Aula 4
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ADMINISTRAÇÃO E
GERENCIAMENTO DE REDES
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rede, permitindo a sua identificação também de acordo com um padrão
amplamente conhecido por todos os profissionais da área. Dessa forma,
podemos utilizar as normas da TIA e da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) para a elaboração do padrão de identificação dos elementos
da infraestrutura da rede, de acordo com a norma utilizada para a elaboração do
projeto de cabeamento estruturado. Para a elaboração de projetos, temos o
conjunto de normas TIA-568, que estabelece os componentes de um sistema de
cabeamento estruturado, conforme visto em aulas anteriores. Para a
administração da infraestrutura, temos a norma TIA-606 (TIA; Ansi, 2014, 2017).
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cabeamento de maneira uniforme, independentemente das aplicações, pois
podemos ter diversas mudanças ao longo da vida de uma infraestrutura de
telecomunicações. E ela tem como objetivo, ainda, fornecer as diretrizes para
proprietários, usuários finais, fabricantes, consultores, empreiteiros, projetistas,
instaladores e administradores de instalações envolvidos no processo de
administração da infraestrutura de telecomunicações. Com a aplicação da TIA-
606, podemos aumentar o retorno do investimento realizado no sistema de
infraestrutura, reduzindo as despesas de manutenção do sistema, ampliando a
vida útil do sistema e aumentando o desempenho da infraestrutura para os
serviços de rede. E os conceitos abordados na TIA-606 podem ter também
outras aplicações, tais como em sistemas de automação de edifícios, de
segurança e em sistemas de áudio e vídeo, que são complementares aos
sistemas de telecomunicações (TIA; Ansi, 2017).
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Temos duas categorias distintas em relação às especificações contidas
na norma, que são os requisitos obrigatórios e os que são apenas
recomendados. Os requisitos obrigatórios normalmente estão relacionados à
proteção, desempenho, administração e compatibilidade, especificando os
requisitos mínimos aceitáveis. Os requisitos recomendados, ou desejáveis, são
aqueles que contribuirão para uma melhoria do desempenho geral do sistema
de cabeamento (TIA; Ansi, 2017).
DC
Subsistema 3
DB DB
Subsistema 2
DA DA
Subsistema 1
EO EO EO EO EO EO EO EO
EO Equipment Outlet
Fonte: Rohling, 2020.
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Nesse modelo de topologia (Figura 2), temos três níveis de distribuidores,
que são DA, DB e DC. A interligação entre esses níveis é feita através dos
subsistemas de cabeamento 1, 2 e 3. E podemos ter, ainda, a interligação entre
os distribuidores de mesmo nível, como um elemento opcional, para se garantir
a redundância de caminhos físicos. E, entre o distribuidor A e as tomadas de
conexão dos equipamentos dos usuários (TOs), podemos ter também,
opcionalmente, o ponto de consolidação. E, na elaboração do projeto de rede,
teremos que contemplar essa topologia hierárquica, conforme visto
anteriormente, bem como na identificação dos componentes da infraestrutura,
que deverá ser feita de acordo com esse modelo.
Assim, teremos a integração entre os modelos apresentados pela TIA-606
e pela TIA-568, em que os distribuidores A, B e C corresponderão aos elementos
de manobra designados como cross-connect, respectivamente. Assim, ao
elaborarmos a identificação dos componentes, será necessário identificar a qual
nível hierárquico pertence um elemento de manobra e também a qual
subsistema pertence o cabeamento, de acordo com a sua função na interligação
entre os componentes.
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classe 3 pode ser gerenciada com a utilização de um software de planilha
eletrônica de uso geral, de um software especializado ou de um sistema de AIM.
A classe 4 de externos será utilizada em um sistema multicampus ou com
vários sites. A administração da classe 4 abarca todos os elementos da
administração de classe 3, além de um identificador para cada site e de
identificadores opcionais para os elementos intercampus, tais como as conexões
de rede de área alargada (WAN). A administração dos caminhos e espaços, bem
como dos elementos de planta externa, é altamente recomendada para os
sistemas de missão crítica, grandes edifícios ou edifícios multiusuários. A classe
4 também poderá ser gerenciada com um software de planilha, um software
especializado ou sistemas AIM.
Cada identificador utilizado deverá estar associado a cada um dos
elementos de uma infraestrutura de telecomunicações que esteja sendo
administrada, de maneira exclusiva. Assim, um identificador único ou uma
combinação de identificadores construídos de modo a se referirem
exclusivamente a um determinado elemento será um elemento-chave para se
encontrar o registro das informações relacionadas a cada um dos elementos de
uma infraestrutura.
a. identificador do TS;
b. identificador do rack;
c. identificador do patch panel;
d. identificador da porta do patch panel;
e. identificador dos cabos existentes entre racks, no mesmo espaço;
f. identificador do link de subsistema de cabeamento de nível 1
(cabeamento horizontal);
g. identificador da barra principal de aterramento de telecomunicações
(TMGB);
h. identificador da barra de aterramento de telecomunicações (TGB).
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As informações adicionais poderão ser incluídas por parênteses após o
término do formato necessário de um desses identificadores. O formato
compatível com a TIA-606-A para o identificador do TS é formado por duas
partes, no formato FS (TIA; Ansi, 2002). Nesse padrão, a primeira parte do
identificador (F) será formada por caracteres numéricos que identificarão o piso
do edifício ocupado pelo TS (essa parte do identificador é opcional para edifícios
com apenas um único andar). E a segunda parte do identificador (S) será
formada por caracteres alfabéticos que identificarão exclusivamente o TS ou a
ER, no piso F. Para edifícios com pisos não numéricos, os caracteres
alfanuméricos podem ser usados no formato f e devem ser consistentes com a
convenção de nomeação de piso usada dentro do edifício. Todos os
identificadores TS em uma única infraestrutura devem ter o mesmo formato,
sempre que possível. O TS deve ser etiquetado com o identificador do TS dentro
da sala, de modo que fique visível para quem estiver trabalhando naquela sala.
Figura 3 – Identificador do TS
2TR
F=2 S = TR
2º Andar Identificador
da sala
Coordenada X
AA AB AC AD
01
02
03
04
Coordenada Y
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Figura 5 – Exemplo de identificação de racks
AA AB AC AD AE AF AG AH
01
02 AC02 AF03
03
04
AC03 AF05
FRENTE
05
AC05 AF06
06
07
08
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Figura 6 – Exemplo de identificação na TR
SALA 2TRA
2TRA.3 2TRA.4
Racks de parede
2TRA.2
2TRA.1
2TRA.1
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identificação 2TRA.1-R06 para o patch panel instalado na parte de trás do rack
(R), no sexto U (06).
Armário de 2º Andar
Sala de Telecom Rack 4
Equipamentos
1º Andar Armário de 3º Andar
Racks 1 a 3 Telecom Rack 5
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• armário de telecomunicações no terceiro andar: 3TRB.
1ER.1
Patch Panel 06 2TRA.1
Patch Panel 08
Portas 1 a 6 p/2º A
Portas 7 a 12 p/3º A
Patch Panel 08 3TRB.1
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informações farão parte da documentação da rede, nos seus diversos níveis,
conforme visto anteriormente.
Para a nomenclatura dos dispositivos, um padrão usual é a combinação
de letras e números, identificando qual é o tipo do equipamento, com um número
sequencial para garantir os identificadores únicos para cada um deles. Poderá
ser incluída também a referência com a nomenclatura dos espaços do
cabeamento estruturado, para facilitar a identificação física dos equipamentos.
Assim, baseados no exemplo utilizado anteriormente para a identificação
dos espaços físicos, poderíamos ter na ER o roteador, o firewall, o switch core e
um switch de distribuição para atender os computadores instalados no mesmo
andar da sala. E a montagem física desses equipamentos é mostrada na Figura
10.
Figura 10 – Rack da ER
• firewall: FW-1ER1-01;
• roteador: RT-1ER1-01;
• switch core: SWC-1ER1-01;
• switch de distribuição 1: SWD-1ER1-01;
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• switch de distribuição 2: SWD-1ER1-02.
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Quadro 1 – Configurando o roteador e o switch
Router>enable
Router#configure terminal
Enter configuration commands, one per line. End with
CNTL/Z.
Router(config)#hostname RT-1ER1-01
RT-1ER1-01(config)#exit
RT-1ER1-01#
Switch>enable
Switch#configure terminal
Enter configuration commands, one per line. End with
CNTL/Z.
Switch(config)#hostname SWC-1ER1-01
SWC-1ER1-01(config)#
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acesso aos equipamentos através do protocolo IP, atribuindo um endereço
exclusivo a cada switch.
O endereçamento da rede de gerenciamento deverá ser configurado no
modo estático, pois é necessário que o endereço IP de cada equipamento seja
conhecido e esteja devidamente documentado, para a correta operação e
manutenção da rede. Assim, seguindo o exemplo desta aula, poderíamos utilizar
a rede 192.168.50.0/24 para a rede de gerenciamento e poderíamos atribuir os
seguintes endereços:
• firewall: 192.168.50.99/24;
• roteador: 192.168.50.1/24;
• switch core: 192.168.50.10/24;
• switch de distribuição 1: 192.168.50.11/24;
• switch de distribuição 2: 192.168.50.12/24;
• switch de distribuição 3: 192.168.50.13/24;
• switch de distribuição 4: 192.168.50.14/24.
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camada 3, à qual poderemos atribuir um endereço IP, conforme mostrado no
Quadro 2.
SWD-1ER1-01(config)#vlan 50
SWD-1ER1-01(config-vlan)#name Gerenciamento
SWD-1ER1-01#show vlan
50 Gerenciamento active
1002 fddi-default active
1003 token-ring-default active
1004 fddinet-default active
1005 trnet-default active
SWD-1ER1-01(config)#interface vlan 50
%LINK-5-CHANGED: Interface Vlan50, changed state to up
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Para os roteadores, a identificação lógica será feita pela atribuição do
endereço de gerenciamento também a uma interface virtual, apesar de o
roteador permitir a configuração de endereços IP em suas interfaces físicas.
Porém, como as interfaces físicas serão utilizadas para a comunicação com as
demais redes e a rede de gerenciamento deverá estar separada dos demais
hosts da rede, deverá ser utilizada uma interface virtual. Essas interfaces virtuais
a serem criadas nos roteadores são as interfaces chamadas de loopbacks.
Assim, para criar uma interface de loopback em um roteador, o comando é:
interface loopback <n>, em que n será um número que identificará essa interface
virtual. Para o nosso exemplo de rede, teremos a configuração mostrada no
Quadro 4.
RT-1ER1-01#configure terminal
Enter configuration commands, one per line. End with
CNTL/Z.
RT-1ER1-01(config)#interface loopback 0
%LINK-5-CHANGED: Interface Loopback0, changed state to up
%LINEPROTO-5-UPDOWN: Line protocol on Interface
Loopback0, changed state to up
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FINALIZANDO
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Para a identificação dos cabos, também é importante não utilizarmos
muitos dígitos além do necessário, pois isso poderá dificultar a etiquetagem dos
cabos, devido ao tamanho das etiquetas a serem utilizadas para comportar uma
grande quantidade de caracteres. E esse fator se torna ainda mais crítico na
terminação dos cabos nas áreas de trabalho, pois a terminação do cabo nas
tomadas de telecomunicações normalmente não dispõe de muito espaço para a
acomodação do cabo com a respectiva etiqueta. Além disso, a acomodação do
cabo dentro da caixa que contém a tomada ficará ainda mais difícil, pois a
etiqueta colada no cabo deixará o conjunto ainda menos flexível. Já a terminação
do cabeamento nos patch panels permitirá uma acomodação muito melhor das
terminações dos cabos, mesmo com a etiqueta colada ao cabo. Assim,
principalmente para o cabeamento de backbone, é recomendável utilizarmos a
identificação o mais completa possível, conforme recomendação da norma TIA-
606 vista nesta aula (TIA; Ansi, 2017).
Quuanto à identificação dos dispositivos de redes, poderemos também
agregar o recurso de um servidor de domain name system (DNS) interno. Assim,
além da configuração do nome do dispositivo em cada equipamento, para que
seja exibida essa informação, ao realizarmos o acesso remoto ao equipamento,
poderemos também fazer o acesso aos equipamentos utilizando o nome
atribuído a cada equipamento. Nesse caso, teríamos que configurar os nomes
dos equipamentos em um servidor DNS, associando-os ao endereço IP
pertencente à Vlan de gerenciamento de cada um deles. Esse serviço de DNS
adicional também facilitará o processo de operação e manutenção da rede, pois
não será necessário fazer uma consulta adicional à documentação da rede para
a obtenção do endereço IP do dispositivo desejado, bastando digitar o nome do
dispositivo, conforme o padrão de identificação adotado.
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REFERÊNCIAS
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