Introducao e Historia Da Psicanalise 30h
Introducao e Historia Da Psicanalise 30h
Introducao e Historia Da Psicanalise 30h
(...) Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais: somos também o
que lembramos e aquilo de que nos esquecemos; somos as palavras que
trocamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos 'sem
querer'. Sigmund Freud
São Paulo
Sobre a Disciplina:
Docentes:
Prof. Ms. Alessandro Euzébio
Prof. Ms. Antônio Teixeira de Carvalho Filho
1. O surgimento da Psicanálise
No desdobrar ao final do século XIX e início do Século XX , Freud, então um jovem médico
neurologista, em Viena, incomodado com a pouca concretude cientifica das propostas
terapêuticas oferecidas pela ciência médica para os quadros de histeria que se
avolumavam na unidade hospitalar em que trabalhava, ao ter contato com inovadoras
propostas de entendimento e tratamento para essa doença - muito especialmente
pesquisas e propostas terapêuticas desenvolvidas por Charcot e Breuer -, entusiasmado
pelos iniciais resultados por eles alcançados, decidiu-se por buscar respostas para além
dos paradigmas limitantes do racionalismo e da exacerbada biologização das doenças,
alcançando como inicial referência a existência do inconsciente - um revolucionário
conceito que, através de estudos posteriores, se ampliou, adquirindo uma original e
inovadora concepção, servindo ele, o
inconsciente, como fundamento para
criação, por Freud, da Psicanálise.
1
MAURANO, D. Para que serve a psicanálise? (Organizadora da coleção Nina Saroldi). 3.ed. Rio de Janeiro:
Jorge Zahar Ed., 2010.
Freud foi a de tratar o sintoma não como um defeito ou degeneração, mas como uma via
de expressão do sujeito”.
2
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. 5.ª Ed. São Paulo: Cultix, 1992.
In: CORDEIRO, E. F. O inconsciente em Sigmund Freud. Disponível em < https://www.psicologia.pt/
artigos/ver_artigo.php?codigo=A0745>. Acesso em: 10/04/2020.
2. Trajetória da Psicanálise como área livre e científica
A Psicanálise como vimos é uma disciplina ou área científica instituída por Sigmund Freud
há cerca de mais de cento e vinte cinco anos. Designa-se teoria psicanalítica a todo um
corpo de hipóteses que dizem respeito ao funcionamento e ao desenvolvimento da
mente do Homem. Tem em sua base uma parte da psicologia geral e compreende aquelas
que são consideradas as mais importantes contribuições para à psicologia humana e da
medicina.
Os primeiros medicamentos para estas doenças datam do século XX, sendo estes à base
de poções poliburmadas (burmetos) que pretendiam acalmar o sujeito. Na década de 50,
descobriu-se um medicamento que baixava a tensão arterial, o que se pensava também
que acalmava o indivíduo. Depois seguiram-se os antidepressivos (caso do LSD e do
Prozac) que, embora fossem extremamente fortes, não ajudam em nada os pacientes.
No final do século XIX, Sigmund Freud revogou que as neuroses se dão ao nível de todo
o corpo, não obstante as influências do meio também terem alguma importância. Freud
introduz a noção de inconsciente, afirmando que a maior parte das nossas ações vêm daí.
Esta ideia valeu ao psicanalista a rejeição por parte da sociedade médica da altura.
3. Psicanálise e a (Psico)Terapia
Ainda hoje encontro inúmeras pessoas que estão muito confusas quanto à definição e o
objetivo da Terapia, da Psicanálise ou da Psicoterapia. Muitas frustram-se ao escolher um
tratamento e esperar o resultado de outro (que não vai chegar).
O termo Terapia (do grego therapeía) quer dizer, de forma muito ampla, tratamento ou
cura de doenças. Essa palavra é utilizada por uma gama muito grande de profissionais da
saúde (das mais variadas formações) e serve como “um grande guarda-chuva” para
divulgar qualquer forma de intervenção que busque a promoção da saúde (ex.:
Acupuntura, Psicologia, Psicanálise, Biofeedback, Shiastu, Reiki, Psicoterapia, Hipnose,
etc.).
A psicoterapia é um termo genérico para falar das Terapias que atuam sobre o
funcionamento psíquico/psicológico. Existem vários tipos de Psicoterapias (Psicanálise,
Humanista, Cognitiva, Comportamental, Corporal, Transpessoal, etc.) que se diferenciam
dependendo do tipo de entendimento das origens, manutenção, evolução e tratamento
dos sinais e sintomas.
A psicanálise como já vimos é uma área focada no tratamento psíquico criado em 1896
pelo austríaco Sigmund Freud. A Psicanálise é um método de intervenção clínica para
quadros de neurose e de psicose que usa a investigação dos processos psicológicos
através da “atenção flutuante” do psicanalista que irá analisar e interpretar a “livre
associação” (falar tudo que vem a mente, mesmo que considere sem importância) do
“analisando” (paciente). A psicanálise, de modo geral, tende a ser um tratamento de
longo prazo.
Agora, somente como exemplo vamos usar neste caso os métodos psicoterápicos dos
quais falei: Sugestão: tenta-se persuadir o paciente de que ele é mais importante do que
pensa e que não precisa ter medo de ninguém. Podemos ainda hipnotizá-lo, tentando
fazer desaparecer a inibição e a vergonha que sente dos colegas e superiores. Também
na hipnose podemos recuperar situações onde sua agressividade e iniciativa foram
esmagadas pelo pai - hipnoterapia baseada na catarse. Podemos orientá-lo, apoiá-lo,
encorajá-lo em relação a seus problemas - seria educação e suporte. Podemos dizer-lhe
que tem medo dos superiores, medo de competir com os colegas, porque teve medo do
pai. Isto não é ainda uma interpretação no sentido psicanalítico, mas um mero
esclarecimento intelectual de pouco valor.
3.1. O que acontece na psicanálise?
Chegamos agora a mais uma diferença fundamental que existe entre psicanálise e as
outras formas de psicoterapia. Isto é, como é utilizada a transferência do paciente. O
primeiro grupo, da sugestão, orientação, educação e catarse, usa os aspectos positivos,
quer dizer, a dependência, a confiança do paciente e sua idealização do terapeuta para
melhor alcançar seus fins, de melhor poder influenciar o paciente. Os aspectos negativos
da transferência, como hostilidade e desconfiança, ou são ignorados ou suprimidos por
meio de gratificações e provas de apoio e amizade.
Acho que os senhores podem compreender assim que a psicanálise não focaliza somente
o passado, a infância, como muita gente pensa, nem somente o presente, mas sempre a
interrelação entre o passado e o presente. A transferência faz compreender ao analista
como o paciente sentiu e agiu no passado, e as situações da infância e as fantasias infantis
que o paciente nos conta ajudam a compreender seus conflitos e seu comportamento
atual. Os dois aspectos são interpretados para ele.
4. Fundamentos da Psicanálise e o comportamento dos indivíduos
5. Mecanismos de defesa
Alcançado entendimento, ainda que de modo não tão aprofundado como se poderia
avançar - até por não se constituir, esse, o objeto do presente trabalho -, porém
esperando que os conceitos balizadores das funções do Id, Ego e Superego hajam ficado
evidenciadas, bem como a interdependências estabelecidas entre essas três instâncias
do aparelho psíquicos, necessário agora descrever os mecanismos de defesa do Ego, os
quais se processam, em ciclos contínuos, a partir dessas instâncias.
Esses mecanismos, presentes nos processos da psique de todos – sejam elas pessoas
hígidas ou na daqueles que apresentem algum tipo de distúrbio ou disfunção -, afiguram-
se formas de proteção e segurança do Ego contra as interferências do Id e do Superego.
O Ego, como já citado, por controlar as experiências conscientes do Eu, regulando a
relação do indivíduo com o meio por ele ocupado no seu específico contexto - inclusive
orientando o comportamento dos indivíduos na evitação de estados dolorosos, de
ansiedade e, muito especialmente, de desejos que a ele (Ego) chegam, emanados do Id -
, se vê, por um lado, permanentemente instado pelo Id para satisfação de seus impulsos
e desejos, sem qualquer freio da razão ou valorações morais lhes seja imposto, enquanto
por outro lado, sofre pressões do Superego, que busca mediar, através de “freios e
contrapesos" imposto por suas personalíssimas crenças e valores - introjetadas ao longo
do individual processo de seu desenvolvimento como indivíduo -, para que seu
comportamento e personalidade se adequem ao seu específico contexto vivencial. O Ego,
portanto, precisa administrar forças antagônicas vindas do Id e do Superego; forças que
exigem que o Ego satisfaça as pulsões e desejos advindas do Id e, ao mesmo tempo,
reprimam os excessos externos ao Ego trazidos por conteúdos externos.
Segue, para reflexão, o conceito de alguns desses mecanismos de defesa, com rápidas
explicações para cada um deles:
b) Negação - refere-se aos fatos da realidade que são rejeitados e substituídos por
uma fantasia; no caso da fantasia, o indivíduo cria uma situação em sua mente
que é capaz de eliminar o desprazer iminente, mas que, na realidade, é impossível
de se concretizar; é uma espécie de teatro mental onde o indivíduo protagoniza
uma história diferente daquela que vive na realidade, onde seus desejos não
podem ser satisfeitos; nessa realidade criada, o desejo é satisfeito e a ansiedade
diminuída;
3
FREUD, S. Análise Terminável e Interminável. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas
Completas. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
substituído pelo amor, a crueldade pela gentileza, a obstinação pela submissão
etc.; a formação reativa é um mecanismo caracterizado pela aderência a um
pensamento contrário àquele que foi, de alguma forma, recalcado; nela, o
pensamento recalcado se mantém como conteúdo inconsciente; as formações
reativas têm a peculiaridade de se tornarem uma alteração na estrutura da
personalidade, colocando o indivíduo em alerta, como se o perigo estivesse
sempre presente e prestes a destruí-lo; um bom exemplo é o de uma pessoa com
comportamentos homofóbicos, quando na verdade ela se sente atraída por
pessoas do mesmo sexo;
Isso posto, espero haver ficado claro que existem forças e mecanismos de defesa
intangíveis todo tempo atuando sobre o consciente de todos, e que, em realidade, sua
existência é que determina e/ou influencia o comportamento e a personalidade dos
indivíduos na vida, no convívio social e no trabalho, exercendo sobre cada um de nós, de
forma insidiosa, papel de grande relevância; e que, por assim ocorrer, as ações e decisões
tomadas pelos profissionais de saúde - que muitas vezes podem até mesmo ser
consideradas irracionais ou mesmo imaturas -, em verdade, refletem apenas crenças e
valores impregnados por uma cultura que, desde os ciclos de sua específica formação,
nele são incutidos.
Outro autor, Godoi avança em sua percepção, afirmando que “... as interpretações
inconscientes no cenário organizacional são excluídas do campo da dizibilidade, do
espaço da linguagem pública nas organizações e os motivos de ações vinculados a essas
interpretações tornam-se aparentemente inofensivos [...] a função da psicanálise reside
em reverter esse processo de excomunhão, de exílio, possibilitando a tematização das
relações de poder e a ressimbolização dos desejos que não mais se anulem aos poderes
[...] através da escuta dos silêncios, daquilo que o imaginário oficial das organizações
impede representar, a psicanálise indica a condição institucional dos sentidos
dependentes de uma condição burocrática de significação”.
Sobre essa temática, a partir de uma citação que, aparentemente simples, muito
contribui para as reflexões aqui estimuladas, Horkheimer propõe ter a psicanálise por
intenção "... emancipar o homem de sua situação escravizadora" 4. A partir dessa
assertiva, a reducionista visão de que essa ciência teria como limite de atuação o
indivíduo, seus conflitos e predisposições interiores e exteriores, adquire um sentido bem
4
HORKHEIMER, M. Eclipse of reason. RAMOS, A. G. A Nova Ciência das Organizações. Rio
de Janeiro: Editora da Fundação Getúlio Vargas, 1998.
mais amplo, pois se torna possível perceber o indivíduo não mais como uma “ilha”,
escravizado em seu particular mundo, e sim dele, mundo, fazendo parte - uma teia
universal onde tudo e todos são influenciados e influenciam-se mutuamente. Alcançada
essa nova percepção, o espectro de atuação a psicanálise em muito se vê ampliado,
existindo nos fundamentos propostos por Freud - seguidos, ampliados e, através de
releituras contemporâneas, adaptados à realidade dos tempos atuais - indicadores que
ajudam a se realizar produtivas incursões e leitura do comportamento dos indivíduos nas
organizações - inclusive indicativos preventivos e de realinhamento do “ser” e “fazer”
organizacional.
Bebendo dessa fonte, Godoi cita Horkheimer no artigo “As Organizações como
Formações do Inconsciente”, propondo a modelagem de uma estrutura epistemológica
cujo objetivo é a utilização dos fundamentos da psicanálise no campo organizacional.
Para tal fim, valeu-se a autora da trilha indicada por Horkheimer para identificar “...
brechas para a inserção de um saber novo, em um movimento de justificativa do onde e
do porquê da psicanálise”. A base epistêmica por ela desenvolvida possui “... três etapas:
o auto alerta aos problemas epistemológicos gerados pelo translado de conceitos de um
campo ao outro do saber; o esclarecimento da noção de sujeito com a qual trabalha a
psicanálise, diferentemente da psicologia herdada pelos estudos organizacionais; e, por
fim, a descrição das novas relações sujeito-objeto de estudo produzidas pela utilização
da teoria psicanalítica no campo organizacional”.
5
ENRIQUEZ, E. Imaginário social, recalcamento e repressão nas organizações. Revista
Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro: V. 36/37, p. 53-97. Jan/Hun, 1974.
reconhecida”. Segue Enriquez, propondo que para que haja consciência de si, é preciso
que haja desejo [...] a consciência-de-si é desejo geral e fundamentalmente desejo do
desejo do outro, isto é, desejo de reconhecimento [...] mas, nas organizações, não se
trata de uma “luta de morte por outro prestígio”, mas de uma luta codificada que, ao
invés de chegar a situar em duas posições extremas o mestre e o escravo, permitirá a
cada um encontrar certos elementos de reasseguramento no interior de uma distribuição
de papeis, a partir de status diferenciados no interior de uma pirâmide hierárquica”.
Enquanto ressalva, entendo como necessário aqui ver-se esclarecido que a visão de
espelhamento e formação do Ego, para sua total apreensão, implicaria num
aprofundamento que aqui foge do objetivo em análise; entretanto, para o fim almejado,
entendo que as inserções textualizadas, selecionadas como pontes capazes de conduzir
você para uma compreensão mais abrangente do comportamento dos profissionais nas
organizações de saúde, sejam suficientes para despertar interesse para um olhar mais
atento do “por quê” os profissionais de saúde possuem um comportamento e reações de
defesa e negação quando diante de algum tipo de confrontação ou solicitação de
“explicações” sobre suas práticas e professos, cabendo a cada leitor, a partir das trilhas
aqui indicadas, se for de seu interesse, ir adiante, pois ainda muito existe a se conhecer
e são diversas as conexões possíveis de serem realizadas...
Portanto, cabe a Psicanálise tratar vazios existenciais presente nos indivíduos pela
falta de alguma coisa ou falta de alguém – sentimentos de incompletude gerados por
desejos e conflitos interiores não satisfeitos. A intenção do tratamento não é a cura, até
porque não se pode curar conflitos que são da natureza humana... Cabe ao profissional
levar o sujeito a encontrar caminhos próprios para redirecionar a forma de como
experenciar sua vida.
O autor apresenta, numa linha de tempo, as dificuldades por ele encontradas ao longo
da construção da Psicanálise. Nesse caminhar construtivista de elaboração de suas
teorias, ressalta as contribuições recebidas de Charcot e Breuer, creditando a esse último,
inclusive, o mérito pela criação da psicanálise.
Relata também as muitas críticas e injúrias manifestas por seus pares (médicos), bem
como as reiteradas tentativas de descaracterização da essência psicanalítica por ele
delineada a partir de suas teorias. Por último, apresenta o processo de crescimento da
Psicanálise no mundo, bem como, novamente, relata as correntes desfiguradoras de
pensamento que surgiram a partir da expansão da aceitação das práticas psicanalíticas –
inclusive detalhando as dissociações havidas, em relação à essência psicanalítica,
promovida por nomes como Jung, Adler e Lacan, dentre outros – inclusive os movimentos
de poder e busca pelo protagonismo surgidos a partir, principalmente, de Congressos de
Psicanálise havidos ao longo do período relatado no livro.
“Embora por muitos anos a opinião popular continuasse a insistir em que havia “três
escolas de psicanálise”, o argumento de Freud finalmente prevaleceu. Adler já escolhera
a designação de “Psicologia Individual” para as suas teorias e logo depois Jung adotou a
de “Psicologia Analítica” para as suas”
Afirma Freud que “o conflito do momento e o fator desencadeante da doença devem ser
trazidos para o primeiro plano na análise... isto era exatamente o que Breuer e eu
fazíamos quando começamos a trabalhar com o método catártico. Conduzíamos a
atenção do paciente diretamente para a cena traumática na qual o sintoma surgira e nos
esforçávamos por descobrir o conflito mental envolvido naquela cena, e por liberar a
emoção. As associações do paciente retrocediam, a partir da cena que tentávamos
elucidar, até as experiências mais antigas, e compeliam a análise, que tencionava corrigir
o presente, a ocupar-se do passado nela reprimida. Ao longo deste trabalho, descobrimos
o processo mental, característico das neuroses, que chamei depois de “regressão” ... a
princípio parecia nos levar regularmente até a puberdade; em seguida até os anos da
infância que até então permaneciam inacessíveis a qualquer espécie de exploração”
” Minha primeira divergência com Breuer surgiu de uma questão relativa ao mecanismo
psíquico mais apurado da histeria. Ele dava preferência a uma teoria que, se poderia
dizer, ainda era até certo ponto fisiológica; tentava explicar a divisão mental nos
pacientes histéricos pela ausência de comunicação entre vários estados mentais
(“estados de consciência”, como os chamávamos naquela época), e construiu então a
teoria dos “estados hipnóides” cujos produtos se supunham penetrar na “consciência
desperta” como corpos estranhos não assimilados. Eu via a questão de forma menos
científica; parecia discernir por toda parte tendências e motivos análogos aos da vida
cotidiana, e encarava a própria divisão psíquica como o efeito de um processo de
repulsão que naquela época denominei de “defesa”, e depois de “repressão””
“A análise nos tinha levado até esses traumas sexuais infantis pelo caminho certo e, no
entanto, eles não eram verdadeiros. Deixamos de pisar em terra firme... Por fim, veio a
reflexão de que, afinal de contas, não se tem o direito de desesperar por não ver
confirmadas as próprias expectativas; deve-se fazer uma revisão dessas expectativas. Se
os pacientes histéricos remontam seus sintomas e traumas que são fictícios, então o fato
novo que surge é precisamente que eles criam tais cenas na fantasia, e essa realidade
psíquica precisa ser levada em conta ao lado da realidade prática. Essa reflexão foi logo
seguida pela descoberta de que essas fantasias se destinavam a encobrir a atividade auto
erótica dos primeiros anos de infância, embelezá-la e elevá-la a um plano mais alto. E
agora, de detrás das fantasias, toda a gama da vida sexual da criança vinha à luz”
“Minha Interpretação de Sonhos e meu livro sobre chistes, entre outros, mostraram
desde o início que as teorias da psicanálise não podem ficar restritas ao campo médico,
mas são passíveis de aplicação a várias outras ciências mentais”
“Depois de se ter ouvido com cuidado a voz da autocrítica e de haver prestado certa
atenção às críticas dos adversários, não resta mais nada a fazer senão sustentar, com
todas as forças, as próprias convicções baseadas na experiência. A pessoa deve
contentar-se em agir com o máximo de honestidade, não devendo assumir o papel de
juiz, reservado ao futuro remoto. Dar ênfase a opiniões pessoais arbitrárias, em assuntos
científicos, é mau; constitui claramente uma tentativa de questionar o direito da
psicanálise de ser considerada uma ciência - aliás, depois de já ter sido esse valor
depreciado pelo que foi dito antes [sobre a natureza relativa de todo o conhecimento]”
” Os homens são fortes enquanto representam uma idéia forte; se enfraquecem quando
se opõem a ela. A psicanálise sobreviverá a essa perda e a compensará com a conquista
de novos partidários. Para concluir, quero expressar o desejo de que a sorte proporcione
um caminho de elevação muito agradável a todos aqueles que acharam a estada no
submundo da psicanálise desagradável demais para o seu gosto. E possamos nós, os que
ficamos, desenvolver até o fim, sem atropelos, nosso trabalho nas profundezas”
8. CONCEITOS DO INCONSCIENTE
O método terapêutico criado pelo médico austríaco Sigmund Freud, que consiste na
interpretação dos conteúdos inconscientes de palavras, ações e produções imaginárias
de uma pessoa, baseada nas associações livres, na interpretação de sonhos e na
transferência. o psicanalista pode ter formação em diferentes escolas psicanalíticas
Esta abordagem psicoterápica também pode ser usada por profissionais de diversas áreas
(serviço social, pedagogia, terapia holística, enfermagem e outros) além de psicólogos,
psiquiatras e cada profissional pode utilizá-la de acordo com os limites da ciência
estudada em sua formação.
Entender o que cada profissional ligado à psicanálise e saúde mental tem como função é
primordial para iniciar a busca pela melhora e cura da sua desordem mental. E lembre-
se sempre de que problemas ligados à ordem mental e emocional não devem ser motivo
de vergonha!
Nas áreas: consultório particular, clínicas, hospitais, escolas, órgãos públicos (área de
saúde), Instituições sociais e particulares.
O psicanalista quando trabalha como “liberal” ele precifica o valor da sua consulta
“sessão”, hoje varia de R$50,00 à 150,00 (média) ou mais....
Em média se ele tiver 15-20h semanais a média seria 2.075,00-3.700 reais (R$50,00-
R$80,00)
Quando o psicanalista atua em órgãos público a média pode varia de R$1.200 à 2500,00
reais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MAURANO, D. Para que serve a psicanálise? (Organizadora da coleção Nina Saroldi). 3.ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010.
MOURA, Joviane Aparecida de; SILVESTRE, Josel. Introdução à Psicanálise. Psicologado, [S.l.].
(2008). Disponível em https://psicologado.com.br/abordagens/psicanalise/introducao-a-
psicanalise . Acesso em 28 Set 2020.
SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, S. E. História da psicologia moderna. 5.ª Ed. São Paulo: Cultix, 1992.
In: CORDEIRO, E. F. O inconsciente em Sigmund Freud. Disponível em <
https://www.psicologia.pt/ artigos/ver_artigo.php?codigo=A0745>. Acesso em: 10/04/2020.