Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 2
ALEGRIAS NÃO FORAM CANCELADAS
A adolescência é uma fase que marca muito nossas vidas, as descobertas e
vivências definirão quem seremos na vida adulta, e a partir de tantas questões, a música carrega seu lugar especial nos corações de cada um. Crianças e adolescentes dos anos 2.000 se recordam bem dessa época pelo nascimento de muitas bandas nacionais e internacionais, com um estilo bem característico que muita gente conhece o “emocore”, que no Brasil foi expandido com bandas como CPM 22, NX Zero, Glória, Hateen e etc. Sucessos que incansavelmente eram exibidos em clipes da MTV e nas rádios de todo o país, mas nesse movimento nasce uma banda que se destaca até hoje, nesse estilo, a Fresno. A banda que foi formada em Porto Alegre (RS) em 1999, conta com a atual formação de Lucas Silveira (Vocalista), Gustavo “Vavo” Mantovani (Guitarra), Mário Camelo (Teclado) e Thiago Guerra (Bateria). Nesse mês de novembro, o quarteto desembarcou em terras Manauaras, para o terceiro show da turnê de seu novo disco: “Sua Alegria Foi Cancelada”, lançado em julho com produção do próprio vocalista Lucas Silveira. Que apostou em uma sonoridade que é totalmente diferente dos álbuns anteriores, composições que trazem letras sobre sentimentos e angústias daquele jovem que chegou a vida adulta e continua a lidar com sofrimentos maiores, uma temática bem amadurecida. Além disso, arranjos que trazem uma realidade psicodélica/ progressiva, mas sem largar a marca registrada da banda, as composições poéticas e melancólicas que todos os fãs e apreciadores da banda conhecem. O show, realizado no primeiro final de semana de novembro no Teatro Manauara, do qual a banda se apresenta pela primeira vez lá, trazendo muita expectativa para seus fãs desde sua última apresentação em 2018 com a turnê “A Sinfonia de Tudo Que Há”, logo na entrada me deparo com alguns fãs comentando sobre possíveis músicas que estarão presentes na Set List que fará parte do show, é comum pensar que exista uma espécie de “religião” formada por seguidores assíduos que acompanham todos os passos da banda seja por grupos na internet, até encontros em especiais, ou propriamente em shows da banda. Fico tomado por um sentimento de euforia e nostalgia, respiro fundo e me dirijo até a entrada, entro na fila e vou até um dos funcionários da produtora. Me apresento e logo vou até o representante de imprensa da Ícone, pego minha pulseira e adentro para o Teatro. Nesse tempo em que o show não começa, encontro com alguns conhecidos e o assunto é o mesmo que eu ouvira logo que cheguei, expectativas sobre o show, lembranças de shows passados e a esperança de ouvir algum dos clássicos que fazem parte do universo musical, que ainda é presente nas playlists desde a época do MP4,até plataformas em streaming como o “Spotify”. Já passava das 22:30, horário previsto para começar o show, vejo uma movimentação no palco enquanto a equipe faz os últimos ajustes para que o show se inicie, logo um imenso apagão toma conta do salão e do fundo do palco surgem as quatro ilustres figuras já aguardadas pelo público e um músico de apoio no baixo que há tempos os fãs pedem uma “oficialização” pelas redes sociais. Assim vejo o frontman da banda, Lucas Silveira diante de mim, como estava no Front Stage, claramente uma visão super privilegiada, tanto dele, como do resto da banda. O show segue com uma setlist variada, que traz, além das músicas do novo álbum mais ouvidas do momento como: O arrocha mais triste do mundo, natureza caos, sua alegria foi cancelada e cada acidente. Mas não deixando os clássicos de lado, o álbum “Ciano” lançado em 2007, que até os dias atuais ainda existe muito apreço entre os fãs, também estava presente na set, nas músicas: quebre as correntes, cada poça dessa rua tem um pouco de minhas lágrimas. E também “Porto Alegre” do álbum “Revanche” (2010) e “Milonga” (2008), foram alguns dos hits queridos pelo público que marcaram presença no show. O fato é, o emo permanece vivo nos corações de cada pessoa que estava lá gritando pela Fresno, cantando suas músicas e mantendo esse movimento vivo. Em tempos onde sertanejo universitário e funk arrecadam milhões (tanto em ouvintes, como em dinheiro), a Fresno consegue se manter no mercado mainstream fazendo que já faziam há tantos anos: músicas tristes! Mas agora com um som e letras para um público mais amadurecido, que tem como “religião”, palavra dita pelo próprio Lucas, as letras e canções da banda e os shows são sua igreja, um momento de libertação e curtição. Foi um show onde pude sentir uma variedade de sentimentos, mas posso dizer com toda a certeza “minha alegria não foi cancelada” nele. Obrigado Icone Produções e a todos os envolvidos por trazer essa incrível banda e a outros artistas que fazem promover cada vez a valorização da cultura musical Brasileira.
Resultado S.R.E AFONSO CLAUDIO (Afonso Claudio, Brejetuba, Conceição Do Castelo, Domingos Martins, Laranja Da Terra, Santa Maria de Jetibá, Venda Nova Do Imigrante) PDF