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Aula 4

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ARQUITETURA,

ADMINISTRAÇÃO E
GERENCIAMENTO DE REDES
AULA 4

Prof. Luis José Rohling


CONVERSA INICIAL

Após definirmos os padrões de organização das informações, o que inclui


a documentação da infraestrutura, da rede física e da rede lógica, deveremos
então definir a metodologia para identificação dos ativos da rede. No entanto, é
importante relembrarmos que, desde o início do ciclo de vida da rede, que é a
fase de elaboração do projeto da rede, devem ser aplicadas normas pertinentes,
que, no caso da infraestrutura, serão as normas de cabeamento estruturado. E,
para o projeto da rede lógica, deve ser observada a topologia hierárquica dos
dispositivos de conexão na rede de área local (LAN), com o modelo em três
camadas, em que temos a camada de núcleo, a de distribuição e a de acesso.
E, nessas camadas, teremos os switches, que deverão ser identificados como
switches core, switches de distribuição ou switches de acesso. Outro recurso a
ser considerado no projeto da rede comutada são as conexões redundantes, que
aumentam a disponibilidade da rede. No entanto, como essas conexões
causarão loops na rede, o que poderá causar a degradação do desempenho da
rede e, até mesmo, a sua parada total, é necessária a implementação de um
protocolo, o spanning tree protocol (STP), para eliminar esses loops na rede,
mantendo as conexões de contingência.
Para a identificação dos elementos de camada 1, que compõe a
infraestrutura de cabeamento estruturado, temos a norma da Associação da
Indústria de Telecomunicações TIA-606 (TIA; Ansi, 2017), que define as classes
de administração e os padrões de identificação a serem empregados em cada
um dos componentes da infraestrutura. E, nesse processo, é de fundamental
importância a adoção de um padrão de identificação que irá garantir que cada
identificador utilizado esteja associado a cada um dos elementos de uma
infraestrutura de telecomunicações de maneira exclusiva. Assim, será possível
usar esse identificador para encontrar o registro das informações relacionadas a
cada um dos elementos da rede.

TEMA 1 – PADRÕES DE IDENTIFICAÇÃO

Para a identificação dos elementos de infraestrutura, devemos também


usar como base as normas de cabeamento estruturado. Assim, como o projeto
da infraestrutura de rede foi elaborado de acordo com essas normas, teremos
um padrão conhecido de organização dos componentes da infraestrutura da

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rede, permitindo a sua identificação também de acordo com um padrão
amplamente conhecido por todos os profissionais da área. Dessa forma,
podemos utilizar as normas da TIA e da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) para a elaboração do padrão de identificação dos elementos
da infraestrutura da rede, de acordo com a norma utilizada para a elaboração do
projeto de cabeamento estruturado. Para a elaboração de projetos, temos o
conjunto de normas TIA-568, que estabelece os componentes de um sistema de
cabeamento estruturado, conforme visto em aulas anteriores. Para a
administração da infraestrutura, temos a norma TIA-606 (TIA; Ansi, 2014, 2017).

1.1 A norma TIA-606

A norma TIA-606 especifica os sistemas de administração da


infraestrutura de telecomunicações em e entre edifícios (incluindo instalações
comerciais, industriais, residenciais e data centers). Essa infraestrutura pode
variar em tamanho – compreende desde um edifício que requer um único espaço
de telecomunicações (TS) e seus elementos associados; até muitos TS e
elementos associados, em vários locais de um ambiente de campus (TIA; Ansi,
2017). Essa norma define os processos de administração da infraestrutura de
telecomunicações da seguinte forma:

a. atribuindo identificadores aos componentes da infraestrutura;


b. especificando os elementos de informação que compõem registros, para
cada identificador;
c. especificando as relações, entre esses registros, para se acessar as
informações que eles contêm;
d. especificando relatórios que apresentam informações sobre grupos de
registros;
e. especificando requisitos gráficos e simbólicos.

A versão mais atual da norma é a sua revisão C, de 2017, que está


disponível para aquisição no site da TIA ([S.d.]). E essa norma especifica a
administração de um sistema de cabeamento de telecomunicações genérico,
que poderá ser aplicado em um ambiente que contenha as soluções de diversos
fornecedores. Também serve de base para os fabricantes, para que possam
desenvolver os diversos produtos empregados na administração da
infraestrutura. Assim, a norma fornece uma abordagem para a administração de

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cabeamento de maneira uniforme, independentemente das aplicações, pois
podemos ter diversas mudanças ao longo da vida de uma infraestrutura de
telecomunicações. E ela tem como objetivo, ainda, fornecer as diretrizes para
proprietários, usuários finais, fabricantes, consultores, empreiteiros, projetistas,
instaladores e administradores de instalações envolvidos no processo de
administração da infraestrutura de telecomunicações. Com a aplicação da TIA-
606, podemos aumentar o retorno do investimento realizado no sistema de
infraestrutura, reduzindo as despesas de manutenção do sistema, ampliando a
vida útil do sistema e aumentando o desempenho da infraestrutura para os
serviços de rede. E os conceitos abordados na TIA-606 podem ter também
outras aplicações, tais como em sistemas de automação de edifícios, de
segurança e em sistemas de áudio e vídeo, que são complementares aos
sistemas de telecomunicações (TIA; Ansi, 2017).

Figura 1 – Norma TIA-606 para administração da infraestrutura

Fonte: TIA; Ansi, 2017.

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Temos duas categorias distintas em relação às especificações contidas
na norma, que são os requisitos obrigatórios e os que são apenas
recomendados. Os requisitos obrigatórios normalmente estão relacionados à
proteção, desempenho, administração e compatibilidade, especificando os
requisitos mínimos aceitáveis. Os requisitos recomendados, ou desejáveis, são
aqueles que contribuirão para uma melhoria do desempenho geral do sistema
de cabeamento (TIA; Ansi, 2017).

1.2 Os elementos de infraestrutura

A norma TIA-606 estabelece um modelo genérico de infraestrutura de


telecomunicações composto pelos subsistemas de cabeamento 1, 2 e 3, que
incluem os cabos e os caminhos, pelo sistema de interligação e de aterramento,
pelos espaços descritos na TIA-568 e pelo sistema de bloqueio de propagação
de incêndio (TIA; Ansi, 2014, 2017).

Figura 2 – Elementos da topologia genérica de cabeamento

DC
Subsistema 3

DB DB
Subsistema 2

DA DA
Subsistema 1

EO EO EO EO EO EO EO EO

Ponto de consolidação (opcional)

EO Equipment Outlet
Fonte: Rohling, 2020.
5
Nesse modelo de topologia (Figura 2), temos três níveis de distribuidores,
que são DA, DB e DC. A interligação entre esses níveis é feita através dos
subsistemas de cabeamento 1, 2 e 3. E podemos ter, ainda, a interligação entre
os distribuidores de mesmo nível, como um elemento opcional, para se garantir
a redundância de caminhos físicos. E, entre o distribuidor A e as tomadas de
conexão dos equipamentos dos usuários (TOs), podemos ter também,
opcionalmente, o ponto de consolidação. E, na elaboração do projeto de rede,
teremos que contemplar essa topologia hierárquica, conforme visto
anteriormente, bem como na identificação dos componentes da infraestrutura,
que deverá ser feita de acordo com esse modelo.
Assim, teremos a integração entre os modelos apresentados pela TIA-606
e pela TIA-568, em que os distribuidores A, B e C corresponderão aos elementos
de manobra designados como cross-connect, respectivamente. Assim, ao
elaborarmos a identificação dos componentes, será necessário identificar a qual
nível hierárquico pertence um elemento de manobra e também a qual
subsistema pertence o cabeamento, de acordo com a sua função na interligação
entre os componentes.

1.3 Classes de administração

Existem quatro classes da administração especificadas pela norma TIA-


606 que podem ser aplicadas, de acordo com a complexidade da infraestrutura
de cada rede (TIA; Ansi, 2017). A especificação de cada uma das classes inclui
os requisitos para elaborar os modelos de identificação, de registro e de
rotulação dos componentes da infraestrutura. Um sistema de administração
deverá prover um método para a localização dos registros associados a um
determinado identificador.
A norma TIA-606 também estabelece que, para se gerenciar o sistema de
administração, podem ser utilizados um sistema de registro em papel, um
software simples, do tipo planilha de uso geral, ou até mesmo um software
especializado, como as ferramentas de automated infrastructure management
(AIM) (TIA; Ansi, 2017). Assim, por exemplo, com o uso de uma planilha,
podemos colocar os identificadores associados a cada um dos componentes do
sistema em cada uma das linhas da planilha e, nas suas colunas, teremos os
itens específicos, que conterão as informações de registro do item para cada um
dos componentes. Para a administração de sistemas de cabeamento mais
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complexos, pode ser necessária a utilização de um software especializado ou de
um sistema de AIM. Além das informações de registro dos elementos, o sistema
de administração deverá conter os desenhos que irão mostrar todos os
elementos identificados da infraestrutura.
A determinação da classe de administração é feita em função do tamanho
e da complexidade da infraestrutura. Essa complexidade será determinada pela
quantidade de TS, que são as salas de equipamentos (ER), as salas de
telecomunicações (TR) e os espaços de entrada dos prestadores de serviços de
acesso (EF). As classes são escaláveis e permitem expansão sem exigir
alterações nos identificadores ou rótulos existentes.
A classe 1 de administração se aplica ao local que é atendido apenas pela
ER. Assim, a ER é o único TS a ser administrado, não existindo as TR e nem
nenhum subsistema de cabeamento de nível 2 ou 3 ou sistemas de cabeamento
de plantas externas a serem administrados. Os caminhos dos cabos serão
facilmente identificados e não necessitarão ser administrados. Caso existam
caminhos de cabo ou terminação de cabos em áreas de risco de incêndio, deverá
ser utilizado um sistema de administração de classe 2 ou superior. A classe 1
será normalmente gerenciada com o uso de um sistema baseado em papel ou
com a utilização de um software do tipo planilha eletrônica.
A administração de classe 2 será utilizada para a administração de uma
infraestrutura de telecomunicações alocada em um único edifício ou de uma
infraestrutura que é servida por um único ou múltiplo TS, tal como uma ER com
um ou mais armários de telecomunicações, em um único edifício. A
administração classe 2 compreende todos os elementos da administração classe
1, além de identificadores para subsistemas de cabeamento de níveis 2 e 3. Os
caminhos dos cabos também serão facilmente identificados, e sua administração
é opcional. A classe 2 pode ser gerenciada com o uso de um software de planilha
eletrônica, de um software especializado ou de um sistema de AIM.
A administração da classe 3 aborda as necessidades de uma
infraestrutura de campus, incluindo os edifícios e seus elementos da planta
externa. A administração da classe 3 abrange todos os elementos da
administração classe 2, além dos identificadores para os edifícios e para o
cabeamento do campus. Recomenda-se a administração dos caminhos e
espaços dentro das construções, bem como dos elementos da planta externa. A

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classe 3 pode ser gerenciada com a utilização de um software de planilha
eletrônica de uso geral, de um software especializado ou de um sistema de AIM.
A classe 4 de externos será utilizada em um sistema multicampus ou com
vários sites. A administração da classe 4 abarca todos os elementos da
administração de classe 3, além de um identificador para cada site e de
identificadores opcionais para os elementos intercampus, tais como as conexões
de rede de área alargada (WAN). A administração dos caminhos e espaços, bem
como dos elementos de planta externa, é altamente recomendada para os
sistemas de missão crítica, grandes edifícios ou edifícios multiusuários. A classe
4 também poderá ser gerenciada com um software de planilha, um software
especializado ou sistemas AIM.
Cada identificador utilizado deverá estar associado a cada um dos
elementos de uma infraestrutura de telecomunicações que esteja sendo
administrada, de maneira exclusiva. Assim, um identificador único ou uma
combinação de identificadores construídos de modo a se referirem
exclusivamente a um determinado elemento será um elemento-chave para se
encontrar o registro das informações relacionadas a cada um dos elementos de
uma infraestrutura.

TEMA 2 – IDENTIFICAÇÃO DOS ESPAÇOS

Como temos quatro classes de administração de infraestrutura, temos


recomendações para a identificação diferenciada de cada uma dessas classes.
A classe 1 de administração é utilizada quando temos apenas uma ER e, nesse
caso, os identificadores de infraestrutura exigidos são:

a. identificador do TS;
b. identificador do rack;
c. identificador do patch panel;
d. identificador da porta do patch panel;
e. identificador dos cabos existentes entre racks, no mesmo espaço;
f. identificador do link de subsistema de cabeamento de nível 1
(cabeamento horizontal);
g. identificador da barra principal de aterramento de telecomunicações
(TMGB);
h. identificador da barra de aterramento de telecomunicações (TGB).

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As informações adicionais poderão ser incluídas por parênteses após o
término do formato necessário de um desses identificadores. O formato
compatível com a TIA-606-A para o identificador do TS é formado por duas
partes, no formato FS (TIA; Ansi, 2002). Nesse padrão, a primeira parte do
identificador (F) será formada por caracteres numéricos que identificarão o piso
do edifício ocupado pelo TS (essa parte do identificador é opcional para edifícios
com apenas um único andar). E a segunda parte do identificador (S) será
formada por caracteres alfabéticos que identificarão exclusivamente o TS ou a
ER, no piso F. Para edifícios com pisos não numéricos, os caracteres
alfanuméricos podem ser usados no formato f e devem ser consistentes com a
convenção de nomeação de piso usada dentro do edifício. Todos os
identificadores TS em uma única infraestrutura devem ter o mesmo formato,
sempre que possível. O TS deve ser etiquetado com o identificador do TS dentro
da sala, de modo que fique visível para quem estiver trabalhando naquela sala.

Figura 3 – Identificador do TS

2TR
F=2 S = TR
2º Andar Identificador
da sala

Fonte: Rohling, 2020.

Para a identificação dos racks em TS onde temos várias fileiras de


armários ou de racks, tais como salas de servidores e ER, um sistema de
coordenadas matriciais deve ser usado na identificação dos armários e racks de
equipamentos localizados dentro da sala. Nas salas que possuem sistemas de
piso elevado, a identificação do espaço deve utilizar o mesmo esquema de
identificação do piso elevado. Em salas sem piso elevado, o sistema de forro, se
existir, deverá ser usado como base para identificação do local. Se não houver
nenhum desses sistemas, uma grade deve ser aplicada à planta do piso. A grade
deve ser densa o suficiente para garantir que dois gabinetes não ocupem as
mesmas coordenadas da grade. Para isso, poderá ser considerado um
espaçamento entre 500 mm a 600 mm. A quantidade de caracteres utilizados ao
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longo dos eixos X e Y deve ser adequada para cobrir todo o espaço a ser coberto
pela grade. Os eixos X e Y podem ser invertidos para minimizar a quantidade de
caracteres necessários. Podemos selecionar o eixo mais longo da sala como
sendo o eixo X e o eixo mais curto da sala como o eixo Y. O ponto de partida
para a grade pode ser qualquer um dos quatro cantos do espaço a ser coberto.
Ao se selecionar o ponto de partida, deverá ser considerada a direção em que a
sala poderá ser expandida. O ponto de partida da grade deve estar em um canto
longe de qualquer direção provável de expansão da sala.

Figura 4 – Exemplo de grade para identificação

Coordenada X

AA AB AC AD

01

02

03

04

Coordenada Y

Fonte: Rohling, 2020.

Para salas que utilizam o sistema de grade, é possível que os armários e


racks ocupem mais de uma localização da grade. Nesse caso, a mesma
referência deve ser usada, em cada armário ou rack, para determinar a sua
localização na grade. Essa referência pode ser o canto mais próximo do ponto
de partida da grade, o seu canto dianteiro esquerdo, o seu canto dianteiro direito
ou o seu centro dianteiro, desde que a mesma referência seja utilizada em toda
a sala. Seguindo essa convenção, será possível substituir os armários ou racks
por outros de diferentes tamanhos, sem a necessidade de modificar a
identificação dos demais armários ou quadros já instalados.

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Figura 5 – Exemplo de identificação de racks

AA AB AC AD AE AF AG AH

01

02 AC02 AF03
03

04
AC03 AF05
FRENTE

05
AC05 AF06
06

07

08

Fonte: Rohling, 2020.

Na Figura 5, temos o exemplo da identificação dos armários ou racks


utilizando como referência o canto direito frontal da posição do rack na grade.
Em TR, normalmente não teremos a grade marcada no piso. Nesses casos,
poderá ser feita a identificação sequencial dos racks e armários instalados
nesses espaços. No exemplo da Figura 6, temos uma TR com dois armários do
tipo rack de piso e dois racks de parede, que são identificados pelo padrão de
identificação da sala, acrescido do número sequencial dos componentes
instalados, de modo que cada elemento tenha um identificador exclusivo. Assim,
nesse exemplo, os dois armários serão identificados como 2TRA.1 e 2TRA.2, e
os dois racks de piso, identificados como 2TRA.3 e 2TRA.4. Dessa forma, cada
um dos elementos instalados terá um identificador exclusivo, e essa identificação
também permitirá a localização do ambiente onde os componentes estão
instalados, que é a sala 2TRA.

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Figura 6 – Exemplo de identificação na TR

SALA 2TRA
2TRA.3 2TRA.4
Racks de parede

2TRA.2

2TRA.1

Fonte: Rohling, 2020.

TEMA 3 – IDENTIFICAÇÃO DOS PATCH PANELS

Outro elemento do cabeamento estruturado é a infraestrutura formada


pelos cabos e sua terminação nos espaços, que são as ER e TR. Assim,
devemos adotar um padrão para a identificação dos cabos e dos patch panels.

3.1 Identificação dos patch panels

Para simplificar a identificação dos racks, os nomes do edifício e da sala


normalmente não estão nos rótulos desses racks e dos equipamentos neles
instalados. O uso de racks com a indicação das posições unitárias (Us) facilita o
processo de identificação e instalação dos patch panels. Os patch panels serão
identificados de acordo com sua posição em cada rack, e, se possível, essa
identificação também poderá constar na extremidade dos cabos. E as portas do
patch panel também deverão ser rotuladas, podendo ser feita a identificação de
cada porta, da primeira porta ou da última de cada patch panel. A identificação
da posição do patch panel no rack é feita pela contagem de Us partindo-se da
base do rack, ou seja, a primeira posição na base do rack será o primeiro U
(01U).
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Assim, utilizando o exemplo anterior, para identificar os patch panels
instalados no rack que está na TR do segundo andar teríamos a identificação do
rack, que poderia ser o 2TRA.1, acrescido da posição do patch panel nesse rack,
de acordo com a posição U onde cada qual está instalado. No exemplo da Figura
7, temos a instalação dos patch panels mantendo um espaçamento de 2 Us entre
cada um deles, estando o primeiro patch panel instalado na base do rack. No
entanto, como estamos utilizando patch panels com altura de 2Us, o primeiro
patch panel estará identificado como 02U, pois a parte superior do patch panel
está fixada no segundo U.

Figura 7 – Exemplo de identificação dos patch panels

2TRA.1

Fonte: Rohling, 2020.

Caso tenhamos patch panels instalados em mais de um lado de um rack,


por exemplo, na parte frontal e na parte traseira do rack, teremos que
acrescentar um letra para identificar esse posicionamento. Assim, no exemplo
anterior (Figura 7), teríamos uma identificação do tipo 2TRA.1-F02 para o patch
panel instalado na parte frontal (F) e no segundo U (02). E teríamos a

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identificação 2TRA.1-R06 para o patch panel instalado na parte de trás do rack
(R), no sexto U (06).

3.2 Identificação das portas de conexão

Caso seja possível, também poderá ser acrescida na etiqueta de


identificação da porta do patch panel a origem e o destino, ou seja, a terminação
da outra extremidade do link, indicando o intervalo de portas que estão
conectadas nas duas extremidades. Seguindo o exemplo anterior (Figura 7),
teríamos então uma identificação do tipo 2TRA.1-02p01-24 para 3TRB.2-06p01-
24.
Neste exemplo (Figura 8), teríamos a conexão do patch panel instalado
no segundo andar (2), na sala TRA, no rack 1, no segundo U (02) desse rack,
das portas 1 a 24 (p01-24); e a outra extremidade aonde estão conectados os
links seria o patch panel instalado no segundo andar (3), na sala TRB, no rack
2, no sexto U (06) desse rack, das portas 1 a 24 (p01-24).

Figura 8 – Exemplo de interligação entre salas

Armário de 2º Andar
Sala de Telecom Rack 4
Equipamentos
1º Andar Armário de 3º Andar
Racks 1 a 3 Telecom Rack 5

Fonte: Rohling, 2020.

Tomando como exemplo a Figura 8, considerando que tenhamos a


interligação entre a ER e os armários de telecomunicações, que é feita por meio
do cabeamento de backbone, implementada com a conexão de seis cabos entre
cada um desses elementos, teremos a identificação dos componentes conforme
veremos na sequência. A primeira etapa será a identificação dos espaços, que
poderá ser feita da seguinte forma:

• ER no primeiro andar: 1ER;


• armário de telecomunicações no segundo andar: 2TRA;

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• armário de telecomunicações no terceiro andar: 3TRB.

Assim, teremos um identificador exclusivo para cada espaço, indicando o


andar onde o elemento está instalado e sua função de acordo com as normas
de cabeamento estruturado. Para a identificação dos racks, teremos:

• ER: 1ER.1, 1ER.2 e 1ER.3;


• armário de telecomunicações no segundo andar: 2TRA.1;
• armário de telecomunicações no terceiro andar: 3TRB.1.

Figura 9 – Conexão entre patch panels

1ER.1
Patch Panel 06 2TRA.1
Patch Panel 08
Portas 1 a 6 p/2º A
Portas 7 a 12 p/3º A
Patch Panel 08 3TRB.1

Fonte: Rohling, 2020.

Considerando a conexão dos cabos conectados de acordo com o


esquema mostrado na Figura 9, teremos a seguinte identificação, nos patch
panels:

• no patch panel instalado na 1ER.1, 8º U, portas 1 a 6: 1ER.1-08p01-06


para 2TRA.1-06p01-06;
• no patch panel instalado na 1ER.1, 8º U, portas 7 a 12: 1ER.1-08p07-12
para 3TRB.1-08p01-06;
• no patch panel instalado na 2TRA.1, 6º U, portas 1 a 6: 2TR.1-06p01-06
para 1ER.1-08p01-06;
• no patch panel instalado na 3TRB.1, 8º U, portas 1 a 6: 3TRB.1-08p01-06
para 1ER.1-08p07-12.

Para a identificação dos painéis de conexão dos cabos de fibra óptica,


que são os chamados distribuidores internos ópticos (DIOs), deverão ser
adotados os mesmos padrões dos patch panels, com a identificação dos
elementos de acordo com seu posicionamento no rack, incluindo a identificação
do espaço onde cada qual está instalado e, se possível, a terminação dos links.
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Para a identificação das portas em cada patch panel, o padrão definido
pela TIA-606 (TIA; Ansi, 2017) é o seguinte: f1s1.x1y1-r1:P1, onde f1s1.x1y1-r1
é identificação do patch panel, o que inclui a localização da sala (f1s1), o rack
(x1y1) e a posição do patch panel no rack (r1). P1 será a identificação da porta,
que poderá ser apenas um número sequencial. Caso tenhamos subpainéis,
poderá ser acrescida àquela identificação uma letra para identificá-los.
Para a identificação dos cabos que farão a interligação entre os patch
panels, deverá ser feita a etiquetagem das duas pontas do cabo, indicando as
duas portas onde o link será terminado, com o seguinte formato: f1s1.x1y1-r1:P1
e f2s2.x2y2-r2:P2, em que: f1s1.x1y1-r1:P1 é a identificação da porta local; e
f2s2.x2y2-r2:P2 é a identificação da porta remota, na outra extremidade do link.

3.3 Identificação dos cabos

Quanto à rotulagem do cabo, a norma TIA-606 especifica que ela deve


ser realizada por meio de etiquetas impressas, com o uso das rotuladoras (TIA;
Ansi, 2017). Para o texto dos rótulos, deve ser utilizada uma fonte sem serifas,
com letras maiúsculas e grandes o suficiente para ele ser facilmente lido. As
etiquetas devem ser fixadas em ambas as extremidades de cada cabo, pouco
antes de o cabo ser encaminhado para o dispositivo de terminação. Quando os
cabos possuírem diversas rotas distintas, deverão ser utilizadas etiquetas com
cores distintas ou outra forma de identificação que possibilite identificar a
diversidade de rotas dos cabos. Os identificadores de espaço f1s1 e f2s2 podem
ser excluídos quando o sistema de cabeamento inclua apenas um único espaço
de telecomunicações. O segundo identificador de espaço f2s2 pode ser excluído
do identificador se o cabo não se estender para além do TS, ou seja, f2s2 é o
mesmo que f1s1. Além disso, nesse caso, a identificação f1s1 também não será
exigida nas etiquetas do cabo, pois o identificador de espaço será sempre a
própria sala. Assim, por exemplo, o cabo que interligará o patch panel 1ER.1-08
porta 01 ao patch panel 2TRA.1-06 porta 01, na ER, será rotulado com a seguinte
identificação: +1ER1+08:01 / +2TRA1+06:01. A outra extremidade do cabo, no
armário de telecomunicações do segundo andar, deverá ser rotulada com:
+2TRA1+06:01 / +1ER1+08:01.
A identificação dos links do subsistema 1 de cabeamento estruturado
também deverá ser realizada por um identificador exclusivo e único, o que
deverá ser feito para cada um dos links que compõem o sistema. A norma TIA-
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606 define que a identificação dos links com terminação em patch panel nas
duas extremidades também deverá ser feita utilizando o padrão: f1s1.x1y1-r1:P1
/ f2s2.x2y2-r2:P2 (TIA; Ansi, 2017). Para os subsistemas de cabeamento de nível
1, quando a terminação ocorrer na tomada de telecomunicações, instalada nas
áreas de trabalho, a identificação será feita com o formato: fs-an.
Nesse padrão de identificação, o fs será o identificador do TS, com a
localização do patch panel onde tivermos a terminação do cabo. Essa parte do
identificador é opcional para um sistema de administração classe 1 que esteja
limitado a uma única ER. O parâmetro a será composto de um ou dois caracteres
alfabéticos, identificando exclusivamente um único patch panel ou um grupo de
patch panels com portas numeradas sequenciais, o que implementa a conexão
do horizontal cross-connect. E o parâmetro n será composto de dois a quatro
caracteres numéricos designando a porta em um patch panel no qual um link do
subsistema de cabeamento 1 é terminado. Deve ser usada uma quantidade de
caracteres numéricos suficientes para acomodar todos os links do subsistema
de cabeamento 1, em um distribuidor. Assim, se tivermos um armário de
telecomunicações atendendo até 99 pontos, poderemos utilizar dois dígitos para
essa identificação. Caso tenhamos mais de 100 pontos, serão necessários três
dígitos para o parâmetro n.

TEMA 4 – IDENTIFICAÇÃO DOS DISPOSITIVOS DE REDE

Para a identificação dos equipamentos de rede, no processo de


administração e gerenciamento de redes, teremos dois níveis de identificação,
que seriam a identificação física e a identificação lógica.
Para a identificação física, teremos a alocação do equipamento dentro dos
espaços da infraestrutura, para a qual poderemos utilizar o padrão de
identificação do cabeamento estruturado, de acordo com a norma TIA-606 (TIA;
Ansi, 2017). Dessa forma, o switch instalado no armário de telecomunicações do
3º andar, do exemplo do tópico anterior, e posicionado no 12º U do rack terá a
sua localização física indicada por: 3TRB.1-12, indicando que ele está instalado
na sala 3TRB, no rack 1 e na posição correspondente a 12U.
Para a identificação lógica, teremos dois modelos de identificação: pelo
endereço de protocolo da internet (IP) para o gerenciamento da rede; e pelo
nome que irá identificar cada elemento da rede. Normalmente, essas duas

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informações farão parte da documentação da rede, nos seus diversos níveis,
conforme visto anteriormente.
Para a nomenclatura dos dispositivos, um padrão usual é a combinação
de letras e números, identificando qual é o tipo do equipamento, com um número
sequencial para garantir os identificadores únicos para cada um deles. Poderá
ser incluída também a referência com a nomenclatura dos espaços do
cabeamento estruturado, para facilitar a identificação física dos equipamentos.
Assim, baseados no exemplo utilizado anteriormente para a identificação
dos espaços físicos, poderíamos ter na ER o roteador, o firewall, o switch core e
um switch de distribuição para atender os computadores instalados no mesmo
andar da sala. E a montagem física desses equipamentos é mostrada na Figura
10.

Figura 10 – Rack da ER

Fonte: Rohling, 2020.

Nesse exemplo da Figura 10, teríamos que definir um padrão para a


nomenclatura dos equipamentos de rede, que, com a inclusão da sua
localização, poderia ser o seguinte:

• firewall: FW-1ER1-01;
• roteador: RT-1ER1-01;
• switch core: SWC-1ER1-01;
• switch de distribuição 1: SWD-1ER1-01;

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• switch de distribuição 2: SWD-1ER1-02.

Seguindo esse padrão e considerando o exemplo de infraestrutura


anterior e que temos um switch de acesso instalado em cada um dos armários
de telecomunicações, a identificação desses switches será:

• switch de distribuição na TR do segundo andar: SWD-2TRA-03;


• switch de distribuição na TR do terceiro andar: SWD-3TRB-04.

Para evitar erros de interpretação da documentação, nesse exemplo


adotamos a numeração sequencial dos switches, mesmo que eles estejam em
espaços diferentes. Dessa forma, o identificador de cada switch facilitará o
processo de identificação da localização física de cada equipamento, além de
possibilitar a diferenciação, entre eles, pelo número sequencial no final do
identificador.
Caso adotássemos um padrão de numeração que fosse iniciado
novamente a cada espaço, teríamos esta identificação:

• switch de distribuição 1: SWD-1ER1-01;


• switch de distribuição 2: SWD-1ER1-02;
• switch de distribuição na TR do segundo andar: SWD-2TRA-01;
• switch de distribuição na TR do terceiro andar: SWD-3TRB-01.

Podemos observar que os identificadores são diferentes; porém, ainda


assim, poderia haver alguma confusão no momento de se realizar a operação e
manutenção da rede. Para evitá-la, a numeração sequencial, mostrada
anteriormente, certamente facilitará a operação e manutenção da rede.
Para configurarmos o nome do dispositivo em roteadores e switches da
Cisco, o comando a ser utilizado é o hostname, conforme mostrado no Quadro
1.

19
Quadro 1 – Configurando o roteador e o switch

Router>enable
Router#configure terminal
Enter configuration commands, one per line. End with
CNTL/Z.
Router(config)#hostname RT-1ER1-01
RT-1ER1-01(config)#exit
RT-1ER1-01#

Switch>enable
Switch#configure terminal
Enter configuration commands, one per line. End with
CNTL/Z.
Switch(config)#hostname SWC-1ER1-01
SWC-1ER1-01(config)#

Dessa forma, a identificação dos dispositivos feita pela alteração do nome


padrão, que é router ou switch, de acordo com o padrão de identificação adotado
para a rede, permitirá que, no processo de operação e manutenção da rede, ao
acessarmos os equipamentos remotamente, tenhamos a certeza de qual
equipamento efetivamente estamos acessando.
Mas, para realizar o acesso remoto aos equipamentos, é necessário
conhecermos o identificador do processo de comunicação na rede, que é o
endereço IP. Assim, também deverá ser elaborado um padrão de identificação
dos dispositivos da rede de acordo com um endereçamento de rede. Para
garantir a segurança da rede, é recomendável que haja um esquema de
endereçamento diferente dos endereços utilizados para os dispositivos de
usuários finais, que também estarão conectados à rede. Dessa forma, deverá
ser definida uma rede separada, que será a rede de gerenciamento.
A rede de gerenciamento deverá ser definida com o tamanho necessário
para alocarmos um endereço para cada um dos dispositivos de rede, incluindo
roteador, switches, access points (APs), firewall e outros. Portanto, dependendo
da quantidade de equipamentos, poderemos alocar uma rede /24, por exemplo,
que permitirá a identificação de até 254 equipamentos de rede. Na configuração
da rede comutada, será necessário criar uma rede local virtual (Vlan) para essa
rede, que será a Vlan de gerenciamento. Além da criação dessa Vlan,
deveremos também criar uma interface virtual, em cada switch, para habilitar o

20
acesso aos equipamentos através do protocolo IP, atribuindo um endereço
exclusivo a cada switch.
O endereçamento da rede de gerenciamento deverá ser configurado no
modo estático, pois é necessário que o endereço IP de cada equipamento seja
conhecido e esteja devidamente documentado, para a correta operação e
manutenção da rede. Assim, seguindo o exemplo desta aula, poderíamos utilizar
a rede 192.168.50.0/24 para a rede de gerenciamento e poderíamos atribuir os
seguintes endereços:

• firewall: 192.168.50.99/24;
• roteador: 192.168.50.1/24;
• switch core: 192.168.50.10/24;
• switch de distribuição 1: 192.168.50.11/24;
• switch de distribuição 2: 192.168.50.12/24;
• switch de distribuição 3: 192.168.50.13/24;
• switch de distribuição 4: 192.168.50.14/24.

Nesse esquema de endereçamento, temos os switches numerados


sequencialmente, depois do endereço com final 10. Dessa forma, para uma
expansão da rede, com a instalação de novos switches, podemos atribuir os
endereços sequenciais depois do endereço com final 15.

TEMA 5 – CONFIGURAÇÃO DA IDENTIFICAÇÃO DE CAMADA 3

A configuração dos endereços da rede de gerenciamento será feita de


maneira diferente entre os switches e o roteador, pois o roteador é um dispositivo
de camada 3 e os switches são dispositivos de camada 2. Portanto, para os
switches será necessário criar uma interface virtual para podermos atribuir um
endereço IP a essa interface, pois as interfaces de um switch são interfaces de
camada 2, não sendo possível atribuir um endereço IP a uma dessas interfaces.
Para manter a correlação das configurações lógicas e físicas, devemos
definir os endereços lógicos e de interfaces procurando estabelecer alguma
relação entre eles. Assim, como utilizamos a rede 192.168.50.0/24 para o
endereçamento da rede de gerenciamento, podemos definir o identificador da
Vlan de gerenciamento mantendo uma relação com esse endereço, escolhendo
a Vlan 50 para atender a essa finalidade. Para a atribuição do endereço IP nos
switches, deveremos criar a interface Vlan 50, que será uma interface virtual, de

21
camada 3, à qual poderemos atribuir um endereço IP, conforme mostrado no
Quadro 2.

Quadro 2 – Configurando a Vlan

SWD-1ER1-01(config)#vlan 50
SWD-1ER1-01(config-vlan)#name Gerenciamento
SWD-1ER1-01#show vlan

VLAN Name Status Ports


1 default active Fa0/1, Fa0/2, Fa0/3, Fa0/4
Fa0/5, Fa0/6, Fa0/7, Fa0/8
Fa0/9, Fa0/10, Fa0/11, Fa0/12
Fa0/13, Fa0/14, Fa0/15, Fa0/16
Fa0/17, Fa0/18, Fa0/19, Fa0/20
Fa0/21, Fa0/22, Fa0/23, Fa0/24
Gig0/1, Gig0/2

50 Gerenciamento active
1002 fddi-default active
1003 token-ring-default active
1004 fddinet-default active
1005 trnet-default active

Além da criação da Vlan de gerenciamento, que foi realizada com o


comando vlan 50, é recomendável também a sua identificação, com o comando
name Gerenciamento, em que foi atribuído o nome Gerenciamento àquela Vlan.
Essa configuração deverá ser realizada em todos os demais switches da rede,
sendo que, em todos eles deverá ser criada a mesma Vlan 50, com o mesmo
nome.
Para a configuração do endereço IP a ser utilizado para o acesso remoto
e gerenciamento dos equipamentos, deverá ser criada a interface virtual e
atribuído o endereço IP conforme mostrado no Quadro 3.

Quadro 3 – Configurando a interface virtual

SWD-1ER1-01(config)#interface vlan 50
%LINK-5-CHANGED: Interface Vlan50, changed state to up

SWD-1ER1-01(config-if)#ip address 192.168.50.11


255.255.255.0

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Para os roteadores, a identificação lógica será feita pela atribuição do
endereço de gerenciamento também a uma interface virtual, apesar de o
roteador permitir a configuração de endereços IP em suas interfaces físicas.
Porém, como as interfaces físicas serão utilizadas para a comunicação com as
demais redes e a rede de gerenciamento deverá estar separada dos demais
hosts da rede, deverá ser utilizada uma interface virtual. Essas interfaces virtuais
a serem criadas nos roteadores são as interfaces chamadas de loopbacks.
Assim, para criar uma interface de loopback em um roteador, o comando é:
interface loopback <n>, em que n será um número que identificará essa interface
virtual. Para o nosso exemplo de rede, teremos a configuração mostrada no
Quadro 4.

Quadro 4 – Configurando o roteador

RT-1ER1-01#configure terminal
Enter configuration commands, one per line. End with
CNTL/Z.
RT-1ER1-01(config)#interface loopback 0
%LINK-5-CHANGED: Interface Loopback0, changed state to up
%LINEPROTO-5-UPDOWN: Line protocol on Interface
Loopback0, changed state to up

RT-1ER1-01(config-if)#ip address 192.168.50.1


255.255.255.0

Para que ocorra a comunicação, na Vlan de gerenciamento, entre o


roteador e os switches, é necessária a configuração correta das interfaces
existentes entre o roteador e o switch core, com a criação de subinterfaces, no
roteador, e de uma porta do tipo tronco, no switch core. As conexões entre os
switches da rede deverão estar configuradas como troncos; a Vlan de
gerenciamento deverá estar criada em todos os switches da rede; e o tráfego
dessa Vlan deverá estar permitido, em todas as conexões de tronco. Inclusive,
essas configurações serão as mais críticas da rede, pois um problema de
configuração na rede de gerenciamento provavelmente limitará o acesso aos
equipamentos, não sendo possível realizar o diagnóstico de falhas da rede de
uma maneira eficiente. Além disso, falhas na configuração da rede de
gerenciamento afetarão o funcionamento das ferramentas e softwares de
gerenciamento da rede, podendo também afetar a segurança da rede.

23
FINALIZANDO

Os padrões de cabeamento estruturado fornecem os modelos de


identificação dos diversos componentes da infraestrutura e devem ser adotados
desde a fase de projeto. Dessa forma, seguindo-se as normas de cabeamento
para a elaboração do projeto e a implantação da infraestrutura, certamente
teremos uma rede muito mais organizada para sua operação e manutenção.
Além disso, conforme vimos nesta aula, as normas de cabeamento estruturado
também fornecem subsídios para o processo de identificação dos componentes
da infraestrutura, sendo normalmente obrigatória a identificação; porém, o
formato dessa identificação é apresentado, nas normas, como uma
recomendação.
Deve-se evitar um padrão de identificação que seja muito complexo, pois
uma identificação contendo muitos caracteres, além de dificultar o processo de
etiquetagem dos elementos, também dificultará o processo de manutenção e
operação da rede. Inclusive, a norma TIA-606, muitas vezes, indica que
determinados componentes do processo de identificação podem ser suprimidos.
Por exemplo, em uma infraestrutura que atende a uma única identificação, não
teria sentido acrescentarmos um ou dois caracteres para identificar o prédio, por
mais que a norma faça referência a essa identificação, nos padrões
apresentados (TIA; Ansi, 2017).
Outro aspecto que deve ser considerado na elaboração do padrão de
identificação dos componentes da infraestrutura está associado à escalabilidade
do padrão adotado. Assim, se verificarmos que, em uma instalação, não teremos
mais que 99 racks, considerando a possibilidade de expansão futura, será
necessário utilizar apenas 2 dígitos para identificar o número do rack. No entanto,
se adotarmos apenas 1 dígito, pois inicialmente temos apenas 5 racks, por
exemplo, ficaríamos limitados a 9 racks, em uma expansão futura.Caso
tenhamos uma expansão para uma quantidade maior do que 10 racks, teríamos
que mudar o padrão de identificação e talvez refazer toda a etiquetagem dos
elementos já instalados, para evitar erros na identificação dos componentes
instalados inicialmente. No entanto, nesse exemplo, talvez não teria sentido
utilizarmos 3 dígitos para essa identificação, pois, em uma instalação de edifício
único, seria muito improvável termos mais do que 100 racks instalados.

24
Para a identificação dos cabos, também é importante não utilizarmos
muitos dígitos além do necessário, pois isso poderá dificultar a etiquetagem dos
cabos, devido ao tamanho das etiquetas a serem utilizadas para comportar uma
grande quantidade de caracteres. E esse fator se torna ainda mais crítico na
terminação dos cabos nas áreas de trabalho, pois a terminação do cabo nas
tomadas de telecomunicações normalmente não dispõe de muito espaço para a
acomodação do cabo com a respectiva etiqueta. Além disso, a acomodação do
cabo dentro da caixa que contém a tomada ficará ainda mais difícil, pois a
etiqueta colada no cabo deixará o conjunto ainda menos flexível. Já a terminação
do cabeamento nos patch panels permitirá uma acomodação muito melhor das
terminações dos cabos, mesmo com a etiqueta colada ao cabo. Assim,
principalmente para o cabeamento de backbone, é recomendável utilizarmos a
identificação o mais completa possível, conforme recomendação da norma TIA-
606 vista nesta aula (TIA; Ansi, 2017).
Quuanto à identificação dos dispositivos de redes, poderemos também
agregar o recurso de um servidor de domain name system (DNS) interno. Assim,
além da configuração do nome do dispositivo em cada equipamento, para que
seja exibida essa informação, ao realizarmos o acesso remoto ao equipamento,
poderemos também fazer o acesso aos equipamentos utilizando o nome
atribuído a cada equipamento. Nesse caso, teríamos que configurar os nomes
dos equipamentos em um servidor DNS, associando-os ao endereço IP
pertencente à Vlan de gerenciamento de cada um deles. Esse serviço de DNS
adicional também facilitará o processo de operação e manutenção da rede, pois
não será necessário fazer uma consulta adicional à documentação da rede para
a obtenção do endereço IP do dispositivo desejado, bastando digitar o nome do
dispositivo, conforme o padrão de identificação adotado.

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REFERÊNCIAS

TIA – Associação da Indústria de Telecomunicações. Arlington, [S.d.]. Disponível


em: <https://tiaonline.org/>. Acesso em: 10 set. 2020.

TIA – Associação da Indústria de Telecomunicações; ANSI – Instituto Nacional


Americano de Padrões. TIA-568-C. Arlington, 2014.

_____. TIA-606-A: Administration Standard for Telecommunications


Infrastructure. Arlington, 2002.

_____. TIA-606-C: Administration Standard for Telecommunications


Infrastructure. Arlington, jul. 2017.

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