tornaram precursoras de estresse, que interferem na
qualidade de vida do profissional, e resultam na qualidade do serviço prestado (BOECHAT &
FERREIRA, 2014; ANDOLHE et al, 2015). Essa relação indivíduo-trabalho tem sido
reconhecida como um fenômeno da vida moderna (MASLACH, SCHAUFELI & LEITER,
2001).
Quando o profissional não encontra recursos emocionais para lidar com os estressores
laborais presentes em seu cotidiano de trabalho, pode surgir o Burnout, que é uma resposta ao
estresse laboral crônico (MASLACH, SCHAUFELI & LEITER, 2001; GIL-MONTE &
MORENO-JIMÉNEZ, 2007; VICENTE, OLIVEIRA & MAROCO, 2013). Dados
epidemiológico acerca do Burnout refletem a gravidade do problema e seus aspectos
negativos tanto na vida profissional como na vida pessoal do indivíduo. Tal motivo explica a
quantidade de estudos que foram realizados nas últimas quatro décadas (EPP, 2012;
VARGAS et al., 2014).
25
O uso do termo Burnout para descrever esse fenômeno iniciou na década de 70 nos
Estados Unidos, e os primeiros estudos objetivaram contribuir para a descrição do fenômeno e
mostrar que ele não era uma resposta incomum. Foram escritos inicialmente por
Freudenberger (1975) e por Maslach (1976) (MASLACH, SCHAUFELI & LEITER, 2001;
GIL-MONTE & MORENO-JIMÉNEZ, 2007; PARIS & HOGE, 2010).
Nesta década surgiram diversas definições para a síndrome e também alguns de seus
sintomas. Maslach e Pines (1977) definiram Burnout como uma síndrome de esgotamento
físico e emocional que leva ao desenvolvimento de atitudes negativas, uma visão negativa
frente a si mesmo e perda de interesse pelos clientes de seus serviços (GIL-MONTE &
MORENO-JIMÉNEZ, 2007).
Edelwich e Brodsky (1980) o conceituaram como uma perda de idealismo, de energia,
de desejo por realizar seus objetivos e que surge em profissionais de ajuda sendo o resultado
das condições de trabalho do indivíduo.
Já para Pines e Kafry (1982), é um esgotamento tanto mental como também físico e
emocional, que é causado pelo estresse crônico que deriva do trabalho prolongado dirigido à
pessoas (GIL-MONTE & MORENO-JIMÉNEZ, 2007).
Na visão psicossocial, o Burnout surge no contexto laboral como resposta às fontes de
estresse crônico que está vinculado às relações interpessoais no trabalho. É considerado um
mecanismo de enfrentamento e também de autopreservação frente ao estresse que é gerado
dessa relação profissional-cliente e profissional-organização (GIL-MONTE & MORENO-
JIMÉNEZ, 2007; MASLACH; SCHAUFELI; LEITTER, 2001; HOBFOLL; SHIROM, 2001;
BIANCHI; SCHOENFELD; LAURENT, 2015).
Os estudos até então centravam-se na definição da síndrome por meio da observação
dos sintomas. Na década de 80, o foco principal foi a criação de instrumentos com a
finalidade de avaliar o Burnout de maneira mais objetiva. Os três instrumentos criados
durante essa década nos Estados Unidos que possuem boas qualidades psicométricas são:
Staff Burnout Scale for Health Professionals (JONES, 1980), Tedium Measure (PINES,
ARONSON & KAFRY,1981) e Maslach Burnout Inventory (MASLACH & JACKSON,
1981) (GIL-MONTE & MORENO-JIMÉNEZ, 2007). De acordo com a revisão realizada
apenas o MBI possui validação para o português.
O Staff Burnout Scale for Health Professionals possui 30 itens numa escala likert de
seis pontos, divididos em quatro dimensões sendo: insatisfação ou tensão laboral, tensão
psicológica e interpessoal, doença e tensão (problemas de saúde) e falta de relações
profissionais com os pacientes (deteriorização das relações). Esse instrumento possui o
26
constructo do Burnout como uma síndrome de esgotamento físico e emocional, que leva ao
desenvolvimento de atitudes negativas somadas a baixo conceito profissional, rancor, dureza e
perda de interesse por pessoas com as quais trabalha (GIL-MONTE & MORENO-JIMÉNEZ,
2007).
O Tedium Measure possui 21 itens numa escala likert de sete pontos, divididos em três
dimensões sendo: esgotamento emocional, esgotamento físico e esgotamento mental. Neste
instrumento os elementos atitudinais que regularmente são ressaltados foram exluídos e a
síndrome foi reduzida a um simples esgotamento (GIL-MONTE & MORENO-JIMÉNEZ,
2007; TAMAYO & TRÓCOLI, 2009).
Por fim, o Maslach Burnout Inventory, composto por 22 itens numa escala likert de
cinco pontos, divididos em três dimensões: Exaustão Emocional, Despersonalização e
Realização Pessoal. É o instrumento mais utilizado por diversos pesquisadores em diversos
países (GIL-MONTE & MORENO-JIMÉNEZ, 2007). Foi criada por Maslach e Jackson
(1981) e atualmente encontra-se em sua terceira edição. A escala foi traduzida e validada para
a Língua Portuguesa por Lautert (1995) entre enfermeiros hospitalares.
Neste instrumento, a dimensão Exaustão Emocional é definida como a experiência
sentida pelos profissionais de que não possuem mais recursos emocionais para lidar com a
situação laboral. Esta perda de energia e também de recursos emocionais, ocorre devido o
contato diário com pessoas as quais deve atender todos os dias (GIL-MONTE & MORENO-
JIMÉNEZ, 2007; (MASLACH; JACKSON, 1981; HEEB; HABEREY-KNUESSI, 2014;
VARGAS et al., 2014; ADRIAENSSENS, GUCHT, MAES, 2015).
A dimensão Despersonalização é definida como o desenvolvimento de atitudes frias,
sentimento negativos (cinismo) frente aos receptores do serviço. Essas pessoas passam a ser
vistas pelos profissionais de forma desumanizada devido ao endurecimento afetivo, e esse
sentimento faz com que o profissional considere que o cliente é merecedor da situação de
adoecimento a qual está passando (Gil-Monte e Moreno-Jimenez, 2007; (MASLACH;
JACKSON, 1981; HEEB; HABEREY-KNUESSI, 2014; VARGAS et al., 2014;
ADRIAENSSENS, GUCHT, MAES, 2015).
E a dimensão Realização Pessoal envolve uma avaliação negativa das realizações
pessoais no trabalho com pessoas. Os profissionais se sentem descontentes consigo mesmo e
insatisfeitos profissionalmente (GIL-MONTE e MORENO-JIMENEZ, 2007; MASLACH;
JACKSON, 1985; HEEB; HABEREY-KNUESSI, 2014; VARGAS et al., 2014;
ADRIAENSSENS, GUCHT, MAES, 2015).
27
Em 1984 Price e Murphy incluíram em seu modelo o sentimento de culpa como uma
variável chave para entender o processo de deterioramento psicológico que acomete os
profissionais com Burnout, que caminham por seis fases sintomáticas. A primeira fase é de
desorientação (sentimentos de falha profissional), a segunda fase é de instabilidade
emocional, a terceira fase inclui sentimentos de culpa devido ao fracasso profissional, a quarta
fase é de solidão e tristeza, a quinta fase é de solicitação de ajuda e a sexta fase de
restabelecimento do equilíbrio (GIL-MONTE & MORENO-JIMÉNEZ, 2007).
30
Os modelos teóricos são descritos para tentar explicar como surge a Síndrome de
Burnout, suas consequências sobre o indivíduo e também sobre a organização. Nestes
modelos são agrupadas variáveis consideradas antecedentes moduladoras e consequentes do
Burnout e, além disso, versam sobre os possíveis processos pelos quais o indivíduo passa para
desenvolver a síndrome (GIL-MONTE & MORENO-JIMÉNEZ, 2007).
Encontramos entre as variáveis pessoais: sexo, idade, tempo de trabalho, tipo de
personalidade A, locus de controle, autoeficácia, personalidade resistente, etc. Já entre as
variáveis laborais: turno de trabalho, sobrecarga, característica do trabalho, disfunção de
papéis, relações interpessoais ineficientes, características da organização, etc. (BOECHAT &
FERREIRA, 2014).
Os modelos que levam em consideração as características psicossociais são
classificados em três grupos:
31
Sexo: estudos referem que os maiores níveis de Exaustão Emocional tem sido
encontrados entre as mulheres, e os maiores níveis de Despersonalização entre
os homens. Tal achado pode estar relacionado ao fato de que as mulheres
possuem maior facilidade para esteriorizar seus sentimentos e emoções. A alta
Exaustão Emocional entre as mulheres pode ser considerada devido a dupla
jornada de trabalho (profissão e lar). Autores ainda tentam explicar esssa
relação devido as características predominantes em cada profissão
(MASLACH, SCHAUFELI & LEITER, 2001; SANTOS, NASCIMENTO
SOBRINHO & BARBOSA, 2017).
Controle: o bem-estar do indivíduo pode ser influenciado pelo quanto ele pode
controlar suas atividades e acontecimentos em seu trabalho. Evidencia-se que
quanto maior o controle, maior a satisfação, e assim, menores as chances de
Burnout (MASLACH, SCHAUFELI & LEITER, 2001; ADRIAENSSENS,
GUCHT & MAES, 2015).
1.2.1.4.3 Consequências
Alguns sintomas são evidenciados pela literatura científica como resposta ao processo
de desenvolvimento do Burnout. Esses sintomas podem ser classificados em físicos,
psíquicos, comportamentais e defensivos (MASLACH & LEITER, 1997; BENEVIDES-
PEREIRA, 2010).
A teoria social cognitiva (1980) foi elaborada por Bandura com o intuito de esclarecer
o comportamento humano (CAVALCANTI, 2009). A perspectiva sociocognitiva representa
uma interação bidirecional entre indivíduo (fatores pessoais), variáveis do meio e
comportamento. Sendo assim, o comportamento humano é o produto dessa constante
interação entre o indivíduo e o meio, assim denominado de reciprocidade triádica (AZZI &
POLYDORO, 2006; ALMEIDA et. al., 2013).
A teoria social cognitiva proposta por Bandura em 2008 descreve claramente o papel
ativo que é atribuído ao indivíduo no processo de aprendizagem e a interlocução que eles
39
Fontes Definições
1. Experiência direta - Avaliação que o indivíduo faz de alguma situação
vivenciada por si;
- O indivíduo é o sujeito do processo.
2. Experiência vicária - Interpretação feita a partir da observação do
comportamento de outra pessoa;
- Há comportamento imitativo.
3. Persuasões sociais - Análises feitas a partir da verbalização de outras pessoas
em relação ao seu comportamento;
- Comportamento influenciado por agente externo.
4. Estados somáticos e - Avaliação feita acerca dos sentimentos, emoções
emocionais vivenciados no desempenho de uma tarefa;
- Comportamento resultante da interpretação psíquica e
fisiológica.
Quadro 2 – Fontes da autoeficácia e suas definições (LIMA, 2009).
Há alguns fatores que podem interferir sobre o indivíduo, como mediadores, e atuar
como protetores ou potencializadores no processo de adoecimento pelo Burnout. Desta forma,
pode-se compreender porque alguns profissionais adoecem, enquanto outros conseguem lidar
mais facilmente com os problemas diários.
Neste ponto, é importante considerar as crenças de autoeficácia pessoal, as
experiências vivenciadas pelo indivíduo e que podem interferir em suas atitudes perante os
estressores laborais. As crenças de autoeficácia desempenham um papel fundamental na
forma de organizar, criar e lidar com as circunstâncias da vida e afeta diretamente nas
decisões individuais (BANDURA, 2005; BANDURA, 2008; FERREIRA, 2014).
A maneira como a autoeficácia pode influenciar o indivíduo nos diversos aspectos de
vida podem ser tanto positiva, quanto negativa (FERREIRA & AZZI, 2010; BARROS &
BATISTA-DOS-SANTOS, 2010). Segundo esses autores, os indivíduos com sentimento
elevado de autoeficácia concentram-se mais em suas oportunidades. Já aqueles com baixa
autoeficácia focam-se nos problemas criando em torno de si, um alto nível de ansiedade,
depressão e estresse, podendo chegar ao desencadeamento da Síndrome de Burnout.
Por estar relacionado com a forma como o indivíduo lida com as adversidades, a
crença de autoeficácia propõe um efeito protetor, uma maneira positiva de enxergar as
próprias competências diante das adversidades do dia a dia e uma motivação para enfrentar de
forma construtivas os desafios (SCHWAZER & HALLUM, 2008).
Bandura (1977) amplia sua teoria de interação entre indivíduo, ambiente e
comportamentos, abordando as relações sociais do sujeito, independente do campo
(educacional, sentimental, organizacional, saúde e tratamento). Há evidências para sustentar
que existe uma relação entre crença de autoeficácia e o grau de motivação e perseverança,
42
Segundo este modelo a autoeficácia atua nas três dimensões da síndrome, sendo mais
intensa na Realização Pessoal apresentada pelo indivíduo. Dessa forma, quanto mais baixas as
crenças de autoeficácia, mais baixa será a Realização Pessoal. Nesta perspectiva, o sentimento
de impotência e a avaliação negativa estão diretamente influenciados pelas crenças negativas
de autoeficácia (quanto menores as crenças menor desempenho laboral) (GIL-MONTE, 2005;
CARLOTTO et. al., 2015).
A teoria de Bandura pode explicar a relação entre baixa Realização Pessoal no
trabalho e a Exaustão Emocional por estabelecer que as crenças desenvolvidas pelo individuo
vão influenciar as capacidades e processos afetivos (GIL-MONTE, 2005; CARLOTTO et. al.,
2015).
Já a relação entre autoeficácia e as dimensões de baixa Realização Pessoal e
Despersonalização podem ser estabelecidas devido à percepção de baixo rendimento no
trabalho e gerar um sentimento de fracasso profissional e posteriormente frustração. Essa
44
frustração será projetada de forma agressiva e dirigida à sua fonte, ou seja, ao receptor do
serviço (GIL-MONTE, 2005).
De acordo com esse contexto, podemos observar que podem existir mediadores que
podem favorecer ou proteger ao surgimento do Burnout a partir das experiências dos sujeitos,
que construirão suas crenças de autoeficácia. Neste sentido, o modelo teórico para o
desenvolvimento do Burnout, considerando as variáveis mediadoras do processo neste estudo,
se apresenta da seguinte forma:
Cabe ressaltar que, “não é a gravidade da situação que causará efeitos deletérios, mas
o pareamento que a pessoa faz entre o peso da dificuldade de origem externa e sua capacidade
de enfrentamento” (BANDURA, 2008, p.12). Neste sentido, o modo como o trabalhador
sente, compreende e exterioriza suas percepções acerca dos estressores no trabalho, pode estar
relacionado às variáveis individuais e laborais e, assim, levar ao desenvolvimento do Burnout
e suas consequências.
45
relataram maiores queixas sobre sua saúde física ao longo dos três anos do estudo, incluindo
distúrbios do sono, dores de cabeça, infecções respiratórias e gastrointestinais.
Considerando o atual contexto do Burnout, suas consequências e compreendendo que
a partir dos estressores presente no ambiente laboral somado as variáveis individuais
(mediadoras) como coadjuvantes no processo de desenvolvimento da síndrome, a finalidade
deste estudo é testar as associações e correlações existentes entre a variável desfecho e
variáveis independentes, para assim, ampliar a compreensão da ocorrência da referida
síndrome entre os profissionais de saúde que atuam nos serviços de urgências e emergência e
identificar sua relação com as demais variáveis mediadoras (variáveis individuais e laborais) e
suas possíveis consequências para a saúde.
1.3 Hipóteses
H0: Não há relação entre Burnout e as variávies individuais e laborais entre profissionais dos
serviços de urgência e emergência.
H1: Há relação entre Burnout e as variáveis individuais e laborais entre profissionais dos
serviços de urgência e emergência.
2 OBJETIVOS
49
2 OBJETIVOS
3 MÉTODOS
Esses serviços oferecem pronto atendimento 24 horas por dia, a toda a população do
município e estão localizados geograficamente nas regiões que compõem a cidade.
Com relação aos serviços pré-hospitalares móveis de urgência e emergência foi local
de estudo o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Os profissionais de saúde
foram: enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem, técnicos
radioperadores e médicos.
Esse serviço é referência para 26 municípios, com pronto atendimento móvel 24 horas
por dia.
Com relação ao serviço Hospitalar de urgência e emergência foi local uma Unidade de
Emergência vinculada a um hospital geral, mais especificamente os setores: sala de
emergência, CIT adulto, CTI pediátrico, Bloco cirúrgico e psiquiatria. Os profissionais de
saúde foram: enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e médicos.
A Unidade de Emergência é referência para 26 municípios para casos de urgência e
emergência traumática e não traumática. Possui 180 leitos, 6 salas cirúrgicas, 18 leitos de UTI
de adulto e 8 leitos de UTI pediátrica, plantão 24 horas por dia. Atende cerca de 42 mil casos
por ano e realiza mais de 4.500 cirurgias.
3.3 População
A população deste estudo foi composta por todos os profissionais de saúde do serviço
de urgência e emergência tanto no ambiente pré-hospitalar fixo (Unidades de Pronto-
54
amostra aleatória estratificada por tipo de serviço. Após cálculo amostral, 317 participantes
foram convidados a participarem do estudo, sendo 55 profissionais do serviço móvel, 148 dos
serviços pré-hospitalares fixos e 114 do serviço hospitalar de urgência e emergência. A
amostra final foi constituída por 282 profissionais de saúde, conforme ilustra a figura que
segue.
Foi realizada pelos pesquisadores da equipe deste projeto, devidamente treinados para
tanto, de forma individual com cada participante, no próprio ambiente laboral, em local
privativo. Foram utilizados os seguintes questionários e instrumentos:
Foi o instrumento utilizado para medir o Burnout. Criado por Maslach e Jackson
(1981), é constituído por 22 itens que refletem três dimensões: Exaustão Emocional (9 itens),
Despersonalização (5 itens) e Realização Pessoal (8 itens). Para cada item o participante tem
que indicar a frequência que descreve o sentimento com relação ao trabalho que varia de 1
(nunca) até 5 (sempre), Likert de cinco pontos.
O escore do sujeito em cada uma das dimensões (Exaustão Emocional,
Despersonalização e Realização Pessoal) também é computado pelo somatório dos pontos dos
itens relativos a cada uma das dimensões. A Síndrome de Burnout é centralizada como
variável contínua, neste estudo os níveis variaram entre baixo e alto. Um nível baixo de
Burnout reproduz-se em escores baixos nas subescalas de “Exaustão Emocional” e
“Despersonalização” e escores elevados na “Realização Pessoal”. Já um nível alto traduz-se
em escores altos para as subescalas de “Exaustão Emocional” e “Despersonalização”, e
escores baixos na “Realização Pessoal”. (Maslach, Jackson, Leiter, 2010).
A escala foi traduzida e validada para a língua portuguesa por Lautert (1995) entre
enfermeiros hospitalares.
< 16 17 – 26 > 27
Exaustão Emocional
Para identificação do estresse recente. Elaborada por Lipp e validada por Lipp e
Guevara em 1994. Toma por base os princípios da teoria de Selye e avalia 47 sintomas,
alguns se repetem, sendo 34 itens de natureza somática e 19 de natureza psicológica. É
também possível identificar a fase do estresse por meio dos distintos momentos: últimas 24
horas, última semana, último mês (LIPP, 1994).
Os 53 itens que compõem a escala estão divididos em três partes que contêm sintomas
físicos e psicológicos, referente a cada fase do estresse: o quadro 1 corresponde aos sintomas
relativos à primeira fase do estresse (alerta), o quadro 2 aos sintomas da segunda e terceira
fases (resistência e quase exaustão) e o quadro 3 com sintomas da quarta fase do estresse
(exaustão).
O cálculo é feito por meio da soma dos sintomas assinalados pelo participante em cada
quadro. Para diagnosticar se o indivíduo tem estresse, a pontuação no quadro 1 deve ser igual
ou maior que seis ou, a pontuação no quadro 2 ser igual ou maior que três ou, a pontuação no
quadro 3 ser igual ou maior que oito. Caso o indivíduo tenha uma pontuação menor nos três
quadros, indica que não possui estresse e os demais cálculos não são realizados.
Para os indivíduos que estão com estresse, deve-se averiguar a fase e se os sintomas
prevalentes são físicos ou psicológicos. Para identificar a fase do estresse é necessário
verificar o maior percentual obtido de acordo com o escore correspondente em cada quadro. O
indivíduo se encontra na fase de alerta (quadro 1), se apresentar sete ou mais sintomas nas
últimas 24 horas; na fase de resistência (quadro 2), se apresentar de quatro à nove sintomas na
última semana; na fase de quase exaustão, também quadro 2, se apresentar dez ou mais
sintomas na última semana; e na fase de exaustão (quadro 3), se apresentar nove ou mais
sintomas no último mês.
Finalmente, para averiguar a prevalência dos sintomas, se físicos ou psicológicos,
basta considerar a fase em que o indivíduo se encontra e de acordo com os escores brutos
observar qual é o que corresponde ao maior percentual. Todos os quadros de escores e
percentuais encontram-se no manual do instrumento.
Em 2000 o instrumento foi padronizado por Lipp e o manual de aplicação encontra-se
em sua terceira edição (LIPP; GUEVARA, 1994; LIPP, 2000).
60
Esse instrumento visa medir o estilo de vida das pessoas. O levantamento do estilo de
vida complementa a avaliação da aptidão física relacionada à saúde e permite ter uma visão
mais completa do indivíduo. É um instrumento genérico que foi desenvolvido por Wilson e
Ciliska em 1994.
A escala possui 25 itens divididos em 9 domínios cujas letras, em inglês, formam o
acrônimo FANTASTIC:
F: Family and friends (família e amigos);
A: Activity (atividade física);
N: Nutrition (nutrição);
T: Tabacco and toxics (cigarro e adrogas);
A: Alcohol (álcool);
S: Sllep, seatbelts, stress, safe sex (sono, cinto de segurança, estresse e sexo
seguro);
T: Type of behavior (tipo de comportamento);
I: Insight (introspecção);
C: Career (trabalho, satisfação com a profissição).
O questionário é autoaplicado e considera o comportamento dos indivíduos no último
mês e cujos resultados permitem determinar a associação entre o estilo de vida e a saúde. Há
23 questões dispostas na forma de Likert de cinco pontos e duas dicotômicas.
62
Pontuação Classificação
Subescala
0-8 pontos Sem ansiedade
HAD – Ansiedade ≥9 pontos Com ansiedade
0-8 pontos Sem Depressão
HAD- Depressão ≥9 pontos Com Depressão
Quadro 6- Pontuação e classificação da Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD).
Traduzido e adaptado de Zigmond & Snaith, 1983.
realizados através dos testes Qui-Quadrado de Pearson ou do teste Exato de Fisher. O mesmo
foi realizado com as dimensões do Burnout, Exaustão Emocional (baixa e moderada ou alta);
Despersonalização (baixa e moderada ou alta); Realização Pessoal (baixa e moderada e alta)
quando usadas como variável dependente nas regressões.
As variáveis independentes do estudo são: Sintoma de Estresse (classifica quanto ao
estresse em sim ou não), Fase de Estresse (Nenhuma, Alerta, Resistência, Quase-Exaustão e
Exaustão) e Sintomas de Estresse (Nenhum, Físico, Psicológico e Ambos); Transtorno Mental
Comum (classificado em sim ou não); Estilo de Vida (classificado em Precisa
Melhorar/Regular, Bom, Muito Bom e Excelente); Estresse Precoce (classificado em sim ou
não); Ansiedade (Sim ou Nao); Depressão (Sim ou Não); Estresse Percebido (quanto maior o
escore maior a percepção do Estresse) e Reajustamento Social (classifica a chance de
adoecimento em Pequena, Média ou Grande).
Também foram consideradas como variáveis independentes as variáveis: Classe do
Serviço (Móvel, Pré-Hospitalar ou Hospitalar), Sexo (Masculino ou Feminino), Escolaridade
de Ensino Superior (Sim ou Não), Situação Conjugal (com ou sem companheiro), Religião
(Sim ou Não), Fuma (Sim ou Não), Mora com (Família/Amigos ou Sozinho) Cargo Exercido
(Médico, Enfermeiro, Técnico de Enfermagem, Auxiliar de Enfermagem, Radio Operador),
Problema de Saúde (sim ou não), Uso de Medicamento Psicofármaco (sim ou não), Pratica de
Atividade Física (sim ou não), Afastamento de Trabalho (sim ou não), Filhos (Sim ou Não) e
Vínculos de trabalho múltiplos (Sim ou Não).
A análise de regressão foi dividida em 2 etapas. Na primeira etapa foram inseridas no
modelo as variáveis sóciodemográficas. A seleção desta etapa foi realizada através do
procedimento “stepwise” pelo método “Forward”, utilizando como critério de escolha das
variáveis a estatística de Wald. Na segunda etapa consiste em adicionar as variáveis
relacionadas das Escalas ao modelo ajustado na primeira etapa. A partir do modelo final
obtido foram calculados a razão de Odds correspondentes do modelo junto com um Intervalo
de Confiança de 95%. Para as análises foi utilizado o programa SPSS versão 22. O nível de
significância adotado em todas as análises foi de 5% (alfa = 0.05).
4 RESULTADOS
69
4 RESULTADOS
Masculino 59 (20,9)
Gênero Feminino 223 (79.1) ---
Sozinho 46 (16,3)
Com quem vive? Família/Amigos 236 (83.7) ---
Tabela 2 – Características de formação e trabalho dos profissionais de saúde que atuam nos
serviços de urgência e emergência. Ribeirão Preto, Brasil, 2016.
Quanto à saúde, 55% referiram não praticar nenhuma atividade física atualmente e
41,1% mencionaram ter algum problema de saúde. Em relação ao uso de psicofármacos,
somente 13,8% fazem uso, porém, quanto ao uso de anti-inflamatórios, 58,2% fizeram
considerando os últimos três meses. Já com relação à ingestão de psicoestimulantes (como o
café) 49,3% fazem uso diariamente e 8,2% fazem uso de cigarro conforme detalhado na
tabela 3 que segue.
71
Tabela 3 – Características de saúde dos profissionais de saúde que atuam nos serviços de
urgência e emergência. Ribeirão Preto, Brasil, 2016.
Variáveis Categorias N(%) Média+Sd
of it index; TLI = Indice de Tucker Lewis; RMSEA = Root mean square error of aproximation; AIC = Akaike
information criterion; BIC = Bayes information criterion; BCC = Browne-Cudeck Criterion.
dimensão Realização Pessoal e o item 16 da dimensão Exaustão Emocional devido aos seus
índices de modificação sugerirem tal correção.
No modelo 2, após a eliminação dos itens 12 e 16, obteve-se um qualidade de ajuste
mais satisfatória, conforme os valores obtidos nos índices x2/gl = 1,87; CFI = 0,91; GFI =
0,89; TLI = 0,89; RMSEA = 0,06. Porém, observou-se que o item 9 da dimensão Realização
Pessoal e o item 15 da dimensão Despersonalização ainda apresentavam pesos fatoriais
abaixo do considerado adequado (≥0,40) e precisaram ser removidos do modelo.
Com a eliminação dos itens 9 e 15, obteve-se o Modelo 3 que apresentou índices x2/gl
= 1,84; CFI = 0,93; GFI = 0,90; TLI = 0,91; RMSEA = 0,06, considerados os melhores em
relação aos três modelos, o qual chegou-se ao modelo hierárquico de segunda ordem com as
modificações mencionadas (Modelo 4), que apresentou ajustamento adequado aos dados e
pode ser considerado o melhor e mais parcimonioso modelo testado de acordo com os índices
da teoria da informação (AIC=320,73; BIC=459,44; BCC=326,93).
A consistência interna das três dimensões do MBI-HSS foram recalculadas
considerando-se a exclusão dos itens e foram consideradas adequadas de acordo com a
literatura (Exaustão Emocional: =0,88; Despersonalização: =0,66; Realização Pessoal: =
0,67). O Modelo 4 está apresentado na Figura 1 que segue.
75
O Burnout foi identificado em 13,2% da amostra, sendo que 30,5% apresentaram alto
nível de Exaustão Emocional, 25,2% alto nível de Despersonalização e 61,3% baixa
Realização Pessoal.
Dimensão Escore Médio (SD) Nível baixo Nível moderado Nível alto
Exaustão Emocional 23,8 (6,3) 11,70% 57,80% 30,50%
Despersonalização 10,2 (3,3) 13,50% 61,30% 25,20%
Realização Pessoal 30,1 (4,0) 61,30% 37,60% 1,10%
Sd = Desvio padrão; N = 282.
Tabela 7 – Classificação dos profissionais de saúde que atuam nos serviços de urgência e
emergância conforme o tipo de estresse precoce. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, 2016.
Neste estudo, 53,5% dos participantes não apresentaram sintomas de estresse. Entre os
46,5% que apresentaram, 1,8% se encontram na fase de alerta, 38,3% na fase de resistência e
6,4% na fase de quase exaustão. Nenhum participante pontuou na fase de exaustão. Ainda
entre os participantes com sintomas de estresse, 13,1% apresentaram sintomas físicos, 29,8%
psicológicos e 3,5% ambos os sintomas. Apenas 9,3% dos participantes percebiam o estresse
vivenciado no contexto do trabalho.
Conforme a tabela 8, a grande maioria dos participantes apresentaram um estilo de
vida considerado bom, muito bom e excelente. Apenas 11,3% dos participantes apresentaram
um estilo de vida regular.
Tabela 8 – Categorização dos profissionais de saúde que atuam nos serviços de urgência e
emergência conforme a variável estilo de vida. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, 2016.
Estilo de Vida Freq (%)
Regular 32 (11,3)
Bom 109 (38,7)
Muito bom 120 (42,6)
Excelente 21 (7,4)
N = 282.
Tabela 9 – Categorização dos profissionais de saúde que atuam nos serviços de urgência e
emergência conforme as chances de adoecer. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, 2016.
Nas correlações obtidas pelas análises de regressão evidenciaram que possuir curso
superior (p=0,046; OR: 1,918) pode representar quase duas vezes mais chances de
desenvolver Exaustão Emocional quando comparado com os profissionais que não possuem
curso superior.
Os sujeitos que fazem uso de psicofármacos (p=0,028; OR: 2,192) representam duas
vezes mais chances de estarem com Exaustão Emocional que os profissionais que não fazem
uso de psicofármacos. E, ter tido afastamento do trabalho no último ano (p=0,036; OR: 2,017)
representa duas vezes mais chances de estarem com Exaustão Emocional.
Foi possível verificar também que os profissionais que apresentaram transtornos
mentais comuns (p=0,003; OR: 3,357) apresentam 3,3 mais chances de estarem também com
alta Exaustão Emocional quando comparados aos profissionais que não apresentaram TMC.
Ter chances razoáveis de adoecer (p=0,016; OR: 0,349) representa um fator protetor ao
desenvolvimento de Exaustão Emocional quando comparado com aqueles profissionais que
apresentam fortes chances de adoecer, conforme descreve-se na tabela 13 a seguir.
É possível verificar também que ter uma percepção do estresse (p<0,000; OR: 0,916)
torna-se um fator protetor ao desenvolvimento de baixa Realização Pessoal e, entre os
profissionais que apresentaram ansiedade (p=0,036; OR: 2,318) há duas vezes mais chances
de estarem com baixa Realização Pessoal quando comparado com aqueles profissionais que
não apresentaram sintomas de ansiedade, conforme descrito na tabela 17.
5 DISCUSSÕES
Neste estudo a estrutural fatorial encontrada manteve como na versão original, uma
estrutura trifatorial composta pelas três dimensões confirmando o apoio empírico estrutural
trifatorial do MBI (ALUJA, BLANCH e GARCIA, 2005; MANSO-PINTO, 2006; LARA et.
al., 2008; OLIVARES-FAÚNDEZ, 2009; VICENTE, OLIVEIRA e MAROCO, 2013;
FAÚNDEZ et. al., 2014).
Apesar do MBI-HSS possuir boa consistência interna em diversas populações é
necessário confirmar se a escala apresenta consistência interna na amostra em estudo. Nesta
amostra, considerando-se o instrumento completo, foi adequada para os fatores Exaustão
Emocional (=0,88) e Realização Pessoal (=0,69), estando abaixo do adequado para o fator
Despersonalização (=0,59). Resultados semelhantes foram encontrados em outros estudos
desenvolvidos em outros países, intuindo que a escala apresenta certa validez transcultural
superando as deficiências observadas nas adaptações em relação à linguagem. (GIL-MONTE
e PEIRÓ, 1999; BUZZETTI-BRAVO, 2005; LARA et. al., 2008; OLIVARES-FAÚNDEZ,
2009; AGUAYO et. al., 2011; CHAO et. al., 2011; VICENTE, OLIVEIRA e MAROCO,
2013; FAÚNDEZ et. al., 2014).
Devido à complexidade e subjetividade presentes nos instrumentos psicométricos,
destaca-se a relevância de se medir a consistência interna de uma escala, para uma
90
pode ser corroborado por outros estudos (OLIVARES-FAÚNDEZ, 2009; FAÚNDEZ et. al.,
2014).
Considerando as cargas fatoriais dos itens que compõem a escala MBI-HSS, é possível
verificar algumas debilidades em outros estudos que podem estar relacionados às
características amostrais, ao desenho da escala ou aos fatores culturais (GIL-MONTE, UNDA
ROJAS & SANDOVAL, 2009; FAÚNDEZ et. al., 2014). Observou-se neste estudo, que o
tamanho amostral foi adequado para a realização da AFC, porém, não foi possível
homogeneizar a amostra.
Apesar do ajustamento satisfatório dos três modelos testados para o MBI-HSS, o
Modelo 3 pode ser considerado o mais parcimonioso e foi o modelo de escolha para a
continuação do processo de validação da estrutura fatorial do MBI-HSS na amostra. Optou-se
pela sua reespecificação considerando-se as correlações entre erros detectadas pelos índices
de Modificação e quatro itens apresentaram peso fatorial abaixo do considerado adequado e
assim, foram removidos do modelo.
É comum haver problemas de validez e confiabilidade nos instrumentos elaborados
em outros idiomas devido aos problemas de linguagem e tradução, diferenças culturais em
relação ao construto que está sendo avaliado, problemas no desenho do instrumento (quando
este não mede o que pretende medir) ou porque a teoria que sustenta o instrumento não é
universal.
Neste estudo, os itens removidos foram: 16 do fator Exaustão Emocional, 9 e 12 do
fator Realização Pessoal e o item 15 do fator Despersonalização, por apresentarem peso
fatorial abaixo do considerado adequado. Os itens 12 e 16 que foram excluídos neste estudo
vão de encontro a outros estudos por apresentarem problemas fatoriais. Alguns autores
recomendam a exclusão destes itens tendo por base as reflexões teóricas sobre a importância
desses itens para a definição do constructo (MAROCO et. al., 2008; CÓRDOBA et. al., 2011;
WILKE, ROMÁN & FAÚNDEZ, 2011; VICENTE, OLIVEIRA e MAROCO, 2013).
Comparando estes resultados com a literatura internacional observa-se que, os itens 12
e 16 estão presentes em inúmeros estudos realizados com diversos tipos de população
(profissionais portugueses que trabalham na área de intervenção social, profissionais
espanhóis de múltiplas áreas de atuação, trabalhadores chilenos da área de serviços humanos,
etc). Os próprios autores Maslach e Leiter (1997) sugeriram não considerar os itens 12 e 16
nos estudos fatoriais confirmatórios (GIL-MONTE e PEIRÓ, 1999; DENSTEN, 2001).
Já os itens 9 e 15 foram excluídos deste estudo por comportarem de maneira indevida
(ambiguidade) e por pontuarem baixo peso fatorial. Este achado não foi encontrado em outros
92
estudos nacionais ou internacionais, porém, não há um consenso em relação aos itens que são
incluídos ou excluídos da escala.
A literatura aponta ainda outros itens a serem excluídos devido ambiguidade fatorial
em mais de uma dimensão, como é o caso dos itens 2, 6, 12, 16 e 20, que apresentam mais
problemas nesta ordem em outros estudos, conforme adverte Gil-Monte (2005).
Em estudo conduzido por Vicente, Oliveira e Maroco (2013) foram eliminados os
itens 5, 6, 7, e 22. Faúndez e colaboradores (2014), sem seu estudo com profissionais de
diferentes serviços, excluíram os itens 12, 13, 14, 20 e 21 por apresentarem um
comportamento inadequado na matriz fatorial. Estudo realizado por Manso-Pinto (2006), com
uma amostra de assistentes sociais, concluíram que os itens 14, 16 e 20 apresentaram uma
valor inapropriado de comportamento fatorial. Buzzetti-Bravo (2005) evidenciou em seu
estudo com uma amostra de professores que o item 21 deveria ser eliminado da escala.
Olivares-Faúndez (2009) evidenciou em seu estudo com amostra multiprofissional que o item
12 apresentava comportamento fatorial inadequado. O mesmo ocorreu no estudo de Barría
(2002), com uma amostra de assistentes sociais, por comportamento inadequado na matriz
fatorial, eliminou os itens 12 e 18 da escala.
Schaufeli e Van Dierendonck (1993) excluíram os itens 12, 13, 16 e 18, evidenciando
uma escala composta por 18 itens. Já Densten (2001) demonstrou um modelo de cinco fatores
e excluiu 3 itens da escala, 12, 13 e 14. Em três estudos sucessivos realizados por Byrne
(1991 e 1994), comprovou que os itens 12, 16 e 20 não se ajustavam de forma adequada a
matriz fatorial. Samaranayake e Seneviratne (2012) em seu modelo trifatorial, identificaram
que os itens 4 e 13 possuíam baixa pontuação psicométrica. Em um estudo de meta-análise
com uma amostra de 45 pesquisas, realizado por Workey e colaboradores (2008), foi possível
identificar os itens com maiores problemas, seja de carga fatorial saturada ou de baixo peso
fatorial, sendo os itens 1, 2, 7, 12, 13, 14, 16, 18 e 20.
Essa discrepância que é encontrada nos estudos de adaptação do MBI para outros
idiomas, segundo Kristensen e colaboradores (2005) pode dever-se mais a questões de gênero,
cultura e contexto socioeconômico que de questões técnicas e fiáveis de tradução. Já Wilke e
colaboradores (2012) argumentam que essas debilidades fatoriais de alguns itens do MBI
podem estar relacionadas às características da amostra e não pelo desenho do instrumento ou
por fatores culturais.
Neste estudo alguns itens apresentaram cargas fatoriais mais baixas do esperado.
Espera-se que esse achado possa ser explicado pelas características da amostra, considerando
que não foi possível sua homogeneização. Apesar da eliminação de quatro itens da escala
93
Exaustão Emocional. Com alta Despersonalização o profissional torna-se mais duro, trata as
pessoas de forma desumanizada, como objetos, enrijecendo-se emocionalmente (SOUSA et.
al., 2016).
E, baixa Realização Pessoal, também pode ser confirmada em outros estudos (MATA
el. al., 2016; SILVA et al, 2015c; SILVA et. al., 2015; SILVA et. al., 2015d; MERCES et. al.,
2016; NAVARRO-GONZÁLEZ, AYECHU-DIAZ & HUARTE-LABIANO, 2015;
OLIVEIRA & ARAÚJO, 2016). Realização Pessoal é a dimensão da autoavaliação,
componente essencial, é o resultado do sentimento de redução da autoeficácia, carência de
recursos no trabalho, apoio social e oportunidades para o desenvolvimento profissional. O
profissional sente-se desmotivado, não exercem influência positiva nem tratam os problemas
com eficácia (SOUSA et. al., 2016).
Ressalta-se que as crenças de autoeficácia desempenham um papel fundamental na
forma de lidar com as circunstâncias da vida e afeta diretamente nas decisões individuais.
Observa-se que a falta de realização pessoal está relacionada à crença de baixa autoeficácia, e
pode também propiciar a autodepreciação, sentimentos de fracasso e levar ao Burnout.
Neste estudo foi possível evidenciar correlações entre a dimensão Exaustão Emocional
e as seguintes variáveis: escolaridade, uso de psicofármacos, afastamento do trabalho no
último ano, transtornos mentais comuns e reajustamento social.
Observa-se que, reações emocionais negativas frente ao trabalho podem levar os
profissionais a mostrarem-se mais vulneráveis a sentirem-se esgotados, tanto fisicamente
quanto mentalmente (FERREIRA et. al., 2007).
Esse pressuposto pode explicar os resultados encontrados neste estudo, em que
profissionais que fazem uso de psicofármacos, que tiveram afastamento do trabalho no último
ano, que apresentaram transtornos mentais comuns e fortes chances de adoecer mostraram
alto nível de Exaustão Emocional.
Importante ressaltar que os sintomas de fadiga, raiva, atitudes negativas frente ao
trabalho não são somente provocados pelo desgaste físico e emocional oriundo da Exaustão
Emocional, mas também do ambiente organizacional (FRANÇA et. al., 2012).
Profissionais mais capacitados academicamente possuem mais chances de
apresentaram alta Exaustão Emocional. Provavelmente se deve al fato de que, quanto maior
capacitação, maior a cobrança. Outro fator identificado é que muitos profissionais
inicialmente apresentaram forte comprometimento e motivação, e no decorrer do processo de
trabalho, das interações interpessoais, a sobrecarga emocional é intensificada de tal maneira
que a tendência é de diminuir o nível de comprometimento devido ao desgaste físico e
emocional (CHERNISS, 1980; MONTEIRO et. al., 2016).
Evidenciou-se a correlação entre Exaustão Emocional e uso de psicofármaco que,
possivelmente, pode ser explicado pelo motivo do profissional buscar no medicamento um
alívio para seus problemas e, como os fatores estressantes no trabalho continuarão presentes, é
provável que o profissional faça uso irracional do psicofármaco.
Virtanen e colaboradores (2007) encontraram em seu estudo forte associação entre o
uso de psicofármaco e o estresse laboral, resultado este, que vai ao encontro da ideia de fuga
dos estressores laborais por meio da medicação.
100
profissional necessita cuidar também de si mesmo para posteriormente prestar cuidado aos
pacientes.
O profissional que possui um estilo de vida considerado regular demonstrou ter sete
vezes mais chances de estar com alta Despersonalização. A baixa remuneração e a
necessidade de complementar a renda faz com que os profissionais busquem múltiplos
empregos, comprometendo assim, as atividades de lazer e causando prejuízos para sua saúde e
qualidade de vida. Para Abreu, Gonçalvez e Simões (2014) esse fato cria um cotidiano de
desgaste físico e psicológico para os profissionais de saúde que pode interferir diretamente na
saúde desses trabalhadores.
6 CONTRIBUIÇÕES E LIMITAÇÕES
Entre as contribuições deste estudo, pode-se dizer que é um estudo inovador por não
exister nenhum outro, seja na literatura nacional como também na internacional, com as
mesmas características, um estudo multiprofissional que aborda uma diversidade de variáveis.
Assim, os resultados revelam dados relevantes dos profissionais dos serviços de urgências e
emergência no contexto do Burnout.
A validade fatorial do MBI-HSS encontrada na amostra sugere que o instrumento está
medindo o constructo que se propõe a medir. Os resultados obtidos neste estudo confirmaram
uma estrutural trifatorial conforme a escala original. Por mostrar validez fatorial e
consistência interna dentro dos valores adequados, tais resultados evidenciaram que a escala
pode ser utilizada para uma estimação global do Burnout.
O estudo foi realizado por meio de uma amostra probabilística com profissionais de
saúde dos três tipos de serviços que prestam atendimento de urgência e emergência.
Evidenciou-se que algumas variáveis atuaram como mediadoras, tanto no processo de
desencadeamento da síndrome, como também quando se focou as dimensões de maneira
isolada.
Outro fator relevante a ser mencionado é a questão de dar ao participante um feedback
do estudo. Regularmente os participantes não tomam conhecimentos dos resultados da
pesquisa e, por esse motivo, acordou-se com cada participante que ele receberia seus próprios
resultados.
106
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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AFIRMAÇÕES 1 2 3 4 5
Com que frequência sente isto? Nunca Raramente Algumas Frequentemente Sempre
vezes
1. Eu me sinto emocionalmente exausto pelo meu
trabalho.
2. Eu me sinto esgotado ao final de um dia de
trabalho.
3. Eu me sinto cansado quando me levanto de manhã
e tenho que encarar outro dia de trabalho.
4. Eu posso entender facilmente o que sentem os
meus pacientes acerca das coisas que acontecem no
dia a dia.
5. Eu sinto que eu trato alguns dos meus pacientes
como se eles fossem objetos.
6. Trabalhar o dia inteiro é realmente um grande
esforço para mim.
7. Eu trato de forma adequada os problemas dos
meus pacientes.
8. Eu me sinto esgotado com meu trabalho.
9. Eu sinto que estou influenciando positivamente a
vida de outras pessoas através do meu trabalho.
10. Eu sinto que me tornei mais insensível com as
pessoas desde que comecei este trabalho.
11. Eu sinto que este trabalho está me endurecendo
emocionalmente.
12. Eu me sinto muito cheio de energia.
13. Eu me sinto frustrado com o meu trabalho.
14. Eu sinto que estou trabalhando demais no meu
emprego.
15. Eu não me importo realmente com o que
acontece com alguns dos meus pacientes.
16. Trabalhar diretamente com pessoas me deixa
muito estressado.
17. Eu posso criar facilmente um ambiente tranquilo
com os meus pacientes.
18. Eu me sinto estimulado depois de trabalhar lado a
lado com os meus pacientes.
19. Eu tenho realizado muitas coisas importantes
neste trabalho.
20. No meu trabalho, eu me sinto como se estivesse
no final do meu limite.
21. No meu trabalho, eu lido com os problemas
emocionais com calma.
22. Eu sinto que os pacientes me culpam por alguns
dos seus problemas.
136
QUADRO 1- a)Marque com um X os sintomas que QUADRO 2- a)Marque com um X os sintomas que tem
tem experimentado nas ÚLTIMAS 24 experimentado na ÚLTIMA SEMANA.
HORAS.
01.Mãos e pés frios F1( ) 01.Problemas com a memória F2( )
02.Boca seca F1( ) 02.Mal-estar generalizado, sem causa específica F2( )
03.Nó no estômago F1( ) 03.Formigamentos das Extremidades F2( )
04.Aumento da Sudorese (muito suor) F1( ) 04.Sensação de desgaste físico constante F2( )
05.Tensão Muscular F1( ) 05.Mudança de apetite F2( )
06.Aperto da Mandíbula/Ranger dentes F1( ) 06.Aparecimento de probl. dermatológicos (pele) F2( )
07.Diarréia passageira F1( ) 07.Hipertensão arterial (pressão alta) F2( )
08.Insônia F1( ) 08.Cansaço constante F2( )
09.Taquicardia(batedeira no peito) F1( ) 09.Aparecimento de úlcera F2( )
10.Hiperventilação(respirar, rápido) F1( ) 10.Tontura/Sensação de estar flutuando F2( )
b)Marque com um X os sintomas que tem experimentado
11.Hipertensão arterial súbita e F1( )
passageira(pressão alta) na ÚLTIMA SEMANA.
11.Sensibilidade emotiva excessiva (estar muito P2( )
12.Mudança de apetite F1( )
nervoso)
b)Marque com um X os sintomas que tem 12.Dúvida quanto a si próprio P2( )
experimentado nas ÚTLIMAS 24 horas.
13.Pensar constantemente em um só assunto P2( )
13.Aumento súbito de motivação P1( )
14. Irritabilidade excessiva P2( )
14.Entusiasmo súbito P1( )
15. Diminuição da libido (sem vontade de sexo) P2( )
15.Vontade súbita de iniciar novos P1( )
projetos
QUADRO 3: a)Marque com um X os sintomas que QUADRO 3: b)Marque com um X os sintomas que tem
tem experimentado no ÚLTIMO MÊS. experimentado no ÚLTIMO MÊS.
01.Diarréia frequente F3( ) 13.Impossibilidade de Trabalhar P3( )
02. Dificuldades sexuais F3 ( ) 14.Pesadelos P3( )
03.Insônia ( dificuldade para dormir) F3 ( ) 15.Sensação de incompetência em todas as áreas P3( )
04.Náusea F3 ( ) 16.Vontade de fugir de tudo P3( )
05.Tiques F3 ( ) 17.Apatia, depressão ou raiva prolongada P3( )
06.Hipertensão arterial continuada F3 ( ) 18.Cansaço excessivo P3( )
(pressão alta)
07.Problemas dermatológicos F3 ( ) 19.Pensar/falar constantemente em um só assunto P3( )
prolongados ( problemas de pele)
08.Mudança de apetite F3 ( ) 20.Irritabilidade sem causa aparente P3( )
09.Excesso de gases F3 ( ) 21.Angústia/Ansiedade diária P3( )
10.Tontura frequente F3 ( ) 22.Hipersensiblidade emotiva P3( )
11.Úlcera F3 ( ) 23.Perda de senso de humor P3( )
12.Enfarte F3 ( )
138
Perguntas Respostas
1. Eu me sinto tenso(a) ou contraído(a):
( ) a maior parte do ( ) boa parte do ( ) de vez em quando ( ) nunca [0]
tempo [3] tempo [2] [1]
2. Eu ainda sinto que gosto das mesmas coisas de antes:
( ) sim, do mesmo jeito ( ) não tanto quanto ( ) só um pouco [2] ( ) já não consigo ter
que antes [0] antes [1] prazer em nada [3]
3. Eu sinto uma espécie de medo, como se alguma coisa ruim fosse acontecer:
( ) sim, de jeito muito ( ) sim, mas não tão ( ) um pouco, mas ( ) não sinto nada
forte [3] forte [2] isso não me preocupa disso [0]
[1]
4. Dou risada e me divirto quando vejo coisas engraçadas:
( ) do mesmo jeito que ( ) atualmente um ( ) atualmente bem ( ) não consigo mais
antes [0] pouco menos [1] menos [2] [3]
5. Estou com a cabeça cheia de preocupações:
( ) a maior parte do ( ) boa parte do ( ) de vez em quando ( ) raramente [0]
tempo [3] tempo [2] [1]
6. Eu me sinto alegre:
( ) nunca [3] ( ) poucas vezes [2] ( ) muitas vezes [1] ( ) a maior parte do
tempo [0]
7. Consigo ficar sentado à vontade e me sentir relaxado:
( ) sim, quase sempre ( ) muitas vezes [1] ( ) poucas vezes [2] ( ) nunca [3]
[0]
8. Eu estou lento(a) para pensar e fazer coisas:
( ) quase sempre [3] ( ) muitas vezes [2] ( ) poucas vezes [1] ( ) nunca [0]
9. Eu tenho uma sensação ruim de medo, como um frio na barriga ou um aperto no estômago:
( ) nunca [0] ( ) de vez em quando ( ) muitas vezes [2] ( ) quase sempre [3]
[1]
10. Eu perdi o interesse em cuidar da minha aparência:
( ) completamente [3] ( ) não estou mais me ( ) talvez não tanto ( ) me cuido do
cuidando como eu quanto antes [1] mesmo jeito que antes
deveria [2] [0]
11. Eu me sinto inquieto(a), como se eu não pudesse ficar parado(a) em lugar nenhum:
( ) sim, demais [3] ( ) bastante [2] ( ) um pouco [1] ( ) não me sinto assim
[0]
12. Fico animado(a) esperando animado(a) as coisas boas que estão por vir:
( ) do mesmo jeito que ( ) um pouco menos ( ) bem menos do ( ) quase nunca [3]
antes [0] que antes [1] que antes [2]
13. De repente, tenho a sensação de entrar em pânico:
( ) a quase todo o ( ) várias vezes [2] ( ) de vez em quando ( ) não senti isso [0]
momento [3] [1]
14. Consigo sentir prazer quando assisto a um bom programa de televisão, de rádio ou quando
leio alguma coisa:
( ) quase sempre [0] ( ) várias vezes [1] ( ) poucas vezes [2] ( ) quase nunca [3]
142
ESCLARECIMENTOS
Estamos convidando você a participar desta pesquisa que tem como objetivo avaliar a ocorrência de exaustão
emocional, despersonalização, realização pessoal e sua relação com o estresse (precoce, recente e atual); contexto social
(dados sobre idade, sexo, escolaridade, ocupação, condições de saúde e trabalho, acontecimentos marcantes e estilo de
vida) e adoecimento (ansiedade, depressão e transtornos mentais comuns). A exaustão emocional, despersonalização,
realização pessoal são situações que determinam a ocorrência da Síndrome de Burnout, que é uma doença que se
caracteriza pelo esgotamento emocional, baixa realização pessoal e pela despersonalização (marcada por sentimento de
distanciamento ou estranhamento de si próprio), influenciando as relações e comportamentos dos profissionais.
Trata-se de um estudo para entender melhor como é atuar em um serviço de emergência e compreender a
relação entre todas essas variáveis de interesse (estresse, o contexto social e o adoecimento). Com isso, pretendemos
conhecer o impacto da exaustão emocional, despersonalização e realização pessoal e sua relação com as demais variáveis
e assim colaborar para elaboração de programas de intervenção mais efetivos que visem à melhoria das condições de
trabalho do profissional, saúde do trabalhador e melhor qualidade do serviço prestado.
O tempo total necessário para a sua participação é de 60 minutos para o preenchimento dos instrumentos,
divididos em dois encontros.
No primeiro encontro de 20 minutos nós vamos aplicar um questionário com perguntas sobre idade, sexo,
escolaridade, ocupação, condições de saúde e trabalho e também vamos coletar uma pequena mecha do seu cabelo
perguntando como você cuida dele. A amostra de cabelo coletada ficará armazenada com os pesquisadores para a
realização das análises clínicas e serão utilizadas apenas para fins científicos, sendo destruídas depois de 5 anos. Neste
primeiro encontro você também receberá um envelope com alguns questionários e necessitará de outros 40 minutos para
respondê-los, fazendo isso no momento e local que desejar (desde que o faça sozinho). Estes questionários terão
perguntas sobre situações de estresse na infância e na atualidade; sobre mudanças marcantes em sua vida; adoecimento;
estilo de vida; formas de enfrentamento de problemas; sintomas de ansiedade e depressão.
No segundo encontro será recolhido o envelope com os questionários respondidos por você.
Caso aceite participar deste estudo, seu nome não será divulgado de maneira alguma e sua identidade será
mantida em sigilo. Sua participação é voluntária e não terá qualquer influência no seu serviço. Você também tem o direito
de desistir de participar em qualquer momento, sem precisar justificar sua desistência. Caso desista ou não queira
participar, isso não prejudicará você de nenhuma forma.
Você não precisará pagar nada para participar e também não vai receber dinheiro para isso. Os benefícios
previstos são diretos e indiretos. Você terá como benefício direto uma avaliação gratuita sobre ocorrência de estresse na
sua vida e indicadores de sua saúde, sendo entregue para você um resumo de sua avaliação geral, assim que analisada e
iremos auxiliar a busca de suporte profissional quando necessário. Indiretamente poderá também ser beneficiado por
avanços gerados pelos resultados do estudo para intervenções no cuidado à saúde dos profissionais.
Por outro lado, você poderá se sentir constrangido (a), triste, sensível por causa das perguntas que serão feitas a você,
por falar sobre sua vida ou durante o preenchimento dos questionários. Caso você se sinta assim ou tenha qualquer outra queixa,
estaremos à sua disposição, acolhendo sua demanda e ajudando você a buscar a melhor solução possível, inclusive a buscar
suporte profissional se necessário. Para tanto, poderá entrar em contato com os pesquisadores ou pedir mais informações
quando quiser, nosso contato está no final deste termo e disponível 24 horas a você. Você pode se recusar participar da
pesquisa ou mesmo a responder qualquer pergunta sempre que desejar.
Quando terminarmos esta pesquisa, os dados e informações obtidas nos questionários e na análise cabelo serão
utilizados apenas para fins científicos e os resultados poderão ser divulgados publicamente. Como já garantido a você, sua
participação nesta pesquisa será anônima e sua identidade não será divulgada de forma alguma.
Caso você sofra algum dano por participar desta pesquisa você tem direito a indenização, conforme as leis
vigentes no país. Caso tenha dúvida ou deseje informações você também poderá entrar em contato como o Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP), na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, pelo telefone (16) 3315-
3386, funcionamento de segunda a sexta-feira, das 08:00 as 17:00 horas. O CEP tem a finalidade traçar diretrizes para
orientar ações no campo da pesquisa, zelar pela execução das mesmas e estimular sua produção e qualidade.
Caso você tenha disponibilidade e interesse em participar como sujeito desta pesquisa, peço que, por favor,
assine este termo de consentimento junto conosco, em duas vias, sendo que uma delas é sua.
145
______________________________________________________
Assinatura do PARTICIPANTE
Pesquisadores:
18. Você tomou algum anti-inflamatório nos últimos 3 meses? (ou algum outro medicamento a base de corticóide)
1( ) Não 2( ) Sim Quantas Mg: Frequência: M ( ) T( ) N( )
ARTIGOS SUBMETIDOS:
Lucilene Cardoso; Sandra de Souza Pereira; Edilaien Gherardi-Donato; Carla Araujo
Bastos Teixeira; Colleen M. Noris; Kathy Hegadoren. Relationship betweeen the
burnout syndrome and personal and work-related characteristics of Brazilian nursing
assistants. Journal of Occupational Health. Submetido em junho de 2016.