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Resumão 1° BIM - Teorias Psicogenéticas

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Resumão – Teorias Psicogenéticas

1º Bimestre

O que são as “Teorias Psicogenéticas”?

Dedica-se ao estudo do desenvolvimento das funções da mente, relacionadas


ao conhecimento e a aprendizagem. Essas teorias psicogenéticas, quais foram
representadas por teóricos como Jean Piaget (em destaque) e também por Luria,
Leontiev, Vygotsky e, ainda, Wallon explicam a gênese do comportamento humano
pelas perspectivas interacionistas e construtivistas, ou seja, eles entendem que o
sujeito interage com o objeto no intuito de se construir ou reconstruir estruturas de
cognição.

Podemos concluir que o principal objeto de estudo das teorias psicogenéticas é


o conhecimento do ser humano, bem como as suas leis e, ainda, o modo de
pensar no tocante a infância. Piaget se empenhou a demonstrar como a
criança possui uma maneira de pensar particular, provida de suas próprias leis
e esquemas (Veremos mais a frente, nos Estágios de Desenvolvimento
Cognitivo).

Devido as suas pesquisas nesse campo, Piaget gerou notável influencia no que
diz respeito à aprendizagem escolar. Em suma, para o psicólogo, a gênese do
conhecimento encontra-se no sujeito, em outras palavras, constrói-se o
pensamento lógico por meio da interação homem-objeto-meio.

Piaget – Teoria da Epistemologia Genética

Por: Kenya Nascimento Graduanda do Curso de Psicologia Noturno – Turma 2024/1 – Multivix Campus Vila Velha/ES Página 1
- Piaget: Desenvolvimento da Teoria

Na década de 1920, Jean Piaget encontrou-se envolvido em um projeto no


Instituto Binet, onde sua tarefa era criar versões francesas de questões de
testes de inteligência em inglês. Entretanto, o que começou como uma simples
tradução logo se tornou a semente para uma das teorias mais influentes no
campo da psicologia do desenvolvimento.

Durante seu trabalho, Piaget ficou particularmente intrigado com as


justificativas que as crianças forneciam para suas respostas erradas em
questões que requeriam raciocínio lógico. Enquanto muitos poderiam descartar
tais respostas como erros simples, Piaget viu algo mais profundo. Ele percebeu
que essas respostas não eram aleatórias, mas revelavam diferenças
fundamentais na maneira como as crianças e os adultos pensam e interpretam
o mundo.

Ao contrário de muitos de seus contemporâneos, Piaget não estava


interessado em simplesmente avaliar habilidades específicas, como contagem
ou ortografia, para determinar o Q.I. das crianças. Seu interesse estava em
entender como conceitos fundamentais – como número, tempo,
causalidade e justiça – se desenvolviam ao longo da infância e
adolescência.

Por: Kenya Nascimento Graduanda do Curso de Psicologia Noturno – Turma 2024/1 – Multivix Campus Vila Velha/ES Página 2
Piaget utilizou uma variedade de métodos para investigar o desenvolvimento
cognitivo. Ele realizou observações naturalísticas, especialmente de seus
próprios filhos desde o nascimento até a adolescência, registrando
detalhadamente suas interações e descobertas. Além disso, utilizou entrevistas
clínicas e observações com crianças mais velhas, aproveitando sua
capacidade de compreender questões e manter conversas. Logo, para Piaget,
a “Inteligência” não é uma entidade estática, mas sim, um processo de
construção contínua e envolve a capacidade de assimilação e adaptação de
novas informações que se manifestam em diferentes formas de pensamento e
ação!

Textos Adréia: “Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria de Piaget”

- Biografia e Metodologia de Pesquisa de Piaget: Pg. 13-22 (PDF)

- Esquemas em Piaget: Unidades Fundamentais do Desenvolvimento


Cognitivo

O entendimento do desenvolvimento cognitivo humano proposto por Jean


Piaget coloca em destaque o papel central dos esquemas. A teoria sustenta
que o conhecimento não surge apenas da experiência sensorial. Uma estrutura
inicial, moldada tanto pela herança genética quanto pela evolução, é primordial
para interpretar o mundo, no entanto, é necessária uma interação ativa do
individuo com o objeto e o mundo ao seu redor.

Definição de Esquema: Segundo Piaget (1952), esquema é “uma seqüência


de ação coesa e repetível possuindo ações componentes que estão
fortemente interconectadas e regidas por um significado central”. Em
termos mais simplificados, ele considerava o esquema como o bloco básico do
comportamento inteligente, sendo essencialmente uma forma de organizar o
conhecimento. Esses esquemas representam unidades distintas de
conhecimento, pertinentes a diversos aspectos do mundo, como objetos, ações
e conceitos teóricos.

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Esquemas – “Arquivos” Cognitivos: Wadsworth (2004) propôs uma analogia
interessante, sugerindo que os esquemas podem ser comparados a “fichas
indexadas” armazenadas no cérebro. Cada ficha orienta o indivíduo sobre
como reagir a estímulos ou informações recebidas. À medida que o processo
de desenvolvimento avança, o número e a complexidade dessas “fichas” ou
esquemas aumentam.

Equilíbrio e Operações: A teoria de Piaget propõe que, quando os esquemas


existentes de uma criança são suficientes para explicar o que percebe ao seu
redor, ela está em um estado de equilíbrio, ou seja, um equilíbrio cognitivo.
Além dos esquemas, há as operações, estruturas mentais mais sofisticadas
que nos permitem combinar esquemas de maneira lógica. À medida que as
crianças crescem, elas começam a realizar operações mais complexas e a
imaginar cenários hipotéticos (breve síntese dos estágios cognitivos).

Aprendizado e Interação: Embora alguns esquemas sejam inatos, a maioria é


adquirida e refinada por meio da interação contínua com o ambiente e com
outras pessoas (objetos – tudo que “preenche o ambiente). Piaget realçou a
importância da interação na formação e expansão dos esquemas.

Textos Adréia: “Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria de Piaget”

- Unidade I – Organização Intelectual e Equilibração: Pg. 23-32 (PDF)

- Piaget: Desenvolvimento Intelectual e Outros Fatores

Piaget considerou o desenvolvimento cognitivo como tendo três componentes:

1) Conteúdo: É o que a criança conhece, mais precisamente, o que é


observável no seu comportamento (conseguimos vislumbrar através das
provas piagetianas) que reflete sua atividade intelectual, e claro, varia de
idade para idade.
2) Função: A atividade intelectual propriamente dita, a assimilação e
acomodação, que são estáveis e contínuas no decorrer do
desenvolvimento cognitivo.

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3) ESTRUTURA: É o sistema (conjunto) de esquemas ao longo da vida.
Pense que a nossa mente seria a biblioteca da nossa faculdade, cada
seção (Direito, Psicologia, etc.) seria uma estrutura e os livros os
conhecimentos que vamos adquirindo enquanto vivemos, alocados nas
suas devidas classificações (estruturas). As várias mudanças que
ocorrem durante o desenvolvimento do indivíduo, modificam essas
estruturas, e essas mudanças são o maior objeto de estudo para Piaget.
Veremos como essas mudanças ocorrem nos Estágios de Cognição.

Os estudos de Piaget se concentraram na análise e descrição cuidadosa das


mudanças qualitativas do desenvolvimento destas estruturas cognitivas. Essas
mudanças, por conseqüência, modificam o funcionamento intelectual, essa
interação é o que chamamos de inteligência.

- Ação e Conhecimento

Ações são comportamentos que estimulam o aparato intelectual da criança,


podendo ou ser observável, e isso, dependerá da idade da criança. Estes
comportamentos que causam desequilíbrio, permitindo a ocorrência da
assimilação e a acomodação, ou seja, o aprendizado. Um bebê que está na
fase sensorial, só poderá diferenciar um bico de seio de uma chupeta se puder
tocá-los (cpto observável), em contrapartida, para uma criança de 9 anos a
ação pode ser interna (cpto NÃO observável), como por exemplo, somar uma
coluna de números, mentalmente.

Segundo Piaget, todo conhecimento é uma construção resultante da ação


do indivíduo. Também postula que existem três tipos de conhecimento:

 Conhecimento Físico: Basicamente as propriedades dos objetos


observáveis, como tamanho, forma, textura, peso e outras. Bebês e
crianças pequenas precisam manipulá-los para descobrir e construir o
conhecimento sobre determinado objeto.

 Conhecimento Lógico-Matemático: É o conhecimento construído a partir


do pensar sobre as experiências com objetos e eventos. Só pode se
desenvolver se a criança puder tocar ao mesmo tempo em que cria
(mentalmente) uma atribuição ao objeto. Por exemplo, quando uma
criança de 6-7 anos aponta com os dedos as moedas pra saber quantas
tem. Não possuem o pensamento abstrato de um adulto que as conta só
de olhar o montante.

Obs.: Os conhecimentos físico e lógico-matemático não podem ser adquiridos


diretamente da leitura ou do relato de alguém, isso é um pensamento abstrato.
Para que sejam adquiridos é necessária a ação sobre um ou mais objetos.

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 Conhecimento Social: O conhecimento social é o conhecimento sobre o
qual os grupos sociais ou culturais chegam a um acordo por convenção.
Regras, leis, moral, valores, ética e o sistema de linguagem são
exemplos de conhecimento social. Não pode ser adquirido por meio de
ações sobre objetos como os anteriores, mas sim, por meio de
interações sociais com outras pessoas.

De acordo com Piaget todo conhecimento, necessariamente se encaixa em


alguma das três categorias citadas e que o conhecimento extato NÃO PODE
SER DERIVADO APENAS DE LEITURA OU DE OUVIR ALGUÉM DIZER
(POR EXEMPLO, OS PROFESSORES). AS AÇÕES SOBRE OS OBJETOS E
AS INTERAÇÕES SOCIAIS SÃO IMPRESCINDIVEIS PARA CONSTRUÇÃO
DE CONHECIMENTO, INCLUSIVE PARA UNIVERSITÁRIOS!! #FicaaDica ;-)
Textos Adréia: “Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria de Piaget”

- UNIDADE 2: Desenvolvimento Intelectual e outros Fatores Pg. 33-38 (PDF)

- Piaget: O Continuum do Desenvolvimento ou Teoria dos Estágios


Cognitivos.

Piaget definiu o desenvolvimento como um processo contínuo (sucessivo) ao


longo de um continuum (escala), onde as mudanças são graduais, nunca
abruptas.

Segundo Papália (2021), os critérios que classificam faixas de idade de


crianças por fases de desenvolvimento, são estabelecidos pela Teoria dos
Estágios Cognitivos de Piaget, segundo a qual a cognição da criança avança
durante seu crescimento num fluxo contínuo e de forma cumulativa,
seguindo quatro categorias que envolvem tipos qualitativamente distintos de
operações mentais:

- Sensório Motor: Do nascimento aos 02 anos, onde os atos inteligentes


provem de ações motoras, como forma de “experimentar” o mundo ao seu
redor, ou seja, por meio dos sentidos.

- Pré-Operatório: Entre os 02 e 06 anos, onde ocorre à transição para a


inteligência simbólica, responsável pela capacidade de substituição do objeto
por sua representação, ou seja, atribuindo significados simbólicos aos objetos.

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- Operatório Concreto: De 07 a 11 anos, possui a capacidade de realizar
operações a partir de materiais concretos, desenvolve noções espaciais e a
capacidade de raciocinar o mundo com mais lógica (causa e efeito).

- Operatório Formal: A partir dos 12 anos, já consegue pensar de forma mais


abstrata e hipotética. É capaz de estabelecer relações pessoais respeitando
determinada lógica. Testa hipóteses em busca de soluções para problemas.

Toda criança passa, necessariamente, por todos os níveis de desenvolvimento


na mesma ordem. Uma criança não pode mudar intelectualmente de nível pré-
operatório para operatório formal sem passar pelo operatório concreto. No
entanto, o ritmo de desenvolvimento pode variar entre as faixas etárias em
virtude de fatores experienciais ou hereditários, como por exemplo, uma
criança pode ser geneticamente mais inteligente que seus pares (hereditário)
ou receber mais estímulos devido ao seu ambiente familiar ou social
(experienciais).

- Piaget: Fatores de Desenvolvimento

Piaget propôs quatro amplos fatores que são relacionados ao desenvolvimento


cognitivo: maturação, experiência ativa, interação social e um progresso
geral do equilíbrio.

 Maturação e Hereditariedade (Nos Slides – Fatores Biológicos): A


hereditariedade tem seu papel no desenvolvimento cognitivo (funções
cerebrais), no entanto, sozinha não pode responder pelo
desenvolvimento intelectual, visto que, este último é um construto que
precisa da ação do indivíduo sobre o mundo e a interação social, como
vimos anteriormente. Já a maturação restringe o quanto e quando um
conhecimento possa ser adquirido, como por exemplo, um bebê com 6
meses de idade saber ler, ou seja, ele não a estrutural cerebral
necessária ainda para executar essa tarefa, mesmo que ela tenha
herdado os genes de gênio (hereditariedade) de sua mãe com “altas
habilidades”.

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 Experiência Ativa (Nos Slides – Não Achei na mesma Seção!): A
experiência ativa é um dos quatro fatores do desenvolvimento cognitivo.
Cada tipo de conhecimento que a criança constrói (físico, lógico-
matemático e social) requer sua interação com objetos ou pessoas.

 Interação Social (Nos Slides – Fatores Socio-Culturais): Achei tudo


importante.

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 Equilibração (Nos Slides – Não achei na mesma seção!): Maturação,
experiência e interação social não são suficientes para explicar o
desenvolvimento cognitivo. Desta maneira, Piaget usou o conceito de
equilibração para explicar a coordenação dos outros fatores e a
regulação do desenvolvimento. É um controle geral do sistema de
assimilação e acomodação, logo um “moderador de conteúdo” que
permite quais novas experiências serão incorporadas nos esquemas.
Grande parte do controle do desenvolvimento é interno e afetivo e a
equilibração um processo auto-regulatório para manter a coesão de todo
conhecimento adquirido.

Obs.: Somente a interação entre esse quatro fatores permite um


desenvolvimento intelectual satisfatório, ou seja, você só consegue aprender a
matéria se usá-los em CONJUNTO! O mesmo se aplica aos alunos de
graduação em Psicologia turma de 2024 - Noturno ;-*
Textos Adréia: “Inteligência e Afetividade da Criança na Teoria de Piaget”

- UNIDADE 2: Desenvolvimento Intelectual e outros Fatores Pg. 38-46 (PDF)

Por: Kenya Nascimento Graduanda do Curso de Psicologia Noturno – Turma 2024/1 – Multivix Campus Vila Velha/ES Página 9

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