Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                
0% acharam este documento útil (0 voto)
2 visualizações3 páginas

Online

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 3

PROJUDI - Processo: 0603599-74.2024.8.04.7500 - Ref. mov. 16.

1 - Assinado digitalmente por Andre Luiz Muquy


23/06/2024: DECRETADA A PRISÃO PREVENTIVA DE PARTE. Arq: Decisão

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS


COMARCA DE TEFÉ
POLO 2: VARA DE PLANTÃO DA COMARCA DE TEFÉ - CRIMINAL -
PROJUDI
Estrada do Aeroporto, s/n - Santa Tereza - Tefé/AM - CEP: 69..47-0-000 - Fone:

Validação deste em https://projudi.tjam.jus.br/projudi/ - Identificador: PJTPY DPWKK PXKBW MGDNA


(97)996135178

Autos nº. 0603599-74.2024.8.04.7500

Processo: 0603599-74.2024.8.04.7500
Classe Processual: Pedido de Prisão Preventiva
Assunto Principal: Prisão Preventiva
Requerente(s): POLICIA CIVIL DO ESTADO DO AMAZONAS
Acusado(s): DEISE RODRIGUES BATALHA

SIGILOSO,

COM FORÇA EXECUTIVA.

DECISÃO

Documento assinado digitalmente - TJAM


Representa a autoridade policial pela prisão preventiva de DEISE RODRIGUES BATALHA, por, em
tese, praticar a conduta descrita no artigo 121 do Código Penal.

A representação policial afirma que a investigada é autora do homicídio de Arenilton Kevin Costa
Rodrigues, vindo a falecer no dia 19/06/2024 já na cidade de Manaus, em decorrência dos ferimentos
causados no dia 16/06/2024 no município de Tefé/AM.

Tal suspeita advém das declarações de Maria Teorismar Peris Costa, familiar da vítima, que foi informada
por vizinhos que seu sobrinho estava hospitalizado em estado grave, após ter todo seu corpo incendiado.
A testemunha Maria acredita que a motivação da investigada fora ciúmes extremo que a mesma já havia
demonstrado na convivência para com a vítima.

As testemunhas Graciane Da Silva Brasil, Ana Cristina Albuquerque Mendes, Erlissondos Santos Da
Silva, Rosilda Campos, Vladimir Farias Mota, Raimunda Maria Da Silva Castro, todos vizinhos da
vítima, presenciaram o momento em que o mesmo com o corpo em chamas saiu correndo em via pública,
tentando desesperadamente apagar as chamas de seu corpo, gritando “por que você fez isso comigo,
amor?” e “foi a Deise, foi a Deise”.

De acordo com as declarações mencionadas, as testemunhas também narram o momento em que a


investigada Deise Rodrigues Batalha saiu tranquilamente da residência em que morava com a vítima,
cruzou pela vítima que estava agonizando por socorro, e sem prestar ajuda ao seu companheiro, embarcou
em uma motocicleta junto ao seu irmão.

Robustecendo o alegado, traz os procedimentos policiais que investigam tais condutas.

Parecer Ministerial (evento. 11.1) manifestando-se favoravelmente ao pedido de prisão preventiva.


PROJUDI - Processo: 0603599-74.2024.8.04.7500 - Ref. mov. 16.1 - Assinado digitalmente por Andre Luiz Muquy
23/06/2024: DECRETADA A PRISÃO PREVENTIVA DE PARTE. Arq: Decisão

É o relatório. Passo a decidir.

Inicialmente, cabe salientar que a decretação da prisão preventiva deve observar os requisitos previstos no
artigo 312 do Código de Processo Penal, quais sejam, a garantia da ordem pública, da ordem econômica,
por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova

Validação deste em https://projudi.tjam.jus.br/projudi/ - Identificador: PJTPY DPWKK PXKBW MGDNA


da existência do crime e indício suficiente de autoria.

Cumpre esclarecer que a Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime) alterou a redação do art. 312 do CPP e
inseriu de forma expressa a necessidade de demonstração da situação de perigo pelo estado de liberdade
do imputado. Certamente, deve-se ressaltar o acerto do legislador em evidenciar no texto legal o
pressuposto denominado periculum libertatis, em outras palavras, não houve verdadeira inovação, mas,
sim, o realce de pressuposto indispensável para a decretação da prisão preventiva.

No presente caso, verifica-se que há elementos suficientes para a decretação da prisão preventiva deDeise
Rodrigues Batalha, pois tais fatos ingressam em um modus operandi extremamente reprovável e
demonstrador de periculosidade, o que na esteira das decisões da corte cidadã já autorizam a decretação
da prisão e a insuficiência de cautelares diversas.

Documento assinado digitalmente - TJAM


A materialidade do delito resta consubstanciada com a certidão de óbito e indícios suficientes de autoria,
visto que as narrativas das testemunhas se mostraram extremamente coesas e todas residem na mesma rua
e bairro, corroborando o fato de se tratar realmente de vizinhos da vítima e investigada, não havendo em
princípio qualquer motivo para as testemunhas inventarem os fatos, tornando ainda mais crível os seus
relatos.

As declarações prestadas pela autoridade policial gozam de presunção de veracidade, sendo adotadas por
este juízo como verdadeiras nesse momento cautelar. A documentação anexada, como os depoimentos das
testemunhas e o relatório realizado, corrobora a materialidade e a autoria do delito imputado a
investigada.

No mais, é admissível a prisão preventiva para o caso em questão tendo em vista que a conduta dolosa
perpetrada pelo agente é punida com pena privativa de liberdade máxima superior a 04 (quatro) anos,
portanto, atende ao ditame processual previsto no artigo 313, inciso I, do Código de Processo Penal.

Sendo assim, ao confrontar a situação com o art. 312 do CPP, a liberdade da investigada representa, no
caso concreto, inegável risco à ordem pública. O modus operandi do delito, a gravidade da conduta e a
repercussão social do crime justificam a necessidade de resguardar a ordem pública.

Deve ser considerada neste caso que a investigada representa alta periculosidade para a sociedade em
geral, pela maneira fria, violenta e sádica com a qual perpetrou o delito, passando até mesmo pela vítima
enquanto o mesmo implorava por ajuda e não esboçando qualquer arrependimento.

Portanto, estando o fumus commissi delicti retratado nos fatos narrados na representação e documentos
que o instruem e o periculum libertatis retratado na própria necessidade de se garantir a ordem pública e
aprofundar a investigação para se concluir o inquérito policial, bem como se evitar o perecimento de
provas necessárias à elucidação dos fatos, o caso é de deferimento do pedido.
PROJUDI - Processo: 0603599-74.2024.8.04.7500 - Ref. mov. 16.1 - Assinado digitalmente por Andre Luiz Muquy
23/06/2024: DECRETADA A PRISÃO PREVENTIVA DE PARTE. Arq: Decisão

Reforço que a liberdade da investigada representa um risco à instrução do processo, pela possibilidade de
influenciar ou intimidar testemunhas, já que demonstrou ser pessoa violenta e manipuladora, de acordo
com os relatos presentes em investigação, podendo influir em futuros esclarecimentos das testemunhas.

Validação deste em https://projudi.tjam.jus.br/projudi/ - Identificador: PJTPY DPWKK PXKBW MGDNA


Por fim, não se afigura que a adoção das medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de
Processo Penal possa garantir o resultado deste feito.

Diante do exposto, e considerando a necessidade de se garantir a ordem pública e a conveniência da


instrução criminal, decreto a prisão preventiva DEISE RODRIGUES BATALHA, nos termos do art.
312 do Código de Processo Penal, expedindo o devido mandado de prisão com registro no BNMP.

Determino que se oficie à autoridade policial para cumprimento do mandado de prisão ou mesmo a
Polícia Militar, bem como às demais providências necessárias para o efetivo cumprimento desta decisão.

Apesar de ser conferida força executiva nesta decisão, para emprego de maior celeridade, os referidos
mandados devem ser confeccionados e registrados no sistema, desde que existentes elementos mínimos
de qualificação da representada.

Documento assinado digitalmente - TJAM


Em caso de inoperância do BNMP, certifique-se.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Tefé, 23 de Junho de 2024.

André Luiz Muquy


Juiz de Direito

Você também pode gostar