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Resenha Piaget

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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E

INSTITUCIONAL
BASES EPISTEMOLOGICA CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM
Prof.ª Lílian de Souza Cavalcante

NOME Cássia Noronha do Amaral, Jéssica Hervano dos Santos, Karen Freitas, Rafael Gibaldi da
Rocha

A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET


GRUPO 4

Jean Piaget foi influenciado por sua formação em


Biologia. Seu objeto de estudo não estava voltado apenas para a
criança, mas sim para a capacidade do conhecimento humano e
seu desenvolvimento. Para Piaget, a criança é o ser humano que
mais produz conhecimento; por esse motivo, suas pesquisas
voltaram-se para indivíduos na idade infantil e na adolescência. O
meio em que o indivíduo está inserido exerce grande influência
em seu desenvolvimento. A inteligência é condição para que os
seres humanos construam conhecimento sobre o meio.

O conhecimento resulta dos processos de adaptação,


assimilação e acomodação. A adaptação visa à sobrevivência do
sujeito no meio em que está inserido, modificando-se, se
necessário, para se adequar a esse ambiente. A assimilação
ocorre quando o indivíduo incorpora novas informações ou
experiências às informações já existentes. A acomodação
acontece quando os esquemas mentais precisam ser ajustados
para acomodar novas informações.

O conhecimento é construído por meio da interação entre o


sujeito e o ambiente. A teoria da equilibração é um conceito
fundamental na Epistemologia Genética de Piaget. Refere-se ao
processo pelo qual o indivíduo busca um equilíbrio cognitivo entre
suas estruturas mentais existentes e as demandas do ambiente. A
equilibração ocorre por meio da relação dialética entre o sujeito e
o objeto, através dos processos de assimilação e acomodação.
Sua influência com a biologia faz com que o conceito de
assimilação tenha semelhança com o processo em que os
alimentos retiram parte de seu valor nutricional para transformá-lo
em energia. Assim, o processo de assimilação nos processos
cognitivos na relação sujeito e objeto se assemelha quando uma
pessoa entra em contato com um objeto de conhecimento, retira
informação e retém o que lhe for necessário para integrar em suas
estruturas cognitivas existentes. A acomodação ocorre quando as
estruturas cognitivas existentes precisam ser modificadas ou
ajustadas para acomodar novas informações, sendo a origem do
processo de aprendizagem, conforme afirma Piaget.

A equilibração é um processo móvel e dinâmico, envolvendo


equilíbrio e desequilíbrio. O desequilíbrio é a condição inicial,
quando nos deparamos com novos conhecimentos ou
experiências e temos dificuldades em agrupá-los aos já
existentes. A equilibração é o processo em que procuramos
resolver o desequilíbrio entre nossas estruturas mentais
existentes e as novas informações. Assim, a teoria da
equilibração destaca a importância do desafio cognitivo e a busca
ativa por equilíbrio na construção do conhecimento ao longo da
vida.

Na década de 70, Piaget atribuiu o estado de equilíbrio entre


assimilação e acomodação à casualidade. Ele acreditava que
aprendizagem e desenvolvimento cognitivo estão interligados, e
as experiências que uma pessoa tem com o mundo ao seu redor
desempenham um papel crucial na construção das estruturas
mentais. Sua maior preocupação era compreender os processos
pelos quais o conhecimento é construído e como as estruturas
cognitivas se desenvolvem ao longo do tempo, destacando a
interação ativa entre o sujeito e o ambiente. Suas constatações
levaram-no a ser contrário ao Behaviorismo, "por não acreditar
que os processos de aprendizagem possam ser pesquisados sob
condições rigidamente controladas e por esses pesquisadores
acreditarem que se incluir na mente infantil a qualquer tempo, o
que quer que seja, é um aspecto de elaboração nova." Piaget
estava se referindo ao fato de que o conhecimento se dá através
da construção de estruturas não pré-formadas, e que o fato do
sujeito passar de um nível de conhecimento para um outro nível
maior não deve ser subordinado à forma previamente situada no
sujeito ou no objeto. Seu maior interesse era entender não apenas
o que as crianças sabem, mas como elas adquiriram esse
conhecimento e como suas maneiras de pensar se desenvolvem
ao longo do tempo. Com essa concepção, o desenvolvimento não
acontece de forma linear, mas sim através de saltos e rupturas,
estabelecendo estágios de desenvolvimento que foram divididos
em quatro.

O primeiro caracteriza-se no âmbito da motricidade, o


segundo nas atividades representativas, o terceiro e quarto no
pensamento operatório. "Os estágios significam que existe uma
sequência e uma sucessão no desenvolvimento da inteligência e
que esse desenvolvimento passa necessariamente por cada um
desses estágios." São eles: Sensório-motor, neste estágio que vai
de 0 a 2 anos aproximadamente, é o período que antecede a
linguagem, os bebês aprendem através dos sentidos de ação.
Desenvolvem a coordenação sensorial e motora, é o período da
inteligência prática, o desenvolvimento cognitivo começa antes
da linguagem. Para Piaget, quando a criança emerge no mundo da
fala, ela só tem um mundo sobre o que falar, pois ela já construiu
esse mundo antes. A construção da ideia de que o universo de
objetividade própria começa por volta dos 9 meses, e entre 12 a
18 meses, o objeto se torna permanente e dá lugar a uma conduta.
Outras construções cognitivas importantes desse estágio são as
noções de casualidade e a diferenciação entre meio e fins

No estágio das operações concretas, que surge por volta dos


7-8 anos de idade, a criança passa por uma transição importante.
Nesse período, ela adquire a capacidade de realizar operações
reversíveis sobre os objetos, mas essas operações ainda estão
vinculadas aos próprios objetos. Piaget destaca que, nesse
estágio, as operações se baseiam nos objetos que a criança pode
manipular, nas situações que ela pode vivenciar ou lembrar, não
havendo uma capacidade total de abstração. As operações
concretas envolvem classificação, seriação e correspondência,
entre outras.

É nesse contexto que ocorre a diferenciação fundamental


entre as ações senso-motoras anteriores e as operações
concretas. A interiorização das ações, que antes eram realizadas
de maneira senso-motora, adquire a categoria de operações.
Piaget destaca que, enquanto nos estágios anteriores, as ações
eram corrigidas após sua execução material, nas operações
concretas, há uma pré-correção dos erros por meio do duplo jogo
das operações diretas e inversas, envolvendo antecipações e
retroações combinadas. Essa capacidade de pré-correção é um
marco significativo no desenvolvimento cognitivo, permitindo uma
maior flexibilidade e liberdade na manipulação mental dos
objetos.

Por volta dos 11-12 anos de idade, a criança entra no estágio


das operações formais, marcando o último estágio do
desenvolvimento cognitivo proposto por Piaget. Nesse estágio,
ocorre uma generalização progressiva a partir das operações
anteriores, e a principal característica é a capacidade de realizar
operações sobre hipóteses e não apenas sobre objetos concretos.
Isso representa um avanço significativo, pois a criança agora
pode raciocinar de forma hipotético-dedutiva, aplicando uma
lógica formal a qualquer conteúdo, não se limitando mais a
situações concretas.

Piaget destaca que, com as operações formais, o


conhecimento transcende o real e se insere no possível,
permitindo à mente humana explorar relações lógico-matemáticas
depuradas. Nesse estágio, a criança adquire a capacidade de
pensar não apenas de maneira operatória, mas avança em direção
a raciocínios formais e abstratos. O raciocínio hipotético-dedutivo
torna-se possível, proporcionando uma compreensão mais
profunda e abstrata dos conceitos.

Além disso, Piaget discute a importância da abstração nesse


estágio, distinguindo entre abstração empírica (informações
retiradas do objeto de conhecimento) e abstração reflexiva
(informações retiradas das ações do sujeito sobre o objeto). A
capacidade de operar sobre proposições verbais e realizar
raciocínios formais e abstratos caracteriza esse estágio como o
ápice do desenvolvimento cognitivo.

Em resumo, a Epistemologia Genética de Piaget oferece uma


compreensão abrangente da construção do conhecimento
humano, desde a fase sensório-motora até as operações formais,
destacando a importância das relações sujeito/objeto, dos
processos de assimilação, acomodação e equilibração, e a
progressão por estágios distintos no desenvolvimento cognitivo.
Essa teoria fornece uma base sólida para compreender como os
indivíduos constroem seu entendimento do mundo ao seu redor.

O livro para compreender Jean Piaget 2002, destaca a


importância da investigação sobre como os conhecimentos
humanos são acumulados, explorando o desenvolvimento dos
processos cognitivos desde o nascimento, os métodos de
raciocínio, as estruturas lógicas, símbolos, a construção da
realidade, o sentido de obrigação moral, a responsabilidade e as
mudanças na linguagem.

A investigação da gênese dos fatores cognitivos e


intelectivos, que alcançou a criação da epistemologia genética,
uma nova ciência que integra diversas disciplinas.

Ao estudar o desenvolvimento cognitivo, Jean Piaget explorou


várias disciplinas, como a biologia, filosofia, epistemologia,
lógica, matemática, física e psicologia.

Piaget elaborou um método de pesquisa próprio, o método


clínico, e iniciou sistematicamente as investigações sobre o
desenvolvimento infantil e a construção da inteligência.

Expandiu uma teoria do desenvolvimento cognitivo que


destaca a ideia de que as crianças passam por estágios distintos
de desenvolvimento, nos quais suas maneiras de pensar e
compreender o mundo de forma característica, com a organização
progressiva e sucessiva das estruturas da atividade e de sua
construção na e através da interação entre o sujeito e o objeto,
construindo a partir dessas ações, formas ou estruturas de
inteligência que lhe permitem, cada vez mais, adaptar-se ao
mundo em que vive.

Para Piaget a construção do conhecimento ocorre por meio


de processos de adaptação, assimilação e acomodação, onde o
sujeito interage ativamente com ambiente para construir suas
compreensões.

Dessa forma, Jean Piaget identificou quatro estágios


principais: o sensório motor, o pré-operacional, o operacional
concreto e o operacional formal.

Através dos conceitos para os processos pedagógicos, foi


possível concluir que são importantes para uma melhor
compreensão acerca das teorias de Piaget a respeito da
educação, e como estes mesmos conceitos, podem auxiliar o
profissional docente na compreensão de como ocorre os
processos de ensino e aprendizado na criança.

Ambos os textos/livros foca na obra de Jean Piaget,


salientando a importância da investigação sobre como os
conhecimentos humanos são acumulados. Piaget estudou o
desenvolvimento cognitivo, integrando diversas disciplinas como
biologia, filosofia, epistemologia, lógica, matemática, física e
psicologia. Ele elaborou o método clínico e identificou quatro
estágios principais de desenvolvimento cognitivo, destacando a
construção do conhecimento por meio de adaptação, assimilação
e acomodação.

A epistemologia transformou-se numa área relevante para a


ciência e a filosofia, muitos pensadores têm dedicado parte do
seu tempo para refletir sobre este tema complexo e amplo.

Epistemologia significa discurso (logos) sobre a ciência


(episteme). É a ciência da ciência. O estudo crítico dos princípios,
das hipóteses e dos resultados das diversas ciências.

A tarefa principal da epistemologia é a reconstrução racional


do conhecimento científico, conhecendo e analisando todo o
processo gnosiológico da ciência do ponto de vista lógico,
linguístico, sociológico, interdisciplinar, político, filosófico e
histórico. Podemos considerar a epistemologia como o estudo
médico e reflexivo do saber, sendo o estudo do conhecimento.

O Epistemológico e suas contribuições:

 Trazer à tona os pressupostos filosóficos;


 Elucidar e sistematizar conceitos filosóficos
empregados em diversas ciências;
 Ajudar a resolver problemas científico-filosóficos;
 Reconstruir teorias científicas de maneira
inquestionável;
 Participar das discussões sobre a natureza e o valor da
ciência pura e aplicada;

Servir de modelo a outros ramos da filosofia.

 Principais linhas epistemológicas contemporâneas:


 A Epistemologia Genética de Jean Piaget;
 A Epistemologia Histórica de Bachelard;
 A Epistemologia Arqueológica de Foucault;
 A Epistemologia Racionalista da Crítica de Popper;
 A Epistemologia Crítica de Habermas.

Essas abordagens representam diferentes perspectivas e


contribuições para o entendimento e avanço do conhecimento
científico, destacando-se pela diversidade de enfoques e pela
influência que exercem em várias áreas do pensamento
contemporâneo.

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