REIS0702
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Revista de Interações Sociais – REIS | v. 7 | n. 1 | jan.-jun. 2023 | p. 6-9 | Rio Grande| ISSN 2594-7664
DOI: https//doi.org/10.14295/reis.v7i1.14626
Amanda Moreira da Silva e Cristiano Ruiz Engelke |7
educação empreendedora e uma sociedade cada vez mais desigual, competitiva e individualista.
As conexões entre educação e empreendedorismo dizem respeito às políticas educacionais,
mas também remetem à uma lógica a partir dos sujeitos que constroem as instituições de ensino, as
quais ganham espaço ano após ano, representando uma ameaça crescente a uma educação pública,
gratuita, de qualidade, laica e voltada à sociedade. Os novos modos de subjetivação associados à
ideia de “empreendedorismo” estão presentes em quase todos os textos, sendo que alguns destacam
a intrincada problemática do empresariamento da educação, bem como as influências desse cenário
educacional para a formação das crianças e jovens e também para o trabalh
trabalhador docente.
Esse é o caso do artigo “Empreendedorismo nas políticas educacionais e nas escolas”
(Magalhães; Lamosa, 2024) que discute a temática a partir de uma perspectiva histórico
histórico-crítica,
apontando como a noção de empreendedorismo se manifestou dentr
dentroo das políticas educacionais e
no interior das escolas públicas a partir das contrarreformas do Estado brasileiro iniciadas nos anos
1990, quando o neoliberalismo se instaura no Brasil. Os pesquisadores apontam nesse estudo como
o movimento em prol da cham
chamada
ada “cultura empreendedora” vem interferindo na dinâmica das
escolas e tem repercutido no trabalho docente, concluindo que essa formação para o
empreendedorismo vem impactando as práticas pedagógicas e a formação dos estudantes.
Por seu turno, o texto inti
intitulado
tulado “O processo de empresarização das emoções na Educação e
as novas configurações do trabalho docente” ((Olivo, Tavares;Rodrigues;2024) traz o debate voltado
às subjetividades, para isso propõe uma aproximação inicial entre a Teoria da Empresarização e a
Sociologia
logia das Emoções, tendo assim o objetivo de construir a categoria empresarização das
emoções e discuti-la
la a partir do contexto educacional. Com isso os autores trazem uma contribuição
fundamental para pensarmos em como tem sido construídas e constituídas novas formas de trabalho
docente baseadas na centralidade de suas emoções.
O texto de Reis e Shiroma (2024), intitulado “Os determinantes do empreendedorismo da
OCDE: a ideologia neoliberal com uma nova roupagem” trata do tema a partir da visão da
Organização
ção e Cooperação do Desenvolvimento Econômico que vem impactando as políticas
educacionais no Brasil há décadas. Por meio da análise de um documento do organismo
multilateral, os autores investigam como as políticas da OCDE, embebidas em princípios
neoliberais,
rais, vêm induzindo estratégias de mensuração do empreendedorismo nos países membros.
Na discussão realizada, apontam o empreendedorismo como um preventivo ideológico contra
revoltas populares.
Ainda compondo o dossiê, temos o artigo intitulado “A noção de empreendedorismo sob a
perspectiva do liberalismo clássico de Cantillon e Say: uma análise crítica” (Duque, 2024), no qual
o autor busca trazer a definição de empreendedorismo a partir dos seus principais formuladores, os
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