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Longevidade Saudável

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10.46943/IX.CIEH.2022.01.

024

É PRECISO SABER
VIVER: ASPECTOS
DA LONGEVIDADE E
ENVELHECIMENTO
SAUDÁVEL

SIMONE DE OLIVEIRA
Doutoranda do Curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica - MG, sol-
bhmg@yahoo.com.br;

MÁRCIA STENGEL
Doutora em Ciências Sociais (UERJ) e docente da Faculdade de Psicologia e do
Programa de Pós-graduação de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica
-MG, marciastengel@gmail.com;

Área Temática
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10.46943/IX.CIEH.2022.01.024

RESUMO

O panorama contemporâneo tem sinalizado para o aumento da expec-


tativa de vida e o envelhecimento da população impulsionado estudos
e pesquisas cada vez mais recorrentes, que evidenciam como chegar
mais longe e com qualidade de vida. Desta forma, torna-se relevante
investigar as múltiplas particularidades que envolvem o processo de
envelhecimento e a longevidade. O presente trabalho tem por objetivo
elencar os fatores que contribuem para se viver mais e envelhecer de
forma saudável, embasados em bibliografias pertinentes à temática. A
metodologia usada foi a pesquisa bibliográfica e os principais resulta-
dos encontrados apontam que não existe um fator único que explique
a longevidade e a possibilidade de se envelhecer bem. No entanto, as
pesquisas sinalizam para diversos hábitos e atitudes que podem favo-
recer um envelhecer saudável. A genética sozinha não é determinante,
apesar de apresentar a sua contribuição. Diante disso, conclui-se que
o estilo de vida saudável, as relações sociais, o otimismo e encontrar
um propósito de vida podem desempenhar um protagonismo nesse
horizonte de descobertas.
Palavras-chave: envelhecimento saudável; longevidade; idosos.

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INTRODUÇÃO

O
envelhecimento humano é um fenômeno natural que traz con-
sigo uma série de nuances devido a singularidade de cada
indivíduo. Podemos observar idosos na faixa de 60/70 anos que
são acometidos por muitas doenças e privados de viver uma vida plena,
perdendo sua capacidade funcional e, em contrapartida, encontramos
idosos acima de oitenta anos que apresentam autonomia e indepen-
dência, além de boa saúde física e mental, mesmo com as limitações
próprias da idade.
Há inúmeros casos que demonstram essa pluralidade no enve-
lhecer; citando como exemplo Oscar Niemeyer que desenvolveu uma
carreira brilhante, mantendo-se ativo e trabalhando até seus 104 anos
de idade. Poderíamos citar tantos outros que apresentam um envelhe-
cimento ativo e saudável, apesar da alta idade cronológica. A queda das
taxas de mortalidade e a elevação da expectativa de vida, bem como
os inúmeros estudos e avanços da medicina sobre a longevidade e
qualidade de vida têm contribuído para que este fenômeno demográ-
fico se amplie consideravelmente.
A chamada “revolução da longevidade” é uma conquista que deve
ser celebrada, mas é preciso o desenvolvimento da cultura do “cuidar”
para se envelhecer bem com saúde mental e qualidade de vida. Kalache
(2014, p.1), em seu Editorial na revista Ciência e Saúde Coletiva, afirma
que
a longevidade que presenciamos hoje em nível global - e
certamente no Brasil - é uma revolução. Já vivemos trinta
ou mais anos que nossos avós. As implicações desse
processo vão além da dimensão individual e atingem os
setores legais, de saúde, educação, cultura, trabalho, ser-
viços assistenciais e seguridade social. A longevidade
também tem efeito retroativo, com impactos em todas as
fases da vida: não são trinta anos a mais de velhice e sim
trinta ou mais anos de vida. (Grifo do autor)

Nesta perspectiva, a temática da longevidade tem sido abordada


em diversos estudos por estarmos passando por uma transição demo-
gráfica em que teremos mais avós do que netos nas próximas décadas.
Lehr (1999), afirma que “não é somente importante acrescentarmos

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anos à vida, mas acrescentar vida aos anos”. Prolongar a longevidade


é o desejo das pessoas ao redor do mundo, mas esse querer precisa
estar atrelado à saúde, bem-estar, segurança e autoestima, senão não
se justifica o fato de se viver mais. O envelhecimento é um processo
natural e inevitável do ciclo de vida e alterações fisiológicas funcionais
virão inegavelmente com o passar dos anos. Dessa forma, acrescen-
tar vida aos anos e não apenas anos à vida implicará não somente
escolhas individuais e conscientes ao longo da vida, mas faz-se neces-
sário também novos olhares de toda a sociedade para o processo de
envelhecimento e para a velhice. As políticas públicas precisam pro-
porcionar garantia de direitos, acesso à saúde, assistência social,
transporte, habitação, cultura e lazer.
O Estatuto do Idoso, Lei Federal 10.741 de 2003, trouxe avanços
significativos para um envelhecimento justo e digno, porém é preciso
ampliar a rede de apoio e as oportunidades para que as pessoas ido-
sas possam ser atendidas em suas necessidades básicas. Possibilitar
o empoderamento do idoso e retirar a velhice do silêncio instaurado
por décadas é um desafio de todos nós que queremos envelhecer de
forma digna e saudável.
Importante ressaltar que adotar uma abordagem diferenciada e
interdisciplinar para entender o processo referente ao envelhecimento
poderá fornecer uma percepção mais positiva do ato de envelhecer, no
sentido de que só se obterá uma velhice saudável, dinâmica e atuante
quando o idoso participa e interage no processo como um todo. No
entendimento de Neri (2008 apud OLIVEIRA e SILVA, 2013), sendo o
envelhecimento uma situação heterogênea, nem todo envelhecer
ocorre e pode ser entendido da mesma forma. E, por ser diferente, ele
é influenciado por inúmeros fatores e desafios que perpassam o pro-
cesso de envelhecimento e a velhice.
Diante disso é relevante mencionar que, a partir do ano de 2020,
houve um desiquilíbrio em relação à qualidade de vida das pessoas.
Os idosos se depararam com inúmeras dificuldades além do previsto:
o mundo se deparou com o surto da COVID-19, doença que causou
milhões de óbitos pelo mundo e foi considerada como uma emergên-
cia de saúde pública de importância internacional. Durante a pandemia,
que causou diversas repercussões, a Organização Mundial de Saúde
– OMS (2005), visando minimizar os efeitos da rápida proliferação,

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implementou várias medidas e orientações para conter o avanço e evi-


tar o colapso dos sistemas de saúde, dentre elas o isolamento social.
No decorrer do período que a pandemia se tornou assunto cotidiano
nos noticiários, inúmeros problemas surgiram impactando a vida das
pessoas, principalmente dos idosos. O isolamento social, o excesso
de informações, o medo do contágio da doença e da própria morte
contribuíram para que a saúde mental dos idosos ficasse mais com-
prometida. Uma onda de medo exacerbado se abateu na sociedade,
especialmente entre a população mais vulnerável, causando impactos
em questões econômicas, de saúde pública, problemas domésticos e
a perda de entes queridos.
De modo geral, as alterações nas condições de saúde geral da
população, em destaque àqueles idosos que já possuíam algum com-
prometimento, contribuíram para que os chamados “grupos de risco”
fossem os mais afetados pela ansiedade e fatores estressores durante
a pandemia. O desencadeamento de doenças mentais e emocionais
foi algo altamente impactante para a população idosa trazendo conse-
quências para sua qualidade de vida.
Diante desse cenário, pode-se dizer que houve um retrocesso
em relação à possibilidade de um envelhecimento saudável? Ainda é
necessário aprofundar pesquisas que envolvam a temática e os des-
dobramentos da pandemia para se averiguar mais intimamente essa
questão e compreender as consequências para a saúde das pessoas
idosas, principalmente ao fragilizar a expectativa de se ter uma vida
mais longeva. No entanto, depois da vacinação entrar definitivamente
como uma resposta científica ao ataque do coronavírus, a população
começou paulatinamente voltar à normalidade da vida cotidiana, mas
há muitos questionamentos a serem pesquisados e respondidos.
Se envelhecer é um ato pessoal, único, ele acontece de forma
diferente e a seu próprio tempo e ritmo, a depender de como o sujeito
o encara e como procede no decorrer de sua existência. O envelhe-
cimento não é homogêneo, igual para todos e, dessa forma, é quase
obrigatório que se leve em consideração a história pessoal do idoso,
incluindo nela questões culturais, de relacionamentos, saúde, econo-
mia e educação (MINAYO e COIMBRA, 2002).
No entanto, o que vem a ser a velhice? Numa tentativa de respon-
der, deve-se buscar amparo na visão da Gerontologia, para a qual o

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envelhecer consiste em processos naturais de alterações fisiológicas


sentidas com o passar dos anos, que promovem um ‘mitigamento’ na
questão de sobrevivência, funcionalidade e autonomia. Porém, sendo
uma fase do ciclo de vida do ser humano, que compõe o seu processo
de desenvolvimento, é possível uma velhice bem-sucedida, mesmo
diante de algumas perdas e limitações própria da idade?
À face do exposto, o objetivo geral deste trabalho foi analisar em
produções acadêmicas relacionadas à temática os fatores que contri-
buem para um envelhecer mais saudável, autônomo e participativo. E,
mais especificamente, descrever sobre o processo de envelhecimento
humano e encontrar referências pertinentes que abordem sobre a
influência da genética e estilo de vida no envelhecimento saudável.
Assim, este estudo justifica-se pela necessidade de compreender
quais fatores contribuem para que alguns grupos de idosos cheguem
à velhice com saúde física, jovialidade mental para gerenciar sua vida
com autonomia e também realizar suas atividades de vida diária com
independência. Tal compreensão poderá trazer reflexões importantes
e contribuir para que mais pessoas possam se conscientizar da impor-
tância de buscar um envelhecer mais saudável e com qualidade de
vida, além de contribuir para mais estudos na área.

METODOLOGIA

A presente pesquisa utiliza uma abordagem qualitativa, que con-


siste na explicação interpretativa e criativa para analisar dados (GODOY,
1995). Quanto aos objetivos, pode ser classificada como exploratória
e descritiva, pois permite ao pesquisador se aproximar do problema,
visualizá-lo de forma clara para construir hipóteses e descrever os
dados analisados (GIL, 1999).
Quanto aos procedimentos, o método de pesquisa utilizado foi
a pesquisa bibliográfica, que realiza um levantamento das referên-
cias publicadas, sejam estas em meio físico ou virtual (PRODANOV;
FREITAS, 2013). A pesquisa bibliográfica, de acordo com Martins e
Pinto (2001), é o tipo de pesquisa que procura discutir e explicar sobre
determinado assunto, baseando-se em referências teóricas publica-
das em livros, artigos, revistas, etc.
Gil (1999) também salienta que a pesquisa bibliográfica se desen-
volve a partir de material já elaborado, principalmente de livros e

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artigos científicos. Ele também deixa claro que, mesmo que a maioria
dos estudos exija trabalhos “[...] dessa natureza, há pesquisas desen-
volvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas” (p. 65). Ainda
de acordo com o entendimento de Gil (1999), a principal vantagem
desse tipo de pesquisa está no fato de que ela permite ao pesquisador
investigar uma série de fenômenos bem mais amplos, do que se fosse
pesquisar diretamente (empiricamente). Em diversos casos, pode se
conhecer os fatos ocorridos por meio de dados secundários.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Se a compreensão de envelhecer é ampla, o significado de “enve-


lhecimento ativo” não é de conhecimento comum. Por causa disso, a
Organização Mundial da Saúde (OMS, 2005, p.13) o conceituou como
“o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação
e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida
que as pessoas ficam mais velhas”.
No final da década de 1990, devido à variância de entendimentos
do conceito de envelhecimento, mencionado acima, houve a neces-
sidade de dissipar a névoa que impede uma visão holística do que
significa envelhecer com qualidade de vida, sendo e fazendo parte
ativa em uma sociedade que muitas vezes não compreende bem o que
significa passar por essa fase.
No entanto, quem é esse idoso? Segundo a OMS (2005), crono-
logicamente, em países industrializados, são considerados idosos
os indivíduos com 65 anos de idade ou mais, quando se encerra,
de maneira geral a fase economicamente ativa e em muitos casos
começa a aposentadoria. Já nos países em desenvolvimento, como o
Brasil, em que as condições socioeconômicas são menos favoráveis, a
faixa etária é de 60 anos ou mais.
A quantidade de idosos tem aumentado significativamente em
nível mundial e o Brasil possui em torno de 14% da sua população de
idosos, o que correspondente a quase 30 milhões, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BRASIL, 2017) e há proje-
ções de que este número possa triplicar nas próximas décadas.
Diante dessa mudança do perfil populacional, estudos sobre
a longevidade fazem-se pertinentes no cenário contemporâneo. A

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insegurança ao envelhecer, devido ao medo da incapacidade funcional,


fragilidades fisiológicas e emocionais que podem se apresentar nessa
etapa do desenvolvimento humano, demonstra a busca das pessoas
por um envelhecimento saudável.
Após a aposentadoria e os filhos crescerem, surgem questiona-
mentos do tipo: Quem sou eu dentro dessa sociedade? Qual minha
identidade? Como posso desfrutar da longevidade com saúde e qua-
lidade de vida? São essas e outros tipos de indagações que muitas
vezes perpassam na cabeça do idoso.
Ao se pensar em qualidade de vida, há de se enfatizar que novos
paradigmas surgiram em relação ao envelhecimento humano. Muda-se
o foco que antes era somente na prevenção de doenças e surge o cui-
dado à saúde, que, segundo a OMS, ainda em 1947, já sinalizava ser
um estado de bem-estar físico, mental e social e não somente ausên-
cia de doença.
Esse conceito vem sendo ampliado com o passar dos anos e
surge, para complementar a relação dos idosos com a saúde, o con-
ceito de envelhecimento ativo. O relatório “Envelhecimento Ativo: um
marco político em resposta à revolução da longevidade”, do Centro
Internacional de Longevidade Brasil – ILC (2015), trouxe diversas pos-
sibilidades ao se pensar o envelhecimento de modo a fortalecer as
políticas de promoção de saúde e prevenção voltadas aos idosos. E de
certa forma possibilitou avanços significativos, pois
...a OMS passou a defender a meta do Envelhecimento
Ativo, definido como “o processo de otimização das opor-
tunidades de saúde, participação e segurança, com o
objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as
pessoas ficam mais velhas” (p. 13).

Numa perspectiva biológica, de acordo com Tavares et al. (2017,


p. 895),
os idosos percebem o envelhecimento saudável como
a adoção de hábitos e comportamentos inerentes ao
estilo de vida, com destaque para a alimentação saudá-
vel, práticas de atividades físicas não ser tabagista e nem
etilista. Esses hábitos e comportamentos são fatores de
proteção e auxiliam no controle de doenças crônicas não

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transmissíveis (DCNT), que correspondem às maiores


causas de mortalidade da população idosa [...]

Outras dimensões também foram abordadas pelos autores acima,


tais como a social, psicológica e espiritual que influenciam no envelhe-
cimento saudável. Na perspectiva social, Tavares et al. (2017) relatam
que o relacionamento com a família, amigos e atividades coletivas de
lazer podem melhorar a qualidade de vida dos idosos. Dessa forma, as
relações sociais podem contribuir para promover a longevidade.
Quanto à dimensão psicológica, os idosos citados na pesquisa
apontaram o otimismo e a felicidade como importantes fatores para o
envelhecimento saudável. Em relação à religiosidade e espiritualidade,
afirmam que auxiliam a lidar com os eventos de vida estressantes e
superar muitas adversidades que são inerentes na vida cotidiana.
Nunes e Lima (2012, p. 14), afirmam que, ao se pensar em qua-
lidade de vida ao envelhecer, deve-se retornar à década de 1960,
durante a qual surgiram os conceitos de envelhecimento “bem-suce-
dido”, “positivo” ou “com sucesso”, ou seja “envelhecimento saudável”,
referindo-se nesse caso, a uma forma de adaptação às condições
inerentes do envelhecer, ou seja, “a uma busca de equilíbrio entre as
aptidões dos indivíduos e as exigências do meio ambiente”.
Na década de 1980, pesquisadores da Fundação Mac Arthur
entenderam que não era interessante desprezar a heterogeneidade
dos idosos em quaisquer de seus aspectos, sejam eles morfológicos,
funcionais, psicológicos ou sociais; e também que fatores extrínsecos
como estilo de vida e fatores psicossociais influenciam esse processo.
Assim, ainda de acordo com Nunes e Lima (2012), foi necessá-
rio que se adotasse uma abordagem diferenciada, interdisciplinar para
entender o processo referente ao envelhecimento, englobando diversas
áreas, fornecendo uma percepção mais positiva do ato de envelhecer,
no sentido de que só se obterá uma velhice saudável, dinâmica, partici-
pante e atuante quando o idoso participa e interage no processo como
um todo.
A rede de suporte social existe ao longo de todo o ciclo vital do
indivíduo, proporcionando trocas afetivas e sociais. Os seres humanos
se desenvolvem à medida que mantêm interações sociais saudáveis
e, ao envelhecer, a qualidade e frequência dessas relações tornam-se
importantes fatores de proteção perante às adversidades da vida. Os

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vínculos interpessoais contribuem para a construção da identidade do


idoso e, principalmente nessa etapa da vida, o papel da família passa
a ser essencial, pois, em muitos casos, o círculo de amizade tende a
reduzir-se drasticamente com o decorrer da idade e os familiares pas-
sam a ser o único meio de rede social disponível.
No período pandêmico, em que o isolamento social trouxe con-
sequências para todos, é relevante salientar que os laços sociais
ficaram comprometidos. Aristóteles (384 - 322 a.C.) já afirmava que o
homem é um sujeito social que, por natureza, precisa pertencer a uma
coletividade.
Ainda nessa perspectiva, de acordo com Delfino (2019), os rela-
cionamentos desenvolvidos ao longo da vida são determinantes para
o bem-estar e a qualidade de vida dos idosos; e relata que
pensando como agente potencializador, as relações
sociais são particularmente importantes, pois oferecem ao
indivíduo um entorno de segurança e proteção. Além disso,
atuam ainda como moderadoras do estresse, colaborando
com a saúde física e mental das pessoas e contribuindo
para que elas se sintam mais amadas e tenham uma
autoestima elevada. Quanto mais adequado o suporte
social fornecido (especialmente por familiares e amigos
íntimos), maior é a resiliência da pessoa idosa perante à
situação adversa e, consequentemente, melhor o bem-es-
tar subjetivo (2019, p. 10).

O entendimento de De Masi (2000, p.148), acerca d’O Ócio Criativo’,


é altamente pertinente, pois ele, de certa forma, nos força a olhar para
o que nós entendemos por qualidade de vida, que deveria ser avaliada
sob dimensões diversificadas e não unicamente como fatores isola-
dos: “A plenitude da atividade humana é alcançada somente quando
nela coincidem, se acumulam, se exaltam e se mesclam o trabalho, o
estudo e o jogo; isto é, quando nós trabalhamos, aprendemos e nos
divertimos, tudo ao mesmo tempo”.
Entende-se que, nesse sentido, tal plenitude se relaciona à per-
cepção, pelo idoso, de felicidade; e em relação a ela, Gaarder (1999, p.
131) afirmava que na compreensão de Aristóteles, “o homem só é feliz
se puder desenvolver e utilizar todas as suas faculdades e capacida-
des”. Pode-se presumir que a felicidade é de suma importância para o
homem de forma abrangente; mas para o idoso, o que seria felicidade?

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Entende-se que ela viria de mais autonomia, de respeito ao seu livre


pensar e agir, à sua possibilidade de mobilidade tanto física quanto
social, no sentido de agrupar-se e viver com dignidade.
Passando a uma dimensão biológica do envelhecimento, Zatz &
França (2021, p. 59), no livro “O legado dos genes”, salientam que
mesmo que a receita para uma vida longa esteja gravada
no nosso DNA, outros fatores conspiram para o bom ou
o mal desempenho para quem já passou dos sessenta. O
tipo de alimentação, o nível de atividade física, o tabagismo,
o acesso a serviços de saúde, o ambiente, a educação, as
experiências emocionais – todos esses são fatores que
contribuem para “ligar” ou “desligar” genes, ou seja tor-
ná-los ativos ou conservá-los adormecidos. (Grifos das
autoras)

As autoras acima trazem contribuições importantes para se com-


preender o processo de envelhecimento genético a partir de estudos
do genoma humano desenvolvido pelo Centro de Estudos do Genoma
e Células-Tronco (CEGH-CEL) da Universidade de São Paulo (USP).
Um estudo realizado a partir do “Projeto 80 mais” consiste na coleta de
DNA de voluntários com 80 anos ou mais, saudáveis, para se criar um
banco de dados de genomas e entender os mecanismos responsáveis
pelo envelhecimento saudável.
De acordo com Zatz (p. 36), a geneticista que coordena o projeto
do CEGH-CEL,
queremos entender como funcionam os neurônios, as
células musculares, as células de vasos sanguíneos em
pessoas que mantêm fisicamente saudáveis após os
oitenta anos. Saber os mecanismos que protegem essas
pessoas dos aspectos físicos do envelhecimento poderá
abrir caminho para novos tratamentos que beneficiem a
todos.

No entanto, se a genética pode atuar na prevenção de doenças e


proporcionar uma vida saudável aos idosos, ela sozinha não poderá
determinar o destino das pessoas longevas. O envelhecimento saudá-
vel e, consequentemente, a longevidade poderão ser influenciados por
diversos fatores como os apresentados anteriormente.
Ainda nessa perspectiva, Gottlieb et al. (2007, p. 273) relatam que

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fatores ambientais, como estilo de vida e dieta, desempe-


nham papel fundamental no fenótipo do envelhecimento.
Ou seja, a genética não é uma rota determinística, e cada
vez mais pode ser “manipulada” em benefício da saúde.
Além disso, o conhecimento da genética do envelheci-
mento e doenças associadas proporciona, cada vez mais,
a elaboração de instrumentos clínicos para o benefício das
pessoas idosas. (Grifo das autoras)

No entanto, as autoras ainda mencionam que não é somente o


estilo de vida que influencia para que possam surgir as doenças na
velhice. Elas sinalizam que há pesquisas e evidências científicas
recentes que mostram que as condições de vida pré-natal e pós-natal
também são importantes fatores que precisam ser controlados a fim
de minimizar a prevalência de doenças que podem surgir no decorrer
do ciclo de vida.
Em um trabalho de campo desenvolvido por Oliveira (2018, p. 70)
com 253 idosos centenários, concluiu-se que “[...] não só os aspectos
genéticos, mas também os nutricionais e hábitos de vida, têm impacto
no envelhecimento humano, quer de forma isolada, quer em intera-
ção uns com os outros, havendo ainda muito para desvendar neste
domínio”.
A pesquisa também evidencia que a existência de familiares cen-
tenários pode apresentar influência na longevidade, mas não seria
determinante, porém, de toda forma, é característica favorável. E a
pesquisa relata também que os idosos centenários valorizam um sono
reparador, quase não comem enlatados, buscam contato com a natu-
reza, animais e plantas, além de não fazer muito uso de medicamentos.
Em outra pesquisa, Seki (2017, p. 16) mostra que “a adoção de um
estilo de vida saudável, ativo, com a presença de atividades ocupacio-
nais prazerosas, mesmo após a aposentadoria e a adesão a grupos
proporcionam além de benefícios físicos a socialização, podem ser
determinantes para uma vida longa e saudável”.
No Brasil, tem sido comum os grupos de convivências voltados
aos idosos, que têm contribuído fundamentalmente para melhoria da
autoestima, estimulando a autonomia e trazendo bem-estar aos par-
ticipantes e mudanças positivas na saúde. Segundo Wichmann et al.
(2013, p. 823) “os grupos de convivência são uma forma de interação,
inclusão social e uma maneira de resgatar a autonomia, de viver com

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dignidade e dentro do âmbito de ser e estar saudável”. Ainda, segundo


as autoras,
os grupos de convivência têm sido uma alternativa esti-
mulada em todo o Brasil. De maneira geral, inicialmente os
idosos buscam, nesses grupos, melhoria física e mental,
por meio de exercícios físicos. Posteriormente, as necessi-
dades aumentam, e as atividades de lazer, como viagens,
também ganham espaço, além do desenvolvimento de
outras atividades, sempre promovendo atividades ocupa-
cionais e lúdicas.

São incontáveis os benefícios que a convivência grupal pode trazer


para as pessoas idosas, como a melhoria das habilidades cognitivas,
sociais e psicológicas, reduzindo quadros de depressão, muitas vezes
ocasionada pela sensação da perda de um papel social que acon-
tece logo após a aposentadoria. Dentre outras vantagens, a interação
social advinda dos encontros com os pares de idade pode evidenciar
momentos prazerosos de resgate da autoestima, a reconstrução da
identidade, fortalecer vínculos e trazer um sentido em suas vidas que
minimize o vazio existencial que tende a surgir com o avançar da idade.
No livro IKIGAI, “Os segredos dos japoneses para uma vida longa
e feliz”, fruto de uma pesquisa com os habitantes longevos da ilha de
Okinawa ao sul do Japão, García e Miralles (2018) sinalizam diversas
práticas dos japoneses que merecem ser destacadas. Em Okinawa
existe uma aldeia chamada “a aldeia dos centenários”, que apresenta
o maior índice de longevidade do mundo e foi lá que os autores reali-
zaram seu trabalho de pesquisa. O trabalho de campo trouxe muitas
contribuições para o entendimento da longevidade e envelhecimento
saudável, tais como:
• Primeiramente, os japoneses utilizam-se de um conceito que
explica a sua extraordinária forma de viver: “IKIGAI”, que é a
razão pela qual nos levantamos pela manhã. Encontrar esse
propósito poderá contribuir para um “envelhecer sempre
jovem” e feliz, proporcionando satisfação, felicidade e signifi-
cado à vida, algo tão bem trabalhado por Vitor Frankl, que é
encontrar o sentido da vida.
• O sentimento de pertencimento a uma comunidade, amizades,
boas relações familiares e o trabalho em equipe os ajudam a
aumentar sua expectativa de vida.

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• Outro segredo está relacionado à alimentação. A sabedoria dos


ancestrais recomenta que eles não comam até ficarem cheios;
eles param quando sentem que seu estômago está 80% cheio.
Além disso, comem alimentos saudáveis e antioxidantes, como
peixes, verduras e outros com baixo índice calórico.
• Um fator essencial referente à longevidade está em manter
uma mente ativa, flexível e continuar aprendendo. Quando o
cérebro desenvolve rotinas rígidas e não sai da zona de con-
forto, não precisa mais pensar; por isso, continuar estimulando
o cérebro com informações, habilidades e experiências novas
poderá criar novas conexões neurais e contribuir para um
envelhecimento saudável.
• Evitar o estresse, não se preocupar e manter-se tranquilo é
fator determinante à saúde. O estresse potencializa o envelhe-
cimento celular porque altera os telômeros (extremidades dos
cromossomos que protegem nosso material genético). Assim,
os japoneses escutam músicas relaxantes, fazem alongamen-
tos e respirações profundas e praticam meditação.
• O estilo de vida sedentário é algo que não está na rotina dos
longevos. Mesmo os idosos de noventa e cem anos são muito
ativos, não ficam sentados olhando a janela e lendo jornal.
Caminham muito, cuidam da horta, participam de atividades
comunitárias e participam de exercícios como yoga, tai chi
chuan.
• Dormir bem é um fator antienvelhecimento, por isso os japone-
ses cultivam hábitos e rotinas que privilegiam o sono reparador
que auxiliam a prolongar a vida.

E para finalizar, algumas falas dos habitantes de Okinawa que


merecem destaque ao serem perguntados sobre o segredo para uma
vida longa:
• “Não se preocupar e ter um coração tranquilo, não o deixará
envelhecer”.
• “ Ter boas rotinas. Uma vida longa depende de três coisas:
exercício para a saúde, comer bem e reunir com as pessoas”.
• “ Cultivar as amizades”.

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• “Meu segredo para uma vida longa é dizer a mim mesmo


‘calma, devagar’. Sem pressa se vive muito mais. Fazer muitas
coisas todos os dias, estar sempre ocupada, sem afobação”.
• “ Tenho noventa e oito anos, mas ainda me considero jovem.
Tenho muito o que fazer”. “ Faço exercícios diariamente e, todas
as manhãs, dou um pequeno passeio”.
• “Minha alegria é me levantar todas as manhãs às seis e abrir a
cortina para olhar o quintal que tenho aqui ao lado para cultivar
verduras. Vou a horta ver os tomates, as tangerinas. Adoro
• observar tudo isso, me relaxa. Depois de passar uma hora no
quintal, volto para casa e preparo o café da manhã”.
• “ Otimismo. O mais importante na vida é sorrir. Rir, rir, é o mais
importante. Todos os dias digo a mim mesmo: ‘ Hoje vai ser
um dia com saúde e energia”.

Concluindo, é possível visualizar que muitas possibilidades são


apontadas pela vivência dos centenários japoneses. Para se acres-
centar vida aos anos relatam ser necessário realizar as atividades
diárias com disposição e fazer coisas que realmente os fazem felizes.
Manter-se em atividade é algo presente no cotidiano deles, seja para
as próprias necessidades ou para proporcionar auxílio às pessoas com
as quais convivem. Ajudar os outros traz um sentimento de pertenci-
mento, de compartilhamento e torna a existência mais leve; o espírito
de cooperação mútua é missão de vida para eles. Conectar-se com a
natureza, para estes longevos, é um fator bem marcante que possibi-
lita tranquilidade e recarregar as energias para enfrentar os desafios
diários; além de propiciar uma alimentação mais natural e saudável
com hortaliças advindas da própria horta.
Muitos são os fatores que contribuem para que essa população
esteja entre os mais longevos do mundo com saúde e disposição,
sendo frequente ver pessoas com mais de 90 anos e até mesmo cen-
tenários caminhando pelas ruas e cuidando com empenho da horta no
quintal. Otimismo, boas rotinas, viver sem pressa, cultivar amizades e
não se preocupar possibilitam uma vida salutar, demonstrando ser o
segredo desta aldeia de japoneses.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da pluralidade ao envelhecer, a genética sozinha não é


determinante, apesar da sua importante contribuição. Vários aspec-
tos do estilo de vida como a prática de exercícios físicos, alimentação
saudável, sono adequado, exposição recomendada ao sol contribuem
para proporcionar uma qualidade de vida aos idosos. A interação social
também se apresenta como um recurso positivo e favorável à saúde
psicológica dos indivíduos, especialmente dos idosos, na medida em
que desperta o senso de pertencimento. As trocas de experiências
entre os pares podem favorecer o gosto por atividades sociais que
elevem a autoestima, o bem-estar e que podem ser entendidas como
uma rede de suporte frente às mudanças que surgem com o processo
de envelhecimento.
Se o envelhecimento humano é um fenômeno multifacetado, as
pesquisas até então apresentadas confirmam que não existe um fator
único que dê conta de explicar a complexidade do ato de envelhecer,
porém apontam para alguns pressupostos que podem evidenciar um
caminho mais promissor para uma velhice mais saudável e feliz. A frase
“ é preciso saber viver” fará parte do repertório daqueles que querem, não
só viver bem, porém ter qualidade de vida e conquistar a tão desejada
longevidade.

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